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Chorume
O Chorume é um material em estado líquido que se origina a partir da decomposição de matéria
orgânica nos aterros sanitários. O chorume é considerado como uma forma de poluição, especialmente
porque afeta as águas e com isso, também a saúde humana.
O que é o chorume?
O chorume é uma consequência do processo de decomposição de matérias orgânicas depositadas no
meio. Ele ocorre principalmente nos aterros, onde há a deposição e degradação de grandes quantidades
de material orgânico. O chorume é um líquido com cheiro forte e desagradável, cuja coloração é escura.
Ele é também conhecido como “lixiviado”, e é muito poluente, podendo afetar o meio ambiente e a saúde
humana. O poder poluente do chorume vai depender da quantidade de material químico e metais
pesados em sua composição.
O chorume por si só já possui uma umidade natural, a qual é intensificada no contato com águas
provenientes de várias fontes, como as chuvas, o lençol freático, as nascentes, dentre outros. A
quantidade de chorume produzido depende de fatores variados, como os índices de precipitação na área
do depósito, o escoamento superficial e a infiltração subterrânea, a umidade natural já existente no
material orgânico, a compactação do material de origem, bem como os solos no local da formação do
chorume.
Foto:
depositphotos
 Como é formado o chorume?
Existem algumas formas pelas quais o chorume se forma, sendo elas: a partir da umidade natural
existente no lixo, sendo que esta é acentuada quando há um período chuvoso, escorrendo para os
solos; a partir da constituição da matéria orgânica, a qual gera esse líquido escuro e com odor forte; a
partir da existência de bactérias no lixo, sendo que estas expelem uma espécie de enzimas que
dissolvem os materiais orgânicos, formando o chorume. Portanto, o chorume é um processo que ocorre
naturalmente pela deposição de material orgânico no meio, sendo originado pela própria composição da
matéria, pela umidade do ambiente e também pela ação de microrganismos.
Em um primeiro momento, o material orgânico depositado em aterros, por exemplo, passa por um
processo de decomposição aeróbico, ou seja, quando ainda há a presença de oxigênio neste processo.
Neste processo, as bactérias aeróbicas fazem o processo de fermentação do lixo, absorvendo o
oxigênio e com isso liberando gás carbônico. Em um segundo momento, há a decomposição
anaeróbica, ou seja, quando não há mais oxigênio.
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As bactérias anaeróbicas agem quando o oxigênio acaba, quebrando as partículas de gordura, proteína
e os amidos, transformando estes em ácido acético. Após meses ou anos, dependendo do material,
somando-se com as águas das chuvas, o líquido formado por esses processos de decomposição acaba
infiltrando nos solos. Outra parte do processo de decomposição se transforma em gases, como o
metano.
Onde ocorre o chorume?
O chorume ocorre em todos os locais onde há deposição de material orgânico, somando-se a isso a
incidência de umidade. Os locais em que há maior intensidade de formação do chorume são os aterros
sanitários, nos quais há a deposição de grandes quantidades de lixo orgânico.
Nestes ambientes somam-se vários elementos poluentes, como a formação de gases oriundos da
decomposição, liberação de metais variados na atmosfera e nos solos, e a produção em grande
quantidade do líquido lixiviado. O chorume ocorre comumente também nos cemitérios, uma vez que os
corpos humanos são também material orgânico que será deteriorado no decorrer do tempo,
especialmente pela ação de microrganismos.
Uma das medidas mais eficazes para diminuir o problema do “necrochorume” é a prática da
Tanatopraxia, quando as medidas de conservação do corpo tornam o processo de decomposição mais
lento, reduzindo a formação e impacto do chorume. 
Consequências do chorume
O chorume possui importante relevância em relação a poluição das águas, sendo que a presença deste
afeta a qualidade das águas dos mananciais de superfície e os subterrâneos. O chorume polui os solos
nos locais nos quais infiltra, mas também as águas subterrâneas. Além da questão ambiental, há um
agravante, que é o comprometimento da saúde humana e animal.
Isso ocorre porque as águas e solos contaminados são utilizados para sobrevivência, através do
consumo das águas e da produção de alimentos nos solos. O chorume produz um odor desagradável, o
que também é considerado como aspecto da poluição. Além disso, essa condição atrai animais que
transmitem doenças, como ratos, baratas e insetos diversos. A produção do chorume é acentuada nos
verões, quando aumentam os índices pluviométricos, intensificando ainda mais o problema.
Tratamento do chorume
Recirculação do chorume: esse processo consiste na prática de drenar o chorume produzido e
captá-lo em um poço de acumulação. Feito isso, ele é devolvido ao interior do aterro. São
instalados drenos ou tubos que distribuem esse líquido através de redes. Com a presença de
microrganismos, a ação tóxica do chorume vai sendo atenuada nesse processo.
Tratamento Biológico: é um método de baixo custo de tratamento do chorume, e que é constituído
por um conjunto de medidas, como: filtragem física com gradeamento e caixa de areia, para
separar os sólidos dos líquidos; tanques anaeróbicos e aeróbicos, quando bactérias anaeróbicas e
aeróbicas fazem a decomposição dos elementos; compostagem, quando o material já está com
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consistência pastosa, e pode ir para as caixas de compostagem, sendo utilizado o material para
adubação orgânica.
Tratamento Bioquímico: esse tipo de tratamento utiliza-se de uma técnica denominada de
fitorremediação, quando as plantas são utilizadas como agentes de despoluição de materiais
contaminados. Esse processo é o que ocorre em um meio ambiente equilibrado, quando as
plantas fazem a purificação dos recursos naturais.
Dentre as formas de tratamento do chorume, o mais indicado é o método biológico, o qual é considerado
o mais barato e mais eficiente. Apesar do conhecimento teórico, ainda existem muitas limitações em
relação ao tratamento do chorume, como a inadequada deposição de lixo das cidades, a falta de
separação dos materiais orgânicos e inorgânicos, e mesmo a falta de investimentos para a adequada
deposição e tratamento dos resíduos decorrentes da produção de material orgânico.
Referências
» SERAFIM, Aline Camillo; et al. Chorume, impactos ambientais e possibilidades de tratamentos. Anais
do III Fórum de Estudos Contábeis 2003. Disponível em: https://www.tratamentodeagua.com.br/wp-
content/uploads/2016/06/Chorume-impactos-ambientais-e-possibilidades-de-tratamento.pdf. Acesso em:
12 de julho de 2017.

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