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Inglês - Livro 2-109-112

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CAPÍTULO This is thought to be important
Imagine que, em um sábado à noite, você e seus amigos estão estudando juntos. 
Como já é tarde, vocês decidem dar uma pausa e pedir uma pizza. Navegando na inter-
net, você vê o anúncio “A melhor pizza da cidade” e escolhe tal pizzaria. Depois, quando 
a pizza se revela bastante ruim e todos o culpam pela escolha, você se justifica: “Mas eles 
diziam ser a melhor pizzaria da cidade!”.
A estrutura destacada ("diziam ser") apresenta uma forma de distanciamento em rela-
ção à afirmação de que a pizza se dizia a melhor da cidade, mas se revelou horrível. 
Neste capítulo, estudaremos situações em que devemos relatar nossas impressões 
sobre algo ou informações recebidas de terceiros. Falaremos, ainda, da linguagem usada 
em artigos acadêmicos e jornalísticos. 
FRENTE ÚNICA
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110 LÍNGUA INGLESA Capítulo 30 This is thought to be important
The law of the jungle
Em O livro da selva, o autor inglês Rudyard Kipling 
menciona, a certa altura, a lei da selva, a qual descreveria 
as obrigações de um lobo com sua matilha. Esse código 
seria inteiramente descrito no Segundo livro da selva, em 
um poema também chamado “A lei da selva”. 
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pr
od
uç
ão
Fig. 1 The bookcover of “The Jungle Book”, written by Rudyard Kipling.
De modo geral, a ênfase do poema é a cooperação 
entre lobos: “For the strength of the pack is the wolf, and 
the strength of the wolf is the pack” (“A força da matilha 
é o lobo, e a força do lobo é a matilha”). Assim, segundo 
Kipling, a lei considerava a solidariedade entre seus pares. 
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Fig. 2 Wolf pack on snowy road in Bialowieza National Park, in Poland, 2019.
Curiosamente, porém, a expressão ganhou um outro 
significado, contrário às intenções do autor: a lei da 
selva passou a denotar a ideia de cada um por si ou da 
sobrevivência do mais forte. 
O artigo a seguir, extraído de uma questão da 
Universidade Federal de Lavras, do vestibular de 2009, 
discute esses pontos.
Exercícios resolvidos
It is curious that generally “the law of the jungle” 
has come to have an entirely different meaning from 
the one Kipling suggested. Most people would say 
that the rule of the jungle is: Kill or be killed. Rugged 
individualism, aggressiveness, warfare – these have 
been thought to be the natural tendencies throughout 
the animal kingdom. Kipling's sentimental verses suggest 
that, on the contrary, the law of the jungle is not the law 
of tooth and claw but the very opposite – cooperation. 
And strangely enough a great deal of modern research 
in various sciences indicates that Kipling was right. 
Through many laboratory experiments and observations 
in the field, we were being shown that we have been 
close to 100 percent wrong in thinking of animal life 
as a dog eat-dog existence. The truth seems to be that 
nature adheres to principles not far removed from those 
which we associate with the highest ethics: the Golden 
Rule is sound biology. Incidents of cooperation in 
animal world are not difficult to find, and they turn up 
in the most surprising places. Take the case of African 
elephants, which are notoriously savage and resistant 
to taming. Hunters in Africa have seen elephants stop 
beside a wounded comrade and laboriously lift him 
with their trunks and tusks, when the so called law of 
self preservation should have made them run to safety. 
Or consider chimpanzees, traditionally regarded as 
self centered little creatures. Workers at Yale University’s 
Yerkes Laboratory of Primate Biology in Florida have seen 
chimps helping each other carry loads and even passing 
food to one another through the bars of their cages. 
These examples and scores of others recorded by 
scientists in many parts of the world emphasize how 
strong and deep seated is the urge toward social life and 
mutual aid throughout animal life. 
LEVINE, Harold. Comprehensive English. AMSCO School Publications Inc. 
New York, 1990.
1 Ufla One of the points the author makes in the 
passage is that
A Kipling’s view of animal Kingdom is a result of his 
own experience. 
b Kipling’s view of animal Kingdom dehumanizes 
animals. 
c Kipling’s view of animal Kingdom was commonly 
accepted a century ago. 
d Kipling’s view of the animal Kingdom now has 
scientific support.
Resposta: D.
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111
2 Ufla Which of the sentences below best expresses 
the essential information in the underlined sentence 
in the passage? 
A People used to think that in the animal Kingdom 
aggressiveness, warfare, and rugged individualism 
were predominant characteristics. 
b It has been assumed that the animal Kingdom 
tend to be bellicose, aggressive and ruggedly 
individualist. 
c People somehow believed that the animal 
Kingdom was aggressive, bellicose, and ruggedly 
individualist. 
d Differently from what was thought in the past, it 
is thought today that the animal Kingdom is 
predominantly aggressive, bellicose and ruggedly 
individualist.
Resposta: B.
Pelo que se pode concluir da pesquisa mencionada no 
trecho anterior, o significado original da expressão “a lei da 
selva”, intencionado por Kipling, estaria muito mais perto da 
verdade do que as ideias que mais tarde foram associadas 
à frase. Portanto, a resposta para a primeira pergunta, sobre 
a tese afirmada nessa passagem, é a alternativa d: o autor 
quer destacar que a visão de Kipling sobre o reino animal 
agora encontra respaldo científico.
Veja, no entanto, as palavras escolhidas pelo autor para 
relatar os resultados da pesquisa: “a great deal of modern 
research (…) indicates that”, “the truth seems to be that”. 
A primeira frase utiliza o verbo indicates (indica), o que 
mostra uma certa cautela por parte do autor: há apenas 
indícios de que a posição de Kipling está mais próxima da 
verdade. A segunda frase reforça essa cautela: a verdade 
parece ser a de que Kipling estava correto (seems to be). 
Esse cuidado se deve ao fato de que, muitas vezes, des-
cobertas científicas não são conclusivas, mas parciais: por 
mais evidências que tenhamos sobre uma dada teoria ou 
hipótese, pode ser que uma futura descoberta a transforme 
radicalmente. Além disso, dada a complexidade de deter-
minadas pesquisas, esse tipo de cautela ao se expressar 
pode ser uma maneira de o autor demonstrar que não está 
totalmente seguro de sua interpretação. Há, assim, diversas 
razões para se adotar uma linguagem mais amena ao relatar 
os resultados de uma pesquisa científica. Essa postura é 
frequentemente chamada de hedging.
Por outro lado, preste atenção na linguagem deste 
trecho: “these have been thought to be” (“acredita-se que 
essas são”). Geralmente, usamos esse tipo de linguagem 
quando queremos falar não de resultados científicos, mas 
de certas crenças compartilhadas pelo senso comum, 
que, não raramente, encontram-se em conflito com a 
ciência, como no caso do artigo apresentado. Observe 
que uma estrutura parecida, “It has been assumed that” 
(“supõe-se que”), figura na resposta b, indicando a alter-
nativa correta.
A expressão a sobrevivência do mais forte ou a sobrevivência do 
mais apto é comumente associada à teoria da evolução, de Charles 
Darwin. No entanto, essa frase não se originou com Darwin, mas sim 
com Herbert Spencer, em seu livro Os 
princípios da biologia, de 1864; ela se-
ria adotada por Darwin apenas a partir 
de 1868 e entraria no seu clássico, A 
origem das espécies, na quinta edição 
de 1869. A frase simbolizaria o proces-
so de seleção natural: dadas as 
condições adversas de um meio am-
biente, apenas os mais aptos, isto é, os 
mais adaptados a esse meio, consegui-
riam sobreviver e se reproduzir.Observe que isso não significa um indi-
vidualismo brutal, como geralmente se 
pensa: muitas vezes, a cooperação é a 
melhor forma de sobrevivência. Pesqui-
se mais sobre evolução em Biologia.
Estabelecendo relações
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Romantic love versus rational love 
Vejamos agora uma questão da Universidade Estadual 
de Londrina, do ano de 2014.
Exercício resolvido
3 UEL 2014 Leia o texto a seguir.
What is love?
What is love? And what causes it? A University 
professor, Charles Zastrow, offers an interesting answer, 
particularly to the second question. He argues that there 
are many kinds of love and that particularly in one kind, 
which he calls “romantic love” we are strongly influenced 
not so much by what we actually feel, but by what we tell 
ourselves about the way we feel. He calls this “self-talk”. 
For example, say a woman is strongly attracted to a man 
(it could just as easily happen to a man attracted to a 
woman). She tells herself things like: “He is all I have ever 
wanted in a man! He’s warm, kind and affectionate and 
will understand all my needs”. But when she discovers 
that he is, like all of us, just an ordinary human being with 
both strong and weak points, she is bitterly disappointed. 
Zastrow says that particularly in romantic love, our 
“self-talk” comes from “intense, unsatisfied desires and 
frustrations”, and that this kind of “romantic love” often 
requires distance. “The more forbidden the love, the 
stronger it becomes. The more the effort necessary to be 
with each other (traveling long distances) or the greater the 
frustration (loneliness and sexual needs), the more intense 
the romance”. 
He points out that this kind of love often begins to 
fade and die as soon as the problems and obstacles which 
separated the two people are removed and a normal 
relationship begins. 
He contrasts romantic love with what he calls “rational 
love.” This is based on such thing as: an accurate, objective 
idea of the other person’s weakness as well as his or her 
strengths; the ability to communicate with each other 
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112 LÍNGUA INGLESA Capítulo 30 This is thought to be important
openly and honestly, so that you can deal with problems 
as they arise; the ability to show affection openly to each 
other and to give as well as receive; a clear knowledge of 
your own goals in life; a realistic and rational “self-talk”, 
so that your feelings are not based on fantasy.
This kind of love is far more likely to lead to a lasting 
satisfying relationship. But it is, as Zastrow and others point 
out, much more difficult to achieve, and is not as common 
as romantic love. 
Disponível em: <www.isabelperez.com/select/whatislove.htm>. 
Acesso em: 7 jun. 2013. (Adapt.). 
De acordo com o texto, compare as características do 
“amor romântico” e do “amor racional”.
Segundo o texto, o amor romântico pode ser iden-
tificado por meio da presença de conversas da pessoa 
apaixonada consigo mesma, denominadas de self-talk. Tais 
conversas são baseadas em desejos não satisfeitos e frus-
trações e afirmam à pessoa o que ela está sentindo. Esse 
tipo de amor geralmente floresce a distância, o que gera 
uma idealização do outro. É frágil diante dos obstáculos 
e problemas comuns aos relacionamentos interpessoais.
Já o amor racional é baseado na boa comunicação do 
casal e na habilidade de resolver problemas juntos. Nele, 
é possível demonstrar afeto abertamente, e os objetivos 
de vida são conhecidos. Há uma ideia precisa e objetiva 
sobre as fraquezas e qualidades da pessoa amada. É um 
tipo de amor que provavelmente leva a um relacionamento 
duradouro e satisfatório.
Note a maneira como o texto introduz as caracteriza-
ções de amor romântico e de amor racional. Em ambos os 
casos, encontramos expressões como points out (enfatiza) 
e contrasts (contrasta), que chamam a atenção para deter-
minados aspectos importantes das descrições.
Entendendo a língua
A linguagem jornalística costuma usar muitas ex-
pressões que suavizam o seu discurso. Como os jornais 
reportam algo que é muito recente, há muitas suposições 
nos seus artigos. Veja o exemplo:
“Man claims he was robbed by his employer.”
Na oração, um homem alega ter sido roubado por seu 
empregador. Como o jornal está reportando a alegação feita 
por um homem, seria inapropriado que a redação atribuísse 
a culpa ao empregador diretamente enquanto não houver 
uma averiguação policial conclusiva. 
Quando há dois ou mais pontos de vista sobre o mesmo 
tema ou quando o que está sendo relatado é uma opinião, 
o discurso também é suavizado. Observe o exemplo:
“Governor argues that subway ticket prices are fair.”
Na frase, o governador argumenta que o preço das 
passagens de metrô é justo. Aqui, o uso do verbo argue 
deixa claro que essa é a opinião sustentada e argumentada 
pelo governador, mas que outras pessoas podem ter visões 
divergentes. É importante atentar-se para a distância que 
é criada entre o que está sendo dito pelo governador e a 
opinião do jornal ou do jornalista por meio de uma suavi-
zação do discurso. Com ela, mantém-se uma impressão 
de imparcialidade.
Tais estratégias não são exclusivas do meio jornalístico. 
Quando o que desejamos dizer está aberto para ques-
tionamento ou quando queremos nos certificar de que o 
ouvinte ou leitor saiba que há um grau de incerteza no que 
nós estamos dizendo, também podemos usar verbos como 
claim e argue, exemplificados anteriormente. 
O uso desses verbos reflete a necessidade de ser 
cuidadoso e crítico sobre as informações a serem apre-
sentadas quando ainda não houve a chance de analisar 
completamente um assunto, ou quando há o desejo de 
deixar claro o fato de que há visões contrárias àquela apre-
sentada. 
Seem, appear and look
Os verbos seem, appear e look são parecidos, pois 
os três são usados para expressar a impressão de alguém 
sobre algo. Veja os exemplos:
a) Those boys seem to be underage. (Aqueles meninos 
parecem ser menores de idade.)
b) The clients appear to be satisfied with the purchase. (Os 
clientes parecem satisfeitos com a compra.)
c) Leslie looks pretty tired. Talk to her another time. (Leslie 
parece muito cansada. Fale com ela em outra hora.)
d) Voters seem to have short memories. (Eleitores parecem 
ter memória curta.)
Nos casos a, b e c, não há certeza: não sabemos se, 
de fato, os garotos são menores, se Leslie está cansada ou 
se os clientes estão felizes com a compra. O que sabemos 
é que há evidência para tanto, na aparência ao menos, o 
que levou à conclusão apresentada pelo falante. 
Na oração d, a interpretação se baseia no que já foi 
presenciado, na suspeita de que eleitores tenham me-
mória curta. Novamente, o verbo seem indica que não se 
trata de um fato, mas sim de uma impressão do falante.
Qual é a fonte?
Quando queremos citar a fonte de uma informação, 
podemos usar diferentes verbos, e a escolha entre eles 
pode mudar o sentido da frase. Observe os exemplos:
a) Researcher claims to have found conclusive evidence. 
(Pesquisador alega ter encontrado provas conclusivas.)
b) Researcher stated he found conclusive evidence. 
(Pesquisador afirma ter encontrado provas conclusivas.)
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