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Conteudista: Prof. Esp. Elvis Luiz dos Santos Revisão Textual: M.ª Jaqueline Camara Ramos Objetivo da Unidade: Introduzir os microcontroladores, como sistema de interfaceamento eletrônico. Material Teórico Material Complementar Referências Interfaceamento Eletroeletrônico Introdução Nos dias atuais vivemos em um mundo totalmente conectado, a conectividade está em todos os momentos de nossos dias, seja na vida comum, no trabalho, no estudo etc. A grande maioria das pessoas olha para esse sistema apenas como usuário, sem se preocupar como esse sistema funciona ou quais as tecnologias empregadas nesse ou naquele equipamento, mas se você está lendo este material é porque pretende interagir com estes equipamentos de forma mais profunda. Desejamos, com este material, que você comece a conhecer os sistemas como um engenheiro e não mais como um usuário, e que você possa desenvolver aplicações e sistemas. Não deve ser novidade para nós que, na sua grande maioria, os sistemas eletrônicos são controlados por microcontroladores que exercem o papel de “cérebro” do sistema e, em sua periferia, estão as interfaces eletrônicas que conectam este cérebro aos periféricos e usuários, por isso conhecer o funcionamento básico de um sistema computacional será base para seus projetos futuros. Quando falamos em um sistema microcontrolado, estamos tratando de um equipamento que possui embarcado um arranjo de componentes eletrônicos, conectados a um componente central ao qual chamamos de microcontrolador. O microcontrolador é um componente eletrônico, normalmente com um número de terminais igual ou maior a 4, na Figura 1 temos o PIC16F676 e os seus dados podem ser vistos com maiores detalhes no documento a seguir. 1 / 3 Material Teórico Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Existe sempre uma grande dúvida sobre qual a diferença em ter um microcontrolador e em ter um microprocessador. Você já deve ter visto um computador aberto e dentro dele sua placa “mãe”, nesta placa temos vários componentes e o mais importante entre eles é o microprocessador, que – conforme diz seu nome – é responsável apenas por processar as informações. Por este motivo, ao seu redor, temos a memória RAM – que o auxilia no processamento mais pesado – e o Hard Disk – no qual os dados processados são armazenados e assim por diante. Leitura PIC16F630/676 Data Sheet No datasheet (como é conhecido o documento no qual encontramos os dados técnicos de um componente eletrônico) a seguir podemos encontrar todas as características técnicas do PIC16F630/676, incluindo tensão de alimentação, quantidade de memória, velocidade de processamento, entre outros. http://ww1.microchip.com/downloads/en/devicedoc/40039f.pdf Figura 1 – Microcontrolador PIC16F676 Fonte: Reprodução Figura 2 – Microprocessador Intel Fonte: Divulgação Figura 3 – Pente de memória RAM Fonte: Getty Images Entretanto, nos microcontroladores temos uma gama de dispositivos incorporados ao componente, conhecidos como “periféricos internos”, como memória de trabalho, memória de armazenamento, conversores A/D e D/A, portas de comunicação e outros vários dispositivos (Figura 4) que tornam o microcontrolador quase independente, precisando apenas de alguns poucos componentes discretos para funcionar dentro de uma aplicação. Figura 4 – Ilustração de um microcontrolador por dentro Fonte: Reprodução Dentro do microcontrolador estão vários módulos, embutidos no mesmo corpo como da Figura 1. Existe uma infinidade de modelos de microcontroladores comerciais e cada um deles com características e “periféricos internos” diferentes, cabendo ao desenvolvedor escolher qual cabe ao seu projeto e ao seu bolso. Aqui estão listados alguns destes “periféricos internos” e suas funções: Circuito oscilador: gerador do clock que dá o ritmo de trabalho do processador, “periféricos internos” e externos do μC (microcontrolador); Memória RAM: local no qual são armazenadas as variáveis declaradas no programa; Memória FLASH: área em que será guardado o programa; Memória EEPROM: é acessada quando se deseja armazenar dados temporários, como uma memória cache do processador; Portas digitais: são os módulos responsáveis por configurar os pinos de entrada e saída (I/O) que fazem a comunicação com o mundo exterior; Temporizadores: são os circuitos que fornecem ao programa intervalos de tempo programáveis; Módulo PWM: (Width Modulation) esse periférico fornece um sinal modulado em frequência, muito utilizado para – por exemplo – controlar velocidade de um motor e cargas afins; Conversor analógico-digital: devemos lembrar que o μC é um componente eletrônico que trabalha com lógica digital, sendo assim só entende sinais digitais (0/1). Dessa forma, se formos colocar no μC um sinal analógico, devemos antes convertê-lo para digital. Esse módulo incorporado, portanto, faz essa função; Conversor digital-analógico: tem o mesmo papel do periférico anterior, mas de forma invertida; Interrupções: módulo é responsável por configurar e gerenciar os sinais de interrupção; Módulos de comunicação: módulo responsável por conectar o μC ao computador no qual o programa é normalmente desenvolvido ou – em alguns casos – comunicar- se com outros dispositivos. Figura 5 – Microcontrolador, controlando motor DC Fonte: Reprodução Na Figura 5, podemos ver uma aplicação na qual o microcontrolador PIC está controlando um motor DC, os comandos de sentido e velocidade são controlados pelo PIC, mas a parte de potência que controla o motor é feita por uma interface de potência, utilizando o integrado L293D, no desenvolver de nossa matéria veremos com detalhes o funcionamento deste sistema. Nos dias atuais esse tipo de interfaceamento eletrônico é muito importante, pois a cada dia, mais equipamentos – que antes eram exclusivamente elétricos – são transformados em verdadeiras centrais de serviço, utilizando microcontroladores e conexão à rede wi-fi. Os carros são um grande exemplo desta mudança, muitos são 90% controlados por sistemas microcontrolados; os eletrodomésticos também estão nessa onda, como a máquina de lavar da Figura 6. Figura 6 – Máquina de lavar controlada pelo aparelho smartphone Fonte: Getty Images Você Sabia? Um sistema embarcado é um dispositivo eletrônico microcontrolado que pode controlar periféricos a partir de um programa, que está armazenado em um microcontrolador, desenvolvido para atividades bastante particulares. Internet das Coisas Não podemos falar em μC e sistemas embarcados, principalmente interfaceamento eletroeletrônico, sem falar de internet das coisas. Talvez uma das maiores referências quando falamos desse assunto de interfaces, a noção de Internet das Coisas, ou Internet of Things (IoT), é um dos assuntos principais. De forma resumida, Internet das Coisas é o modo como os objetos físicos estão conectados e se comunicando entre si e com o usuário através de sensores inteligentes e softwares que transmitem dados para uma rede, formando um grande sistema, como um sistema nervoso que possibilita a troca de informações entre dois ou mais pontos, interligando – por exemplo – uma casa inteira a um celular, controlando todos os eletrodomésticos ao toque do celular de onde estiver. Essa mesma tecnologia está na indústria 4.0, por exemplo, na qual robôs se conversam e trocam informações diretamente com os clientes e máquinas ao seu redor, na IoT os sistemas conversam entre si para nos dar mais conforto, produtividade, informação e praticidade em geral, e seus usos podem abranger monitoramento de saúde, fornecimento de informação em tempo real sobre o trânsito da cidade ou o número de vagas disponíveis em um estacionamento e em que direção elas estão, até recomendação de atividades, lembretes, ou conteúdo em seus dispositivos conectados. Coisas do cotidiano se tornam inteligentes e têm suas funções ampliadas por cruzamento de dados. É o que acontece quando um assistente virtual cruza dados dos seus dispositivos conectados para te informar, mesmo que você não tenha pedido, o tempo que você levará para chegar ao trabalho quando você senta no seu carro para sair de casa. Todos esses equipamentos e sistemas conectados precisam invariavelmente de uma interface que possa interligar toda esta inteligência ao mundo real, por exemplo, um microcontrolador não pode sozinho ligar uma simples lâmpada de sua casa, ele pode sim receber o comando via internet, processar este comando e, por fim, disponibilizar em um de seus pinos uma tensão de 5V. Desta forma – para ligar esta lâmpada – vamos precisar desenvolver uma interface com um relé para que ele faça a ligação da lâmpada, mesmo porque a lâmpada funciona em 127 ou 220VAC e, como sabemos, corrente alternada Ac e corrente continua CC não se misturam, sem contar os ruídos e interferências que podem inviabilizar o funcionamento do sistema. Na Figura 7 podemos ver uma interface que pode operar neste caso. Figura 7 – Sistema IoT para ligar cargas Fonte: Adaptada de DARSHIL Figura 8 – Módulo rele de 1 canal Fonte: Divulgação Figura 9 – Módulo Wi-Fi para IoT Fonte: Divulgação Vídeo IoT sem Mistérios Saiba mais sobre IoT no vídeo a seguir: IoT sem Mistérios https://www.youtube.com/watch?v=KBWJAN2LqSs Figura 10 – IoT na Indústria Fonte: Getty Images Figura 11 Fonte: Reprodução Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Arquitetura de Microprocessadores: do Simples Pipeline ao Multiprocessador em Chip BAER, J. L. Arquitetura de Microprocessadores: do Simples Pipeline ao Multiprocessador em Chip. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2013. (e-book) Microcontroladores 8051: Teoria do Hardware e do Software. Aplicações em Controle Digital Laboratório e Simulação GIMENEZ, S. P. Microcontroladores 8051: teoria do Hardware e do Software aplicações em controle digital laboratório e simulação. São Paulo: Pearson, 2002. (e-book) Automação Industrial: PLC Programação e Instalação PRUDENTE, F. Automação Industrial: PLC Programação e Instalação. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2010. (e-book) 2 / 3 Material Complementar Algoritmos e Programação em Linguagem C SOFFNER, R. Algoritmos e Programação em Linguagem C, 1. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2013. (e-book) Linguagens de Programação: Princípios e Paradigmas TUCKER, A.; NOONAN, R. Linguagens de Programação: Princípios e Paradigmas. Porto Alegre: Grupo A, 2014. (e-book) SOUZA, D. J. Desbravando o PIC. São Paulo: Erica, 2005. ZANCO, W. S. Microcontroladores PIC: Técnicas de Software e Hardware para Projetos de Circuitos Eletrônicos. São Paulo: Erica, 2006. ________. Microcontroladores PIC18 com linguagem C: Uma abordagem prática e objetiva. São Paulo: Erica, 2010. (e-book) 3 / 3 Referências
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