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MATERIAL DE ESTUDO DO GRUPO TEMPLÁRIOS DE MARIA TEMPLÁRIOS DE MARIA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO E MARXISMO Teologia da Libertação (1ª parte) A Teologia da Libertação divide-se em vários eixos de formação Eixo 1: Revolução e Insurgência Política a. Convergência entre Cristianismo e marxismo na América Latina nos últimos 30 anos: Revolução nicaraguense, insurgência da população em El Salvador e o novo Movimento operário e popular no Brasil; Revolução Dominação Cultural Nacional Evolução Interna da igreja Mudanças na situação teológica e filosófica MATERIAL DE ESTUDO DO GRUPO TEMPLÁRIOS DE MARIA b. Integração por parte de setores da Igreja de alguns temas essenciais do marxismo ( ideologia de gênero, casamento dos homossexuais e de sacerdotes, liberação do aborto, etc). Na América Latina o papel da Igreja sempre foi fundamental para a liberdade política, mas as forças marxistas e leninistas utilizaram a Igreja como arma política contra a propriedade privada e o sistema capitalista de produção, infiltrando a comunidade religiosa de ideias comunistas anticristãs, assim originando os partidos comunistas na America Latina, como o Partido dos Trabalhadores (PT) no Brasil, ou a união de todos eles, como o Foro de São Paulo. Eixo 2: Dominação da Cultura Nacional Houve uma forte influência marxista na religião, escolas, mídia e universidades. A Teologia da Libertação (TL) é uma doutrina política disfarçada de crença religiosa com um significado antipapal e anti- empresa livre, destinada a enfraquecer a independência da sociedade face ao controle estatal. A complexa e original relação entre o religioso e o político na TL é assim reduzida a um mero disfarce, atuando como resultado da estratégia marxista. Eixo 3: Evolução Interna da própria Igreja, a partir da sua própria tradição e cultura A TL em um determinado momento histórico, como a década de 60 e, atuando em um espaço restrito à América Latina, com uma parte do clero e de leigos cristãos (principalmente católicos) passaram a sentir a necessidade de utilizar o método marxista de interpretação e transformação da realidade. Para o Papa Emérito Bento XVI, “ (...) produziu-se no mundo Ocidental um sensível vazio de significação, onde diversas formas de marxismo se transformou em um élan moral, e ao mesmo tempo em uma promessa de significação que pareceriam quase irresistíveis à juventude universitária.”i MATERIAL DE ESTUDO DO GRUPO TEMPLÁRIOS DE MARIA Por outro lado, ”(...) o desafio moral constituído pela pobreza e a opressão não podiam ser ignorados no momento em que a Europa e a América do Norte haviam atingido alto grau de opulência desconhecida até então.” As pessoas necessitavam de respostas aos seus novos anseios e que não encontravam nas tradições existentes de então. Eixo 4: Mudanças na Situação Teológica e Filosófica As pessoas passaram a procurar respostas em um cristianismo que se deixasse guiar pelos modelos de esperança, fundados cientificamente e aparentemente nas ideologias marxistas. Na verdade a Teologia da Libertação, “combina a exegese bíblica e análise marxista, parecendo responder tanto à Ciência, quanto aos desafios morais de nosso tempo.” (Löwy, p.8) onde de modo preocupante, se instalou aos poucos a ideologia da esperança e o culto ao pobrismo. Necessário se faz analisarmos e refletirmos sobre a evolução interna da Igreja e seus aspectos que puderam dar vazão a esta contaminação marxista na América Latina, assim como Max Weber ao estudar sobre as relações entre a ética protestante e o capitalismo econômico considerou que havia uma afinidade eletiva entre ambos, significando que a partir de certas características em comum a duas figuras culturais sob determinado momento da história, podem entrar em uma relação de simbiose. Simbiose, neste caso, é um movimento dinâmico entre duas estruturas diferentes e significativas como o Cristianismo e o Socialismo, resultando em influência em alguns setores ou até fusão devido a forte interação dialética entre ambas. Áreas de afinidade entre o Cristianismo e o Socialismo: Moral: o maior imperativo moral e histórico da TL é a libertação dos escravos e oprimidos, um aspecto bem interessante, já que percebemos uma influência das escrituras bíblicas, principalmente do Livro do Êxodo, pelas Comunidades de Base ( CEBS). MATERIAL DE ESTUDO DO GRUPO TEMPLÁRIOS DE MARIA Pobrismo: a valorização do pobre, onde destacamos uma diferença grande diferença entre o pobre da Igreja católica e o da ideologia comunistas marxista. Universalismo: Internacionalismo católico, doutrina e instituições internacionais, visando a humanidade como um todo, onde destaca-se o Humanismo, ou afirmação substancial do gênero humano acima de todas as raças, etnias e nações. Crítica do Individualismo: tanto o marxismo como o catolicismo rejeita o individualismo puro, (liberal/racionalista, hedonista /empirista) para ambos os valores supremos são trans-individuais, ou seja: “Deus para a Comunidade Humana e esta para o socialismo.” Valorização da Comunidade: da vida comunitária, da partilha comunitária de bens. Crítica ao anonimato, da impersonalidade, da alienação, da competição egoísta da vida em sociedade moderna. Anticapitalismo: Como apontou Max Weber ao analisar as relações e analogias entre o dogma protestante e o capitalismo econômico, a Igreja rejeita um poder totalmente impessoal e absolutista, que foge de seus cogentes morais e religiosos, onde a crítica ao capitalismo liberal é uma das mais ferrenhas críticas da Igreja desde o século XIX. A Esperança: Na TL espera-se um reino de justiça e liberdade, de paz e fraternidade entre todos os seres humanos ou seja, um verdadeiro avatar da Sociedade Judaico-cristã. Áreas de Divergência entre o Cristianismo e o Socialismo O lugar do pobre: o lugar do pobre para a Igreja católica sempre foi objeto de caridade paternal, enquanto que na ideologia marxista o pobre é um sujeito na ação revolucionária. Mesmo assim a Igreja se harmonizou com o capitalismo, considerando sempre o comunismo, leninismo e marxismo como inimigos da fé cristã, embora sempre existindo dentro da Igreja, principalmente nas protestantes, pessoas ou grupos simpáticos a essas doutrinas estranhas. MATERIAL DE ESTUDO DO GRUPO TEMPLÁRIOS DE MARIA i Cardeal Ratzinger, “Les consequences fundamentales d’une option marxiste” (1984), Theologies de la Liberation, Paris. Conforme, 1985, p.122-130. Este texto é anterior à famosa Instrução sobre alguns aspectos da “Teologia da Libertação” da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, presidida pelo próprio Cardeal Ratzinger, apud ( Löwy, Michael, 1987,p.7)
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