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BIOLOGIA Capítulo 17 Sistema endócrino172 No entanto, há casos de glândulas endócrinas cuja produção hormonal sai dos níveis de normalidade, geran do desequilíbrios Em alguns casos, o hormônio promove aumento da atividade de uma estrutura, e em outros, redução Em termos químicos, os hormônios são de três ti pos principais: de natureza peptídica (como a insulina), derivados de lipídeos (hormônios esteroides, como a tes tosterona) e derivados de aminoácidos (como a adrenalina e os hormônios tireoidianos T3 e T4) Feedback negativo é um mecanismo de controle pelo qual a pro- dução ou a secreção de uma substância (como um hormônio, por exemplo) desencadeia a mudança de alguma atividade, que, por sua vez, diminui a produção da substância considerada. Atenção Hipófise A glândula hipófise, também chamada de pituitária, está localizada na base do cérebro, tem o tamanho de uma ervilha e apresenta dois lobos distintos, a adenoi- pófise (lobo anterior da hipófise) e a neuroipófise (lobo posterior da hipófise), que podem ser consideradas duas glândulas distintas, pois têm a sua origem em diferentes tipos de tecido (Fig 3) Hipotálamo Infundíbulo Vasos sanguíneos Neuroipófise Adenoipófise Células endócrinas Capilares Corpos celulares de neurônios Fig. 3 As divisões da hipófise e sua relação com o hipotálamo. Hormônios e glândulas endócrinas O sistema endócrino está associado à produção de hormônios, que são substâncias produzidas por glândulas desse sistema e transportadas pelo sangue, atuando como mensageiros químicos em um órgão-alvo específico e con- tribuindo para regular sua atividade (Fig. 1). Célula endócrina Célula-alvo Corrente sanguínea Hormônio Fig. 1 Fluxo hormonal pelo sangue: da produção à célula-alvo. As principais glândulas endócrinas são distribuídas em várias partes do organismo. São elas: hipófise, paratireoides, tireoide, suprarrenais, pâncreas, ovários e testículos (Fig 2) Pituitária (hipófise) Controla outras glândulas Tireoide Regula a taxa do metabolismo Paratireoides Aumentam os níveis de cálcio no sangue Adrenais Respondem aos níveis de açúcar e de sal Pâncreas Controla os níveis de açúcar no sangue Ovários Regulam o ciclo menstrual, o desenvolvimento dos seios e a ovulação Testículos Responsáveis pelas características sexuais masculinas secundárias e pela produção de esperma Fig. 2 Glândulas do sistema endócrino e suas principais funções. Além dessas glândulas, outros órgãos produzem hor- mônios, como os rins, o coração, o estômago e o duodeno. A concentração de hormônios na corrente sanguínea é mantida em estado de equilíbrio dinâmico (homeostase), apresentando pequenas variações. Quando uma glândula endócrina produz um hormônio e o libera na circulação, o ex- cesso, de modos variados, inibe a continuidade da produção; com o tempo, a concentração de hormônio no sangue sofre redução, já que ele está sendo consumido pelo(s) órgão(s)- -alvo, e a glândula é estimulada a liberar mais hormônio para a corrente sanguínea. Esse mecanismo de controle é conhecido como feedback negativo ou retroindução negativa. Hipóse (pituitária) Suprarrenais F R E N T E 3 173 A hipófise é responsável pela regulação da atividade de outras glândulas do corpo e de várias funções do or ganismo Essa glândula é ligada ao hipotálamo por meio do infundíbulo Terminações dos axônios do hipotálamo liberam hormônios na neuroipófise, os quais ficam ali ar mazenados, sendo liberados para os vasos sanguíneos quando necessário Alguns dos hormônios liberados pelo hipotálamo pas sam para a adenoipófise por meio de vasos sanguíneos; essas substâncias são hormônios reguladores da adenoi pófise: os hormônios RH estimulam (releasing hormone) e os IH inibem (inhibiting hormone) certas células a produzi rem ou não outros hormônios. No que diz respeito à atuação dessas glândulas, a adenoipófise controla o crescimento, a maturação sexual, a atividade de outras glândulas endócrinas e a produção de leite nas glândulas mamárias. Já a neuroipófise atua sobre a quantidade de urina eliminada pelos rins e sobre a expulsão do leite pelas glândulas mamárias (Fig. 4) Hormônios da neuroipófise O lobo posterior da hipófise secreta dois hormônios: ADH e ocitocina. y Hormônio antidiurético ADH (ou vasopressina): promove a reabsorção de água nos rins (nos túbulos dos néfrons), ocasionando a formação de urina mais concentrada Sua produção é estimulada quando o Ocitocina Antidiurético ProlactinaTireotrófico AdrenocorticotróficoSomatotrófico Gonadotrófico Aldosterona Neurossecreção Adenoipófise Neuroipófise Hipotálamo Hormônios liberados Contrações do útero Néfron Osso Suprarrenal (Adrenal) Tireoide Gônadas Glândula mamária (produção de leite) Glândula mamária (expulsão do leite) Fig. 4 Os hormônios hipofisários exercem o controle da atividade de diversas estruturas do organismo. indivíduo fica um longo período sem ingerir água, funcionando como um mecanismo poupador de água A inibição de produção de ADH ocorre com a ingestão de água ou de bebida alcoólica, o que ocasiona a formação de uma urina mais diluída Caso ocorra a interrupção prolongada na produção de ADH, o indivíduo elimina muitos litros de água pela urina, favorecendo também a perda de sais minerais e de glicose; esse quadro é denominado diabetes insípido, doença caracterizada por sede excessiva e pela excreção de grande quantidade de urina bas- tante diluída O ADH é também chamado de vasopressina porque induz a constrição moderada das arteríolas do corpo, elevando a pressão sanguínea y Ocitocina: determina a contração da parede uterina, promovendo as contrações fundamentais para a rea- lização do parto As contrações do útero estimulam a neuroipófise a secretar mais ocitocina, aumentando as contrações uterinas; esse mecanismo é denomi- nado feedback positivo. A injeção de ocitocina é um recurso utilizado em alguns casos para induzir o parto. A ocitocina também estimula a contração involuntária da musculatura das glândulas mamárias, promovendo a ejeção do leite; o estímulo ocorre com o início da amamentação, quando o bebê suga o mamilo. Esse hormônio também apresenta elevação de concentra- ção após o ato sexual Neuroipóse BIOLOGIA Capítulo 17 Sistema endócrino174 Hormônios da adenoipófise y Prolactina (ou hormônio lactogênico): estimula o au- mento das mamas e a produção de leite pelas glândulas mamárias (a ocitocina promove a expulsão do leite). y Somatotrofina (ou hormônio somatotrófico – GH): a sigla GH consiste na expressão growth hormone – em português, hormônio do crescimento. Esse hormônio promove a elongação dos ossos, estimula a divisão ce- lular e a síntese de proteínas (em ossos e músculos). A adenoipófise produz também os chamados hormô- nios tróficos, os quais exercem função estimulante de outras glândulas endócrinas (Fig. 4); são os seguintes: y Gonadotrofinas: atuam sobre as gônadas (testículos e ovários), provocando efeitos fisiológicos nessas estruturas, como a síntese de outros hormônios. As gonadotrofinas são o LH (luteinizing hormone – em português, hormônio luteinizante, ou luteotrófico) e o FSH (follicle stimulating hormone – em português, hormônio foliculestimulante). y Tireotrofina (ou hormônio tireotrófico) – TSH: a sigla TSH (thyroid stimulating hormone) significa hormônio esti- mulante da tireoide; seu papel é promover o estímulo da tireoide para a produção de hormônios como a tiroxina. y Hormônio adrenocorticotrófico – ACTH (adrenocortico tropic hormone): estimula a região superficial das adrenais (o córtex adrenal) a produzir hormônios como o cortisol. Ainda no que se refere ao hormônio GH, vale ressaltar que há situações em que o indivíduo apresenta problemas em sua produção, o que pode acontecer durante a infância ou na vida adulta. Na infância, a falta de GH promove o na- nismo, enquanto seu excesso determina o gigantismo. No adulto, pode ocorrer produçãoexcessiva de GH, resultando em um quadro de acromegalia, ou seja, há crescimento de algumas extremidades do organismo, como queixo, nariz e dedos (Fig. 5). © P a tr ic k D re a m s ti m e .c o m NanismoGigantismo Acromegalia P h ili p p e C h a n s o n /s y lv ie s a le n a v e /w ik im e d ia c o m m o n s © C h in a D a ily C h in a D a ly I n fo rm a ti o n C o rp - C D IC / R e u te rs Fig. 5 Distúrbios na produção do hormônio do crescimento e suas consequências no fenótipo de pessoas afetadas. Paratireoides São quatro pequenas glândulas localizadas na parte posterior da tireoide, que está ligada à faringe e à traqueia (Fig. 6). Osso hioide Faringe Glândulas paratireoides Epiglote Traqueia Cartilagem proeminente da tireoide (pomo de adão) Glândula tireoide Fig. 6 Tireoide e sua relação anatômica com a laringe. No alto, vista anterior. Embaixo, vista posterior, com a presença das glândulas paratireoides. As paratireoides produzem o paratormônio (PTH), que tem como função regular os níveis de cálcio sanguíneo. O cálcio tem papel fundamental em vários processos, como a contração muscular e a coagulação sanguínea. O para- tormônio é liberado quando há déficit de cálcio no sangue, promovendo a absorção do composto, proveniente da ali- mentação, no intestino. Uma dieta pobre em cálcio estimula a remoção de cálcio dos ossos, deixando-os mais frágeis. Tireoide A tireoide produz os hormônios calcitonina, tiroxina (T4) e triiododotironina (T3) A calcitonina contribui para a regulação dos níveis de cálcio no sangue, apresentando efeito contrário ao do pa- ratormônio, ou seja, promovendo a transferência de cálcio do sangue para os ossos A tiroxina, também denominada tetraiodotironina (T4), apresenta quatro átomos de iodo na molécula; é o hormônio produzido mais abundantemente pela tireoide, e é liberado juntamente com a triiodotironina (T3). O T3 é assim chama- do porque apresenta três átomos de iodo na molécula; ele tem maior atividade do que o T4. Esses hormônios tireoidia- nos estimulam a atividade metabólica geral do organismo, elevando a ocorrência de processos como a síntese proteica e a respiração celular.
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