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Lista de Exercícios extras - Filosofia Século XIX

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Lista de Exercícios extras 
 
Nome: __________________________________________________ RM: ______________ 
 
 
 
 
Matéria FILOSOFIA – Século XIX 
 
1. (Unesp 2017) Quase sem exceção, os filósofos colocaram a 
essência da mente no pensamento e na consciência; o 
homem era o animal consciente, o “animal racional”. Porém, 
segundo Schopenhauer, filósofo alemão do século XIX, sob o 
intelecto consciente está a “vontade inconsciente”, uma 
força vital persistente, uma vontade de desejo imperioso. Às 
vezes, pode parecer que o intelecto dirija a vontade, mas só 
como um guia conduz o seu mestre. Nós não queremos uma 
coisa porque encontramos motivos para ela, encontramos 
motivos para ela porque a queremos; chegamos até a 
elaborar filosofias e teologias para disfarçar nossos desejos. 
 
Will Durant. A história da filosofia, 1996. Adaptado. 
 
 
Explique a importância da concepção do homem como 
“animal racional” para a filosofia. Como o conceito de 
“vontade inconsciente”, proposto por Schopenhauer, 
compromete a confiança filosófica na razão? 
 
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2. (Unesp 2017) Nossa felicidade depende daquilo que 
somos, de nossa individualidade; enquanto, na maior parte 
das vezes, levamos em conta apenas a nossa sorte, apenas 
aquilo que temos ou representamos. Pois, o que alguém é 
para si mesmo, o que o acompanha na solidão e ninguém lhe 
pode dar ou retirar, é manifestamente mais essencial para 
ele do que tudo quanto puder possuir ou ser aos olhos dos 
outros. Um homem espiritualmente rico, na mais absoluta 
solidão, consegue se divertir primorosamente com seus 
próprios pensamentos e fantasias, enquanto um obtuso, por 
mais que mude continuamente de sociedades, espetáculos, 
passeios e festas, não consegue afugentar o tédio que o 
martiriza. 
 
(Schopenhauer. Aforismos sobre a sabedoria de vida, 2015. 
Adaptado.) 
 
 
Com base no texto, é correto afirmar que a ética de 
Schopenhauer 
a) corrobora os padrões hegemônicos de comportamento da 
sociedade de consumo atual. 
b) valoriza o aprimoramento formativo do espírito como 
campo mais relevante da vida humana. 
c) valoriza preferencialmente a simplicidade e a humildade, 
em vez do cultivo de qualidades intelectuais. 
d) prioriza a condição social e a riqueza material como as 
determinações mais relevantes da vida humana. 
e) realiza um elogio à fé religiosa e à espiritualidade em 
detrimento da atração pelos bens materiais. 
 
3. (Enem 2016) Sentimos que toda satisfação de nossos 
desejos advinda do mundo assemelha-se à esmola que 
mantém hoje o mendigo vivo, porém prolonga amanhã a sua 
fome. A resignação, ao contrário, assemelha-se à fortuna 
herdada: livra o herdeiro para sempre de todas as 
preocupações. 
SCHOPENHAUER, A. Aforismo para a sabedoria da vida. São 
Paulo: Martins Fontes, 2005. 
 
 
O trecho destaca uma ideia remanescente de uma tradição 
filosófica ocidental, segundo a qual a felicidade se mostra 
indissociavelmente ligada à 
a) a consagração de relacionamentos afetivos. 
b) administração da independência interior. 
c) fugacidade do conhecimento empírico. 
d) liberdade de expressão religiosa. 
e) busca de prazeres efêmeros. 
 
4. (Uem 2017) “Sören Kierkegaard (1813-1885), pensador 
dinamarquês, é um dos precursores do existencialismo 
contemporâneo. […] Para Kierkegaard, a existência é 
permeada de contradições que a razão é incapaz de 
solucionar. Critica o sistema hegeliano por explicar o 
dinamismo da dialética por meio do conceito. Ao contrário, 
deveria fazê-lo pela paixão, sem a qual o espírito não 
receberia o impulso para o salto qualitativo, entendido como 
decisão, ou seja, como ato de liberdade. Por isso é 
importante na filosofia de Kierkegaard a reflexão sobre a 
angústia que precede o ato livre.” 
 
ARANHA, M. L. de A. Filosofar com textos: temas e história da 
filosofia. 
São Paulo: Moderna, 2012, p. 461 e 462. 
 
 
A partir do excerto acima, assinale o que for correto. 
Página 2 de 6 
 
01) A compreensão filosófica sobre o sentido da vida não 
pode ser apenas racional, mas também existencial. 
02) O pensamento de Kierkegaard sobre a liberdade é 
determinista, pois nossas decisões são inconscientes. 
04) Entre os sentimentos humanos destaca-se a angústia, 
pois ela possui uma dimensão prática e, ao mesmo 
tempo, filosófica. 
08) As paixões representam as ilusões dos sentidos, razão 
pela qual Kierkegaard critica o sistema de Hegel. 
16) As determinações da existência, longe de serem claras, 
são enigmáticas e acarretam incertezas. 
 
5. (Unesp 2021) Pode acontecer que, para a educação do 
verdadeiro filósofo, seja preciso que ele percorra todas as 
gradações nas quais os “trabalhadores da filosofia” estão 
instalados e devem permanecer firmes: ele deve ter sido 
crítico, cético, dogmático e histórico e, ademais, poeta, 
viajante, moralista e vidente e “espírito livre”, tudo enfim 
para poder percorrer o círculo dos valores humanos, dos 
sentimentos de valor, e poder lançar um olhar de múltiplos 
olhos e múltiplas consciências, da mais sublime altitude aos 
abismos, dos baixios para o alto. Mas tudo isso é apenas uma 
condição preliminar da sua incumbência. Seu destino exige 
outra coisa: a criação de valores. 
 
(Friedrich Nietzsche. Além do bem e do mal, 2001. Adaptado.) 
 
 
No texto, Nietzsche propõe que a formação do filósofo deve 
a) assegurar e manter os poderes políticos do governante. 
b) conhecer e extrapolar as práticas de vida, os sentimentos e 
os valores presentes na sociedade. 
c) privilegiar e fortalecer o papel da religião nas atitudes 
críticas perante a vida e os humanos. 
d) restringir-se ao terreno da reflexão na busca por uma 
verdade absoluta. 
e) retomar a origem una e indivisível dos humanos, na busca 
de sua liberdade de natureza. 
 
6. (Ufu 2020) Leia a descrição dos dois conjuntos de valores 
morais do filósofo Friedrich Nietzsche (1844-1900). 
 
Uma moral é caracterizada por valorizar a saúde, a vida e não 
acreditar em qualquer valoração no além da vida ou ideal 
ascético. A outra moral tem como principal característica a 
valoração da bondade e da virtude. 
 
Assinale a alternativa que apresenta os conceitos que são 
definidos por esses dois conjuntos de valores morais. 
a) Moral dos padres e moral protestante. 
b) Moral do senhor e moral dos nobres. 
c) Moral dos escravos e moral religiosa. 
d) Moral dos nobres e moral do escravo. 
 
7. (Uece 2020) Leia com atenção a passagem a seguir que 
expõe parte da crítica feita por Friedrich Nietzsche ao edifício 
moral construído no ocidente: 
 
"Mas que quer ainda você com ideais mais nobres! 
Sujeitemo-nos aos fatos: o povo venceu – ou 'os escravos', ou 
'a plebe', ou 'o rebanho', ou como quiser chamá-lo se isto 
aconteceu graças aos judeus, muito bem! Jamais um povo 
teve missão maior na história universal. 'Os senhores' foram 
abolidos; a moral do homem comum venceu. A 'redenção' do 
gênero humano (do jugo dos 'senhores') está bem 
encaminhada; tudo se judaíza, cristianiza, plebeíza 
visivelmente (que importam as palavras!)”. 
 
Nietzsche, Friedrich. Para a genealogia da moral - Prólogo. 
Primeira dissertação §9. 
 
 
Considerando a compreensão de Nietzsche acerca do 
fundamento moral do ocidente,assinale a afirmação 
verdadeira. 
a) Segundo Nietzsche, a verdade e a moral propostas pelos 
gregos e pelo cristianismo são instrumentos que os fracos 
inventaram para submeter e controlar os fortes e instaurar 
uma moral do rebanho. 
b) Em Nietzsche, encontra-se uma defesa ferrenha dos 
princípios morais elaborados pela filosofia grega clássica 
platônica e aristotélica que tem a razão como elemento 
condutor da ação moral. 
c) Para Nietzsche, a moralidade instaurada pelo cristianismo 
foi fundamental na instituição de uma cultura forte, 
moralmente ancorada na figura poderosa e altiva de 
Cristo, modelo para o líder. 
d) Na perspectiva Nietzschiana, a moral dos senhores e da 
aristocracia que sempre prevaleceu entre os povos da 
antiguidade, reforçada pela religião cristã, enfraqueceu o 
homem tornando-o submisso. 
 
8. (Uece 2020) 
 
 
A refilmagem, deste ano, do clássico personagem “Coringa” 
provocou discussões sobre seus significados no plano 
sociopolítico. Analisando as várias versões inspiradas no HQ 
da DC Comics, 
Fabrício Moraes descreve o Coringa como o id, o impulso 
destrutivo e caótico, mas também criativo e artístico. Batman 
seria o superego, o juiz punitivo e ordenador da cidade, o 
arquétipo do guardião que afronta e interpõe limites a um 
território. O Coringa seria a face da comédia, Batman não se 
livra da face da tragédia. Neste sentido, o filme Coringa nos 
mostraria que o aspecto lúdico só tem pleno sentido se 
coexiste com a vida da sobriedade. Coringa e Batman são 
indissociáveis. 
 
Ver: MORAES, Fabrício. ‘Coringa’: A raiva de Caliban por se 
ver no espelho. In Revista Amálgama. Disponível em: 
https://www.revistaamalgama.com.br/10/2019/resenha-
coringa/. 2019. 
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Considerando a análise acima, é correto dizer que está 
amparada teoricamente 
a) na noção estético-moral de Nietzsche em O nascimento da 
tragédia, onde ordem e caos se equilibram e fazem nascer 
o humano: Coringa e Batman são indissociáveis como 
Dionísio (loucura) e Apolo (razão). 
b) na teoria política marxista, que concebe as relações sociais 
mascaradas pela ideologia de classe, o que 
necessariamente provoca o conflito social: Coringa e 
Batman são representações da luta de classes. 
c) na definição de arte dos filósofos gregos como Aristóteles, 
cuja ideia fundamental era a de mímesis, ou seja, de 
imitação ou representação da realidade: Coringa e Batman 
são representações do ser e do não ser. 
d) na concepção moral agostiniana, na qual o bem e o mal, o 
pecado e a graça, a cidade dos homens e a cidade de Deus 
coabitam no interior de cada indivíduo: Coringa e Batman 
são representações dessa contradição. 
 
9. (Uem 2019) O filósofo alemão Nietzsche realizou em sua 
obra uma crítica das posições metafísicas dos filósofos 
anteriores. Ele afirma: “Contraponhamos a isso, afinal, de 
que modo diferente nós (- digo nós por cortesia...) captamos 
no olho o problema do erro e da aparência. Outrora se 
tomava a alteração, a mudança, o vir-a-ser em geral como 
prova de aparência, como signo de que tem de haver algo 
que nos induz em erro. Hoje, inversamente, na exata medida 
em que o preconceito da razão nos coage a pôr unidade, 
identidade, duração, substância, causa, coisidade, ser, vemo-
nos, de certo modo, enredados no erro, necessitados ao erro; 
tão seguros estamos, com fundamento em um cômputo 
rigoroso dentro de nós, de que aqui está o erro.” 
 
(NIETZSCHE, F. O crepúsculo dos ídolos. In: FIGUEIREDO, V. 
(org.) Seis filósofos na sala de aula, v. 2. São Paulo: Berlendis 
& Vertecchia, 2007, p. 175). 
 
 
Acerca das teses de Nietzsche sobre o ser, a aparência, a 
verdade e o erro, assinale o que for correto. 
01) Nietzsche propõe que é ilusório conceber a verdade 
como algo único e permanente. 
02) A arte é um processo de falsificação pelo qual 
construímos um mundo verdadeiro. 
04) O homem está “enredado no erro” porque precisa contar 
com a previsibilidade e a racionalidade para sobreviver. 
08) A crítica de Nietzsche se dirige à maneira como a filosofia 
moderna se desviou das teses dos pensadores pré-
socráticos Parmênides e Heráclito. 
16) Segundo Nietzsche, a ciência moderna investiga as 
transformações dos fenômenos naturais, por isso 
compreende que o mundo é fundamentalmente um 
processo de vir-a-ser. 
 
10. (Ufu 2019) [...] a palavra “bom”, de antemão, não se 
prende necessariamente a ações “não-egoístas”; como é a 
superstição daqueles genealogistas da moral. Em vez disso, 
somente com um declínio de juízos de valor aristocráticos 
acontece que essa oposição “egoísta” – “não-egoísta” se 
imponha mais e mais à consciência humana – é, para me 
servir de minha linguagem, o instinto de rebanho que, com 
ela, afinal, toma a palavra (e também as palavras). 
 
NIETZSCHE, Friedrich. Para a genealogia da moral. Os 
Pensadores. Trad. LEBRUN, G. São Paulo: Nova Cultural, 1999. 
p. 342. 
 
 
De acordo com o conteúdo da citação, assinale a alternativa 
que nomeia um dos conceitos mais importantes da filosofia 
nietzschiana. 
a) Impulso apolíneo. 
b) Impulso dionisíaco. 
c) Vontade de potência. 
d) Transvaloração dos valores. 
 
11. (Enem PPL 2019) Eis o ensinamento de minha doutrina: 
“Viva de forma a ter de desejar reviver – é o dever –, pois, em 
todo caso, você reviverá! Aquele que ama antes de tudo se 
submeter, obedecer e seguir, que obedeça! Mas que saiba 
para o que dirige sua preferência, e não recue diante de 
nenhum meio! É a eternidade que está em jogo!”. 
NIETZSCHE apud FERRY, L. Aprender a viver: filosofia para os 
novos tempos. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010 (adaptado). 
 
 
O trecho contém uma formulação da doutrina nietzscheana 
do eterno retorno, que apresenta critérios radicais de 
avaliação da 
a) qualidade de nossa existência pessoal e coletiva. 
b) conveniência do cuidado da saúde física e espiritual. 
c) legitimidade da doutrina pagã da transmigração da alma. 
d) veracidade do postulado cosmológico da perenidade do 
mundo. 
e) validade de padrões habituais de ação humana ao longo da 
história. 
 
12. (Ueg 2018) Friedrich Nietzsche (1844-1900) é um 
importante e polêmico pensador contemporâneo, 
particularmente por sua famosa frase “Deus está morto”. Em 
que sentido podemos interpretar a proclamação dessa 
morte? 
a) O Deus que morre é o Deus cristão, mas ainda vive o deus-
natureza, no qual o homem encontrará uma justificativa e 
um consolo para sua existência sem sentido. 
b) Não fomos nós que matamos Deus, ele nos abandonou na 
medida em que não aceitamos o fato de que essa vida só 
poderá ser justificada no além, uma vez que o devir não 
tem finalidade. 
c) O Deus que morre é o deus-mercado, que tudo nivela à 
condição de mercadoria, entretanto o Deus cristão poderá 
ainda nos salvar, desde que nos abandonemos à 
experiência de fé. 
d) A morte de Deus não se refere apenas ao Deus cristão, 
mas remete à falta de fundamento no conhecimento, na 
ética, na política e na religião, cabendo ao homem 
inventar novos valores. 
e) A morte de Deus serve de alerta ao homem de que nada é 
infinito e eterno, e que o homem e sua existência são 
momentos fugazes que devem ser vividos intensamente. 
 
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13. (Enem PPL 2018) Jamais deixou de haver sangue, 
martírio e sacrifício, quando o homem sentiu a necessidade 
de criar em si uma memória; os mais horrendos sacrifícios e 
penhores, as mais repugnantes mutilações (as castrações, por 
exemplo), os mais cruéis rituais, tudo isto tem origem 
naquele instinto que divisou na dor o mais poderoso auxiliar 
da memória. 
 
NIETZSCHE, F. Genealogia da moral. São Paulo: Cia. das 
Letras, 1999. 
 
 
O fragmento evoca uma reflexão sobre a condição humana e 
a elaboração de um mecanismo distintivo entre homens e 
animais, marcado pelo(a) 
a) racionalidade científica. 
b) determinismo biológico. 
c) degradação da natureza. 
d) domínio da contingência.e) consciência da existência. 
 
14. (Unesp 2018) Convicção é a crença de estar na posse da 
verdade absoluta. Essa crença pressupõe que há verdades 
absolutas, que foram encontrados métodos perfeitos para 
chegar a elas e que todo aquele que tem convicções se serve 
desses métodos perfeitos. Esses três pressupostos 
demonstram que o homem das convicções está na idade da 
inocência, e é uma criança, por adulto que seja quanto ao 
mais. Mas milênios viveram nesses pressupostos infantis, e 
deles jorraram as mais poderosas fontes de força da 
humanidade. Se, entretanto, todos aqueles que faziam uma 
ideia tão alta de sua convicção houvessem dedicado apenas 
metade de sua força para investigar por que caminho haviam 
chegado a ela: que aspecto pacífico teria a história da 
humanidade! 
 
(Nietzsche. Obras incompletas, 1991. Adaptado.) 
 
 
Nesse excerto, Nietzsche 
a) defende o inatismo metafísico contra as teses empiristas 
sobre o conhecimento. 
b) valoriza a posse da verdade absoluta como meio para a 
realização da paz. 
c) defende a fé religiosa como alicerce para o pensamento 
crítico. 
d) identifica a maturidade intelectual com a capacidade de 
conhecer a verdade absoluta. 
e) valoriza uma postura crítica de autorreflexão, em oposição 
ao dogmatismo. 
 
15. (Unioeste 2018) Considere os seguintes excertos: 
 
“Dionísio já havia sido afugentado do palco trágico e o fora 
através do poder demoníaco que falava pela boca de 
Eurípedes. Também Eurípedes foi, em certo sentido, apenas 
máscara: a divindade, que falava por sua boca, não era 
Dionísio, tampouco Apolo, porém um demônio de 
recentíssimo nascimento, chamado Sócrates”. 
 
Nietzsche, F. O Nascimento da Tragédia ou Helenismo e 
Pessimismo. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das 
Letras, 1996. 
 
 
“O Nascimento da tragédia tem dois objetivos principais: a 
crítica da racionalidade conceitual instaurada na filosofia por 
Sócrates e Platão; a apresentação da arte trágica, expressão 
das pulsões artísticas dionisíaca e apolínea, como alternativa 
à racionalidade”. 
Machado, R. “Arte e filosofia no Zaratustra de Nietzsche” In: 
Novaes, A. (org.) Artepensamento. São Paulo. Companhia das 
Letras, 1994. 
 
 
Os trechos acima aludem diretamente à crítica nietzschiana 
referente à atitude estética que 
a) subordina a beleza à racionalidade. 
b) cultua os antigos em detrimento do contemporâneo. 
c) privilegia o cômico ao trágico. 
d) concebe o gosto como processo social. 
e) glorifica o gênio em detrimento da composição calculada. 
 
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Gabarito: 
 
Resposta da questão 1: 
 O pensamento filosófico iluminista aponta a racionalidade 
como uma característica que atribui a essência humana aos 
indivíduos. Essa concepção parte do princípio de que os 
instintos e os desejos aproximariam os indivíduos dos outros 
animais, uma vez que seriam fruto da irracionalidade, 
afastando o homem de sua natureza humana, inferiorizando-
o. A racionalidade seria, partindo da perspectiva iluminista, 
aquilo que possibilita ao homem existir e ter consciência de 
que existe, não limitando sua existência aos seus aspectos 
biológicos. Assim, a razão seria o que permite ao homem a 
elevação espiritual e o domínio sobre a natureza. No entanto, 
o conceito de “vontade inconsciente” formulado por 
Schopenhaurer levanta um questionamento acerca do 
otimismo iluminista em relação à razão, na medida em que 
concebe a natureza humana como sendo marcada pelos 
conflitos entre as pulsões inconscientes e o uso da razão. Isso 
se daria porque a “vontade inconsciente” não seria conduzida 
pela razão, mas por desejos incontroláveis, ideia que rompe 
com o pensamento tradicional de que todas as ações 
humanas são fundamentadas no uso da razão. 
 
Resposta da questão 2: [B] 
 
A ética proposta pelo autor determina o aprimoramento 
espiritual e individual como a dimensão da vida humana mais 
relevante para atingir a felicidade plena. 
 
Resposta da questão 3: [B] 
 
Ao criticar a satisfação de nossos desejos, Schopenhauer 
retoma uma concepção filosófica de tradição estoica, 
segundo a qual a felicidade se dá através do controle das 
paixões. 
 
Resposta da questão 4: 01 + 04 + 16 = 21. 
 
O pensamento filosófico existencialista tem como 
fundamento central que a compreensão da vida humana se 
dá a partir da condição da existência humana, de modo que 
apenas a perspectiva racional não é suficiente para esse 
entendimento, como afirma corretamente o item [01]. 
Kierkegaard, ao colocar o existencialismo como foco principal 
para a análise filosófica da vida humana, defende que a 
essência humana se constrói a partir das escolhas que, 
dentro da sua liberdade, o indivíduo realiza. Com efeito, o 
homem viveria em uma angústia existencial diante da 
responsabilidade de escolher, de modo que a angústia tem 
uma dimensão prática, para além da filosófica, haja vista que 
as escolhas refletem naquilo que o indivíduo é, como 
indicado pelo item [04]. Ademais, ao reconhecer as 
contradições que permeiam as condições de existência, 
Kierkegaard defende que as mesmas são incertas e 
enigmáticas, tal como apontado pelo item [16]. 
 
Resposta da questão 5: [B] 
 
A partir do texto, o aluno deve identificar os elementos que, 
para Nietzsche, são necessários para a formação do filósofo, 
que são citados e refletidos pelo autor. A leitura atenta do 
excerto apresentado pela questão, dessa forma, permite 
identificar que, para Nietzsche, o filósofo deve conhecer as 
mais diversas experiências humanas, compreendendo os 
valores, as práticas e os sentimentos que compõe as 
experiências da vida em sociedade, chegando a extrapolar 
esses valores e criar novos valores. A única alternativa que 
reflete essa visão é a letra [B]. 
 
Resposta da questão 6: [D] 
 
Na Genealogia da moral, Nietzsche se refere a dois tipos de 
moral, a moral dos nobres, dos senhores e a moral do 
escravo, também chamada de moral do rebanho. A moral dos 
nobres se baseia nos instintos vitais, no que Nietzsche chama 
de vontade de potência, seus valores são baseados na força 
vital, no bem-viver, nas paixões, desejos e vontades. Em 
oposição, a moral do escravo é ressentida, teme a vida, o 
corpo o desejo e tenta limitá-la pela razão. Nietzsche chega a 
afirmar que a moral dos escravos é a moral dos fracos, com a 
finalidade de dominar os fortes, os que possuem vontade de 
potência. 
 
Resposta da questão 7: [A] 
 
O trecho deixa claro que o pensamento de Nietzsche não 
defende os princípios morais da elaborados pela filosofia 
grega, não elogia a moralidade cristã, nem afirma que 
prevaleceu a moral dos senhores e da aristocracia. Na 
verdade, ele afirma que a moral do homem comum venceu. 
Para o filósofo, a perspectiva clássica privilegiando o 
racionalismo puro e a perspectiva cristã, ambas afastam da 
vida, enfraquecem a ideia de “homem” e devem ser 
superadas. 
 
Resposta da questão 8: [A] 
 
Na mitologia clássica, Apolo representa a temperança, a 
razão e a beleza, enquanto Dionísio representa as pulsões 
opostas, as emoções, a loucura, as forças da natureza. Para 
Nietzsche, a combinação entre as duas estéticas, 
representadas por Apolo e Dionísio, se combinam na 
tragédia, enquanto nas demais artes elas costumam ser 
separadas. A representação da tragédia é, para esse 
pensador, a arte ideal, uma vez que apresenta a vida a partir 
da sua afirmação. Isso porque o real, segundo Nietzsche, é 
composto pelo conflito entre as duas forças representadas 
por Apolo e Dionísio: a ordem e a desordem, a temperança e 
a desmedida, a razão e as emoções. Desse modo, essas duas 
estéticas representam dimensões da realidade que são 
complementares e, por isso, necessárias. 
 
Resposta da questão 9: 01 + 04 = 05. 
 
Para o pensador alemão, Nietzsche, a verdade é um 
somatório de relações humanas que foram instituídas por 
meio de linguagem e definida historicamente. Sendo assim, o 
que é entendido como verdadeiro pode mudar uma vez que 
as relações sociais,humanas também mudam com o passar 
do tempo e com o conflito de forças, o que faz o item [01] ser 
Página 6 de 6 
 
correto. Sobre a arte, Nietzsche a entendia como “grande 
possibilitadora da vida”. A arte não define verdades ou 
mentiras, a arte seria impulso e ordenação da vida, o que 
define o item [02] como falso. O medo e a busca pela 
estabilidade, de acordo com o pensador, é o que leva o ser 
humano a definir verdades racionais que, pela mutabilidade 
das coisas e das relações, levariam ao erro, garantindo o item 
[04] como verdadeiro. Nietzsche também criticou a filosofia 
moderna por dar continuidade à valorização da razão. O 
pensador alemão valorizava o saber prático dos pré-
socráticos, que não valorizava a razão, fazendo o item [08] 
ser falso. O item [16] é incorreto pois Nietzsche compreende 
o mundo como sendo resultado da guerra (pólemos) ou da 
luta (éris) e é essa tensão que efetiva a mudança a criação e o 
perecimento. 
 
Resposta da questão 10: [D] 
 
O trecho se refere ao projeto de transvaloração de todos os 
valores, ou seja, a tentativa de produzir uma refundação da 
cultura, afastada de todo ideal metafísico ou transcendental. 
O projeto de transvaloração se volta contra os valores criados 
pelo platonismo e pelo cristianismo que, para Nietzsche, 
disseminam um desprezo da vida, do mundo sensível e do 
corpo. 
 
Resposta da questão 11: [A] 
 
O Eterno Retorno é uma formulação com repercussões éticas 
para as condutas humanas e que se distancia de doutrinas 
gerais sobre o ser e sobre a vida. 
 
Resposta da questão 12: [D] 
 
A fala de Nietzsche, pensador representante da filosofia 
niilista, expressa a ideia de que a influência dos valores 
religiosos nos diferentes aspectos da vida humana é cada vez 
menor. Assim, o autor se refere à morte da moralidade cristã, 
que teria perdido o valor de fundamento da verdade e do 
sentido da existência humana, o que implica a necessidade 
da criação de novos valores que cumpram esse papel. 
 
Resposta da questão 13: [E] 
 
Para Nietzsche, como se observa a partir do texto, o processo 
de formação da memória se constituiu a partir da violência e 
da crueldade, “jamais deixou de haver sangue, martírio e 
sacrifício, quando o homem sentiu a necessidade de criar em 
si uma memória”. A memória, então, seria o contrário do 
esquecimento, permitindo ao indivíduo o não-esquecimento 
de experiência passadas. Nietzsche entende, ainda, que a 
memorização se relaciona à capacidade humana de seguir 
normas que reprimem seus instintos, e que a repressão do 
esquecimento e dos instintos teria como finalidade a 
convivência social. A consciência, nessa perspectiva, seria, 
segundo Nietzsche, o “último estágio” do processo de 
evolução do sistema orgânico humano, como resultado da 
necessidade que os indivíduos, ao conviver socialmente, 
teriam de levar à consciência suas ações, sentimentos e 
comunicações. 
 
Resposta da questão 14: [E] 
 
Nietzsche propõe uma perspectiva epistemológica em que a 
existência de uma verdade absoluta é avaliada a partir de 
uma postura crítica e autorreflexiva, o que leva ao 
questionamento acerca da possibilidade de se atingir 
quaisquer convicções, perspectiva esta que representa uma 
oposição radical ao dogmatismo. 
 
Resposta da questão 15: [A] 
 
A estética socrática relaciona a arte à lógica, uma vez que, 
para Sócrates, a produção artística deve ter como essência 
uma postura crítica racional, subordinando a ideia de beleza 
à de racionalidade. Já para Nietzsche, a estética não se limita 
à verificação do que é lógico, mas se relaciona ao subjetivo, 
ou seja, à essência do indivíduo. Assim, Nietzsche faz uma 
crítica à atitude estética proposta por Sócrates, defendendo a 
estética como expressão de pulsões artísticas que não 
estariam subordinadas à racionalidade conceitual.

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