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160 Unidade 3 A luta pela cidadania Todas essas medidas, associadas às denúncias de corrupção e nepotismo praticados pelas autoridades portuguesas, fizeram nascer em diversos setores da sociedade colonial um descontentamento cada vez maior. Em algumas ocasiões, a insatisfação se trans- formou em revolta. Embora tais movimentos a princípio não ques- tionassem o domínio português, eram um forte in- dício de que a insatisfação crescia entre os habitan- tes da colônia. Revolta dos Beckman (1684) A utilização de mão de obra indígena escrava era uma constante nos engenhos do Maranhão, apesar da oposição que a ela faziam os jesuítas. Um des- ses religiosos era o padre Antônio Vieira (1608-1697). Atendendo aos apelos dos jesuítas, em 1680 o prín- cipe regente, dom Pedro, proibiu a escravização de indígenas – na verdade, proibições como essa vinham sendo feitas desde o século XVI. Dom Pedro deter- minou também que os nativos escravizados fossem libertados e recebessem um pedaço de terra para cultivo, estabelecendo severas punições a quem des- cumprisse as ordens. 2 Monopólio português Durante pouco mais de três séculos, as relações entre a colônia e a metrópole portuguesa foram pau- tadas por uma rigorosa política mercantilista (tema estudado no capítulo 29 do livro 1). O governo de Portugal entendia que a exploração das riquezas na- turais da colônia portuguesa, ou de seus produtos de exportação, assim como a tributação sobre os colo- nos, precisava gerar altos lucros para a metrópole. De modo geral, o governo português não se preo- cupava em oferecer incentivos econômicos e financei- ros aos que se mudavam para sua colônia na Amé- rica. Aqueles que quisessem abrir um negócio – um engenho de açúcar, uma fazenda de gado ou mesmo uma mina de ouro – deveriam arcar sozinhos com os custos do empreendimento, enfrentando todos os riscos de um eventual fracasso. Em contrapartida, o sucesso desses negócios garantiria mais divisas à Coroa portuguesa, pois ela abocanhava para si parte dos lucros por meio de impostos. Portugal procurou também garantir o monopó- lio do comércio de todos os produtos que entravam na colônia, bem como de todos que saíam dela. Para isso, proibia os colonos de fazerem qualquer tipo de negociação direta com comerciantes de outros países, exceto com a Inglaterra. Assim, só por meio de contrabando é que artigos de outros países chegavam à colônia. Apoiando-se no monopólio comer- cial, a Coroa portuguesa manipulava, conforme seus interesses, os preços das mercadorias que exportava e importava. Para impedir a concorrência interna com seus produtos, proibia a instalação de manufaturas em sua colônia na América. Não bastassem essas restrições, o governo português instituía novos impos- tos sempre que necessitava de recursos adicionais. A situação dos colonos agra- vou-se ainda mais a partir do momento em que Portugal começou a perder suas possessões na África e na Ásia; para re- cuperar a receita perdida nesses lugares, o governo português tornou ainda mais rigoroso seu forte arrocho fiscal sobre a população da colônia. 1 Beckman no Sertão do Alto Mearim, obra de Antonio Parreiras, do século XIX. Óleo sobre tela. Museu Antonio Parreiras, Niterói, RJ. HMOV_v2_PNLD2015_159a165_U03_C19.indd 160 3/20/13 4:38 PM 161Insatisfação na colônia portuguesa Capítulo 19 A medida provocou revolta entre os donos de engenho maranhenses, que se viram sem mão de obra em suas lavouras. Em parte para resolver esse problema, o governo português criou, em 1682, a Companhia Geral de Comércio do Estado do Maranhão. Destinada a fomentar o progresso do norte da colônia portuguesa, a com- panhia dominou o monopólio do co- mércio local por vinte anos. No decorrer desse período, ela deveria abastecer a região to- dos os anos com quinhentos escra- vos vendidos a preços prefixados. Além disso, caberia a ela comer- cializar mercadorias vindas da Eu- ropa e comprar os produtos locais a preços tabelados. Entretanto, a Companhia não conseguiu cumprir o prometido. Tudo isso contribuiu para au- mentar a insatisfação dos colonos. Em fevereiro de 1684, eles se insur- giram: depuseram o governador da capitania, Francisco de Sá Menezes, e colocaram em seu lugar uma Junta Geral liderada por Manuel Beckman e constituída por representan- tes do clero, da elite local e do povo. Em seguida, cercaram o convento de Santo An- tônio, onde ficavam os jesuítas, e os expulsaram do Maranhão, mandando-os de volta a Portugal (veja a seção Patrimônio e diversidade, na página 162). Tam- bém extinguiram a companhia de comércio. A Coroa enviou ao Maranhão um novo governa- dor, Gomes Freire de Andrade, que anulou os atos do governo provisório e trouxe de volta os jesuítas. Manuel Beckman, que havia fugido, foi captura- do, enforcado e decapitado, com outro líder do mo- vimento, Jorge Sampaio. Thomas Beckman foi depor- tado para Pernambuco. A Guerra dos Mascates (1710-1712) Sede da capitania de Pernambuco, onde flores- cia a economia açucareira, Olinda foi uma das vilas mais ricas da colônia portuguesa durante os séculos 3 Gravura de 1647 da vista do Palácio de Friburgo (Palácio das duas Torres), construído por Maurício de Nassau, para sua residência, na ilha de Antônio Vaz em Pernambuco, à beira do rio Beberibe. Além do palácio e do rio, estão indicados os fortes de Ernesto e de Waerdenburgh (Cinco Pontas). G ra v u ra . P ro je to B ra s il ia n a U S P XVI e XVII. Entre 1630 e 1654, época em que parte do Nordeste esteve sob domínio holandês, Recife – a poucos quilômetros de Olinda – deixou de ser um simples povoado de pescadores e ganhou porto, palácios, pontes, residências. Após a expulsão dos holandeses em 1654, logo se transformou no mais importante centro comercial de Pernambuco. Com o tempo, os comerciantes portugueses de Recife se transformaram na principal liderança eco- nômica da capitania, ocupando o lugar que até en- tão pertencera aos senhores de engenho de Olinda. Estes, agora endividados com os negociantes reci- fenses, julgavam-se a nobreza da terra e chamavam os comerciantes da cidade vizinha pelo termo pejo- rativo de mascates, pois consideravam o comércio uma atividade desprezível. Apesar disso, quando os donos de terras viam- -se em apuros financeiros, recorriam aos mascates para obter novos empréstimos. Essa prática se tor- nou cada vez mais constante depois de 1700, quan- do o preço do açúcar no mercado internacional so- freu grande queda. HMOV_v2_PNLD2015_159a165_U03_C19.indd 161 3/20/13 4:38 PM 162 Unidade 3 A luta pela cidadania Patrimônio e diversidade Maranhão O centro histórico de São Luís, capital do Mara- nhão, reúne ainda hoje construções que serviram de palco para a Revolta dos Beckman. Uma delas é o Convento de Santo Antônio, inaugurado em 1625, pelos padres franciscanos. Aí, conspiradores costumavam se reunir para definir as estratégias da revolta que planejavam pôr em prática. Junto ao convento encontra-se a Capela do Se- nhor Bom Jesus dos Navegantes, outra igreja do século XVII. Nela o padre Antônio Vieira teria pro- ferido, em 1654, o Sermão de Santo Antônio aos Peixes, no qual, por meio de metáforas, fez diver- sas críticas à elite de São Luís e defendeu os di- reitos dos indígenas, escravizados pelos colonos. Além desses dois edifícios, a cidade conta com outras igrejas, palácios e casarões construídos a partir do século XVII. Em muitos casos, a fachada desses imóveis é revestida por azulejos coloridos de origem portuguesa e que acabaram se tornan- do um dos símbolos da arquitetura da cidade. Outra cidade do Maranhão com grande varie- dade de construções históricas é Alcântara, loca- lizada a cerca de uma hora de barco de São Luís. Fundada por franceses, no século XVII, a partir do século XVIII Alcântara se transformou em um importante centro agrícolae comercial da região. Desse período de apogeu econômico, a cidade her- dou obras arquitetônicas como o Mercado de Pei- xes e a Igreja do Rosário, além de sobrados com sa- cadas de ferro e azulejos portugueses na fachada. Muitas das manifestações culturais maranhen- ses podem ser observadas em festas e folguedos típicos. Entre essas manifestações destacam-se o tambor de crioula e o boi-bumbá (bumba meu boi), bastante populares em todo o Maranhão. O tambor de crioula é uma herança cultural afro-brasileira originada no tempo da escravidão. É reconhecida pelo Instituto do Patrimônio His- tórico e Artístico Nacional como patrimônio ima- terial do Brasil. Tem como características princi- pais a dança circular, o canto e a percussão dos tambores e costuma ser realizada em louvor a São Benedito. Muito popular no Maranhão, o bumba meu boi, também chamado de boi, é um folguedo que apre- senta variantes em diversos lugares do Brasil. Tem raízes em tradições culturais indígenas, afro-bra- sileiras e portuguesas e conta a história de um boi morto por um vaqueiro, que fica com a tarefa de ressuscitar o animal. O Maranhão e sua arquitetura colonial Rua situada no centro histórico de São Luís, Maranhão, em foto de 2009. Por causa desses edifícios, em 1997 a cidade tornou-se patrimônio cultural da humanidade com título atribuído pela Unesco. P a lê Z u p p a n i/ P u ls a r Im a g e n s HMOV_v2_PNLD2015_159a165_U03_C19.indd 162 3/20/13 4:38 PM 163Insatisfação na colônia portuguesa Capítulo 19 Cientes de seu poderio econômico, os mascates começaram a reivindicar a autonomia política do Re- cife. Para tanto, pleitearam ao governo de Portugal a elevação do povoado à categoria de vila. Assim, te- riam direito de instalar uma Câmara Municipal e criar sua própria legislação. Isso era o que os olindenses mais temiam, pois sabiam que seus rivais poderiam criar mecanismos legais para cobrar-lhes as dívidas em atraso, o que os levaria à ruína. Recife é elevado a vila Em 1709, à revelia dos olindenses, o rei dom João V elevou o Recife à categoria de vila. Em feverei- ro do ano seguinte, os recifenses ergueram na praça central um pelourinho – principal símbolo da autono- mia administrativa de uma vila – e realizaram as pri- meiras eleições para escolher seus representantes na Câmara Municipal. A reação dos senhores de engenho de Olinda ocorreu em novembro, quando uma tropa de mil ho- mens a seu serviço invadiu o Recife e destruiu o pe- lourinho. Em seguida, o governador foi deposto. Os confrontos só terminaram em outubro de 1711, após a chegada de um novo governador no- meado pela Coroa. Com um saldo de 154 mortos, a Guerra dos Mascates, como o conflito ficou co- nhecido, confirmou a elevação do Recife à condi- ção de vila e estimulou os sentimentos nativistas entre setores da sociedade pernambucana, fazen- do nascer a ideia de um governo independente da metrópole. Revolta de Vila Rica (1720) Com a descoberta de ouro e a chegada à região de pessoas das mais diversas origens, as Minas Ge- rais se tornaram palco de tensões, conflitos e revol- tas. Um das sublevações mais significativas ocorreu em 1720, em Vila Rica. O pretexto para o levante foi a criação das Ca- sas de Fundição. Como vimos no capítulo anterior, em 1719 a Coroa portuguesa determinou que todo metal encontrado nas Minas Gerais fosse fundido e transformado em barras nas quatro Casas de Fundi- ção a serem construídas na região. Pretendia-se com essa medida combater o contrabando e aumentar a arrecadação de impostos por parte da Coroa por- tuguesa. Tanto que o governo estabeleceu que um quinto de todo o ouro fundido fosse enviado ao rei como imposto. Os mineradores se revoltaram, provocando tu- multos pelos arraiais. Na noite de 28 de junho de 1720, sob a liderança de Pascoal da Silva Guimarães, um proprietário de mais de 2 mil escravos, os tumul- tos tomaram a forma de rebelião. Em Vila Rica, cerca de 2 mil pessoas reunidas em praça pública aprovaram documento com as reivindi- cações dos revoltosos, entre as quais a revogação da ordem de criação das Casas de Fundição, o fim dos postos de registro existentes nas estradas e garantias de que não seriam punidos. Em seguida, rumaram até Vila do Carmo, atual Mariana, onde se encontrava o governador Pedro de Almeida Portugal, o conde de Assumar. Para acal- mar os ânimos, o governador fingiu aceitar as exi- gências dos manifestantes. Os rebeldes festejaram a vitória, sem saber que o conde blefava. “Morte exemplar” Em meados de julho, dom Pedro de Almeida Portugal determinou que suas tropas invadissem Vila Rica, prendessem as principais lideranças e incendias- sem suas residências. À frente de um grupo de rebeldes, o português Filipe dos Santos, pequeno comerciante da região, tentou resgatar os presos no caminho do Rio de Ja- neiro, mas foi subjugado e preso. Apontado como lí- der do movimento, tornou-se o único rebelde a ser condenado à morte. Filipe dos Santos morreu enforcado; seu cor- po foi arrastado pelas ruas por homens a cavalo e esquartejado. Sua cabeça ficou exposta no pelouri- nho de Vila Rica, enquanto outras partes do corpo eram penduradas em estacas distribuídas pela re- gião. Com esse desfecho, a rebelião passou a ser chamada de Revolta de Filipe dos Santos. A punição imposta a Filipe dos Santos – conhe- cida como morte exemplar – tinha por objetivo ser- vir de exemplo para que ninguém ousasse desafiar a metrópole. Entretanto, apesar do recurso à pena de morte – também aplicada em Manuel Beckman, em 1684 –, outras revoltas eclodiriam na colônia portuguesa (veja o boxe a seguir). Em 1725, as Ca- sas de Fundição entraram em operação. HMOV_v2_PNLD2015_159a165_U03_C19.indd 163 3/20/13 4:38 PM 164 Unidade 3 A luta pela cidadania As revoltas de Beckman e de Vila Rica e a Guerra dos Mascates, embora sejam os conflitos mais conhecidos, não foram as únicas manifesta- ções contrárias a decisões do governo português em relação a sua colônia na América. Entre outubro de 1660 e abril de 1661, por exemplo, o Rio de Janeiro foi palco de uma des- sas manifestações de insatisfação. O conflito en- volveu setores da elite local que não aceitavam a decisão do governo português de proibir a fabrica- ção e o consumo de cachaça na colônia. Eles tam- bém protestavam contra o aumento dos impostos decretado pelo governador da capitania do Rio de Janeiro, Salvador de Sá. A cachaça tinha grande aceitação na colônia e na costa africana. Na África, era utilizada pelos traficantes portugueses na compra de escravos. A cachaça era um forte concorrente do vinho portu- guês no continente africano e na colônia da Amé- rica. Ao proibir sua fabricação, o governo portu- guês procurava estimular a exportação de vinho para os dois continentes. A Revolta da Cachaça, como ficou conheci- do o conflito do Rio de Janeiro, teve vários des- dobramentos, como a deposição do governador. Posteriormente, ele recuperou o cargo e mandou prender os líderes do movimento. Alguns foram condenados ao degredo. Jerônimo Barbalho Be- zerra, apontado como o cabeça da revolta, foi en- forcado e esquartejado. Também em 1661, antes portanto da Revolta de Beckman, irrompeu em São Luís uma insur- gência de colonos contra as dificuldades criadas pelos jesuítas em relação à escravização dos indí- genas. A revolta logo se estendeu para a região do Pará. Os insurgentes chegaram a prender e depor- tar para Portugal alguns religiosos, entre os quais o padre Antônio Vieira. Em 1666, eclodiu em Pernambuco uma revol- ta contra a administração do governador Jerônimo de Mendonça Furtado, acusado de despotismo e corrupção. O movimento foi liderado por senhores de engenhos – cujas dívidas estavam sendo co- bradas –, que destituíram Mendonça Furtado do cargo. A Coroa portuguesa preferiu não agir con- tra os revoltosos, pois o governador vinha cunhan- do moedas, privilégioreservado apenas ao gover- no português. A Revolta do Maneta, ocorrida em Salvador, em outubro de 1711, foi decorrente do aumento no preço do sal e da cobrança de impostos so- bre os escravos que desembarcavam na cidade. Vários revoltosos foram presos e submetidos a açoites. Alguns foram degredados e tiveram os bens confiscados. Fontes: CHAMBOULEYRON, Rafael. Justificadas e repetidas queixas. O Maranhão em revolta (século XVII). Disponível em: <http://cvc.instituto-camoes.pt/eaar/coloquio/ comunicacoes/rafael_chambouleyron.pdf>. Acesso em: 6 nov. 2012; D’AzEVEDO, João Lúcia. Os jesuítas no Grão-Pará: suas missões e a colonização. Belém: Secult, 1999; CAETANO, Antonio Filipe Pereira. Entre a sombra e o sol – A Revolta da Cachaça, a Freguesia de São Gonçalo de Amarante e a crise política fluminense (Rio de Janeiro, 1640-1667). Dissertação de mestrado em História apresentada à Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2003. Disponível em: <www.bdtd.ndc.uff. br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2126>. Acesso em: 6 nov. 2012; VAINFAS, Ronaldo (Dir.). Dicionário do Brasil colonial (1500-1808). Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. Outros conflitos na colônia As manifestações de indignação contra a criação das Casas de Fundição ocorridas na região mineradora em 1720 envolveram tanto setores da elite quanto as camadas mais baixas da população. Ao lado, O julgamento de Filipe dos Santos, óleo sobre tela de Antônio Parreiras (1923). Museu Antônio Parreiras, Niterói/Arquivo da editora HMOV_v2_PNLD2015_159a165_U03_C19.indd 164 3/20/13 4:38 PM 165Insatisfação na colônia portuguesa Capítulo 19 Mundo virtual n Palácio dos Leões – Localizado em São Luís (MA), a arquitetura, que foi inicialmente erguida pelos franceses para ser um forte, tornou-se residência do governador-geral no período dos portugueses. No site é possível conhecer sua história e acervo, além de realizar uma visita virtual. Disponível em: <www.ma.gov.br/palaciodosleoes/>. Acesso em: 22 nov. 2012. n Centro histórico de Olinda – Passeio virtual pela cidade alta de Olinda (PE), com vista das principais igrejas e do Mercado da Ribeira. Disponível em: <www.panmap.com/brazil/olinda/index_pt.html>. Acesso em: 6 nov. 2012. 1. Escreva um texto sobre a política mercantilista da Coroa portuguesa para a sua colônia na América. 2. Como a política fiscal imposta por Portugal con- tribuiu para ampliar a insatisfação e criar o am- biente propício às revoltas coloniais? 3. Em fevereiro de 1684, um grupo de revolto- sos depôs o governador da capitania do Ma- ranhão, Francisco de Sá Menezes e constituiu uma junta governativa liderada por Manuel Beckman. Que fatores históricos motivaram tais acontecimentos, conhecidos como Revol- ta dos Beckman? 4. A Guerra dos Mascates (1710-1712) opôs comer- ciantes do Recife a senhores de engenho que controlavam a Câmara Municipal de Olinda. Descreva o contexto econômico e político que consolidou a rivalidade entre esses dois setores da elite. 5. Elabore uma linha do tempo com os aconteci- mentos que conduziram à Revolta de Filipe dos Santos, conflito entre os colonos e a metrópole portuguesa ocorrido em Vila Rica, em 1720. 6. Explique o contexto político e econômico que motivou a Revolta de Filipe dos Santos. 7. Faça uma síntese do desfecho dos três conflitos coloniais analisados no capítulo: a Revolta dos Beckman, a Guerra dos Mascates e a Revolta de Filipe dos Santos. 8. Entre 1660 e 1661, grupos da elite do Rio de Ja- neiro lideraram uma rebelião conhecida como Revolta da Cachaça. Explique as origens dessa revolta e descreva seus desdobramentos. Organizando as ideias Hora de ReFLeTiR O governo brasileiro arrecada recursos por meio de impostos cobrados sobre diversas ativi- dades econômicas (comércio, indústria, agricul- tura, ocupação do solo urbano, rendimentos sa- lariais, consumo, etc.). Com esses recursos, ele deve promover obras de infraestrutura e assegu- rar que a população tenha acesso a serviços como saúde e educação. A fiscalização do uso desses recursos é realizada pela Controladoria Geral da União (CGU). Nos municípios existem formas de controle dos gastos públicos, como os Conselhos municipais ou mesmo a Câmara dos Vereadores. Reúna-se com seu grupo de colegas; juntos, dis- cutam se as pessoas devem ou não ser informadas sobre a gestão dos recursos públicos. Depois, ava- liem se na sua cidade as informações sobre esse assunto são facilmente acessíveis. Ao final da ativi- dade, elaborem uma carta destinada ao poder pú- blico municipal sugerindo formas de divulgação do uso dos recursos públicos. HMOV_v2_PNLD2015_159a165_U03_C19.indd 165 3/20/13 4:38 PM 166 No centro de Brasília localiza-se o Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves. Inaugurado em 1986, esse monumento homenageia os brasileiros considerados heróis nacionais. O Livro de Aço, também chamado de Livro dos Heróis da Pátria, é um dos objetos que compõem o acervo do Panteão. Nele, estão inscritos o nome dos heróis nacionais, como Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, e Alberto Santos Dumont, um dos pioneiros da aviação no mundo. Em 2011, a lista dos heróis da pátria ganhou mais quatro nomes: os alfaiates João de Deus e Manuel Faustino e os soldados Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas. Em 1798, os quatro participaram de um levante em Salvador cujo objetivo era o de pôr fi m ao domínio português na região. O movimento fi cou conhecido por Conjuração Baiana e Revolta dos Alfaiates. Infl uenciados pelos ideais iluministas, suas lideranças defendiam a proclamação da República, o fi m da escravidão e o livre-comércio. Para homenagear os heróis da Revolta de Búzios, também conhecida como Revolta dos Alfaiates e Conjuração Baiana, foram lançados em 2011, o selo personalizado e o carimbo comemorativo. A iniciativa é da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República e do Governo da Bahia. E m p re s a B ra s il e ir a d e C o rr e io s e T e lé g ra fo s /A rq u iv o d a e d it o ra Rubens Chaves/Pulsar Imagens O sonho da emancipação Capítulo 20 Objetivos do capítulo n Perceber a influência dos ideais iluministas nos movimentos de emancipação da colônia portuguesa na América. n Compreender os reflexos da administração do marquês de Pombal para a eclosão desses movimentos emancipacionistas. n Compreender o contexto histórico, a composição social e os objetivos da Inconfidência Mineira e da Conjuração Baiana, relacionando diferenças e semelhanças entre esses movimentos. n Identificar a importância desses movimentos de emancipação para a formação da nação brasileira posteriormente e, por consequência, para a construção de uma cidadania brasileira. A conspiração fracassou, diversas pessoas foram presas e os quatro líderes foram enforcados e esquartejados. Neste capítulo conheceremos mais sobre a Conjuração Baiana e também sobre a Inconfi dência Mineira, outro movimento que, a exemplo do que ocorreu em Salvador, contribuiu para abalar as estruturas portuguesas na América. HMOV_v2_PNLD2015_166a175_U03_C20.indd 166 3/20/13 4:38 PM
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