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10 22 - Lista de história - FGV

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Profª Fernanda Morais 
História 
Profª Fernanda Morais 
História 
 
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Lista de história - FGV 
 
1. (FGV 2018) A agromanufatura da cana resultaria em 
outro produto tão importante quanto o açúcar: a cachaça. 
Alambiques proliferaram ao longo dos séculos coloniais. 
A comercialização da bebida afetava profundamente a 
importação de vinhos de Portugal. Esse comércio era 
obrigatório, pois por meio dos tributos pagos pelas cotas 
do vinho importado é que a Coroa pagava as suas tropas 
na Colônia. A cachaça produzida aqui passou a concorrer 
com os vinhos, com vantagens econômicas e culturais. 
Essa concorrência comercial entre colônia e metrópole se 
estendeu para as praças negreiras e rotas de 
comercialização de escravos na África portuguesa. A 
cachaça brasileira, por ser a bebida preferida para os 
negócios de compra e venda de escravos africanos, 
colocou em grande desvantagem a comercialização dos 
vinhos portugueses remetidos à África. A longa queda de 
braço mercantil acabou favorecendo afinal a cachaça, 
porque sem ela, nada de escravos, nada de produção na 
Colônia, com consequências graves para a arrecadação 
do reino. 
 
(Ana Maria da Silva Moura. Doce, amargo açúcar. Nossa História, ano 
3, nº 29, 2006. Adaptado) 
 
A partir dessa breve história da cachaça no Brasil, é 
correto afirmar que 
a) essa produção prejudicou os negócios relacionados ao 
açúcar, porque desviava parte considerável da mão de 
obra e dos capitais, além de incentivar o tráfico negreiro 
em detrimento do uso do trabalho compulsório 
indígena, que mais interessava ao Estado português. 
b) esse item motivou recorrentes conflitos entre as elites 
colonial e metropolitana, condição em parte 
solucionada quando as regiões africanas fornecedoras 
de escravos tornaram-se também produtoras de 
cachaça, o que desestimulou a sua produção na 
América portuguesa. 
c) essa bebida tem uma trajetória que comprova a 
ausência de domínio da metrópole sobre a América 
portuguesa, porque as restrições ao comércio e à 
produção de mercadorias no espaço colonial não 
surtiam efeitos práticos e coube aos senhores de 
engenho impor a ordem na Colônia. 
d) esse produto desrespeitava um princípio central nas 
relações que algumas metrópoles europeias impunham 
aos seus espaços coloniais, nesse caso, a quebra do 
monopólio de grupos mercantis do reino e a 
concorrência a produtos da metrópole. 
e) essa mercadoria recebeu um impulso importante, 
mesmo contrariando as determinações metropolitanas, 
mas, gradativamente, perdeu a sua importância, em 
especial quando o tabaco e os tecidos de algodão 
assumiram a função de moeda de troca por escravos 
na África. 
 
2. (FGV 2018) Como a sociedade do reino e as dos 
núcleos mais antigos de povoamento – a de Pernambuco, 
Bahia ou São Paulo – seguiam, em Minas, os princípios 
estamentais de estratificação, ou seja, pautavam-se pela 
honra, pela estima, pela preeminência social, pelo 
privilégio, pelo nascimento. A grande diferença é que, em 
Minas, o dinheiro podia comprar tanto quanto o 
nascimento, ou “corrigi-lo”, bem como a outros “defeitos” 
(...) Como rezava um ditado na época, “quem dinheiro 
tiver, fará o que quiser”. 
 
(Laura de Mello e Souza. Canalha indômita. Revista de História da 
Biblioteca Nacional, ano 1, nº 2, ago. 2005. Adaptado) 
 
No Brasil colonial, tais “defeitos” referem-se 
a) aos que fossem acusados pelo Tribunal da Santa 
Inquisição e aos que estivessem na Colônia sem a 
permissão do soberano português. 
b) ao exercício de qualquer prática comercial 
desvinculada da exportação e à condição de não ser 
proprietário de terras e escravos. 
c) aos que explorassem ilegalmente o trabalho 
compulsório dos indígenas e aos colonos que não 
fizessem parte de alguma irmandade religiosa. 
d) aos colonos que se casavam com pessoas vindas da 
Metrópole e aos que afrontassem, por qualquer meio, 
os chamados “homens bons”. 
e) aos de sangue impuro, representados pela 
ascendência moura, africana ou judaica, e aos 
praticantes de atividades artesanais ou relacionadas ao 
pequeno comércio. 
 
3. (FGV 2018) A partir da década de 1970, ganhou espaço 
a interpretação de que o imperialismo inglês foi a causa 
da Guerra do Paraguai, deflagrada em dezembro de 1864. 
Segundo essa vertente, o trono britânico teria utilizado o 
Império do Brasil, a Argentina e o Uruguai para destruir 
um suposto modelo de desenvolvimento paraguaio, 
industrializante, autônomo, que não se submetia aos 
mandos e desmandos da potência de então. Estudos 
desenvolvidos a partir da década de 1980, porém, 
revelam um panorama bastante distinto. 
 
 
(Francisco Doratioto. Paraguai: guerra maldita. Em: Luciano Figueiredo, 
História do Brasil para ocupados, 2013. Adaptado) 
 
Os novos estudos sobre a Guerra do Paraguai 
a) questionam a superioridade militar da aliança entre 
Argentina, Brasil e Uruguai e consideram que a vitória 
dessas nações derivou mais de algumas circunstâncias 
favoráveis do que da competência bélica. 
b) apontam para o expansionismo territorial do Império do 
Brasil como o principal causador dessa guerra, como 
pode ser verificado por meio das pretensões brasileiras 
por territórios divisos com o Paraguai e a Argentina. 
c) atribuem a responsabilidade do conflito aos quatro 
países envolvidos, que estavam em um momento 
particular de suas histórias, porque se encontravam em 
meio aos processos de construção e consolidação dos 
Estados Nacionais. 
d) demonstram como a inabilidade diplomática das 
nações envolvidas provocou uma guerra prolongada e 
muito cara, que, em última instância, gerou forte 
dependência econômica da região durante o resto do 
século XIX. 
e) realçam a importância do Uruguai e da Argentina como 
provocadores desse conflito regional porque defendiam 
que a navegação do estuário do Prata fosse 
exclusividade dessas nações, trazendo imediato 
prejuízo à Inglaterra. 
 
 
 
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4. (FGV 2018) Encontro, teoricamente inexplicável, de 
dois fenômenos que deveriam em princípio repelir-se um 
ao outro: o Mercantilismo e a Ilustração. Entretanto, ali 
estavam eles juntos, articulados, durante todo o período 
pombalino. 
 
FALCON, F. J. C., A época pombalina. São Paulo: Ática, 1982, p. 483. 
 
Entre as medidas implementadas durante o período em 
que o Marquês de Pombal foi o principal ministro do rei 
português D. José I, é correto apontar: 
a) A anistia aos mineradores da colônia que possuíam 
débitos tributários com a metrópole portuguesa. 
b) A implementação de medidas liberalizantes e a 
extinção das companhias de comércio monopolistas. 
c) O estabelecimento do Diretório dos Índios, que 
significou uma tentativa de enfraquecer o poder dos 
jesuítas. 
d) A intensificação das perseguições aos judeus e 
cristãos-novos bem como o fortalecimento do Tribunal 
do Santo Ofício. 
e) O fortalecimento da nobreza e do clero em detrimento 
dos setores financeiros e mercantis da sociedade 
portuguesa. 
 
5. (FGV 2018) Era a manhã ensolarada do dia 1o de maio 
de 1980, e as pessoas que haviam chegado ao centro de 
São Bernardo para a comemoração da data se depararam 
com a cidade ocupada por 8.000 policiais armados, com 
ordens de impedir qualquer concentração. 
É que aquele Dia do Trabalhador ocorria quando uma 
greve dos metalúrgicos da região alcançava já um mês de 
duração e levara o chefe do Serviço Nacional de 
Informação a prometer que dobraria a república de São 
Bernardo. O que poderia ter permanecido em dissídio 
salarial tornara-se um enfrentamento político que 
polarizava a sociedade. Movidos pela solidariedade à 
greve, formaram-se comitês de apoio em fábricas e 
bairros da Grande São Paulo. Pastorais da Igreja, 
parlamentares da oposição, Ordem dos Advogados, 
sindicatos, artistas, estudantes, jornalistas, professores 
assumiram a greve do ABC como expressão da luta 
democrática em curso.(Eder Sader. Quando novos personagens entraram em cena, 1988. 
Adaptado) 
 
Em relação ao evento apresentado, é correto afirmar que 
a) a ação dos sindicatos dos trabalhadores industriais da 
Grande São Paulo, especialmente na região do ABC, 
sob a hegemonia do ilegal Partido Comunista 
Brasileiro, garantiu uma excepcional articulação entre 
os movimentos sociais, como o de moradia, e o 
denominado sindicalismo classista. 
b) o ponto central de articulação e unidade das 
organizações sindicais, políticas e do movimento 
popular do estado de São Paulo foi à luta contra as 
modificações na CLT, pretendidas pelo Ministério do 
Trabalho, com a anuência da FIESP e de outras 
confederações e federações patronais. 
c) o sindicalismo brasileiro sofreu um decisivo impulso a 
partir das greves de boias-frias, em 1978, ocorridas no 
interior do estado São Paulo, fazendo com que a 
organização dos sindicatos de trabalhadores da 
indústria se voltassem para a luta pela recuperação das 
perdas salariais ocorridas desde 1964. 
d) as movimentações operárias da região do ABC paulista 
foram organizadas por dirigentes do chamado novo 
sindicalismo, que buscava a autonomia sindical frente 
ao Estado e criticava o sindicalismo dos dirigentes 
pelegos, cuja ação se baseava em práticas 
assistencialistas. 
e) a reorganização dos movimentos de trabalhadores no 
Brasil, depois de uma década sem greves e 
manifestações de ruas, decorreu da ação dos 
trabalhadores da administração pública, especialmente 
da saúde e da educação, que perderam o direito à 
sindicalização durante a Ditadura Militar. 
 
6. (FGV 2018) A vida privada dos escravos romanos à 
época do Império é um espetáculo pueril que se olha com 
desdém. No entanto, esses homens tinham vida própria; 
por exemplo, participavam da religião, e não apenas da 
religião do lar que, afinal, era o seu: fora de casa, um 
escravo podia perfeitamente ser aceito como sacerdote 
pelos fiéis de alguma devoção coletiva; podia também se 
tornar padre dessa Igreja cristã que nem por um momento 
pensou em abolir a escravidão. Paganismo ou 
cristianismo, é possível que as coisas religiosas os 
tenham atraído muito, pois bem poucos outros setores 
estavam abertos para eles. Os escravos também se 
apaixonavam pelos espetáculos públicos do teatro, do 
circo e da arena, pois, nos dias de festa, tinham folga, 
assim como os tribunais, as crianças das escolas e... os 
burros de carga. 
 
(Paul Veyne, O Império Romano. Em: Paul Veyne (org.). História da vida 
privada v. 1: do Império Romano ao ano mil, 2009. Adaptado) 
 
A partir da discussão presente no trecho, é correto 
afirmar: 
a) a característica fundante do escravismo romano era a 
origem étnica, o que fazia com que a escravização dos 
povos conquistados e o tráfico nas fronteiras do Império 
proporcionassem a grande maioria da mão de obra 
servil, ao mesmo tempo em que a escravidão entre os 
próprios romanos havia caído em desuso desde a crise 
da República. 
b) os escravos na sociedade romana não eram uma coisa, 
mas seres humanos, na medida em que até os 
senhores que os tratavam desumanamente impunham-
lhes o dever moral de ser bons escravos, de servir com 
dedicação e fidelidade, características 
necessariamente humanas; no entanto, esses seres 
humanos eram igualmente um bem cuja propriedade 
seu amo detinha. 
c) a escravidão caracterizava as relações de produção em 
Roma e os escravos, em sua inferioridade jurídica, 
desempenhavam uma função produtiva, marcados por 
um lugar social de pobreza, privação e precariedade, 
estando associados às formas braçais de trabalho e à 
produção de bens materiais em uma sociedade 
altamente hierarquizada. 
d) a justificativa moral da escravidão sofreu uma intensa 
transformação ao longo dos séculos, de tal forma que 
a própria sociedade romana passou a questioná-la, 
tornando mais brandas as relações escravistas em 
meio à transformação do cristianismo em religião oficial 
do Império, o que contribuiu para o aprofundamento da 
crise do escravismo. 
 
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e) as relações escravistas caracterizaram os tempos da 
República romana, muito associadas ao poder dos 
patrícios, pertencentes à aristocracia de grandes 
proprietários, mas entraram em decadência na 
passagem para o Império, pois os generais que 
centralizaram o poder reconheciam na escravidão um 
mecanismo de enfraquecimento do exército. 
 
7. (FGV 2018) Na sua faceta mais radical, a Revolução 
Francesa promoveu uma certa redistribuição de terra, por 
meio de medidas como a venda dos bens nacionais. 
Entretanto, nesse processo de construção de uma ordem 
jurídica burguesa, o fim da escravidão não seria, no final 
das contas, incluído. A Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão de 1789 trazia, no seu artigo 1º, o 
princípio segundo o qual “os homens nascem e 
permanecem livres e iguais em direitos”. Mas a história 
revolucionária mostrou que essa fórmula clássica do 
liberalismo político foi capaz de gerar, de imediato, 
posturas contraditórias entre os diferentes atores 
históricos do período, que interpretavam os termos 
liberdade e igualdade à luz de suas próprias aspirações e 
interesses. 
 
 
(Laurent Azevedo Marques de Saes. A Societé des Amis des Noirs e o 
movimento antiescravista sob a Revolução Francesa (1788-1802). Tese 
(Doutorado em História Social) – FFLCH, USP. 2013. Adaptado) 
 
 
Nesse contexto, é correto afirmar que 
 
a) a Revolução Francesa, embora conduzida em nome de 
princípios universais de liberdade e igualdade, acabou 
incorporando a escravidão colonial na nova ordem 
jurídica, sem que essa instituição tivesse sido posta em 
discussão nem sequer no período mais radical do 
processo revolucionário, no momento no qual os 
jacobinos tentaram dirigir os rumos da revolução. 
b) os princípios de liberdade e igualdade, para a maioria 
dos homens nas assembleias revolucionárias, não 
encontravam fronteiras ou limites ditados pela condição 
da França de potência colonial, mas representavam 
valores universais a serem difundidos inclusive para a 
América a partir de Paris, ainda que a ascensão de 
Napoleão tenha freado a propagação das ideias 
revolucionárias. 
c) o império colonial francês à época girava em torno da 
“pérola das Antilhas”, São Domingos (futuro Haiti), 
colônia que havia projetado a França para o topo do 
mercado internacional de produtos tropicais e que 
transformou o sucesso da produção caribenha na base 
da riqueza burguesa dos portos franceses, o que não 
impediu que jacobinos e sans culottes defendessem a 
abolição e a independência colonial desde julho de 
1789. 
d) a questão colonial evidenciava, sob certos aspectos, os 
limites da Revolução Francesa, liberal e burguesa, pois 
dentro da ótica mercantilista que orientou a economia 
francesa desde o século XVII, a prosperidade da Nação 
dependia da balança comercial favorável e, nesse 
sentido, o papel do comércio com as colônias e da 
reexportação dos produtos proporcionados por esse 
comércio era visto como capital. 
 
 
e) a restauração da escravidão nas colônias, ocorrida em 
1799 por ordem de Bonaparte depois da abolição em 
1789, por exigência dos revolucionários, teve como 
desdobramento o levante negro no Haiti, em que se 
lutava simultaneamente pela abolição da escravidão e 
pelo rompimento dos laços coloniais com a França, 
resultando na independência do Haiti, primeiro a 
libertar os escravos no continente americano. 
 
8. (FGV 2018) A proclamação da República Popular da 
China em 1º de outubro de 1949 e a eleição do governo 
presidido por Mao Tsetung foram resultados da luta contra 
a ocupação da China por potências estrangeiras e contra 
o regionalismo que fortalecia os senhores de terra. 
O movimento camponês, liderado por Mao Tsetung, 
sagrou-se vitorioso em outubro de 1949. Entretanto, as 
raízes desse movimento estão no século 19 e nas 
condições que se foram criandoa partir da intervenção 
das potências estrangeiras, no início do século 20. 
 
(Carlos Guilherme Mota. História moderna e contemporânea, 1986) 
 
No que diz respeito às interferências estrangeiras nesse 
país, é correto afirmar que 
 
a) a Guerra Russo-Japonesa (1904-1905) terminou com 
a vitória do Império Russo e sua decorrente ação do 
imperialismo russo no processo de partilha de grande 
parte do território da China Imperial. 
b) as Guerras do Ópio (1839-1842 e 1856-1860) 
garantiram à Inglaterra a abertura comercial da China e 
permitiram também que outras potências europeias e 
asiáticas revelassem seus interesses no Império 
Chinês. 
c) a guerra entre o Império Chinês e o Japão (1894-1895) 
resultou no enfraquecimento da China e no início da 
hegemonia alemã em grande parte desse país, 
principalmente por meio das amplas inversões de 
capitais. 
d) a Revolta dos Boxers (1898-1901) representou a luta 
das classes médias urbanas e da classe operária pela 
ampliação da cidadania político-eleitoral, contra os 
grandes senhores de terra e a República chinesa 
recém-proclamada. 
e) a Longa Marcha (1923-1927), organizada pelo Partido 
Comunista Chinês em aliança com o Partido Nacional 
do Povo, lutou contra as presenças estrangeiras na 
China, e foi derrotada pelos japoneses no momento da 
invasão da Manchúria. 
 
9. (FGV 2018) Em 1864, o conselho geral da Associação 
Internacional dos Trabalhadores (AIT) incumbiu Karl Marx 
de redigir uma carta endereçada a Abraham Lincoln, 
presidente dos Estados Unidos, por ocasião de sua 
reeleição. Nessa carta, Marx felicitava o estadunidense e 
relacionava a luta contra a escravidão na América aos 
interesses e demandas das classes trabalhadoras. 
 
A respeito do contexto histórico dessa carta, é correto 
afirmar: 
 
a) Nos Estados Unidos da América, desenrolava-se a 
Guerra de Secessão, provocada pela separação das 
unidades federativas que desejavam a manutenção da 
escravidão. 
 
 
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b) A AIT foi fundada em 1864 como uma organização 
internacional que se propunha representar tanto a 
classe operária quanto setores da pequena burguesia 
democrática. 
c) A Guerra Civil Americana foi provocada pelas ligações 
do então presidente Abraham Lincoln com a esquerda 
comunista internacional liderada pelo filósofo alemão 
Karl Marx. 
d) Na Europa, a fundação da AIT representava uma 
tentativa de canalizar as lutas operárias para o interior 
das instituições políticas da sociedade burguesa, 
através da participação eleitoral. 
e) A reeleição de Abraham Lincoln só foi possível devido 
à extensão do direito universal de voto a todos os 
estadunidenses, independentemente de sua condição 
racial ou social. 
 
10. (FGV 2017) O que queremos destacar com isso é que 
o tráfico atlântico tendia a reforçar a natureza mercantil da 
sociedade colonial: apesar das intenções aristocráticas da 
nobreza da terra, as fortunas senhoriais podiam ser feitas 
e desfeitas facilmente. Ao mesmo tempo, observa-se a 
ascensão dos grandes negociantes coloniais, 
fornecedores de créditos e escravos à agricultura de 
exportação e às demais atividades econômicas. Na Bahia, 
desde o final do século XVII, e no Rio de Janeiro, desde 
pelo menos o início do século XVIII, o tráfico atlântico de 
escravos passou a ser controlado pelas comunidades 
mercantis locais (...). 
 
João Fragoso et alii. A economia colonial brasileira (séculos XVI-XIX), 
1998. 
O texto permite inferir que 
a) o tráfico atlântico de escravos prejudicou a economia 
colonial brasileira porque uma enorme quantidade de 
capitais, oriunda da produção agroindustrial, era 
remetida para a África e para Portugal. 
b) as transações comercias envolvendo a África e a 
América portuguesa deveriam, necessariamente, 
passar pelas instâncias governamentais da Metrópole, 
condição típica do sistema colonial. 
c) a monopolização do tráfico negreiro nas mãos de 
comerciantes encareceu essa mão de obra e atrasou o 
desenvolvimento das atividades manufatureiras nas 
regiões mais ricas da América portuguesa. 
d) as rivalidades econômicas e políticas entre fidalgos e 
burgueses, no espaço colonial, impediram o 
crescimento mais acelerado da produção de outras 
mercadorias além do açúcar e do tabaco. 
e) nem todos os fluxos econômicos, durante o processo 
de colonização portuguesa na América, eram 
controlados pela Coroa portuguesa, revelando uma 
certa autonomia das elites coloniais em relação à 
burguesia metropolitana. 
 
11. (FGV 2017) Ao final do século XVIII, ocorreram duas 
grandes revoltas na América portuguesa: a Inconfidência 
Mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798). 
 
 
A respeito dessas duas revoltas, explique: 
 
a) a composição social dos seus dirigentes; 
b) as influências político-culturais de cada uma delas; 
c) os objetivos político-sociais de cada uma delas. 
 
12. (FGV 2017) Analise atentamente a imagem abaixo. 
 
 
a) Identifique os personagens representados no cartaz e 
explique o significado de cada um, no contexto da 
política brasileira da época. 
b) O cartaz foi produzido em meio a um conflito político no 
Brasil. Explique as características desse conflito. 
c) Aponte dois desdobramentos desse conflito. 
 
13. (FGV 2017) [Em novembro de 1937], (...) ao falar em 
organizar a juventude com a finalidade “de promover-lhe 
a disciplina moral e o adestramento físico, de maneira a 
prepará-la ao cumprimento dos seus deveres para com a 
economia e a Nação, [o ministro da Justiça Francisco] 
Campos estava pensando em instituições voltadas para a 
mobilização e a militarização dos jovens. (...) 
 
Consciente de que não poderia contar com o apoio de 
Gustavo Capanema para a efetivação de seu projeto de 
mobilização política da juventude através do sistema de 
ensino e tendo fracassado na sua tentativa de afastá-lo do 
Ministério da Educação e Saúde, Campos planejava 
reunir os jovens em um sistema e criar para isto uma 
grande organização nacional, sob a dependência direta 
do Ministério da Justiça, isto é, dele mesmo. 
 
José Silvério Baía Horta. O hino, o sermão e a ordem do dia: a educação 
no Brasil (1930-1945), 1994. 
 
Considerando o fragmento e o contexto do Estado Novo, 
é correto afirmar que 
 
a) o prestígio do ministro Francisco Campos podia ser 
dimensionado pela importância que Getúlio Vargas deu 
ao projeto da juventude brasileira, com recursos 
financeiros, apoio político e aval da Câmara dos 
Deputados, e foi implantado durante a Segunda 
Guerra, encaminhando o Brasil em direção aos 
interesses dos Estados Unidos e dos Aliados. 
b) a efetivação da Juventude Brasileira, que tinha como 
patrono Duque de Caxias, funcionando apenas no Rio 
de Janeiro e em algumas outras capitais brasileiras, 
desencadeou um sério conflito entre vários líderes do 
Estado Novo, o que enfraqueceu o regime autoritário, 
que perdia as suas bases de sustentação por conta da 
forte oposição liberal nascida nos estados nordestinos. 
c) o ministro Francisco Campos, um notável articulador 
político, soube convencer o ministro Capanema das 
vantagens em organizar militarmente os estudantes 
brasileiros, assim o projeto inicial foi ampliado e, 
durante boa parte do Estado Novo, os jovens 
brasileiros receberam instruções sobre o uso de armas, 
civismo e condicionamento físico. 
 
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d) o ministro da Justiça do Estado Novo, apesar da sua 
função relevante de autor da Constituição de 1937, 
ocupava poucos espaços políticos na ordem derivada 
do golpe de Estado, e a proposta de uma organização 
militar para a juventude dificilmente contaria com o 
apoio do presidente Vargas, avesso às práticas físicas 
e esportivas, que desviavam a população do trabalho. 
e) o ministro Francisco Campos, um dos mais importantes 
ideólogos do autoritarismo, defendia uma organizaçãoda juventude brasileira em formato parecido com as 
experiências das nações nazifascistas, e, ao mesmo 
tempo, a oposição do ministro Capanema a esse 
projeto mostra o governo ditatorial de Vargas marcado 
por divergências políticas entre os seus ministros. 
 
14. (FGV 2017) Viva Vaia é um poema concreto publicado 
em 1972 e dedicado ao compositor Caetano Veloso, que 
havia sido vaiado por grande parte do público presente ao 
Teatro Tuca, no Festival Internacional da Canção de 
1968. Desde então, em diversos momentos, o poema é 
utilizado com intuito de dar significação a episódios da 
cena política e cultural brasileira. 
 
 
 
Sobre o contexto de sua elaboração, podemos afirmar 
que se trata 
 
a) de um período de contestações à Ditadura Militar, de 
ampliação das liberdades democráticas no país e de 
intensa efervescência cultural. 
b) do momento da deposição do presidente João Goulart 
e da intensificação da repressão cultural. 
c) da radicalização política do movimento estudantil contra 
a Ditadura Militar e de utilização da cultura como 
expressão política. 
d) do descontentamento dos jovens com o 
conservadorismo da música popular brasileira durante 
a Ditadura Militar. 
e) do momento de aceitação das ações repressivas da 
Ditadura Militar por meio da música e da poesia. 
 
15. (FGV 2017) Os chamados Atos de Navegação, 
instituídos na Inglaterra em 1651, 
a) eram recomendações teóricas que buscavam estimular 
o livre comércio internacional. 
b) constituíram-se como um instrumento jurídico que 
proibia o tráfico de escravos para a América inglesa. 
c) foram uma forma de articulação entre a Inglaterra e o 
poderio naval holandês frente ao poderio ibérico. 
d) estabeleceram regras para a navegação marítima 
visando combater as práticas de pirataria. 
e) eram um conjunto de leis que ampliavam o controle 
metropolitano inglês sobre as suas colônias. 
16. (FGV 2017) Desde o início do século XIV], no reino do 
Congo (...) moravam povos agricultores que, quando 
convocados pelo mani Congo, partiam em sua defesa 
contra inimigos de fora ou para controlar rebeliões de 
aldeias que queriam se desligar do reino. Aldeias (lubatas) 
e cidades (banzas) pagavam tributos ao mani Congo, 
geralmente com o que produziam: alimentos, tecidos de 
ráfia vindos do nordeste, sal vindo da costa, cobre vindo 
do sudeste e zimbos (pequenos búzios afunilados 
colhidos na região de Luanda que serviam de moeda). (...) 
o mani Congo, cercado de seus conselheiros, controlava 
o comércio, o trânsito de pessoas, recebia os impostos, 
exercia a justiça, buscava garantir a harmonia da vida do 
reino e das pessoas que viviam nele. Os limites do reino 
eram traçados pelo conjunto de aldeias que pagavam 
tributos ao poder central, devendo fidelidade a ele e 
recebendo proteção, tanto para os assuntos deste mundo 
como para os assuntos do além, pois o mani Congo 
também era responsável pelas boas relações com os 
espíritos e os ancestrais. 
(...) O mani Congo vivia em construções que se 
destacavam das outras pelo tamanho, pelos muros que a 
cercavam, pelo labirinto de passagens que levavam de 
um edifício a outro e pelos aposentos reais que ficavam 
no centro desse conjunto e eram decorados de tapetes e 
tecidos de ráfia. Ali o mani vivia com suas mulheres, filhos, 
parentes, conselheiros, escravos, e só recebia os que 
tivessem nobreza suficiente para gozar desse privilégio. 
, 
Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2006. 
A partir da descrição do reino do Congo, é correto afirmar 
que, nesse reino, 
a) toda a organização administrativa estava voltada para 
a acumulação de riquezas nas mãos do soberano, que 
as redistribuía entre as aldeias mais leais e com maior 
potencialidade econômica. 
b) o político e o sobrenatural estavam intimamente 
relacionados, além das semelhanças entre uma corte 
europeia e uma de um reino na África, porque ambas 
eram caracterizadas por hierarquias rígidas. 
c) a ordem política derivava de uma economia voltada 
para a produção baseada no uso da mão de obra 
compulsória, por isso o soberano era o maior 
beneficiado com a captura de homens para serem 
escravizados. 
d) a fragmentação do poder entre os chefes das aldeias e 
os conselheiros do soberano permitiu a consolidação 
de uma prática política pouco usual na África, na qual 
as decisões eram tomadas pelos moradores do reino. 
e) a prevalência da condição tribal favoreceu sua 
dominação por outros povos africanos, mas 
especialmente pelos comerciantes europeus, 
interessados na exploração de metais amoedáveis. 
 
17. (FGV 2016) I “Em Canudos representa de elemento 
passivo o jagunço que corrigindo a loucura mística de 
Antônio Conselheiro e dando-lhe umas tinturas das 
questões políticas e sociais do momento, criou, tornou 
plausível e deu objeto ao conteúdo do delírio, tornando-o 
capaz de fazer vibrar a nota étnica dos instintos 
guerreiros, atávicos, mal extintos ou apenas sofreados no 
meio social híbrido dos nossos sertões, de que o louco 
como os contagiados são fiéis e legítimas criações. Ali se 
achavam de fato, admiravelmente realizadas, todas as 
condições para uma constituição epidêmica de loucura.” 
(Nina Rodrigues, As coletividades anormais. 2006) 
 
Profª Fernanda Morais 
História 
Profª Fernanda Morais 
História 
 
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II. 
Ergueu-se contra a República 
O bandido mais cruel 
Iludindo um grande povo 
Com a doutrina infiel 
Seu nome era Antônio 
Vicente Mendes Maciel 
[...] 
Os homens mais perversos 
De instinto desordeiro 
Desertor, ladrão de cavalo 
Criminoso e feiticeiro 
Vieram engrossar as tropas 
Do fanático Conselheiro 
 
(João Melchíades Ferreira da Silva apud Mark Curran, História do 
Brasil em cordel. 1998) 
 
Acerca das leituras que os textos fazem de Canudos, é 
correto afirmar que 
a) I pondera sobre a necessidade de se compreender a 
Guerra de Canudos no contexto das rebeliões contra o 
avanço do capitalismo no sertão brasileiro; II refere-se 
aos rebeldes do sertão baiano como principais 
responsáveis pela instabilidade político-institucional 
dos primeiros anos da República brasileira. 
b) I analisa o evento ocorrido no sertão baiano a partir de 
referências médicas e antropológicas, tratando-o como 
o embate entre a barbárie, em função da condição 
primitiva e enlouquecida do sertanejo, e a civilização; II 
identifica a prática dos combatentes do Arraial de 
Canudos à dos cangaceiros. 
c) I reconhece legitimidade na rebelião dos sertanejos 
baianos, em razão do abandono institucional de que 
essas pessoas foram vítimas ao longo do tempo; II 
mostra o líder Antônio Conselheiro como um importante 
articulador político, vinculado aos mais importantes 
oligarcas baianos, os chamados coronéis. 
d) I condena as principais lideranças da rebelião baiana 
pela postura de defesa das práticas religiosas 
primitivas e rústicas, que se contrapunham aos 
princípios cristãos; II acusa o líder Antônio Conselheiro 
de provocar tensões étnicas e de classe, ao propor uma 
sociedade igualitária social e economicamente. 
e) I denuncia a ausência de uma compreensão científica, 
por parte do poder público, sobre as motivações dos 
rebeldes de Canudos; II critica os moradores do arraial 
de Canudos pela violência gratuita contra as forças 
legais, que estavam preocupadas em oferecer aos 
sertanejos a entrada no mundo da civilização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito: 
 
1: [D] 2: [E] 3: [C] 4: [C] 5: [D] 
6: [B] 7: [D] 8: [B] 9: [A] 10: [E] 
13: [E] 14:[C] 15: [E] 16: [B] 17: [B]

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