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CONTROLE QUÍMICO

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Controle microbiano por agentes químicos 
Universidade Federal Rural do Semi-Árido 
Raphaela V .G. Barreto 
Controle Microbiano por Agentes Químicos 
Profa. Raphaela Barreto 
Controle microbiano por agentes químicos 
• Os agentes químicos são usados para controlar 
o crescimento de microrganismos em tecidos 
vivos (ANTI-SÉPTICOS) e em objetos 
inanimados (DESINFETANTES). 
 
• Dificilmente se obtém a esterilidade; a maioria 
deles apenas reduz a população microbiana a 
níveis seguros ou remove as formas 
vegetativas dos patógenos. 
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Profa. Raphaela Barreto 
Critérios para escolha de um 
agente químico 
• Natureza do material a ser tratado; 
 
• Características dos microrganismos a serem 
removidos ou inativados; 
 
• Condições ambientais. 
 
Efeitos dos agentes antimicrobianos sobre o crescimento 
BACTERIOSTÁTICO 
Inibe o crescimento sem que haja 
morte das células. Atuam na síntese 
protéica 
BACTERICIDA 
Matam as células sem que haja lise 
celular. Ligam-se fortemente aos 
seus alvos celulares. 
BACTERIOLÍTICO 
Induzem a morte pela lise celular, que 
pode ser observada como uma 
diminuição do número de células. 
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Características de um 
AGENTE QUÍMICO IDEAL 
• Alta toxicidade para os microrganismos 
 
• Solúvel em água 
 
• Estabilidade elevada 
 
• Inócuo para o homem e animais 
 
• Ausência de afinidade por matéria orgânica 
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Características de um 
AGENTE QUÍMICO IDEAL 
• Toxicidade para os microrganismos em temperatura 
ambiente ou corporal 
 
• Capacidade de penetração em diversas superfícies 
 
• Não ser corrosivo e nem manchar 
 
• Desodorisante 
 
• Características detergentes 
 
• Disponibilidade (baixo custo e fácil acesso) 
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Medida da atividade antimicrobiana 
• A atividade antimicrobiana é avaliada determinando-
se a MENOR quantidade de agente necessária para 
inibir o crescimento de um micro-organismo teste. 
 
 
 
Concentração Inibitória Mínima 
(CIM) 
 
 
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AVALIANDO UM DESINFETANTE 
• MÉTODO DA DILUIÇÃO EM TUBOS 
 
• Cada tubo contém o meio com uma concentração 
diferente do agente; 
 
• Após incubação do micro-organismo teste, os tubos 
são analisados verificando a turbidez; 
 
• A CIM é determinada pela variação da turbidez ao 
longo do gradiente do agente químico. 
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MÉTODO DA DILUIÇÃO EM TUBOS 
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Sobre a concentração inibitória mínima... 
 Não é uma medida constante para um 
determinado agente, uma vez que pode ser 
afetada: 
 
 pela natureza do organismo utilizado, 
 tamanho do inóculo, 
 composição do meio de cultura, 
 tempo e condições de incubação. 
 
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AVALIANDO UM DESINFETANTE 
• MÉTODO DA DIFUSÃO EM AGAR 
• Inoculação do micro-organismo teste em um meio em 
placa de Petri; 
• Concentrações conhecidas do agente antimicrobiano 
são adicionadas em discos de papel de filtro; 
• Os discos são disponibilizados sobre a cultura; 
• Durante a incubação ocorre a difusão do agente e 
possível inibição do crescimento bacteriano. 
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MÉTODO DA DIFUSÃO EM AGAR 
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MÉTODO DA DIFUSÃO EM DISCO 
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 Formação de uma zona de 
inibição, que é proporcional à: 
 
 Quantidade do agente 
antimicrobano; 
 Solubilidade do agente; 
 Coeficiente de difusão e 
 Eficácia geral do agente. 
 
MÉTODO DA DIFUSÃO EM DISCO 
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AVALIANDO UM DESINFETANTE 
• COEFICIENTE FENÓLICO 
 
• Analisa quanto um desinfetante é mais eficiente que o 
fenol. 
• As soluções de fenol e do desinfetante-teste são 
diluídas e inoculadas com a cultura do micro-
organismo por determinados intervalos de tempo; 
• A viabilidade da cultura é analisada por subcultivo em 
placa com meio sem o desinfetante. 
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COEFICIENTE FENÓLICO 
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CÁLCULO DO COEFICIENTE FENÓLICO 
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TIPOS DE AGENTES QUÍMICOS 
ANTIBACTERIANOS 
• Compostos Orgânicos (Fenol e Compostos Fenólicos, 
Álcoois, Compostos de Amônio Quaternário -Quats) 
 
• Halogênios 
 
• Metais Pesados e seus compostos 
 
• Outros (Peroxigênios, Quimioesterilizantes Gasosos, 
Agentes de superfície, Biguanidas, Antibióticos) 
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FENOL 
 Irritante e Odor Desagradável 
 Composto Padrão: Coeficiente Fenólico 
 
 APLICAÇÕES PRÁTICAS: 
 
 Dependente da concentração: 
 0,5 – 1,0% - anti-séptico; 5% - desinfetante. 
 Promove uma desinfecção de nível médio ou baixo. 
 Derivados Químicos: possuem alterações na estrutura do 
fenol que aumentam a ação antimicrobiana e diminuem a 
toxicidade 
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FENOL 
 Descontaminação de superfícies hospitalares, artigos metálicos 
e vidros; 
 
 Exposição durante 10 min e em artigos, por 30 min – 
bactericida, mas não age em endosporos; 
 
 Não recomendado para artigos hospitalares que entram em 
contato com o trato respiratório, alimentos, berçários e objetos 
de látex, pois estes são danificados. 
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FENOL 
 Hexaclorofeno: Tóxico e Restrito. A 3% apresenta ação anti-
séptica, mas o uso excessivo acarreta danos neurológicos. 
 
 MECANISMOS DE AÇÃO: 
 
Alteram a permeabilidade da membrana – lise celular 
Desnaturam e inativam de proteínas 
Bacteriostática ou Bactericida 
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Compostos com IODO 
 Fortes agentes oxidantes, altamente reativos; 
 Destroem os componentes vitais da célula microbiana. 
 
 IODO E COMPOSTOS IODADOS 
 
 Agente químico usado como desinfetante e anti-séptico; 
 Forte agente oxidante – complexa e inativa proteínas; 
 Tintura – solução de iodo em álcool aquoso; 
 Iodóforo – combinação de iodo com molécula orgânica na qual o 
iodo é liberado lentamente. 
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 Álcool iodado - 0,5 a 1,0% de iodo livre em álcool etílico 77%; 
 
 Ação contra células vegetativas, endosporos, vários fungos e 
alguns vírus; 
 
 Soluções a 2% em água ou em solução alcoólica para anti-
sepsia de tecidos e tratamento de feridas. 
Compostos com IODO 
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Compostos com CLORO 
 CLORO E COMPOSTOS CLORADOS 
 
 Inativam enzimas e ácidos nucléicos; 
 
 São eficazes contra bactérias Gram-positivas e negativas, fungos, 
micobactérias, todos os tipos de vírus e endosporos; 
 
 A forma ativa é o ácido hipocloroso (HOCl). A eficácia do 
cloro decresce com o aumento do pH. 
 
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Compostos com CLORO 
 CLORO E COMPOSTOS CLORADOS 
 
 A concentração de cloro deve ser alta o suficiente para 
satisfazer a demanda do cloro (cloro consumido pela carga 
orgânica presente) e fornecer cloro residual suficiente para 
destruir os microorganismos. 
 
 Solução de hipoclorito 1% - desinfetante doméstico; 
 
 Solução de 5 a 12% - alvejantes, desinfetantes domésticos, 
sanitizantes em indústria de alimentos.Controle Microbiano por Agentes Químicos 
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Uso de hipoclorito para limpeza de 
frutas, legumes e verduras 
1. Lavar bem em água corrente para 
remover sujidades e ovos de parasitas 
2 e 3. Deixar de molho em água 
clorada por 15 minutos (colher de 
sopa de cloro para cada 5 litros 
d’água) 
4. Enxaguar bem com água tratada e 
manter sob refrigeração. 
 
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Álcool 
 Bactericida e fungicida entre 60% e 90%; 
 
 Promovem a desinfecção de níveis baixos a intermediários; 
 
 Atuam sobre as células de Mycobacterium turbeculosis; 
 
 Mais indicado para desinfecção de artigos e superfícies, devido à 
facilidade de evaporação; 
 
 Incompatível com acrílicos, borrachas e tubos plásticos; 
 
 Álcool etílico apresenta maior ação germicida, menor custo e 
toxicidade que o álcool isopropílico, o qual, por sua vez, tem maior 
atividade contra vírus. 
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Álcool 
 Aplicações Práticas: 
 Etanol (70%) e Isopropanol (90%) 
 Anti- sépticas e Desinfetantes 
 
 Mecanismo de Ação: 
 Desnatura Proteínas 
 Solvente de Lipídeos: lesão da membrana 
 Remoção Mecânica 
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Metais pesados 
 Mercúrio, Selênio, Prata e Cobre; 
 
 Germicida e anti-séptico; 
 
 Ação Oligodinâmica: capacidade de quantidades muito 
pequenas de metais pesados – especialmente a prata e o cobre 
– de exercerem atividade antimicrobiana. 
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Metais pesados 
 Aplicação Prática: 
 Mercúrio orgânico: Mercuriocromo e “Merthiolate” – em desuso 
(2000) devido à toxicidade do mercúrio! 
 Nitrato de prata 1 % - usado em bebês na hora do parto para 
prevenção de doenças oftálmicas; 
 Sulfato de Cobre: algicida; 
 Sulfato de Zinco: usado em colírios; 
 Sulfito de Selênio: elimina fungos (combate a caspa) 
 
 Mecanismo de Ação: 
 Inativação de proteínas 
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Ação oligodinâmica dos metais pesados 
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Tensoativos 
 
 Surfactantes – tensoativos – grupos anfipáticos; 
 Sabões e detergentes sintéticos; 
 Aniônicos, Catiônicos ou Não-iônicos; 
 Sabão: pouco valor anti-séptico (mais importante na remoção 
mecânica). 
 Detergentes: ânion da molécula reage com a membrana 
plasmática (atuam sobre um amplo espectro de micróbios e não 
são tóxicos) 
 
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Quaternário de Amônio (QUAT) 
 Ação bactericida relacionada à parte positivamente 
carregada; 
 
 Possuem quatro grupos orgânicos ligados a um átomo de 
nitrogênio do íon amônio (NH4
+); 
 
 Bactericida: 1:30.000 / Bacteriostático: 1:200.000; 
 
 Mais efetivos contra bactérias Gram-positivas; 
 
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Quaternário de Amônio (QUAT) 
 Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli, Salmonella 
typhimurium são resistentes a sua ação; 
 
 Desnaturam proteínas, interferem em processos metabólicos 
e lesionam a membrana; 
 
 Não apresentam ação letal contra micobactérias e 
endósporos; 
 
 Em soluções concentradas é bastante nocivo ao manipulador. 
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Quaternário de Amônio (QUAT) 
 Aplicações Práticas: 
 
 Germicida e detergente 
 Baixa toxicidade, alta solubilidade, alta estabilidade 
 Não corrosivo, anti-séptico, desinfetantes, sanitizantes; 
 Assoalhos, hospitais, restaurantes, etc. 
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Teste da diluição de uso 
 Determina a concentração apropriada do 
desinfetante. 
 
 Permite realizar uma comparação de diferentes 
desinfetantes entre si, relacionando a eficácia 
entre tipos diversos de agentes químicos. 
 
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Teste da diluição de uso 
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Profa. Raphaela Barreto 
 Diluição aceitável – morte dos microrganismos em 
pelo menos 59 de cada 60 cilindros testados, após 
10 minutos de contato com o agente químico. 
 
 Microrganismos comumente utilizados neste teste: 
 
 Staphylococcus aureus ATCC 6583; 
 Salmonella choleraesuis ATCC 10708; 
 Pseudomonas aeruginosa ATCC 15442 
 
Teste da diluição de uso 
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Profa. Raphaela Barreto 
 Utilizada comumente para a determinação de toxicidade 
de anti-sépticos, agentes químicos específicos para uso 
em tecidos vivos. 
 
 
 
Índice de toxicidade (I)

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