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PLANEJAMENTO ENDODÔNTICO Operadora: Giovanna Alencar RA: 202112524 Assistente: Carolina Maria Aguiar RA: 001201907714 Paciente: Herculano Policarpo Pinheiro Prontuário: 13646/2023 Diagnóstico: Paciente portador de periodontite apical assintomática no elemento 22. SEMIOLOGIA Teste Frio: Percussão H: Percussão V: Palpação Apical: Teste Quente: RADIOGRAFIA Realizada radiografia Periapical de incisivos, onde notou-se fratura junção cemento esmalte no elemento 22. Biossegurança Antissepsia Intra-Oral do Paciente: Bochecho com Clorexidina 0,12% por 60 segundos. Antissepsia Extra Oral do Paciente: Utilizar Pinça Pean apreendendo feixe de gaze estéril embebida em clorexidina 2%. Aplicação na face do paciente através de movimentos médio-laterais, utilizando uma face do feixe de gaze estéril para cada hemisfério do rosto, abrangendo asa do nariz, lábios, queixo e parte média da bochecha. Anestesia Técnica Selecionada: Injeção Supraperiostal (infiltrativa) NN. Anestesiados: Ramos terminais do Nervo Alveolar Superior Anterior Materiais: Tubete anestésico, seringa carpule e agulha curta Anestésico Selecionado: Lidocaína 2% com Epinefrina 1:100.000, DFL Técnica: Utilizar agulha curta, 27g Área de inserção Altura do sulco mucovestibular, acima do ápice do dente 22 Orientar o bisel em direção ao osso Procedimento a. Preparo do tecido no local da injeção: i. Limpeza com gaze seca estéril ii. Aplicação do antisséptico tópico iii. Aplicação do anestésico tópico por, no mínimo, 1 minuto. b. Orientar a agulha de modo que o bisel fique voltado para o osso c. Levantar o lábio esticando o tecido, se possível com o uso de um espelho clínico (para minimizar o risco de ferimento acidental com agulha, no administrador) d. Manter a seringa paralela ao longo eixo do dente e. Inserir a agulha na altura do sulco mucovestibular, sobre o dente-alvo f. Avançar a agulha até que o bisel esteja na região apical do dente ou acima dela (Tabela 13.1). Na maioria dos casos, a profundidade da penetração é de apenas alguns milímetros. Como a agulha está no tecido mole (sem tocar o osso), não deve haver resistência ao seu avanço, nem qualquer desconforto para o paciente com a injeção g. Aspirar duas vezes, girando 90° entre as aspirações: h. Se negativa, depositar aproximadamente 0,6 mℓ (um terço do tubete) lentamente, durante 20 segundos. i. Retirar lentamente a seringa j. Manter a agulha em local seguro. Aguardar de 3 a 5 minutos antes do início do procedimento odontológico Isolamento Absoluto Materiais: Arco de ostby, grampo 212, pinça palmer, lençol de borracha, alicate ainsworth, fio dental Procedimento: Prender o lençol no arco de ostby, marcar a localização do dente 45 no lençol, realizar a perfuração com o alicate ainsworth, prender as asas do grampo no lençol, passar o fio dental pelo arco do grampo e amarrar, apreender o grampo com a pinça palmer e levar todo o conjunto até a boca do paciente fazendo com que o grampo fique preso de maneira segura ao dente 45. Embrocamento do Campo Operatório: realizar desinfecção do lençol de borracha com clorexidina Cirurgia de Acesso Materiais: Peça de mão de alta rotação, peça de mão de baixa rotação, ponta diamantada 1014HL, broca carbide 1014HL, broca tronco-cônica de ponta inativa 3083, ponta diamantada em forma de chama de vela nº 1111, explorador nº5 e nº5 modificado.j Procedimento: ● Ponto de Eleição: Fratura de coroa, não há cíngulo. ● Direção de Trepanação: Perpendicular à palatina ● Forma de Conveniência: Triangular com base para incisal Realizar o desgaste do esmalte com a ponta diamantada selecionada, buscando retirar somente a quantia estritamente necessária de tecido saudável, em seguida, ao encontrar a dentina, continuar realizando o desgaste seguindo a direção de trepanação e também desgastando somente a quantia estritamente necessária de tecido, todavia, ainda produzindo a forma de conveniência desejada, o equilíbrio é de suma importância. Seguir até a trepanação da câmara pulpar. Para remoção completa do teto da câmara pulpar, valer-se do explorador nº 5 modificado e tração para oclusal, notando onde o mesmo prende-se e desgastando com ponta diamantada de ponta inativa tronco-cônica, essa que, por sua vez, também deve ser testada antes, notando onde a mesma prende-se ao realizar tração oclusal enquanto sem rotação. As concrescências podem ser checadas com o explorador nº 5 de ponta reta e devem ser também retiradas com broca tronco-cônica de ponta inativa 3083. Após a remoção da concrescência, deve-se realizar o refinamento da forma de contorno, também com a broca tronco-cônica de ponta inativa 3083, buscando fazer com as paredes interiores da câmara pulpar tornem-se divergentes para oclusal e finalizando a forma de conveniência na oclusal (triangular com base para incisal, neste caso). Esvaziamento Radicular IMPORTANTE: Embora neste planejamento estejam separados em momentos diferentes, o esvaziamento radicular, é realizado em conjunto com, primeiramente o preparo cervical e seguido da odontometria. Abaixo segue um guia compreensível destes momentos: 1. Preenchimento da câmara pulpar com hipoclorito de sódio a 1,0%. 2. Introduzir um instrumento tipo K de fino calibre até cerca de 2,0mm além da entrada do canal, com suaves movimentos de vaivém, agitando a solução até se perceber o seu turvamento. 3. Remover o instrumento, irrigação com hipoclorito de sódio e aspirar. 4. Preencher novamente a câmara pulpar com hipoclorito de sódio e introduzir o instrumento até 2,0mm além do limite anterior. Realizar movimento de vaivém, agitando a solução até o seu turvamento, remover o instrumento, irrigação com hipoclorito de sódio e aspirar. Repetir esta manobra até alcançar as proximidades do CRI. 5. Preparo de entrada dos canais radiculares com brocas de Largo e Gates-Glidden, precedido por farta irrigação com hipoclorito de sódio 6. Cálculo do X. Continuar com a manobra de penetração desinfetante até o CRI. Realizar a radiografia excêntrica, a fim de se obter a distância da ponta do instrumento ao vértice radiográfico da raiz (X). 7. Cálculo do comprimento real de trabalho (CRT). Lembrar que objetiva-se trabalhar dentro do canal dentinário em toda a sua extensão, ou seja, o CRT deverá estar contido a 0,5mm aquém do vértice radiográfico. 8. Confirmação da odontometria. Continuar com a manobra de penetração desinfetante até o CRT calculado. Realizar a radiografia excêntrica, com o intuito de confirmar a localização da ponta do instrumento no interior do canal. Preparo Cervical Materiais: Peça de mão de baixa rotação, broca de largo nº2 de 28mm, broca Gates-Glidden nº2 de 28mm, limas tipo K 15, 20 e 25 de 21mm, explorador nº5 e nº5 modificado ou limas automatizadas. Procedimento: Com as limas ou exploradores, procurar a entrada dos canais e, após encontrá-los, acoplar, primeiramente, a broca de largo, selecionada a nº 2 equivalente ao canal, em baixa rotação e iniciar o preparo cervical. É importante notar que não deve ser realizada nenhuma força na broca e com movimentos de lateralidade ou horizontais, utilizando apenas o peso do contra-ângulo, a fim de evitar desgastes demasiados, uma vez que é apenas um desgaste compensatório. Após o uso da broca de largo, iniciamos o uso da broca gates-glidden, que está selecionada de acordo com o diâmetro do terço cervical e médio dos canais radiculares. Além disso, como a broca de largo, não deve-se impor nenhum tipo de força, apenas o peso do contra ângulo e movimentos, dessa vez, de verticalidade, sem lateralidade. Odontometria Materiais: Posicionadores, filmes radiográficos, lupa, limas tipo K, stops, régua milimetrada, régua de calibração. Procedimento: Na radiografia diagnóstica mede-se o CAD (COMPRIMENTO APARENTE DO DENTE), obtida através de uma radiografia periapical pela técnica do paralelismo, então mede-se da incisal ou oclusal até o ápice radiográfico do dente com uma régua comum e subtrai-se 3 mm dessa medição fim de obter o CRI (comprimento real do instrumento). Após introduzir uma lima no canal calibradade acordo com o CRI, fazer uma radiografia pela técnica da bissetriz excêntrica e o espaço entre o ápice da lima e o ápice dente, será denominado X. Assim: CRI + X = CRD (COMPRIMENTO REAL DO DENTE) Então: ● SE POLPA VIVA - CRD - 1 = CRT (COMPRIMENTO REAL DE TRABALHO) ● SE NECRÓTICA - CRD - 0,5 = CRT Preparo Químico Cirúrgico Materiais: NaClO a 1% (Solução de Milton), Endo PTC leve, limas tipo K 15, 20, 25, 30 e 35, sugador de ponta grossa. Procedimento: O PQC é realizado após a cirurgia de acesso, odontometria e pulpectomia ou penetração desinfetante na polpa viva ou necrosada respectivamente, e antes da medicação intracanal. Tem como objetivo a modelagem e a sanificação por meio da limpeza e desinfecção, realizado através do uso de instrumentos e produtos químicos, assim sendo: ● Coloca-se Endo PTC leve da cavidade ● Goteja-se hipoclorito de sódio 1% ● Resultando no início reação química através de uma efervescência ● Realizar a instrumentação com, no máximo, duas limas ● Alternar essas substâncias a cada dois instrumentos sempre irrigando e sugando “Para que ocorra o PQC temos o binômio indivisível de instrumentos e substâncias químicas auxiliares” Ao início do preparo químico cirúrgico, temos o canal anatômico do paciente e, ao final, temos o que chamamos de canal cirúrgico. É importante notar que o controle da modelagem seja feita, não só limitado pelo CRT, mas também pelo limite de desgaste lateral, que pode enfraquecer o dente e levar até trincas e fraturas. Assim sendo o canal cirúrgico sempre conterá a todo o canal anatômico dentro do seu preparo se sobrepuseram os dois. Como estamos tratando um canal com polpa necrosada, serão utilizadas 6 limas para instrumentação, sendo: ● 1 Instrumentação do CRT ● 4 instrumentos escalonados ● 1 instrumento para Preparo Apical Além disso, por tratar-se de dois canais retos, será realizado o preparo seriado: 1. Penetração a. Inserir primeiro instrumento no CRT, o mesmo que foi utilizado para a confirmação b. Realizar ¼ de volta à direita e à esquerda e direcionando a lima para a apical c. Sempre na presença de NaClO e Endo PTC Leve 2. Ação Propriamente Dita - Limagem a. Tração em viés após a lima atingir o CRT na penetração, fazendo com que percorra todas as paredes, isso deve ser feito em sentido horário commáxima extensão de 3mm 3. Retirada a. Por meio seguindo o longo eixo do dente, tracionado em direção à oclusal ou incisal sem exercer pressão nas paredes do canal A troca do instrumento deve ser feita quando o atual tornar-se muito solto no canal e perder sua ação (15→20→25→30→35, etc) É muito importante que a cada uma ou no máximo duas trocas de instrumento que a substância química seja renovada (Endo-PTC Leve e NaClO 1%). Além disso, é importante a associação com EDTA-T ao realizar a irrigação e aspiração do canal quando necessário, idealmente ao final do PQC e para isso, realizamos da seguinte maneira: 1. Calibrar a cânula à 2 mm aquém do CRT e pré curvar a mesma 2. Posicionamento do aspirador dentro da câmara pulpar 3. NaOCl - remoção inicial da matéria orgânica e microorganismos 4. EDTA-T 17% - remoção da matéria inorgânica 5. NaOCl - a fim da remoção final de matéria orgânica e microrganismos que resistiram aos processos anteriores Por último deve ser realizada a secagem do canal com o sugador de ponta fina e com os cones de papel correspondentes ao último instrumento. Preparo Apical O preparo apical deve ser realizado pelo último instrumento selecionado durante o planejamento, logo, o mais calibroso e somente em canais retos, nunca em canais curvos. A técnica é a seguinte: ● Lima de calibre superior à última utilizada no PQC (ex: 35→40) ● Levar a lima até o CRT ● Realizar um movimento de ¼ de volta à direita e tração ● Realizar um movimento de ¼ de volta à esquerda e tração O preparo apical tem como objetivo realizar um batente apical que não permitirá que a guta percha ultrapasse a junção CDC. Em casos de travamento do instrumento no interior do canal, deve-se prender uma pinça mosquito ou hemostática na porção metálica e realizar uma tração reta. Obturação Procedimento: Após todos os passos completos, deve-se obter um cone de guta percha principal do mesmo calibre e comprimento (CRT) da lima utilizada para o Preparo Cervical, além disso, deve-se desinfetar este cone colocando-o num pote dappen com NaClO 1%. Para garantir que o cone ficará preso no batente apical, faz-se necessário alguns testes, sendo: ● Teste Visual ○ Valendo-se da pinça perry e régua endodôntica estéreis, levar o cone em posição e através do teste visual verificamos se o cone chega ao CRT visualizando-o na referência oclusal ou incisal, o qual não deve ultrapassá-la mesmo quando forçado em direção apical. ● Teste Táctil ○ O segundo teste para a seleção do cone principal é o tátil, o cone deve apresentar travamento apical, pequena resistência quando tracionado em direção oclusal ou incisal. ● Teste Radiográfico ○ Devemos verificar se o canal cirúrgico respeitou os limites do canal anatômico, se o cone principal de obturação atingiu o limite determinado na radiografia de confirmação de odontometria - CRT e a adaptação do mesmo nos 3 últimos milímetros. Isso se dá através de mais uma radiografia periapical pela técnica da bissetriz excêntrica. Ao notar-se que tudo correu da maneira correta deve-se realizar mais uma irrigação e aspiração, seguida do secamento com cones de papel e ponta de aspiração fina, somente então pode-se iniciar a obturação propriamente dita. Para isso faz-se uso do cone principal já visto no passo anterior, espaçadores digitais, cones secundários e cimento obturador endodôntico. ● Inserção do Cimento ○ O paciente deve estar posicionado de forma que o ápice do dente esteja num plano inferior a entrada do canal radicular. O cone principal ou secundário deve ser utilizado para levar o cimento para o interior do conduto. Um pouco de cimento, é levado na ponta do cone, ao interior do canal radicular, pincelando as paredes do conduto de apical para cervical, tomando-se o cuidado de não bombear cimento para o forame, o que poderia provocar extravasamentos. Esse procedimento deverá ser repetido até que o cimento flua para a câmara pulpar. Posicionar o cone principal na medida do CRT. ● Condensação Lateral ○ Em seguida realizar a condensação lateral, a partir do primeiro cone secundário, com espaçadores digitais de calibre adequado buscando espaço para a colocação dos cones secundários, sempre dos menores para os maiores diâmetros e os mais longos precedem os curtos, buscando maior quantidade de guta percha do terço apical para o cervical, com menor quantidade possível de cimento obturador. Vale lembrar que, os cones secundários devem ter conicidade ligeiramente inferior aos espaçadores utilizados, normalmente utilizamos os de número 25 (vermelho) no terço apical, 30 (azul) terço médio e 35 (verde) do terço médio para o cervical. ● Corte dos Cones ○ Selecionar calcador modelo Paiva de tamanho compatível à entrada do canal. Aquecer ao rubro o calcador Paiva, valendo-se do mini maçarico e cortar os cones, aproximadamente 2 mm abaixo do colo clínico do dente, valendo-se de um movimento único, de uma parede à outra, sem ultrapassar mais do que 3 segundos para esse procedimento ● Selamento Final ○ Aplicar de 1 a 2mm de cimento provisório, umedecer uma bolinha de algodão em água, deixar por 1 minuto. Secar e preencher toda a cavidade com Ionômero de vidro selando toda a câmara pulpar, com no mínimo 3mm de espessura, evitando neste sentido, provável infiltração coronária, até que o paciente submeta-se à restauração definitiva posterior. Radiografia Final Procedimento: Remover todo o isolamento absoluto e realizar uma radiografia periapical pela técnica do paralelismo e a fim de documentar o final da obturação e tratamento. ______________________________ ______________________________ Aluno Operador Aluno Assistente _________________________________ Professor
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