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BIOLOGIA MÓDULO 03 1 Todas os exercícios da apostila que tiverem essa câmera , estão gravados em vídeo para você. Nossos professores resolveram as questões, comentando cada detalhe para te ajudar na hora de estudar. Muitas questões trazem dicas preciosas. Não deixe de assistir aos vídeos dentro da plataforma on-line do Perspectiva e bons estudos! Relações Alimentares A. Estrutura trófica A estrutura e a dinâmica de uma comunidade também dependem das relações alimentares entre organismos – a estrutura trófica da comunidade. A transferência de energia do alimento aos níveis tróficos superiores a partir da sua fonte nas plantas e outros autótrofos (produtores primários), passando pelos herbívoros (consumidores primários) e os carnívoros (consumidores secundários, terciários e quaternários), e finalmente aos decompositores é chamada de cadeia alimentar. B. Níveis tróficos Produtores: Organismos produtores são aqueles que, através de moléculas inorgânicas, são capazes de sintetizar seu próprio alimento (chamados autótrofos). Os autótrofos, na maioria, são organismos fotossintetizantes que utilizam a energia luminosa para sintetizar açúcares e outros compostos orgânicos, que eles empregam como combustível para matéria-prima para o crescimento. Os autótrofos mais comuns são as plantas, as algas e os procariotos fotossintetizantes, embora os procariotos quimiossintetizantes sejam os produtores primários em ecossistemas como os respiradouros hidrotermais nas profundezas oceânicas ou lugares profundos abaixo do solo ou do gelo. Consumidores: seres vivos que se alimentam de outros seres vivos para conseguirem a energia e os nutrientes necessários para sua sobrevivência. Organismos consumidores são, portanto, heterotróficos. Os herbívoros, que consomem plantas e outros produtores primários, são os consumidores primários. Os carnívoros que se alimentam de herbívoros são consumidores secundários e os carnívoros que comem outros carnívoros são consumidores terciários e assim sucessivamente. Decompositores: desempenham um papel crucial na ciclagem de elementos químicos para os produtores primários. Eles convertem matéria orgânica de todos os níveis tróficos em compostos inorgânicos utilizáveis pelos produtores primários, fechando o círculo de ciclagem química de um ecossistema. Os produtores reciclam esses elementos em compostos orgânicos. Se a decomposição parasse, a vida cessaria à medida que os detritos fossem acumulados e a reserva de ingredientes necessários à síntese de matéria orgânica fosse esgotada. São exemplos de organismos decompositores os fungos e as bactérias. Cadeia alimentar: Linear. Cada ser vivo ocupa somente um nível trófico. O sentido da seta indica o sentido do fluxo de energia e matéria orgânica, ou seja, do animal que é consumido em direção a quem o consumiu. Teia Alimentar: Não é linear. Um organismo pode ser alimento para mais de um outro ser vivo. Isso faz com que um mesmo indivíduo possa ocupar mais de um nível trófico. https://www.infoescola.com/biologia/seres-autotrofos/ https://brasilescola.uol.com.br/biologia/fungi.htm https://brasilescola.uol.com.br/biologia/bacterias.htm BIOLOGIA MÓDULO 03 2 C. Dinâmica entre Energia e Matéria A energia entra, flui através do ecossistema e sai dele; os nutrientes químicos apresentam ciclagem, principalmente dentro do ecossistema. Neste esquema generalizado, a energia (setas alaranjadas) entra pela radiação solar, move-se com a transferência de energia química ao longo da cadeia alimentar e sai para o espaço como calor irradiado. A maioria das transferências de nutrientes (setas azuis) pelos níveis tróficos resulta por fim em detritos; após, os nutrientes voltam aos produtores primários. Por isso, dizemos que o fluxo de energia é unidirecional, ou seja, nele não há o reaproveitamento da energia liberada (diferente da matéria orgânica, que retorna aos produtores). D. Pirâmides Ecológicas D. 1 Pirâmide de números Representa a quantidade de indivíduos em cada nível trófico da cadeia alimentar proporcionalmente à quantidade necessária para a dieta de cada um desses. Em alguns casos, quando o produtor é uma planta de grande porte, o gráfico de números passa a ter uma conformação diferente da usual, sendo denominado “pirâmide invertida”. Outro exemplo de pirâmide invertida é dada quando a pirâmide envolve parasitas, sendo assim os últimos níveis tróficos mais numerosos. D.2 Pirâmide de biomassa Pode-se também pensar em pirâmide de biomassa, em que é computada a massa corpórea (biomassa) e não o número de cada nível trófico da cadeia alimentar. O resultado será similar ao encontrado na pirâmide de números: os produtores terão a maior biomassa e constituem a base da pirâmide, decrescendo a biomassa nos níveis superiores (a). Tal como no exemplo anterior, em alguns casos pode ser caracterizada como uma pirâmide invertida, já que há a possibilidade de haver, por exemplo, a redução da biomassa de algum nível trófico, alterando tais proporções (b). Pirâmide de Energia A quantidade de energia disponível para cada nível trófico é determinada pela produção primária líquida e pela eficiência de produção, que representa a eficiência com que a energia do alimento é convertida em biomassa em cada elo da cadeia alimentar. d A porcentagem de energia transferida de um nível trófico para o próximo, denominada eficiência trófica, é geralmente 10%. As pirâmides de produção líquida e a biomassa baixam a eficiência trófica. E. A energia e outros fatores limitantes controlam a produção primária nos ecossistemas A produção primária estabelece o limite de gastos dos recursos energéticos globais. A produção primária bruta é a energia total assimilada por um ecossistema em um determinado período. BIOLOGIA MÓDULO 03 3 A produção primária líquida, a energia acumulada na biomassa autótrofa, é igual à produção primária bruta menos a energia utilizada pelos produtores primários para a respiração. A produção líquida no ecossistema é a biomassa total nele acumulada, definida a diferença entre a produção primária bruta e a respiração total no ecossistema. Em ecossistemas aquáticos, a luz e os nutrientes limitam a produção primária. Em ecossistemas terrestres, fatores primários como a temperatura e a umidade afetam a produção primária em grandes escalas, mas um nutriente do solo muitas vezes é localmente o fator limitante. F. Evolução - Teorias F.1 Lamarckismo Segundo Lamarck, as transformações ocorridas com as espécies estariam relacionadas a dois fatores, descritos em suas duas leis: • Lei do uso e desuso: um órgão se desenvolve com o uso freqüente para atender à uma necessidade de adaptação ao meio ambiente. Já o órgão que não mais é necessário para a adaptação do organismo ao meio, entra em desuso e tende a se atrofiar até desaparecer. A crítica que se faz a essa lei é que o ambiente só é capaz de alterar características ao nível fenotípico, dentro de certos limites determinados pelo genótipo; fenômeno denominado por norma de reação. • Lei dos caracteres adquiridos: a característica obtida pelo uso ou perdida pela atrofia do desuso seria transmitida aos descendentes. A crítica que se faz a essa lei é que as mudanças no padrão genético do organismo ocorridas em suas células germinativas são transmitidas aos descendentes, e não as alterações somáticas ocorridas ao longo da vida de um organismo. F.2 Darwinismo Segundo Darwin, os organismos com as melhores características adaptativas ao ambiente teriam maior chance de sobrevivência, assim deixariam um maior número de descendentes. Ao contrário desses, aqueles que não apresentassem tais adaptações, morreriam. Toda essa idéia de Darwin formou a teoria da Seleção Natural, que começou com observações feitas em sua viagem às ilhas Galápagos, onde registrou variações de características emorganismos da mesma espécie e da leitura feita no livro de Thomas Malthus, em que era mencionado o fato de que as espécies se reproduziam, formando muitos descendentes, entretanto, alguns poucos sobreviviam. * Darwin não soube explicar a origem das variações de características em uma mesma espécie. F.3 Teoria Moderna ou Sintética da Evolução (Neodarwinismo) Essa teoria foi desenvolvida por vários naturalistas que seguiram Darwin, e tem como objetivo explicar a causa da variabilidade das características em uma mesma espécie. Weismann — estabeleceu a existência de duas linhagens celulares: as células somáticas (que formam o corpo) e as células germinativas (que formam os gametas), sendo essas últimas as únicas capazes de transmitir as características hereditárias, inclusive as mudanças ocorridas nessas características. de Vries — descobriu as mutações como causa da variabilidade no material hereditário das espécies. As alterações na seqüência das bases nitrogenadas do DNA ou no número ou na estrutura dos cromossomos acarreta numa mudança na seqüência dos aminoácidos das proteínas, fazendo surgir uma nova característica. As mutações podem ser causadas por calor, radiação, produtos químicos e ocorrem como acidentes na duplicação dos genes, tendo em princípio uma freqüência bastante baixa na população. Caso a mutação gere uma característica vantajosa em relação ao meio, então sua tendência será de aumentar sua freqüência na população. Caso o contrário, sua tendência será desaparecer. Assim sendo, as mutações ocorrem ao acaso e são selecionadas pelo ambiente de acordo com a capacidade adaptativa de cada. A reprodução sexuada e o crossing-over são outros fatores que promovem variabilidade genética na população, além de recombinar as mutações. Desta forma, os organismos que se reproduzem sexuadamente originam descendentes geneticamente diferentes. Caso haja alguma mudança ambiental, aumenta a probabilidade de que alguns dos organismos sejam resistentes e sobrevivam, perpetuando a espécie, enquanto que os não portadores das características adaptativas às novas condições do meio morrerão. F.4 Casos Especiais de Seleção Natural: As Mariposas de Manchester: • Antes da industrialização, existia na cidade de Manchester (Inglaterra) uma população de mariposas (Biston betularia) de asas brancas e mutantes de asas negras em menor escala; • Os pássaros predavam o tipo de asas negras, pois os tipos de asas brancas se camuflavam nos troncos revestidos de líquens brancos; • Com a industrialização, a fuligem das fábricas escureceu gradativamente os troncos, tornando as mariposas de asas brancas mais visíveis aos pássaros do que as de asas negras, que passaram a se camuflar e, consequentemente, aumentar sua população. * Observe que as mariposas não modificam as cores de suas asas e sim, o ambiente que selecionou o tipo com a cor de asa mais adaptativa às suas condições. ANCESTRAL DA GIRAFA GIRAFA ATUAL TEMPO BIOLOGIA MÓDULO 03 4 F.5 Tipos de Seleção Natural F.6 Métodos de Estudo em Evolução 1) Paleontologia: O estudo dos fósseis permite fornecer dados sobre a anatomia e o modo de vida de espécies extintas e dos ancestrais dos seres atuais. São considerados fósseis restos de seres vivos ou vestígios deixados por eles no passado. 2) Anatomia Comparada: O estudo comparativo dos órgãos em relação ao seu padrão de construção nos permite determinar o grau de parentesco e a seqüência evolutiva entre eles. • Órgãos Homólogos — são aqueles que apresentam a mesma origem embrionária e podem ou não apresentar a mesma função. As diferenças funcionais entre os órgãos homólogos nos leva a formação de uma irradiação adaptativa, ou seja, seres que se originaram de um mesmo ancestral e tiveram seus órgãos homólogos selecionados diferentemente em relação ao ambiente em que vivem. • Órgãos Análogos — são aqueles que apresentam diferentes origens embrionárias, entretanto realizam uma mesma função. Nesse caso, os seres de diferentes espécies tiveram seus órgãos submetidos às mesmas condições ambientais e apresentam o mesmo padrão funcional. Tal fenômeno recebe o nome de convergência adaptativa. F.7 Embriologia Comparada O estudo comparado dos embriões de diferentes espécies revela muitas estruturas em comum entre eles. Quanto mais precoces os embriões são em suas fases de desenvolvimento, mais eles são parecidos. Durante o desenvolvimento embrionário, alguns embriões apresentam estruturas que não ocorrem na fase adulta. Por exemplo, os embriões dos cordados apresentam fendas branquiais. Nos protocordados, peixes e anfíbios essas fendas formam as brânquias funcionais, o que já não ocorre com os demais vertebrados. A notocorda, também presente nos embriões dos Cordados, não mais persiste na vida adulta da maioria desses seres. O coração dos mamíferos apresenta inicialmente duas câmaras (como nos peixes), posteriormente apresentam três câmaras, como nos anfíbios e só depois apresenta quatro câmaras. O biólogo Ernest Haeckel desenvolveu a lei da recapitulação: “A ontogênese recapitula a filogênese”, ou seja, as fases do desenvolvimento embrionário repetem, em sequência, as mudanças evolutivas por que passavam os organismos. BIOLOGIA MÓDULO 03 5 * Estruturas como os anexos embrionários dos vertebrados nunca pertenceram aos ancestrais adultos. F.8 Provas Bioquímicas As diferenças na seqüência, no número e nos tipos de aminoácidos de um mesmo tipo de proteína de organismos diferentes podem revelar maior ou menor grau de parentesco entre esses seres. Quanto maior for essa diferença, menor será o grau de parentesco entre eles, pois maior foi o número de mutações ocorridas no DNA de cada organismo. Quanto menor for essa diferença, maior será o grau de parentesco, pois menor foi o grau de mutações ocorridas na molécula de DNA dos organismos em questão. F.9 A Resistência dos Insetos aos Inseticidas • A alta reprodutividade dos insetos por via sexuada produz populações variadas com grande freqüência de genes mutantes; • Quando essa população é submetida à ação prolongada de um determinado inseticida, os indivíduos sensíveis (que não têm geneticamente a resistência contra a química do inseticida em questão) morrem, enquanto que os mutantes resistentes sobrevivem; • Desta forma, a população dos insetos vai sofrendo progressivamente uma alteração na sua freqüência: aumenta o número de mutantes resistentes, que vão se reproduzindo cada vez mais e diminui o número de não resistentes. * É importante perceber que não foi o inseticida que causou as mutações para formar organismos mutantes e sim a composição química do inseticida selecionou de maneira positiva os mutantes que, ao acaso, nasceram com essa capacidade de resistência. F.10 A Resistência das Bactérias aos Antibióticos • As bactérias também apresentam alta taxa reprodutiva, sendo que de forma assexuada com maior freqüência (bipartição) e de forma sexuada (conjugação) em menor freqüência; • Entre bactérias de uma população ha mutações que geram resistência à determinados antibióticos em alguns indivíduos. Essas mutações também ocorrem espontaneamente, ao acaso, muito antes das bactérias entrarem em contato com o antibiótico, e o número de mutantes é pequeno no início; • Quando expostas á uma grande dosagem de antibióticos, as bactérias sensíveis (não resistentes) morrem e as poucas resistentes sobrevivem e proliferam formando uma população agora resistente ao antibiótico. * Observe que não é o antibiótico que induz as mutações nas bactérias, tornando-as resistentes, e sim que os antibióticos apenas selecionam os organismos resistentes originados por mutações espontâneas de forma positiva e eliminam os organismos sensíveis à sua composição química. BIOLOGIA MÓDULO 03 6 F.11 Processos de especiação Descreveremos emetapas o provável processo de formação de novas espécies na ordem em que cada evento ocorre. • Isolamento geográfico: quando os organismos de uma mesma população são separados em regiões distintas quanto às suas características ambientais; • Seleção Natural Diferenciada: cada região agora passa a selecionar esses organismos de forma diferente, de acordo com suas características ambientais. Cada grupo de organismos também sofre, de maneira espontânea, mutações diferentes que também serão selecionadas de acordo com as características próprias de cada região; • Formação de raças ou sub-espécies: as diferenças entre os dois grupos devido a processos seletivos e mutações distintos são tão acentuadas, que podemos chamar cada grupo agora de raças distintas. Entretanto, esses organismos ainda devem ser capazes de intercruzar e gerar descendentes férteis, mesmo com características tão distintas; • Isolamento reprodutivo: quando as diferenças se acentuam tanto ao ponto de impedir o cruzamento dos organismos das duas populações. O isolamento reprodutivo pode ocorrer pelos mecanismos descritos abaixo: Isolamento Pré-Zigótico – mecânico: diferença anatômicas nos órgãos reprodutivos; – estacional ou temporal: diferenças nas épocas de reprodução; – etológico: diferentes padrões de comportamento nos rituais de acasalamento; – de habitat: diferentes ocupações de habitats. BIOLOGIA MÓDULO 03 7 Isolamento Pós-Zigótico – mortalidade gamética: impedimento à sobrevivência dos gametas masculinos de uma espécie nos órgãos reprodutivos da fêmea de outra espécie. – mortalidade do zigoto: morte do zigoto devido ao seu desenvolvimento embrionário irregular. – inviabilidade do híbrido: são inviáveis devido à inferioridade adaptativa ou à menor eficiência para a reprodução, quando forem capazes de se reproduzir. – esterilidade do híbrido: devido à presença de gônadas anormais ou na ocorrência de meioses anômalas. Formação de espécies diferentes que: – Podem coexistir numa mesma região (espécies simpátricas); – Em uma mesma região, uma pode excluir competitivamente a outra; – Podem ocupar regiões limítrofes, pois cada uma é selecionada positivamente em determinada área. Observação: Caso não ocorra o isolamento reprodutivo, as duas raças formadas podem: – Se fundir e originar uma espécie monotípica; – Na região de contato estabelece-se uma zona de intergradação de genes; – Mantêm-se as duas subespécies. F.12 A Deriva Genética e a Seleção Natural A deriva genética, seleção natural, mutação e migração são mecanismos básicos da evolução. A deriva genética altera a frequência alélica de uma população, de modo aleatório. Ela não trabalha para produzir adaptações. No processo de seleção natural, os indivíduos mais adaptados a determinada condição ecológica são selecionados. Ela não atua de modo aleatório. F.13 Fatores que alteram o equilíbrio gênico Os principais fatores que afetam o equilíbrio gênico são a mutação, a migração, a seleção e a deriva gênica. Mutação e frequências gênicas A mutação, processo pelo qual um alelo se transforma em outro, pode alterar a frequência gênica de uma população. Se a taxa de mutação de um gene A para seu alelo a for maior do que a taxa de mutação inversa (a à A), ocorrerá aumento na freqüência do alelo a e a diminuição na frequência de A. Migração e frequências gênicas As diferentes populações de uma mesma espécie nem sempre são isoladas. Indivíduos podem migrar, incorporando-se a uma população (imigração) ou saindo dela (emigração) As migrações podem alterar a constituição gênica de uma população. Por exemplo, se uma população constituída apenas por pessoas de olhos azuis migrar para uma região onde a maioria das pessoas tenham olhos castanhos, haverá aumento da freqüência do alelo que condiciona olhos azuis e diminuição correspondente na freqüência do alelo que condiciona olhos castanhos. BIOLOGIA MÓDULO 03 8 Seleção e frequências gênicas Dependendo de sua constituição gênica, um indivíduo pode apresentar maior ou menor chance de sobreviver e se reproduzir. Um exemplo disso é o melanismo industrial. Mariposas portadoras de genótipo para a cor escura são mais intensamente caçadas pelos pássaros do que as mariposas claras, em áreas não-poluídas. Por isso, a frequência do gene que condiciona cor escura permanece baixa. Nas áreas poluídas ocorre o contrário: as mariposas mais intensamente caçadas pelos pássaros são as de cor clara. Com isso, aumenta a freqüência de mariposas escuras e a freqüência do alelo que condiciona esta característica. Deriva gênica A deriva genética corresponde a um processo de mudança ao acaso das frequências alélicas de uma população. A deriva genética é um processo estocástico, sendo impossível prever a direção da mudança. Isso quer dizer que as mudanças ocorrem ao acaso e não por adaptação ao ambiente. Os incêndios, desmatamentos, inundações e outros tipos de alterações no ambiente podem reduzir o tamanho de uma população. Isso pode ocorrer a ponto dos indivíduos sobreviventes não representarem uma amostra genética da população primitiva. Essas alterações drásticas no tamanho de uma população podem modificar a frequência de um alelo. Quais as consequências da deriva genética? A deriva genética remove a variação genética. Por ser tratar de mudanças ao acaso, os alelos fixados ou perdidos pela deriva genética podem ser neutros, deletérios ou vantajosos. As populações pequenas são mais sensíveis a esse processo, ocorrendo de forma mais rápida. Em populações maiores são necessárias muitas gerações para eliminar ou fixar um alelo. Como ocorre a Deriva Genética? A deriva genética pode ocorrer de duas maneiras e em diferentes momentos da história evolutiva de uma população. As duas formas são o efeito fundador e o efeito gargalo: Efeito Fundador Esse caso de deriva genética ocorre quando uma nova população é fundada por poucos indivíduos. Isso acontece porque a população primitiva foi reduzida drasticamente ou porque alguns indivíduos migraram para outra área. Nos dois casos, uma nova população é formada por poucos membros da população original. Porém, esses poucos fundadores não contém a variação genética total da população original. Assim, a nova população apresenta uma variação genética reduzida. Exemplo de efeito fundador na espécie humana Temos como exemplo as comunidades religiosas da Alemanha que migraram para os Estados Unidos. Em virtude de suas crenças, os membros das comunidades mantiveram-se isolados da população norte- americana. A partir da análise da frequência alélica dos membros da comunidade, observaram-se diferenças significativas em relação à população norte- americana. Conclui-se que essa população não representava uma amostra representativa da população original alemã e suas frequências alélicas mostraram-se diferenciadas da população americana. Efeito Gargalo O efeito gargalo é uma redução drástica no tamanho da população. Ocorre quando o tamanho da população é reduzido por pelo menos uma geração. Em consequência do efeito gargalo, a variação genética é reduzida. O efeito gargalo pode ser causado por desastres naturais, predação, caça humana, perda de habitats, redução de migração, entre outros. Esses eventos podem aleatoriamente eliminar muitos membros da população, independentemente de seus genótipos. Os sobreviventes iniciam uma nova população, na maioria das vezes, na mesma área ocupada pela população original. A diferença principal entre o efeito gargalo e efeito fundador é a existência de migrantes no efeito fundador. Exemplo de Efeito Gargalo Um exemplo de efeito gargalo é o caso dos elefantes marinhos do norte. A caça intensa reduziu a população para algumas dezenas de indivíduos. Sua população chegou a cerca de 20 indivíduos ao final do século 19. Entretanto, suas populações já ultrapassaram 30.000desde então. Porém, os seus genes ainda carregam muito menos variação genética comparados aos elefantes marinhos do sul, que sofreram menos com as caças predatórias. Exercícios 1. (Uerj 2020) Determinado processo presente em todos os seres vivos não foi explicado pela teoria evolutiva de Charles Darwin, tendo sido esclarecido, mais tarde, pelas contribuições da teoria sintética da evolução. Esse processo é denominado: a) especiação b) diversificação c) seleção natural d) hereditariedade 2. (Uerj simulado 2018) As suculentas Cereus jamacaru e Euphorbia ingens muitas vezes são confundidas entre si por apresentarem características morfológicas semelhantes, como a ausência de folhas e a presença de caule fotossintético, conforme ilustram as imagens. BIOLOGIA MÓDULO 03 9 Essa semelhança morfológica é uma consequência do seguinte processo: a) deriva genética b) seleção artificial c) irradiação evolutiva d) convergência adaptativa TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: Lucy caiu da árvore Conta a lenda que, na noite de 24 de novembro de 1974, as estrelas brilhavam na beira do rio Awash, no interior da Etiópia. Um gravador K7 repetia a música dos Beatles “Lucy in the Sky with Diamonds”. Inspirados, os paleontólogos decidiram que a fêmea AL 288-1, cujo esqueleto havia sido escavado naquela tarde, seria apelidada carinhosamente de Lucy. Lucy tinha 1,10 m e pesava 30 kg. Altura e peso de um chimpanzé. 1Mas não se iluda, Lucy não pertence à linhagem que deu origem aos macacos modernos. Ela já andava ereta sobre os membros inferiores. Lucy pertence à linhagem que deu origem ao animal que escreve esta crônica e ao animal que a está lendo, eu e você. Os ossos foram datados. Lucy morreu 3,2 milhões de anos atrás. Ela viveu 2 milhões de anos antes do aparecimento dos primeiros animais do nosso gênero, o Homo habilis. A enormidade de 3 milhões de anos separa Lucy dos mais antigos esqueletos de nossa espécie, o Homo sapiens, que surgiu no planeta faz meros 200 mil anos. Lucy, da espécie Australopithecus afarensis, é uma representante das muitas espécies que existiram na época em que a linhagem que deu origem aos homens modernos se separou da que deu origem aos macacos modernos. 2Lucy já foi chamada de elo perdido, o ponto de bifurcação que nos separou dos nossos parentes mais próximos. Uma das principais dúvidas sobre a vida de Lucy é a seguinte: ela já era um animal terrestre, como nós, ou ainda subia em árvores? 3Muitos ossos de Lucy foram encontrados quebrados, seus fragmentos espalhados pelo chão. Até agora, se acreditava que isso se devia ao processo de fossilização e às diversas forças às quais esses ossos haviam sido submetidos. Mas os cientistas resolveram estudar em detalhes as fraturas. As fraturas, principalmente no braço, são de compressão, aquela que ocorre quando caímos de um local alto e apoiamos os membros para amortecer a queda. Nesse caso, a força é exercida ao longo do eixo maior do osso, causando um tipo de fratura que é exatamente o encontrado em Lucy. Usando raciocínios como esse, os cientistas foram capazes de explicar todas as fraturas a partir da hipótese de que Lucy caiu do alto de uma árvore de pé, se inclinou para frente e amortizou a queda com o braço. 4Uma queda de 20 a 30 metros e Lucy atingiria o solo a 60 km/h, o suficiente para matar uma pessoa e causar esse tipo de fratura. Como existiam árvores dessa altura onde Lucy vivia e muitos chimpanzés sobem até 150 metros para comer, uma queda como essa é fácil de imaginar. A conclusão é que Lucy morreu ao cair da árvore. E se caiu era porque estava lá em cima. E se estava lá em cima era porque sabia subir. Enfim, sugere que Lucy habitava árvores. Mas na minha mente ficou uma dúvida. Quando criança, eu subia em árvores. E era por não sermos grandes escaladores de árvores que eu e meus amigos vivíamos caindo, alguns quebrando braços e pernas. Será que Lucy morreu exatamente por tentar fazer algo que já não era natural para sua espécie? Fernando Reinach. adaptado de O Estado de S. Paulo, 24/09/2016. 3. (Uerj 2018) Quando os primeiros humanos modernos (Homo sapiens) surgiram na África, há cerca de 200 mil anos, é provável que outras espécies de humanos ainda habitassem o continente. Até agora, porém, os registros fósseis não traziam evidências da convivência da nossa espécie com outras mais arcaicas na região. Mas análises dos restos de uma destas espécies humanas antigas, encontrados na África do Sul, indicam pela primeira vez que isso teria acontecido de fato. Conhecidos como Homo naledi, eles teriam vivido entre 236 mil e 335 mil anos atrás, mesma época em que se acredita que o Homo sapiens evoluiu na África subsaariana. Segundo o pesquisador Lee Berger, “não podemos mais presumir que sabemos que espécie fez quais ferramentas, ou se foram os humanos modernos os inovadores responsáveis por avanços na tecnologia”. Adaptado de O Globo, 10/05/2017. Com base nos conhecimentos científicos atuais sobre a evolução da espécie humana, referidos na reportagem e ilustrados na árvore genealógica, identifica-se o princípio de: a) diversidade biológica b) semelhança fisiológica c) paralelismo etnográfico d) condicionamento geográfico A altura das barras mostra o período de tempo em que cada espécie existiu. BIOLOGIA MÓDULO 03 10 4. (Uerj 2018) O livro A origem das espécies foi publicado na Inglaterra em 1859. Seu autor, Charles Darwin, defendia que organismos vivos evoluem através de um processo que chamou de “seleção natural”. A primeira edição do livro se esgotou rapidamente. Muitos abraçaram de imediato sua teoria, visto que resolvia inúmeros quebra-cabeças da biologia. Contudo, os cristãos ortodoxos condenaram o trabalho como uma heresia. Adaptado de revistahcsm.coc.fiocruz.br. A teoria de Darwin, na qual as pesquisas sobre Lucy se baseiam, é amplamente aceita e aplicada na atualidade. Porém, no momento de sua elaboração, em meados do século XIX, causou polêmicas. A partir da imagem e do texto, uma contestação à teoria de Darwin fundamentava-se na formulação conhecida hoje como: a) determinismo b) cientificismo c) naturalismo d) criacionismo 5. (Uerj 2016) A população de uma espécie de roedores, com pelagem de diferentes colorações, foi observada em dois momentos: antes e depois da ocorrência de uma profunda transformação no meio em que vivem. As curvas abaixo representam esses dois momentos. A alteração ocorrida na frequência do fenótipo da população de roedores, após a mudança do meio, é um exemplo de seleção denominada: a) direcional b) disruptiva c) estabilizadora d) não adaptativa 6. (Uerj 2015) Com a implantação de atividades agropecuárias, populações muito reduzidas de uma mesma espécie podem ficar isoladas umas das outras em fragmentos florestais separados. Caso permaneçam em isolamento, tais populações podem tender à extinção. Na fotografia, observa-se um corredor florestal, construído para interligar ambientes expostos a esse tipo de impacto ecológico. Sem a construção de corredores florestais, essas populações isoladas estariam sujeitas ao processo de extinção cuja causa é denominada: a) panmixia b) deriva gênica c) seleção natural d) migração diferencial 7. (Uerj 2015) As populações de um caramujo que pode se reproduzir tanto de modo assexuado quanto sexuado são frequentemente parasitadas por uma determinada espécie de verme. No início de um estudo de longo prazo, verificou-se que, entre os caramujos parasitados, foram selecionados aqueles que se reproduziam sexuadamente. Observou-se que, ao longo do tempo, novas populações do caramujo, livres dos parasitas, podem voltar a se reproduzir de modo assexuado por algumas gerações. BIOLOGIA MÓDULO 03 11 Explique por que a reproduçãosexuada foi inicialmente selecionada nos caramujos e, ainda, por que a volta à reprodução assexuada pode ser vantajosa para esses moluscos. 8. (Uerj 2014) Os indivíduos de uma determinada espécie de peixe, bem adaptada a seu ambiente, podem ser classificados, quanto ao tamanho, em três grupos: pequenos, médios e grandes. O grupo mais numeroso corresponde ao que apresenta fenótipo médio. Considere a introdução de um predador desses peixes no ambiente. Ao longo do tempo, os indivíduos do grupo médio passam a ser os menos numerosos, pois os peixes de tamanho menor conseguem defender-se do predador escondendo-se nas tocas, enquanto os de maior tamanho, mais fortes, não são atacados pela espécie predadora. As alterações descritas exemplificam o tipo de seleção denominado: a) direcional b) disruptiva c) qualitativa d) estabilizadora 9. (Uerj 2013) Segundo a perspectiva de alguns cientistas, as mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global podem estar provocando mudanças nos processos adaptativos de seres vivos. Justifique essa perspectiva com base nas seguintes propostas: — teoria evolutiva de Lamarck; — neodarwinismo. 10. (Uerj 2011) Em ambientes cujos fatores bióticos e abióticos não se modificam ao longo do tempo, a seleção natural exerce uma função estabilizadora, equilibrando a tendência ao aumento da dispersão das características de uma população. A dispersão do peso dos seres humanos ao nascer, por exemplo, é influenciada pela seleção estabilizadora. Observe o gráfico: Identifique, a partir dos dados apresentados no gráfico, a influência da seleção estabilizadora na dispersão do peso dos recém-nascidos humanos. Cite, também, dois mecanismos evolutivos que contribuem para a ocorrência de diferenças genéticas entre indivíduos de uma população. 11. (Uerj 2009) O Homo sapiens deve ter surgido há cerca de 200 mil anos. Sua capacidade intelectual, porém, parece ter evoluído pouco durante 130 mil anos. Há 70 mil anos, conforme propõem alguns pesquisadores, uma catástrofe natural teria provocado grandes alterações climáticas, responsáveis pela quase extinção da espécie. Registros fósseis de cerca de 50 mil anos sugerem um crescimento do intelecto dos descendentes dos indivíduos que sobreviveram, manifestado por interesse artístico, grande criatividade e capacidade de comunicação, que são características do homem moderno. Poder-se-ia, supor, assim, que o clima adverso teria favorecido o desenvolvimento da capacidade intelectual do 'Homo sapiens'. Indique o mecanismo evolutivo descrito e explique a sua atuação. 12. (Uerj 2008) A lisozima, enzima com atividade bactericida, é encontrada em fluidos corporais humanos como saliva, soro sanguíneo, lágrima e leite. O boi e o lêmure, animais não aparentados, secretam essa enzima em seus estômagos. A tabela a seguir mostra as modificações ocorridas na estrutura primária da lisozima desses dois animais, em relação à humana. tipo de lisozima posição e respectivo aminoácido humana 14 - valina 21 - fenilalanina 75 - fenilalanina 87 - lisina 126 - alanina boi e lêmure 14 - lisina 21 - lisina 75 - ácido aspártico 87 - asparagina 126 - ácido glutâmico Essas modificações, não encontradas em nenhum ancestral comum ao boi e ao lêmure, permitiram à lisozima desempenhar sua função em um ambiente acidificado. Cite e defina o tipo de evolução que explica a semelhança na estrutura primária da lisozima do boi e do lêmure. 13. (Enem) Os ratos Peromyscuspolionotusencontram-se distribuídos em ampla região na América do Norte. A pelagem de ratos dessa espécie varia do marrom claro até o escuro, sendo que os ratos de uma mesma população têm coloração muito semelhante. Em geral, a coloração da pelagem também é muito parecida à cor do solo da região em que se encontram, que também apresenta a mesma variação de cor, distribuída ao longo de um gradiente sul norte. Na figura, encontram-se representadas sete diferentes populações de P. polionotus. Cada população é representada pela pelagem do rato, por uma amostra de solo e por sua posição geográfica no mapa. O mecanismo evolutivo envolvido na associação entre cores de pelagem e de substrato é a) a alimentação, pois pigmentos de terra são absorvidos e alteram a cor da pelagem dos roedores. b) o fluxo gênico entre as diferentes populações, que mantém constante a grande diversidade interpopulacional. BIOLOGIA MÓDULO 03 12 c) a seleção natural, que, nesse caso, poderia ser entendida como a sobrevivência diferenciada de indivíduos com características distintas. d) a mutação genética, que, em certos ambientes, como os de solo mais escuro, têm maior ocorrência e capacidade de alterar significativamente a cor da pelagem dos animais. e) a herança de caracteres adquiridos, capacidade de organismos se adaptarem a diferentes ambientes e transmitirem suas características genéticas aos descendentes. 14. (Enem) O que têm em comum Noel Rosa, Castro Alves, Franz Kafka, Álvares de Azevedo, José de Alencar e Frédéric Chopin? Todos eles morreram de tuberculose, doença que ao longo dos séculos fez mais de 100 milhões de vítimas. Aparentemente controlada durante algumas décadas, a tuberculose voltou a matar. O principal obstáculo para seu controle é o aumento do número de linhagens de bactérias resistentes aos antibióticos usados para combatê-la. Esse aumento do número de linhagens resistentes se deve a a) modificações no metabolismo das bactérias, para neutralizar o efeito dos antibióticos e incorporá-los à sua nutrição. b) mutações selecionadas pelos antibióticos, que eliminam as bactérias sensíveis a eles, mas permitem que as resistentes se multipliquem. c) mutações causadas pelos antibióticos, para que as bactérias se adaptem e transmitam essa adaptação a seus descendentes. d) modificações fisiológicas nas bactérias, para torná-las cada vez mais fortes e mais agressivas no desenvolvimento da doença. e) modificações na sensibilidade das bactérias, ocorridas depois de passarem um longo tempo sem contato com antibióticos. 15. (Pucrj) As ilustrações abaixo correspondem (da esquerda para a direita) ao membro anterior de um humano, um gato, uma baleia e um morcego. É correto afirmar que: a) os ossos com o mesmo número são considerados estruturas homólogas. b) os membros anteriores mostrados são análogos, pois têm funções diferentes. c) a semelhança entre os membros constitui um exemplo de evolução convergente. d) órgãos homólogos apresentam estrutura e função semelhantes. e) os membros anteriores mostrados são análogos, pois têm a mesma função. 16. (Pucrj) Foram introduzidas em dois frascos, que continham um mesmo meio de cultura, quantidades idênticas de um tipo de bactéria. Após algum tempo de incubação, adicionou-se a apenas um dos frascos um antibiótico estável, de uso frequente na clínica e cuja concentração não se modificou durante todo o experimento. O gráfico a seguir representa a variação do número de bactérias vivas no meio de cultura, em função do tempo de crescimento bacteriano em cada frasco. A observação do gráfico permite concluir que, no frasco em que se adicionou o antibiótico, ocorreu uma grande diminuição no número de bactérias e em seguida um aumento do seu crescimento. Segundo a teoria de evolução neodarwiniana, o fato observado nos frascos com antibiótico tem a seguinte explicação: a) a dose usada de antibiótico eliminou a maioria da população selecionando uma minoria resistente que voltou a crescer. b) a dose usada de antibiótico eliminou a grande maioria das bactérias e a minoria sobrevivente se adaptou às condições, voltando a crescer. c) a dose usada de antibiótico provocou uma lentidão no crescimento das bactérias que, após algum tempo, adaptaram- se e voltaram a crescer. d) a dose usada de antibiótico inibiu o crescimento da maioriadas bactérias, mas, após a sua degradação, essas bactérias começaram a crescer novamente. e) a dose usada de antibiótico estimulou a adaptação de bactérias, que demoraram mais a crescer. 17. (Enem) As fêmeas de algumas espécies de aranhas, escorpiões e de outros invertebrados predam os machos após a cópula e inseminação. Como exemplo, fêmeas canibais do inseto conhecido como louva-a-deus, Tenoderaaridofolia, possuem até 63% da sua dieta composta por machos parceiros. Para as fêmeas, o canibalismo sexual pode assegurar a obtenção de nutrientes importantes na reprodução. Com esse incremento na dieta, elas geralmente produzem maior quantidade de ovos. BORGES, J. C. “Jogo mortal”. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br. Acesso em: 1 mar. 2012 (adaptado). Apesar de ser um comportamento aparentemente desvantajoso para os machos, o canibalismo sexual evoluiu nesses táxons animais porque a) promove a maior ocupação de diferentes nichos ecológicos pela espécie. b) favorece o sucesso reprodutivo individual de ambos os parentais. c) impossibilita a transmissão de genes do macho para a prole. d) impede a sobrevivência e reprodução futura do macho. e) reduz a variabilidade genética da população. 18. (Pucrj) A seleção natural pode agir sobre a diversidade das populações de maneiras diferentes. Numa delas, as condições do ambiente favorecem fenótipos que representam a média da população, desfavorecendo fenótipos extremos. Esta forma de seleção é denominada: a) Disruptiva. b) Estabilizadora. c) Direcional. d) Sexual. e) Diversificadora. BIOLOGIA MÓDULO 03 13 19. (Pucrj) Considere os tópicos abaixo: I. Seleção natural II. Herança dos caracteres adquiridos III. Adaptação ao meio IV. Ancestralidade comum V. Mutação Quais deles foram considerados por Darwin na elaboração de sua teoria da evolução das espécies? a) Somente I, III e IV. b) Somente I, II e V. c) Somente I e III. d) Somente III, IV e V. e) Somente I e V. 20.(Pucrj) Três processos fundamentam a teoria sintética da evolução: 1. processo que gera variabilidade, 2. processo que amplia a variabilidade e 3. processo que orienta a população para maior adaptação. Esses processos são, respectivamente: a) recombinação gênica, seleção natural, mutação. b) recombinação gênica, mutação, seleção natural. c) mutação, recombinação gênica, seleção natural. d) mutação, seleção natural, recombinação gênica. e) seleção natural, mutação, recombinação gênica. 21. (Enem PPL) As superbactérias respondem por um número crescente de infecções e mortes em todo o mundo. O termosuperbactérias é atribuído às bactérias que apresentam resistência a praticamente todos os antibióticos. Dessa forma,no organismo de um paciente, a população de uma espécie bacteriana patogênica pode ser constituída principalmentepor bactérias sensíveis a antibióticos usuais e por um número reduzido de superbactérias que, por mutação ouintercâmbio de material genético, tornaram-se resistentes aos antibióticos existentes. FERREIRA, F. A.; CRUZ, R. S.; FIGUEIREDO, A. M. S. Superbactérias: o problema mundial da resistência a antibióticos. Ciência Hoje, n. 287, nov. 2011 (adaptado). Qual figura representa o comportamento populacional das bactérias ao longo de uma semana de tratamentocom um antibiótico comum? a) b) c) d) e) 22. (Uerj) As imagens acima mostram três espécies de rãs venenosas encontradas na América do Sul,que se caracterizam por suas cores vivas. É possível observar que os padrões de coloração dealguns indivíduos da espécie A são semelhantes àqueles presentes nos indivíduos da espécie B,enquanto outros da espécie A se assemelham aos indivíduos da espécie C. Nomeie o fenômeno da presença de cores vivas em animais venenosos e explique sua vantagem para a sobrevivência desses animais. Em seguida, indique o tipo de mimetismo presente nas três espécies retratadas e descreva seu mecanismo de atuação. BIOLOGIA MÓDULO 03 14 23. (Unesp 2020) Os insetos da ordem Coleoptera têm dois pares de asas, mas as asas do par anterior, chamadas de élitros, são espessas e curvadas, protegendo as delicadas asas membranosas do par posterior. Além disso, os élitros podem apresentar manchas e cores específicas, contribuindo para a camuflagem do inseto no ambiente, como é o caso do Penthea pardalis (besouro leopardo). Um pesquisador coletou amostras representativas de três populações de besouros leopardo e classificou-os segundo a quantidade e a distribuição de manchas escuras nos élitros. Em cada uma das três populações, a variabilidade fenotípica pôde ser representada pela mesma curva, conforme o gráfico: Dez anos após a primeira coleta, o pesquisador voltou aos locais anteriormente visitados e coletou novas amostras representativas das mesmas populações. As proporções fenotípicas da população 1 não sofreram alterações, mas as populações 2 e 3 apresentaram novas proporções de fenótipo, como mostram as curvas do gráfico: Ao longo dos dez anos de intervalo entre as coletas, a população a) 3 se estabeleceu em novos nichos ecológicos, nos quais foram selecionadas mutações que levaram à formação de duas novas espécies. b) 1 não se modificou porque sobre ela não houve ação de seleção natural sobre a variabilidade fenotípica. c) 3 sofreu intensa pressão seletiva, que favoreceu os indivíduos de fenótipos extremos e eliminou aqueles de fenótipos intermediários. d) 1 manteve-se fenotipicamente uniforme porque a pressão seletiva favoreceu uma variante fenotípica específica. e) 2 foi submetida a uma pressão seletiva, que desfavoreceu fenótipos menos escuros e fenótipos mais escuros e favoreceu os indivíduos de fenótipo intermediário. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Óbitos por cepas de bactérias resistentes a antibióticos vêm crescendo. Um estudo do governo britânico estima que, em escala global, os óbitos por cepas resistentes já cheguem a 700 mil por ano. E as coisas têm piorado. Além das bactérias, já estão surgindo fungos resistentes, como a Candida auris. Qualquer solução passa por um esforço multinacional de ações coordenadas. O crescente número de governos isolacionistas e até antidarwinistas não dá razões para otimismo. Há urgência. O estudo britânico calcula que, se nada for feito, em 2050, as mortes por infecções resistentes chegarão a 10 milhões ao ano. Hélio Schwartsman, “Mortes anunciadas”. Folha de São Paulo, Abril/2019. Adaptado. 24. (Fuvest 2020) O autor expressa preocupação com o fato de que as soluções para o problema apontado passam por um esforço multinacional, em face ao crescente número de governos isolacionistas, porque a) áreas de menor índice de desenvolvimento socioeconômico são as únicas atingidas devido à falta de recursos empregados em saúde e educação. b) as cepas resistentes surgem exclusivamente nos países que se negam a aderir a acordos sanitários comuns, constituindo ameaças globais. c) desafios atuais em meio ambiente e saúde são globais e soluções dependem da adesão de cada país aos protocolos internacionais. d) o comércio internacional é o principal responsável por espalhar doenças nesses países, tornando‐os vulneráveis, apesar de os programas de vacinação terem alcance mundial. e) a pesquisa nesta área é de âmbito nacional e, portanto, novas drogas não terão alcance mundial, mas apenas regional. 25. (G1 - cps 2019) Antigos agricultores da Amazônia desempenharam um papel fundamental para transformar o milho na planta que é hoje. Dados genéticos e arqueológicos, apresentados em pesquisa recente, indicam que, apesar de ter surgido no México, o cereal só foi adaptado totalmente ao plantio por seres humanos depois de se espalhar pelas Américas, e um dos lugares em que esse processo aconteceu foi o sudoeste amazônico, o mesmo local onde se deu a domesticação da mandioca, da goiabae do feijão. Segundo os pesquisadores, a análise de variedades tradicionais indígenas do milho — as que são cultivadas por povos como os Guarani, para quem estas são sagradas e têm uso ritual — também é crucial para preservar a diversidade genética da planta. Variantes de genes presentes apenas nessas plantas, capazes de conferir resistência a doenças ou possuir mais nutrientes, podem trazer melhoramentos aos cereais consumidos por um público mais amplo. <https://tinyurl.com/yb476wne> Acesso em: 31.01.2019. Adaptado. De acordo com o texto, é correto afirmar que a) o cultivo de variedades tradicionais do milho, como fazem os Guarani, garante a diversidade genética desse cereal. b) o milho é um cereal de origem andina, que foi domesticado pelos Guarani a partir de sua introdução no sudoeste amazônico. c) o milho, antes de se difundir pelas Américas, foi domesticado pelos povos incas, habitantes da região de onde esse cereal é nativo. d) a mandioca, a goiaba e o feijão, originários da América do Norte, já eram naturalmente próprios ao plantio e ao consumo humano. e) os antigos agricultores amazônicos trouxeram o milho da América Central, selecionando espécies mais adaptadas à floresta boreal. BIOLOGIA MÓDULO 03 15 26. (Uece 2019) Os conhecimentos genéticos foram associados aos pensamentos darwinianos na teoria moderna da evolução. Escreva V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma a seguir sobre essa teoria. ( ) A mutação e a recombinação gênica, orientadas pela seleção natural, podem ser utilizadas para compreender o processo evolutivo. ( ) Os conhecimentos genéticos são elucidativos quanto à diversidade biológica encontrada no planeta Terra. ( ) A teoria moderna incorpora à seleção natural as explicações genéticas para explicar a origem da diversidade encontrada nas populações. ( ) A seleção natural explica a origem das variações hereditárias enquanto a mutação e a recombinação gênica esclarecem sobre a permanência dessas variações na comunidade. Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência: a) V, F, V, F. b) V, V, V, F. c) F, V, F, V. d) F, F, F, V. 27. (Upf 2019) Além da seleção natural, ponto central do darwinismo, a teoria moderna da evolução considera, também, processos genéticos para explicar a origem da diversidade das características dos indivíduos. São eles: a) mutação e recombinação gênica. b) mutação gênica e convergência evolutiva. c) seleção sexual e adaptação. d) adaptação e mutação gênica. e) divergência e convergência evolutiva. 28. (Ufrgs 2018) A coluna da esquerda, abaixo, lista adaptações que conferem vantagens aos seres vivos; a da direita, imagens de organismos que ilustram essas adaptações. Associe adequadamente a coluna da direita à da esquerda. 1. Mimetismo 2. Camuflagem ( ) Camaleão ( ) Bicho-pau ( ) Falsa cobra-coral ( ) Orquídea abelha ( ) Linguado A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) 1 – 2 – 2 – 1 – 1. b) 1 – 1 – 2 – 2 – 1. c) 2 – 1 – 1 – 2 – 2. d) 2 – 2 – 1 – 1 – 2. e) 1 – 1 – 1 – 2 – 2. 29. (Udesc 2018) Um tubarão e um golfinho possuem muitas semelhanças morfológicas, embora pertençam a grupos distintos. O tubarão é um peixe que respira por brânquias, e suas nadadeiras são suportadas por cartilagens. O golfinho é um mamífero, respira ar atmosférico por pulmões, e suas nadadeiras escondem ossos semelhantes aos dos nossos membros superiores. Portanto, a semelhança morfológica existente entre os dois não revela parentesco evolutivo. Eles adquiriram essa grande semelhança externa pela ação do ambiente aquático que selecionou nas duas espécies a forma corporal ideal ajustada à água. Esse processo é conhecido como: a) isolamento reprodutivo. b) irradiação adaptativa. c) homologia. d) convergência adaptativa. e) alopatria. 30. (Uefs 2018) As figuras mostram uma tartaruga-marinha e um jabuti, répteis que apresentam características semelhantes e vivem em ambientes diferentes. As características do formato do casco e das patas da tartaruga-marinha e do jabuti confirmam a ocorrência de a) mutações que modificaram estruturas e direcionaram esses animais para um ambiente específico. b) adaptações às mudanças ambientais por meio do uso frequente dessas estruturas. c) evolução divergente entre animais que são filogeneticamente muito próximos. d) analogia anatômica entre estruturas de espécies diferentes que pertencem ao mesmo filo. e) evolução convergente entre animais de espécies diferentes oriundos de um ancestral comum. BIOLOGIA MÓDULO 03 16 Gabarito 1. D 2. D 3. A 4. D 5. B 6. B 7. A reprodução sexuada aumenta a variabilidade genética da população de caramujos parasitados pelos vermes. Dessa forma, a população apresenta maior possibilidade de sobreviver quando parasitados pelos vermes. A reprodução assexuada produz cópias geneticamente idênticas, mas permite o aumento mais rápido da população de caramujos. 8. B 9. Lamarck — Os seres vivos estariam se adaptando segundo a lei do uso e desuso, segundo a qual o que não é usado desaparece e o que é usado se desenvolve e é transmitido às gerações futuras. Neodarwinismo — Mutações ao acaso ocorridas nos genes dos seres vivos, permitindo melhor adaptação às mudanças ambientais, seriam naturalmente selecionadas e transmitidas aos descendentes. 10. A ocorrência de maiores porcentagens de mortalidade para indivíduos com peso fora da faixa média. Recombinação gênica e mutação. A recombinação gênica envolve os fenômenos meióticos: permutação e segregação independente e a fecundação, ou seja, a união de gametas geneticamente diferentes. 11. Seleção natural. A probabilidade de sobrevivência às novas condições climáticas no período posterior à catástrofe seria maior dentre alguns indivíduos que, devido a mutações ocorridas, apresentavam uma capacidade intelectual mais adequada ao enfrentamento de tais condições. 12. Convergência evolutiva ou convergência adaptativa. Evolução de uma característica semelhante em duas ou mais espécies, de modo independente, para permitir a adaptação a um ambiente comum. 13. C 14. B 15. A 16. A 17. B 18. B 19. A 20. C 21. B 22. Coloração de advertência / aposemática. Sua predação é reduzida por essa indicação de que o animal é venenoso. Mimetismo Mülleriano. Espécies venenosas, ao se copiarem, reforçam o padrão de advertência. 23. E 24. C 25. A 26. A 27. A 28. D 29. D 30. C