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Geografia - Livro 4-019-021

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o
mEssa situação só se altera quando os raios solares voltam
a aquecer a região, fazendo com que o ar frio próximo ao solo
rompa a camada tampão de ar quente que havia se formado
Durante o inverno, como o sol demora mais a esquentar o ar,
a inversão térmica pode ser mais acentuada e prolongada.
Como dito, esse processo é natural e não apresentaria,
a princípio, nenhum problema No entanto, quando uma re-
gião onde ocorre inversão térmica é muito industrializada e
urbanizada e, portanto, a poluição atmosférica é elevada ,
a camada de ar frio dificulta a dispersão dos poluentes
Desse modo, forma-se o que se costuma denominar smog,
ou névoa seca, um conjunto de poeira e poluentes gasosos
Uma consequência do smog durante o inverno (época de
intensificação da inversão térmica) é o aumento da incidência
de doenças respiratórias.
Fig. 11 Poluição concentrada nas camadas mais baixas da atmosfera na cidade de
São Paulo (SP), em decorrência da inversão térmica. Foto de 2012.
Chuvas ácidas
As águas das chuvas que apresentam pH abaixo de 4,5 são chamadas de chuva ácida. Sua formação ocorre devido
à poluição atmosférica gerada por dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de azoto (NO, NO2 e N2O5). Tais gases são liberados
pela queima de combustíveis fósseis (especialmente o carvão mineral) e pelas atividades industriais em geral.
Chuva ácida: consequências
Queda de partículas
(precipitação seca)
Ácido nítrico (HNO
3
)
Vapor de água e nuvens
Chuva ácida
Neblina ácida
Neve ácida
Emissão de dióxido de
enxofre e óxido de azoto
Condensação
da água
Precipitação
seca
Danos na
vegetação
Água do
degelo
ácida
Desaparecimento
da vida aquática
Lixiviação
ácida
Toxicidade pelo
alumínio
Fonte: PETRIN, Natália. Chuva ácida In: TODO Estudo Disponível em: www.todoestudo.com.br/geograa/chuva-acida Acesso em: 24 fev 2021
Fig. 12 As piores consequências das chuvas ácidas são a degradação da vegetação (natural ou agrícola) e a poluição dos recursos hídricos, já que a água da chuva
alimenta rios e lençóis freáticos.
O que ocorre, nesse caso, é que o vapor de água reage com os gases poluentes, de modo que a chuva formada
contém ácidos, como o sulfúrico (H2SO4), o sulfuroso (H2SO3), o nitroso (HNO2) e o nítrico (HNO3), diluídos nela
GEOGRAFIA Capítulo 10 Urbanização II20
Enchentes e alagamentos urbanos
Alguns problemas associados à estação chuvosa nas
grandes cidades são as enchentes, os alagamentos, as
inundações e as enxurradas, que afetam, principalmente,
as populações mais pobres que habitam áreas de risco. A
possibilidade de perder os móveis, os documentos pessoais,
as roupas, a casa ou até a vida a cada chuva forte gera uma
tensão constante nessas pessoas. Além disso, aumentam-se
a proliferação de doenças como a leptospirose, transmitida
pela urina de rato, e a contaminação da água com rejeitos
tóxicos dispostos inadequadamente sobre o solo.
Alagamento: corresponde ao acúmulo momentâneo de água em
determinadas localidades em razão de falhas no sistema de drenagem.
Enchente: também chamada de cheia, pode ser definida como a ele
vação do nível da água no canal de drenagem devido ao aumento da
vazão, mas sem extravasar.
Enxurrada: é o escoamento superficial fortemente concentrado e com
grande energia de transporte
Inundação: refere-se ao transbordamento das águas de determinado
curso de água, impactando a planície de inundação.
Apesar de terem uma relação direta com as fortes
chuvas, as enchentes nas grandes cidades, em geral, não
podem ser vistas como catástrofes naturais; pelo contrário,
devem ser avaliadas como problemas socioambientais.
Os alagamentos não são consequência apenas das
chuvas, mas também da relação entre elas e o solo. Normal-
mente, a maior parte da água das chuvas deveria se infiltrar
no solo e o restante ser escoado de modo lento, em razão
da desaceleração promovida pela cobertura vegetal. Mas,
como na cidade essa cobertura é removida e grande parte
do solo é impermeabilizado pelo asfaltamento de ruas e
concretagem de praças e calçadas, não há infiltração,
e seu escoamento superficial aumenta em volume e veloci-
dade, chegando em maior quantidade e mais rapidamente
às áreas baixas; assim, a vazão da água é muito maior do
que seria em outra situação de uso do solo. Calcula-se que,
em áreas com vegetação preservada, cerca de 10% da água
da chuva escoa superficialmente e, nas grandes cidades
com alto índice de impermeabilização, o escoamento é de
pouco mais de 70% da água precipitada
Vazão das diferentes coberturas do solo
Urbana
V
a
z
ã
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Agricultura
Agroflorestal
Floresta
Tempo
Fonte: UFRRJ. Mapa mental dos problemas das enchentes urbanas. Disponível em: www.ufrrj.
br/institutos/it/de/acidentes/mma10.htm. Acesso em: 24 fev. 2021
Fig. 13 Áreas urbanas têm maior escoamento superficial, enquanto áreas menos im-
permeabilizadas tendem à maior absorção de água pelo solo e em um tempo maior.
Em relação às áreas e às pessoas mais afetadas, a
água corre para onde, naturalmente, ela deve ir, ou seja,
para os rios e córregos Em regiões de clima tropical, esses
corpos de água apresentam várzeas, que são áreas de ala-
gamento natural durante o período de chuvas. No entanto,
a expansão do mercado imobiliário, em diversas ocasiões,
não respeitou este ciclo, levando à ocupação por sistemas
de transporte e, principalmente, loteamentos populares.
Por serem locais de risco, esses loteamentos são também
menos valorizados e comportam a população mais pobre,
que acaba sendo a mais afetada pelas enchentes
Em síntese, o que acontece é:
y Retificação dos cursos dos rios e ocupação de suas
antigas áreas de inundação periódica.
y Assoreamento das calhas dos rios pelos sedimentos dos
solos que ficaram expostos com o desmatamento, sobras
do intenso processo de construção civil e lixos sólidos.
y Impermeabilização do solo por edificações e pavi-
mentação, ocasionando a menor infiltração da água
e, assim, diminuindo a capacidade de recarga dos
aquíferos e aumentando o volume e a velocidade do
escoamento superficial.
y Canalização de córregos e implantação de sistema
de coleta de águas pluviais, que também aumentam
o volume e a velocidade com que a água das chuvas
chega aos rios
Alguns encaminhamentos preventivos:
y Manutenção das áreas verdes e promoção do reflo-
restamento.
y Preservação das matas ciliares
y Coleta de águas pluviais, direcionando-as para reser
vatórios (piscinões), de onde são liberadas apenas
quando o volume das águas dos rios baixar.
y Planejamento urbano que incentive menor imper-
meabilização do solo, seja com áreas reservadas a
canteiros, seja com uso de materiais permeáveis.
y Sistema de manutenção e limpeza eficiente de tubula-
ções, bueiros e eventual desassoreamento de cursos
de água
Resíduos sólidos
A sociedade urbano-industrial é produtora de ele-
vada quantidade de resíduos sólidos, popularmente
chamados de lixo. Embalagens, restos de comida, pa-
péis e materiais usados são tratados, em geral, como
lixo, mas poderiam, em boa parte, ser reaproveitados
de alguma forma – ou, melhor ainda, poderiam deixar de
ser produzidos com a adoção de novas técnicas de pro-
dução e hábitos de consumo
No plano individual, o ritmo acelerado da rotina urbana,
sobretudo nas metrópoles, ajuda a promover hábitos de
consumo que produzem mais resíduos, como refeições
prontas e utensílios descartáveis. Nos países subdesen-
volvidos e em desenvolvimento, ainda há inúmeras áreas
urbanas sem coleta seletiva, o que prejudica o processo
de reutilização desses resíduos. Em áreas rurais, os restos de
comida, por exemplo, são mais facilmente reaproveitados,
em geral, por meio da compostagem ou como comida
para animais.
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Já nas áreas urbanas, a quase totalidade desses resíduos sólidos é destinada a lixões ou aterros sanitários, cuja
situação acarreta uma série de problemas, já que são áreas nas quais o lixo é depositado com pouco ou nenhum tipo
de cuidado ou planejamento. Não há, porexemplo, isolamento entre o lixo e o solo, de modo que o chorume – material
tóxico produzido pela decomposição anaeróbica da matéria orgânica – infiltra-se no solo e contamina o lençol freático,
os córregos e os rios
Lixo
Lixão Aterro sanitário
Chorume
Poluição
Lençol freático
Urubus e
outros animais
Fig. 14 Comparação entre lixão e aterro sanitário.
Outro problema é que, como o lixo não é aterrado em camadas, ficando constantemente exposto, ampliam-se as
chances de proliferação de doenças por meio de animais que transitam entre os lixões e outras áreas da cidade, particu-
larmente ratos, baratas e urubus. Como os lixões ficam em áreas periféricas das cidades, novamente é a população mais
carente que acaba sofrendo com a situação.
Por sua vez, os aterros sanitários são locais planejados para receber adequadamente os resíduos sólidos. Esse pla-
nejamento considera, inclusive, o lugar em que podem ser instalados, ou seja, o solo, que não pode ser muito arenoso.
Mas a principal vantagem consiste no preparo dessa área para receber o lixo, que é depositado em camadas que são
alternadas com porções de terra para controlar o processo de decomposição Além disso, dois produtos dessa decom-
posição, o chorume e o gás metano, são corretamente manejados O primeiro, líquido, é recolhido e tratado antes de
ser lançado no esgoto; e o segundo pode ser queimado para evitar seu lançamento direto na atmosfera ou, ainda, ser
utilizado para geração de energia em pequenas centrais termelétricas.
Aterro sanitário: funcionamento
Drenos de gás
Drenos de gás
Saída para a
estação de
tratamento
Camada de
argila compactada
Camada
impermeabilizante
Dreno do
chorume
Lençol
freático
Manta de
polietileno
impermeabilizante
(geomembrana)
Células de lixo
Drenos de águas
de superfície
Vegetação
de pequeno
porte
Setor em
execução
Setor
concluído
Setor em
preparação
Fonte: CEMPRE. Lixo municipal: manual de gerenciamento integrado, 2018. Disponível em: https://cempre.org.br/wp-content/uploads/2020/11/6 Lixo_Municipal_2018.pdf. Acesso em: 24 fev. 2021.
Fig. 15 O funcionamento de um aterro sanitário é complexo e envolve muito cuidado para não haver poluição do solo e das águas.

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