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Historia em movimento Vol 3-30

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204 Unidade 4 Ética
* Veja o filme A 
classe operária 
vai ao paraíso, de 
Elio Petri, 1972, e 
leia o romance O 
Buda do subúrbio, 
de Hanif Kureishi, 
Companhia das 
Letras.
Essas sacolas levam cerca de 400 anos para 
se decompor na natureza. Feitas de derivados 
do petróleo, quando incineradas liberam gran-
de quantidade de gás carbônico na atmosfera, 
um dos principais responsáveis pelo aquecimen-
to global. Descartadas de maneira incorreta, são 
um dos principais poluidores de mares e oce-
anos. Uma vez no mar, elas provocam a morte 
de muitos animais marinhos, que ingerem frag-
mentos de plástico e morrem. 
Veja a seguir algumas sugestões de como di-
minuir o uso dessas sacolas no dia a dia.
• Quando for às compras, você pode levar sacolas 
retornáveis, como as de feira ou de pano.
• No supermercado, se possível coloque suas 
compras em caixas de papelão em vez de colo-
cá-las em sacolinhas plásticas. 
• Caso seja indispensável o uso de sacolas plás-
ticas, utilize sua capacidade máxima, reutilize 
sacolas já usadas ou encaminhe-as para recicla-
gem. Peça a seus pais e outros parentes que fa-
çam o mesmo.
De olho no mundo
Reúna-se com seu grupo de colegas e, com base 
no texto, discutam sobre o uso de objetos de plás-
tico (sacos de supermercado, recipientes, emba-
lagens, garrafas de água, etc.). Depois, elaborem 
uma campanha de esclarecimento e incentivo ao 
uso racional dos saquinhos de supermercado, es-
colhendo uma modalidade de peça publicitária 
(um esquete de rádio, um cartaz, um vídeo, uma 
imagem para camisetas, etc.). Depois, apresentem 
à classe o resultado do trabalho.
A crise do petróleo
Os anos dourados, entre-
tanto, começaram a perder o 
brilho* a partir da década de 
1970. Nos Estados Unidos, os 
gastos com a intervenção de 
tropas norte-americanas na 
Guerra do Vietnã fizeram cres-
cer assustadoramente a dívida 
nacional. Diante disso, em 1971 o governo norte-
-americano promoveu a desvalorização do dólar, al-
terando com isso o valor de todas as outras moedas.
Dois anos mais tarde, a Organização dos Países 
Exportadores de Petróleo (Opep), entidade interna-
cional cuja maioria é formada por Estados árabes, 
provocou uma nova crise de proporções mundiais: 
em outubro de 1973, às vésperas da Guerra do Yom 
Kippur, conflito entre árabes e israelenses (leia o ca-
pítulo 19), a organização dobrou o preço do barril de 
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petróleo. Durante o conflito, a Opep chegaria a sus-
pender a venda de petróleo aos países cujos governos 
apoiassem o governo de Israel.
Assim, em 1974, o barril de petróleo era vendido 
a mais de 11 dólares, o que levou muitas indústrias 
dependentes do combustível em todo o mundo a re-
duzir seu ritmo de produção e a demitir trabalhado-
res. Nesse processo, milhares de pessoas perderam o 
emprego. 
As principais potências capitalistas reduziram seu 
ritmo de crescimento econômico e a inflação disparou 
em boa parte do mundo, chegando aos dois dígitos 
em países como França, Inglaterra e Estados Unidos. 
A maior parte das populações da África, da Ásia 
e da América Latina tornou-se mais pobre. Diversos 
países desses continentes entraram em recessão na 
década de 1980 e o desemprego aumentou (sobre 
a situação do Brasil, ver capítulo 21). As desigualda-
des sociais em todo o mundo se acentuaram, e um 
grande número de pessoas passou a viver na miséria, 
mendigando e dormindo nas ruas.
Cisne se alimenta em lago poluído por embalagens 
plásticas em Cumbria, Inglaterra. Foto de 2005.
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205Duas décadas de crise Capítulo 17
O triunfo do neoliberalismo
Diante da crise generalizada, muitos economis-
tas passaram a defender a necessidade de se pôr 
em prática uma nova política econômica. Para eles, 
como forma de reduzir seus gastos, os Estados deve-
riam se afastar das atividades produtivas e deixar o 
mercado regular livremente o preço dos bens e ser-
viços. Para tanto, propunham a privatização das em-
presas estatais e a abertura das economias em rela-
ção ao mercado externo.
Além disso, afirmavam que o governo deve-
ria reduzir cada vez mais a sua participação nos 
serviços de assistência social, 
transferindo essas atribui-
ções às empresas privadas*. 
A própria legislação traba-
lhista, diziam eles, deveria ser 
substituída pela livre negociação entre patrões e 
empregados. Enfraquecia-se assim o papel dos 
sindicatos. Tais medidas, prometiam, estimulariam 
o crescimento econômico, levando a uma melhor 
distribuição da riqueza.
Essa teoria econômica, conhecida como neoli-
beralismo, foi amplamente posta em prática duran-
te o período em que Margareth Thatcher, do Partido 
Conservador, ocupou o cargo de primeira-ministra 
da Inglaterra, entre 1979 e 1990. Posteriormente, 
difundiu-se por outros países, como os Estados Uni-
dos, onde, em 1980, assumiu o poder o presidente 
Ronald Reagan, do Partido Republicano.
Tanto Reagan como Thatcher desativaram pro-
gramas sociais e extinguiram mecanismos destinados 
a amparar os trabalhadores. Essas 
medidas, aliadas a cortes nos gas-
tos do governo, fizeram a econo-
mia dos dois países crescer, mas 
acentuaram as desigualdades so-
ciais*. Só na Grã-Bretanha, havia, 
em 1989, 400 mil sem-teto.
Os Tigres Asiáticos
Enquanto boa parte dos países ocidentais enfren-
tava forte recessão nas décadas de 1970 e 1980, al-
gumas nações da Ásia atravessavam um momento 
de grande desenvolvimento econômico. Entre 1965 e 
1990, esses países cresceram três vezes mais do que a 
América Latina. De modo geral, as taxas de crescimen-
to foram da ordem de 8% ao ano, razão pela qual es-
ses países passaram a ser chamados de Tigres Asiáticos.
Impulsionados pelo forte desenvolvimento in-
dustrial do Japão ocorrido na década de 1960, Co-
reia do Sul, Taiwan (Formosa), Hong Kong e Cinga-
pura foram os primeiros Tigres a experimentar essa 
expansão econômica. No final da década de 1970, foi 
a vez dos novos Tigres: Indonésia, Tailândia e Malásia.
Nesse meio-tempo, a China, país de economia 
socialista, contraposta à dos Tigres Asiáticos, todos 
de economia capitalista, passou a apresentar índi-
ces ainda maiores de desenvolvimento (veja na seção 
Passado presente, na página seguinte, análise sobre 
o extraordinário desenvolvimento da China nas últi-
mas décadas).
A expansão econômica dos Tigres Asiáticos foi 
estimulada, principalmente, pelas altas taxas de pou-
pança, pelos elevados índices de investimento e pe-
los baixos salários. A ênfase na educação garantiu 
uma boa qualidade de mão de obra. Os setores de 
eletroeletrônicos, vestuário e informática foram os 
que mais cresceram.
Em meados de 1997, o sistema financeiro dos 
Tigres Asiáticos entrou em crise, provocando fuga de 
capitais e quebra de empresas. Em vários desses paí-
ses, o governo viu-se obrigado a desvalorizar a moe-
da e a pedir empréstimos ao Fundo Monetário Inter-
nacional (FMI).
A crise dos Tigres Asiáticos teve enorme reper-
cussão: as bolsas de valores de todo o mundo caí-
ram e a economia mundial viveu um período de ins-
tabilidade generalizada. A partir de 1999, porém, a 
economia da maioria desses países voltou a crescer.
* Veja o filme Wall 
Street, de Oliver 
Stone, 1987.
Lideranças políticas de alguns dos países mais industrializados 
do mundo em foto de 1981, em Ottawa, no Canadá. Ronald 
Reagan (quarto da esquerda para a direita), presidente dos 
Estados Unidos, e Margareth Thatcher (segunda da direita para 
a esquerda), primeira-ministra britânica, foram dois grandes 
defensores do neoliberalismo econômico nesse período.
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* Veja os filmes 
Ou tudo ou 
nada, de Peter 
Cattaneo, 
1997; e Meu 
nome é Joe, 
de Ken Loach, 
1998.
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206 Unidade4 Ética
As transformações econômicas 
da China
A China é protagonista da mais espetacular 
transformação econômica da história, que tirou 
o país do isolamento e da pobreza de trinta anos 
atrás e mudou de maneira radical a vida de 1,3 bi-
lhão de pessoas. O restante da humanidade assis-
te assombrada à emergência dessa nova potên-
cia, que, no curto período de 2005 a 2008, saiu da 
sétima para a terceira posição entre os maiores 
PIBs do mundo, deixando para trás Alemanha, In-
glaterra, França e Itália.
O país onde ter uma bicicleta era o grande 
sonho de consumo é hoje o segundo maior mer-
cado automobilístico do mundo. Os chineses 
que viviam de costas para o 
mundo se ocidentalizaram* 
com uma rapidez eston-
teante – na maneira de ves-
tir, na crescente liberação se-
xual, na multiplicação de redes de fast-food, na 
paixão por grifes estrangeiras e no incipiente con-
sumismo.
Desde 1978, a China cresce a uma média de 
9,6% ao ano, feito que nenhum outro país exibiu 
por tanto tempo. Nesse ritmo, o tamanho da eco-
nomia dobra a cada oito anos. A rápida expansão 
resgatou 400 milhões de pessoas da pobreza ab-
soluta, no mais bem-sucedido programa de com-
bate à miséria da história.
Mas o Partido Comunista hoje go-
verna um país no qual a distância en-
tre ricos e pobres cresce de maneira 
alarmante. A me-
teórica ascensão é 
acompanhada pelo 
aumento das ten-
sões*, na medida 
em que a prosperi-
dade benefi cia mais os moradores das 
cidades do leste do que os 56% da po-
pulação da zona rural. Enquanto Pe-
quim e Xangai exibem uma legião de 
bilionários, milhões de camponeses 
ainda trabalham a terra com o mesmo 
arado de madeira puxado por búfalos 
usado há séculos no país.
Adaptado de: TREVISAN, Cláudia. 
A mais espetacular mudança econômica. 
O Estado de S. Paulo, 8 jun. 2008, p. E-4.
Passado Presente
Revolução no Irã
As mudanças notadas no mundo ocidental pro-
duziram reflexos também nos países muçulmanos. 
Nas décadas de 1950 e 1960, um grupo de religio-
sos começou a se destacar entre eles: o dos funda-
mentalistas islâmicos. Os adeptos dessa corrente 
de pensamento acreditam na superioridade da reli-
4
* Veja o filme A 
plataforma, de 
Jia Zhang-Ke, 
2000.
* Veja o 
documentário 
China blue, 
de Micha X. 
Peled, 2005.
Habitações precárias e prédios de luxo fazem 
parte da mesma área residencial de Wuhan, 
província de Hubei, na China. Foto de 2012.
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gião maometana sobre as demais, interpretam o Al-
corão (livro sagrado dos muçulmanos) ao pé da letra 
e se opõem à modernização pela qual vêm passando 
diversos países islâmicos, sobretudo os do Oriente 
Médio. Para eles, a existência de bares, boates, ban-
cos, hotéis e cinemas nesses países é a prova de que 
a cultura islâmica está sendo influenciada pela “de-
cadente cultura ocidental”.
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207Duas décadas de crise Capítulo 17
Na década de 1970, os fundamentalistas entra-
ram definitivamente no cenário internacional. No Irã, 
os xiitas, uma seita muçulmana fundamentalista, to-
maram o poder em 1979, após deflagrarem a primei-
ra revolução islâmica dos tempos modernos.
O Irã passava na época por um processo de oci-
dentalização dos costumes. O xá (rei) Mohamed Reza 
Pahlevi, no poder desde meados de 1950, havia sus-
pendido diversas restrições impostas às mulheres e 
estimulado a educação e a industrialização.
Seu governo, no entanto, era acusado de benefi-
ciar apenas a parcela mais rica da população, sem se 
preocupar com a grande maioria dos iranianos, mui-
tos dos quais viviam em condições miseráveis. Tam-
bém havia denúncias de corrupção e revolta contra a 
ação da polícia secreta, que reprimia, torturava e as-
sassinava opositores.
Em 1978, os protestos contra a monarquia se in-
tensificaram. O principal líder da oposição era o aia-
tolá (título religioso) xiita Ruhollah Khomeini, exilado 
em Paris. Em janeiro de 1979, 
o xá foi obrigado a fugir do 
Irã. Dias depois, Khomeini re-
tornava triunfalmente ao país.
Senhor da situação, Kho-
meini instaurou no Irã uma 
República teocrática*. Segui-
dores do xá foram presos ou 
assassinados, as mulheres foram obrigadas a cobrir 
os cabelos em público e a música secular foi proibida.
Em 1980, o Irã e o Iraque (apoiado pelos Estados 
Unidos) entraram em uma guerra que se estendeu 
até 1988, arrasou a economia dos dois países, dei-
xou mais de 700 mil mortos e não teve vencedores. 
Com a morte de Khomeini, em 1989, fundamentalis-
tas e reformistas passaram a disputar o poder no país, 
como mostra o boxe a seguir.
* Veja a animação 
Persépolis, de 
Vincent Paronnaud 
e Marjane Satrapi, 
2007, e leia a 
graphic novel 
homônima, de 
Marjane Satrapi.
Fundamentalistas × reformistas
A Revolução Iraniana encontrou eco muito po-
sitivo no mundo árabe, sendo saudada, em pri-
meiro lugar, como um evento antiocidental e, em 
segundo, como sinal encorajador de que profun-
das mudanças internas eram possíveis. A fase de 
normalização da revolução começou na segunda 
metade dos anos 1980: a população estava satu-
rada dos sermões religiosos, as reformas agrária e 
econômica tardavam e a corrupção voltou, aliada 
a um sentimento generalizado de decepção.
Quando Khomeini faleceu, em 1989, o Irã havia 
se tornado um Estado isolado, acusado de abrigar e 
incitar terroristas, inspirando medo e repugnância.
Desde a última década do século XX, vem se 
travando uma dura luta entre os conservadores 
(os radicais fundamentalistas*) e os reformistas. 
Os temas de controvérsia são 
não só as normas sociais, as 
liberdades políticas, a abertu-
ra ou o fechamento em rela-
ção ao mundo, mas também os problemas econô-
micos, que pioraram nos anos 1990.
A tendência reformista deseja reintegrar o Irã 
ao mundo como um Estado “normal”, defende o 
diálogo em vez do choque entre as civilizações e 
não mais rejeita a priori a globalização. Os fun-
damentalistas, em contrapartida, controlam todos 
os mecanismos do poder: a lei e os juízes, a polí-
cia, o exército, o dinheiro, os meios oficiais de co-
municação, e dispõem do apoio tácito das classes 
menos instruídas e mais tradicionalistas.
Adaptado de: DEMANT, Peter. O mundo muçulmano. 
São Paulo: Contexto, 2004. p. 236-239.
Passado Presente
* Veja o filme O 
círculo, de Jafar 
Panahi, 2000.
A Revolução Islâmica no Irã nasceu como um movimento 
em prol da democracia. Nesta foto, de 1979, manifestantes 
seguram cartaz com foto do aiatolá Khomeini que, naquele 
ano, liderou a derrubada do governo do xá Reza Pahlevi e a 
implantação de uma República islâmica no país.
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208 Unidade 4 Ética
Hora DE REFLETIR
Como vimos, o grupo ambientalista Greenpeace 
surgiu na década de 1970, preocupado com a degra-
dação ambiental decorrente da industrialização. Hoje, 
grupos ambientalistas e setores da sociedade lutam 
para que as indústrias adotem um comportamento 
ético e passem a colocar entre suas prioridades não 
só o lucro e o crescimento econômico, mas também a 
preservação do meio ambiente e a melhoria da qua-
lidade de vida dos trabalhadores e da comunidade 
como um todo.
Ao adotar esse comportamento, o empresário es-
tará assumindo sua responsabilidade social para com 
a sociedade e as futuras gerações. Em sua comuni-
dade existem indústrias que desenvolvem trabalhos 
de preservação do meio ambiente? É possível haver 
responsabilidade social sem ética nos negócios?
Em grupos, discutam o tema e reúnam informa-
ções sobre a sua região. Em seguida, montem pai-
néis com um esquema para responder às questões 
propostas. Apresentem o painel à classe e promo-
vam um debate.
A revolução do microchip
Cientistas norte-americanos apresentaram, 
em 1961, um invento que revolucionou o mundoda tecnologia, aposentando de vez as antigas 
válvulas a vácuo e os transistores: o microchip. 
Medindo poucos centímetros, os microchips 
são circuitos integrados que combinam deze-
nas de transistores, diodos e resistores. Graças 
à sua invenção, calculadoras, rádios, computa-
dores gigantescos e outras máquinas puderam 
ser produzidos em tamanhos cada vez menores.
Em 1971, diversos microchips de silício foram 
unificados em uma única peça de 3 mm × 4 mm. 
Dessa junção surgiu o microprocessador. Fazendo 
a função de 2 300 transistores, ele continha todas 
as informações necessárias para que um compu-
tador lesse e executasse as instruções dos pro-
gramas. O aperfeiçoamento do microprocessador 
permitiu a criação do primeiro computador pes-
soal, em 1979.
De olho no mundo
Em dupla, façam uma pesquisa sobre a presen-
ça do microchip na nossa vida cotidiana. Encon-
trem uma utilização pouco conhecida e inusitada 
do microchip e reúnam informações para descre-
ver oralmente à classe a descoberta da dupla.
¡sso...Enquanto
1. O período entre o final da Segunda Guerra Mun-
dial e o início da década de 1970 é conhecido 
como a Era de Ouro do capitalismo. Que caracte-
rísticas desse período justificam a denominação?
2. Por que a crise do petróleo foi responsável pelo 
fim dos anos dourados, no início da década 
de 1970?
3. Explique quais são os fundamentos da política 
econômica do neoliberalismo. Cite dois exem-
plos de governos que implantaram as ideias 
neoliberais.
4. Por que a Coreia do Sul, Taiwan (Formosa), Hong 
Kong e Cingapura, entre outros países, foram cha-
mados de Tigres Asiáticos?
5. Descreva as mudanças econômicas e sociais vividas 
pela China nas últimas décadas e suas contradições.
6. Em que contexto se realizou a Revolução Iraniana 
que conduziu o aiatolá xiita Ruhollah Khomeini 
ao poder em 1979?
7. Por que a Revolução Iraniana provocou, a partir 
de 1989, um conflito entre fundamentalistas e re-
formistas?
Organizando as IDEIas Atenção: não escreva no livro. Responda sempre no caderno.
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Pawel Supernak/Corbis/Latinstock
Com uma população de 141 milhões de 
habitantes, a Federação Russa é o maior país do 
mundo em extensão: ocupa uma área de 
17 milhões de quilômetros quadrados. Algumas 
das maiores reservas mundiais de carvão, gás e 
petróleo estão em território russo, e a exportação 
dessas mercadorias é uma das bases da economia 
do país. 
Ao lado do Brasil, da Índia, da China e 
da África do Sul, a Federação Russa tem sido 
considerada uma das principais economias 
emergentes da atualidade. Nos primeiros anos 
do século XXI, a economia do país apresentou 
um crescimento acima da média mundial. A crise 
financeira mundial de 2008 afetou a expansão 
desse crescimento, mas mesmo assim, em 2012, 
o PIB da Federação Russa ultrapassou os 4%, 
revelando que a economia russa voltou a crescer.
Essa situação é bem diferente daquela 
enfrentada pela Rússia no início da década de 
1990, quando o país passou por uma profunda 
crise econômica, agravada pelo fim da União 
Soviética, da qual fazia parte. Na ocasião, 
Da esquerda para a 
direita, vê-se a presidente 
do Brasil Dilma Rousseff, 
o chefe do Estado russo 
Vladimir Putin, 
o primeiro-ministro 
indiano Manmohan Singh, 
o presidente da China Hu 
Jintao e o presidente 
sul-africano Jacob Zuma, 
em encontro dos líderes 
do Brics em Los Cabos, 
México. A reunião foi 
realizada pouco antes da 
cúpula do chamado G20, 
em junho de 2012.
Capítulo 18
O fim do bloco comunista
Objetivos do capítulo
 n Compreender o processo de crises 
socioeconômicas e políticas que culminou com 
a extinção da União Soviética nas décadas finais 
do século XX.
 n Relacionar o fim da URSS às alterações na 
geopolítica do Leste Europeu e ao fim da 
Guerra Fria.
 n Compreender o significado do termo Brics 
e o papel da Rússia como país de economia 
emergente na atualidade.
 n Perceber a relação entre o surgimento de novos 
países no antigo território da URSS e a eclosão 
de vários conflitos étnico-religiosos nesses 
países.
 n Compreender a relação entre o conceito da 
unidade – Ética – e a transparência na política 
e o acesso à informação.
o governo russo deixava de lado uma economia 
planificada, baseada em empresas estatais, 
e migrava para a economia capitalista de 
mercado, que adota atualmente. Neste capítulo 
estudaremos como ocorreu o fim da União 
Soviética.
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210 Unidade 4 Ética
travam grandes avanços na produção de cimento, 
roupas, trigo, calçados e outros bens, as lojas e mer-
cados encontravam-se com suas gôndolas frequen-
temente vazias. Quando aparecia algum produto 
nesses estabelecimentos, formavam-se extensas fi-
las de compradores.
urss em crise
No período compreendido entre o fim da Se-
gunda Guerra Mundial e o início da década de 1980, 
a União Soviética se consolidou como uma superpo-
tência, polarizando com os Estados Unidos a dispu-
ta pela hegemonia mundial. Ao longo dessas déca-
das, o governo soviético conseguiu garantir direitos 
básicos à população, como o acesso à educação e à 
saúde. Além de intensa industrialização, houve tam-
bém grandes avanços científicos. A partir dos anos 
1970, porém, essa sociedade altamente burocrati-
zada e de economia estatizada começou a dar sinais 
de esgotamento.
Uma das razões para isso era o rígido controle 
da economia exercido pela burocracia, que estabe-
lecia metas para os setores produtivos por meio de 
planos que envolviam todas as atividades econômi-
cas. Dessa forma, o governo soviético estabelecia o 
que as fábricas deveriam produzir e em que quanti-
dade, onde as matérias-primas deveriam ser compra-
das, qual o preço final das mercadorias, o salário dos 
trabalhadores, etc.
As pessoas indicadas pelo governo para dirigir 
as empresas eram burocratas* que tinham por prin-
cipal objetivo atingir as metas fixa-
das pelo plano. Como não havia 
concorrência, os fabricantes não se 
preocupavam em aprimorar a qua-
lidade das mercadorias e em ofere-
cer uma grande variedade de bens 
de consumo.
Na década de 1970, os países capitalistas de-
senvolvidos obtiveram notáveis avanços tecnológi-
cos, principalmente nas áreas de informática, mi-
croeletrônica, biotecnologia e telecomunicações. As 
indústrias soviéticas, contudo, não acompanharam 
esse desenvolvimento. Refém da Guerra Fria e de 
uma concepção burocrática do desenvolvimento, o 
governo soviético destinava boa parte de seus recur-
sos à expansão da indústria bélica, de modo a fazer 
frente aos Estados Unidos na corrida armamentista. 
Todos esses fatores somados colocaram a economia 
soviética à beira do colapso.
Incapazes de atingir as metas de produção esti-
puladas pelo governo, as fábricas apresentavam es-
tatísticas falsas, afirmando que o objetivo havia sido 
alcançado. Assim, enquanto os dados oficiais mos-
1
Nos últimos anos do comunismo na União Soviética, 
a dificuldade em encontrar artigos de primeira necessidade 
tornou-se cada vez maior. Nesta foto de 1987, pessoas 
fazem fila em Moscou para comprar sapatos.
* Veja o filme 
Cidade zero, 
de Karen 
Chakhnazarov, 
1988.
Para muitos, era mais fácil comprar os artigos 
oferecidos no mercado paralelo, onde os preços eram 
mais altos do que os tabelados pelo governo. Diver-
sos produtos estrangeiros só 
eram obtidos por meio do con-
trabando*. Apenas os burocra-
tas da nomenklatura – palavra 
que passou a designar a elite 
do Partido Comunista e do governo, detentora de di-
versas mordomias – tinham fácil acesso aos produtos 
de luxo vindos do exterior.
A crise não afetava apenas a indústria de bens 
de consumo. As indústrias de base revelaram-se de-
fasadas e ineficientes. No campo, as safras agrícolas 
já não garantiam o sustento da população,levando o 
governo a importar alimentos. Além disso, a corrup-
ção se generalizava, envolvendo a máquina do go-
verno e a do Partido Comunista, o único autorizado 
a atuar.
A insatisfação da população aumentava cada 
vez mais, sobretudo nos países do Leste Europeu. 
* Veja o filme 
4 meses, 3 semanas 
e 2 dias, de Cristian 
Mungiu, 2007.
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