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F R E N T E 2 137 Associação em série Observe a figura a seguir. i A B R 1 U 1 U2 U 3 R 2 R 3 U Fig. 13 Associação de resistores em série. Pode-se ver na figura 13 que, se uma corrente i entrar pelo resistor R1, ela obrigatoriamente vai percorrer os re- sistores R2 e R3, ou seja, a corrente que percorre os três resistores é a mesma. Nesse caso, dizemos que os resis- tores estão em série. O que se quer agora é calcular uma resistência R equivalente que tenha os mesmos efeitos físicos que as resistências R1 ,R2 e R3. Assim, se substituirmos as resis- tências pela resistência equivalente, não haverá nenhuma mudança no circuito. i R eq U A B Fig. 14 Resistência equivalente entre A e B. Para que a corrente i flua através da associação dos três resistores é necessário que haja uma diferença de po- tencial (ddp) U aplicada nos pontos A e B, de tal forma que a diferença de potencial total seja a soma das diferenças de potencial em cada um dos resistores, isto é: Utotal = U1 + U2 + U3 em que U1, U2 e U3 são as tensões nos resistores R1, R2 e R3, respectivamente, e U é a tensão total aplicada nos terminais A e B da associação. A primeira lei de Ohm nos permite escrever que: U1 = R1 ⋅ i; U2 = R2 ⋅ i; U3 = R3 ⋅ i Como queremos substituir os três resistores por um equivalente, vamos escrever que a tensão total U é igual ao produto da corrente i que atravessa os quatro resistores pela resistência equivalente, isto é: U = Requivalente ⋅ i Igualando as expressões anteriores, temos que: U R i R i R i R i equivalente 1 U 2 U 3 U1 2 3 = ⋅ = ⋅ + ⋅ + ⋅ Finalmente, a resistência equivalente é dada por: Requivalente = R1 + R2 + R3 Para generalizarmos o resultado, se houver n resistores em série, a resistência equivalente em série será simples- mente o somatório de todas as resistências, ou seja: ∑= + + + + = = R R R R ... R R equivalente 1 2 3 n i i 1 n Exercício resolvido 5 Têm-se três resistores de resistências elétricas R1=6,0 W; R2 = 10 W e R3 = 20 W. Esses resistores são associados em série, e a associação é submetida à ddp U=180 V. Determine: a) a resistência elétrica do resistor equivalente à associação. b) a intensidade de corrente que atravessa a asso- ciação. c) a ddp em cada um dos resistores associados. Resolução: R 1 U 1 U 2 U 3 R 2 R 3i i U a) A resistência elétrica do resistor equivalente é dada por: RS = R1 + R2 + R3 RS = 6,0 + 10 + 20 RS = 36 W b) A intensidade da corrente que atravessa a as- sociação é igual à da que atravessa o resistor equivalente quando submetido à mesma ddp. Aplicando a primeira lei de Ohm: U = RS ⋅ i = =i U R 180 36 S i = 5,0 A c) Aplicando novamente a primeira lei de Ohm a cada resistor associado, obtemos as respectivas diferen- ças de potencial: U1 = R1 ⋅ i U1 = 6,0 ⋅ 5,0 U1 = 30 V U2 = R2 ⋅ i U2 = 10 ⋅ 5,0 U2 = 50 V U3 = R3 ⋅ i U3 = 20 ⋅ 5,0 U3 = 100 V y Se houver n resistores R iguais em série, a resistência equiva- lente será: Requivalente = n ⋅ R y A resistência equivalente em série é sempre maior do que a maior das resistências da associação. y O cálculo da resistência equivalente é sempre realizado entre dois pontos do circuito. A escolha desses pontos afeta o cálculo da resistência equivalente. Essa observação também é válida para o cálculo de resistências em paralelo. Atenção FÍSICA Capítulo 5 Resistores138 Associação em paralelo i 2 R 1 R 2 R 3 A B i 3 i 1 i U Fig. 15 Associação de resistores em paralelo. Observa-se, pela figura acima, que os resistores R1, R2 e R3 estão conectados nos mesmos nós A e B, portanto a ddp nos resistores é igual. Quando associados dessa forma, di- zemos que os resistores estão em paralelo (indicado por //). Passemos agora ao cálculo da resistência equivalente entre os três resistores R1, R2 e R3 em paralelo. Para tal, basta observar, na figura 15, que a corrente i que entra na associação é igual à soma das correntes i1, i2 e i3 que percorrem os resistores. i = i1 + i2 + i3 A diferença de potencial sobre cada resistor em pa- ralelo é a mesma, como afirmado anteriormente. Portanto, podemos escrever, com base na primeira lei de Ohm, que: i U R ; i U R e i U R1 1 2 2 3 3 = = = A corrente total i é a que atravessa a associação, ou seja, ela é equivalente ao quociente da ddp U pela resis- tência equivalente: i U R eq = Utilizando as três equações anteriores, tem-se que: i U R U R U R U R eq 1 i 2 i 3 i 1 2 3 = = + + Portanto, podemos escrever que: 1 R 1 R 1 R 1 R equivalente 1 2 3 = + + Para generalizarmos o resultado, se houver n resistores em paralelo, o inverso da resistência equivalente em paralelo será simplesmente o somatório de todas as resistências, ou seja: 1 R 1 R 1 R 1 R ... 1 R 1 R equivalente 1 2 3 n ii 1 n ∑= + + + = = Exercício resolvido 6 São associados em paralelo dois resistores de resis- tências elétricas R1 = 6,0 W e R2 = 12 W. A associação é submetida à ddp U = 48 V. Determine: a) a resistência elétrica do resistor equivalente à as- sociação. b) a intensidade da corrente que percorre o resistor equivalente. c) a intensidade da corrente que percorre cada um dos resistores associados. R 2 i 1 i 2 R 1 i i U Resolução: a) Como são dois resistores associados em paralelo, a resistência equivalente pode ser calculada pela razão entre o produto e a soma das resistências dos resistores associados: = ⋅ + R R R R Rp 1 2 1 2 = ⋅ + =R 6,0 12 6,0 12 72 18p Rp = 4,0 W b) Aplicando a primeira lei de Ohm para o resistor equivalente, sendo U = 48 V, temos: U = Rp ⋅ i =i U R p =i 48 4,0 i = 12 A c) A aplicação da primeira lei de Ohm a cada um dos resistores associados fornece: = ⇒ = ⇒ =i U R i 48 6,0 i 8,0 A 1 1 1 1 = ⇒ = ⇒ =i U R i 48 12 i 4,0 A 2 2 2 2 y Se houver n resistores R iguais em paralelo, a resistência equi- valente será: =R R nequivalente y A resistência equivalente em paralelo é sempre menor do que a menor das resistências da associação. y Uma fórmula bastante utilizada é a do cálculo da resistência entre dois resistores em paralelo. Se dois resistores R1 e R2 estão em paralelo, a resistência equivalente é dada por: = ⋅ + =R R R R R produto de R e R soma de R e Requivalente 1 2 1 2 1 2 1 2 Atenção F R E N T E 2 139 A B R 1 R 2 Fig. 16 Associação de dois resistores em paralelo. Curto-circuito O entendimento do termo “curto-circuito”, ou simples- mente curto, é crucial para a resolução e, principalmente, para o entendimento dos circuitos elétricos. De forma ge- ral, tem-se a ideia de que a única forma de fazer com que ocorra curto entre dois pontos de um circuito elétrico é conectá-los através de um condutor ideal. Conforme será visto neste tópico, esta é uma das formas na qual é pos- sível que dois pontos estejam em curto, porém há outras possibilidades. Considere a figura a seguir, na qual podemos observar três resistores R1, R2 e R3 conectados entre os pontos A e C. A C U B i R 1 R 2 R 3 Fig. 17 Resistores em série. Estando os três resistores em série, a corrente i é fa- cilmente calculada como: Dessa forma, a ddp entre os pontos B e C é dada por: U R i R R U R R R BC BC 2 3 1 2 3 ( )= ⋅ = + ⋅ + + A seguir, é colocado entre os pontos B e C um fio ideal, considerado com resistência elétrica nula, como se observa a seguir. i’ i’ R 1 R 2 R 3 C fio ideal (R = 0) B A U Fig. 18 Resistores R2 e R3 curto-circuitados. A colocação do fio ideal altera a resistência entre os pontos A e C, tal que: � R R R R //0 R AC 1 2 3 R' 1 BC ( )= + + = Consequentemente, a corrente também será alterada para um valor i’ dado por: i' U R U R AC 1 = = Finalmente, a ddp entre os pontos B e C pode ser cal- culada como: U' R' i' 0 i' 0 BC BC = ⋅ = ⋅ = Conclui-se que B e C estão em um mesmo potencial. Portanto, não há corrente circulando pelos resistores R2 e R3, razão pela qual podem ser retirados do circuito. Alterna- tivamente, se os pontos B e C se encontram em ummesmo potencial, eles podem ser unidos. Dessa forma, fica claro, conforme se vê na figura a seguir, que os resistores R2 e R3 podem ser retirados do circuito sem nenhuma alteração do seu funcionamento. R 2 R 1 B = C R 3 i' Fig. 19 Resistores R2 e R3 em curto. Da análise feita anteriormente, pode-se concluir que dois pontos de um circuito estão em curto quando se encontram em um mesmo potencial elétrico. Isso pode ocorrer, como se verá a seguir na ponte de Wheatstone, mesmo que os pontos não estejam ligados por fios ideais. Também conclui-se que a resistência equivalente entre dois pontos de um circuito que estão em curto é nula. Fusíveis e disjuntores São dispositivos de segurança de circuitos que limitam a quantidade de corrente que pode passar naquele ramo do circuito onde eles estão ligados. Os fusíveis se abrem quan- do a corrente que os atravessa passa do limite estipulado. Os disjuntores têm a mesma função, porém podem ser rearmados quando a corrente que o atravessa excede o limite estipulado. Elemento Figura Símbolo Disjuntor 30 A Fusível 20 A Tab. 3 Imagens e símbolos de um disjuntor e de um fusível. M a rk n a d s a v d e ln in g e n H a g e r/ W ik im e d ia C o m m o n s . © James Hoenstine | Dreamstime.com FÍSICA Capítulo 5 Resistores140 Reostatos São resistores cuja resistência é variável. A sua represen- tação no circuito é dada por onde os valores apresentados indicam a mínima e a máxima resistência do reostato. 0 – 50 Ω 0 – 1000 Ω Fig. 20 Representação circuital dos reostatos. Na figura a seguir, tem-se um reostato utilizado em la- boratórios de física. Fig. 21 Reostato. É muito importante que o aluno entenda o funcio- namento do reostato. Assim, será utilizada a ideia de curto-circuito. Na figura a seguir, é representado o es- quema geral de funcionamento de um reostato. A C B Fig. 22 Esquema de funcionamento do reostato. Na figura anterior, C é um cursor móvel que liga o fio ideal de resistência nula ao potencial A. Observa-se que, quando o cursor é movimentado na direção de B, o trecho da resistência AB em curto aumenta, o que faz com que a resistência diminua. Ao se movimentar o cursor na direção de A, tem-se que o trecho do resistor AB em curto diminui, o que faz com que a resistência aumente. Resolução de circuitos elétricos simples envolvendo resistores Inicialmente, é proposto o circuito da figura 23. i 1 i 3 i 2 R 2 = 2 Ω R 3 = 4 Ω A B R 4 = 12 Ω R 1 = 6 Ω 10 V Fig. 23 Circuito em análise, forma original. R e p ro d u ç ã o O que se deseja é resolver este circuito elétrico, o que significa ser capaz de determinar todas as tensões, corren- tes e potências nele envolvidas. Em circuitos puramente resistivos, a primeira coisa a fazer para a sua resolução é a determinação da resistência equivalente. Assim, as se- guintes questões podem ser feitas: a) Qual é a corrente fornecida pela bateria? b) Qual é a tensão no resistor R1? c) Qual é a corrente no resistor R3? d) Qual é a potência dissipada no resistor R4? Para responder a essas perguntas, deve-se inicialmente realizar o cálculo da resistência equivalente. Observa-se, inicialmente, que os resistores R2 e R3 es- tão em série, portanto podemos escrever que a resistência equivalente entre R2 e R3 vale: R 2 4 6 eq 2 3 = + = Ω E o circuito pode ser redesenhado da seguinte forma: Fig. 24 Circuito com a primeira equivalência. Observa-se que o resistor equivalente entre R2 e R3 está ligado nos mesmos nós que o resistor R4 (nós A e B). Assim, R eq 2 3 e R4 estão em paralelo e a resistência equi- valente pode ser calculada por meio da expressão para o cálculo de duas resistências em paralelo. Logo, a resistência equivalente entre os pontos A e B será: = = ⋅ + = Ω R R //R 6 12 6 12 4 eq A B eq 2 3 4 i 1 R 1 = 6 Ω 10 V A B = ΩR 4A eq B⎝ ⎛ ⎠ ⎞ Fig. 25 Circuito com a segunda equivalência. Finalmente, observa-se que a resistência R1 está em série com a R eq A B , de tal forma que a resistência equiva- lente do circuito será: = + = + = Ω R R R 6 4 10 eq 1 eq A B
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