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Profe. Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revoluções Francesa e Industrial 1 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial HC I: Revolução Francesa e Industrial Profe Alê Lopes AULA 09 Unicamp Exasiu Exasiu EXTENSIVO estretegiavestibulares.com.br t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 2 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Sumário Introdução: A Europa em Transformação .................................................................. 3 1. A Revolução Industrial ................................................................................................ 8 1.1 – O pioneirismo inglês ............................................................................................... 13 1.2 – Impactos sociais da Revolução Industrial ............................................................... 15 2. A Revolução Francesa .............................................................................................. 20 2.1 – Uma Europa Absolutista antes da Dupla Revolução .............................................. 20 2.2 – Revolução Francesa ................................................................................................ 23 2.2.1 - As causas mais profundas da Revolução de 1789: o prelúdio ............................................................ 24 2.2.2 – As tentativas de solucionar as “causas” ................................................................................................. 28 2.2.3 – O desenrolar do conflito .......................................................................................................................... 31 2.2.4 – 1ª. Fase: Assembleia Nacional Constituinte: o que não avança retrocede ...................................... 32 2.2.5 – 2ª. Fase: a construção da República Francesa ...................................................................................... 42 2.2.6 - O Governo Republicano do Diretório: a liderança dos girondinos (1795-1799) ............................. 47 3. Lista de Questões ...................................................................................................... 49 4. Gabarito ....................................................................................................................... 80 5. Questões Comentadas ............................................................................................. 81 6. Considerações Finais .............................................................................................. 153 t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 3 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Queridas e Queridos Alunos, Sejam bem-vindos e bem-vindas a mais uma aula. É sempre um grande prazer compartilhar com vocês nosso trabalho e participar dessa caminhada até sua aprovação. É bom saber que você avançou mais uma aula! Isso é muito bom porque você está dominando cada dia mais nossa disciplina! Nesta aula continuaremos a estudar a formação do Mundo Capitalista. Na aula passada falamos das primeiras experiências políticas, filosóficas e econômicas de crítica ao Mundo do Antigo Regime. Assim, você já estudou o Movimento iluminista e a teoria liberal, as Revoluções Liberais inglesas do século XVII e a Independência dos Estados Unidos da América. As Revolução Industrial e Francesa completam e dão sentido às transformações estudadas até aqui. Elas marcam o início do da chamada História Contemporânea. Por isso, nossa aula é dedicada a essa chamada “dupla revolução”. Esse é um assunto que não cai nas provas, não! DESPENCA mesmo!!! Então, por favor, seja safo. Não durma. Anote tudo, faça seu controle de temporalidade e complete sua linda do tempo. Não me canso de afirmar, para você toda questão de história é imperdível! Você precisa estar preparado para TUDO! Não esquece: “o segrego do sucesso é a constância no objetivo”. Vamos seguir juntos! Se você tiver dúvidas, utilize o Fórum de Dúvidas! Eu vou te responder bem rapidinho. Ah, não tem pergunta boba, Ok? Vamos começar? Já sabe: pega seu café e sua ampulheta. Bora!! INTRODUÇÃO: A EUROPA EM TRANSFORMAÇÃO Na aula passada vimos o início de um mundo em transformação. Nosso foco foram a Inglaterra e o processo de mudança política nesse país. Ou seja, no século XVII, a burguesia mercantil em aliança com a nobreza aburguesada (os proprietários das grandes terras cuja função era criar ovelhas e produzir lã para a manufatura têxtil) conseguiu controlar o rei e criar condições para a expansão da economia rumo à industrialização. É verdade, como vimos, que isso foi um longo processo que incluiu a queda de alguns reis, a cabeça de uns deles, 2 revoluções (a Puritana e a Gloriosa) e, por fim, a imposição de uma Petição de Direitos do Parlamento sobre seu rei (o Bill of Rights). Assim, a Inglaterra tornou-se o epicentro de uma transformação econômica e produtiva sem precedentes na história. Os desdobramentos dessas experiências inglesas, e seus desdobramento teóricos no Movimento Iluminista, detonaram modificações em outros lugares do mundo, como na América. Com certeza, na Independência das 13 colônias que acabou por criar um novo e promissor país: os Estados Unidos da América! XVII XIX t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 4 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Na Europa, o exemplo da força social da burguesia, com seu modelo econômico e suas ideias políticas, tornou-se elemento impulsionador de uma série de revoltas e revoluções na segunda metade do século XVII e durante o século XIX. Ao mesmo tempo, tal situação também demonstrou que havia uma crise do Antigo Regime. Veja o que diz um dos principais historiadores sobre esse momento histórico, Eric Hobsbawn, no livro A Era das Revoluções: O fim do século XVIII, como vimos, foi uma época de crise para os velhos regimes da Europa e seus sistemas econômicos, e suas últimas décadas foram cheias de agitações políticas, às vezes, chegando ao ponto da revolta, e de movimentos coloniais em busca de autonomia, às vezes atingindo o ponto de secessão: não só nos Estados Unidos (1776-1783) mas também na Irlanda (1782-1784), na Bélgica e em Liège (1787-1790), na Holanda (1783-1787), em Genebra e até mesmo – como já discutimos – na Inglaterra (1779). A quantidade de agitações políticas é tão grande que alguns historiadores mais recentes falaram de uma “era da revolução democrática”, em que a Revolução Francesa foi apenas um exemplo, embora o mais dramático e de maior alcance e repercussão.1 (grifos nossos) Assim, se o século XVII e o início do XVIII abrigou sementes de transformação, no século XIX essas sementes irromperam em Revoluções que originaram uma novíssima sociedade nascida a partir dos escombros do velho regime absolutista e mercantilista. Presta atenção agora e articula comigo, a partir dos grifos da citação e do esquema a seguir: Leia mais um trecho de Hobsbawn: Aqui precisamos simplesmente observar que as forças econômicas e sociais, as ferramentas políticas e intelectuais desta transformação já estavam preparadas, pelo menos em uma parte da Europa suficientemente grande para revolucionar o resto.2(grifos nossos) Quais são as forças econômicas e sociais e as ferramentas políticas e intelectuais que o autor está se referindo? Vejamos no esquema a seguir: 1 HOBSBAWN, Eric. A Era das Revoluções. São Paulo: Editora Paz e Terra, 2003, pp.98-99. 2 HOBSBAWN, Eric. A Era das Revoluções. São Paulo: Editora Paz e Terra, 2003, p. 21. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: RevoluçãoFrancesa e Industrial 5 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Essas forças sociais e econômicas, bem como as ferramentas políticas e intelectuais se conjugaram de maneira explosiva na França de 1789 e produziram mudanças políticas muito mais profundas do que aquelas desenvolvidas na Inglaterra 1 século antes. Foi a partir da Revolução Francesa que o liberalismo se expandiu primeiro para a Europa e, depois, para o mundo (pelo menos o Ocidental). Anote isso dentro do seu coração!! Por isso, o historiador inglês afirma que a França foi o epicentro gêmeo da Inglaterra, na sua perspectiva política, de tal forma que a Revolução Francesa e a Revolução Industrial constituem uma “dupla revolução” – uma combinação de dois eventos indissociáveis. Nas palavras de Hobsbawn: Mas não seria exagerado considerarmos esta dupla revolução – a francesa, bem mais política, e a industrial inglesa – não tanto como um fato que pertença a história dos dois países que foram seus principais suportes e símbolos, mas sim como a cratera gêmea de um vulcão regional bem maior. O fato de que as erupções simultâneas ocorreram na França e na Inglaterra, e de que suas características difiram tão pouco, não é nem acidental nem sem importância. [...] É igualmente relevante notar que elas são, neste período, quase inconcebíveis sob qualquer outra forma que não a do triunfo do capitalismo liberal burguês.3 Veja que o historiador afirma, conforme o grifo do trecho acima, que não foi mera coincidência que as duas revoluções ocorressem quase simultaneamente e sob os mesmos aspectos de forças econômicas e sociais e das mesmas ferramentas políticas e intelectuais. A força da burguesia, o liberalismo, a industrialização... todos esses elementos estavam presentes nas 3 Idem, p. 20. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 6 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial duas revoluções, percebe? Contudo, uma com relevância maior no aspecto político (a França) e a outra no aspecto econômico (a Inglaterra). Dessa forma, o mundo se transformou segundo um modelo franco-britânico. Agora, finaliza essa articulação reflexiva comigo: O que permitiu que ambas as revoluções explodissem e se espalhassem feito fogo no palheiro foi a crise do Antigo Regime. O antigo regime era, no século XVIII, um sistema político e econômico que para continuar em pé precisava de “escoras”. Mas quais seriam os sustentáculos desse “anciens régimes”? Veremos ao longo da aula de hoje, que as velhas monarquias absolutistas precisaram se escorar umas nas outras, fazendo alianças para tentar barrar os ventos da transformação que não se contentavam com os limites territoriais da Inglaterra ou da França. Por isso, as principais monarquias absolutistas (naquele contexto eram a Rússia, a Prússia e a Áustria) usaram a força de sua tradição, seu velho status social, sua capacidade de mobilizar exércitos, e até mesmo a Igreja Católica, para impor uma reação conservadora contra a pressão revolucionária. Portanto, querido e querida, o contexto de gradual solapamento da velha sociedade do Antigo Regime foi uma condição fundamental para que aquelas forças econômicas e sociais (burguesia) detentoras das ferramentas políticas e intelectuais (liberalismo político e econômico) pudessem convergir em consequências transformadoras a fim de criar e sustentar um novo mundo. Assim, podemos dizer que o Século XIX constituiu um tempo de tensão, conflitos e disputas entre dois mundos: Mas eu vou fazer um spoiler aqui: adivinha quem vai ganhar esse jogo de “cabo de guerra”? Novo Mundo: Capitalista (ascensão) Velho Mundo: Antigo Regime (declínio) t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 7 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Portanto, queridas e queridos alunos, temos que ter em mente, SEMPRE, que cada evento que estudarmos está em função dessa luta e da vitória do Novo Mundo Capitalista. Nesse sentido, o historiador Hobsbawn, acompanhado por outros historiadores, estabeleceu uma divisão desse período dando ênfase à consolidação política do novo mundo, sua expansão econômica e as consequências militares desse longo processo. Veja como ficou a periodização e os principais elementos que caracterizam cada um desses “blocos de tempo”: t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 8 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Pronto, agora que você já sabe que a dupla revolução forneceu o sentido geral das batalhas e conflitos do século XIX, vamos estudar cada capítulo dessa série chamada “O longo Século XIX”. 1. A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Entre meados do século XVIII e ao longo do XIX, configurou-se um cenário de transformações das ideias – o Iluminismo! Nesse mesmo contexto, surgiu uma nova forma de produzir riquezas: a industrialização, ou seja, produzir mercadorias por meio de máquinas. Por isso, alguns historiadores falam em maquinofatura. Essa Revolução foi fruto de um processo histórico formado por múltiplos fatores combinados ao longo do tempo. Preste muita atenção, pois vamos estudá-los agora! Para relembrarmos. Até então, na economia mercantilista, as mercadorias comercializadas eram extraídas da natureza ou produzidas no campo. Por isso, os primeiros economistas iluministas – conhecidos como fisiocratas - falavam que a terra era o principal meio de riqueza. Nos séculos XV e XVI, houve esforço gigantesco para se descobrir uma rota até as Índias para buscar especiarias. Nas Américas se produziu açúcar, tabaco, couro, carne, extraíram-se as drogas do sertão e, sobretudo, extraíram-se ouro, prata, diamantes. Além claro, do grande comércio de viventes: seres humanos africanos. Perceba que, naquele contexto da Modernidade, o comércio era o centro da atividade econômica. Por isso, a classe econômica que ganhou grande importância nessa época, apesar da dominação da nobreza, foi a burguesia comercial, ou mercadores - como eram mais conhecidos na naquela época. Eric Hobsbawn escreveu a principal análise sobre o que chamou de Longo Século XIX – que começaria com a Revolução Francesa e termina com a 1ª. Guerra Mundial. Ele publicou na trilogia composta pelos livros: A Era das Revoluções, a Era do Capital e a Era dos Impérios. As bancas de Vestibular AMAM esse autor. Fiquem ligados! t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 9 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial A manufatura usava parte desses produtos tropicais para produzir os produtos necessários para o comércio em menor escala. Nesses séculos de mercantilismo, houve certa evolução técnica. Anote aí: ➢ Produção artesanal: As mercadorias eram produzidas nas oficinas por artesãos, mestres e aprendizes. A escala dessa produção era praticamente familiar e com alguns mestres e aprendizes. O artesão conhecia e realizava TODAS as etapas do processo de produção. Em geral, o artesão era o DONO da oficina. ➢ Produção manufatureira: Diante da forma artesanal de produção a forma usada para aumentar a produção era aumentando o número de produtores, por isso, surgiram as manufaturas. Para se ter mais tecido era preciso ter mais tecelãs e tecelões. Nessa etapa da evolução técnica da produção as manufaturas constituíam “enormes oficinas”. Ainda sem especialização do trabalho, mas já com algumas divisões da atividade produtiva, pois os artesãos que trabalhavam na manufatura conheciam todas as etapas produtivas. Contudo, esse processo não era muito planejado. Além disso, o fato de os donos das oficinasperceberem que, conforme um trabalhador se especializava ele trabalhava mais rápido, porque a atividade ficava mais aprimorada e mais automática, contribuiu para alterar o processo produtivo. A realidade produtiva estava prestes a saltar para a grande escala. Nas manufaturas, as ferramentas pertenciam a um único dono específico que, em geral, fiscalizava e organizava o trabalho realizado pelos seus empregados. Além disso, algumas ferramentas foram aprimoradas e deram alguma velocidade à produção. Um exemplo é o tear manufaturado. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 10 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Veja a imagem, observe a diferença com a ilustração dos teares da artesã. Mas note também que ele ainda é de madeira e operado manualmente. A partir do final do século XVII e início do XVIII, a Inglaterra já apresentava uma manufatura bastante dinâmica. Tanto é verdade que, em 1703, ela se impunha como a maior produtora têxtil da Europa e, por isso, pôde estabelecer, com Portugal, o Tratado dos panos e vinhos – Tratado de Methuen. Veja a imagem de uma réplica de uma grande manufatura têxtil britânica. Só para você não achar que a Inglaterra era a única que pensava em produzir mais e mais, a França também tinha manufaturas importantes, mas o país não teve políticas econômicas que incentivassem o desenvolvimento do sistema manufatureiro. Tampouco, havia na França condições políticas para o crescimento da burguesia, diferentemente da Inglaterra. Dessa forma, a burguesia inglesa buscava novas formas de aumentar a produção e, com as pesquisas científicas nas áreas de física e química - iniciadas nessa conjuntura de transformações- foi possível desenvolver a tecnologia de máquina à vapor. Portanto, a partir da segunda metade do século XVIII, surgem as primeiras máquinas que impulsionaram a passagem da produção manufaturada para a maquinofaturada – processo este que caracterizou a Revolução Industrial. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 11 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial James Watt (1736-1819), engenheiro inglês, foi inventor da Máquina térmica usada inicialmente para retirar água de dentro das minas de carvão. Depois seu mecanismo espalhou-se para diversos setores, inclusive para a indústria têxtil e para a criação da locomotiva à vapor – que mudou completamente o modo de vida da sociedade europeia. Na prática, foi essa invenção que deu suporte tecnológico para todo o processo de Revolução Industrial, pois substituiu a força do trabalho humano por trabalho mecânico gerada pela força do vapor. ➢ Produção mecanizada ou maquinofaturada: iniciada com os avanços técnicos e com o aperfeiçoamento do processo produtivo. A produção é realizada a partir da divisão e especialização do trabalho, ou seja, cada trabalhador realiza uma tarefa específica. Aqui, as máquinas substituíram várias ferramentas e, algumas vezes, o próprio trabalhador. Isso permitiu o desenvolvimento da produção em série e em larga escala. O artesão já não controlava a produção cujo tempo era ditado pelo ritmo da máquina e definido pelo dono da máquina, ou seus gerentes/encarregados (chefes). Agora, o ex-artesão A água aquecida na caldeira entra em ebulição e o vapor expande-se provocando o movimento do pistão que, acoplado à roda, provoca o movimento de um eixo: essa é a mágica da substituição do trabalho humano pelo trabalho da máquina. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 12 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial tornou-se um trabalhador que passou a trocar seu tempo de trabalho por um salário. Surge a figura do trabalho assalariado. Esse processo de transformações e essa nova configuração produtiva é chamada de Revolução Industrial. Assim, a Revolução Industrial pode ser caracterizada como um longo processo de transformações técnicas, ocorridas de modo genérico na Europa Ocidental, a partir da segunda metade do século XVIII. Além disso, memorize: o processo de industrialização da economia, isto, é, a instalação da indústria, das máquinas e o emprego dos operários (trabalhadores assalariados das indústrias) foi impulsionado pioneiramente pela Inglaterra. Pega o bizu: Bixo, atente-se: esse processo estendeu-se para outros setores e outros países, sempre estimulado por novas descobertas, novas tecnologias, novas matérias-primas, novas fontes de energia e novas formas de organizar a produção. Nesse sentido, os especialistas afirmam existir fases da revolução industrial, o que algumas vezes aparece nos livros de história como fases da revolução industrial ou revoluções industriais. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 13 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial 1.1 – O PIONEIRISMO INGLÊS O processo de mecanização da produção aconteceu primeiro na Inglaterra. Vamos buscar explicações para a largada precoce inglesa na Revolução Industrial. Em frente, me acompanha! O pioneirismo inglês na Revolução Industrial pode ser explicado por elementos políticos e econômicos. Durante a fase mercantilista da economia foi possível acumular muito capital na Inglaterra. Nesse processo de expansão econômica duas classes sociais se destacaram: a burguesia mercantil e a nobreza aburguesada. Como se fosse uma engrenagem que se retroalimenta, o fortalecimento da burguesia e do comércio representava o próprio fortalecimento econômico da Inglaterra. Elementos econômicos e políticos: ➢ Os cercamentos: Os cercamentos foram um processo de concentração fundiária no qual a terra foi utilizada com dois objetivos: produção de alimentos e criação de ovelhas. Foi um processo que começou ainda no final da Idade Média, se estendeu por toda a Idade Moderna e se acentuou com a Revolução Industrial, pois esta permitiu a mecanização de alguns processos produtivos. A lã das ovelhas era utilizada para a produção de tecidos. Desse processo de concentração fundiária decorreram alguns efeitos que contribuíram para o pioneirismo inglês na industrialização da economia: 1. Produção de alimento em larga escala, que possibilitava o abastecimento das cidades; a formação de feiras, comércio local e comida a preços mais acessíveis. Além disso, a Inglaterra não precisava importar alimentos, como Portugal e Espanha, promovendo, assim, balança comercial favorável. 2. Produção de matéria-prima em quantidade suficiente para formação de uma manufatura têxtil. 3. Êxodo rural que mantinha um contingente de trabalhadores livres para serem utilizados na produção têxtil. Durante a Revolução Industrial esse contingente foi fundamental para abastecer demais ramos da indústria. 4. Formação de uma classe política conhecida como “nobreza aburguesada”. As terras desse setor da nobreza estavam ligadas ao desenvolvimento da economia mercantil – como a criação de ovelhas - e, portanto, aos interesses da burguesia mercantil 5. Esses dois grupos se aliaram politicamente em vários momentos contra a nobreza tradicional (que, em geral, apoiava o poder absolutista do rei) para fazer valer políticas de incentivo comercial. Uma das medidas foi a criação de leis protecionistas para proteger a manufatura doméstica de lã das crescentes quantidades de tecidos importados. ➢ Fortalecimento das atividades mercantis: acumulação primitiva de capital Ao longo da época de desenvolvimento mercantilista, a Inglaterra promoveu uma política de estímulo às atividades mercantis por meio do fortalecimento da marinha mercante. Desde o t.me/CursosDesignTelegramhub ProfeAlê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 14 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Governo da Dinastia dos Tudor, sobretudo no governo da rainha Elisabeth I, passando pelo Governo do republicano Oliver Cromwell – com os Atos de Navegação, de 1651 – foi possível à Inglaterra tornar-se a “senhora dos mares”. Para isso, os britânicos conseguiram: ✓ Vencer a hegemonia de Felipe II, rei da Espanha. ✓ Enfrentar a Holanda e a França. ✓ Com a crise de Portugal e Espanha, no século XVII, ocuparam um espaço no comércio transatlântico que não tinham. Além disso, você deve lembrar do papel proeminente da Inglaterra em relação aos acordos que ela estabeleceu com Portugal. Em 1703 foi o Tratado de Methuen, justamente quando se descobriu ouro na América portuguesa. Ou seja, indiretamente o Brasil contribuiu para financiar o fortalecimento econômico e político da burguesia e da nobreza aburguesada inglesa. Dessa forma, diversos historiadores afirmam que esse processo de fortalecimento do comércio inglês gerou um “acúmulo primitivo de capital”. Esses montantes enormes de lucros privilegiaram a ação empreendedora, criativa e inventiva da burguesa, dos intelectuais, dos cientistas que buscavam novas e mais eficientes formas de produzir riqueza. Evidentemente, uma economia mercantil mais forte transformou a burguesia inglesa na classe mais vanguardista na promoção de inovações. ➢ Condições estruturais favoráveis ✓ A Inglaterra tinha muitas jazidas de carvão e ferro, o que facilitava o uso de fontes de energia e de fonte de matéria-prima. ✓ 4As grandes levas de trabalhadores rurais, que saíram do campo e foram para a cidade, transformaram-se em “exército industrial de reserva” (anote essa expressão porque ela despenca nos textos de época que caem no 4 Habitações operárias: evolução das imagens de representação - Scientific Figure on ResearchGate. Available from: https://www.researchgate.net/figure/Figura-01-Bairros-pobres-de-Londres-Litogravura- de-Gustave-Dore-de-1872-Fonte_fig1_320589970 [accessed 22 Apr, 2019] t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 15 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial vestibular), ou seja, pessoas desempregadas disponíveis para serem empregadas como trabalhadores assalariados nas fábricas. 1.2 – IMPACTOS SOCIAIS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A Revolução Industrial não foi só uma mudança na forma de produzir riqueza. Ela foi o elemento impulsionador de uma revolução na forma como a sociedade se organizou e, assim, causou impactos no campo produtivo, econômico, social, político e ideológico. Por sua vez, os impactos relacionados ao campo político, econômico e ideológico vamos destrinchá-los no contexto da Revolução Francesa. Quanto aos aspectos sociais das transformações ocorridas a partir do processo de industrialização, vejamos agora. A primeira grande transformação foi o cenário da vida social. A urbanização se aprofundou rápida e desorganizadamente. Praticamente todos os “problemas da cidade” que discutimos na contemporaneidade têm raízes nesse momento histórico. Por isso, falamos da formação de uma sociedade urbano- industrial – com seus avanços e limites. As indústrias foram instaladas nos arredores das cidades. Isso gerou um afluxo de uma grande massa de trabalhadores, de modo que a população urbana cresceu demais: Bairro operário de Londres, Gravura de Gustave Doré, 1850 Veja os números e a partir dele faça uma reflexão sobre a imagem que segue logo após o gráfico: t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 16 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Em relação ao universo social, houve mudança e progresso nos setores de comunicação e transporte. Isso foi fundamental para ampliar a circulação e distribuição de mercadoria, bem como para ampliar a dimensão social dos espaços de circulação das pessoas. A locomotiva à vapor, as estações de trem, as chegadas e partidas alteraram profundamente o modo de ser, sentir e viver das pessoas. Essas novas sensações ficaram retratadas nas obras de pintores como Monet, na escola artística que conhecemos como impressionismo. Como falamos, a Revolução Industrial é um sistema que criou relações sociais. A mais estruturante delas foram as relações de trabalho estabelecidas entre proprietários e não- proprietários. Na acepção clássica dos economistas do século XIX: a relação entre capital e trabalho. Como vimos, a maquinofatura se caracteriza pela divisão do trabalho a partir de atividades especializadas. Dentro da fábrica, os trabalhadores são aqueles que trocam seu tempo de trabalho por salário. 0 5.000.000 10.000.000 15.000.000 20.000.000 25.000.000 30.000.000 1750 1801 1851 Crescimento população urbana na Inglaterra População urbanaEstação Saint-Lazare, 1877, óleo sobre tela Claude Monet, Museu d’Orsay, Paris. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 17 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial No entanto, o que os inúmeros estudos no campo da história, da economia, da etnografia e até mesmo das artes demonstram é que as condições nas quais os trabalhadores executavam suas atividades eram aviltantes. A partir dessas pesquisas podemos citar: Horas longas e trabalho duro não eram novidade para aqueles que sempre viveram da força do seu trabalho braçal: os pobres! Mas trabalhar na fábrica é diferente de trabalhar no campo. No campo, o controle da jornada e do tempo é mais possível ao próprio trabalhador. Os períodos eram mais folgados. No inverno, por exemplo, a falta de luz diminuía o número de horas em que se trabalhava. Já aqueles que teciam em oficinas domésticas podiam até certo ponto estabelecer seus próprios horários. Nos bairros operários é o apito que controla o horário de trabalhar e descansar das pessoas. Esse momento, diga-se de passagem, era sempre o menor. Reflita sobre esse tema, pois os Vestibulares amam perguntar sobre o “controle do tempo”: se o próprio homem, se Deus ou se a fábrica! Nessa conjuntura, as crises entre trabalhadores e proprietários se intensificaram e, com isso, surgiram as organizações de trabalhadores. De um lado, os proprietários chamados de patrões desejavam manter seus custos sempre os menores possíveis; de outro, os trabalhadores exigiam melhores condições de trabalho e aumento de salários. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 18 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial 5Essa gravura fez parte de um relatório do Parlamento Inglês sobre o trabalho infantil nas minas de carvão. Ela mostra um trapper abrindo uma porta subterrânea para um hurrier que empurra um vagão cheio de carvão. Segundo o relatório, crianças dentre 5 e 10 anos, os trappers, passavam doze horas por dia sentados sozinhos no escuro, abrindo e fechando portas. Os hurriers, em geral meninas, empurravam os carrinhos com cerca de 400 quilos por até 6 quilômetros por dia, entre o veio do carvão e o elevador da mina em túneis de 50 centímetros de altura. Mas, Profe, não existia nenhuma lei que falasse sobre tempo de trabalho, de trabalho infantil ou sobre o quanto se precisava ganhar para viver em Londres? Apenas em 1842, em consequência do relatório e dos protestos dos operários, surgiu a Lei das Minas, que proibiu o emprego de crianças de menos de 10 anos bem como de mulheres. Veja, somente as crianças menores de 10. Com 10 já poderia trabalhar nessas condições. Contudo, as teorias do liberalismo econômico tinhamuma interpretação sobre a atribuição de valor ao trabalho: a mesma de qualquer mercadoria. Grosso modo, quando estudamos os aspectos econômicos do liberalismo, aprendemos que a lei da oferta e da procura deve determinar o valor das mercadorias. Por suposto, se o trabalho é entendido como mercadoria, então, o valor a ser pago pelo trabalho é determinado pelo mercado, ou melhor, pela quantidade de mercadoria existente no mercado. Por isso, nem Estado, nem sindicatos e nem os patrões poderiam regular essa “lei natural” do mercado. Evidentemente, com o número exagerado de pessoas vivendo nas cidades, por essa lógica liberal, o salário poderia chegar a um fator quase nulo. Moralmente, a classe de proprietários se via livre de qualquer julgamento cristão acerca das péssimas condições de vida a que seus empregados, inclusive crianças, estavam submetidos. Contudo, a diferença da riqueza produzida e dos salários recebidos, somada às péssimas condições de vida dos trabalhadores, gerava tensões entre as duas classes sociais fundamentais da economia industrial: proprietários e não proprietários. 5 Children in Mines. Disponível em: https://museum.wales/articles/2011-04-11/Children-in-Mines/. Acessado em 22-04-2019. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 19 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Diante dessa tensão, os operários iniciaram uma série de movimentos contra esse estado de exploração. Foi assim que, em 1811 surgiu o movimento ludita. Era um movimento revoltoso, espontaneístas e praticado por trabalhadores que quebravam as máquinas. Em geral, boicotavam as caldeiras das máquinas gerando inundação em fábricas e minas de carvão. Muitas vezes, muitos trabalhadores saiam ferido dessas ações. Percebendo a necessidade de se organizar melhor, alguns operários começaram um movimento político chamado Cartismo. O movimento cartista começou a exigir o direito ao voto aos operários. Dessa forma, os trabalhadores poderiam ser eleitos para o parlamento inglês. Em decorrência, teriam condições de exigir leis para melhorar as condições de vida da classe trabalhadora. Essa foi uma longuíssima batalha até final do século XIX. No meio do caminho, os operários aprimoraram a ideia de “rebelião” operária, pois perceberam que ao destruir as máquinas, perdiam o mínimo que tinham. Ou seja, perceberam que capital e trabalho compõem uma relação de dependência. Mas precisavam de um novo instrumento para reclamar suas reivindicações. Como, na maioria das vezes, não eram recebidos para o diálogo e a negociação, criaram a greve. Greve é a situação na qual os trabalhadores param de trabalhar momentaneamente, ou seja, paravam a produção das máquinas. Com isso, eles esperavam chamar a atenção dos patrões, uma vez que máquina parada é prejuízo. Para organizar essas ações e as pautas de reivindicações, os trabalhadores criaram sindicatos, chamados na Inglaterra de trade unions. Nesse momento da história, os sindicatos foram uma importante forma de diálogo e de resistência dos trabalhadores contra o abuso e a exploração de um setor dos proprietários. Afinal, esses conflitos se estenderam durante todo o século XIX. Para finalizar quero chamar sua atenção para o fato de que as ações e instituições mudam ao longo do tempo. Por isso, vocês devem olhar esses elementos no seu tempo histórico para, assim, perceber o contexto do surgimento, a função que desempenhavam, a importância que tiveram, as relações que estabeleceram, entre outros. O quarto Estado. Giuseppe Pellizza da Volpedo. Óleo sobre tela, 1901. Museu do Novecento, Milão, Itália. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 20 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Jamais, jamais mesmo cometam o erro de serem anacrônicos: ou seja, olhar para o tempo histórico passado com os significados atuais. 2. A REVOLUÇÃO FRANCESA 2.1 – UMA EUROPA ABSOLUTISTA ANTES DA DUPLA REVOLUÇÃO Veja, a Revolução Francesa tem uma importância enorme para as transformações tratadas aqui. Lembra do trecho que lemos acima, do historiador inglês? “A quantidade de agitações políticas é tão grande que alguns historiadores mais recentes falaram de uma “era da revolução democrática”, em que a Revolução Francesa foi apenas um exemplo, embora o mais dramático e de maior alcance e repercussão. (grifos nossos) Assim, para falar da repercussão dessa experiência histórica e entender as consequências que ela provocou, é necessário que você recorde da forma como a Europa estava organizada. Politicamente você já sabe e até desenha, né: t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 21 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Agora, quero que você perceba como as monarquias absolutistas estavam organizadas territorialmente. Observe bem o mapa com atenção para 3 reinos: Rússia, Prússia e Áustria. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 22 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial 6 Esses três reinos (ou impérios) constituíram as 3 principais Monarquias Absolutistas da Europa, além da França – esta, com certeza, a Monarquia Absoluta que servia de modelo para outras. Cada uma teve um processo de formação distinto, no entanto, conforme nos ensina Perry Anderson, todas elas se constituíram instituindo formal e juridicamente relações de servidão maciça no campo e constituindo exércitos permanentes. Nesse sentido, o grau de violência dessas monarquias contra a população campesina é maior do que aquela vivida na Europa Ocidental. Nas palavras de Anderson, O Estado absolutista no Leste foi, em contraste, a máquina repressiva de uma classe feudal que acabara de extinguir as tradicionais liberdades comunais dos pobres. Foi um instrumento para a consolidação da servidão, em um cenário onde não existe vida urbana autônoma, muito menos resistência. [...] A dose de violência injetada nas relações sociais foi proporcionalmente muito maior. E o Estado Absolutista no Oriente nunca perdeu as marcas dessa experiência originária. (p. 213) 6 Adaptação de ARRUDA, José Jobson de A. Atlas Histórico Básico, 2008, p. 25. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 23 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Essas duas características gerais estão relacionadas com as guerras que ocorreram no Leste Europeu durante todo o século XVII como as de caráter religioso e, sobretudo, a Guerra dos Trinta Anos corrida entre 1616 e 1648. Outra experiência de tensões militares foram as inúmeras invasões que a Suécia promoveu no leste Europeu nesse mesmo período, especialmente sobre a região que hoje conhecemos como Alemanha. Essa região era um labirinto de pequenos Estados muito fragmentados e frágeis. Segundo Perry Anderson, A Suécia – o mais novo e surpreendente de todos os absolutismos ocidentais, um país jovem de população escassa e economia rudimentar – se revelou o flagelo do Leste. Seu impacto sobre a Prússia, Polônia e Rússia nos noventa anos que se passaram entre 1630 e 1720 ... é o maior ciclo de expansão militar do absolutismo europeu. (p. 217) Tal conjuntura dizimou parte importante da população do campo. Em terras muito extensas e com baixa densidade demográfica, como as da Rússia, Polônia e até alguns estados alemães, manter os camponeses presos à terra era uma questão fundamental para garantir mão de obra e a continuidade da produção de alimentos. Quanto aos exércitos, fora uma consequência do constante belicismo da região devido às disputaspor uma saída para o Mar Báltico ou ao Sul, nos Balcãs. Mas Profe, por que você está ressaltando isso agora? Porque quero que você pense nessas relações entre classes sociais distintas no contexto da expansão do pensamento liberal!!! Quero que você imagine como vai ficar essa massa campesina, em situação de servidão secular, quando os ventos liberais atingirem a Europa Ocidental. O que será que o campesino e os pequenos produtores hão de pensar e fazer? Também quero que você pense na relação entre as monarquias. Vai refletindo aí e formando uma imagem na sua cabeça ao longo dessa aula, pode ser? Além disso, essas Monarquias tiveram como papel histórico garantir o poder e a legitimidade do poder absolutista. Diante desses desafios para entendermos bem o contexto no qual explode a Revolução Francesa, não se esqueça dessas Monarquias Absolutistas da Europa Oriental, pois foram elas que se levantaram contra a maior e mais profunda experiência liberal: A Revolução Francesa de 1789! Se liga!!! 2.2 – REVOLUÇÃO FRANCESA A Revolução Francesa, enquanto primeiro momento mais contundente da queda do absolutismo francês, teve início em 1789. Porém, enquanto um processo histórico, a queda do absolutismo francês – em definitivo – ocorrerá apenas em 1830. Até o round final, inúmeros atos t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 24 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial precedentes ora colocaram os revolucionários à frente, ora a tentativa de restauração da Monarquia esteve em vantagem. Nessa seção da aula, veremos o período que a historiografia convencionou alocar a Revolução Francesa que vai de 1789 até 1799, quando Napoleão chega ao poder. Para ficar mais fácil de entender essa década inteira, costumamos dividi-la em 3 fases: Para iniciar, então, esse importante conhecimento que todo ano cai nos vestibulares, comecemos pelas causas estruturais, isto é: quais eram as condições objetivas da vida social, econômica e política da França no momento pré- Revolução? 2.2.1 - As causas mais profundas da Revolução de 1789: o prelúdio Primeiramente, temos que resgatar os novos valores culturais e ideológicos que rondavam toda a Europa. As ideias Iluministas foram ingredientes importantes para o processo revolucionário. Então, apenas para reforço, lembre-se de que o Iluminismo questionava: ✓ As explicações religiosas para a existência do mundo e dos fenômenos da vida, pois o ideal revolucionário priorizava as experiências científicas; ✓ O funcionamento do Estado, o qual impunha uma ordem social e econômica desigual, marcada por privilégios à realeza e à nobreza. A própria independência dos EUA contra a monarquia inglesa foi mais um sopro para impulsionar os ventos da Revolução Francesa. Como a França apoiou os colonos contra a metrópole inglesa, muitos líderes norte-americanos passaram a frequentar a França. Benjamin Franklin, por exemplo, um dos pensadores políticos norte-americano de maior influência, foi embaixador dos EUA na França. Literalmente, os ideais da independência americana estiveram em solo francês. Além da efervescência no plano das ideias, outros elementos mais profundos, das raízes da sociedade, estavam na iminência de provocar transformações. Assim, como se fossem placas tectônicas em rota de coalizão, as causas socioeconômicas estavam no ponto de gerar uma grande crise revolucionária. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 25 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial 2.2.1.1 – Questões econômicas Do ponto de vista ECONÔMICO, a economia francesa estava fragilizada em razão da política externa adotada e dos altos gastos da Monarquia para sustentar a corte. Externamente, a França contraiu dívidas volumosas ao sair derrotada na Guerra dos Sete Anos (1756-1763) e ao apoiar a independência das 13 Colônias Americanas (1775-1783). O envolvimento dos franceses na guerra custou cerca de 2 milhões de libras esterlinas, quantia equivalente a alimentação de 7 milhões de franceses durante um ano. Uau!! A Guerra dos Sete Anos foi um conflito entre França, a Monarquia de Habsburgo e seus aliados (Saxônia, Império Russo, Império Sueco e Espanha), de um lado, e a Inglaterra, Portugal, o Reino da Prússia e Reino de Hanôver, de outro. A guerra foi motivada por disputas de territórios em diversas colônias (como nas terras do que hoje conhecemos como Canadá) e na própria Europa, bem como pela crescente influência de Frederico II, rei da Prússia. Além disso, em 1786, França e Inglaterra assinaram o Tratado de Eden-Rayneval o qual concedia aos britânicos vantagens no comércio de tecidos em território francês. Isso porque a França recorreu aos bancos britânicos para adquirir empréstimos. A contra partida dos britânicos foi que os franceses retirassem impostos sobre os produtos britânicos. Nesse sentido, o comércio interno francês e a confecção de manufaturas foram abalados. Em particular, burgueses franceses que viviam da indústria do tecido passaram a fechar as portas. Assim, a entrada dos produtos britânicos – com isenção de impostos – provocou falência de dezenas de burgueses e uma massa desempregada nas ruas. Já os gastos com a corte, além dos privilégios que eram mantidos e das obras luxuosas, que vinham sendo realizadas desde Luís XIV, também incluía a manutenção do corpo de burocratas em cargos e postos. Estes cargos e postos eram conhecidos como “ofícios venais” e eram vendidos a particulares. Para pagar o salário desses cargos e mantê-los, afinal, eram cargos hereditários, o Estado francês necessitava de muita arrecadação. Repare que os “ofícios venais” podiam ser comprados por quem tivesse dinheiro, isto é, em geral, comerciantes. Dessa forma, a burguesia comercial – pelo menos parte dela – transformava-se em nobreza. Outra parte da burguesia que ascendia à condição de nobre era aquela que comprava títulos de nobreza, os, assim conhecidos, “togados” (pois usavam togas). Conforme mais indivíduos e famílias entravam na nobreza próxima à corte, maior o gasto. Duas consequências imediatas: esses novos nobres também deixavam de pagar impostos (queda ainda maior de receitas); e, um atrito crescente entre a nobreza “puro sangue” e os “emergentes”. t.me/CursosDesignTelegramhub https://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7a https://pt.wikipedia.org/wiki/Monarquia_de_Habsburgo https://pt.wikipedia.org/wiki/Sax%C3%B4nia https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Russo https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Sueco https://pt.wikipedia.org/wiki/Espanha https://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A3-Bretanha https://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal https://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_da_Pr%C3%BAssia https://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_de_Han%C3%B4ver Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 26 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial A relação da alta nobreza com o rei era a seguinte: quanto mais próximo do rei, maior a isenção de impostos. Nesse sentido, não pagar impostos era um sinal de status, de modo que os nobres faziam questão de tornar público o quanto deixavam de pagar em impostos. Com isso, exibiam um certo reconhecimento social, de modo que a disputa por privilégios na corte gerava inúmeras desconfianças e traições entre os nobres. Imagine a quantidade de fofocas na Corte??? Como a maior ou menor proximidade do núcleo duro da Corte – da família real – determinava o quanto de impostos os nobres deixavam de pagar, havia uma disputa de foice, ou melhor, de lenços de seda, entre a própria nobreza. Essa disputa se tornou mais profunda com a ampliação dos “ofícios venais” e dos togados. Era como se fosse uma competição por privilégios. Este quadro iria se agravar a pontode a disputa de interesses influenciar os rumos do poder, leia-se da Monarquia Absolutista. A nobreza tradicional – oriunda do feudalismo – começava a fazer uma oposição ao rei, pois não aceitava o “inchaço” da corte por indivíduos e famílias que ascendiam por meio de compra de títulos ou cargos. Essa tensão entre Monarquia e parte da aristocracia mais nobre começou no final do governo de Luís XIV, o qual, diante da necessidade de receitas, revogou algumas isenções de nobres mais distantes da corte. Com Luís XV e Luís XVI essa prática prosseguiu e se ampliou, fato que levou à constituição de uma oposição aberta formada por “nobres sobretaxados”. Sob Luís XVI, essa tensão entre nobres que não queriam perder privilégios e a Corte passou a ser denominada como reação feudal ou aristocrática. Com uma crise financeira em franca ampliação, o Monarquia francesa de Luís XVI passou a cobrar mais impostos sobre os camponeses e sobre os trabalhadores urbanos, conhecidos como “sans-culottes”. A expressão vem do fato de a população mais pobre não usar culotes, um tipo de meia de seda vestida por cima da calça. Uma meia de seda – portanto, um produto caro – que somente os nobres usavam. Veja o contraste social das vestimentas: t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 27 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial O baixo clero, a pequena nobreza e a burguesia também sofriam com a alta carga de impostos. No geral, a insatisfação do chamado 3º estado só crescia. Para piorar, entre 1787 e 1789, as condições climáticas resultaram em péssimas colheitas e, consequentemente, uma crise de abastecimento alimentar atingiu a população. Como a administração monárquica não fazia planejamentos de médio e longo prazo para o conjunto da sociedade, a estiagem virou uma calamidade pública. Os alimentos foram inflacionados e a fome (fome mesmo, com milhares de mortes) tomou conta da população. Essa situação agravou a condição do camponês. No campo, onde se concentrava a maioria da população, os camponeses já sofriam com a carga de impostos, os quais perpetuavam desde o período feudal. Com a crise da “Grande Fome”, o caldo entornou e o estopim da Revolução estava aceso. 2.2.1.2 – Questões sociais e políticas Do ponto de vista SOCIAL, nesse contexto de desigualdade social e de concentração de renda, muitos focos de revolta popular passaram a ocorrer em solo francês. Todas as insatisfações eram duramente reprimidas pela força militar da realeza. Então, querido e querida aluna, pensem em uma população de cerca de 25 milhões de franceses (estimativa de meados do século XVIII), sendo que 500 mil pertenciam ao 1º e 2º estados e o restante, 24,5 milhões, ao 3º estado. Aonde levaria a insatisfação popular? Se existisse pesquisa Ibope como temos hoje, o governo monárquico atingiria 99% de ruim ou péssimo, provavelmente. Distante de Paris e dos principais centros urbanos, afinal, o luxuoso Palácio de Versalhes se localiza a 30 km de Paris, Luís XVI passou a viver uma crise de legitimidade. A monarquia começava a ser abertamente questionada em todos os 3 estados. Dessa forma, a crise econômica e social começava a se transformar em uma crise política: 1 – os nobres preteridos não queriam pagar impostos. Por isso, reivindicavam a volta dos privilégios feudais e a diminuição da nobreza emergente → crescente reação da aristocracia contra a monarquia; 2 – o povo não enxergava a monarquia como capaz de solucionar a miséria, bem como enxergava no parasitismo da nobreza as causas da desigualdade social. Reivindicava, principalmente os sans- t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 28 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial culottes, o fim dos privilégios feudais e a igualdade social. Da mesma forma, os camponeses também exigiam o fim dos privilégios feudais e liberdade do trabalho. Afinal, as práticas feudais, embora sob outras formas e com adaptações, ainda permaneciam no campo. 3 - a burguesia cobrava uma solução para que a crise econômica fosse devidamente encaminhada e seus negócios voltassem a prosperar. Parte dessa solução significava igualar, juridicamente, todos os homens, de modo que os privilégios fossem extintos. Nesse sentido, o projeto burguês se espelhava na Monarquia constitucional inglesa. Os burgueses reivindicavam, também, que o alto clero e a alta nobreza pagassem impostos. Por essas razões é possível afirmar que a burguesia francesa, inspirada nos ideais iluministas, defendia a igualdade jurídica civil. Atenção, igualdade civil (todos são iguais perante a lei) é diferente de igualdade social (condições similares de vida material). Veja, então, que, do ponto de vista dos INTERESSES DE CLASSE SOCIAL, havia uma convergência contra a Monarquia Absolutista e a nobreza. Os membros do 3º estado marchavam no mesmo sentido da crítica. Dessa forma, alianças mais profundas estavam em construção: o 3º estado (sans-culottes e camponeses), bem como a burguesia, identificavam os privilégios como um grande problema. Em meio à tensão crescente, uma série de “boatarias” se espalhava pela França em torno do rei e de rainha Maria Antonieta. Na época espalharam uma “fake-news” que colou e até hoje falam no senso-comum da história. Espalharam que a Rainha Maria Antonieta, quando se referiu à fome e aos pobres teria dito: “se não têm pão, que comam brioches”. Essa frase, de fato, não é dela. Na verdade, o problema era que a rainha era austríaca e pertencia à família dos Habsburgo. A frase inventada queria exemplificar como ela era completamente desconectada da vida de seus súditos. Como se não bastasse todo tipo de chacota sobre Maria Antonieta, ela também foi popularmente culpada pelos gastos luxuosos da corte e pelo endividamento do Estado absolutista. Também, né, seus vestidos eram um pouquinho exagerados!!! 2.2.2 – As tentativas de solucionar as “causas” Como vimos, a essência dos problemas socioeconômicos do Estado absolutista francês residia em gastar mais do que arrecadava. Dessa forma, uma série de medidas passou a ser adotada por Luís XVI e seus ministros a fim de estancar a crise. Vamos ver algumas delas: 1787 – o Ministro Visconde de Calonne (1734 – 1802), responsável pelas finanças, convocou a Assembleia dos Notáveis. Nesta apenas representantes do alto clero e da nobreza participaram. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 29 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial O Ministro propôs uma reforma que previa a supressão dos privilégios e o pagamento de impostos por parte do 1º e do 2º estados. A revolta aristocrática foi enorme e a reação dos nobres a esse projeto resultou na demissão do Ministro de Visconde de Calonne. Viu só? Essa posição dos nobres e do clero ficou conhecido como reação aristocrática.: nada de imposto para cima da gente, Magestade!!! 1789 – Durante 2 anos, entre 1787 e 1789, os Ministros de Luís XVI não conseguiram apresentar soluções satisfatórias para os problemas da França. Jacques Necker (1732-1804) foi nomeado, em 1788, Diretor Geral das Finanças e, logo em seguida, foi nomeado Ministro de Estado. Para ganhar tempo e tentar buscar uma solução fiscal que conquistasse legitimidade entre todos os 3 estados, Necker propôs a Luís XVI reabrir a Assembleia dos Estados Gerais, fechada em 1614 por Maria de Medici e pelo Cardeal Richelieu. (Lembre-se de que esse fechamento da Assembleia dos Estados Gerais foi um dos motivos do fortalecimento da Monarquia absolutista na França). A Assembleia dos Estados Gerais funcionava como se fosse um Parlamento em que os 3 estados tinham representação e decidiam sobre atosa serem executados pela Monarquia. Por isso, a proposta soou interessante aos ouvidos do rei. Até a convocação e instalação dos Estados Gerais seria preciso uma eleição de deputados nas províncias. O envolvimento de representes dos 3 estados na saída para a crise econômica, além de acalmar os ânimos, conferiria legitimidade à saída escolhida por todos os 3 estados. Porém, quando foi reaberta, em 5 de maio de 1789, houve um debate sobre a representação do 3º estado. A polêmica foi em torno do tipo de voto: Cada representante teria direito a um voto: "uma cabeça, um voto", independentemente do estado (1o , 2o ou 3o). Essa proposta era defendida pela burguesia, pois sabia que só dessa forma teria mais força. Voto por cabeça Isto é, só existiriam 3 votos, sendo que o 1o estado decidiria se era X ou Y, os 2o e 3o também. Assim, um resultado possível seria 2 votos em X e 1 voto em Y. A burguesia era contra essa proposta porque sabia que 1o e 2o estado fechariam saídas comuns. Por exemplo, se fosse para deicider se nobreza e clero passariam a pagar impostos, certamente a proposta seria derrotada. Voto por estado t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 30 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial A burguesia queria o voto por cabeça, computado por deputado, para poder fazer frente à força do 1º e do 2º estados, pois, em votações como “fim dos privilégios”, caso fosse mantida a forma de votação “voto por estado” o resultado seria 2 a 1 para a nobreza e o clero. Ou seja, não se findariam os privilégios. Tampouco as reivindicações mais estruturais do 3º estado prosperariam no formato de votação por estado. Veja em números a proporção da composição dos deputados na Assembleia dos Estados Gerais: Diante do impasse, entre junho e julho de 1789, o 3º estado se revolta. O rei responde com o fechamento da Assembleia dos Estados Gerais. Após essa medida arbitrária, o 3º estado não reconhece a decisão do rei e constitui um tipo de organização política paralela. Para tanto, os membros que representavam o 3º estado ocuparam a Sala de Jogos da Péla e mandaram o recado ao Rei: só sairiam de lá quando fosse instituída uma Assembleia Constituinte para elaborar uma Constituição para a França. Para mostrar união e força fizeram um juramento conhecido com Jeu de Paume. Jeu de Paume era justamente um jogo praticado em um dos salões do Palácio de Versalhes onde eles ficaram reunidos. Juraram fidelidade em torno da união dos interesses do povo! A proposta Necker de convocar a Assembleia dos Estados gerais, no final das contas, foi uma espécie de “tiro pela culatra”. Ele não conhecia a medida da força da revolta do 3º. Estado. Ilustração sobre o Jogo da Péla ou Jau de Paume. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 31 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Com efeito, esse ato dos representantes do 3º estado, por um lado, foi uma ação de deslegitimação do poder do rei e da Monarquia absolutista, e, por outro, a legitimação da soberania popular, pois o pacto Jeu de Paume estabeleceu que ninguém contrariaria os interesses do “povo”. Hummmm, isso tem um cheiro das ideias de Rousseau e Locke, não tem? A afronta à Monarquia foi maior ainda, pois, nesse juramento, o 3º estado se declarou como a nova Guarda Nacional da França, uma guarda popular para defender o povo francês das arbitrariedades da Monarquia e de qualquer ameaça à soberania popular. A partir da movimentação política dos deputados do 3º estado, à revelia de Luís XVI e sua corte, foi formada uma Assembleia Nacional Constituinte com o objetivo de impor limites à Monarquia e aos poderes do rei, bem como de elaborar uma Constituição para a França. É claro que a Corte, 1º e 2º estados não reconheceram essa nova organização política, pois, na prática, tratava-se de um poder paralelo. Repare que esse tipo de tensão entre Poder Absoluto e Poder Parlamentar, que colocava em xeque a soberania do rei, nós já vimos na história da Inglaterra. Mas será que aqui na França a história se desenvolveu da mesma forma? Lembra-se de como a Revolução Gloriosa, a qual definiu o novo rearranjo institucional entre Monarquia e Parlamento, foi pacífica? E na França, também foi relax? 2.2.3 – O desenrolar do conflito Esse conflito político em torno do fechamento dos Estados Gerais e da formação de uma Assembleia Constituinte do povo tomou as ruas das cidades. A disputa entre esses poderes fez a crise revolucionária entrar em erupção. Esse cenário, somado ao que vimos acima enquanto “causas” estruturais da Revolução, provocou uma onda de oposição ao rei, à nobreza e ao clero. As ruas foram tomadas pelo povo! Paris estava em convulsão!! Imagem de Jacques Necker. Antes de entrar para a política, ele foi sócio do banco Banco Thélusson e Vernet e possuía negócios na Companhia das Índias. Xiii Majestade, deu ruim!!! Eu disse que não entendia nada de política...só economia! t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 32 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Entre 12 e 14 de julho de 1789, Paris foi palco de protestos populares, reuniões dos representantes do 3º estado, articulações para derrubar a Monarquia, enfim, um verdadeiro levante. O povo assumiu controle de um arsenal do exército real e, em seguida, no dia 14 de julho, como início simbólico da Revolução Francesa, tomou a prisão política conhecida como Bastilha. 7 A Bastilha, além de conter mais um arsenal militar, era símbolo das arbitrariedades e do poder absolutista em Paris. À porta da Bastilha, o prefeito de Paris tentou negociar com a população, porém, foi morto e decapitado ali mesmo. A imagem da cabeça do prefeito de Paris em uma lança passou a ser a mensagem a todos que se opusessem ao movimento revolucionário. A partir desse evento, a violência física passou a ser questão central no desenrolar da Revolução Francesa, seja porque os debates, em muitas ocasiões foram substituídos por atos de violência, seja porque as tentativas de restauração do Poder Monárquico tiveram que ser combatidas com resposta militar. Afinal, o exército formado pela Assembleia Constituinte tinha como objetivo defender o povo e, naquele momento, o povo era a Revolução. Logo, era preciso defender a Revolução. 2.2.4 – 1ª. Fase: Assembleia Nacional Constituinte: o que não avança retrocede Agosto de 1789. A Assembleia Constituinte aprova o fim dos privilégios para o clero e para a nobreza e decretou a igualdade entre todos os franceses. Contudo, todos os franceses do gênero masculino. No calor dos acontecimentos, o sentimento de vingança contra a opressão secular sofrida pelos trabalhadores (urbanos e camponeses), levou à Noite do Grande Medo. A população passou a entrar na propriedade dos nobres e da aristocracia senhorial no campo: um recado de que os privilégios haviam acabado. Castelos e Mansões foram destruídos. Nobres foram sumariamente executados. Outro exemplo marcante dessa fase inicial da Revolução, e muito interessante, pois estava relacionado com a fome, foi a caça aos coelhos. Até então, caçar coelhos era um privilégio dos nobres, pois somente a eles era permitida a caça. Com o fim dos privilégios, a população camponesa passou a caçar coelhos para se alimentar. 7 https://www.metmuseum.org/art/collection/search/384288?&searchField=All&ft=bastille&offset=0&rpp =20&pos=2 t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 33 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Assim, nessa fase inicial da Revolução Francesa,o ideal instalado foi a fórmula da soberania popular em que o povo podia tudo. Com efeito, quem estivesse contra o sentido da Revolução e quisesse manter privilégios pagaria com a vida. Repare na diferença entre os dois tipos de bandeira: de um lado, a representação da Monarquia; do outro, a famosa bandeira tricolor que representava liberdade, igualdade e fraternidade. Em seguida, em 26 de agosto de 1789, os revolucionários aprovaram por aclamação a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, inspirada em ideias iluministas e na Declaração de Independência dos Estados Unidos. O eixo da Declaração acabava com os privilégios tradicionais do Antigo Regime (dos títulos da nobreza) e trazia princípios de igualdade (direito de todos à vida; direito de todos a terem sua propriedade). Contudo, esse primeiro documento oficial da Revolução não previu transformações em direitos econômicos (igualdade social), tampouco igualdade de gênero. Dessa forma, as mulheres continuavam sem direitos e a relação estrutural entre ricos e pobres não foi alterada. Socialmente, apenas a abolição da escravidão na França foi abolida. Além das ideias de liberdade e igualdade presentes na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, a noção de fraternidade ali presente conferia, pela primeira vez, uma identidade nacionalista popular. Isso porque a fraternidade seria a relação de laços iguais e de solidariedade entre um povo formado por cidadãos iguais: o povo francês. Os fundamentos político-filosóficos da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão são: • Liberalismo político • Liberalismo econômico t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 34 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial (FUVEST 2005) A "Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão", votada pela Assembleia Nacional Constituinte francesa, em 26 de agosto de 1789, visava a) romper com a Declaração de Independência dos Estados Unidos, por esta não ter negado a escravidão. b) recuperar os ideais cristãos de liberdade e igualdade, surgidos na época medieval e esquecidos na moderna. c) estimular todos os povos a se revoltarem contra seus governos, para acabar com a desigualdade social. d) assinalar os princípios que, inspirados no Iluminismo, iriam fundar a nova constituição francesa. e) pôr em prática o princípio: a todos, segundo suas necessidades, a cada um, de acordo com sua capacidade. Comentário A Declaração é inspirada no iluminismo e na Declaração da Independência dos EUA, assim, visa proteger os direitos civis e políticos dos cidadãos. Gabarito: D (UNIFESP) No preâmbulo da Constituição francesa de 1791 lê-se: "Não há mais nobreza, nem distinções hereditárias, nem distinções de Ordens, nem regime feudal... Não há mais nem venalidade, nem hereditariedade de qualquer ofício público; não há mais para qualquer porção da Nação, nem para qualquer indivíduo qualquer privilégio nem exceção..." Do texto depreende-se que, na França do Antigo Regime, as pessoas careciam de a) igualdade jurídica. b) direitos de herança. c) liberdade de movimento. d) privilégios coletivos. e) garantias de propriedade. Comentário Veja que o preâmbulo menciona características que existiam antes e que, em tese, não existiriam mais. Todas as referências dizem respeito às distinções entre as pessoas. Distinções essas baseadas em privilégios, nascimento e legitimação divina. Portanto, antes da revolução francesa, as pessoas não tinham igualdade jurídica. Gabarito: A No final de 1789, a Assembleia Nacional, que era o governo de fato naquele momento, passou a debater como o poder seria organizado e qual seria o conteúdo do documento que se t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 35 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial transformaria na Constituição da França. Na prática, discutia-se o desenho do arranjo institucional do Estado francês. Por exemplo, qual seria a forma e o sistema de governo nesta na nova França que surgia, Monarquia? República? Uma parcela dos representantes – muito provavelmente em função da força da tradição monárquica e dos acontecimentos na Inglaterra – defendia a participação da Monarquia e dos nobres, tal como o modelo inglês. Diante das posições diversas que começavam a se formar, os membros da Assembleia dividiram-se entre democratas (peso igual de voto para todo mundo) e monarquistas (concessões políticas à Monarquia e aos nobres). Dessa forma, os representantes favoráveis à Monarquia passaram a se sentar à DIREITA da sala de reuniões (do plenário); os representantes democratas passaram a se sentar à ESQUERDA do plenário. E, pasme, é daqui que surgiu a noção de esquerda e direita utilizada na política moderna. E você pensava que isso era coisa de grupo de Whats!!!! É evidente que essas nomenclaturas ganharam diversos significados ao longo da história. Mas tudo começou assim! Os debates da Carta Constitucional francesa também incluíram os limites da participação da Igreja na política. A maioria definiu pelo estabelecimento de um Estado laico, ou seja, livre de influências religiosas, pois cada um era livre para acreditar no que quisesse. Afinal, querido e querida, o número de conflitos religiosos, reformas e contra reformas religiosas estava fresco na memória do povo. Certamente, ninguém gostaria de voltar a ser perseguido por conta da sua fé. Ainda como desdobramento dessa reorganização entre política e religião, os bens da Igreja Católica foram confiscados. O argumento enfatizava que a Igreja havia se apropriado dos bens públicos da França durante séculos. No mesmo sentido, os padres foram transformados em uma espécie de funcionário público, pois, caso quisessem continuar com a administração das Igrejas, por serem públicas, deveriam estar submetidos à soberania popular. Por isso que, em julho de 1790, foi feita a Constituição Civil do Clero. Por meio desse documento os clérigos passaram a jurar fidelidade à França, à Revolução, e não mais à Igreja Católica de Roma. Essa foi uma forma de diminuir a influência do papado em território francês. Como regra, o alto clero não se submeteu às imposições revolucionárias e, por isso, foi rotulado de “clero refratário”. Já o baixo clero, mais próximo ao povo, aceitou a Constituição Civil do Clero. Assim, em setembro de 1791, a Assembleia Nacional promulgou uma nova Constituição que estabeleceu: ✓ que a França teria a forma de governo do tipo Monarquia Constitucional, ou seja, o que não avança retrocede. Isso significava que: o Poder Executivo seria exercido pelo rei o qual teria poderes limitados pela Assembleia. O rei também não teria o direito de dissolver ou fechar a Assembleia. ✓ Os membros do Parlamento, quer dizer o Poder Legislativo, seriam eleitos por voto censitário proporcional ao imposto pago. Dessa forma, só teriam direito de votar e de serem votados os homens considerados cidadãos ativos (bons pagadores). Veja que, entre t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 36 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial os cerca de 15 milhões de franceses adultos daquele momento, somente 4 milhões se encaixavam nesse critério censitário. Os grupos políticos do momento estavam divididos da seguinte forma: • Os euillants/monarquistas defendiam a monarquia constitucional; • Os girondinos, sendo que uma parte era favorável a uma república com poder descentralizado e, outra, a monarquia constitucional; • Os cordeliers e os jacobinos defendiam um projeto mais popular, ou seja, que incluísse mais o povo no sistema político. Eram radicalmente contrários à Monarquiae defendiam a instalação de uma república. Nesse grupo estavam os líderes mais conhecidos da Revolução Francesa e os que mais caem nos vestibulares: Georges Danton (1759-1794); Maximilien Robespierre (1758-1794); e, Jean-Paul Marat (1743-1793). Já, já, apresento-os a vocês de forma mais detalhada. Por agora, saiba que Robespierre fazia parte dos Clube dos Jacobinos; e Danton e Marat eram membros da Sociedade dos Amigos dos Direitos do Homem e do Cidadão, conhecida como Clube dos Cordeliers, pois a sede do clube ficava no Convento dos Cordeliers de Paris. Juntos, esses dois grupos – Cordeliers e Jacobinos – influenciavam pequenos comerciantes, assalariados, artesãos e trabalhadores urbanos. Apesar do estabelecimento da Monarquia Constitucional, em certo sentido um alento para a nobreza e para a burguesia mais moderada, parte significativa dos nobres, temendo novos terrores e incertos quanto aos rumos daquela situação, fugiu da França. Vamos ao primeiro “lamentável”, como diria um radialista de futebol, do processo da Revolução Francesa. Quando lá para cima do texto eu disse que se tratava de um processo de idas e vindas, chamo a atenção para isso agora: Primeiro revés: a Revolução foi contra a Monarquia e os privilégios, porém a Constituição de 1791 estabeleceu a Monarquia Constitucional; Segundo revés: embora o povo tenha participado ativamente da revolução entre 1789 e 1791, o voto foi negado aos camponeses, aos trabalhadores urbanos e as mulheres. Mas e a Fraternidade e a Igualdade profeeee? t.me/CursosDesignTelegramhub https://pt.wikipedia.org/wiki/Georges_Danton https://pt.wikipedia.org/wiki/Maximilien_Robespierre Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 37 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial É meus caros, a história não é tão simples. De toda forma, podemos perceber os limites da implementação das ideias do Novo Mundo. No final do século XVIII a condição das mulheres no mundo ocidental era de permanente opressão, ou seja, os homens lhes negavam protagonismos e autonomia na vida. Basta lembrarmos que mulheres que se destacavam eram, em muitos casos, consideradas bruxas. Nesse sentido, no máximo, às mulheres era reservado o papel de mães-educadoras. Os pensadores iluministas, embora defendessem a liberdade e igualdade individuais, não aceitavam a participação das mulheres na política e enquanto cidadãs. Apesar das adversidades opressoras, as mulheres tiveram papel de destaque na Revolução Francesa, como quando marcharam em direção ao Palácio de Versalhes. Cerca de 7 mil mulheres foram cobrar que a Corte resolvesse a crise do pão. Duas principais motivações levaram as francesas às ruas: melhores condições de vida às famílias; igualdade de direitos com os homens. Com espírito de guerreiras, muitas se alistaram – clandestinamente, disfarçadas de homens – no exército francês; outras, tomavam a palavra em espaços públicos e faziam exigências aos homens deputados e até mesmo à Assembleia, primeiro a dos Estados Gerais e, depois, a Nacional Constituinte. Do ativismo das mulheres, surgiram organizações específicas, como a Associação das Republicanas Revolucionárias criada em 1793 por Claire Lacombe e Pauline Léon. Em meio à Revolução Francesa, a revolucionária Olympe de Gouges obteve papel de destaque.Ela elaborou a Declaração de Direitos das Mulheres e da Cidadã. Essa Declaração reivindicava direitos iguais para as mulheres, seja na política, na justiça, seja em questões econômicas (direitos sociais). O documento explicitava a necessidade de equiparação das mulheres aos homens, como demonstra o Artigos 6º, 7º e 8º do texto: Artigo 6º A lei deve ser a expressão da vontade geral. Todas as cidadãs e cidadãos devem concorrer pessoalmente ou com seus representantes para sua formação; ela deve ser igual para todos. Todas as cidadãs e cidadãos, sendo iguais aos olhos da lei devem ser igualmente admitidos a t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 38 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial todas as dignidades, postos e empregos públicos, segundo as suas capacidades e sem outra distinção a não ser suas virtudes e seus talentos. Artigo 7º Dela não se exclui nenhuma mulher. Esta é acusada., presa e detida nos casos estabelecidos pela lei. As mulheres obedecem, como os homens, a esta lei rigorosa. Artigo 8º A lei só deve estabelecer penas estritamente e evidentemente necessárias e ninguém pode ser punido senão em virtude de uma lei estabelecida e promulgada anteriormente ao delito e legalmente aplicada às mulheres. Já o artigo 11º objetiva garantir o direito à maternidade sem preconceitos e o direito de a mulher afirmar que determinado homem era pai de seu filho. Veja: Artigo 11 A livre comunicação de pensamentos e de opiniões é um dos direitos mais preciosos da mulher, já que essa liberdade assegura a legitimidade dos pais em relação aos filhos. Toda cidadã pode então dizer livremente: "Sou a mãe de um filho seu", sem que um preconceito bárbaro a force a esconder a verdade; sob pena de responder pelo abuso dessa liberdade nos casos estabelecidos pela lei. Entretanto, em 1791 a Assembleia Nacional Constituinte rejeitou a Declaração de Direitos das Mulheres e da Cidadã, escrita por Gouges. Além disso, ocorreu algo pior: como o debate de gênero passou longe das aspirações dos revolucionários, Olympe foi acusada de traição por Robespierre e guilhotinada em 1793. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 39 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial (UNESP 2018) A gravura representa a marcha de mulheres revolucionárias até o palácio real de Versalhes em 5 de outubro de 1789. A participação das mulheres na Revolução Francesa a) levou à conquista do direito de voto, porém não do direito de exercer cargos executivos no novo governo francês. b) teve ressonância parcial nas decisões políticas, pois apenas as mulheres da alta burguesia envolveram-se nos protestos políticos e civis. c) foi notável nas manifestações e clubes políticos, porém seus direitos políticos e sociais não foram ampliados significativamente. d) originou a igualdade de direitos civis em relação aos homens após a proclamação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. e) diminuiu bastante após os conflitos e a violência generalizada que marcaram a tomada da Bastilha. Comentário A despeito da significativa participação das mulheres na execução da Revolução Francesa, o movimento acabou por não representar ganhos sociais e políticos reais para as mesmas. A Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, por exemplo, documento mais significativo produzido pelos revolucionários, não inseria as mulheres nos ganhos civis conseguidos à época. Observo que, a imagem reproduzida pela questão, apresenta a marcha das mulheres em direção ao Palácio de Versalhes para cobrar do rei medidas quanto a crise do “pão”. Nessa manifestação, elas percorreram cerca de 14 quilômetros, armadas de lanças, machados, foices e puxando um canhão. Gabarito: C 2.2.4.1 – Forças contrarrevolucionárias A alta nobreza começa, então, a articular uma revanche de fora da França. Esses nobres buscaram apoio em Monarquias como a inglesa, a Prússia e a dos Habsburgo, no Sacro Império Romano-Germânico (Áustria). Na noite de 20 para 21 de junho de 1791, o rei e a rainha tentaram fugir da França para a Áustria. Mas o plano foi descoberto. Como se não bastasse esse plano de deserção, também foi descoberto que Luís XVI, juntamente com a nobreza que já havia fugido e mais a Monarquia dos Habsburgo (família de Maria Antonieta) planejavam invadir a França e derrotar a Revolução. E isso não foi fake News,não!!! t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 40 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial O rei e a rainha foram presos e conduzidos a Paris. A partir desse momento, surge a questão: o que fazer com o rei? Ou melhor: o que fazer com um rei traidor da revolução e da pátria francesa? • A alta burguesia e seus representantes girondinos defendiam a permanência do rei preso e, como haviam decidido por uma Monarquia Constitucional, a transferência do trono para o filho de Luís XVI. Repare que havia um cálculo político dos girondinos nessa defesa: como Luís XVII não tinha idade para assumir o trono, seria preciso eleger um Regente para comandar o Poder Executivo; essa eleição seria feita pela Assembleia, na qual, por conta do voto censitário, os burgueses eram maioria. Essa seria uma saída favorável aos interesses da alta burguesia, pois ela passaria a comandar o Poder Executivo e o Poder Legislativo. No jogo de xadrez isso seria um xeque; • Já os jacobinos e os cordelliers, representantes da pequena burguesia, dos trabalhadores urbanos e dos profissionais liberais (médicos, advogados etc.) defendiam a morte do rei na guilhotina. O pressuposto para jacobinos e cordelliers era simples: tratar o rei como qualquer outro traidor. Jean-Paul Marat, médico e escritor, tinha uma capacidade de persuadir a opinião pública pela escrita. Marat, que comandava o jornal L 'Ami du peuple (O Amigo do Povo), além de defender reformas sociais para a maioria da população marginalizada, expunha em seus textos que a Monarquia deveria ser eliminada e Luís XVI condenado. No geral, os jacobinos não queriam nenhuma concessão à Monarquia Absolutista. Esse impasse em torno do destino do rei expos uma fratura no modelo de Monarquia Constitucional escolhido em 1791. Na prática, havia uma contradição entre os sentidos da Revolução Francesa, seu significado mais profundo de oposição ao Antigo Regime, e a fórmula da Monarquia Constitucional, que não permitia a execução do rei na condição de traidor da pátria e do povo. Com efeito, a defesa dos jacobinos por um República e pelo fim da Monarquia começava a ganhar força. Diante dessa nova crise, as Monarquias Absolutistas da Áustria e da Prússia, que ajudaram a traçar o plano de invasão da França, encaminharam a Declaração de Pillnitz ao governo revolucionário da Assembleia Constituinte. Esse documento era uma ameaça: se Luís XVI não fosse reconduzido ao trono, a França seria invadida. Nesse momento, então, a Revolução passou a contar com uma ameaça externa configurada. Uma guerra batia às portas dos franceses. Importante você saber que, na iminência dessa guerra: t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 41 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial • Jacobinos se manifestaram publicamente contra iniciá-la, pois sabiam que era exatamente nisso que os restauracionistas apostavam: uma derrota militar para as Monarquias Absolutistas do leste europeu; • Os girondinos e a alta nobreza se manifestaram publicamente favoráveis ao confronto, pois sabiam que o exército francês não daria conta. De toda forma, a batalha era inevitável. 2.2.4.2 - Para não retroceder mais, a Revolução avançou: rumo ao fim da Monarquia A primeira de uma série de batalhas ocorreu em abril de 1792. A França, por meio de um Decreto da Assembleia Nacional, defendido pelos girondinos, declarou guerra à Áustria, governada pelo Imperador Francisco II (sobrinho da rainha Maria Antonieta). Entre maio e setembro de 1792 o Exército francês sucumbiu às forças militares da Áustria e da Prússia. As baixas e a desorganização do Exército levaram os jacobinos a articular na Assembleia a aprovação de uma medida chamada “Pátria em Perigo”. Tratava-se de uma convocação de todos os franceses homens com mais de 16 anos. Monarquistas e girondinos foram contra a medida. Por que será??? Com isso, a natureza do Exército francês muda radicalmente, pois, a partir de então, as fileiras eram compostas por “soldados-cidadãos”. O novo exército passou de 150 para 400 mil homens. Essa virada sobre monarquistas e girondinos contou com a influência das três principais personalidades acima lembradas: Georges Danton, Maximilien Robespierre e Jean-Paul Marat. Os três lideram o movimento da “Pátria em Perigo”. Foram líderes decisivos para assegurar a virada nos rumos do processo revolucionário. Para os jacobinos e cordeliers o envolvimento dos cidadãos na resposta armada foi importante porque revitalizou a participação popular nos rumos políticos da Revolução Francesa. O ímpeto de 1789 foi retomado. Por meio dessa mobilização popular rumo à guerra, os jacobinos conseguiram instaurar, com o apoio de províncias próximas a Paris, um Governo Provisório em Paris denominado de Comuna (não tem nada próximo ao comunismo aqui, ideologia inexistente nesse momento da história). Comuna aqui equivale à “cidade”. Em decorrência da instauração da Comuna, formou-se o Conselho Geral da Comuna, uma espécie de poder paralelo ao da Assembleia Nacional. Esse poder paralelo liderado pelos jacobinos organizou a resistência e passou a ter vitórias militares contra os invasores. Apesar de perder alguns territórios, os franceses saíram vitoriosos dos conflitos. O destaque foi a vitória na batalha de Valmy, a qual selou a derrota dos invasores. Com certeza, isso ampliou o sentimento de nacionalismo liberal dos franceses. E, anote aí, um jovem soldado começou a despontar nas fileiras do exército francês: Napoleão Bonaparte. As investidas dos jacobinos inverteram a correlação de forças pró Monarquia Constitucional, a qual, a essa altura, não funcionava mais. Luís XVI passou a ser julgado por traição à pátria. A violência contra os traidores da França e do povo também se voltou mais uma vez contra os nobres, que torceram e fizeram campanha por uma vitória dos invasores. t.me/CursosDesignTelegramhub https://pt.wikipedia.org/wiki/Georges_Danton https://pt.wikipedia.org/wiki/Maximilien_Robespierre Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 42 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Além dos nobres, perseguidos e executados sumariamente, o clero refratário também foi atacado. Entre 2 e 7 de setembro ocorreu o Massacre de Setembro abrindo uma espécie de tribunal popular em várias cidades da França com o objetivo de julgar e executar os inimigos internos. O trecho abaixo, escrito por Marat expressa essa situação: A Comuna de Paris apressa-se a informar a seus irmãos de todos os departamentos que uma parte dos ferozes conspiradores detidos nas prisões foi levada à morte pelo Povo ; atos de justiça que lhe pareceram indispensáveis, para reter pelo terror as legiões de traidores escondidos dentro de seus muros, no momento em que iam marchar contra o inimigo ; e a nação inteira, após a longa sequência de traições que a conduziram até a beira do abismo, se apressará a adotar este meio tão necessário de salvação pública, e todos os Franceses gritarão como os Parisienses : Nós marchamos contra o inimigo ; mas nós não deixaremos atrás de nós estes bandidos, para degolar os nossos filhos e mulheres. Entre 20 e 22 de setembro de 1792, 749 deputados alinhados aos jacobinos decretam o fim da Monarquia e começam a construção da República. Em 21 de setembro foi proclamada a Primeira República Francesa. 2.2.5 – 2ª. Fase: a construção da República Francesa Ocorrem as seguintes mudanças: A Assembleia Nacional passou ser chamada de CONVENÇÃO e contou com os seguintes grupos organizados: ➢ Girondinos (direita) ➢ Jacobinos (montanheses – esquerda) ➢ Planície ou pântano (centro) O governo passou a ser caracterizado como Governo da Montanha, pois Montanha era a forma comoos jacobinos eram conhecidos. Nesta nova configuração política, sem ameaças da Monarquia, os girondinos defendiam: ➢ interesses relacionados ao desenvolvimento e ao aprimoramento da República; ➢ fortalecimento do capitalismo comercial; ➢ defesa das liberdades individuais e à igualdade jurídica. Temiam que a continuação do levante social acabasse com a propriedade privada. Dessa forma, não desejavam que o processo revolucionário fosse adiante. Desse momento em diante, os girondinos passaram a atuar em prol da contenção do processo revolucionário. A montanha/jacobinos, por sua vez, apresentava interesses mais radicais, no sentido de mudanças estruturais na sociedade francesa: ➢ igualdade social; ➢ prioridade aos direitos coletivos em detrimentos dos direitos individuais. ➢ reforma agrária t.me/CursosDesignTelegramhub https://pt.wikipedia.org/wiki/Comuna_de_Paris_(1792) Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 43 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Já a planície, agrupamento que se posicionava no centro entre girondinos e jacobinos, ora pendia a um grupo ora a outro. Com a proclamação da República, o rei deixou de sê-lo e passou à condição de cidadão como qualquer outra pessoa. Dessa forma, Luís, e não mais XVI, foi à julgamento e executado na guilhotina em 21 de janeiro de 1793. A rainha Maria Antonieta também foi executada, porém, em data posterior à morte de Luís. Logo após a execução de Luís, a Inglaterra declarou guerra à França por considerar que o ato de execução do rei havia sido um atentado contra as Monarquias – como se eles nunca tivessem executado um rei, né, gente! A Áustria também se mobilizou para invadir o norte da França. Internamente, como na França ainda havia monarquistas – seja entre os girondinos, seja entre os nobres- o país ficou dividido. Um clima de guerra civil passou a tomar conta das cidades. Ainda, no ano de 1793, Marat foi assassinado por uma girondina. A morte de Marat, 1793. Jacques-louis David.Museu Real das Finas Artes da Bélgica. Com esses novos conflitos, os girondinos perderam espaço e os jacobinos receberam o apoio dos deputados da planície. O Poder Legislativo passou a exercer plenamente o governo: comandava o exército; as relações diplomáticas; estabelecia as leis. Além disso, a Declaração de Direito do Homem e do Cidadão foi atualizada e nela passou a constar os direitos à insurreição, ao trabalho e à assistência social. Para enfrentar novas invasões estrangeiras e os conflitos internos, a Convenção fez um novo chamado à população: cerca de 300 mil homens se alistaram aos comandos militares já atuantes. Novamente, um dos militares que continua a se destacar, mas agora como general é Napoleão Bonaparte. Repare que, ao mesmo tempo em que Napoleão estava na linha de frente da manutenção da Revolução, pois foi o principal líder para livrar a França da ameaça estrangeira, não participava dos debates políticos internos propriamente dito, como na Convenção. 2.2.5.1 - O Governo Republicano dos Jacobinos (1793-1795) Essa etapa da Revolução Francesa é conhecida como a etapa da República e da Convenção, pois a forma de governo se consolida como República e o órgão político, como expliquei acima, virou uma Convenção. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 44 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Em 1793 foi proclamada, então, a primeira Constituição da República Francesa, conhecida como Constituição do Ano I, votada pelo Poder Legislativo e ratificada pelo voto popular. Do ponto de vista político, a principal inovação foi a implantação do sufrágio universal masculino. Para o momento histórico francês, tratou-se da radicalização da democracia. Do ponto de vista social, a Constituição Republicana acabou com a escravidão nas colônias, como no Haiti. Outras inovações institucionais desse momento foram: ➢ a criação do Comitê de Salvação Publica, com funções executivas e responsável por controlar o exército de 300 mil homens; ➢ a implantação do Comitê de Segurança Nacional, responsável por controlar os conflitos internos; ➢ instauração do Tribunal Revolucionário, responsável por julgar atos e crimes contrários a Revolução, de modo que a pena para qualquer condenado era a execução na guilhotina. Destaco que o Tribunal Revolucionário passou a ser comandado por Robespierre e, por isso, vamos falar um pouco dele... Maximilien Robespierre era advogado e excelente orador. Seus discursos, quando deputado do 3º estado na Assembleia dos Estados Gerais e na Assembleia Nacional, eram impactantes. Em seguida, destacou-se nas demais fases da Revolução e recebeu o apelido de “incorruptível”. Foi Robespierre quem conduziu o julgamento do rei e assinou na sentença: "o rei devia morrer para que o país pudesse viver". Abaixo, um trecho de uns dos discursos de Robespierre “Em nosso país queremos substituir o egoísmo pela moral, a honra pela probidade, os usos pelos princípios, as conveniências pelos deveres, a tirania da moda pelo império da razão, o desprezo à desgraça pelo desprezo ao vício, a insolência pelo orgulho, a vaidade pela grandeza de alma, o amor ao dinheiro pelo amor à glória, a boa companhia pelas boas pessoas, a intriga pelo mérito, o espirituoso pelo gênio, o brilho pela verdade, o tédio da volúpia pelo encanto da felicidade, a mesquinharia dos grandes pela grandeza do homem8.” Além da fase violenta de Robespierre, que veremos logo abaixo, o período em que ele esteve à frente do Governo dos Jacobinos se destacou pelos seguintes feitos: 8 HUNT, L. Revolução Francesa e Vida Privada. In: PERROT,M. (Org.) História da Vida Privada: da Revolução Francesa à Primeira Guerra. Vol. 4. São Paulo: Companhia das Letras, 1991 t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 45 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial - Proclamação da Igualdade e do Direito à Educação; - O tratamento pessoal informal obrigatório (uso do “tu”) para eliminar distinções sociais; - A adoção de um novo calendário, diferente do usado pela Monarquia Após o assassinato de Marat, outros atos contra os jacobinos são desferidos pelos girondinos. Com isso, Robespierre radicaliza o combate aos inimigos da Revolução. Por meio do Tribunal Revolucionário, Robespierre persegue e executa na guilhotina os opositores. O problema é que, com conflitos, crises e situação econômica desfavorável, não seria possível conviver sem críticas. Para Robespierre, praticamente todas as críticas eram contrárias à Revolução. Como consequência, instalou-se a fase do Terror Jacobino, ou Terror Vermelho, entre julho de 1793 a julho de 1794. Em 17 de setembro de 1793, a Convenção promulgou a Lei dos Suspeitos, que ampliou a jurisdição dos Tribunais Revolucionários. Foi por meio dessa lei que Maria Antonieta foi executada. Nesse 1º ano da República, Robespierre atuou como chefe do Governo Jacobino, concentrou poderes, violou direitos da Constituição Republicana e implementou medidas autoritárias. Duas delas são simbólicas e se voltaram contra ele: • Robespierre impôs o culto à razão em uma tentativa de descristianizar a França. Porém, mudanças culturais não se fazem por decreto. Sem contar que tal medida ia de encontro a própria ideia de Estado laico, pois se ele impôs uma doutrina em cima de outras, nada mais fez do que partidarizar o Estado a favor de sua crença. Em particular, essa medida foi impopular, pois os franceses religiosos (a maioria do povo) não aceitaram essa política. • A Lei do Máximo Preço. Uma tentativa de controlar o preço dos alimentos, porém sem sucesso. Os números do Terror Jacobino são os seguintes: Número de presos Número de execuçõesna guilhotina 500 mil 40 mil Robespierre atingiu um grau de obsessão pela perseguição que até mesmo, Danton, antigo aliado, após criticar Robespierre, foi executado na guilhotina. Os girondinos, diante dos rumos do Governo Jacobino, organizaram uma reação em conjunto com o partido da planície (do centro) e com montanheses descontentes. A oposição ao Governo de Robespierre cresceu e, em 27 de julho de 1794, consumou-se o Golpe do 9 de Termidor, a queda de Robespierre. Ele foi preso, julgado e considerado um traidor da pátria, portanto, executado na guilhotina. O fim do Governo Jacobino ainda contou com o “Terror Branco”, ou seja, a t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 46 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial execução dos partidários do Governo Jacobino. O Clube Jacobino foi fechado e as reformas sociais foram paralisadas. (FUVEST 2013) Oh! Aquela alegria me deu náuseas. Sentia-me ao mesmo tempo satisfeito e descontente. E eu disse: tanto melhor e tanto pior. Eu entendia que o povo comum estava tomando a justiça em suas mãos. Aprovo essa justiça, mas poderia não ser cruel? Castigos de todos os tipos, arrastamentos e esquartejamentos, tortura, a roda, o cavalete, a fogueira, verdugos proliferando por toda parte trouxeram tanto prejuízo aos nossos costumes! Nossos senhores colherão o que semearam. Graco Babeuf, citado por R. Darnton. O beijo de Lamourette. Mídia, cultura e revolução. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p. 31. Adaptado. O texto é parte de uma carta enviada por Graco Babeuf à sua mulher, no início da Revolução Francesa de 1789. O autor a) discorda dos propósitos revolucionários e defende a continuidade do Antigo Regime, seus métodos e costumes políticos. b) apoia incondicionalmente as ações dos revolucionários por acreditar que não havia outra maneira de transformar o país. c) defende a criação de um poder judiciário, que atue junto ao rei. d) caracteriza a violência revolucionária como uma reação aos castigos e à repressão antes existentes na França. e) aceita os meios de tortura empregados pelos revolucionários e os considera uma novidade na história francesa. Comentário O texto mostra os sentimentos de Graco Babeuf em relação aos eventos que iniciaram a Revolução Francesa, em 1789. Tais sentimentos apresentam-se contraditórios, embora, ao final, Babeuf deixe claro que a ação violenta dos revolucionários era uma resposta aos abusos cometidos pelo Antigo Regime francês ("Nossos senhores colherão o que semearam"). Ao mesmo tempo em que ele apoiou a Revolução ele rechaça a violência. Posteriormente, na fase da Revolução Francesa conhecida como Diretório, Graco Babeuf liderou a Conjura dos Iguais. Gabarito: D t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 47 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial 2.2.6 - O Governo Republicano do Diretório: a liderança dos girondinos (1795-1799) Comparado ao Governo Jacobino antes do Terror de Robespierre, o Governo dos Girondinos pode ser considerado como conservador. Cuidado, conservador não quer dizer monarquista. Ocorreram revogações de mecanismos políticos que permitiam a participação popular no processo decisório. Os Comitês de Salvação foram diluídos e as manifestações de rua brutalmente reprimidas. Uma nova Constituição é promulgada em 22 de agosto de 1795. Nesta, o voto universal foi suprimido e o voto censitário restaurado. Essa restauração do voto por renda foi mais um elemento do conservadorismo dos girondinos, isto é, manter a vida política sem a participação da massa. Em linhas gerais, a Constituição de 1795 estava baseada na defesa da propriedade privada e na garantia das liberdades civis e individuais aos homens. Não por menos, querido aluno e aluno, o escritor Victor Hugo, no célebre livro Os Miseráveis, se refere aos indivíduos que tinham direito a voto como “proprietário eleitor”. O Poder Legislativo foi reorganizado em duas Câmaras, na verdade, dois Conselhos: ➢ o Conselho dos Quinhentos, que propunha leis; ➢ o Conselho dos Anciãos, com 250 membros, sendo que a idade mínima para fazer parte desse Conselho era de 40 anos. O Conselho dos Anciãos aprovava as leis elaboradas pelo Conselho dos Quinhentos ou rechaçava-as. O Diretório, por sua vez, substituiu a Convenção e passou a exercer o Poder Executivo. Veja que complexa a tentativa de harmonia entre os poderes: o Diretório era formado por uma lista de 5 membros. O Conselho dos Quinhentos elaborava uma lista de 10 nomes entre eles. Então, mandavam para os Anciãos que aprovavam 5 nomes entre os 10 da lista. Estes 5 compunham o diretório. Na prática, a eleição para o Poder Executivo era indireta e este contava com 5 lideranças políticas!! Uma nova coligação externa contra França foi formada e, novamente, derrotada. A essa altura o General Napoleão Bonaparte, além de conhecido nos campos de batalha, ficou famoso na França. Enquanto isso, o processo revolucionário degringolava: ✓ a crise econômica aumenta; ✓ muitos atos de corrupção tomam conta do novo governo; ✓ a oposição ao Governo do Diretório dos Girondinos toma as ruas; ✓ a população passa a pedir pão e a volta da Constituição de 1793; ✓ os movimentos dos sans-culottes foram reprimidos pela Guarda Nacional e, com isso, uma força social importante foi eliminada do espaço público. Agora, era o Terror Branco que passou a impregnar a lógica da violência do processo revolucionário. Ou seja, para a maioria da população, a situação só piorava. Outro movimento popular que foi reprimido pelo “Terror Branco” foi a Conjura dos Iguais, liderado por Gracchus t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 48 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Babeuf (1760-1797). O autor do texto da questão acima. Babeuf comandava o jornal A tribuna do povo por meio do qual criticava o Governo do Diretório. A conjuntura era tão extrema, e a revolta social tão grande, somada à crise econômica e à fome que a saída encontrada por um setor dos girondinos foi articular um golpe contra seu próprio governo. Nesse sentido, em novembro de 1799 é consumado o Golpe do 18 Brumário liderado por Napoleão Bonaparte. Neste momento, Napoleão despontava como líder popular e reconhecido por diferentes camadas da sociedade. Era, na visão política dos articuladores do Golpe, a figura que continha algo fundamental para o momento: legitimidade política para governar. O General Napoleão Bonaparte era uma figura de consenso entre os militares e agradava a burguesia porque defendia a industrialização da França. Para o povo, Napoleão era um herói que defendeu a França dos inimigos externos. Forma-se, então, um novo Governo a partir do exército e dos girondinos. O Diretório foi substituído por um Consulado o qual era conduzido por 3 Cônsules, o Primeiro e principal Cônsul era Napoleão Bonaparte. Assim, em 1799, o primeiro objetivo desse novo governo, que marcou o início da Era Napoleônica, foi pacificar a França e dar novo impulso econômico para o país. Fim da Revolução Francesa, mas não do Antigo Regime!!! Bem, queridas e queridos alunos chegamos ao final da nossa aula sobre a dupla revolução que deu o start para os acontecimentos do Longo Século XIX e embates entre o Antigo Regime e o Liberalismo/ Capitalismo - momento que Eric Hobsbawn chama de “A Era das Revoluções”. Assim, mergulhamos em experiências ocorridas entre o final do século XVII e começo do XIX. Essa é uma história cheia de nuances que ainda tem muita história pela frente. Faça seu controle de temporalidade. Vai montando sua linha do tempo pois ela será fundamental na hora da revisão finalÉ isso, fico por aqui. Você segue até a última questão. Aproveita TODOS os comentários, pois foram desenvolvidos em cada detalhe para fazer você mentalizar, aprender a responder uma questão, não escorregar nos caprichos do examinador. Pintura de Antoine-Jean Gros. O jovem Napoleão em um episódio durante a Batalha de Arcole em novembro de 1796. Nessa batalha o exército austríaco foi derrotado. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 49 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Gabaritar história não é privilégio, é obrigação. Será seu diferencial. E não basta saber o conteúdo é preciso ser safo para adotar as melhores estratégias! Espero por você no Fórum de Dúvidas, se elas aparecerem! Um beijo, um abraço apertado e um suspiro dobrado de amor sem fim! Alê 3. LISTA DE QUESTÕES (Unicamp 2022) “A sociedade é uma benção, mas o governo, mesmo em seu melhor estado, é apenas um mal necessário. No seu pior estado, é um mal intolerável, pois quando sofremos ou ficamos expostos, por causa de um governo, às mesmas desgraças que poderíamos esperar em um país sem governo, nossa calamidade pesa ainda mais ao considerarmos que somos nós que fornecemos os meios pelos quais sofremos. Há algo de muito ridículo na composição da monarquia; primeiro ela exclui um homem dos meios de informação, mas lhe permite agir em casos que requerem capacidade superior de julgamento. A posição de um rei o aparta do mundo; no entanto, a atividade de um rei exige que ele conheça perfeitamente o mundo. Com isso, as diferentes partes, opondo-se de forma antinatural e destruindo uma à outra, provam que essa figura é absurda e inútil.” (Adaptado de Thomas Paine, Senso comum e os direitos do homem. L&PM Pocket. Edição do Kindle – posição 32 a 138.) O trecho acima foi retirado do panfleto O Senso comum e Os direitos do homem, publicado de forma anônima, em 1776. Com autoria assumida por Thomas Paine, a obra causou grande reação pública. A partir do texto e das informações fornecidas, é correto dizer que o autor a) apresenta a Monarquia como um mal necessário e a figura do rei absolutista como absurda e inútil, contudo inquestionável. Paine tornou-se o principal nome contrário à Revolução Americana. b) estabelece uma relação direta entre a sociedade e o governo, abrindo espaço para debates acerca do mau governo. O panfleto escrito por Paine tornou-se uma base teórica para a Revolução Americana. c) demonstra como regimes autoritários favorecem os meios de informação, para que os homens exerçam suas capacidades de julgamento. Paine usou jornais para combater a Revolução Americana. d) considera que sociedades com e sem governos têm os mesmos benefícios, desenvolvendo-se de formas semelhantes. Paine desencorajou o engajamento dos colonos ingleses na Revolução Americana. (Unicamp 2021) t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 50 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Seguindo a trajetória das ativistas, vemos que lutaram ao lado dos homens no movimento popular urbano e participaram de várias jornadas populares, como as de 9 de abril, 20 de junho e 10 de agosto de 1792, as quais resultaram na queda da monarquia. Abraçaram a Revolução, queriam armar-se para defender a nação dos inimigos internos, e tomaram parte nas festas cívicas. Algumas se alistaram no exército e foram lutar nas fronteiras. No caso das Republicanas Revolucionárias, durante certo tempo contaram com o apoio dos deputados da Montanha e os ajudaram a derrubar os Girondinos. Nessa ocasião, mereceram elogios públicos. Depois se aliaram aos radicais e fizeram oposição aos Montanheses. As militantes adquiriram uma visibilidade nunca imaginada para mulheres do povo, despertando o interesse e a inquietação de integrantes do governo acerca da questão dos direitos civis e políticos femininos. Sua presença na cena política foi tolerada e até incentivada no início da Revolução Francesa, porém reprimida em outubro de 1793, e depois de forma definitiva em 1795. (Adaptado de Tania Machado Morin, Virtuosas e perigosas: as mulheres na Revolução Francesa. São Paulo: Alameda, 2013, p. 4-6.) Com base no excerto e em seus conhecimentos sobre a Revolução Francesa, assinale a alternativa correta. a) A Revolução Francesa não garantiu o direito de voto às mulheres, mas a participação delas no movimento fez com que sua exclusão da vida pública ganhasse visibilidade e fosse debatida. b) Os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade da Revolução consolidaram os direitos civis e políticos das mulheres, igualando-os aos direitos dos homens de forma inédita na história da França e da Europa. c) Os revolucionários consideravam que as tarefas desempenhadas pelas mulheres na Revolução eram irrelevantes e restritas às atividades domésticas, por isso elas não conquistaram os mesmos direitos civis que os homens. d) A Revolução Francesa aboliu a desigualdade de gênero em todos os âmbitos da vida pública por meio da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que estabelecia a igualdade e a cidadania. (UNICAMP – 2017) A dona de casa entre as classes populares urbanas é uma personagem maior e majoritária. A dona de casa não tem muitas papas na língua. Muitas vezes é uma rebelde, tanto na vida privada quanto na vida pública. E não raro paga um alto preço por isso, como alvo principal de violências que podem chegar ao crime “passional”. (Adaptado de Michelle Perrot, “Figuras e papéis”, em Philippe Ariès (org.), História da vida privada. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. v. 4, p. 146.) A mulher das classes populares nas sociedades urbanas do século XIX na Europa t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 51 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial a) tinha múltiplas funções, como educar os filhos, cuidar da casa e administrar as finanças, mas vivia restrita ao espaço doméstico e por isso sua rebeldia era punida com violência. b) era responsável pelo trabalho doméstico e muitas vezes tinha uma jornada dupla, pelo trabalho externo que realizava em fábricas, pequenos comércios e outros serviços. c) sofreu estigma e violência por revolucionar os costumes e liderar o movimento de conquista do voto feminino. d) contrariava o senso comum de ser cordata e obediente, pois sua condição social indicava que não tinha referencial de uma boa educação. (Unicamp 2014) Observe a obra do pintor Delacroix, intitulada A Liberdade guiando o povo (1830), e assinale a alternativa correta. a) Os sujeitos envolvidos na ação política representada na tela são homens do campo com seus instrumentos de ofício nas mãos. b) O quadro evoca temas da Revolução Francesa, como a bandeira tricolor e a figura da Liberdade, mas retrata um ato político assentado na teoria bolchevique. c) O quadro mostra tanto o ideário da Revolução Francesa reavivado pelas lutas políticas de 1830 na França quanto a posição política do pintor. d) No quadro, vê-se uma barricada do front militar da guerra entre nobres e servos durante a Revolução Francesa, sendo que a Liberdade encarna os ideais aristocráticos. (UECE 2017) Atente ao seguinte excerto: “O crime [...] consistiu em herdar as piores feições do sistema doméstico num contexto em que inexistiam as compensações do lar: ‘ele sistematizou o trabalho das crianças pobres e desocupadas, explorando-o com uma brutalidade tenaz...’ [...] Na fábrica a máquina ditava as condições, a disciplina, a velocidade e a regularidade da jornada de trabalho, tornando-as equivalentes para o mais delicado e o mais forte”. Edward P. Thompson. A Formação da Classe Operária Inglesa. Vol. II: A maldição de Adão. Rio de Janeiro,Paz e Terra. 1987. p. 207. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 52 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Considerando os processos de transformação ocorridos na sociedade ocidental, é correto afirmar que esse trecho da obra do historiador inglês Edward P. Thompson se refere à a) Revolução Gloriosa, ocorrida na Inglaterra entre 1688 e 1689, que garantiu o fim do absolutismo na Inglaterra e possibilitou o desenvolvimento social e econômico daquele país. b) Revolução Industrial, que, principiando no século XVIII, estabeleceu novas formas de organização do trabalho na sociedade capitalista. c) Revolução Francesa, que no final do século XVIII criou um novo modelo social e econômico para o mundo ocidental. d) Revolução Haitiana, que teve início em 1791 e marcou a independência do país caribenho do domínio francês, mas colocou-o sob o controle do capital industrial inglês. (UECE 2017) Atente ao que se diz a respeito do fenômeno conhecido como Revolução Industrial. I. Trouxe uma série de consequências para os trabalhadores ao redimensionar drasticamente o antigo modo de produção e proporcionar salários dignos. II. No decorrer do processo de industrialização, naturalmente decidiu-se por criar os sindicatos, para reduzir tarifas alfandegárias para os industriais. III. Novos problemas sociais surgiram, como greves, manifestações populares, criminalidade, alcoolismo e prostituição, frutos da exploração de homens, mulheres e crianças. É correto o que se afirma somente em a) II e III. b) I. c) I e II. d) III. (UECE 2016) Atente ao seguinte excerto: “De 1815 a 1847, F. Gaillot arrola uma quinzena de casos ocorridos e outros tantos de tentativas abortadas. O ludismo é mais importante em 1848, quando assume feições particularmente graves, à imagem da duração da crise e da esperança despertada pela nova República”. (PERROT, M. Os excluídos da História. Operários, mulheres, prisioneiros. Trad. Denise Bottmann. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988, p.37. Sobre o ludismo, é correto afirmar que a) é um ramo da psicologia voltado para casos extremos de crise política. b) constituiu um partido político na Inglaterra. c) foi um movimento operário de protesto contra a produção industrial. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 53 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial d) foi uma manifestação de rebeldes franceses a favor da produção fabril. (UECE 2015) Os efeitos da Revolução Francesa sobre a vida privada ultrapassaram as expressões da cultura política representadas pelo vestuário, pela linguagem e pelo ritual político. O novo Estado atacou rigorosamente os poderes das comunidades do Antigo Regime em muitos outros campos, tais como Escolha uma: a) a constituição civil e todos os símbolos da vida familiar e doméstica. b). a música, a pintura e as artes em geral. c) a Igreja, as corporações e a nobreza. d) a saúde, a higiene e as organizações sanitárias. (UECE 2014) “Quem era a burguesia? Eram os escritores, os doutores, os professores, os advogados, os juízes, os funcionários – as classes educadas; eram os mercadores, os fabricantes, os banqueiros – as classes abastadas, que já tinham direitos e queriam mais. Acima de tudo, queriam – ou melhor, precisavam – lançar fora o jugo da lei feudal numa sociedade que realmente já não era feudal. Precisavam deitar fora o apertado gibão feudal e substituí-lo pelo folgado paletó capitalista. Encontraram a expressão de suas necessidades no campo econômico, nos escritos dos fisiocratas de Adam Smith; e a expressão de suas necessidades, no campo social, nos trabalhos de Voltaire, Diderot e dos enciclopedistas. O laissez-faire no comércio e indústria teve sua contrapartida no ‘domínio da razão’ na religião e na ciência.” HUBERMAN, Leo. História da Riqueza do Homem. 21ª ed. Rio de Janeiro, Editora Guanabara, 1986, p. 149. Essa Burguesia, descrita por Leo Huberman, foi responsável por uma das principais transformações políticas e sociais, que teve um impacto duradouro na história do país onde ocorreu e, mais amplamente, em todo o continente europeu. Essa Burguesia está ligada à A) Revolução Gloriosa, de 1688 a 1689. B) Revolução Francesa, de 1789 a 1799. C) Revolução Russa, de 1917. D) Revolução de Avis, de 1383 a 1385. (UVA 2016) Foram decorrência da Revolução Industrial, exceto: a) aumento da concentração urbana. b) alargamento do mercado consumidor. c) distribuição igualitária de benefícios. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 54 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial d) especialização técnica do trabalho. (UVA 2016) A Revolução Francesa (1789-1799) foi a grande revolução burguesa que marcou a ascensão desta classe social ao poder político na França. Foi o acontecimento mais importante da Idade Moderna. Por isso a Revolução Francesa assinala o início da Idade Contemporânea. São fatores que determinaram a deflagração da Revolução Francesa, exceto a) a oposição ao mercantilismo e o absolutismo dos Bourbons. b) a crise financeira agravada pela queda da produção. c) o sistema tributário justo, existente no país. d) o Iluminismo e a Independência dos Estados Unidos. (UFU 2017) Desta vala imunda a maior corrente da indústria humana flui para fertilizar o mundo todo. Deste esgoto imundo jorra o ouro puro. Aqui a humanidade atinge o seu mais completo desenvolvimento e sua maior brutalidade, aqui a civilização faz milagres e o homem civilizado torna-se quase um selvagem. TOCQUEVILLE, A. de, Joumeys to England and Ireland. Ed. Mayer, 1958, p. 107-8. O advento das revoluções burguesas na Europa, atrelado ao industrialismo, gerava, ao mesmo tempo, perplexidade e deslumbramento ao promover mudanças sociais radicais e ambíguas, fomentadas pelos avanços tecnológicos em diferentes esferas. Assinale a alternativa que apresenta a principal mudança no sistema produtivo dos países pioneiros em promover a industrialização. a) A formação de mão de obra com os cercamentos dos campos cultiváveis, expulsando-se os trabalhadores dos grandes centros urbanos. b) O declínio do proletariado enquanto grupo social hegemônico, arrefecendo-se os conflitos de classe. c) A manutenção das terras comunais para a produção de alimentos voltados para a subsistência dos camponeses europeus. d) A adoção da divisão técnica do trabalho, com grande utilização de maquinários nas fábricas e aumento da acumulação de capitais. (UFU 2016) Uma verdadeira paixão pelos Estados Unidos tomara conta dos franceses nos anos que precederam a revolução, como testemunham Chateaubriand e o próprio Franklin, que escrevia de Paris a seus correspondentes americanos: “aqui é comum dizer que nossa causa é a do gênero humano”. Além do mais, essa república fora fundada por colonos com quem a França tecera contra a Inglaterra uma aliança vitoriosa: os que tinham se engajado na aventura eram conhecidos por ter sofrido[ ... ) de “inoculação americana”. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 55 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial OZOUF, Mona. Varennes: a morte da realeza, 21 de junho de 1791. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 175-176 {Adaptado). A historiografia é consensual em afirmar que o movimento revolucionário francês e os ideais iluministas foram de grande importância para diversas lutas coloniais ocorridas na América. Menos estudada é a influência que os norte-americanos exerceram sobre os revolucionários franceses. Essa influência pode ser explicada, para além dos fatoresmencionados na citação de Mona Ozouf, a) pela forte tradição liberal dos colonos norte-americanos que, durante a luta pela independência, foram contrários a toda forma de exploração do trabalho. b) pelo forte apelo simbólico que exercia o exemplo norte-americano de emancipação colonial, visto como caso modelar de luta contra a opressão dos poderes instituídos. c) pelo desprezo que os colonos norte-americanos tinham em relação à religião, vista por eles como braço aliado do poder da metrópole inglesa, contra a qual deveriam lutar. d) pela defesa da doutrina fisiocrata que, no plano político, se traduzia na permanência de privilégios constitucionais para as camadas senhoriais. (UFU 2011) Da forma pela qual a fabricação de alfinetes é hoje executada, um operário desenrola o arame, outro o endireita, um terceiro corta, um quarto faz as pontas, um quinto o afia nas pontas para a colocação da cabeça do alfinete e assim por diante. Dessa forma, a importante atividade de fabricar um alfinete está dividida em aproximadamente dezoito operações distintas. Trabalhando desta maneira, dez pessoas conseguiam produzir entre elas mais de quarenta e oito mil alfinetes por dia. Assim, pode-se considerar que cada uma produzia 4.800 alfinetes diariamente. Se, porém, tivessem trabalhado independentemente um do outro, sem que nenhum tivesse sido treinado para este ramo de atividade, certamente cada um deles não teria conseguido fabricar vinte alfinetes por dia, e talvez nem mesmo um. SMITH, Adam. A riqueza das nações. São Paulo: Abril Cultural,1996, p. 65. Sobre a divisão do trabalho instituída a partir da Revolução Industrial e seus desdobramentos, é correto afirmar que: a) o toyotismo é uma forma de gerenciamento de estoque das indústrias, que proporcionou melhores meios de lidar com o meio ambiente e o controle de matériasprimas. b) o fordismo é uma forma de gerenciamento científico que serviu para os trabalhadores exercitarem suas melhores habilidades em atividades específicas. c) a redução da exigência do desenvolvimento das habilidades do trabalhador teve impacto sobre o processo produtivo e restringiu o conhecimento integral do trabalhador sobre seu ofício. d) a especialização do trabalhador obrigou que somente homens, bem treinados e com instrução sólida, fossem absorvidos pelas vagas de trabalho geradas com o processo de industrialização t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 56 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial (UDESC 2017) “Liberdade, Igualdade, Fraternidade". Estas três palavras, somadas à bandeira azul, branca e vermelha, tornaram-se símbolos das ideias defendidas e das reivindicações no movimento chamado Revolução Francesa. Com relação à Revolução Francesa, assinale a alternativa correta. a) Das revoluções de esquerda ocorridas no século XIX, a Revolução Francesa é das mais significativas, justamente por ser a primeira a contar exclusivamente com a participação de classes populares. Seu modelo foi reimplementado posteriormente apenas em 1917, durante a Revolução Russa. b) Apesar de sua relevância histórica, a Revolução Francesa não influenciou qualquer movimento revolucionário ou reivindicatório fora do território europeu. c) A relevância da Revolução Francesa pode ser compreendida por ter sido, entre outras coisas, o primeiro movimento político que instaurou popularmente o governo de uma mulher. Esta foi personificada como "Marianne" e foi representada por Delacroix no famoso quadro Liberdade guiando o povo. d) A Revolução Francesa teve reverberações não apenas na Europa, mas também na América. Uma das principais foi, certamente, a influência que exerceu sobre a Independência dos EUA. e) A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamada em 1789, ainda que ressaltasse a liberdade e a igualdade dos cidadãos perante a lei, era excludente em relação às mulheres. Tal fato auxilia compreender a composição da Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, escrita por Olympe de Gouges, em 1791. (UDESC 2017) Renunciar à liberdade é renunciar à qualidade de homem, aos direitos da humanidade, e até aos próprios deveres. Não há nenhuma reparação possível para quem renuncia a tudo. Tal renúncia é incompatível com a natureza do homem. Assim, seja qual for o lado por que se considerem as coisas, o direito de escravizar é nulo, não somente porque ilegítimo, mas porque absurdo e sem significação. As palavras escravidão e direito são contraditórias; excluem-se mutuamente. (Jean-Jacques Rousseau. O Contrato Social.) O livro O contrato Social, escrito por Rousseau e lançado em 1762, apresenta ideias que confluem com as lutas por “liberdade, igualdade e fraternidade”, conhecido lema da Revolução Francesa. Com base na citação de Rousseau – O Contrato Social, assinale a alternativa correta a respeito das relações entre a Revolução Francesa e a prática da escravidão. a) Um dos princípios da Revolução Francesa, a igualdade, está previsto na Declaração dos direitos do homem e do cidadão. Por este motivo, a partir de 1791, a escravidão, em todas as suas formas, foi abolida e jamais restabelecida nas colônias francesas. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 57 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial b) Ainda que o posicionamento dos revolucionários fosse homogêneo, no que diz respeito ao fim da escravidão, esta foi abolida apenas em 1791, com a assinatura de um tratado entre Napoleão e o líder haitiano Toussaint Louverture. Após a assinatura deste tratado, a escravidão jamais foi restabelecida em uma colônia francesa. c) A defesa da liberdade e as lutas pelo fim da escravidão eram pautas bastante cômodas para os revolucionários franceses, pois a França nunca contou com pessoas escravizadas em suas colônias. d) Os posicionamentos dos revolucionários a respeito da escravidão eram relativamente contraditórios. Apesar das preleções de Rousseau, alguns grupos defendiam, primeiramente, apenas o fim do tráfico negreiro. As lutas pela abolição da escravidão e a independência do Haiti, concretizada apenas em 1804, são representativas destas contradições. e) Como a obra não cita as mulheres, pode-se concluir que Jean-Jacques Rousseau era um defensor da escravidão apenas para as mulheres. (UDESC 2014) “Na manhã de sexta-feira, observa-se um grande número de guardas nacionais, que pareciam dispostos a defender o rei. Mas, ao contrário, por volta das 9h45, o povo, misturado com outros destacamentos da Guarda Nacional e com os federados, preparava-se para entrar à força no palácio. Então todas as portas foram abertas, os canhoneiros giraram seus canhões contra o palácio e a Guarda Nacional, que parecia estar ali para impedir o acesso, tomou de súbito o partido do povo e da outra fração da Guarda. (...) Os suíços foram todos massacrados e saqueados, e parece impossível dar uma explicação plausível para a barbárie e os insultos de que foram objeto seus cadáveres. Alguns dos suíços que se dirigiram à Guarda Nacional e pediram misericórdia foram decapitados pela fúria popular e seus corpos foram jogados pelas janelas. O número de mortos oscila entre 2 mil e 2,5 mil. Felizmente, o rei, a rainha, o delfim e toda a família real foram por volta das 8 horas, antes que o assalto começasse, à Assembleia Nacional e ali ficaram sãos e salvos durante todo o dia. Mas que terror e desolação não devem ter sentido! Todas as pessoas da criadagem e ligadas ao serviço da família real foram massacradas.” (Arquivos de Gênova, Correspondance de Spinola. Apud: VOVELLE, Michel. A Revolução Francesa 1789-1799. São Paulo: Unesp, 2012. pp. 36-37.) O relato do embaixador de Gênova, a respeito da jornada de 10 de agosto de 1792, aponta para a nova fase que se inaugurava na RevoluçãoFrancesa. Analise as proposições em relação à ruptura iniciada em 1789. I. A exigência de maior participação política da burguesia se devia aos burgueses serem proibidos de assumir posições na administração do Estado francês. II. O episódio da tomada do palácio das Tulherias, acima narrado, constituiu-se em uma exceção no processo revolucionário que, à parte a execução do rei Luís XVI e da rainha Maria Antonieta, foi pacífico e contou com a união geral da população para quebrar os privilégios. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 58 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial III. A tomada da Bastilha assinalou a libertação de milhares de presos políticos, vítimas de um sistema judiciário ineficiente, o qual impedia o acesso a advogados. IV. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão apresenta uma síntese da filosofia das Luzes, destacando-se o direito à liberdade individual, à igualdade e à propriedade. Sendo assim, fundamentalmente rejeitados o sistema hierárquico e a censura do Antigo Regime. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. c) Somente a afirmativa IV é verdadeira. d) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. e) Todas as afirmativas são verdadeiras. (UDESC 2013) Segundo o historiador Eric Hobsbawn, a Revolução Industrial “sob qualquer aspecto [este] foi provavelmente o mais importante acontecimento na história do mundo, pelo menos desde a invenção da agricultura e das cidades. E foi iniciado pela Grã-Bretanha”. HOBSBAWN, Eric. A Era das Revoluções – 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977, p. 45. Com relação ao excerto acima, assinale a alternativa incorreta. a) Não ocorreram movimentos de resistência dos trabalhadores às novas formas de trabalho estabelecidas pela Revolução Industrial. b) A Revolução Industrial propiciou o surgimento de novas formas de organização da produção de bens, sendo que o sistema de fábricas tornou-se o preponderante, difundindo- se para outros países e continentes, no decorrer dos séculos XIX e XX. c) Possibilitou o estabelecimento de uma nova forma de controle do tempo, que passou a ser marcado pelo relógio e não mais pela natureza. d) O sistema de fábricas, no qual os trabalhadores estão concentrados em um mesmo espaço, possibilitou que o dono da fábrica controlasse também a mão de obra, além da matéria prima. e) Entre as principais inovações tecnológicas advindas com a Revolução Industrial, pode-se citar a substituição das máquinas movidas à tração animal ou à força da água pelas máquinas a vapor. (Uel 2020) Analise a imagem a seguir: t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 59 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Exposta no Museu do Louvre, a obra “Liberdade Guiando o Povo”, remete à existência de questão social ainda hoje debatida. Com base na imagem e nos conhecimentos sobre modernidade e vida social, é correto afirmar que a obra representa a) a luta de estratos sociais em defesa da igualdade jurídica e pela conquista dos direitos de cidadania. b) a primeira tentativa de revolução social do proletariado moderno contra a burguesia. c) a participação popular na luta pelo direito de voto pelas mulheres e contra o trabalho infantil. d) o repúdio ao caráter sangrento das revoluções populares, produtoras de regimes ditatoriais. e) a democracia, que atinge a plenitude quando homens, mulheres e jovens pegam em armas. (Uel 2018) Analise as figuras a seguir: t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 60 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Com relação ao tema da Revolução Industrial Inglesa, atribua V (Verdadeiro) ou F (Falso) às afirmativas a seguir. ( ) A substituição do tear manual pelo mecânico no processo fabril propiciou aos trabalhadores, em suas relações sociais de produção, maior tempo livre para o lazer. ( ) O aumento da produtividade pela mecanização industrial ampliou a prosperidade econômica da população, diminuindo as diferenças sociais entre ricos e pobres. ( ) A organização da produção realizada pelo artesão em suas atividades domésticas estabeleceu-se em sistema de corporações de mestres de ofícios. ( ) A produção industrial, durante o século XIX, libertou as crianças trabalhadoras dos riscos de morte oriundos das atividades de trabalho artesanal. ( ) Os cercamentos das terras comunais privaram os camponeses do livre acesso às suas condições de auto-sobrevivência. Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta. a) V, V, F, F, V. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 61 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial b) V, F, V, F, F. c) F, F, V, F, V. d) F, F, F, V, V. e) F, V, F, V, F. (UEL 2016) Thomas Morus, em sua obra Utopia, criou uma analogia para a sociedade de sua época. Nessa representação da sociedade, caracterizada pelo caos, ovelhas se alimentavam de seres humanos, explicitando, dessa forma, um rompimento do equilíbrio social, no século XVIII. Com base nos conhecimentos sobre as transformações históricas ocorridas nesse período, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a denominação da fase do sistema produtivo e a nação correspondente nesse processo. a) Plantations – Alemanha. b) Dominium – Itália. c) Servidão – Portugal. d) Corveia – França. e) Cercamentos – Inglaterra. (PUC-SP 2014) “O Terror, que se tornou oficial durante certo tempo, é o instrumento usado para reprimir a contrarrevolução(...). É a parte sombria e mesmo terrível desse período da Revolução [Francesa], mas é preciso levar em conta o outro lado dessa política.” Michel Vovelle. A revolução francesa explicada à minha neta. São Paulo: Unesp, 2007, p. 74- 75. São exemplos dos “dois lados” da política revolucionária desenvolvida na França, durante o período do Terror, a) o julgamento e a execução de cidadãos suspeitos e o tabelamento do preço do pão. b) a prisão do rei e da rainha e a conquista e colonização de territórios no Norte da África. c) a vitória na guerra contra a Áustria e a Prússia e o fim do controle sobre os salários dos operários. d) a ascensão política dos principais comandantes militares e a implantação da monarquia constitucional. e) o início da perseguição e da repressão contra religiosos e a convocação dos Estados Gerais. (PUC-RJ 2021) No final do século XVIII, cidadãos franceses reunidos em Assembleia Constituinte aprovaram a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, cujo primeiro artigo é t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 62 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial “Art.1o Os Homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundamentar-se na utilidade comum.” Essas ideias podem ser associadas a) à crise do Antigo Regime, aristocrático e desigual, e ao início da Revolução Francesa. b) à afirmação do igualitarismo social e à difusão das ideias socialistas na França. c) ao Mercantilismo, que tinha a defesa da liberdade fundada na “utilidade comum” como princípio básico. d) à extinção das distinções entre os indivíduos, permitindo a ascensão do totalitarismo. (PUC-RJ 2016) Considerando que a Revolução Industrial se caracteriza por ser um processo contínuo, porém convencionalmente dividido em fases, avalie as seguintes afirmações sobre a primeira fase dessa Revolução: I. Tevea preponderância da Inglaterra, especialmente com o desenvolvimento da indústria têxtil. II. Caracterizou-se pela nova disciplina do trabalho, o que modificou hábitos e costumes dos trabalhadores, que, em grande parte, provinham do campo. III. Utilizou a mão de obra de famílias inteiras, incluindo mulheres e crianças. IV. Impôs aos trabalhadores uma intensa divisão do trabalho e a racionalização do tempo, implementando o sistema conhecido como Taylorismo. Estão CORRETAS somente as afirmações: a) I, III e IV. b) I e III. c) III e IV. d) I, II, III e IV. e) I, II e III. (FGV 2018) Na sua faceta mais radical, a Revolução Francesa promoveu uma certa redistribuição de terra, por meio de medidas como a venda dos bens nacionais. Entretanto, nesse processo de construção de uma ordem jurídica burguesa, o fim da escravidão não seria, no final das contas, incluído. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 trazia, no seu artigo 1º, o princípio segundo o qual “os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos”. Mas a história revolucionária mostrou que essa fórmula clássica do liberalismo político foi capaz de gerar, de imediato, posturas contraditórias entre os diferentes atores históricos do período, que interpretavam os termos liberdade e igualdade à luz de suas próprias aspirações e interesses. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 63 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial (Laurent Azevedo Marques de Saes. A Societé des Amis des Noirs e o movimento antiescravista sob a Revolução Francesa (1788-1802). Tese (Doutorado em História Social) – FFLCH, USP. 2013. Adaptado) Nesse contexto, é correto afirmar que a) a Revolução Francesa, embora conduzida em nome de princípios universais de liberdade e igualdade, acabou incorporando a escravidão colonial na nova ordem jurídica, sem que essa instituição tivesse sido posta em discussão nem sequer no período mais radical do processo revolucionário, no momento no qual os jacobinos tentaram dirigir os rumos da revolução. b) os princípios de liberdade e igualdade, para a maioria dos homens nas assembleias revolucionárias, não encontravam fronteiras ou limites ditados pela condição da França de potência colonial, mas representavam valores universais a serem difundidos inclusive para a América a partir de Paris, ainda que a ascensão de Napoleão tenha freado a propagação das ideias revolucionárias. c) o império colonial francês à época girava em torno da “pérola das Antilhas”, São Domingos (futuro Haiti), colônia que havia projetado a França para o topo do mercado internacional de produtos tropicais e que transformou o sucesso da produção caribenha na base da riqueza burguesa dos portos franceses, o que não impediu que jacobinos e sans culottes defendessem a abolição e a independência colonial desde julho de 1789. d) a questão colonial evidenciava, sob certos aspectos, os limites da Revolução Francesa, liberal e burguesa, pois dentro da ótica mercantilista que orientou a economia francesa desde o século XVII, a prosperidade da Nação dependia da balança comercial favorável e, nesse sentido, o papel do comércio com as colônias e da reexportação dos produtos proporcionados por esse comércio era visto como capital. e) a restauração da escravidão nas colônias, ocorrida em 1799 por ordem de Bonaparte depois da abolição em 1789, por exigência dos revolucionários, teve como desdobramento o levante negro no Haiti, em que se lutava simultaneamente pela abolição da escravidão e pelo rompimento dos laços coloniais com a França, resultando na independência do Haiti, primeiro a libertar os escravos no continente americano. (FGV-SP 2001) “Quem, portanto, ousaria dizer que o Terceiro Estado não tem em si tudo o que é necessário para formar uma nação completa? Ele é o homem forte e robusto que tem um dos braços ainda acorrentado. Se suprimíssemos a ordem privilegiada, a nação não seria algo de menos e sim alguma coisa mais. Assim, o que é o Terceiro Estado? Tudo, mas um tudo livre e florescente. Nada pode caminhar sem ele, tudo iria infinitamente melhor sem os outros.” E. J. Sieyès. Qu’est-ce que le Triers Êtat. O texto do Abade Sieyès nos remete a uma leitura da/do: t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 64 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial a) sistema de estamentos na França pré-revolucionária, privilegiando o papel realizador do clero; b) França durante o período do Terror, quando Robespierre orienta os jacobinos à execução total do alto clero; c) condição do Terceiro Estado, de não apenas desejar construir uma nação, mas, fundamentalmente, de ser efetivamente a nação; d) necessidade de acordos entre os diferentes estamentos para a construção de uma nação próspera e republicana; e) Terceiro Estado, composto pelo baixo clero, e representando 98% da população francesa, que buscava dar fim aos privilégios dos demais estamentos. (FGV-SP 2001) Considerando a Revolução Industrial em suas duas diferentes fases, podemos afirmar que: a) a primeira fase caracterizou-se pela utilização do carvão e do ferro e desenvolveu-se primeiramente na Inglaterra, na França e na Bélgica; b) tanto a primeira como a segunda fase da Revolução Industrial caracterizaram-se pela utilização do aço e da eletricidade; c) Alemanha, Itália, Rússia, EUA e Japão foram os países que se destacaram em sua primeira fase; d) tanto a primeira como a segunda fase da Revolução Industrial caracterizaram-se pela utilização do carvão e do aço; e) a segunda fase da Revolução Industrial caracterizou-se pela utilização do aço e da robótica e desenvolveu-se principalmente no Japão. (IFSudMinas 2016) Analise as afirmações a seguir sobre a Revolução Francesa. I) A crise financeira experimentada pela França antes da revolução e o regime político absolutista do rei podem ser considerados como fatores importantes para o início da revolução. II) A Queda de Bastilha foi o evento decisivo para o início da Revolução Francesa. A Bastilha era uma prisão para a qual o rei enviava injustamente muitos condenados. III) Havia uma disputa de poder entre os Girondinos e os Jacobinos, mas estes nunca conseguiram assumir o poder na França depois da revolução. IV) O principal lema da Revolução Francesa é: liberdade, igualdade e fraternidade. Agora marque a alternativa CORRETA. a) Apenas I, II e III são verdadeiras. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 65 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial b) penas II, III e IV são verdadeiras. c) Apenas I, II e IV são verdadeiras. d) Todas as afirmativas são verdadeiras. e) Todas as afirmativas são falsas. (IFRS 2019) Nas sentenças abaixo a respeito da Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra no final do XVIII, marque verdadeiro (V) ou falso (F). ( ) Um dos motivos do pioneirismo inglês na Revolução Industrial foi o precoce processo de cercamento dos campos (século XVI) que concentrou a propriedade fundiária e ampliou a oferta de mão de obra assalariada nos campos e nas cidades. ( ) O desenvolvimento da indústria propiciou uma significativa melhora na urbanização e nas condições de vida da classe operária nos grandes centros industriais, tais como a Inglaterra no início do século XIX. ( ) A gradual mecanização e especialização da produção retirou dos trabalhadores o domínio sobre o produto final do trabalho em um processo que pode ser denominado alienação do trabalho. ( ) A segunda fase da Revolução Industrial (aproximadamente entre 1875 e 1945) coincidiu com um novo processo de dominação das potências europeias sobre os territórios daÁfrica e da Ásia em busca de fontes de energia e de mercado para suas mercadorias e capitais. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) V – F – F – V b) F – F – V – F c) V – F – V – V d) F – V – V – V e) F – F – V – V (UNESP 2006) "... a Revolução de 1789 não fez nada pelo operário: o camponês ganhou a terra, o operário está mais infeliz que outrora e os monarquistas têm razão quando afirmam que as antigas Corporações [de Ofício] protegiam melhor o trabalhador do que o regime atual". ("Jornal Le Matin", 07 de março de 1885.) Com tal declaração, o escritor francês Émile Zola fazia um balanço dos efeitos sociais da Revolução de 1789, referindo-se a) aos confiscos dos bens dos nobres franceses emigrados e à política liberal implementada pelo Estado. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 66 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial b) à baixa participação dos trabalhadores urbanos nas lutas sociais na França do final do século XIX. c) ao apoio dos operários ao projeto de Restauração do absolutismo francês, como garantia de melhoria social. d) à liderança política dos camponeses franceses nas revoluções socialistas e comunistas do século XIX. e) à política de bem-estar social instituída pelo Partido Social Democrata francês ao longo do século XIX. (URCA 2020) A segunda metade do século XVIII convulsionou a Europa em movimentos de contestação e crise do Antigo Regime. “A França forneceu o vocabulário e os temas da política liberal e radical-democrática para a maior parte do mundo. A França deu o primeiro grande exemplo, o conceito e o vocabulário do nacionalismo. A França forneceu os códigos legais, o modelo de organização técnica e científica e o sistema métrico de medidas para a maioria dos países. A ideologia do mundo moderno atingiu as antigas civilizações que tinham até então resistido as ideias europeias inicialmente através da influência francesa. Esta foi a obra da Revolução Francesa” (HOBSBAWM, Eric. A Era das Revoluções. p.98 São Paulo, Paz e Terra, 2010). São vinculados ao movimento revolucionário francês: A) A sociedade era dividida em estamentos, sendo o terceiro estado composto pela maior parte da população, únicos que pagavam impostos, e que estavam sendo oprimidos pelos demais estados (clero e nobreza) entre os populares descontentes destaca-se a burguesia em ascensão que vislumbravam direitos políticos. B) Durante o processo revolucionário a rainha Maria Antonieta e o seu marido Oliver Cromwell foram decapitados pelos revolucionários radicais acusados de alta traição ao Estado, a morte do Reis foram extremamente simbólicas para legitimar a queda do antigo regime. C) Em 1789 foi delineado o documento de Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, sendo um manifesto da burguesia contra a sociedade de privilégios dos nobres, em nenhum momento se propôs em ser a favor de uma sociedade democrática e igualitária. D) Durante o processo revolucionário se destacaram alguns motins, entre eles, o político e o da fome. Sendo os motins da fome protagonizados pelas mulheres. E) O regime Jacobino, também denominado de fase do terror, foi responsável por mobilizar o apoio da massa contra a rebeldia dos notáveis e dos girondinos, implantar terrorismo às pessoas consideradas traidoras, controlar os preços e implantar uma constituição de tendência radical. (URCA 2018) t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 67 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial “[...] No princípio da década de 1830, entre um terço e a metade da força de trabalho (em todas as classes de trabalho) nas indústrias algodoeiras tinha menos de vinte e um anos de idade. No setor de lãs cardadas, a proporção de jovens era ainda maior. Entre os adultos, bem mais da metade eram mulheres. [....] A força de trabalho adulto nas indústrias têxteis do Reino Unido atingia 191.671 pessoas, das quais 102.812 eram mulheres e apenas 88.859, homens.” (THOMPSON E. P. A formação da Classe Operária. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. V.II p.170) Sobre a situação dos trabalhadores durante a Revolução Industrial Inglesa, pode-se afirmar: A) O movimento sindical foi inicialmente organizado através do Ludismo que tinha como base de ação reuniões e assembleias pacíficas que reivindicavam melhores condições de vida e direitos para os trabalhadores. B) Em virtude das péssimas condições de vida, progressivamente, houve um retorno dos trabalhadores da cidade para o campo, desacelerando o processo industrial na Inglaterra em algumas décadas. C) A existência de uma legislação específica protegia os menores de idade e não permitia o trabalho de crianças nas fábricas. D) As cidades, sobretudo, os bairros da classe operária, eram espaços altamente insalubres com péssimas condições de saúde, higiene e moradia. Os baixos salários pagos aos trabalhadores e a péssima alimentação contribuíam para a sua baixa expectativa de vida. E) Por serem mais especializadas, as mulheres eram mais requisitadas para a indústria de trabalho têxtil e, em muitas situações, tinham salários maiores que os homens nas fábricas. (UEA 2010) A máquina, da qual parte a Revolução Industrial, substitui o trabalhador, que maneja uma única ferramenta, por um mecanismo, que opera com uma massa de ferramentas iguais ou semelhantes de uma só vez, e que é movimentada por uma única força motriz, qualquer que seja sua força. (Karl Marx. O Capital, 1867.) A partir do texto, é correto considerar que a Revolução Industrial (A) aboliu a mão de obra no processo produtivo, provocando desemprego e sofrimentos sociais. (B) aumentou a produção de mercadorias, instituindo uma forma de produção diferente da artesanal. (C) impediu o surgimento de movimentos socialistas, subordinando os operários às máquinas. (D) produziu um quadro de nivelamento econômico entre os países, devido à expansão da industrialização. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 68 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial (E) atenuou as desigualdades sociais, favorecendo a ascensão política da grande massa de trabalhadores industriais. (UNITINS 2021) Ao longo da história, a relação do indivíduo com o trabalho foi se modificando em conformidade com acontecimentos e valores dos diferentes períodos sociais. Segundo Karl Marx, “uma aranha executa operações semelhantes às do tecelão, e a abelha envergonha mais de um arquiteto humano com a construção dos favos de suas colmeias. Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor abelha é que ele constrói o favo em sua cabeça, antes de construí-lo em cera” (MARX, Karl. O Capital. Vol. I, tomo 1. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 149- 150). Analise as seguintes afirmativas a respeito do trabalho humano no desenrolar do processo histórico. I - Na Grécia antiga a dignidade do indivíduo estava relacionada à sua capacidade de dedicar- se ao desenvolvimento do pensamento, distanciando-se o mais possível do trabalho manual. II – O desenvolvimento do capitalismo promoveu mudanças nos modos de produção, no comércio, nas relações de trabalho, na lógica da acumulação e do lucro. III - A sociedade medieval desenvolveu a concepção de que o trabalho eleva a condição social do indivíduo e promove sua realização pessoal. IV- A partir da Revolução Industrial, o sentido de trabalho foi sendo estruturado como emprego e se fortaleceu a figura do trabalhador assalariado. É correto o que se afirma em: A) I, II e IV, apenas. B) I e IV, apenas. C) II e III, apenas. D) III e IV, apenas. E) I, II, III e IV. (UNITINS 2021) A imageme o texto a seguir fazem referência à Revolução Francesa. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 69 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Caderno de Terceiro Estado da paróquia de Longey-en-Dunois, França. “Nós, habitantes da paróquia de Longey abaixo-assinados, tendo-nos reunido em virtude das ordens do Rei, na sexta-feira, dia 6 do presente mês de maio de 1789, resolvemos o que segue: pedimos que todos os privilégios sejam abolidos. Declaramos que se alguém merece ter privilégios e gozar de isenções, são estes, sem contradição, os habitantes do campo, pois são os mais úteis ao Estado, porque por seu trabalho o fazem viver. Que até hoje foram quase os únicos a pagar os exorbitantes impostos de que esta província está carregada”. MATTOSO, Kátia M. de Q. Textos e documentos para o estudo de História Contemporânea. São Paulo: Edusp, 1976. Sobre a Revolução Francesa, analise as afirmativas a seguir e considere V (Verdadeiro) ou F (Falso). ( ) A base ideológica da Revolução Francesa foi o Iluminismo, movimento intelectual que defendia o uso da razão e maior liberdade econômica e política. ( ) São causas da Revolução Francesa a insatisfação popular com a crise econômica e política da França, no final do século XVIII, bem como a grande desigualdade social gerada pela monarquia absolutista. ( ) A Revolução Francesa teve a duração de dez anos e foi encerrada pelo Golpe de 18 de Brumário, quando Napoleão Bonaparte assumiu o poder. ( ) Apesar de sua duração, a Revolução Francesa não influenciou a queda do regime absolutista na Europa. ( ) A Queda da Bastilha, ocorrida em 14 de julho de 1789, em Paris, marcou o início de um ciclo revolucionário conhecido como Revolução Francesa. A opção que apresenta a sequência correta, de cima para baixo, é: t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 70 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial A) F, V, V, V e F. B) V, F, V, V e F. C) F, F, V, V e V. D) V, F, V, F e V. E) V, V, V, F e V (UNICENTRO 2019) “Para o historiador, todos os acontecimentos, mesmo os remotos, têm atualidade e vida. Mas isso é ainda mais verdadeiro no caso da Revolução Francesa de 1789, que transformou o modo de vida até daqueles que pouco souberam ou sabem sobre ela, até hoje em dia. Não será exagero dizer que ela ajudou a dar forma ao mundo ocidental contemporâneo, moldando as instituições e os ideais que nos animam e que consideramos universais.” GRESPAN, Jorge. Revolução Francesa e Iluminismo. São Paulo: Contexto, 2003, p. 9. Sobre a Revolução Francesa é correto afirmar. a) A Revolução Francesa ocorreu em meio a uma crise econômica e foi produto de revoltas de burgueses, camponeses e trabalhadores urbanos. b) A Revolução Francesa é considerada a primeira Revolução Comunista, pois, até hoje, esse sistema molda as instituições no mundo ocidental. c) Foi uma revolução comandada por Napoleão Bonaparte que, influenciado pelo Iluminismo, organizou um golpe de estado contra Luiz XVI. d) A Revolução Francesa foi um movimento caracterizado pelo terror, organizado pelo revolucionário Robespierre, em apoio ao absolutismo de Luiz XVI. e) Trata-se de uma revolução burguesa, inspirada no Iluminismo e comandada por Robespierre, na qual o Czar Nicolau II foi executado na guilhotina. (UNICENTRO 2019) Para além dos aspectos estritamente econômicos, a Revolução Industrial representou uma mudança social fundamental em outros aspectos da vida dos trabalhadores. Assinale a alternativa que contém as novas características do trabalho industrial. a) Trabalho na agricultura de subsistência com técnicas tradicionais. b) Trabalho familiar e no espaço doméstico, o que permitiu grandes ganhos econômicos para a classe trabalhadora. c) Trabalho comunitário através de mutirões e uma mentalidade religiosa. d) Expansão de uma moral hedonista e aristocrática. e) Proletarização das classes trabalhadoras e submissão do trabalho à disciplina fabril de produção. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 71 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial (UNITAU 2015) Os fatos abaixo, numerados de I a V, referem-se às fases da Revolução Francesa e seus principais acontecimentos. I. É aprovada a Constituição Civil do Clero que estabelece a transformação de seus membros em funcionários civis do Estado. II. Os camponeses da região da Vendeia rebelam-se contra o alistamento obrigatório. Disso se aproveitaram o clero refratário e os monarquistas, para insuflar a contrarrevolução. III. É eleita a Assembleia Legislativa, composta na maioria por membros da alta burguesia, favoráveis à manutenção da monarquia constitucional. IV. A Conjura dos Iguais, movimento popular liderado por Graco Babeuf, propõe a tomada do poder à força e o fim da propriedade privada. V. Forma-se a primeira coligação das forças absolutistas contra a França, integrada por Inglaterra, Áustria, Prússia, Espanha, Holanda, Sardenha e Rússia. Identifique a alternativa que apresenta, na sequência CORRETA, os fatos que se relacionam e correspondem às fases: a) I - Segunda fase (Monarquia constitucional); II – Segunda fase (Monarquia constitucional); III - Primeira fase (Assembleia Nacional Constituinte); IV – Quarta fase (Diretório); V - Terceira fase (Convenção Nacional – República). b) I – Primeira fase (Assembleia Nacional Constituinte); II – Terceira fase (Convenção Nacional – República); III – Segunda fase (Monarquia constitucional); IV – Quarta fase (Diretório); V - Terceira fase (Convenção Nacional – República). c) I – Quarta fase (Diretório); II – Primeira fase (Assembleia Nacional Constituinte); III - Quarta fase (Diretório); IV – Primeira fase (Assembleia Nacional Constituinte); V - Terceira fase (Convenção Nacional – República). d) I – Terceira fase (Convenção Nacional – República); II - Terceira fase (Convenção Nacional – República); III – Quarta fase (Diretório); IV – Quarta fase (Diretório); V – Primeira fase (Assembleia Nacional Constituinte). e) I – Primeira fase (Assembleia Nacional Constituinte); II – Terceira fase (Convenção Nacional – República); III – Segunda fase (Monarquia constitucional); IV – Quarta fase (Diretório); V - Primeira fase (Assembleia Nacional Constituinte). (UNCISAL 2020) Revolução Industrial é um termo geral, largamente usado para descrever um conjunto de mudanças tecnológicas e organizacionais que foram consideravelmente além daquele que é o aspecto mais bem conhecido destas: a invenção de máquinas motorizadas. DAVIES, Norman. Europe: a history. London: Pimlico, 1997, p. 679 (tradução livre). t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 72 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Além da “invenção de máquinas motorizadas”, outras inovações técnicas e/ou organizacionais características da primeira fase da Revolução Industrial (1760-1840) na Europa ocidental foram A) o arado e o moinho hidráulico. B) a automação da produção e a prensa de tipos móveis. C) o beneficiamento do ferro e o trabalho artesanal doméstico. D) o motor de combustão interna e a adição do petróleo à matriz energética. E) a iluminação a gás e a adoção do carvão mineral como importante fonte de energia. (UNCISAL 2018) “Estevão inclinou-se sobre o tear, calmo, atento e laborioso. Como todos os homens da floresta de teares, onde trabalhava, Estevão formava contraste estranho com o rumor, o barulho e a agitação das peças do mecanismo a que fora destinado”. O excerto apresentado é do livro Tempos Difíceis, de Charles Dickens,publicado em 1854 e relançado no Brasil em 2014. Nessa ficção, Dickens retrata o impacto da Revolução Industrial sobre a vida da população inglesa do século XIX. Em relação a esse contexto, assinale a alternativa correta. (A) A Revolução Industrial é um fenômeno histórico, iniciado na França, que impactou toda a Europa no século XVIII e XIX. (B) A Revolução Industrial teve na Inglaterra seu início, devido a diversos fatores. Dentre eles, está o fato de a Inglaterra possuir uma monarquia que adotava medidas que contribuíam com o desenvolvimento de uma burguesia mercantil desde o século XVII. (C) O saber do trabalhador ficou mais complexo a partir da Revolução Industrial, pois ele precisou conhecer todas as etapas da produção, diferentemente do período anterior, no qual ele estava submetido a um processo de especialização do seu saber. (D) Adaptar-se ao trabalho nas fábricas foi uma atividade fácil para a população inglesa do século XVIII, visto que a dinâmica da fábrica utilizava a mesma concepção de tempo que o trabalhador tinha ao trabalhar no campo. (E) A Revolução Industrial Inglesa permitiu a inserção das mulheres no mercado de trabalho, propiciando a elas as mesmas condições de trabalho e os mesmos direitos que os homens. (UNAERP 2020) No século XVIII, no contexto comercial inglês, um conjunto de atos administrativos que ficaram conhecidos como Enclosure Acts, ou Leis dos Cercamentos, contribuiu de maneira decisiva para o que mais tarde ficaria conhecido como a revolução industrial inglesa. Os Enclosure Acts t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 73 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial a) instituíam que as terras consideradas de uso público, de fato ou direito, ocupadas então por camponeses, passassem a ser reconhecidas como propriedade de um nobre local. b) estabeleciam que as terras nobiliárquicas, que ainda tratavam o camponês em regime de trabalho servil, fossem disponibilizadas para a produção de algodão, a matéria-prima para a produção de tecidos. c) estabeleciam que os camponeses deveriam obrigatoriamente produzir algodão. Dessa forma, sem condições de competir com os grandes produtores algodoeiros americanos, deixaram o campo, provocando êxodo rural. d) instituíam que as terras ocupadas por camponeses que viviam de sua subsistência deveriam, imperativamente, ser arrendadas ou concedidas à Coroa que, por sua vez, através de cartas de doação, as concederia a produtores de seda. e) instituíam a divisão das grandes propriedades em pequenas. Isso levou à redução da produtividade e, consequentemente, à capacidade de concorrência dos pequenos proprietários rurais frente aos grandes latifúndios das nobrezas locais. (UNAERP 2020) Na Europa, entre as últimas duas décadas do século XVIII e nas primeiras três do século XIX, surgiu um estilo artístico conhecido como Neoclassicismo, com uma nova tendência estética que prevaleceu nas criações dos artistas da época, expressando os valores próprios de uma nova e fortalecida burguesia. Assinale a opção que expressa um fato histórico que influenciou esse estilo artístico. a) A segunda fase da Revolução Industrial, no século XVII, revelando um estilo estético de arte aplicado à indústria. b) A Contrarreforma italiana, do início do século XVII, que trouxe consigo à estética do alto Renascimento e do maneirismo. c) A Revolução Francesa, em 1789, símbolo da queda do Antigo Regime, que expressou um estilo inclinado ao culto à natureza e à imaginação. d) As escavações arqueológicas em Pompeia e Herculano, descobertas em 1748, que ofereceram a primeira visão da arte romana bem preservada. e) A descoberta da Pedra de Roseta, durante a expedição francesa ao Egito, em 1799, quando seus painéis revelaram o sofisticado estilo de vida da elite egípcia. (UNIRV 2018) A Revolução industrial foi um conjunto de mudanças que aconteceu na Europa nos séculos XVIII e XIX. A principal particularidade dessa revolução foi a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das máquinas. O texto acima escreve sobre a Revolução Industrial. Sobre os acontecimentos na Revolução Industrial, Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as alternativas. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 74 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial a) ( ) Ao longo do século XIX a consolidação do capitalismo tornaria as condições de vida e de trabalho do nascente proletariado extremamente importantes e, principalmente, com a formação das associações internacionais dos trabalhadores, percebeu-se uma estreita relação entre o marxismo, o movimento operário europeu e o capitalismo. b) ( ) O ludismo traduz as primeiras manifestações de resistência da nascente classe operária que ocupou os últimos anos do século XVIII e os primeiros do século XIX. O movimento cartista, movimento operário que surgiu na primeira metade do século XIX, não se constituiu um fato isolado, pois foi precedido de greves, motins, insurreições e outras manifestações da classe operária. c) ( ) As mudanças promovidas pela Primeira Revolução Industrial ocorreram em vários âmbitos. Na esfera da produção, os três setores mais atingidos foram: a mineração de carvão, a indústria têxtil e a siderurgia. d) ( ) Os meios de produção no sistema capitalista não podem ser apenas máquinas, as ferramentas, as instalações físicas, as fontes de energia, os meios de transporte e a tecnologia em produtos e processos, pois incluem a discussão em torno do socialismo utópico. (UNIRV 2019) No final do século XVIII, a Inglaterra adentrou um processo de transformações econômicas e sociais que mudariam completamente a dinâmica da economia mundial e moldaria a Idade Contemporânea. Sobre a Revolução Industrial, assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as alternativas. a) (V) O Reino Unido e mais precisamente a Inglaterra foram palco da Revolução Industrial devido ao acúmulo de uma série de fatores. As revoluções inglesas, que resultaram, já na década de 1680, em uma monarquia parlamentar de cunho liberal, e tratados comerciais vantajosos como Methuen (1703), foram dois desses fatores. b) (V) As primeiras etapas da Revolução Industrial não envolviam avanços tecnológicos, mas a transformação na dinâmica do trabalho, mudando o foco da encomenda para o estoque e o trabalho autônomo pelo especializado. Isso esboça-se claramente nas teorias de Taylor sobre a produtividade. c) (V) A Revolução Industrial ocasionou mudanças sociais drásticas, pois ao contrário do artesão que dominava todo o processo produtivo, o operário é alienado do processo pela especialização. Essa condição vulnerabilizava o trabalhador que passou a depender da estrutura fabril para sobreviver, tornando o desemprego uma ameaça à estabilidade social dos grandes centros urbanos. d) (F) A Revolução Industrial comprovou a eficácia do modelo econômico liberal, que garantindo a estabilidade econômica só foi ameaçado pelas ditaduras socialistas na metade do século XX. (CÁSPER LÍBERO 2013) Sobre a Revolução Francesa iniciada em 1789, é correto afirmar que: t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 75 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial a) foi longamente preparada pelo ciclo revolucionário ocorrido na Inglaterra no século XVII, o que explica o apoio que esse país prestou aos revoltosos franceses. b) tratou-se, principalmente, de uma revolução cultural, ápice do desenvolvimento do chamado Iluminismo. c) não foi devidamente percebida como um movimento relevante por seus contemporâneos, ganhando importância apenas retrospectivamente, com o início da Revolução de 1848. d) não implicou mudançassignificativas na ordem societária dominante no mundo ocidental. e) apresentou diferentes fases, desembocando em um contexto monárquico, antirrevolucionário e reacionário, representado pelo Congresso de Viena. (UFMS 2020) Leia o texto a seguir. “A Revolução conquistou o mundo. Apesar das santas alianças e dos sistemas de intervenção, os despotismos pereceram um após outro, as Constituições multiplicaram-se, as servidões esfumaram-se, os povos oprimidos libertaram-se, unificados em nações. Que país se poderá gabar de nada dever ao espírito desta revolução? O próprio centro da Revolução é vítima de uma curiosa reação quando, em 1813, aquele que lhe arrebata a liberdade e quer dar ordens à Europa encontra pela frente os povos conduzidos ao combate em nome da liberdade. Obra da burguesia, a Revolução redundou em proveito da burguesia. Na direção da administração pública, ela substitui-se à aristocracia, classe vencida. Instruída, exercitada na prática dos negócios, a burguesia, em face da massa ignorante, é a única que pode fornecer quadros à nova ordem. Com isto ganha estipêndios elevados, prestígio e um gosto real pelas funções públicas. Em vão o Terror limita o seu concurso: o Termidor devolve-lhe os lugares perdidos; e, de fato, sob os regimes ulteriores, conservá-los-á. Por outro lado, é ela a grande beneficiária de bens nacionalizados; e, favorecida pela desvalorização do papel-moeda, realiza um bom negócio. [...] Esta Revolução tem o seu quinhão de horrores; mergulha na guerra, outro horror; os princípios são menosprezados, renegados até. Por fim volta a trazer à cena política o despotismo a maior desgraça para a liberdade; e, prometendo a igualdade, consente que uma classe se substitua a outra, deixando que a nova privilegiada regateie a emancipação da que continua subordinada.” (Fonte: NICOLLE, Paul. Coleção Europa-América. Lisboa: Ed. Europa-América, 1975. p. 120-121. Adaptado). Qual é a revolução tratada pelo fragmento de texto? a) Revolução Industrial. b) Revolução Bolchevique. c) Revolução Gloriosa. d) Revolução Americana. e) Revolução Francesa. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 76 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial (UFMS 2019) Um dos eventos que mais influenciaram a história da humanidade nos últimos séculos foi a revolução industrial. Esse acontecimento impulsionou a economia, a exploração do trabalho, o domínio de algumas nações sobre vastas regiões do mundo e acentuou a divisão entre os países dominantes e os que eram dominados. Assim, a revolução industrial movimentou não apenas a economia, mas também a sociedade, a produção artística e cultural e a política de toda uma época. Assinale a alternativa que caracteriza corretamente os primeiros momentos da revolução industrial e que tornaram a Inglaterra pioneira no desenvolvimento de indústrias durante o século XVIII. a) A Inglaterra, importante metrópole do século XVIII, possuía colônias na América do Norte, África e Ásia que favoreceram a exploração de matérias-primas e mão de obra, impulsionando o desenvolvimento de seu setor industrial. b) A Inglaterra contava com um grande contingente de trabalhadores disponíveis, visto que a lei de cercamentos de terras desapropriou inúmeros camponeses, que passaram a atuar nas fábricas como trabalhadores e influenciaram decisivamente na divisão dos lucros e dos meios de produção, fatores que tornaram a Inglaterra uma grande potência industrial. c) Caracterizada pela exploração do trabalho assalariado, a revolução industrial oferecia benefícios e estímulos para a população mais pobre (como ambiente salubre, jornadas de trabalho justas e salários que estimulavam a competitividade entre os trabalhadores fabris), e a burguesia industrial retroalimentava o sistema com o consumo interno, fortalecendo-o primeiro na Inglaterra para mais tarde estender suas redes de comércio com os demais países da Europa. d) A mecanização do sistema de produção foi um fator determinante para que o sistema fabril de produção superasse o sistema de manufaturas, aliado ao fato de que a Inglaterra contava com grandes reservas de carvão mineral e ferro para alimentar e produzir novas máquinas para a produção. e) A organização da produção manufatureira inglesa foi fundamental para o desenvolvimento da revolução industrial, visto que essa produção de manufaturas passou a contar com máquinas e motores que substituíram a divisão do trabalho e colaboraram para o acúmulo de lucro pelo detentor dos meios de produção. (UESB 2018) Mirem-se no exemplo Daquelas mulheres de Atenas Vivem pros seus maridos Orgulho e raça de Atenas Quando amadas, se perfumam Se banham com leite, se arrumam Suas melenas Quando fustigadas não choram Se ajoelham, pedem imploram Mais duras penas; cadenas Mirem-se no exemplo Daquelas mulheres de Atenas Sofrem pros seus maridos Poder e força de Atenas (HOLANDA... 2018). t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 77 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial A análise do fragmento musical e os conhecimentos sobre a situação da mulher, ao longo da história das sociedades permitem afirmar: 01) A democracia ateniense possibilitou uma melhor condição de vida para a mulher, devido à possibilidade de defesa de seus interesses, em função da sua participação política, diferentemente da sociedade militarizada espartana. 02) O legado dos egípcios antigos influenciou na estrutura de poder da República romana, ao dar direito de participação às mulheres no Senado e o poder matriarcal na família romana, papéis que exerciam no Egito conquistado por Júlio César. 03) A civilização muçulmana, de características agropastoril, estabeleceu a divisão sexual do trabalho, ficando a mulher responsável pela agricultura e o homem pelo pastoreio, o que possibilitou uma igualdade de funções sociais. 04) A mulher medieval assumiu uma posição de escrava sexual dos senhores feudais e dos monges católicos, por serem responsabilizadas pelo pecado original, sendo o tráfico de mulheres uma atividade aceita pela Igreja Católica. 05) O desenvolvimento da sociedade urbana e industrial deu início a uma mudança no papel da mulher na sociedade, que saiu do ambiente exclusivamente privado e passou a frequentar, cada vez mais, os espaços públicos, no desempenho de outras atividades, como operárias de industriais. (UESB 2018) Chegamos finalmente, neste 21º século da era cristã, a uma etapa histórica em que todos os povos da Terra, em maior ou menor grau, participam da mesma civilização: a capitalista. No entanto, poucos, no mundo todo, dão-se conta desse fenômeno único em toda a História. Qual a razão dessa inconsciência coletiva? Há duas razões principais, a meu ver. A primeira delas é que o curso dessa evolução histórica só veio a se completar recentemente. Até a segunda metade do século XX, o capitalismo ainda não havia alcançado todos os confins do orbe terrestre. Algumas regiões permaneciam, até então, isoladas do resto do mundo, envoltas no espesso manto de velhas tradições. A segunda razão, pela qual uma boa parte da humanidade ainda não tomou consciência desse fato histórico sem precedentes, é que, fora do círculo intelectual marxista, o capitalismo sempre foi apresentado, pura e simplesmente, como um sistema econômico; e boa parte dos economistas o analisava, e continua a analisá-lo, na esteira dos fisiocratas franceses que influenciaram Adam Smith, como o único sistema natural da vida econômica. (CHEGAMOS... 2018). O desenvolvimento da civilização capitalista ocorreu através de eventos socioeconômicos, políticos e ideológicos, que, muitas vezes, se deram através de conflitos, críticas, disputas e de avanços e de retrocessos, como se pode inferir 01) no estabelecimentode boas condições salariais e de vida para o operariado, durante a Primeira Revolução Industrial, como condição básica para a criação de um mercado consumidor. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 78 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial 02) nas repercussões da Revolução Gloriosa inglesa, que estabeleceu o sufrágio universal e a participação política do operariado, contendo a expansão das ideias marxistas e a crítica ao capitalismo. 03) no desfecho da Revolução Francesa, que abalou os alicerces do Antigo Regime e da sociedade de privilégio, através da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, mas manteve a desigualdade de classe. 04) no surgimento da fisiocracia, que, inspirada nos princípios do mercantilismo, defendia uma política protecionista estatal contra a concorrência estrangeira e de incentivo à indústria nacional. 05) nas concepções do liberalismo clássico, defendido por Adam Smith, que pregava a internacionalização da economia, a formação de blocos econômicos e de um mercado comum europeu. (UNEB 2016) A conquista da cidadania tem sido um processo lento, que tem variado conforme o tempo histórico, e, também, entre as diferentes sociedades, podendo-se, dessa forma, corretamente afirmar: 01) A ascensão dos coraixitas ao poder, no mundo árabe medieval, unificou o Império Islâmico, possibilitando a democratização da participação política no processo decisório muçulmano. 02) O Renascimento cultural representou os valores da classe social burguesa em ascensão, favorecendo, assim, a extinção, na época moderna, da sociedade estamental característica do Antigo Regime. 03) A expansão marítima e comercial colocou a Europa em contato com culturas diferentes, consolidando o princípio da alteridade e o respeito aos direitos dos povos não europeus. 04) O jacobinismo francês defendeu a limitação do lucro de alguns setores econômicos, através, principalmente, da Lei do Máximo e da ampliação dos direitos do cidadão, com a defesa do sufrágio universal masculino. 05) A Primeira Revolução Industrial estabeleceu os primeiros direitos sociais, a partir da aceitação burguesa das reivindicações do movimento ludista, consolidando o direito de cidadania para os trabalhadores ingleses. (UNEB 2017) A Revolução Industrial impactou de diversas maneiras nas relações estabelecidas entre os diversos continentes e na organização socioeconômica e política interna das diversas sociedades, como se pode inferir 01) no apoio da França jacobina ao processo da independência das colônias americanas, objetivando a implantação do modelo da Comuna de Paris no Novo Mundo. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 79 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial 02) na intervenção inglesa na defesa da independência das colônias africanas, objetivando a ampliação do mercado fornecedor de matéria-prima e consumidor de produtos industrializados. 03) no deslocamento da mão de obra africana da América, em forma de trabalhador escravo, para as recentes indústrias inglesas, que passaram a constituir o primeiro operariado fabril. 04) no rompimento das relações diplomáticas entre as Treze Colônias Inglesas e a Inglaterra, que rivalizavam na disputa de mercados para seus produtos industriais. 05) no surgimento de um movimento operário que se transformou em uma luta direcionada à quebra das máquinas, e para a formação das primeiras organizações sindicais na Inglaterra. (PISM 2020) - Leia o texto a seguir: “Aqueles que são contratados experienciam uma distinção entre o tempo do empregador e o seu ‘próprio’ tempo. E o empregador deve usar o tempo de sua mão-de-obra e cuidar para que não seja desperdiçado: o que predomina não é a tarefa, mas o valor do tempo quando reduzido a dinheiro. O tempo agora é moeda: ninguém passa o tempo, e sim o gasta” [...] “Havia muitos relógios em Londres na década de 1790: a ênfase estava mudando do ‘luxo’ para a ‘conveniência’; até os colonos podiam ter relógios de madeira. Na verdade (como seria de esperar), ocorria uma difusão geral de relógios portáteis e não portáteis no exato momento em que a Revolução Industrial requeria maior sincronização do trabalho.” THOMPSON, E. P. Tempo, disciplina de trabalho e o capitalismo industrial. In: Costumes em comum: estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 272 e 279. O texto acima aborda a transição para a sociedade industrial, as mudanças na percepção interna de tempo e o surgimento de uma disciplina de trabalho nos finais do século XVIII e início do século XIX. Das alternativas abaixo, assinale a opção CORRETA: a) Com o advento da sociedade industrial e da disciplina do trabalho, os trabalhadores passaram a ter o controle de sua vida produtiva, cuja dinâmica oscilava entre momentos de trabalho volumoso e de ociosidade intensa. b) Durante o estabelecimento do processo industrial inglês, os padrões de trabalho tinham como característica a irregularidade, com tarefas semanais ou quinzenais, fazendo com que o dia de trabalho fosse moldado pelo trabalhador. c) No contexto da transição para a sociedade industrial, a posse e o uso do relógio de bolso ficaram restritos à elite, sendo, portanto, artigo de luxo, feito de metais preciosos e utilizado para acentuar status. d) A introdução da disciplina de trabalho gerou melhorias nas condições de vida dos trabalhadores, pois, com ela, passaram a usufruir de benefícios como: gratificações por pontualidade, pagamento de horas extras, férias remuneradas. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 80 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial e) A divisão do trabalho, a supervisão do trabalho, o uso de relógios, o uso racional do tempo foram alguns dos recursos utilizados pelos industriais para formar novos hábitos e nova disciplina de tempo entre os trabalhadores. (PISM 2017) Em julho de 1789, houve a explosão de movimentos populares em Paris. Artesãos, operários e desempregados se envolveram fortemente com o processo revolucionário, que ocasionou a tomada da Bastilha, momento simbólico da Revolução Francesa. Os grupos populares que protagonizaram a revolução passaram a ser conhecidos como sans-culottes. Em relação aos sans-culottes, assinale a resposta que CORRESPONDA às suas reivindicações e atitudes. a) Desejavam tomar o poder do rei de forma moderada, mediante as decisões do Primeiro Estado. b) Defendiam o aprofundamento das reformas políticas e a tomada de poder por parte da aristocracia. c) Tinham um projeto político bem definido, cuja principal proposta era o alinhamento com grupos contrarrevolucionários. d) Exigiam melhores condições de vida e participação política dos setores sociais médios e pobres, saqueando armazéns e tomando edifícios governamentais. e) Defendiam que os preços fossem tabelados e o fim da exploração econômica, sem qualquer proximidade com os camponeses e suas reivindicações. 4. GABARITO 1. B 2. A 3. B 4. C 5. B 6. D 7. C 8. C 9. B 10. C 11. C 12. D 13. B 14. C 15. E 16. D 17. C 18. A 19. A 20. C 21. E 22. A 23. A 24. E 25. D 26. C 27. A 28. C 29. C 30. A 31. B 32. D t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 81 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial 33. B 34. A 35. E 36. A 37. E 38. B 39. E 40. B 41. A 42. D 43. F-V-V-F 44. V-V-V-F 45. E 46. E 47. D 48. 05 49. 03 50. 04 51. 05 52. E 53. D 5. QUESTÕES COMENTADAS (Unicamp 2022) “A sociedade é uma benção, mas o governo, mesmo em seu melhor estado, éapenas um mal necessário. No seu pior estado, é um mal intolerável, pois quando sofremos ou ficamos expostos, por causa de um governo, às mesmas desgraças que poderíamos esperar em um país sem governo, nossa calamidade pesa ainda mais ao considerarmos que somos nós que fornecemos os meios pelos quais sofremos. Há algo de muito ridículo na composição da monarquia; primeiro ela exclui um homem dos meios de informação, mas lhe permite agir em casos que requerem capacidade superior de julgamento. A posição de um rei o aparta do mundo; no entanto, a atividade de um rei exige que ele conheça perfeitamente o mundo. Com isso, as diferentes partes, opondo-se de forma antinatural e destruindo uma à outra, provam que essa figura é absurda e inútil.” (Adaptado de Thomas Paine, Senso comum e os direitos do homem. L&PM Pocket. Edição do Kindle – posição 32 a 138.) O trecho acima foi retirado do panfleto O Senso comum e Os direitos do homem, publicado de forma anônima, em 1776. Com autoria assumida por Thomas Paine, a obra causou grande reação pública. A partir do texto e das informações fornecidas, é correto dizer que o autor a) apresenta a Monarquia como um mal necessário e a figura do rei absolutista como absurda e inútil, contudo inquestionável. Paine tornou-se o principal nome contrário à Revolução Americana. b) estabelece uma relação direta entre a sociedade e o governo, abrindo espaço para debates acerca do mau governo. O panfleto escrito por Paine tornou-se uma base teórica para a Revolução Americana. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 82 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial c) demonstra como regimes autoritários favorecem os meios de informação, para que os homens exerçam suas capacidades de julgamento. Paine usou jornais para combater a Revolução Americana. d) considera que sociedades com e sem governos têm os mesmos benefícios, desenvolvendo-se de formas semelhantes. Paine desencorajou o engajamento dos colonos ingleses na Revolução Americana. Comentários Antes tudo, repare no ano de publicação do texto: 1776, segunda metade do século XVIII. Esse é um momento de grande efervescência política e tensão social em todo mundo. Lembre-se que é nesse contexto que o iluminismo e o liberalismo se difundiam pela Europa e suas colônias; no Novo Mundo eclodiam várias revoltas nativistas e separatistas, algumas das quais deram início a movimentos de independência; a Revolução Industrial despontava na Inglaterra; e a Revolução Francesa (1789) abalou as fundações do Antigo Regime. Por seu turno, Thomas Paine (1737-1809) foi ao mesmo tempo ator, testemunha e intérprete de vários desses processos. Ele foi um político britânico, assim como panfletário, revolucionário, inventor e intelectual. Até seus 37 anos, viveu na Inglaterra, mas migrou para as colônias inglesas na América do Norte, pouco antes da Revolução Americana – movimento de independência dos EUA – eclodir. Seu texto aqui exposto, publicado em 1776, foi uma das grandes inspirações da independência norte-americana, declarada ainda naquele ano. Além desse, outros de seus escritos famosos foram A Crise Americana, uma série de panfletos revolucionários publicados entre 1776 e 1783, e Direitos do Homem, de 1791, um guia das ideias iluministas. Ele também teve uma participação importante na Revolução Francesa, tendo sido eleito para deputado na Convenção Nacional Francesa, em 1792. Era visto como aliado pelos girondinos e como inimigo pelos jacobinos. De qualquer forma, nele vemos um adversário tenaz do Antigo Regime, um republicano nato. Com isso em mente, vejamos o que é correto dizer sobre autor a partir do trecho exposto: a) Incorreta. No final do texto, Paine afirma que a monarquia, por consequência o rei, é algo inútil e absurdo. O “governo”, sendo ele monárquico ou republicano, que é um mal necessário na vida em sociedade. Ainda, como destaquei no comentário, Paine apoiava a Revolução Americana e até escreveu textos defendo-a. b) Correta! Nas primeiras linhas do texto, Paine admite que pode existir uma variedade de tipos de governo. Todos eles são um mal de necessário. Contudo, os piores governos são insuportáveis. Dessa forma, ele reconhece a necessidade da sociedade debater a legitimidade daqueles que a governam. E, de fato, O Senso comum e Os direitos do homem era um texto de defesa da Revolução Americana. c) Incorreta. Na verdade, ele afirma que a monarquia mantem o soberano apartado do mundo, sem acesso regular às informações, ao mesmo tempo que exige que ele tome decisões complexas e de difícil julgamento. Por isso, é uma forma de governo inútil e absurda. d) Incorreta. Apenas os maus governos, aqueles intoleráveis, é que são equivalentes a uma sociedade sem governo, pois causa tanto ou mais dor e sofrimento. Além disso, já vimos que Paine t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 83 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial apoiou a Revolução Americana e até panfletou para que os colonos norte-americanos aderissem ao movimento. Gabarito: B (Unicamp 2021) Seguindo a trajetória das ativistas, vemos que lutaram ao lado dos homens no movimento popular urbano e participaram de várias jornadas populares, como as de 9 de abril, 20 de junho e 10 de agosto de 1792, as quais resultaram na queda da monarquia. Abraçaram a Revolução, queriam armar-se para defender a nação dos inimigos internos, e tomaram parte nas festas cívicas. Algumas se alistaram no exército e foram lutar nas fronteiras. No caso das Republicanas Revolucionárias, durante certo tempo contaram com o apoio dos deputados da Montanha e os ajudaram a derrubar os Girondinos. Nessa ocasião, mereceram elogios públicos. Depois se aliaram aos radicais e fizeram oposição aos Montanheses. As militantes adquiriram uma visibilidade nunca imaginada para mulheres do povo, despertando o interesse e a inquietação de integrantes do governo acerca da questão dos direitos civis e políticos femininos. Sua presença na cena política foi tolerada e até incentivada no início da Revolução Francesa, porém reprimida em outubro de 1793, e depois de forma definitiva em 1795. (Adaptado de Tania Machado Morin, Virtuosas e perigosas: as mulheres na Revolução Francesa. São Paulo: Alameda, 2013, p. 4-6.) Com base no excerto e em seus conhecimentos sobre a Revolução Francesa, assinale a alternativa correta. a) A Revolução Francesa não garantiu o direito de voto às mulheres, mas a participação delas no movimento fez com que sua exclusão da vida pública ganhasse visibilidade e fosse debatida. b) Os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade da Revolução consolidaram os direitos civis e políticos das mulheres, igualando-os aos direitos dos homens de forma inédita na história da França e da Europa. c) Os revolucionários consideravam que as tarefas desempenhadas pelas mulheres na Revolução eram irrelevantes e restritas às atividades domésticas, por isso elas não conquistaram os mesmos direitos civis que os homens. d) A Revolução Francesa aboliu a desigualdade de gênero em todos os âmbitos da vida pública por meio da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que estabelecia a igualdade e a cidadania. Comentários: A temática dessa questão é a participação das mulher na Revolução Francesa e à limitação de acessos aos direitos liberais que foram a base do processo de luta contra o absolutismo. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 84 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Com um texto bastante grande, a questão demandava uma leitura atenta para perceber as contradições na forma de enxergar a participação das mulheres, bem como a legitimidade para que acessassemos direitos que estavam sendo criados e garantidos para homens. No começo, as mulheres foram consideradas “heroínas de Versalhes”, mas, conforme ampliavam sua participação e aumentavam as exigências de igualdade, os representantes da Assembleia Constituinte foram se colocando contrários a essa postura. Em 1793, os Clubes Femininos foram proibidos e em 1975, houve a proibição de qualquer participação das mulheres em manifestações públicas. A única alternativa possível é a A porque ela traz a contradição entre a participação, a negação de direitos, porém a conquista da visibilidade do tema sobre o direito das mulheres Apesar de trabalhosa, estava fácil porque as demais alternativas estão muito erradas, uma vez que elas trazem uma perspectiva de que a Revolução garantiu direitos às mulheres. Vejamos esses erros: a) Gabarito, conforme comentários. b) Errado. Os direitos das mulheres forma negados e não consolidados. c) Errado. Como falamos, há contradições na forma como os revolucionários viam a atuação das mulheres. d) Errado. Como comentamos, não há garantias e proteção de direitos às mulheres. Gabarito: A (UNICAMP – 2017) A dona de casa entre as classes populares urbanas é uma personagem maior e majoritária. A dona de casa não tem muitas papas na língua. Muitas vezes é uma rebelde, tanto na vida privada quanto na vida pública. E não raro paga um alto preço por isso, como alvo principal de violências que podem chegar ao crime “passional”. (Adaptado de Michelle Perrot, “Figuras e papéis”, em Philippe Ariès (org.), História da vida privada. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. v. 4, p. 146.) A mulher das classes populares nas sociedades urbanas do século XIX na Europa a) tinha múltiplas funções, como educar os filhos, cuidar da casa e administrar as finanças, mas vivia restrita ao espaço doméstico e por isso sua rebeldia era punida com violência. b) era responsável pelo trabalho doméstico e muitas vezes tinha uma jornada dupla, pelo trabalho externo que realizava em fábricas, pequenos comércios e outros serviços. c) sofreu estigma e violência por revolucionar os costumes e liderar o movimento de conquista do voto feminino. d) contrariava o senso comum de ser cordata e obediente, pois sua condição social indicava que não tinha referencial de uma boa educação. Comentários: t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 85 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial O texto remete à condição das mulheres de classes populares nas cidades europeias do século XIX que, como efeito da Revolução Industrial, cumpriam uma jornada dupla de trabalho ao cuidar do lar e trabalhar nas fábricas a fim de contribuir com a renda familiar. Com isso, já sabemos que o gabarito letra b). Vamos olhar o que está incorreto nas demais alternativas: a) Ao longo do século XIX, as mulheres passaram a ocupar outros espaços além do doméstico. c) O movimento sufragista só surgiu entre o fim do século XIX e início do XX. O texto aborda o momento anterior, em que as mulheres passaram a trabalhar fora de casa. d) As mulheres não eram mal-educadas, o ponto discutido é sobre os espaços ocupados por esse grupo social. Gabarito: B (Unicamp 2014) Observe a obra do pintor Delacroix, intitulada A Liberdade guiando o povo (1830), e assinale a alternativa correta. a) Os sujeitos envolvidos na ação política representada na tela são homens do campo com seus instrumentos de ofício nas mãos. b) O quadro evoca temas da Revolução Francesa, como a bandeira tricolor e a figura da Liberdade, mas retrata um ato político assentado na teoria bolchevique. c) O quadro mostra tanto o ideário da Revolução Francesa reavivado pelas lutas políticas de 1830 na França quanto a posição política do pintor. d) No quadro, vê-se uma barricada do front militar da guerra entre nobres e servos durante a Revolução Francesa, sendo que a Liberdade encarna os ideais aristocráticos. Comentários Questão interpretativa. O comando pede para o aluno observar a obra e responder o item correto. Espera-se, nesses casos, que o aluno seja capaz de estabelecer uma relação entre o quadro e a alternativa. Veja, um quadro é um tipo de texto não verbal que tem uma narrativa e uma história subentendida que se apresenta por meio de signos e códigos com sentido. Por isso, quando uma questão apresenta um quadro como texto, você deve utilizar as técnicas de interpretação que você aprende na disciplina de linguagens. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 86 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial A pintura de Delacroix é uma homenagem à Revolução de 1830 – ou as Jornadas Gloriosas – na França, que pôs fim ao governo de Carlos X, o último rei da dinastia dos Bourbon Segundo palavras do próprio Delacroix, “ainda que não tenha lutado por meu país, posso representá-lo”. O nome da obra também mostra o posicionamento político do autor: um defensor da liberdade. Além disso, a pintura relembra o ideário da Revolução Francesa, em especial na bandeira tricolor nas mãos da Liberdade. Tendo isso em vista, vejamos os itens abaixo: a- Não são apenas sujeitos do campo representados na imagem. Há burgueses de cartola com armas na mão. b- O item B é maluquinho porque a teoria que inspira as revoltas na França desse momento, pelo menos até 1848, é o liberalismo. Teoria bolchevique é do século XX, na Rússia. c- Conforme o que demonstrado acima, item correto. d- Vários erros nesse item. Não há só servos em um dos “lados do front”. Por fim, a Liberdade não encarna ideais da aristocracia, mas do terceiro estado – burguesia, sans-cullottes, trabalhadores, camponeses. Todos representados na obra. Gabarito: C (UECE 2017) Atente ao seguinte excerto: “O crime [...] consistiu em herdar as piores feições do sistema doméstico num contexto em que inexistiam as compensações do lar: ‘ele sistematizou o trabalho das crianças pobres e desocupadas, explorando-o com uma brutalidade tenaz...’ [...] Na fábrica a máquina ditava as condições, a disciplina, a velocidade e a regularidade da jornada de trabalho, tornando-as equivalentes para o mais delicado e o mais forte”. Edward P. Thompson. A Formação da Classe Operária Inglesa. Vol. II: A maldição de Adão. Rio de Janeiro, Paz e Terra. 1987. p. 207. Considerando os processos de transformação ocorridos na sociedade ocidental, é correto afirmar que esse trecho da obra do historiador inglês Edward P. Thompson se refere à a) Revolução Gloriosa, ocorrida na Inglaterra entre 1688 e 1689, que garantiu o fim do absolutismo na Inglaterra e possibilitou o desenvolvimento social e econômico daquele país. b) Revolução Industrial, que, principiando no século XVIII, estabeleceu novas formas de organização do trabalho na sociedade capitalista. c) Revolução Francesa, que no final do século XVIII criou um novo modelo social e econômico para o mundo ocidental. d) Revolução Haitiana, que teve início em 1791 e marcou a independência do país caribenho do domínio francês, mas colocou-o sob o controle do capital industrial inglês. Comentários A primeira dica para resolver essa questão é olhar para o título do livro de E. Thompson, A Formação da Classe Operária Inglesa. Ou seja, o autor trata do contexto da Revolução Industrial t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 87 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial na Inglaterra. Mais especificamente, neste livro, Thompson discute as transformações provocadas pela industrialização em relação aos trabalhadores. A máquina aumentou a produção e a jornada de trabalho, alterou o ritmo da fábrica, introduziu a disciplina fabril mudando a concepção de tempo que as pessoastinham. Caminhava-se, portanto, para a consolidação de um novo sistema de produção, o sistema capitalista cuja classe trabalhadora passou a ser parte fundante da relação entre capital e trabalho. Sobre a menção à Revolução Francesa, repare que a alternativa C também está errada na parte que diz sobre a criação de um novo modelo econômico. Esse aspecto econômico, tal como vimos na aula, é muito mais característico da Revolução Industrial. OK? Gabarito: B (UECE 2017) Atente ao que se diz a respeito do fenômeno conhecido como Revolução Industrial. I. Trouxe uma série de consequências para os trabalhadores ao redimensionar drasticamente o antigo modo de produção e proporcionar salários dignos. II. No decorrer do processo de industrialização, naturalmente decidiu-se por criar os sindicatos, para reduzir tarifas alfandegárias para os industriais. III. Novos problemas sociais surgiram, como greves, manifestações populares, criminalidade, alcoolismo e prostituição, frutos da exploração de homens, mulheres e crianças. É correto o que se afirma somente em a) II e III. b) I. c) I e II. d) III. Comentários Sobre a afirmação I, ela está errada porque os trabalhadores não tinham boas condições de trabalho e vida digna. Pelo contrário: altas jornadas de trabalho; locais de trabalho inseguros; salários baixos etc. O Item II está errado porque os sindicatos não foram uma criação “natural” do processo de industrialização, mas fruto da experiencias dos trabalhadores na luta por melhorias no trabalho. Lembre-se de que tudo começou com o ludismo, depois evoluiu para formas mais organizadas de atuação dos trabalhadores para reivindicarem junto aos patrões. Além disso, o objetivo dos sindicatos não era reduzir taxas para as indústrias. Por fim, o item III está correto, sendo a alternativa D o nosso gabarito. Gabarito: D (UECE 2016) t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 88 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Atente ao seguinte excerto: “De 1815 a 1847, F. Gaillot arrola uma quinzena de casos ocorridos e outros tantos de tentativas abortadas. O ludismo é mais importante em 1848, quando assume feições particularmente graves, à imagem da duração da crise e da esperança despertada pela nova República”. (PERROT, M. Os excluídos da História. Operários, mulheres, prisioneiros. Trad. Denise Bottmann. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988, p.37. Sobre o ludismo, é correto afirmar que e) é um ramo da psicologia voltado para casos extremos de crise política. f) constituiu um partido político na Inglaterra. g) foi um movimento operário de protesto contra a produção industrial. h) foi uma manifestação de rebeldes franceses a favor da produção fabril. Comentários Esta é o tipo de questão no alvo, pois ou você sabe o conceito ou fica divagando na hora da prova. Vimos que, no início da Revolução Industrial, os trabalhadores começaram a canalizar suas insatisfações contra as máquinas. Tal movimento ficou conhecido como ludismo. Gabarito, letra C. Gabarito: C (UECE 2015) Os efeitos da Revolução Francesa sobre a vida privada ultrapassaram as expressões da cultura política representadas pelo vestuário, pela linguagem e pelo ritual político. O novo Estado atacou rigorosamente os poderes das comunidades do Antigo Regime em muitos outros campos, tais como Escolha uma: a) a constituição civil e todos os símbolos da vida familiar e doméstica. b). a música, a pintura e as artes em geral. c) a Igreja, as corporações e a nobreza. d) a saúde, a higiene e as organizações sanitárias. Comentários Essa questão requer um conhecimento em torno do sentido geral da Revolução Francesa para a história. Essa revolução foi uma negação do Antigo Regime, o qual estava baseado – dentre outros elementos – na sociedade estamental: 1º estado, formado pela Igreja; 2º estado, formado pelos nobres; 3º estado o restante da sociedade. Durante a Revolução Francesa, o 3º estado, o qual estava dividido – do ponto de vista político – em Girondino e Jacobinos, contestou e derrubou a ordem geral do Antigo Regime, incluindo-se a segmentação social da vida francesa. Quase tudo foi derrubado. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 89 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Os símbolos da vida familiar não, pois a sociedade continuou patriarcal. As artes em geral, apesar da crítica dos revolucionários ao modo de vida da nobreza, foram mantidas. A D não faz muito sentido, pois saúde e organizações sanitárias são sinônimos de melhoria de vida e era justamente isso que os revolucionários queriam, uma vida melhor. Gabarito: C (UECE 2014) “Quem era a burguesia? Eram os escritores, os doutores, os professores, os advogados, os juízes, os funcionários – as classes educadas; eram os mercadores, os fabricantes, os banqueiros – as classes abastadas, que já tinham direitos e queriam mais. Acima de tudo, queriam – ou melhor, precisavam – lançar fora o jugo da lei feudal numa sociedade que realmente já não era feudal. Precisavam deitar fora o apertado gibão feudal e substituí-lo pelo folgado paletó capitalista. Encontraram a expressão de suas necessidades no campo econômico, nos escritos dos fisiocratas de Adam Smith; e a expressão de suas necessidades, no campo social, nos trabalhos de Voltaire, Diderot e dos enciclopedistas. O laissez-faire no comércio e indústria teve sua contrapartida no ‘domínio da razão’ na religião e na ciência.” HUBERMAN, Leo. História da Riqueza do Homem. 21ª ed. Rio de Janeiro, Editora Guanabara, 1986, p. 149. Essa Burguesia, descrita por Leo Huberman, foi responsável por uma das principais transformações políticas e sociais, que teve um impacto duradouro na história do país onde ocorreu e, mais amplamente, em todo o continente europeu. Essa Burguesia está ligada à A) Revolução Gloriosa, de 1688 a 1689. B) Revolução Francesa, de 1789 a 1799. C) Revolução Russa, de 1917. D) Revolução de Avis, de 1383 a 1385. Comentários: O texto de Huberman, traz à tona as mudanças vividas da Era Medieval para a Moderna. Disso, podemos associar o período com dois dos principais aspectos citados no excerto. Primeiro, é a ascensão da Burguesia, e segundo é crítica ao sistema prevalecente durante esse tempo que conhecemos por Antigo Regime. Então, como Huberman aborda, as transformações que começaram a ocorrer na Europa a partir do século XVII (Revoluções Inglesas) indicavam que as transformações dos tempos estavam ocorrendo e o grande evento que modificou todas as estruturas modernas, e que influenciou o resto do mundo a partir dele, aconteceu no século XVIII, na França. Trata-se da: a) Incorreta. A Revolução Gloriosa proporcionou a Inglaterra as estruturas para o desenvolvimento da Revolução Industrial no século XVIII. Porém, diferentemente dos franceses, os ingleses tiveram em suas revoluções um impacto mais local do que continental, em um primeiro momento. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 90 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial b) Correto. A Revolução Francesa foi o grande marco da passagem da Idade Moderna para a Contemporânea. Os reflexos no Velho Continente foram muitos, rompendo de vez com as estruturas do Antigo Regime. Após o seu período, nem a França, nem a Europa foram mais as mesmas, impactando inclusive na América, que passaria por processos revolucionários para conquista de sua Independência em várias regiões. c) Incorreto. A Revolução Russa teve um caráter socialista, indo de oposição com o evento narrado pelo texto, de cunho burguês. d) Incorreto. A Revolução de Avis foi uma revolta restrita a Portugal, por causa da insatisfaçãodos burgueses com as políticas empregadas pela coroa. Ele não teve reflexos significativos para o restante do continente, porém, para o Brasil ela foi fundamental, visto que a independência foi proclamada graças a ela, pelo filho do rei português, D. Pedro I. Gabarito: B (UVA 2016) Foram decorrência da Revolução Industrial, exceto: a) aumento da concentração urbana. b) alargamento do mercado consumidor. c) distribuição igualitária de benefícios. d) especialização técnica do trabalho. Comentários: Entre meados do século XVIII e ao longo do XIX, configurou-se um cenário de transformações nas formas de produzir riquezas: a industrialização, ou seja, produzir mercadorias por meio de máquinas (alguns historiadores falam em maquinofatura). Até o início da Industrialização, a economia empregada pelos países ocidentais era a mercantilista. Nesse momento, a classe que mais se destacou, devido a sua origem intrínseca com ordem econômica mercantil, foi a Burguesia Comercial. Agora, abordando os séculos do mercantilismo, houve uma certa evolução nas técnicas produtivas. Primeiro, a passagem da produção artesanal para a produção manufatureira. As manufaturas constituíam “enormes oficinas”, onde as ferramentas pertenciam a um único dono específico que, em geral, fiscalizava e organizava o trabalho realizado pelos seus empregados (ainda sem especialização do trabalho, mas já com algumas divisões da atividade produtiva). Só que os donos das manufaturas perceberam que, conforme um trabalhador se especializava, ele trabalhava mais rápido, porque a atividade ficava mais aprimorada e mais automática. Isso contribuiu para a alteração o processo produtivo mais uma vez. Algumas ferramentas foram aprimoradas e deram velocidade à produção. Um exemplo é o tear manufaturado. A partir disso, no final do século XVII e início do XVIII, a Inglaterra já apresentava uma manufatura bastante dinâmica. Dessa dinamicidade, a burguesia inglesa aumentou a produção e, com as pesquisas científicas nas áreas de física e química - iniciadas nessa conjuntura t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 91 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial de transformações- conseguiu desenvolver a tecnologia de máquina à vapor. Portanto, a partir da segunda metade do século XVIII, surgem as primeiras máquinas que impulsionaram a passagem da produção manufaturada para a maquinofaturada – processo este que caracterizou a Revolução Industrial. Explicado isso, vejamos o que não se caracteriza como consequência desse evento: a) Correto. Com o desenvolvimento das maquinofaturas (indústrias), a vida urbana floresceu, e muitas pessoas que viviam no campo passaram a viver nas cidades de novo. b) Correto. Como a produção passou a ser em larga escala, os produtos que durante o Medievo e a Modernidade eram de consumo só entre nobres, passaram a ser consumidos pelas classes mais pobres, devido ao excedente produtivo. c) Incorreto. A Revolução Industrial proporcionou um maior enriquecimento somente da Burguesia, enquanto os camponeses não tiveram essa mesma sorte, se tornando proletários industriais. Isso se converteu em benefícios para os burgueses, que ascenderam ao poder, enquanto a nobreza e os reis perdiam espaço. d) Correto. A Revolução Industrial tornou o trabalho, antes artesanal, em especializado, divido por diversas etapas. Isso aumentou a produção dos trabalhadores, que passaram a produzir em larga escala em passo que as tecnologias e ferramentas para isso iam se aprimorando. Gabarito: C (UVA 2016) A Revolução Francesa (1789-1799) foi a grande revolução burguesa que marcou a ascensão desta classe social ao poder político na França. Foi o acontecimento mais importante da Idade Moderna. Por isso a Revolução Francesa assinala o início da Idade Contemporânea. São fatores que determinaram a deflagração da Revolução Francesa, exceto a) a oposição ao mercantilismo e o absolutismo dos Bourbons. b) a crise financeira agravada pela queda da produção. c) o sistema tributário justo, existente no país. d) o Iluminismo e a Independência dos Estados Unidos. Comentários: A Revolução Francesa foi um processo, fruto de séculos, onde a classe burguesa francesa, em ascensão na França, se impôs contra as classes aristocráticas. Vale ressaltar, que ela teve a ajuda dos camponeses e dos trabalhadores urbanos, que queriam melhores condições de vida. Assim, a formação do movimento revolucionário nos remete a criação do Estado Absolutista Francês, que foi marcado pela opressão e violência de classes, onde a nobreza e o clero gozavam de benefícios, luxos e vantagens, enquanto as classes do Terceiro Estado, viviam à mercê da hierarquia estamental que lhes foi imposta. Porém, a partir do século XVIII, as justificavas que alimentavam o Antigo Regime francês, como a do direito divino dos reis, a de homens se diferenciarem no nascimento, o protecionismo, a intervenção estatal e a intolerância religiosa, começaram a sofrer t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 92 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial enormes críticas quando surgiu no interior do país um movimento intelectual que tinha como fundamento se opor ao sistema vigente do país– era o Iluminismo. Os intelectuais iluministas defendiam a ideia de que a razão deveria guiar o homem e o Estado, e não a religião. Assim, aos poucos, ele foi ganhando adeptos da burguesia e das classes camponesas, que se sentiam injustiçados pelo Estado. Assim, esse sentimento de contestação passou a se intensificar, principalmente após alguns eventos. Os primeiro deles, foram após a Guerra dos Sete Anos (1756- 1763) e a Guerra de Independência Americana (1775-1783) , onde em conflitos envolvendo a França e Inglaterra, travadas tanto em solo americano quanto em europeu, os franceses saíram derrotados e precisando sobretaxar mais ainda sua população, pelos custos nos empreendimentos militares. Além disso, essas cobranças ajudariam a pagar as despesas da Corte francesa, que eram enormes devido os excessos de abusos e privilégios que os nobres detinham. Todavia, em um determinado momento, essa arrecadação passou a não ser suficiente para manter todos as mordomias dos nobres, e alguns mais afastados do rei passaram a sofrer com o pagamento de impostos também. Então a exagerada cobranças financeiras para manter o Estado Absoluta francês passou a gerar um descontentamento amplo, que ia desde alguns grupos aristocráticos, até chegar ao Terceiro Estado inteiro. Porém, o rei Luís XVI, pouco se importou com essa situação e continuou a manter as regalias que o Clero e a nobreza próxima detinham. Até que a situação piorou, quando problemas climáticos devastaram o país entre 1787 e 1789, e fez a população passasse por uma enorme crise alimentícia e produtiva. Isso revoltou as massas populares, que guiadas pela Burguesia iniciaram a Revolução Francesa com a tomada da Bastilha em 1789. Desse jeito, passamos as questões e assinalemos a alternativa que não tem relação com os motivos que causaram a Revolução: a) Correto. O Absolutismo e a economia intervencionista Bourbonica, dos “reis luíses” foi um dos motivos que causou a insatisfação burguesa, que estava mais propensa as ideias liberais que surgiram com o Iluminismo e a Revolução Industrial na Inglaterra. b) Correto. A queda da produção foi resultado tanto do aumento dos impostos as manufaturas que quebraram no século XVIII, com as políticas economistas impostas pelo Estado francês, quanto pelos enormes problemas climáticos que a França passou anos antes do período revolucionário. c) Incorreto. O sistema tributário francês era um dos mais desiguais e injustos da Europa, com boa parte dos impostos sendo pagos por membros do Terceiro Estado. d) Correto. Osdois movimentos foram fundamentais, por terem inspirado a Revolução e tomada de poder na França. Gabarito: C (UFU 2017) Desta vala imunda a maior corrente da indústria humana flui para fertilizar o mundo todo. Deste esgoto imundo jorra o ouro puro. Aqui a humanidade atinge o seu mais completo desenvolvimento e sua maior brutalidade, aqui a civilização faz milagres e o homem civilizado torna-se quase um selvagem. TOCQUEVILLE, A. de, Joumeys to England and Ireland. Ed. Mayer, 1958, p. 107-8. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 93 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial O advento das revoluções burguesas na Europa, atrelado ao industrialismo, gerava, ao mesmo tempo, perplexidade e deslumbramento ao promover mudanças sociais radicais e ambíguas, fomentadas pelos avanços tecnológicos em diferentes esferas. Assinale a alternativa que apresenta a principal mudança no sistema produtivo dos países pioneiros em promover a industrialização. a) A formação de mão de obra com os cercamentos dos campos cultiváveis, expulsando-se os trabalhadores dos grandes centros urbanos. b) O declínio do proletariado enquanto grupo social hegemônico, arrefecendo-se os conflitos de classe. c) A manutenção das terras comunais para a produção de alimentos voltados para a subsistência dos camponeses europeus. d) A adoção da divisão técnica do trabalho, com grande utilização de maquinários nas fábricas e aumento da acumulação de capitais. Comentários Atenção para o comando da questão, pois a UFU cobrou sobre “mudança no sistema produtivo”. Assim, a alternativa A, apesar de trazer uma informação correta sobre o papel dos cercamentos na Inglaterra na formação da mão de obra assalariada, não está de acordo com o que é cobrado. A B também está errada porque o proletariado se organizou, principalmente em sindicatos, para exigir melhores condições de trabalho. Esse fato fez com que os conflitos trabalhistas (empregadores x trabalhadores) aumentassem. A alternativa C está fora errada porque, primeiro não houve essa manutenção das terras comunais, os camponeses foram expulsos para as cidades, segundo, porque é uma informação que não está relacionada com o processo produtivo. Sobre a D, ela retrata o processo da mecanização do processo produtivo, é o nosso gabarito. Gabarito: D (UFU 2016) Uma verdadeira paixão pelos Estados Unidos tomara conta dos franceses nos anos que precederam a revolução, como testemunham Chateaubriand e o próprio Franklin, que escrevia de Paris a seus correspondentes americanos: “aqui é comum dizer que nossa causa é a do gênero humano”. Além do mais, essa república fora fundada por colonos com quem a França tecera contra a Inglaterra uma aliança vitoriosa: os que tinham se engajado na aventura eram conhecidos por ter sofrido[ ... ) de “inoculação americana”. OZOUF, Mona. Varennes: a morte da realeza, 21 de junho de 1791. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 175-176 {Adaptado). A historiografia é consensual em afirmar que o movimento revolucionário francês e os ideais iluministas foram de grande importância para diversas lutas coloniais ocorridas na América. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 94 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Menos estudada é a influência que os norte-americanos exerceram sobre os revolucionários franceses. Essa influência pode ser explicada, para além dos fatores mencionados na citação de Mona Ozouf, a) pela forte tradição liberal dos colonos norte-americanos que, durante a luta pela independência, foram contrários a toda forma de exploração do trabalho. b) pelo forte apelo simbólico que exercia o exemplo norte-americano de emancipação colonial, visto como caso modelar de luta contra a opressão dos poderes instituídos. c) pelo desprezo que os colonos norte-americanos tinham em relação à religião, vista por eles como braço aliado do poder da metrópole inglesa, contra a qual deveriam lutar. d) pela defesa da doutrina fisiocrata que, no plano político, se traduzia na permanência de privilégios constitucionais para as camadas senhoriais. Comentários A alternativa A, ao afirmar que os norte-americanos teriam sido contrários a toda forma de exploração do trabalho, sugere que a luta pela independência dos EUA teria sido anti- capitalista, quando na verdade não o foi. O fim da exploração do trabalho é uma bandeira comunista e não era esse o valor político e ideológico que movia os norte-americanos. A luta pela independência foi uma emancipação contra a Coroa Britânica. A relação da Revolução Francesa com o processo de independência dos EUA tem muito aspectos. Dentre eles, destaco que os franceses ajudaram militar e economicamente a independência americana, de modo que a vitória dos americanos contra os ingleses inspirou os franceses a resistir e vencer contra um poder historicamente instituído, o Antigo Regime. A revolução americana tornou-se, então, modelo por ser a primeira vez que uma colônia se tornou independente de sua metrópole. Dessa forma, a letra B “pelo forte apelo simbólico que exercia o exemplo norte-americano de emancipação colonial, visto como caso modelar de luta contra a opressão dos poderes instituídos” está correta. Gabarito: B (UFU 2011) Da forma pela qual a fabricação de alfinetes é hoje executada, um operário desenrola o arame, outro o endireita, um terceiro corta, um quarto faz as pontas, um quinto o afia nas pontas para a colocação da cabeça do alfinete e assim por diante. Dessa forma, a importante atividade de fabricar um alfinete está dividida em aproximadamente dezoito operações distintas. Trabalhando desta maneira, dez pessoas conseguiam produzir entre elas mais de quarenta e oito mil alfinetes por dia. Assim, pode-se considerar que cada uma produzia 4.800 alfinetes diariamente. Se, porém, tivessem trabalhado independentemente um do outro, sem que nenhum tivesse sido treinado para este ramo de atividade, certamente cada um deles não teria conseguido fabricar vinte alfinetes por dia, e talvez nem mesmo um. SMITH, Adam. A riqueza das nações. São Paulo: Abril Cultural,1996, p. 65. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 95 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Sobre a divisão do trabalho instituída a partir da Revolução Industrial e seus desdobramentos, é correto afirmar que: a) o toyotismo é uma forma de gerenciamento de estoque das indústrias, que proporcionou melhores meios de lidar com o meio ambiente e o controle de matériasprimas. b) o fordismo é uma forma de gerenciamento científico que serviu para os trabalhadores exercitarem suas melhores habilidades em atividades específicas. c) a redução da exigência do desenvolvimento das habilidades do trabalhador teve impacto sobre o processo produtivo e restringiu o conhecimento integral do trabalhador sobre seu ofício. d) a especialização do trabalhador obrigou que somente homens, bem treinados e com instrução sólida, fossem absorvidos pelas vagas de trabalho geradas com o processo de industrialização Comentários O texto retrata o processo de especialização do trabalho, que retira do trabalhador o conhecimento sobre a elaboração completa de um produto. Até antes da Revolução Industrial, final do século XVIII, os artesãos produtores eram aqueles que conheciam e realizavam todas as etapas da produção e, portanto, controlavam a produção. A partir da industrialização, a especialização tira do trabalhador o controle sobre a elaboração do produto, que passa a ser controlado pelo burguês ao empregar alguns especialistas. Dessa forma, o trabalhador passou a atuar em parte do processo produtivo e não mais nele de formaglobal, tal como quando era artesão. Gabarito: C (UDESC 2017) “Liberdade, Igualdade, Fraternidade". Estas três palavras, somadas à bandeira azul, branca e vermelha, tornaram-se símbolos das ideias defendidas e das reivindicações no movimento chamado Revolução Francesa. Com relação à Revolução Francesa, assinale a alternativa correta. a) Das revoluções de esquerda ocorridas no século XIX, a Revolução Francesa é das mais significativas, justamente por ser a primeira a contar exclusivamente com a participação de classes populares. Seu modelo foi reimplementado posteriormente apenas em 1917, durante a Revolução Russa. b) Apesar de sua relevância histórica, a Revolução Francesa não influenciou qualquer movimento revolucionário ou reivindicatório fora do território europeu. c) A relevância da Revolução Francesa pode ser compreendida por ter sido, entre outras coisas, o primeiro movimento político que instaurou popularmente o governo de uma mulher. Esta foi personificada como "Marianne" e foi representada por Delacroix no famoso quadro Liberdade guiando o povo. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 96 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial d) A Revolução Francesa teve reverberações não apenas na Europa, mas também na América. Uma das principais foi, certamente, a influência que exerceu sobre a Independência dos EUA. e) A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamada em 1789, ainda que ressaltasse a liberdade e a igualdade dos cidadãos perante a lei, era excludente em relação às mulheres. Tal fato auxilia compreender a composição da Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, escrita por Olympe de Gouges, em 1791. Comentários O comando da questão é bem claro a respeito da referência à Revolução Francesa e sabemos que ela ocorreu no século XVIII. Por isso, a alternativa A já está errada logo no começo. Além disso, ela não pode ser considerada de esquerda, pois o caráter das mudanças provocadas pela Revolução Francesa foi burguês, ou seja, uma revolução burguesa. A B também está errada, porque os ventos do processo revolucionário francês estimularam as independências na américa espanhola e movimentos de independência no Brasil. Aproveito para responder a letra D, a qual está errada. Na verdade, foi o contrário, pois a independência dos EUA ocorreu antes da Revolução Francesa. A Revolução Francesa negou a participação das mulheres na política. A letra C está errada. Diferentemente, a E está certa. Veja, a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, marco da Revolução Francesa, e exemplo das ideias iluministas, pregava a igualdade de todos dentro da sociedade, mas, mesmo assim, promovia a exclusão feminina. Para lutar pelos direitos das mulheres, um grupo de francesas lançou a Declaração de Direitos da Mulher e da Cidadã. Gabarito: E (UDESC 2017) Renunciar à liberdade é renunciar à qualidade de homem, aos direitos da humanidade, e até aos próprios deveres. Não há nenhuma reparação possível para quem renuncia a tudo. Tal renúncia é incompatível com a natureza do homem. Assim, seja qual for o lado por que se considerem as coisas, o direito de escravizar é nulo, não somente porque ilegítimo, mas porque absurdo e sem significação. As palavras escravidão e direito são contraditórias; excluem-se mutuamente. (Jean-Jacques Rousseau. O Contrato Social.) O livro O contrato Social, escrito por Rousseau e lançado em 1762, apresenta ideias que confluem com as lutas por “liberdade, igualdade e fraternidade”, conhecido lema da Revolução Francesa. Com base na citação de Rousseau – O Contrato Social, assinale a alternativa correta a respeito das relações entre a Revolução Francesa e a prática da escravidão. a) Um dos princípios da Revolução Francesa, a igualdade, está previsto na Declaração dos direitos do homem e do cidadão. Por este motivo, a partir de 1791, a escravidão, em todas as suas formas, foi abolida e jamais restabelecida nas colônias francesas. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 97 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial b) Ainda que o posicionamento dos revolucionários fosse homogêneo, no que diz respeito ao fim da escravidão, esta foi abolida apenas em 1791, com a assinatura de um tratado entre Napoleão e o líder haitiano Toussaint Louverture. Após a assinatura deste tratado, a escravidão jamais foi restabelecida em uma colônia francesa. c) A defesa da liberdade e as lutas pelo fim da escravidão eram pautas bastante cômodas para os revolucionários franceses, pois a França nunca contou com pessoas escravizadas em suas colônias. d) Os posicionamentos dos revolucionários a respeito da escravidão eram relativamente contraditórios. Apesar das preleções de Rousseau, alguns grupos defendiam, primeiramente, apenas o fim do tráfico negreiro. As lutas pela abolição da escravidão e a independência do Haiti, concretizada apenas em 1804, são representativas destas contradições. e) Como a obra não cita as mulheres, pode-se concluir que Jean-Jacques Rousseau era um defensor da escravidão apenas para as mulheres. Comentários Vamos começar pela alternativa E, pois, ela está errada mais por exercício de lógica do que por seu conteúdo. Não dá para concluir algo que não está dito no texto. Além disso, o texto é claro, ao afirmar a contradição entre direito e escravidão de uma forma geral, seja homem ou seja mulher. Agora, com relação as demais alternativas, para respondê-las precisamos lembrar do instituto da escravidão entre o processo da revolução francesa e os acontecimentos posteriores. A despeito da influência iluminista (liberdade e igualdade) e do significado da Revolução Francesa para a universalização de direitos, os franceses não apoiaram a abolição da escravidão nas colônias na América. Gabarito: D (UDESC 2014) “Na manhã de sexta-feira, observa-se um grande número de guardas nacionais, que pareciam dispostos a defender o rei. Mas, ao contrário, por volta das 9h45, o povo, misturado com outros destacamentos da Guarda Nacional e com os federados, preparava-se para entrar à força no palácio. Então todas as portas foram abertas, os canhoneiros giraram seus canhões contra o palácio e a Guarda Nacional, que parecia estar ali para impedir o acesso, tomou de súbito o partido do povo e da outra fração da Guarda. (...) Os suíços foram todos massacrados e saqueados, e parece impossível dar uma explicação plausível para a barbárie e os insultos de que foram objeto seus cadáveres. Alguns dos suíços que se dirigiram à Guarda Nacional e pediram misericórdia foram decapitados pela fúria popular e seus corpos foram jogados pelas janelas. O número de mortos oscila entre 2 mil e 2,5 mil. Felizmente, o rei, a rainha, o delfim e toda a família real foram por volta das 8 horas, antes que o assalto começasse, à Assembleia Nacional e ali ficaram sãos e salvos durante todo o dia. Mas que terror e desolação não devem ter sentido! Todas as pessoas da criadagem e ligadas ao serviço da família real foram massacradas.” t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 98 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial (Arquivos de Gênova, Correspondance de Spinola. Apud: VOVELLE, Michel. A Revolução Francesa 1789-1799. São Paulo: Unesp, 2012. pp. 36-37.) O relato do embaixador de Gênova, a respeito da jornada de 10 de agosto de 1792, aponta para a nova fase que se inaugurava na Revolução Francesa. Analise as proposições em relação à ruptura iniciada em 1789. I. A exigência de maior participação política da burguesia se devia aos burgueses serem proibidos de assumir posições na administração do Estado francês. II. O episódio da tomada do palácio dasTulherias, acima narrado, constituiu-se em uma exceção no processo revolucionário que, à parte a execução do rei Luís XVI e da rainha Maria Antonieta, foi pacífico e contou com a união geral da população para quebrar os privilégios. III. A tomada da Bastilha assinalou a libertação de milhares de presos políticos, vítimas de um sistema judiciário ineficiente, o qual impedia o acesso a advogados. IV. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão apresenta uma síntese da filosofia das Luzes, destacando-se o direito à liberdade individual, à igualdade e à propriedade. Sendo assim, fundamentalmente rejeitados o sistema hierárquico e a censura do Antigo Regime. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. c) Somente a afirmativa IV é verdadeira. d) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. e) Todas as afirmativas são verdadeiras. Comentários A Revolução Francesa, que ocorreu entre 1789 e 1799, foi um ciclo revolucionário de grande proporção e influência, inspirado nos ideais do Iluminismo e motivado pela situação de crise que a França vivia no final do século XVIII. Causou profundas transformações e marcou o início da queda de regimes absolutistas na Europa. Na ocasião, a monarquia francesa foi destituída e substituída por uma sucessão de governos revolucionários. Basicamente, a revolução teve três fases nas quais diferentes orientações políticas prevaleceram, sempre marcadas pela rivalidade entre os diferentes grupos que apoiaram a revolução, principalmente entre girondinos e jacobinos. Ainda, a França revolucionária teve que lidar com a pressão de uma coalização liderada pelos Habsburgo e composta por monarquias vizinhas que temiam que a revolução ultrapasse as fronteiras e se espalhasse pela Europa. O episódio narrado pelo texto se deu quando as alas mais radicais entre os revolucionários reagiram às tentativas do girondinos (burgueses mais ricos) em implantar uma monarquia constitucional. Foi nessa época que a França se tornou uma república pela primeira vez (1792-1795). Contudo, os girondinos conseguiram assumir o poder e instalaram o Diretório, em 1795, que, apesar de mais reacionário ainda era um governo revolucionário. Entretanto, os sucessivos governos revolucionários chegaram definitivamente ao fim quando t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 99 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Napoleão Bonaparte aplicou o golpe do 18 Brumário, em 1799 e instituiu um governo centralizado. Sabendo disso, vamos às alternativas: I. Incorreto. Representando a maior parte da população na estrutura do poder absolutista francês, o Terceiro Estado era formado pela burguesia (grupo social mais próspero), pelos trabalhadores das cidades e pelos camponeses (o grupo social mais numeroso). Responsável pelo desenvolvimento financeiro e comercial do país, a burguesia passou a encontrar sérias dificuldades para garantir seus interesses, uma vez que a nobreza e o clero se sustentavam por meio da cobrança de impostos abusivos, que comprometiam seriamente a expansão comercial do país. II. Incorreto. A Revolução Francesa foi marcada por forte sublevação popular. Sua fase da Revolução Francesa mais violenta e radical ficou conhecida como Revolução Popular, Fase Radical ou Terror, liderada pelos jacobinos (pequenos comerciantes e profissionais liberais) e com grande participação das camadas mais pobres da população, durando de 1792 a 1794. III. Incorreto. Na ocasião da tomada, a Bastilha estava praticamente vazia e só possuía sete prisioneiros. A população de Paris que a invadiu foi em busca de munição e pólvora armazenados na Bastilha, símbolo máximo da opressão do Antigo Regime, ou seja, do absolutismo francês. IV. Correto! O Iluminismo incluiu uma série de ideias centradas na razão como a principal fonte de autoridade e legitimidade e defendia ideais como liberdade, progresso, fraternidade, separação Igreja-Estado, etc. Durante o século XVIII, os intelectuais franceses tiveram papel fundamental pois, vivendo numa época em que a França ainda era um Estado católico sob autoridade religiosa de Roma, transformaram-se em mártires do iluminismo devido à sua luta contra a censura e intolerância. A publicação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão rompeu com as estruturas do absolutismo europeu. O ideal da liberdade, aliás, levou a Revolução Francesa a ter o amplo apoio dos camponeses e camponesas. O estatuto da liberdade atingiu não apenas o indivíduo, mas também a economia. Os burgueses não precisavam mais se submeter aos interesses econômicos da Corte e sim aos princípios do livre mercado e comércio. Portanto, a alternativa correta é a letra “c”. Gabarito: C (UDESC 2013) Segundo o historiador Eric Hobsbawn, a Revolução Industrial “sob qualquer aspecto [este] foi provavelmente o mais importante acontecimento na história do mundo, pelo menos desde a invenção da agricultura e das cidades. E foi iniciado pela Grã-Bretanha”. HOBSBAWN, Eric. A Era das Revoluções – 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977, p. 45. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 100 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Com relação ao excerto acima, assinale a alternativa incorreta. a) Não ocorreram movimentos de resistência dos trabalhadores às novas formas de trabalho estabelecidas pela Revolução Industrial. b) A Revolução Industrial propiciou o surgimento de novas formas de organização da produção de bens, sendo que o sistema de fábricas tornou-se o preponderante, difundindo- se para outros países e continentes, no decorrer dos séculos XIX e XX. c) Possibilitou o estabelecimento de uma nova forma de controle do tempo, que passou a ser marcado pelo relógio e não mais pela natureza. d) O sistema de fábricas, no qual os trabalhadores estão concentrados em um mesmo espaço, possibilitou que o dono da fábrica controlasse também a mão de obra, além da matéria prima. e) Entre as principais inovações tecnológicas advindas com a Revolução Industrial, pode-se citar a substituição das máquinas movidas à tração animal ou à força da água pelas máquinas a vapor. Comentários Lembra que falei na aula que a essa trilogia do Hobbsbawn despencava nas provas? Tá aí, comprovado! Mas vamos ao que interessa! A Revolução Industrial foi o período de grande desenvolvimento tecnológico iniciado na Inglaterra, a partir da segunda metade do século XVIII. Se caracteriza por transformações políticas e tecnológicas de grande impacto na sociedade, sobretudo nos âmbitos do processo produtivo e no estilo de vida dos trabalhadores. Uma série de circunstâncias históricas permitiram que essa mudança fosse desencadeada e que os ingleses fossem os pioneiros nisso. Tais circunstâncias começaram a ser criadas devido aos acontecimentos que se deram entre o século XVI e o XVII. Os cercamentos de terras que começaram ainda durante o reinado de Henrique VIII com a desapropriação das terras da Igreja Católica, o fortalecimento da marinha inglesa a partir do governo de Elizabeth I, as Revoluções Puritana e Gloriosa no XVII, a assinatura de tratados comerciais monopolistas e o próprio sistema econômico mercantilista foram ingredientes indispensáveis para gerar acumulação de capitais, concentração fundiária e o crescimento da burguesia mercantil e da nobreza aburguesada. Aos poucos, as oficinas domésticas e o trabalho camponês iam sendo substituídos pelas manufaturas e pelos latifúndios para aumentar a produtividade. O trabalhador ia perdendo seu controle sobre o processo e o tempo de trabalho. Os proprietários das manufaturas e dos latifúndios passaram a investir no aperfeiçoamento das ferramentas e novas máquinas foram inventadaspara continuar ampliando o lucro e abaixando o custo da produção. Ainda, os cercamentos produziram um êxodo rural intenso que inundou as cidades de desempregados. Isso contribuiu para que o valor dos salários caísse, sobretudo depois que as ideias do liberalismo econômico se difundiram, pois seus ideólogos consideram o trabalho como qualquer outra mercadoria, cujo valor devia ser atribuído segundo a lei da oferta e da demanda. Tudo isso não seria possível também se não houvesse a colonização de outros territórios de onde poderiam ser extraídas ou produzidas matérias-primas para indústria. Além disso, o próprio transporte das matérias-primas se tornou um negócio t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 101 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial rentável para muitos burgueses. Dessa forma, podemos ver que esse grande processo chamado de Revolução Industrial iniciado na Inglaterra não só foi uma mudança na forma de produzir riqueza, mas uma transformação completa da organização da sociedade, causando impactos no campo produtivo, econômico, social, político e ideológico. Agora que estamos afinados com o contexto, lembre-se que é para você marcar a alternativa INCORRETA! Então vejamos: a) Incorreta! Como ficou evidente no comentário, os trabalhos saíram com todo o ônus dessas transformações econômicas, sociais e políticas. Contudo, eles não foram passivos! A resistência deles é tão antiga quanto as circunstâncias que possibilitaram a Revolução Industrial. Lembra-se que boa parte do Exército de Novo Tipo (New Model Army) que lutou pela Revolução Puritana, no século XVII, aderiu ao movimento porque já se sentiu prejudicados pelos cercamentos e pela perseguição religiosa empreendida pelos reis absolutistas ingleses? Pois é! O século XVIII também foi repleto de motins e insurreições de trabalhadores urbanos e camponeses, como demonstrou o historiador inglês Edward P. Thompson. Quando a Revolução Industrial estava no seu auge, na virada entre o XVIII e o XIX, com as grandes indústrias dominando os ambientes urbanos e os latifúndios predominando nas zonas rurais, não seria diferente. Nas cidades, por exemplo, os trabalhadores deram início a dois movimentos: ludismo (quebra de máquinas), nos primeiros anos do século XIX; e o cartismo, nos anos 1840. b) Correta. Está de acordo com o comentário. Porém, para complementar vale dizer que os historiadores costumam apontar que houve várias fases da Revolução Industrial, ou mais de uma revolução. Isto porque conforme o tempo passava, novos mercados eram alcançados, novas matérias-primas descobertas e as invenções inovavam, a organização da produção se transformava várias vezes. Assim, a segunda metade do século XIX, com a descoberta da eletricidade, do petróleo, do aço e de inovações nas formas de comunicação geraram uma nova revolução que passou a adotar o modo de produção fordista. Neste segundo momento, de fato, a repartição de territórios africanos e asiáticos entre os europeus, que deu início ao neocolonialismo (ou imperialismo), foi fator determinante. Grande parte das reservas e petróleo e outras fontes minerais de energia eram encontradas nesses locais. Ademais, toda essa exploração e transporte de matérias-primas a nível mundial era um comércio em si que também gerava riqueza tanto quanto o processo industrial que transforma esses produtos em bens de consumo. Conforme a burguesia se desenvolvia nos demais países, a industrialização ganhava mais espaço. c) Correta. Quem passou a controlar o ritmo de trabalho e a divisão entre o tempo de trabalho e de descanso eram os patrões e seus gerentes, não mais os trabalhadores. Não à toa o relógio se popularizou justamente nessa época, para controlar melhor a produtividade, controlando o tempo dos empregados. d) Correta, pois complementa o que dissemos em relação a “c”. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 102 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial e) Correta. A grande inovação tecnológica dessa primeira fase da revolução industrial era o uso do carvão e do vapor como fontes de energia para as novas máquinas que eram aperfeiçoadas para aumentar a produtividade e diminuir o custo da produção. Gabarito: A (Uel 2020) Analise a imagem a seguir: Exposta no Museu do Louvre, a obra “Liberdade Guiando o Povo”, remete à existência de questão social ainda hoje debatida. Com base na imagem e nos conhecimentos sobre modernidade e vida social, é correto afirmar que a obra representa a) a luta de estratos sociais em defesa da igualdade jurídica e pela conquista dos direitos de cidadania. b) a primeira tentativa de revolução social do proletariado moderno contra a burguesia. c) a participação popular na luta pelo direito de voto pelas mulheres e contra o trabalho infantil. d) o repúdio ao caráter sangrento das revoluções populares, produtoras de regimes ditatoriais. e) a democracia, que atinge a plenitude quando homens, mulheres e jovens pegam em armas. Comentários t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 103 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial O quadro A Liberdade guiando o povo (1830) de Eugène Delacroix, é considerado um símbolo das revoluções ocorridas durante o final do século XVIII e primeira metade do século XIX. Ao contrário do que muitos pensam, a pintura não é uma representação da Revolução Francesa de 1789. A imagem mostra uma insurreição das classes oprimidas, uma multidão de homens no campo de batalha empunhando armas e espadas, conduzidos por uma figura feminina, acompanhada por corpos dos soldados adversários mortos aos seus pés. a) Correto! É justamente isso que o quadro busca representar. b) Incorreto. A pintura faz referência ao levante de julho de 1830, na França, que causou a substituição do rei Bourbon Carlos X por Luís Felipe, duque de Orléans. c) Incorreto. Com o fim da Era Napoleônica, a França viu retorno da dinastia Bourbon, na figura do rei Luís XVIII (1814 - 1824). Em 1824, após sua morte, seu sucessor Carlos X passou a fomentar medidas que restaurassem o absolutismo do Antigo Regime. No ano de 1830, a vitória liberal nas eleições para deputado foi a reação contra o desenvolvimento de um governo tão conservador. Sob a liderança do duque Luís Felipe, jornais, estudantes, burgueses e trabalhadores iniciaram manifestações e levantes que culminaram na Revolução de julho 1830. d) Incorreto. O quadro representa a luta por liberdade através do confronto violento. Relacionado com a Revolução de Julho de 1830, a pintura retrata os ideais levantados pelos revolucionários, baseados na Revolução Francesa de 1879: liberdade, igualdade e fraternidade. e) Incorreto. Apesar de Delacroix ter retratado a Liberdade, como a figura de uma deusa e também como mulher do povo, essas representações são apenas alegorias. Uma observação atenta ao quadro demonstra que apenas homens estão no campo de batalha. Se relacionarmos a obra ao seu contexto de criação, a Revolução de Julho de 1830 era para garantir que o absolutismo não fosse restaurado, e não a implantação de um regime democrático conduzido pelo povo. Gabarito: A (Uel 2018) Analise as figuras a seguir: t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 104 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Com relação ao tema da Revolução Industrial Inglesa, atribua V (Verdadeiro) ou F (Falso) às afirmativas a seguir. ( ) A substituição do tear manual pelo mecânico no processo fabril propiciou aos trabalhadores, em suas relações sociais de produção, maior tempo livre para o lazer. ( ) O aumentoda produtividade pela mecanização industrial ampliou a prosperidade econômica da população, diminuindo as diferenças sociais entre ricos e pobres. ( ) A organização da produção realizada pelo artesão em suas atividades domésticas estabeleceu-se em sistema de corporações de mestres de ofícios. ( ) A produção industrial, durante o século XIX, libertou as crianças trabalhadoras dos riscos de morte oriundos das atividades de trabalho artesanal. ( ) Os cercamentos das terras comunais privaram os camponeses do livre acesso às suas condições de auto-sobrevivência. Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta. a) V, V, F, F, V. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 105 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial b) V, F, V, F, F. c) F, F, V, F, V. d) F, F, F, V, V. e) F, V, F, V, F. Comentários A produção têxtil é o melhor exemplo das mudanças desencadeadas pela Revolução Industrial que teve início na Inglaterra no século XVIII. Esse era o principal ramo da indústria inglesa. Os cercamentos que ocorriam desde finais da Idade Média em grande parte tinham como objetivo ampliar a terra disponível para criação de ovelhas ou para a plantação de algodão, que serviam de matéria-prima para a produção de tecidos, os quais eram consumidos pela população e exportados para outros países. Conforme os proprietários desse negócio enriqueceram e aperfeiçoaram as ferramentas utilizadas, a produção e o trabalho foram organizados de novas formas. Isso não ocorreu só nos campos, mas também nas cidades onde estavam as oficinas que transformavam a lã e o algodão em tecidos. Aos poucos, alguns proprietários foram aumentando suas oficinas e contratando mais trabalhadores, o que deram origem às manufaturas. Ainda sem especialização do trabalho, mas já com algumas divisões da atividade produtiva, os artesãos ainda conheciam todas as etapas produtivas. Contudo, esse processo não era muito planejado. Além disso, o fato de os donos das oficinas perceberem que, conforme um trabalhador se especializava ele trabalhava mais rápido, porque a atividade ficava mais aprimorada e mais automática, contribuiu para alterar o processo produtivo. Como na manufatura, as ferramentas pertenciam a um único dono específico que, em geral, fiscalizava e organizava o trabalho realizado pelos seus empregados, algumas delas foram aprimoradas e deram alguma velocidade à produção. Foi nestes lugares que os teares expostos na imagem surgiram e foram utilizados pela primeira vez. A realidade produtiva estava prestes a saltar para a grande escala. Agora, vejamos: Falsa. A inovação tecnológica das ferramentas produtivas, como tear, tinha como principal objetivo aumentar a produção e seu ritmo ao passo que diminuía os custos de todo o processo produtivo. Portanto, a questão central era justamente o controle do tempo e, por isso, patrões e gerentes tentavam controlar cada vez mais o tempo de trabalho dos trabalhadores para extrair o máximo de sua capacidade produtiva. Consequentemente, eles tinham menos tempo para dedicar ao ócio e ao lazer, ou qualquer outra atividade que não a labuta excessiva. Falsa. O processo de industrialização teve como sua base a concentração fundiária e a acumulação de riqueza, portanto agravou as desigualdades sociais. Verdadeira! Desde o final da Idade Média, os artesãos costumavam se organizar em corporações de ofício, nas quais eles organizavam a educação dos aprendizes e tabelavam os preços de seus serviços e produtos. Nesse esquema, eles detinham a propriedade das ferramentas e o controle sobre o processo produtivo. Era frequente eles trabalharem nas suas próprias casas, ou em oficinas contíguas a elas, e contar com o auxílio de suas famílias durante o trabalho. Conforme as t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 106 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial manufaturas cresceram, essa organização do trabalho foi perdendo espaço e se tornando mais rara. Falsa. Crianças e mulheres, mesmo as grávidas, eram empregadas sem maiores cuidados nas indústrias do século XIX. Verdadeira! Os cercamentos ocorriam desde o século XVI e se intensificaram ao longo do XVIII. Por conta disso, uma grande massa de camponeses foi desapropriada das terras que lhes provinham seu sustento. Consequentemente, tornaram-se desempregados e passaram a migrar para as cidades em busca de trabalho nas oficinas e indústrias. Contudo, a grande quantidade deles gerou a queda do preço dos salários, pois o liberalismo econômico ditava a economia industrial. Portanto, a alternativa correta é a letra “c”. Gabarito: C (UEL 2016) Thomas Morus, em sua obra Utopia, criou uma analogia para a sociedade de sua época. Nessa representação da sociedade, caracterizada pelo caos, ovelhas se alimentavam de seres humanos, explicitando, dessa forma, um rompimento do equilíbrio social, no século XVIII. Com base nos conhecimentos sobre as transformações históricas ocorridas nesse período, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a denominação da fase do sistema produtivo e a nação correspondente nesse processo. a) Plantations – Alemanha. b) Dominium – Itália. c) Servidão – Portugal. d) Corveia – França. e) Cercamentos – Inglaterra. Comentários O autor inglês Thomas Morus descreve um rompimento da ordem natural, dentro de uma ficção que remete a seu país, a Inglaterra, no século XVIII. Nesse momento, ocorreu o processo de fechamento dos campos comuns utilizados por todos os camponeses de forma livre para a criação de seus animais, os quais foram cercados, sendo tal processo denominado de “cercamentos”, que foi um dos aspectos que contribui para a Revolução Industrial, tal como vimos na aula. Gabarito: E (PUC-SP 2014) “O Terror, que se tornou oficial durante certo tempo, é o instrumento usado para reprimir a contrarrevolução(...). É a parte sombria e mesmo terrível desse período da Revolução [Francesa], mas é preciso levar em conta o outro lado dessa política.” t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 107 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Michel Vovelle. A revolução francesa explicada à minha neta. São Paulo: Unesp, 2007, p. 74- 75. São exemplos dos “dois lados” da política revolucionária desenvolvida na França, durante o período do Terror, a) o julgamento e a execução de cidadãos suspeitos e o tabelamento do preço do pão. b) a prisão do rei e da rainha e a conquista e colonização de territórios no Norte da África. c) a vitória na guerra contra a Áustria e a Prússia e o fim do controle sobre os salários dos operários. d) a ascensão política dos principais comandantes militares e a implantação da monarquia constitucional. e) o início da perseguição e da repressão contra religiosos e a convocação dos Estados Gerais. Comentário Na Revolução Francesa, 1789-1799, ocorreu o período do “Terror” entre junho de 1793 até julho de 1794 no contexto da Convenção Nacional. Os jacobinos liderados por Robespierre com apoio dos Sans-culottes utilizaram a guilhotina e mataram muitas pessoas consideradas “traidoras da revolução”. A questão é que qualquer coisa era usada como acusação de traição. Até aliados jacobinos foram guilhotinados, como Jacques Danton. No entanto, apesar do terror e da violência, os jacobinos adotaram algumas medidas sociais importantes como a lei do máximo que congelou preços, aboliu a escravidão nas colônias das França, criou um novo sistema de pesos e medidas, entre outras medidas importantes. Ou seja, os dois lados da moeda são: 1- Terror, com a perseguição e guilhotina dos “traidores da Revolução”. 2- Medidas sociais que tentavammelhorar as condições de vida. As demais alternativas estão incorretas. O rei foi guilhotinado antes do período do terror. Em setembro de 1792 foi adotada a república na França. A perseguição aos religiosos começou antes e a convocação dos Estados Gerais ocorreu em 1789. Gabarito: A (PUC-RJ 2021) No final do século XVIII, cidadãos franceses reunidos em Assembleia Constituinte aprovaram a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, cujo primeiro artigo é “Art.1o Os Homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundamentar-se na utilidade comum.” Essas ideias podem ser associadas a) à crise do Antigo Regime, aristocrático e desigual, e ao início da Revolução Francesa. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 108 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial b) à afirmação do igualitarismo social e à difusão das ideias socialistas na França. c) ao Mercantilismo, que tinha a defesa da liberdade fundada na “utilidade comum” como princípio básico. d) à extinção das distinções entre os indivíduos, permitindo a ascensão do totalitarismo. Comentários Nessa questão, se prestarmos atenção à cronologia dos fatos, podemos eliminar algumas alternativas incorretas. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi aprovada na França em 26 de agosto de 1789. Com isso, podemos eliminar as alternativas “b” e “d”, pois o socialismo só se desenvolveu como uma filosofia política no século XIX e o totalitarismo no XX, ou seja, depois que a Declaração foi aclamada. Nos restam então, a “a” e a “c”, as quais podemos avaliar lembrando dos fundamentos político-filosóficos que basearam a concepção dessa Declaração, os quais era os liberalismos político e econômico elaborados pelos iluministas entre os séculos XVII e XVIII. Então, também podemos eliminar a letra “c”, pois o liberalismo econômico era uma crítica ao mercantilismo. Portanto, a alternativa correta é letra “a”, uma vez que a principal proposta do liberalismo político que inspirou a Revolução Francesa era o fim do Antigo Regime por seu caráter desigual e autoritário. Gabarito: A (PUC-RJ 2016) Considerando que a Revolução Industrial se caracteriza por ser um processo contínuo, porém convencionalmente dividido em fases, avalie as seguintes afirmações sobre a primeira fase dessa Revolução: I. Teve a preponderância da Inglaterra, especialmente com o desenvolvimento da indústria têxtil. II. Caracterizou-se pela nova disciplina do trabalho, o que modificou hábitos e costumes dos trabalhadores, que, em grande parte, provinham do campo. III. Utilizou a mão de obra de famílias inteiras, incluindo mulheres e crianças. IV. Impôs aos trabalhadores uma intensa divisão do trabalho e a racionalização do tempo, implementando o sistema conhecido como Taylorismo. Estão CORRETAS somente as afirmações: a) I, III e IV. b) I e III. c) III e IV. d) I, II, III e IV. e) I, II e III. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 109 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Comentários A primeira grande etapa da Revolução Industrial foi aquela que ocorreu entre as primeiras décadas do século XVIII e 1870. Foi um período marcado por contínuas invenções, além de inúmeras mudanças no cotidiano dos indivíduos europeus. O desenvolvimento industrial e tecnológico, o êxodo rural, o crescimento das cidades, a divisão do trabalho e o surgimento de novas classes sociais, como o operariado, são exemplos mais evidentes dessas transformações. I. Correta! A Revolução Industrial iniciou na indústria têxtil. Anteriormente, a produção de tecidos era um processo artesanal e lento. A partir de 1733, surgiram na Inglaterra importantes tecnologias para o processamento e tecelagem do algodão e da lã, como a lançadeira volante, a máquina de fiar com fusos múltiplos e, principalmente, máquinas movidas a vapor. Tudo isso ajudou o país a liderar a Revolução industrial. II. Correta! Com a concentração de poder nas mãos de uma minoria de proprietários capitalistas, aumentou o número de camponeses despojados de suas terras. O foco era a produção de lã para indústria. Sem opções de sobrevivência, os outrora camponeses foram para as cidades, para o trabalho mecanizado, elevando a quantidade de mão de obra barata. Essa massa de desempregados foi contratada como operários pelos burgueses industriais, sendo explorados nas fábricas com baixos salários e jornadas exaustivas de trabalho. III. Correta! Uma das características mais marcantes da Revolução Industrial foi o trabalho infantil e feminino. Antes disso, a maior parte da população vivia em áreas rurais. No campo, as crianças começavam a trabalhar desde pequenas, auxiliando os pais nas tarefas. A vida nas cidades alterou completamente esse panorama das relações de trabalho familiares. A concepção era de que o trabalho de crianças contribuía para o aumento da renda familiar. Ao passar o dia nas fábricas, as crianças também foram atingidas pelas transformações nas relações de trabalho. IV. Incorreta. Na primeira fase da Revolução Industrial, a principal característica é a mudança do processo produtivo, anteriormente lento e manual, no qual os trabalhadores deveriam realizar todas as etapas do sistema produtivo. Com o avanço tecnológico, surge a chamada “divisão do trabalho”, onde cada trabalhador passa, a exercer apenas uma etapa específica da produção e não todas as etapas. Surgido apenas em meados do séc. XIX, o taylorismo foi uma forma de organização de trabalhadores no processo de produção, adotando métodos de trabalho considerados científicos e mais eficientes, o que revolucionou a indústria. Portanto, a alternativa correta é a letra “e”. Gabarito: E (FGV 2018) Na sua faceta mais radical, a Revolução Francesa promoveu uma certa redistribuição de terra, por meio de medidas como a venda dos bens nacionais. Entretanto, nesse processo de construção de uma ordem jurídica burguesa, o fim da escravidão não seria, no final das t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 110 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial contas, incluído. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 trazia, no seu artigo 1º, o princípio segundo o qual “os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos”. Mas a história revolucionária mostrou que essa fórmula clássica do liberalismo político foi capaz de gerar, de imediato, posturas contraditórias entre os diferentes atores históricos do período, que interpretavam os termos liberdade e igualdade à luz de suas próprias aspirações e interesses. (Laurent Azevedo Marques de Saes. A Societé des Amis des Noirs e o movimento antiescravista sob a Revolução Francesa (1788-1802). Tese (Doutorado em História Social) – FFLCH, USP. 2013. Adaptado) Nesse contexto, é correto afirmar que a) a Revolução Francesa, embora conduzida em nome de princípios universais de liberdade e igualdade, acabou incorporando a escravidão colonial na nova ordem jurídica, sem que essa instituição tivesse sido posta em discussão nem sequer no período mais radical do processo revolucionário, no momento no qual os jacobinos tentaram dirigir os rumos da revolução. b) os princípios de liberdade e igualdade, para a maioria dos homens nas assembleias revolucionárias, não encontravam fronteiras ou limites ditados pela condição da França de potência colonial, mas representavam valores universais a serem difundidos inclusive para a América a partir de Paris, ainda que a ascensão de Napoleão tenha freado a propagação das ideias revolucionárias. c) o império colonial francês à época girava em torno da “pérola das Antilhas”, São Domingos (futuro Haiti),colônia que havia projetado a França para o topo do mercado internacional de produtos tropicais e que transformou o sucesso da produção caribenha na base da riqueza burguesa dos portos franceses, o que não impediu que jacobinos e sans culottes defendessem a abolição e a independência colonial desde julho de 1789. d) a questão colonial evidenciava, sob certos aspectos, os limites da Revolução Francesa, liberal e burguesa, pois dentro da ótica mercantilista que orientou a economia francesa desde o século XVII, a prosperidade da Nação dependia da balança comercial favorável e, nesse sentido, o papel do comércio com as colônias e da reexportação dos produtos proporcionados por esse comércio era visto como capital. e) a restauração da escravidão nas colônias, ocorrida em 1799 por ordem de Bonaparte depois da abolição em 1789, por exigência dos revolucionários, teve como desdobramento o levante negro no Haiti, em que se lutava simultaneamente pela abolição da escravidão e pelo rompimento dos laços coloniais com a França, resultando na independência do Haiti, primeiro a libertar os escravos no continente americano. Comentário A questão aborda uma problematização da revolução francesa e os limites na implantação do projeto iluminista. Um desses problemas é a “questão colonial”, mais especificamente a t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 111 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial continuidade da escravidão nas colônias francesas – a qual só foi abolida na 2ª. República Francesa, a partir de 1848. Assim, a tese contida no texto expõe que, apesar do teor igualitário da Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, os atores sociais franceses pós-Revolução adaptaram os termos de liberdade e igualdade conforme melhor lhes conveio. Nesse caso, na relação entre Metrópole e Colônia, o Pacto Colonial continuou sendo seguido à risca, o que garantiu o prosseguimento da exploração econômica e da escravidão. Vejamos os itens: A- Item errado porque durante o Governo Republicano Jacobino a escravidão foi abolida nas colônias. B- Embora o liberalismo afirme o caráter universal e natural dos direitos do homem, não era um movimento que, inicialmente, pretendia a expansão. C- O item está errado porque a França não chegou ao topo do comércio internacional de produtos tropicais. D- O item é perfeito. Demonstra como, apesar da transformação política, a França ainda dependia de sua estrutura mercantil de produção inclusive para impulsionar a economia industrial. E- O único erro do item é afirmar que a escravidão nas colônias foi abolida em 1789. Como já falamos, essa medida foi tomada na época da república Jacobina. Gabarito: D (FGV-SP 2001) “Quem, portanto, ousaria dizer que o Terceiro Estado não tem em si tudo o que é necessário para formar uma nação completa? Ele é o homem forte e robusto que tem um dos braços ainda acorrentado. Se suprimíssemos a ordem privilegiada, a nação não seria algo de menos e sim alguma coisa mais. Assim, o que é o Terceiro Estado? Tudo, mas um tudo livre e florescente. Nada pode caminhar sem ele, tudo iria infinitamente melhor sem os outros.” E. J. Sieyès. Qu’est-ce que le Triers Êtat. O texto do Abade Sieyès nos remete a uma leitura da/do: a) sistema de estamentos na França pré-revolucionária, privilegiando o papel realizador do clero; b) França durante o período do Terror, quando Robespierre orienta os jacobinos à execução total do alto clero; c) condição do Terceiro Estado, de não apenas desejar construir uma nação, mas, fundamentalmente, de ser efetivamente a nação; d) necessidade de acordos entre os diferentes estamentos para a construção de uma nação próspera e republicana; e) Terceiro Estado, composto pelo baixo clero, e representando 98% da população francesa, que buscava dar fim aos privilégios dos demais estamentos. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 112 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Comentários Durante o Antigo Regime francês o parlamento era organizado na forma da Assembleia dos Estados Gerais. Na prática, funcionava como um conselho para sugerir e discutir leis, além de aconselhar o monarca. Contudo, essa Assembleia havido sido fechada em 1614. Com o agravamento da crise na França, no final do século XVIII, o ministro real no cargo de Diretor Geral das Finanças, Jacques Necker, propôs ao rei que convocasse os Estados Gerais para debaterem soluções para os problemas políticos, econômicos e sociais que a França enfrentava. Por bem, essa Assembleia era composta por 3 estados. O 1º estado era composto pela nobreza; o 2º, pelo clero; e o 3º pelo resto da sociedade, isto é, burgueses, camponeses, trabalhadores assalariados e sans-cullotes. Quando a Assembleia foi aberta, a primeira discussão foi sobre como seria o sistema de votação, se o voto seria por cabeça ou por estado. A importância disso residia no fato que a maioria esmagadora da população pertencia ao terceiro estado, cujos representantes eleitos somavam 600 deputados, enquanto os outros dois tinham 300 cada um. Logo, o povo teria mais vantagem se cada pessoa tivesse direito a um voto. O voto por estado, defendido pelos nobres e pelo clero, implicaria que cada estado tinham um voto, independente da quantidade de deputados eleitos, o que obviamente dava vantagem para eles que em geral eram contrários a mudanças muito drásticas. É por isso que o autor do texto, um membro do terceiro estado, defende sua importância na sociedade francesa, uma vez que literalmente representa o povo. Como vimos na aula, esse impasse acabou gerando a revolta do 3º estado e acelerou o estopim da revolução. Então, vamos às alternativas. a) Errado. Apesar dos estamentos estarem relacionados com o Estados Gerais, sendo praticamente sinônimos, os primeiros dizem respeito à divisão social, enquanto os segundo se tratam da divisão política da sociedade. Além disso, o clero não tinha um papel realizador, mas sim legitimador da ordem social. b) Errado. O período do Terror, liderado por Robespierre, correu em meados de 1793, durante a segunda fase da revolução (República). A divisão do poder legislativo em três estados já havia sido abolida desde 1789. c) Certo! Esse é o fundamento do argumento expresso pelo autor do trecho. Se o Terceiro Estado abrigava a maioria massiva da população, parcela na qual estavam tanto burgueses que investiam na economia francesa quanto trabalhadores que efetivamente trabalhavam para manter essa economia em movimento, consequentemente devia ser considera a própria nação. d) Errado. No breve trecho destaca, não há defesa da necessidade de fazer acordos entre os estamentos sociais, mas sim que a massa de desprivilegiados se unisse para a assumir o comando efetivo da nação, pois eram eles que de fato construíam e moviam a nação. e) Errado. O clero não fazia parte do Terceiro Estado, mas sim a burguesia, os camponeses, os trabalhadores assalariados e os sans-cullotes. Gabarito: C (FGV-SP 2001) t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 113 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Considerando a Revolução Industrial em suas duas diferentes fases, podemos afirmar que: a) a primeira fase caracterizou-se pela utilização do carvão e do ferro e desenvolveu-se primeiramente na Inglaterra, na França e na Bélgica; b) tanto a primeira como a segunda fase da Revolução Industrial caracterizaram-se pela utilização do aço e da eletricidade; c) Alemanha, Itália, Rússia, EUA e Japão foram os países que se destacaram em sua primeira fase; d) tanto a primeira como a segunda fase da Revolução Industrial caracterizaram-se pela utilização docarvão e do aço; e) a segunda fase da Revolução Industrial caracterizou-se pela utilização do aço e da robótica e desenvolveu-se principalmente no Japão. Comentários A Revolução Industrial, que ocorreu aproximadamente entre as décadas de 1730 e 1840, foi um processo de profundas transformações econômicas, sociais, culturais e tecnológicas, e teve sua origem na Inglaterra. Seu impacto se estendeu por todas as áreas da sociedade. A chamada Revolução Industrial se divide em duas fases: a primeira de 1733 a 1840 e a segunda de 1870 a 1914. Sabendo disso, vamos às alternativas: a) Correta! O elemento-chave ou que deu origem a essa revolução foi a invenção da máquina a vapor movida à carvão, que foi aplicada na locomotiva e a partir daí deu um avanço tecnológico sem precedentes. Até 1850, a Inglaterra continuou dominando o primeiro lugar entre os países industrializados. Na Europa, os maiores centros de desenvolvimento industrial, na época, eram as regiões mineradoras de carvão; lugares como o norte da França, nos vales do Rio Sambre e Meuse, na Alemanha, no vale de Ruhr, e também em algumas regiões da Bélgica. Ainda assim, a Inglaterra estava muito à frente na industrialização devido a uma série de circunstâncias históricas relacionadas ao seu desenvolvimento econômico, político e social. Os demais países continuariam predominantemente rurais até meados do século XIX. b) Incorreta. Dentre as principais características da primeira fase da Revolução Industrial está o uso do ferro e do carvão como fonte de energia, que resulta na substituição da energia produzida pelo homem por energias como a vapor, eólica e hidráulica. Já o uso do aço e da eletricidade se deu a partir de meados do século XIX, na chamada Segunda Revolução Industrial. c) Incorreta. Inglaterra foi o país onde a Revolução industrial surgiu, passando para França e Bélgica que também apresentavam condições adequadas para o desenvolvimento industrial-tecnológico devido às reservas abundantes de carvão. A Segunda Revolução Industrial diz respeito ao período entre a segunda metade do século XIX até cerca de meados do século XX, tendo seu fim durante a Segunda Guerra Mundial. A industrialização avançou os limites geográficos da Europa Ocidental, e na segunda metade do século XIX, t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 114 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial países como Itália, Alemanha, França, Rússia, Japão e Estados Unidos, se industrializaram, a partir desse momento. d) Incorreta. Conforme dito nas respostas acima, a primeira fase da Revolução Industrial é caracterizada pelo uso do carvão e do ferro; já a segunda fase, se caracteriza pelo uso do aço e da eletricidade. e) Incorreta. Apesar de o uso do aço ser característico da segunda fase da Revolução Industrial e do Japão começar a se industrializar nesse período, a robótica e outras tecnologias fazem parte da quarta fase da Revolução Industrial, caracterizada pelo desenvolvimento e a incorporação de inovações tecnológicas na indústria, o que ocorreu a partir da segunda metade do século XX. Gabarito: A (IFSudMinas 2016) Analise as afirmações a seguir sobre a Revolução Francesa. I) A crise financeira experimentada pela França antes da revolução e o regime político absolutista do rei podem ser considerados como fatores importantes para o início da revolução. II) A Queda de Bastilha foi o evento decisivo para o início da Revolução Francesa. A Bastilha era uma prisão para a qual o rei enviava injustamente muitos condenados. III) Havia uma disputa de poder entre os Girondinos e os Jacobinos, mas estes nunca conseguiram assumir o poder na França depois da revolução. IV) O principal lema da Revolução Francesa é: liberdade, igualdade e fraternidade. Agora marque a alternativa CORRETA. a) Apenas I, II e III são verdadeiras. b) penas II, III e IV são verdadeiras. c) Apenas I, II e IV são verdadeiras. d) Todas as afirmativas são verdadeiras. e) Todas as afirmativas são falsas. Comentários Antes de responder, é bom lembrar que a Revolução Francesa, que ocorreu entre 1789 e 1799, foi um ciclo revolucionário de grande proporção e influência, inspirado nos ideais do Iluminismo e motivado pela situação de crise que a França vivia no final do século XVIII. Causou profundas transformações e marcou o início da queda de regimes absolutistas na Europa. No século XVIII, pensadores iluministas, se opuseram, através de suas ideias, aos privilégios e diversos conflitos causados pelo modelo das monarquias absolutas. Para eles, o rei representava uma figura de legitimação das desigualdades e engessamento político, que atingia toda a sociedade. Assim, eles propuseram a criação de um novo regime dividido em três poderes que se encarregariam de t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 115 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial exercer justiça através de leis, destinadas a qualquer indivíduo, independentemente de sua posição política, condição econômica ou religião. Com isso mente, vejamos: I) Correto! Nos anos que antecederam a Revolução, a França era uma monarquia absolutista, sendo uma das mais importantes da Europa, governada por Luís XVI. O poder do rei era absoluto, e a sociedade francesa era dividida em “estados”: o Primeiro representava o clero, o Segundo a nobreza, e o Terceiro Estado era formado pelo restante da população. Essa divisão social estratificada ao máximo, marcava um abismo de desigualdade social, uma vez que nobreza e clero gozavam de muitos privilégios e luxo, enquanto o povo, padecia de fome e miséria, além de pagarem altos impostos para os dois primeiros estados. Esse quadro de crise econômica se agravou, sobretudo, pelos altos gastos do rei e de sua corte, mas, sobretudo, pela derrota da França na Guerra dos Sete Anos (1756 - 1763) e pelo envolvimento na Revolução Americana (1776 - 1781). II) Correto! A Queda da Bastilha foi o ápice de uma série de eventos que propiciaram a Revolução Francesa. Durante a Assembleia dos Estados Gerais (convocada desde a Idade Média, apenas em períodos emergenciais), o Terceiro Estado se encontrava insatisfeito com o sistema político vigente e propôs sua alteração. O rei francês, acuado, tentou dissolver a Assembleia. Os representantes do Terceiro Estado não aceitaram a situação, rebelaram-se e fundaram a Assembleia Nacional Constituinte com o objetivo de redigir uma Constituição para transformar a França em uma monarquia constitucional. O rei tentou fechar a Assembleia Nacional Constituinte, e a reação popular foi tomar as ruas de Paris e defender a instituição que havia sido criada pelo Terceiro Estado, no dia 12 de julho de 1789. No dia 14 de julho, a população seguiu com o seu levante, atacando primeiro o Arsenal dos Inválidos e depois promovendo a queda da Bastilha. A Bastilha era uma antiga fortaleza que havia sido transformada em prisão para os opositores políticos dos reis franceses, símbolo máximo da opressão absolutista. III) Incorreto. Os jacobinos, atuaram como um partido político durante o processo revolucionário. Seus membros defendiam mudanças mais radicais que os girondinos: eram contrários à Monarquia e queriam implantar uma República. Esse grupo era apoiado por um dos setores mais populares da França, os sans-cullotes (artesãos, trabalhadores e pequenos proprietários), e lutaram por outras mudanças sociais depois da revolução. Foram responsáveis por instaurar o período conhecido como Terror, forma ditatorial de exercício do poder baseado na ideologia da racionalidade e radicalismo revolucionário. IV) Correto! a Revolução Francesa fez surgir um estado completamente novo. A monarquia absolutista passa a ser uma república, onde não havia mais súditos e sim, cidadãos. A sociedade, antesliderada pela aristocracia e pelo clero, agora era governada pela burguesia. Além disso, povo ganhou centralidade nos assuntos coletivos (fraternidade), e a liberdade política e a igualdade perante a lei também foram lemas e conquistas da revolução. Portanto, a alternativa correta é a letra “c”. Gabarito: C t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 116 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial (IFRS 2019) Nas sentenças abaixo a respeito da Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra no final do XVIII, marque verdadeiro (V) ou falso (F). ( ) Um dos motivos do pioneirismo inglês na Revolução Industrial foi o precoce processo de cercamento dos campos (século XVI) que concentrou a propriedade fundiária e ampliou a oferta de mão de obra assalariada nos campos e nas cidades. ( ) O desenvolvimento da indústria propiciou uma significativa melhora na urbanização e nas condições de vida da classe operária nos grandes centros industriais, tais como a Inglaterra no início do século XIX. ( ) A gradual mecanização e especialização da produção retirou dos trabalhadores o domínio sobre o produto final do trabalho em um processo que pode ser denominado alienação do trabalho. ( ) A segunda fase da Revolução Industrial (aproximadamente entre 1875 e 1945) coincidiu com um novo processo de dominação das potências europeias sobre os territórios da África e da Ásia em busca de fontes de energia e de mercado para suas mercadorias e capitais. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) V – F – F – V b) F – F – V – F c) V – F – V – V d) F – V – V – V e) F – F – V – V Comentários Em primeiro lugar, é importante lembrar que a Revolução Industrial é o nome dado ao longo processo de mudança na forma de produzir a riqueza. Esse processo teve início na Inglaterra, ao longo do século XVIII, como dito. Uma série de circunstâncias históricas permitiram que essa mudança fosse desencadeada e que os ingleses fossem os pioneiros nisso. Tais circunstâncias começaram a ser criadas devido aos acontecimentos que se deram entre o século XVI e o XVII. Os cercamentos de terras que começaram ainda durante o reinado de Henrique VIII com a desapropriação das terras da Igreja Católica, o fortalecimento da marinha inglesa a partir do governo de Elizabeth I, as Revoluções Puritana e Gloriosa no XVII, a assinatura de tratados comerciais monopolistas e o próprio sistema econômico mercantilista foram ingredientes indispensáveis para gerar acumulação de capitais, concentração fundiária e o crescimento da burguesia mercantil e da nobreza aburguesada. Aos poucos, as oficinas domésticas e o trabalho camponês iam sendo substituídos pelas manufaturas e pelos latifúndios para aumentar a produtividade. O trabalhador ia perdendo seu controle sobre o processo e o tempo de trabalho. Os proprietários das manufaturas e dos latifúndios passaram a investir no aperfeiçoamento das ferramentas e novas máquinas foram inventadas para continuar ampliando o lucro e abaixando o custo da produção. Ainda, os cercamentos t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 117 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial produziram um êxodo rural intenso que inundou as cidades de desempregados. Isso contribuiu para que o valor dos salários caísse, sobretudo depois que as ideias do liberalismo econômico se difundiram, pois seus ideólogos consideram o trabalho como qualquer outra mercadoria, cujo valor devia ser atribuído segundo a lei da oferta e da demanda. Tudo isso não seria possível também se não houvesse a colonização de outros territórios de onde poderiam ser extraídas ou produzidas matérias-primas para indústria. Além disso, o próprio transporte das matérias-primas se tornou um negócio rentável para muitos burgueses. Dessa forma, podemos ver que esse grande processo chamado de Revolução Industrial iniciado na Inglaterra não só foi uma mudança na forma de produzir riqueza, mas uma transformação completa da organização da sociedade, causando impactos no campo produtivo, econômico, social, político e ideológico. Com isso mente, vamos às alternativas: Verdadeira! Os cercamentos das terras comunais, ou openfields, teve início sob o reinado de Henrique VIII, no século XVI, como citamos. Esse monarca rompeu com a Igreja Católica em 1534 e, por isso, expropriou as terras pertencentes à essa instituição, no território inglês. Essa terra foi usada por ele como moeda de troca para conseguir apoio político das classes dominantes na Inglaterra, tanto da nobreza tradicional quanto da nobreza aburguesa e dos burgueses que naquele momento ainda começavam acender socialmente. Entretanto, parte dessas terras eram comunais, isto é, qualquer pessoa podia utilizá-las e muitos camponeses faziam uso delas para plantar ou colher o seu sustento. Eles acabaram perdendo o acesso a essas terras, pois os novos proprietários as cercavam para utilizá-las como pasto de ovelhas ou latifúndios agrários. O problema é que eles não pararam só nas terras da Igreja. Alguns proprietários e os próprios monarcas vez ou outra cercavam cada vez mais terras comunais ao longo dos séculos de modo que quando chegamos no XVIII havia uma grande massa de camponeses desapropriados que iam procurar trabalho nas manufaturas nas cidades. Falsa. As indústrias que surgiram conforme os proprietários aperfeiçoavam as máquinas e o processo produtivo aos seus interesses eram extremamente insalubres para os trabalhadores. A prioridade ali era produzir o máximo possível com o menor custo possível. Portanto, era frequente esses espaços terem pouca iluminação e ventilação, quase nada de segurança e os empregados serem obrigados a trabalhar muitas horas seguidas nessas condições. Verdadeira! Como dito no comentário, conforme os trabalhadores perdiam suas terras e se viam obrigados a trabalhar nas manufaturas e, posteriormente, nas indústrias foi tirado deles o controle sobre o ritmo e as condições de trabalho. Além disso, eles também não eram mais os donos das ferramentas, pois estas eram do patrão. Com isso, quem definia o preço do produto final era o empregador, que também estipulava o valor do salário a ser pago. Dessa forma, aos trabalhadores sobrou apenas a propriedade de sua própria força de trabalho que tinham que vender aos capitalistas por salários insuficientes para seu sustento de forma digna. Verdadeira! Os historiadores costumam apontar que houve várias fases da Revolução Industrial, ou mais de uma revolução. Isto porque conforme o tempo passava, novos mercados eram alcançados, novas matérias-primas descobertas e as invenções inovavam, a organização da produção se transformava várias vezes. Assim, a revolução industrial que t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 118 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial ocorreu no XVIII, conhecida como a primeira, tem espaço na Inglaterra e suas inovações estavam relacionadas ao uso vapor como energia e a adoção do método taylorista de produção. As circunstâncias que possibilitaram essas mudanças estão também relacionadas a colonização da América, que era a principal fornecedora de matéria-prima aos europeus. Na segunda metade do século XIX, com a descoberta da eletricidade, do petróleo, do aço e de inovações nas formas de comunicação geraram uma nova revolução que passou a adotar o modo de produção fordista. Neste segundo momento, de fato, a repartição de territórios africanos e asiáticos entre os europeus, que deu início ao neocolonialismo (ou imperialismo), foi fator determinante. Grande parte das reservas e petróleo e outras fontes minerais de energia eram encontradas nesses locais. Ademais, toda essa exploraçãoe transporte de matérias-primas a nível mundial era um comércio em si que também gerava riqueza tanto quanto o processo industrial que transforma esses produtos em bens de consumo. Portanto, a alternativa correta é a letra “c”. Gabarito: C (UNESP 2006) "... a Revolução de 1789 não fez nada pelo operário: o camponês ganhou a terra, o operário está mais infeliz que outrora e os monarquistas têm razão quando afirmam que as antigas Corporações [de Ofício] protegiam melhor o trabalhador do que o regime atual". ("Jornal Le Matin", 07 de março de 1885.) Com tal declaração, o escritor francês Émile Zola fazia um balanço dos efeitos sociais da Revolução de 1789, referindo-se a) aos confiscos dos bens dos nobres franceses emigrados e à política liberal implementada pelo Estado. b) à baixa participação dos trabalhadores urbanos nas lutas sociais na França do final do século XIX. c) ao apoio dos operários ao projeto de Restauração do absolutismo francês, como garantia de melhoria social. d) à liderança política dos camponeses franceses nas revoluções socialistas e comunistas do século XIX. e) à política de bem-estar social instituída pelo Partido Social Democrata francês ao longo do século XIX. Comentário Primeira coisa é entender bem o texto. Depois contextualizar o momento que o autor está tratando, por fim, mobilizar conhecimento específico sobre o contexto. Então veja: Zola fala do camponês e do operário. O primeiro ganhou terra e o segundo ficou infeliz e mais desprotegido. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 119 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Assim, podemos pensar o seguinte: durante a revolução francesa, os camponeses ganharam terras porque os nobres foram expropriados. Ocorreu algo como uma reforma agrária. Os operários ficaram mais desprotegidos porque o Estado liberal implantado desde a Revolução Francesa proibiu a organização da classe trabalhadora. Sindicatos e associações de classe não puderam se organizar, sobretudo, com o governo de Napoleão. Assim, o único item que poderia ser assinalado é o A. Se você não lembrasse de nada disso e se não desse para pensar em tudo isso o que você faria? Vai por exclusão. De cara poderia excluir itens B, C, D e E porque nenhum deles se relaciona ao assunto do texto. Gabarito: A (URCA 2020) A segunda metade do século XVIII convulsionou a Europa em movimentos de contestação e crise do Antigo Regime. “A França forneceu o vocabulário e os temas da política liberal e radical-democrática para a maior parte do mundo. A França deu o primeiro grande exemplo, o conceito e o vocabulário do nacionalismo. A França forneceu os códigos legais, o modelo de organização técnica e científica e o sistema métrico de medidas para a maioria dos países. A ideologia do mundo moderno atingiu as antigas civilizações que tinham até então resistido as ideias europeias inicialmente através da influência francesa. Esta foi a obra da Revolução Francesa” (HOBSBAWM, Eric. A Era das Revoluções. p.98 São Paulo, Paz e Terra, 2010). São vinculados ao movimento revolucionário francês: A) A sociedade era dividida em estamentos, sendo o terceiro estado composto pela maior parte da população, únicos que pagavam impostos, e que estavam sendo oprimidos pelos demais estados (clero e nobreza) entre os populares descontentes destaca-se a burguesia em ascensão que vislumbravam direitos políticos. B) Durante o processo revolucionário a rainha Maria Antonieta e o seu marido Oliver Cromwell foram decapitados pelos revolucionários radicais acusados de alta traição ao Estado, a morte do Reis foram extremamente simbólicas para legitimar a queda do antigo regime. C) Em 1789 foi delineado o documento de Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, sendo um manifesto da burguesia contra a sociedade de privilégios dos nobres, em nenhum momento se propôs em ser a favor de uma sociedade democrática e igualitária. D) Durante o processo revolucionário se destacaram alguns motins, entre eles, o político e o da fome. Sendo os motins da fome protagonizados pelas mulheres. E) O regime Jacobino, também denominado de fase do terror, foi responsável por mobilizar o apoio da massa contra a rebeldia dos notáveis e dos girondinos, implantar terrorismo às pessoas consideradas traidoras, controlar os preços e implantar uma constituição de tendência radical. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 120 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Comentários: A Revolução Francesa foi um divisor de águas para a Europa, tanto em aspectos sociais, quanto econômicos e políticos. A derrubada da monarquia francesa e a decapitação do rei Luís XVI e de sua esposa, Maria Antonieta foi um marco que abalou as monarquias europeias e causou consequências em todo o mundo ocidental. Visto isso, vejamos aspectos associados ao movimento revolucionário: a) Incorreto. A França do século XVIII era marcada pela divisão de Estados, e quem pertencesse ao Terceiro Estado não possuía nenhum direito político, e em contrapartida pagavam muitos impostos na sociedade francesa, porém com as crises do final do século XVIII, uma parcela da nobreza, distante da realeza passou a pagar impostos também. b) Incorreto. O marido de Maria Antonieta era o rei da França, Luís XVI e não Oliver Cromwelll. c) Incorreto. A Declaração do Homem e do Cidadão, propunha acabar com os privilégios tradicionais do Antigo Regime (dos títulos da nobreza) e trazia princípios de igualdade (direito de todos à vida; direito de todos a terem sua propriedade). d) Correto. As mulheres tiveram intenso papel no processo revolucionário francês se destacando na marcha até o Palacio de Versalhes, com cerca de 7 mil revolucionárias, para resolver a questão da “crise do pão”. Além disso, durante a Revolução, elas reivindicaram melhores condições de vida às famílias e igualdade de direitos com os homens. Muitas se alistaram no exército disfarçadas e em 1791 fizeram a Declaração dos Direitos da Mulher. Porém, esta foi ignorada pelos revolucionários, que três anos depois mandaram sua criadora, Olympe de Gouges, para guilhotina. Do ativismo feminino, surgiram organizações específicas, como a Associação das Republicanas Revolucionárias criada em 1793 por Claire Lacombe e Pauline Léon. e) Incorreto. Os jacobinos mobilizam o povo contra os girondinos e não contra os notáveis, que já haviam perdido o poder na França, com o início da revolução. Assim, a única resposta correta é a letra D. Gabarito: B (URCA 2018) “[...] No princípio da década de 1830, entre um terço e a metade da força de trabalho (em todas as classes de trabalho) nas indústrias algodoeiras tinha menos de vinte e um anos de idade. No setor de lãs cardadas, a proporção de jovens era ainda maior. Entre os adultos, bem mais da metade eram mulheres. [....] A força de trabalho adulto nas indústrias têxteis do Reino Unido atingia 191.671 pessoas, das quais 102.812 eram mulheres e apenas 88.859, homens.” (THOMPSON E. P. A formação da Classe Operária. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. V.II p.170) Sobre a situação dos trabalhadores durante a Revolução Industrial Inglesa, pode-se afirmar: t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 121 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial A) O movimento sindical foi inicialmente organizado através do Ludismo que tinha como base de ação reuniões e assembleias pacíficas que reivindicavam melhores condições de vida e direitos para os trabalhadores. B) Em virtude das péssimas condições de vida, progressivamente, houve um retorno dos trabalhadores da cidade para o campo, desacelerandoo processo industrial na Inglaterra em algumas décadas. C) A existência de uma legislação específica protegia os menores de idade e não permitia o trabalho de crianças nas fábricas. D) As cidades, sobretudo, os bairros da classe operária, eram espaços altamente insalubres com péssimas condições de saúde, higiene e moradia. Os baixos salários pagos aos trabalhadores e a péssima alimentação contribuíam para a sua baixa expectativa de vida. E) Por serem mais especializadas, as mulheres eram mais requisitadas para a indústria de trabalho têxtil e, em muitas situações, tinham salários maiores que os homens nas fábricas. Comentários: O texto de Thompson, como seu título traz, aborda a formação da classe operária inglesa no século XIX. Assim, no trecho acima o autor evidencia algumas características das condições de trabalho nas fábricas da Inglaterra no começo do século: o primeiro era que muitos jovens e crianças eram colocados para trabalhar nas Indústrias. Além disso, mais de 50% do proletariado fabril era formado por mulheres. Isso evidencia uma sociedade machista e que não possui nenhum tipo de proteção ao trabalho infantil. Diante disso, passamos as alternativas: a) Incorreto. O ludismo foi um movimento de caráter violento, por se tratar de uma revolta dentro das fábricas, onde as máquinas eram quebradas em forma de protesto ao trabalho exploratório do proletariado inglês no começo do século XIX. b) Incorreto. Em virtude das péssimas condições de vida, os trabalhadores passaram a se organizar em associações e sindicatos, reivindicando mais direitos políticos, como no Cartismo, que exigiu o direito a voto pelas classes mais pobres, para que pudessem eleger representantes para ocupar as cadeiras do Parlamento britânico. c) Incorreto. Essa afirmação vai em contradição com o que o texto evidencia. d) Correto. As condições do trabalho nas cidades, devido sua enorme expansão e vinda em massa de camponeses para as áreas urbanas, fez com que os salários fossem reduzidos a quase zero, enquanto as jornadas de trabalho eram exaustivas. e) Incorreto. As mulheres compunham a maior parte dos operários, pois elas não podiam exercer altos cargos da sociedade inglesa. Gabarito: D (UEA 2010) t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 122 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial A máquina, da qual parte a Revolução Industrial, substitui o trabalhador, que maneja uma única ferramenta, por um mecanismo, que opera com uma massa de ferramentas iguais ou semelhantes de uma só vez, e que é movimentada por uma única força motriz, qualquer que seja sua força. (Karl Marx. O Capital, 1867.) A partir do texto, é correto considerar que a Revolução Industrial (A) aboliu a mão de obra no processo produtivo, provocando desemprego e sofrimentos sociais. (B) aumentou a produção de mercadorias, instituindo uma forma de produção diferente da artesanal. (C) impediu o surgimento de movimentos socialistas, subordinando os operários às máquinas. (D) produziu um quadro de nivelamento econômico entre os países, devido à expansão da industrialização. (E) atenuou as desigualdades sociais, favorecendo a ascensão política da grande massa de trabalhadores industriais. Comentários: Em seu livro do capital, Marx comenta sobre as características da Revolução Industrial. É importante ressaltar que esse processo aconteceu em tempos diferentes em diversos países do mundo, assim gerando desigualdades industriais entre eles. Além disso, com a mecanização e sistematização do trabalho a partir das máquinas, isso possibilitou um aumento na produção, pois um produto que antigamente era feito de maneira artesanal, naquele momento, podia ser feito com tecnologias muito mais avançadas, em uma escala muito maior, em um tempo menor e com menos trabalhadores. Assim, a Revolução Industrial modificou todas as relações produtivas existentes até aquele momento. Isso fez surgir as Indústrias e os trabalhadores, que foram chamados de proletários. Porém, devido ao desenvolvimento do capitalismo sem uma preocupação de como esse crescimento seria feito, isso gerou uma desigualdade social grande entre o proletariado (que possuía a força de trabalho), e a burguesia (que detinha os meios de produção). Com isso, surgiria no século XIX, correntes teóricas, que fariam aparecer movimentos sociais contra essa nova ordem estabelecida pelo capitalismo. Portanto, a única resposta correta é a letra (B). Gabarito: B (UNITINS 2021) Ao longo da história, a relação do indivíduo com o trabalho foi se modificando em conformidade com acontecimentos e valores dos diferentes períodos sociais. Segundo Karl Marx, “uma aranha executa operações semelhantes às do tecelão, e a abelha envergonha mais de um arquiteto humano com a construção dos favos de suas colmeias. Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor abelha é que ele constrói o favo em sua cabeça, antes de construí-lo em cera” t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 123 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial (MARX, Karl. O Capital. Vol. I, tomo 1. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 149- 150). Analise as seguintes afirmativas a respeito do trabalho humano no desenrolar do processo histórico. I - Na Grécia antiga a dignidade do indivíduo estava relacionada à sua capacidade de dedicar- se ao desenvolvimento do pensamento, distanciando-se o mais possível do trabalho manual. II – O desenvolvimento do capitalismo promoveu mudanças nos modos de produção, no comércio, nas relações de trabalho, na lógica da acumulação e do lucro. III - A sociedade medieval desenvolveu a concepção de que o trabalho eleva a condição social do indivíduo e promove sua realização pessoal. IV- A partir da Revolução Industrial, o sentido de trabalho foi sendo estruturado como emprego e se fortaleceu a figura do trabalhador assalariado. É correto o que se afirma em: A) I, II e IV, apenas. B) I e IV, apenas. C) II e III, apenas. D) III e IV, apenas. E) I, II, III e IV. Comentários: O texto aborda um fala de Marx sobre a história do trabalho. Com relação a isso, ele disse que a relação de trabalho entre os indivíduos vai sempre se modificando conforme os períodos e os acontecimentos das sociedades. Assim, vejamos as afirmações e assinalemos as corretas em relação a história das relações de trabalho: I. Correto. O tédio era uma virtude para o exercício da cidadania, uma vez que, com tempo livre, o homem poderia se dedicar ao pensamento da vida na polis, enquanto seus escravos se preocupavam com os trabalhos manuais. II. Correto. Desde que o capitalismo surgiu, ele modificou radicalmente os modos produtivos. Primeiro na passagem do modo de produção artesanal para o manufaturado. Depois quando as manufaturas foram substituídas pelas maquinofaturas (indústrias). III. Incorreta. Durante a época medieval, existia a percepção de trabalho como algo camponês. Acreditava que existiam os que rezavam (clero), os que lutavam (os nobres) e os que trabalhavam (servos). É com base nesses três estamentos, que a sociedade ocidental medieval se estabeleceu. IV. Correto. A Revolução Industrial inaugurou uma nova fase na divisão de trabalhos na sociedade humana. Os empregos passaram a ser todos assalariados e se formou a classe operaria inglesa. Gabarito: A t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 124 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial (UNITINS 2021) A imagem e o texto a seguir fazem referência à Revolução Francesa. Caderno de Terceiro Estado da paróquia de Longey-en-Dunois, França. “Nós, habitantes da paróquia de Longey abaixo-assinados, tendo-nos reunido emvirtude das ordens do Rei, na sexta-feira, dia 6 do presente mês de maio de 1789, resolvemos o que segue: pedimos que todos os privilégios sejam abolidos. Declaramos que se alguém merece ter privilégios e gozar de isenções, são estes, sem contradição, os habitantes do campo, pois são os mais úteis ao Estado, porque por seu trabalho o fazem viver. Que até hoje foram quase os únicos a pagar os exorbitantes impostos de que esta província está carregada”. MATTOSO, Kátia M. de Q. Textos e documentos para o estudo de História Contemporânea. São Paulo: Edusp, 1976. Sobre a Revolução Francesa, analise as afirmativas a seguir e considere V (Verdadeiro) ou F (Falso). ( ) A base ideológica da Revolução Francesa foi o Iluminismo, movimento intelectual que defendia o uso da razão e maior liberdade econômica e política. ( ) São causas da Revolução Francesa a insatisfação popular com a crise econômica e política da França, no final do século XVIII, bem como a grande desigualdade social gerada pela monarquia absolutista. ( ) A Revolução Francesa teve a duração de dez anos e foi encerrada pelo Golpe de 18 de Brumário, quando Napoleão Bonaparte assumiu o poder. ( ) Apesar de sua duração, a Revolução Francesa não influenciou a queda do regime absolutista na Europa. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 125 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial ( ) A Queda da Bastilha, ocorrida em 14 de julho de 1789, em Paris, marcou o início de um ciclo revolucionário conhecido como Revolução Francesa. A opção que apresenta a sequência correta, de cima para baixo, é: A) F, V, V, V e F. B) V, F, V, V e F. C) F, F, V, V e V. D) V, F, V, F e V. E) V, V, V, F e V Comentários: A questão aborda a Revolução Francesa. A imagem é uma pintura muito representativa do movimento revolucionário – durante tomada a Bastilha, em 1789 (essa edificação era um presídio e o símbolo máximo do Absolutismo francês). Além disso, o texto traz depoimentos de cidadãos urbanos de Paris, em meio o levante contra os privilégios do Primeiro e do Segundo Estado francês, que gozavam de isenções fiscais enquanto o Terceiro Estado sustentava majoritariamente o Estado francês por meio de impostos. Assim, de acordo com isso, analisemos as afirmações e marquemos verdadeiro ou falso: I. Correto. O iluminismo foi a base intelectual que fundamentou a Revolução Francesa e a Independência Americana, com preceitos racionais e liberais. II. Correta. A crise econômica e política foi gerada pela má gerencia dos reis Bourbon no Estado francês, em que eles cobravam sobretaxas ao 3º Estado, enquanto concediam isenções de impostos a nobreza e o clero, despertando revolta entre membros da Burguesia comercial francesa e os camponeses, contra o sistema do Antigo Regime. III. Correto. Enquanto a Revolução acontecia e os franceses iam conquistando novos inimigos no exterior, temido pelo processo revolucionário francês, um jovem soldado, chamado Napoleão Bonaparte, aos poucos fui subindo na hierarquia militar. Sua eximia habilidade o fez um líder militar, e em 1799, ele por meio do Golpe de 18 Brumário encerrou de uma vez a Revolução Francesa. IV. Incorreta. Após a Revolução Francesa, nos países vizinhos, ocorreu também um avanço dos processos de derrubada das monarquias absolutistas europeias, em detrimento dos Estados burgueses liberais. V. Correta. A tomada da Bastilha por camponeses iniciou de vez a Revolução na França. Gabarito: E (UNICENTRO 2019) “Para o historiador, todos os acontecimentos, mesmo os remotos, têm atualidade e vida. Mas isso é ainda mais verdadeiro no caso da Revolução Francesa de 1789, que transformou o modo de vida até daqueles que pouco souberam ou sabem sobre ela, até hoje em dia. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 126 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Não será exagero dizer que ela ajudou a dar forma ao mundo ocidental contemporâneo, moldando as instituições e os ideais que nos animam e que consideramos universais.” GRESPAN, Jorge. Revolução Francesa e Iluminismo. São Paulo: Contexto, 2003, p. 9. Sobre a Revolução Francesa é correto afirmar. a) A Revolução Francesa ocorreu em meio a uma crise econômica e foi produto de revoltas de burgueses, camponeses e trabalhadores urbanos. b) A Revolução Francesa é considerada a primeira Revolução Comunista, pois, até hoje, esse sistema molda as instituições no mundo ocidental. c) Foi uma revolução comandada por Napoleão Bonaparte que, influenciado pelo Iluminismo, organizou um golpe de estado contra Luiz XVI. d) A Revolução Francesa foi um movimento caracterizado pelo terror, organizado pelo revolucionário Robespierre, em apoio ao absolutismo de Luiz XVI. e) Trata-se de uma revolução burguesa, inspirada no Iluminismo e comandada por Robespierre, na qual o Czar Nicolau II foi executado na guilhotina. Comentários A Revolução Francesa, que ocorreu entre 1789 e 1799, foi um ciclo revolucionário de grande proporção e influência, inspirado nos ideais do Iluminismo e motivado pela situação de crise que a França vivia no final do século XVIII. Causou profundas transformações e marcou o início da queda de regimes absolutistas na Europa. Na ocasião, a monarquia francesa foi destituída e substituída por uma sucessão de governos revolucionários. Basicamente, a revolução teve três fases nas quais diferentes orientações políticas prevaleceram, sempre marcadas pela rivalidade entre os diferentes grupos que apoiaram a revolução, principalmente entre girondinos e jacobinos. Ainda, a França revolucionária teve que lidar com a pressão de uma coalização liderada pelos Habsburgo e composta por monarquias vizinhas que temiam que a revolução ultrapasse as fronteiras e se espalhasse pela Europa. Foi nessa época que a França se tornou uma república pela primeira vez. Entretanto, os sucessivos governos revolucionários chegaram definitivamente ao fim quando Napoleão Bonaparte aplicou o golpe do 18 Brumário, em 1799 e instituiu um governo centralizado. Com isso em mente, vejamos: a) Correta! Às vésperas da revolução de 1789, a França passa por crises econômica, política e social. O país saiu profundamente endividado e com seus campos devastados da Guerra dos Sete Anos. Mesmo assim, a monarquia continuava tendo gastos exorbitantes com artigos de luxos e obras faraônicas cujo único objetivo era aumentar seu prestígio. Além disso, havia uma política de venda de títulos, na qual nobres e burgueses que atendiam aos interesses da coroa recebiam postos no governo e passavam a pagar menos impostos enquanto a maior parte da população, que já era pobre, paga altas taxas tributárias, cada vez maiores. Havia uma grande desigualdade social e a maioria das pessoas não podia participar da política institucional para tentar mudar os rumos do governo. Lembre-se que nesse momento, a política francesa dividia a sociedade em três estados: nobres e alto clero compunham o 1º e 2º estados, enquanto burgueses, camponeses e o povo em geral t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 127 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial estavam no 3º estado. Acontece que cada estado tinha direito a um voto nas discussões do governo, mesmo que o último abrigasse a maioria esmagadora da população. Ou seja, era praticamente impossível para o povo mudar qualquer coisa pelas vias institucionais, caso não fosse interesse da monarquia e da nobreza. Por isso, por mais que um ou outro burguês mais abastado tenha se aliado ao monarca por meio da compra de títulos, muitos deles continuavam em desvantagem política e econômica com o funcionamento do país daquele jeito. Por essas razões, burgueses,camponeses, trabalhadores urbanos e sans-cullotes (os mais miseráveis) acabaram apoiando o movimento em 1789. Porém, uma vez derrotado o inimigo comum, as diferenças de interesse se explicitaram. b) Incorreta. Realmente, a Revolução Francesa inspirou a teoria marxista e comunista que se desenvolveu a partir do século XIX. Contudo, é um anacronismo considerar esse evento como um fenômeno comunista. Esta palavra nem mesmo existia quando os revolucionários franceses iniciaram sua insurreição. Além disso, o que caracteriza um regime comunista, em teoria, é o controle do governo pelos trabalhadores, enquanto os governos revolucionários franceses contaram com a presença de muitos burgueses que não tinham o mínimo interesse em distribuir riquezas e poder político com o resto da população. c) Incorreta. Napoleão só começou a se destacar a partir de 1792 devido a suas ações como soldado nas lutas contra as monarquias que queriam pôr fim à Revolução Francesa. d) Incorreta. Robespierre era completamente contrário a monarquia e, portanto, a Luiz XVI. Na verdade, ele intensificou a perseguição à todos que criticavam a revolução. e) Incorreta. O Czar era o governante da Rússia, não da França. Não foi ele que foi decapitado, mas sim Luís XVI, rei francês, em 1792. Gabarito: A (UNICENTRO 2019) Para além dos aspectos estritamente econômicos, a Revolução Industrial representou uma mudança social fundamental em outros aspectos da vida dos trabalhadores. Assinale a alternativa que contém as novas características do trabalho industrial. a) Trabalho na agricultura de subsistência com técnicas tradicionais. b) Trabalho familiar e no espaço doméstico, o que permitiu grandes ganhos econômicos para a classe trabalhadora. c) Trabalho comunitário através de mutirões e uma mentalidade religiosa. d) Expansão de uma moral hedonista e aristocrática. e) Proletarização das classes trabalhadoras e submissão do trabalho à disciplina fabril de produção. Comentários A Revolução Industrial foi o período de grande desenvolvimento tecnológico iniciado na Inglaterra, a partir da segunda metade do século XVIII. Se caracteriza por transformações políticas t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 128 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial e tecnológicas de grande impacto na sociedade, sobretudo nos âmbitos do processo produtivo e no estilo de vida dos trabalhadores. Fundamentalmente, essas mudanças causaram uma transformação completa da organização da sociedade, causando impactos no campo produtivo, econômico, social, político e ideológico. Lembre-se que desde o final da Idade Média, os artesãos costumavam se organizar em corporações de ofício, nas quais eles organizavam a educação dos aprendizes e tabelavam os preços de seus serviços e produtos. Nesse esquema, eles detinham a propriedade das ferramentas e o controle sobre o processo produtivo. Era frequente eles trabalharem nas suas próprias casas, ou em oficinas contíguas a elas, e contar com o auxílio de suas famílias durante o trabalho. Conforme as manufaturas cresceram, essa organização do trabalho foi perdendo espaço e se tornando mais rara. Aos poucos, alguns proprietários foram aumentando suas oficinas e contratando mais trabalhadores, o que deram origem às manufaturas. Ainda sem especialização do trabalho, mas já com algumas divisões da atividade produtiva, os artesãos ainda conheciam todas as etapas produtivas. Contudo, esse processo não era muito planejado. Além disso, o fato de os donos das oficinas perceberem que, conforme um trabalhador se especializava ele trabalhava mais rápido, porque a atividade ficava mais aprimorada e mais automática, contribuiu para alterar o processo produtivo. Como na manufatura, as ferramentas pertenciam a um único dono específico que, em geral, fiscalizava e organizava o trabalho realizado pelos seus empregados, algumas delas foram aprimoradas e deram alguma velocidade à produção. Foi nestes lugares que os teares expostos na imagem surgiram e foram utilizados pela primeira vez. A realidade produtiva estava prestes a saltar para a grande escala. As indústrias que surgiram conforme os proprietários aperfeiçoavam as máquinas e o processo produtivo aos seus interesses eram extremamente insalubres para os trabalhadores. A prioridade ali era produzir o máximo possível com o menor custo possível. Portanto, era frequente esses espaços terem pouca iluminação e ventilação, quase nada de segurança e os empregados serem obrigados a trabalhar muitas horas seguidas nessas condições. Assim, também foi tirado deles o controle sobre o ritmo e as condições de trabalho. Além disso, eles também não eram mais os donos das ferramentas, pois estas eram do patrão. Com isso, quem definia o preço do produto final era o empregador, que igualmente estipulava o valor do salário a ser pago. Dessa forma, aos trabalhadores sobrou apenas a propriedade de sua própria força de trabalho que tinham que vender aos capitalistas por salários insuficientes para seu sustento de forma digna. Com isso em mente, vamos às alternativas: a) Incorreto. O trabalho se concentrava na fábrica e as técnicas utilizadas eram formuladas pelos patrões que visavam o aumento da produtividade, menos que a qualidade de cada produto. As máquinas passaram a ditar o ritmo e as habilidades necessárias para a produção. Assim, as técnicas tradicionais foram caindo em desuso. b) Incorreto. O caráter doméstico do trabalho foi desaparecendo conforme manufaturas e indústrias ganharam espaço. Consequentemente, os trabalhadores perderam o controle sobre as ferramentas, o ritmo da produção e seu ganho econômico foi diminuído. c) Incorreto. Não se tratava de trabalho comunitário, mas sim assalariado, no qual o trabalhador vendia seu tempo e força de trabalho ao patrão em troca de uma quantia em t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 129 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial dinheiro, geralmente insuficiente para seu sustento de forma digna. A mentalidade religiosa, no caso cristã não gerava solidariedade dos patrões com seus empregos que eram obrigados a trabalhar em condições precárias e insalubres ou morreriam de fome e desamparo em meio a massa de desempregados. d) Incorreto. Na verdade, ganhou espaço uma mentalidade utilitarista e burguesa. e) Correto! A definição de proletário é aquele que só tem a propriedade de sua própria força de trabalho, a qual precisa vender em troca de um salário para sobreviver. Foi justamente isso que ocorreu na Revolução Industrial. Conforme perdiam suas terras, tornavam-se desempregados e possuíam menos recursos para adquirir suas próprias ferramentas não lhes restava muitas opções. Assim, restava-lhes se submeter ao trabalho extenuante das fábricas onde eram obrigados a trabalhar em péssimas condições por baixos salários, no ritmo ditado pelas máquinas e pelos patrões. Gabarito: E (UNITAU 2015) Os fatos abaixo, numerados de I a V, referem-se às fases da Revolução Francesa e seus principais acontecimentos. I. É aprovada a Constituição Civil do Clero que estabelece a transformação de seus membros em funcionários civis do Estado. II. Os camponeses da região da Vendeia rebelam-se contra o alistamento obrigatório. Disso se aproveitaram o clero refratário e os monarquistas, para insuflar a contrarrevolução. III. É eleita a Assembleia Legislativa, composta na maioria por membros da alta burguesia, favoráveis à manutenção da monarquia constitucional. IV. A Conjura dos Iguais, movimento popular liderado por Graco Babeuf, propõe a tomada do poder à força e o fim da propriedade privada. V. Forma-se a primeira coligação das forças absolutistas contra a França, integrada por Inglaterra, Áustria, Prússia, Espanha, Holanda, Sardenhae Rússia. Identifique a alternativa que apresenta, na sequência CORRETA, os fatos que se relacionam e correspondem às fases: a) I - Segunda fase (Monarquia constitucional); II – Segunda fase (Monarquia constitucional); III - Primeira fase (Assembleia Nacional Constituinte); IV – Quarta fase (Diretório); V - Terceira fase (Convenção Nacional – República). b) I – Primeira fase (Assembleia Nacional Constituinte); II – Terceira fase (Convenção Nacional – República); III – Segunda fase (Monarquia constitucional); IV – Quarta fase (Diretório); V - Terceira fase (Convenção Nacional – República). t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 130 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial c) I – Quarta fase (Diretório); II – Primeira fase (Assembleia Nacional Constituinte); III - Quarta fase (Diretório); IV – Primeira fase (Assembleia Nacional Constituinte); V - Terceira fase (Convenção Nacional – República). d) I – Terceira fase (Convenção Nacional – República); II - Terceira fase (Convenção Nacional – República); III – Quarta fase (Diretório); IV – Quarta fase (Diretório); V – Primeira fase (Assembleia Nacional Constituinte). e) I – Primeira fase (Assembleia Nacional Constituinte); II – Terceira fase (Convenção Nacional – República); III – Segunda fase (Monarquia constitucional); IV – Quarta fase (Diretório); V - Primeira fase (Assembleia Nacional Constituinte). Comentários Para responder corretamente a esta questão, é necessário fazer uma contextualização cronológica dos fatos. A Revolução Francesa, que ocorreu entre 1789 e 1799, foi um ciclo revolucionário de grande proporção e influência, inspirado nos ideais do Iluminismo e motivado pela situação de crise que a França vivia no final do século XVIII. Causou profundas transformações e marcou o início da queda de regimes absolutistas na Europa. Assim, o item I, sobre a Declaração Civil do Clero, aprovada em 1790, medida legal promoveu a separação do Estado e da Igreja, se situa na Primeira fase, em decorrência da Assembleia Constituinte. Na Segunda fase, é eleita a Assembleia Legislativa, entre 1789-1792. Na Terceira fase, é formada a Primeira Coligação de Nações Absolutistas, um esforço conjunto de diversas monarquias europeias contra a França revolucionária, quando a República Francesa formalmente declarou guerra contra a monarquia de Habsburgo em 20 de abril de 1792. Ainda nessa fase, no ano seguinte, ocorre A Revolta da Vendeia de 1793, quando artesãos e camponeses se insurgiram contra a Revolução e a burguesia das grandes cidades e a favor da Igreja católica e do sistema monárquico, recebendo o apoio da aristocracia. Por fim, na Quarta fase (Diretório), em 1796, tem início a Conjura (ou Conspiração) dos Iguais, que propunha a comunidade dos bens e do trabalho cuja a atenção era voltada ao alcançar a igualdade efetiva entre os homens. Veja de uma forma mais ilustrativa: I. É aprovada a Constituição Civil do Clero que estabelece a transformação de seus membros em funcionários civis do Estado. Primeira fase (Assembleia Nacional Constituinte); III. É eleita a Assembleia Legislativa, composta na maioria por membros da alta burguesia, favoráveis à manutenção da monarquia constitucional. Segunda fase (Monarquia constitucional); II. Os camponeses da região da Vendeia rebelam-se contra o alistamento obrigatório. Disso se aproveitaram o clero refratário e os monarquistas, para insuflar a contrarrevolução. Terceira fase (Convenção Nacional – República); V. Forma-se a primeira coligação das forças absolutistas contra a França, integrada por Inglaterra, Áustria, Prússia, Espanha, Holanda, Sardenha e Rússia. Terceira fase (Convenção Nacional – República) t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 131 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial IV. A Conjura dos Iguais, movimento popular liderado por Graco Babeuf, propõe a tomada do poder à força e o fim da propriedade privada. Quarta fase (Diretório); Portanto, a alternativa correta é a letra “b”. Gabarito: B (UNCISAL 2020) Revolução Industrial é um termo geral, largamente usado para descrever um conjunto de mudanças tecnológicas e organizacionais que foram consideravelmente além daquele que é o aspecto mais bem conhecido destas: a invenção de máquinas motorizadas. DAVIES, Norman. Europe: a history. London: Pimlico, 1997, p. 679 (tradução livre). Além da “invenção de máquinas motorizadas”, outras inovações técnicas e/ou organizacionais características da primeira fase da Revolução Industrial (1760-1840) na Europa ocidental foram A) o arado e o moinho hidráulico. B) a automação da produção e a prensa de tipos móveis. C) o beneficiamento do ferro e o trabalho artesanal doméstico. D) o motor de combustão interna e a adição do petróleo à matriz energética. E) a iluminação a gás e a adoção do carvão mineral como importante fonte de energia. Comentários: Como Davies menciona, a Revolução Industrial trouxe um conjunto de mudanças tecnológicas e organizacionais para as sociedades europeias do final do século XVIII e início do século XVIII. Entre elas, as máquinas motorizadas, como a máquina a vapor. Porém, outras ferramentas desenvolvidas durante esse tempo foram: a) Incorreto. Esses avanços tecnológicos surgiram na Idade Média. b) Incorreto. A automação da produção só ocorreria tempos depois da Primeira Revolução Industrial. c) Incorreto. O trabalho artesanal não tem relação com a Revolução Industrial, uma vez que o trabalho passou a ser industrializado, ao invés de manufaturado. d) Incorreto. O petróleo ainda não era usado durante a Revolução Industrial. e) Correto. O carvão mineral e o gás foram os grandes impulsionadores do desenvolvimento das indústrias e das cidades inglesas ao longo do século XIX, como fonte de luz. Gabarito: E (UNCISAL 2018) “Estevão inclinou-se sobre o tear, calmo, atento e laborioso. Como todos os homens da floresta de teares, onde trabalhava, Estevão formava contraste estranho com o rumor, o barulho e a t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 132 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial agitação das peças do mecanismo a que fora destinado”. O excerto apresentado é do livro Tempos Difíceis, de Charles Dickens, publicado em 1854 e relançado no Brasil em 2014. Nessa ficção, Dickens retrata o impacto da Revolução Industrial sobre a vida da população inglesa do século XIX. Em relação a esse contexto, assinale a alternativa correta. (A) A Revolução Industrial é um fenômeno histórico, iniciado na França, que impactou toda a Europa no século XVIII e XIX. (B) A Revolução Industrial teve na Inglaterra seu início, devido a diversos fatores. Dentre eles, está o fato de a Inglaterra possuir uma monarquia que adotava medidas que contribuíam com o desenvolvimento de uma burguesia mercantil desde o século XVII. (C) O saber do trabalhador ficou mais complexo a partir da Revolução Industrial, pois ele precisou conhecer todas as etapas da produção, diferentemente do período anterior, no qual ele estava submetido a um processo de especialização do seu saber. (D) Adaptar-se ao trabalho nas fábricas foi uma atividade fácil para a população inglesa do século XVIII, visto que a dinâmica da fábrica utilizava a mesma concepção de tempo que o trabalhador tinha ao trabalhar no campo. (E) A Revolução Industrial Inglesa permitiu a inserção das mulheres no mercado de trabalho, propiciando a elas as mesmas condições de trabalho e os mesmos direitos que os homens. Comentários: A Revolução Industrial foi um movimento histórico surgido na Inglaterra na segunda metade do século XVIII, impulsionada pelas reformas no Parlamento inglês,no século anterior, que garantiram as burguesias locais maior desenvolvimento e respaldo para o seu crescimento. Isso fez com que houvesse transformações significativas nas cidades e nos modos produtivos de trabalho, eles se tornavam mais especializados para que se pudesse produzir mais. Isso atraiu muitos camponeses para o meio urbano, porém o crescimento surreal da população urbana, gerou graves problemas sociais, umas vezes que o trabalho assalariado era muito baixo, devido a enorme quantidade de pessoas, e as jornadas eram exaustivas e exploratórias. Ademais, sobre o assunto, olhemos qual a alternativa está correta: a) Incorreto. Ela foi iniciada na Inglaterra. b) Correto. Como falado nos comentários, as reformas na política inglesas vindas pela Revolução Puritana e Gloriosa, proporcionaram a classe mercantil burguesa uma maior autonomia e um maior poder para seu desenvolvimento. c) Incorreto. A partir da Revolução Industrial o trabalhador não necessitava mais conhecer todo o processo produtivo para a fabricação do produto. A especialização do serviço fez com que os trabalhadores das manufaturas pudessem produzir mais. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 133 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial d) Incorreto. A mesma dinâmica que o trabalhador tinha no campo, era algo surreal para o ambiente urbano. Isso gerou uma difícil adaptação as jornadas exaustivas, que gerou revolta entre os operários contra as más condições de trabalho e vida da população. e) Incorreto. As mulheres durante a Revolução Industrial ainda sofrerem com o machismo e o preconceito de gênero, muito presente na sociedade inglesa daquele momento. Gabarito: B (UNAERP 2020) No século XVIII, no contexto comercial inglês, um conjunto de atos administrativos que ficaram conhecidos como Enclosure Acts, ou Leis dos Cercamentos, contribuiu de maneira decisiva para o que mais tarde ficaria conhecido como a revolução industrial inglesa. Os Enclosure Acts a) instituíam que as terras consideradas de uso público, de fato ou direito, ocupadas então por camponeses, passassem a ser reconhecidas como propriedade de um nobre local. b) estabeleciam que as terras nobiliárquicas, que ainda tratavam o camponês em regime de trabalho servil, fossem disponibilizadas para a produção de algodão, a matéria-prima para a produção de tecidos. c) estabeleciam que os camponeses deveriam obrigatoriamente produzir algodão. Dessa forma, sem condições de competir com os grandes produtores algodoeiros americanos, deixaram o campo, provocando êxodo rural. d) instituíam que as terras ocupadas por camponeses que viviam de sua subsistência deveriam, imperativamente, ser arrendadas ou concedidas à Coroa que, por sua vez, através de cartas de doação, as concederia a produtores de seda. e) instituíam a divisão das grandes propriedades em pequenas. Isso levou à redução da produtividade e, consequentemente, à capacidade de concorrência dos pequenos proprietários rurais frente aos grandes latifúndios das nobrezas locais. Comentários A Revolução Industrial alterou de maneira profunda o mundo após seu desenvolvimento na Inglaterra, principalmente a partir do século XVIII. A expansão urbana e industrial do capitalismo, que teve por base a exploração do trabalho assalariado por proprietários e detentores dos meios de produção, se espalhou por diversos países e levou uma boa parcela de camponeses aos centros urbanos, em busca de trabalho. Nesse período, o Estado passa a ver a terra como mercadoria geradora de lucros, e através da Lei dos cercamentos (Enclosure Acts), as privatizam e comercializam. A prática dos cercamentos de terras esteve na base do surgimento do capitalismo, contribuindo para a formação da burguesia e do operariado, gerando condições para o desenvolvimento da Revolução Industrial e da Revolução Agrícola na Inglaterra. Essas duas revoluções são pontos fundamentais para compreensão da expansão que o capitalismo conheceu a partir do século XVIII. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 134 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial a) Verdadeira! Proprietários com espírito comercial monopolizavam a terra através da Lei dos Cercamentos (Enclosure Acts), que foi uma crescente ação de privatização de terras de uso comum dos camponeses, conduzida por poderosos senhores locais. A zona rural inglesa que era caracterizada pelo openfield (o campo aberto, sem vedação), ou terras comunais, passou a ter sua exploração nos campos fechados, cercados. b) Falso. A partir do século XVII, na Inglaterra, passou a realizar o fechamento dos campos abertos ou pastos comuns mediante o cercamento das terras. Esse processo provocou a substituição de lavouras por pastagens para a produção de lã, culminando na ruína dos camponeses, que antes habitavam essas terras e nelas produziam e sua migração maciça para as cidades em busca de trabalho na crescente indústria. c) Falso. Com a concentração de poder nas mãos de uma minoria de proprietários capitalistas, aumentou o número de camponeses despojados de suas terras. O foco desse movimento, era a produção de lã para indústria. Sem opções de sobrevivência, os outrora camponeses foram para as cidades, para o trabalho mecanizado, elevando a quantidade de mão de obra barata. O processo dos cercamentos levou ao empobrecimento uma população estável. Essa massa de desempregados foi contratada como operários pelos burgueses industriais, sendo explorados nas fábricas com baixos salários e jornadas exaustivas de trabalho d) Falso. Os cercamentos foram, na verdade, leis promulgadas pelo governo inglês que favoreceram os latifundiários em detrimento dos pequenos proprietários, camponeses, que foram expulsos de suas terras. Gabarito: A (UNAERP 2020) Na Europa, entre as últimas duas décadas do século XVIII e nas primeiras três do século XIX, surgiu um estilo artístico conhecido como Neoclassicismo, com uma nova tendência estética que prevaleceu nas criações dos artistas da época, expressando os valores próprios de uma nova e fortalecida burguesia. Assinale a opção que expressa um fato histórico que influenciou esse estilo artístico. a) A segunda fase da Revolução Industrial, no século XVII, revelando um estilo estético de arte aplicado à indústria. b) A Contrarreforma italiana, do início do século XVII, que trouxe consigo à estética do alto Renascimento e do maneirismo. c) A Revolução Francesa, em 1789, símbolo da queda do Antigo Regime, que expressou um estilo inclinado ao culto à natureza e à imaginação. d) As escavações arqueológicas em Pompeia e Herculano, descobertas em 1748, que ofereceram a primeira visão da arte romana bem preservada. e) A descoberta da Pedra de Roseta, durante a expedição francesa ao Egito, em 1799, quando seus painéis revelaram o sofisticado estilo de vida da elite egípcia. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 135 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Comentários O Neoclassicismo representa um movimento artístico e cultural surgido no século XVIII na Europa e se espalhando pelo mundo, até meados do século XIX. Foi um movimento de oposição ao Barroco, baseado em ideais clássicos. a) Falso. O Neoclassicismo surge após a Revolução Francesa (1789), no início da Revolução Industrial e no contexto do Iluminismo, inspirados nas artes greco-romana e renascentista, no realismo e no racionalismo das obras. b) Falso. O Neoclassicismo foi um movimento cultural nascido na Europa em meados do século XVIII, que teve grande influência na arte e cultura ocidentais, até meados do século XIX. Inspirado pelos ideais iluministas e em um renovado interesse pela culturada Antiguidade Clássica, surge como uma reação contra os excessos dramáticos do Barroco, considerado como o estilo correspondente ao absolutismo e à Contrarreforma. c) Falso. O Neoclassicismo foi apenas um movimento artístico e cultural, que refletiu as mudanças ocorridas com ascensão da burguesia. Este estilo procurou expressar e interpretar os interesses da burguesia na época da Revolução Francesa e do Império Napoleônico, mas também refletiu muitos dos valores políticos e cívicos do Estado. d) Verdadeira! As escavações de Herculano e Pompeia, duas antigas cidades romanas soterradas por uma erupção do vulcão Vesúvio, começaram a ser realizadas entre 1738 e 1748. Embora não tenham encontrado grandes obras-primas, foram descobertos inúmeros artefatos que contribuíram para a recriação de aspectos do cotidiano romano, até então incógnitos. Contudo, esse fato não foi o único que possibilitou o surgimento do Neoclassicismo. Desde o Renascimento italiano, a arte greco-romana tem sido recuperada e explorada. Já no século XVIII, intelectuais italianos e alemães, como Goethe, louvaram ainda mais a arte clássica, sobretudo a grega, restaurando uma arte idealista, que deveria servir como modelo. e) Falso. Descoberta em 1799 pela expedição francesa ao Egito liderada por Napoleão Bonaparte, a Pedra de Roseta, cujo texto foi fundamental para a compreensão hieróglifos egípcios, deu início a um novo ramo do conhecimento, a egiptologia. Apesar de ser um artefato da antiguidade, pouco tem a ver com o movimento neoclássico. Gabarito: D (UNIRV 2018) A Revolução industrial foi um conjunto de mudanças que aconteceu na Europa nos séculos XVIII e XIX. A principal particularidade dessa revolução foi a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das máquinas. O texto acima escreve sobre a Revolução Industrial. Sobre os acontecimentos na Revolução Industrial, Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as alternativas. a) ( ) Ao longo do século XIX a consolidação do capitalismo tornaria as condições de vida e de trabalho do nascente proletariado extremamente importantes e, principalmente, com a t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 136 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial formação das associações internacionais dos trabalhadores, percebeu-se uma estreita relação entre o marxismo, o movimento operário europeu e o capitalismo. b) ( ) O ludismo traduz as primeiras manifestações de resistência da nascente classe operária que ocupou os últimos anos do século XVIII e os primeiros do século XIX. O movimento cartista, movimento operário que surgiu na primeira metade do século XIX, não se constituiu um fato isolado, pois foi precedido de greves, motins, insurreições e outras manifestações da classe operária. c) ( ) As mudanças promovidas pela Primeira Revolução Industrial ocorreram em vários âmbitos. Na esfera da produção, os três setores mais atingidos foram: a mineração de carvão, a indústria têxtil e a siderurgia. d) ( ) Os meios de produção no sistema capitalista não podem ser apenas máquinas, as ferramentas, as instalações físicas, as fontes de energia, os meios de transporte e a tecnologia em produtos e processos, pois incluem a discussão em torno do socialismo utópico. Comentários Revolução Industrial, provocou milhares de mudanças no cotidiano dos indivíduos europeus a partir do século XVIII. O desenvolvimento industrial e tecnológico, o êxodo rural, o crescimento das cidades e o surgimento de novas classes sociais, como o operariado, são exemplos mais evidentes dessas transformações. a) Falsa. As teorias socialistas e anarquistas influenciaram diretamente os líderes de movimentos proletários contra as contradições do sistema capitalista, principalmente as teses marxistas que propunham a revolução do proletariado para superar o estágio capitalista e passar para uma sociedade comunista onde não haveria uma sociedade economicamente desigual. b) Verdadeira! O ludismo foi um movimento de trabalhadores que se uniram e revoltaram-se contra a industrialização e a precarização do trabalho, no princípio da Revolução Industrial, pois acreditavam ser a tecnologia a razão do desemprego e da miséria. Já o movimento cartista, juntamente com os trade unions, primeiros sindicatos de trabalhadores, elaborou em 1838, a chamada Carta do Povo, que reivindicava, entre outras coisas, o direito ao sufrágio universal secreto, que daria liberdade de voto a qualquer pessoa adulta, independente da situação econômica; o direito dos trabalhadores em participar do Parlamento; a limitação dos mandatos políticos e a diminuição da jornada de trabalho. Assim, ambos os movimentos surgiram como consequência direta das transformações causadas nas relações de trabalho e na qualidade de vida do trabalhador inglês. c) Verdadeira! Essas são as quatro características mais importantes da Primeira Revolução Industrial: o carvão mineral, que era fonte de energia; a máquina à vapor, que usava energia mecânica; o ferro, utilizado para construir máquinas, navios, locomotivas e a indústria têxtil, que foi a principal indústria dessa época. d) Falsa. O capitalismo é um sistema econômico que visa ao lucro e à acumulação das riquezas, baseado na propriedade privada dos meios de produção. Os meios de produção podem t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 137 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial ser máquinas, terras, ou instalações industriais, por exemplo, e eles possuem a função de gerar renda por meio do trabalho. Há duas classes sociais principais nesse sistema: os capitalistas (ou burgueses) e os proletários (ou trabalhadores). Os capitalistas são os donos dos meios de produção, que empregam os trabalhadores e a eles pagam salários. Os proletários, por sua vez, oferecem sua mão-de-obra para realizar determinado trabalho em troca de uma remuneração. Podemos dizer que o capitalismo é o oposto do socialismo, pois este defende a propriedade social dos meios de produção – não a propriedade privada. Já o socialismo utópico, diz respeito a uma corrente do socialismo, do início de século XIX, que desejava expandir os princípios da Revolução Francesa para criar uma sociedade mais racional, baseada no entendimento científico, na qual a implantação do sistema socialista ocorreria de forma lenta e gradual, estruturada no pacifismo, e até mesmo partindo da própria burguesia, sendo assim, criticados por opositores marxistas. Gabarito: F – V – V – F (UNIRV 2019) No final do século XVIII, a Inglaterra adentrou um processo de transformações econômicas e sociais que mudariam completamente a dinâmica da economia mundial e moldaria a Idade Contemporânea. Sobre a Revolução Industrial, assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as alternativas. a) (V) O Reino Unido e mais precisamente a Inglaterra foram palco da Revolução Industrial devido ao acúmulo de uma série de fatores. As revoluções inglesas, que resultaram, já na década de 1680, em uma monarquia parlamentar de cunho liberal, e tratados comerciais vantajosos como Methuen (1703), foram dois desses fatores. b) (V) As primeiras etapas da Revolução Industrial não envolviam avanços tecnológicos, mas a transformação na dinâmica do trabalho, mudando o foco da encomenda para o estoque e o trabalho autônomo pelo especializado. Isso esboça-se claramente nas teorias de Taylor sobre a produtividade. c) (V) A Revolução Industrial ocasionou mudanças sociais drásticas, pois ao contrário do artesão que dominava todo o processo produtivo, o operário é alienado do processo pela especialização. Essa condição vulnerabilizava o trabalhador que passou a depender da estrutura fabril para sobreviver, tornando o desemprego uma ameaça à estabilidade social dos grandes centros urbanos.d) (F) A Revolução Industrial comprovou a eficácia do modelo econômico liberal, que garantindo a estabilidade econômica só foi ameaçado pelas ditaduras socialistas na metade do século XX. Comentários A Revolução Industrial foi o período de grande desenvolvimento tecnológico iniciado na Inglaterra, a partir da segunda metade do século XVIII. Se caracteriza por transformações políticas e tecnológicas de grande impacto na sociedade, sobretudo nos âmbitos do processo produtivo e no estilo de vida dos trabalhadores. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 138 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial a) Verdadeira! As revoluções Puritana, de 1640, e a Gloriosa, de 1688, podem ser consideradas como partes de um mesmo processo de conflito entre o absolutismo e o liberalismo, entre o poder do rei e o do Parlamento, tendo como resultado o estabelecimento da monarquia parlamentar. Já o Tratado de Methuen, conjunto de medidas acordadas entre ingleses e portugueses, resultou em um imenso acúmulo de capital para os primeiros, enquanto acabou por limitar gravemente a economia dos segundos, que ficou impedida de diversificar a sua agricultura e estabelecer acordos comerciais com outros países. Concomitantemente, o consumo em grande escala de tecido inglês tornava Portugal uma das nações mais endividadas da época. b) Verdadeira! Surgido em meados do séc. XIX, o taylorismo foi uma forma de organização de trabalhadores no processo de produção, adotando métodos de trabalho considerados científicos e mais eficientes, o que revolucionou a indústria. As principais características desse modo de organização estão relacionadas com a maximização da produção atrelada ao máximo aproveitamento da mão de obra e com o surgimento dos princípios da administração científica. c) Verdadeira! Antes da Revolução Industrial, os trabalhadores exerciam suas funções de modo independente e atuavam nas mais variadas etapas que envolviam a produção de uma determinada riqueza. Ao dominarem todas as etapas do processo de fabricação, reconheciam e determinavam o valor a ser pago pelas várias funções que desempenhavam. Assim que as indústrias passaram a dominar o processo de produção, notamos que a tecnologia empregada não só determinava a redução dos custos e a ampliação dos lucros da empresa. Cada vez que novas máquinas eram criadas, milhares de trabalhadores eram dispensados das fábricas e aqueles que permaneciam eram designados a realizar uma mesma ação cada vez mais específica do processo de produção. Vivenciando a rotina de uma função que poderia ser exercida por qualquer outra pessoa e percebendo a existência de vários desempregados interessados em exercer aquela mesma função, o operário concordava em receber um baixo salário pelo seu trabalho. d) Falsa. O liberalismo econômico consiste no entendimento de que o Estado não deve interferir na economia, pois essa deve ser feita a partir da livre iniciativa dos cidadãos, livres para produzir e fazer comércio, responsáveis por si mesmos. Com a Revolução Industrial e o desenvolvimento do capitalismo industrial, a burguesia almejava produzir mais, lucrar mais e expandir a propriedade privada. O liberalismo clássico mostrou-se ineficaz no início do século XX, após o advento de crises, como a Grande Depressão de 1929, com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque. O cenário foi de desemprego geral e péssimas condições de vida e trabalho para a classe operária europeia e estadunidense (principalmente), mas também para as classes operárias de outros países fora dos grandes eixos industriais. O socialismo havia inspirado a formação de organizações sindicais, que organizaram grandes greves contra a exploração dos trabalhadores por parte da burguesia, algo comum dentro da doutrina liberal. Esse cenário fez com que governantes e economistas revissem o liberalismo clássico no século XX. Gabarito: V – V – V – F t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 139 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial (CÁSPER LÍBERO 2013) Sobre a Revolução Francesa iniciada em 1789, é correto afirmar que: a) foi longamente preparada pelo ciclo revolucionário ocorrido na Inglaterra no século XVII, o que explica o apoio que esse país prestou aos revoltosos franceses. b) tratou-se, principalmente, de uma revolução cultural, ápice do desenvolvimento do chamado Iluminismo. c) não foi devidamente percebida como um movimento relevante por seus contemporâneos, ganhando importância apenas retrospectivamente, com o início da Revolução de 1848. d) não implicou mudanças significativas na ordem societária dominante no mundo ocidental. e) apresentou diferentes fases, desembocando em um contexto monárquico, antirrevolucionário e reacionário, representado pelo Congresso de Viena. Comentários A Revolução Francesa, que ocorreu entre 1789 e 1799, foi um ciclo revolucionário de grande proporção e influência, inspirado nos ideais do Iluminismo e motivado pela situação de crise que a França vivia no final do século XVIII. Causou profundas transformações e marcou o início da queda de regimes absolutistas na Europa. Na ocasião, a monarquia francesa foi destituída e substituída por uma sucessão de governos revolucionários. Basicamente, a revolução teve três fases nas quais diferentes orientações políticas prevaleceram, sempre marcadas pela rivalidade entre os diferentes grupos que apoiaram a revolução, principalmente entre girondinos e jacobinos. Ainda, a França revolucionária teve que lidar com a pressão de uma coalização liderada pelos Habsburgo e composta por monarquias vizinhas que temiam que a revolução ultrapasse as fronteiras e se espalhasse pela Europa. Foi nessa época que a França se tornou uma república pela primeira vez. Entretanto, os sucessivos governos revolucionários chegaram definitivamente ao fim quando Napoleão Bonaparte aplicou o golpe do 18 Brumário, em 1799 e instituiu um governo mais centralizado. Com isso em mente, vejamos: a) Errado. Apesar das revoluções inglesas do século XVII terem influenciado a opção dos franceses pela revolução, a Inglaterra não os apoiou. Porém, vale destacar que os dois episódios tinham em comum a popularização das ideias iluministas, que defendiam a igualdade jurídica, as liberdades individuais, o liberalismo (político e econômico) e o fim do absolutismo. A Inglaterra acabou solapando o absolutismo por meio da instalação de uma monarquia parlamentarista. Porém, entre os revolucionários franceses não houve consenso sobre isso. Apenas os girondinos (alta burguesia) e uma parcela dos nobres que perdeu seus privilégios fiscais nas reformas impostas por Luís XVI apoiavam a monarquia parlamentarista. Os jacobinos, cordeliers (pequena burguesia e profissionais liberais), camponeses, assalariados e sans-cullotes apoiavam a radicalização da democracia a instauração de uma república. Apesar de inicialmente a Assembleia Nacional Constituinte ter proclamado a monarquia parlamentarista, os rumos subsequentes foram cada vez mais pendendo para a radicalização contra qualquer possibilidade de retorno da Coroa ao poder. Quando o rei francês foi condenado e executado em 1793, a Inglaterra passou a t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 140 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial fazer coro às ameaças de invasão e embargos contra a França junto de outras monarquias europeias. b) Errado. A revolução teve uma dimensão cultural, sobretudo no que diz respeito a autoridade da Igreja no Estado e na educação. Contudo, foi principalmente uma revolução social e política, pois foi nessas instâncias da vida em sociedade que ocorreram as maiores transformações. c) Errado. ARevolução Francesa iniciada em 1789 foi considerada relevante desde o momento de sua deflagração. Extremamente violenta, alterou completamente a conjuntura política e social na França, ao tentar pôr fim ao Antigo Regime. Tanto é que várias monarquias europeias que se aliaram para pressionar os revolucionários a restaurarem a coroa francesa. d) Errado. O processo revolucionário francês implicou mudanças drásticas para a ordem social dominante até então, isto é, o Antigo Regime. Na França, ele quase foi extinto nesses 10 anos de governos revolucionários. Muitos nobres, girondinos e todos aqueles críticos à revolução tiveram suas vidas ceifadas na guilhotina e seus bens e propriedades confiscados. A igualdade jurídica permitiu que os privilégios das classes dominantes perante a lei fossem abolidos. O fim da divisão do legislativo francês em três estados também mudou o equilíbrio político até então dominante que favorecia decisões à favor da monarquia, da nobreza feudal e do alto clero. e) Certo! Os historiadores costumam dividir o período revolucionário na França em três fases: 1) Assembleia Nacional Constituinte (1789-1792); 2) República ou Convenção (1792-1795); 3) Diretório (1795-1799). Uma vez deflagrada a revolução, as rivalidades de interesse entre os grupos sociais que apoiaram inicialmente o movimento começaram a se explicitar, principalmente entre girondinos e jacobinos. Havia aqueles partidários da instalação de uma monarquia parlamentarista; outros que queriam uma república na qual apenas os proprietários tivessem direitos políticos; e muitos que defendiam uma democracia radical, na qual o voto masculino deveria ser universal. Os governos revolucionários tiveram que lidar com um contexto de grande instabilidade, por essas razões e pelas dificuldades impostas pelas monarquias vizinhas que queriam sabotar a experiência revolucionária. Assim, em 1799 Napoleão Bonaparte liderou o golpe do 18 Brumário apoiado sobretudo pelos girondinos, dando fim à Revolução. Gabarito: E (UFMS 2020) Leia o texto a seguir. “A Revolução conquistou o mundo. Apesar das santas alianças e dos sistemas de intervenção, os despotismos pereceram um após outro, as Constituições multiplicaram-se, as servidões t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 141 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial esfumaram-se, os povos oprimidos libertaram-se, unificados em nações. Que país se poderá gabar de nada dever ao espírito desta revolução? O próprio centro da Revolução é vítima de uma curiosa reação quando, em 1813, aquele que lhe arrebata a liberdade e quer dar ordens à Europa encontra pela frente os povos conduzidos ao combate em nome da liberdade. Obra da burguesia, a Revolução redundou em proveito da burguesia. Na direção da administração pública, ela substitui-se à aristocracia, classe vencida. Instruída, exercitada na prática dos negócios, a burguesia, em face da massa ignorante, é a única que pode fornecer quadros à nova ordem. Com isto ganha estipêndios elevados, prestígio e um gosto real pelas funções públicas. Em vão o Terror limita o seu concurso: o Termidor devolve-lhe os lugares perdidos; e, de fato, sob os regimes ulteriores, conservá-los-á. Por outro lado, é ela a grande beneficiária de bens nacionalizados; e, favorecida pela desvalorização do papel-moeda, realiza um bom negócio. [...] Esta Revolução tem o seu quinhão de horrores; mergulha na guerra, outro horror; os princípios são menosprezados, renegados até. Por fim volta a trazer à cena política o despotismo a maior desgraça para a liberdade; e, prometendo a igualdade, consente que uma classe se substitua a outra, deixando que a nova privilegiada regateie a emancipação da que continua subordinada.” (Fonte: NICOLLE, Paul. Coleção Europa-América. Lisboa: Ed. Europa-América, 1975. p. 120-121. Adaptado). Qual é a revolução tratada pelo fragmento de texto? a) Revolução Industrial. b) Revolução Bolchevique. c) Revolução Gloriosa. d) Revolução Americana. e) Revolução Francesa. Comentários O final do século XVIII e ao longo do XIX, o mundo passou por várias revoluções em diversos lugares. Todas elas foram grandemente influenciadas pelos ideais do iluminismo e do liberalismo, consequentemente, pelos valores burgueses. Assim, a descrição feita pelo autor do texto parece até bastante genérica, pois se torna difícil apontar qual das tantas revoluções se trata. Contudo, alguns detalhes nos ajudam a nos situar. Em primeiro lugar, o autor menciona que “as santas alianças” não foram capazes de conter a revolução. Ora, Santa Aliança é o nome que recebeu a coalização feita pelas monarquias absolutistas europeias para enfrentar a França comandada por Napoleão, em 1815. O autor fala em alianças no plural, porque não havia sido a primeira vez que as monarquias haviam se unido contra os franceses. Na verdade, elas começaram a fazer isso com a Revolução Francesa, ocorrida a partir de 1789. Os monarcas, principalmente os que faziam fronteira com o território francês, queriam impedir que a revolução ultrapassasse as fronteiras. Inclusive, eles organizaram bloqueios econômicos para que a França revolucionária não pudesse prosperar economicamente e fosse obrigada a restaurar sua monarquia, de modo que a ideia de revolução ficasse descredibilizada. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 142 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Outros elementos reforçam que é desse evento que o texto fala. A Revolução Francesa teve várias fases e diferentes regimes de governo, nos quais se destacava a rivalidade entre os girondinos (burgueses mais ricos) e os jacobinos (pequeno-burgueses). Justamente, durante a segunda fase da revolução, quando a república se consolidava como regime, essa rivalidade alcançou seu auge. Em 1793, os jacobinos conseguiram mais espaço no poder e radicalizaram a situação. Eles eram completamente contra a restauração de uma monarquia, mesmo que fosse parlamentarista, e defendiam a maior participação do povo na política instituição. Nesse ponto, os jacobinos fizeram muitos inimigos. A coalização das monarquias absolutistas, comandada pelos Habsburgo, continuava dificultando o desenvolvimento da nova República e, agora, boa parte dos girondinos se somavam aos críticos da revolução. Com isso, o líder dos jacobinos, Maximilien Robespierre, radicaliza o combate aos inimigos da revolução, por meio do Tribunal Revolucionário que lhe permite perseguir e executar seus opositores na guilhotina. O problema é que, com conflitos, crises e situação econômica desfavorável, não seria possível conviver sem críticas. Para Robespierre, praticamente todas as críticas eram contrárias à Revolução. Como consequência, instalou-se a fase do Terror Jacobino, ou Terror Vermelho, entre julho de 1793 a julho de 1794. Nesse período, vigorou a Lei dos Suspeitos, que ampliou a jurisdição do Tribunal Revolucionário. Por essas razões, o texto só pode estar se referindo à Revolução Francesa que, de fato, foi uma das primeiras a ocorrer na linha de sucessão de revoluções que se iniciaram nas últimas décadas do século XVIII e se estenderam pelo XIX. Portanto, a alternativa correta é a letra “e”. Gabarito: E (UFMS 2019) Um dos eventos que mais influenciaram a história da humanidade nos últimos séculos foi a revolução industrial. Esse acontecimento impulsionou a economia, a exploração do trabalho, o domínio de algumas nações sobre vastas regiões do mundo e acentuou a divisão entre os países dominantes e os que eram dominados. Assim, a revolução industrial movimentou não apenas a economia, mas também a sociedade, a produção artística e cultural e a política de toda uma época. Assinale a alternativa que caracteriza corretamente os primeiros momentos da revoluçãoindustrial e que tornaram a Inglaterra pioneira no desenvolvimento de indústrias durante o século XVIII. a) A Inglaterra, importante metrópole do século XVIII, possuía colônias na América do Norte, África e Ásia que favoreceram a exploração de matérias-primas e mão de obra, impulsionando o desenvolvimento de seu setor industrial. b) A Inglaterra contava com um grande contingente de trabalhadores disponíveis, visto que a lei de cercamentos de terras desapropriou inúmeros camponeses, que passaram a atuar nas fábricas como trabalhadores e influenciaram decisivamente na divisão dos lucros e dos meios de produção, fatores que tornaram a Inglaterra uma grande potência industrial. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 143 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial c) Caracterizada pela exploração do trabalho assalariado, a revolução industrial oferecia benefícios e estímulos para a população mais pobre (como ambiente salubre, jornadas de trabalho justas e salários que estimulavam a competitividade entre os trabalhadores fabris), e a burguesia industrial retroalimentava o sistema com o consumo interno, fortalecendo-o primeiro na Inglaterra para mais tarde estender suas redes de comércio com os demais países da Europa. d) A mecanização do sistema de produção foi um fator determinante para que o sistema fabril de produção superasse o sistema de manufaturas, aliado ao fato de que a Inglaterra contava com grandes reservas de carvão mineral e ferro para alimentar e produzir novas máquinas para a produção. e) A organização da produção manufatureira inglesa foi fundamental para o desenvolvimento da revolução industrial, visto que essa produção de manufaturas passou a contar com máquinas e motores que substituíram a divisão do trabalho e colaboraram para o acúmulo de lucro pelo detentor dos meios de produção. Comentários Em primeiro lugar, é importante lembrar que a Revolução Industrial é o nome dado ao longo processo de mudança na forma de produzir a riqueza. Esse processo teve início na Inglaterra, ao longo do século XVIII, como dito. Uma série de circunstâncias históricas permitiram que essa mudança fosse desencadeada e que os ingleses fossem os pioneiros nisso. Tais circunstâncias começaram a ser criadas devido aos acontecimentos que se deram entre o século XVI e o XVII. Os cercamentos de terras que começaram ainda durante o reinado de Henrique VIII com a desapropriação das terras da Igreja Católica, o fortalecimento da marinha inglesa a partir do governo de Elizabeth I, as Revoluções Puritana e Gloriosa no XVII, a assinatura de tratados comerciais monopolistas e o próprio sistema econômico mercantilista foram ingredientes indispensáveis para gerar acumulação de capitais, concentração fundiária e o crescimento da burguesia mercantil e da nobreza aburguesada. Aos poucos, as oficinas domésticas e o trabalho camponês iam sendo substituídos pelas manufaturas e pelos latifúndios para aumentar a produtividade. O trabalhador ia perdendo seu controle sobre o processo e o tempo de trabalho. Os proprietários das manufaturas e dos latifúndios passaram a investir no aperfeiçoamento das ferramentas e novas máquinas foram inventadas para continuar ampliando o lucro e abaixando o custo da produção. Ainda, os cercamentos produziram um êxodo rural intenso que inundou as cidades de desempregados. Isso contribuiu para que o valor dos salários caísse, sobretudo depois que as ideias do liberalismo econômico se difundiram, pois seus ideólogos consideram o trabalho como qualquer outra mercadoria, cujo valor devia ser atribuído segundo a lei da oferta e da demanda. Tudo isso não seria possível também se não houvesse a colonização de outros territórios de onde poderiam ser extraídas ou produzidas matérias-primas para indústria. Além disso, o próprio transporte das matérias-primas se tornou um negócio rentável para muitos burgueses. Dessa forma, podemos ver que esse grande processo chamado de Revolução Industrial iniciado na Inglaterra não só foi uma mudança na forma de produzir riqueza, mas uma transformação completa da organização da sociedade, causando impactos no campo produtivo, econômico, social, político e ideológico. Com isso mente, vamos às alternativas: t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 144 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial a) Incorreto. Nesse momento, a Inglaterra ainda não possuía colônias na África e na Ásia, apenas entrepostos comerciais e feitorias. b) Incorreta. A questão só erra ao afirmar que houve divisão dos lucros e dos meios de produção entre patrões e trabalhadores. Na verdade, os meios de produção eram propriedade do proprietário e todo o lucro ficava para ele. Como o número de trabalhadores disponíveis era grande devido aos cercamentos que transformaram muitos camponeses em sem terras e desempregados, os preços dos salários se mantinham extremamente baixos. c) Incorreta. A revolução industrial não oferecia nenhum benefício ou incentivo aos mais pobres para trabalharem mais além da morte por inanição. Nesse processo, os trabalhadores ficaram completamente vulneráveis, pois, de um lado, os cercamentos impediam que eles tivessem terras para se sustentar e, por outro, aumentava o número de desempregados o que consequentemente abaixa o valor dos salários. Por sua vez, o interesse os patrões era unicamente o lucro, preocupando-se apenas em produzir o máximo possível aos menores custos. Portanto, pouco se importavam em tornar os ambientes de trabalho mais salubres e seguros aos trabalhadores. Por outro lado, realmente havia uma preocupação da Inglaterra em manter um mercado interno autossuficiente no ramo dos alimentos, mas seu interesse econômico principal residia no aumento das exportações de seus produtos, o que dava mais lucro. d) Correta! Conforme os proprietários das oficinas foram aperfeiçoando as ferramentas de trabalho para aumentar sua produção e diminuir seus custos, novas máquinas automáticas e semiautomáticas foram inventadas inaugurando a industrialização e a produção propriamente fabril. O ferro era material indispensável para a confecção desse maquinário. Por seu turno, a principal fonte de energia para mantê-lo funcionando era o vapor, conseguido com a queima de carvão. e) Incorreto. As máquinas não substituíram a divisão do trabalho. De fato, com as novas invenções o número de trabalhadores necessários diminuiu e os que restavam precisavam apenas se dedicar a supervisionar o trabalho das máquinas, fazendo intervenções periódicas, como apertar um botão aqui, puxar uma alavanca ali. Contudo, isso não acabou por completo com a divisão do trabalho que continuou existindo tanto nas fábricas quanto nos demais ambientes de trabalho. Afinal, em todas as grandes empresas haviam os trabalhadores do chão de fábrica, os supervisores, os gerentes e outras funções auxiliares. De resto, a alternativa descreve bem o processo que fez as manufaturas evoluírem para a maquinofatura. Gabarito: D (UESB 2018) Mirem-se no exemplo Daquelas mulheres de Atenas Vivem pros seus maridos Orgulho e raça de Atenas Quando amadas, se perfumam Se banham com leite, se arrumam Suas melenas t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 145 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Quando fustigadas não choram Se ajoelham, pedem imploram Mais duras penas; cadenas Mirem-se no exemplo Daquelas mulheres de Atenas Sofrem pros seus maridos Poder e força de Atenas (HOLANDA... 2018). A análise do fragmento musical e os conhecimentos sobre a situação da mulher, ao longo da história das sociedades permitem afirmar: 01) A democracia ateniense possibilitou uma melhor condição de vidapara a mulher, devido à possibilidade de defesa de seus interesses, em função da sua participação política, diferentemente da sociedade militarizada espartana. 02) O legado dos egípcios antigos influenciou na estrutura de poder da República romana, ao dar direito de participação às mulheres no Senado e o poder matriarcal na família romana, papéis que exerciam no Egito conquistado por Júlio César. 03) A civilização muçulmana, de características agropastoril, estabeleceu a divisão sexual do trabalho, ficando a mulher responsável pela agricultura e o homem pelo pastoreio, o que possibilitou uma igualdade de funções sociais. 04) A mulher medieval assumiu uma posição de escrava sexual dos senhores feudais e dos monges católicos, por serem responsabilizadas pelo pecado original, sendo o tráfico de mulheres uma atividade aceita pela Igreja Católica. 05) O desenvolvimento da sociedade urbana e industrial deu início a uma mudança no papel da mulher na sociedade, que saiu do ambiente exclusivamente privado e passou a frequentar, cada vez mais, os espaços públicos, no desempenho de outras atividades, como operárias de industriais. Comentários: O texto aborda a subordinação da mulher na Atenas Antiga. Sobre a História das mulheres, vejamos as alternativas e confirmemos a que melhor se enquadrada na resposta correta: 01. Incorreto. Em Atenas, as mulheres eram proibidas de exercer a vida pública, tendo funções somente para reprodução e constituição de famílias. 02. Incorreto. As mulheres romanas não tiveram os direitos políticos assegurados, mesmo com o contato do faraó do Egito Cleópatra, com Júlio Cesar. 03. Incorreto. A primeira afirmação está correta. A segunda errada, uma vez que as mulheres muçulmanas são duramente repreendidas e inferiorizadas pelos homens, seguindo os preceitos que estão escritos no Corão. 04. Incorreto. No medievo, embora tenha-se uma visão da mulher submissa ao marido, tiveram na Europa Ocidental diversas rainhas espalhadas por todo o território, e muitas se constituíram como importantes figuras públicas para a formação dos Estados europeus. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 146 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial 05. Incorreto. Com o advento da Revolução Industrial, as mulheres passaram a trabalhar nas indústrias da cidade. E aos poucos começou a surgir os primeiros movimentos de reivindicação política das mulheres, e que se intensifica no século XX e XXI. Gabarito: 05 (UESB 2018) Chegamos finalmente, neste 21º século da era cristã, a uma etapa histórica em que todos os povos da Terra, em maior ou menor grau, participam da mesma civilização: a capitalista. No entanto, poucos, no mundo todo, dão-se conta desse fenômeno único em toda a História. Qual a razão dessa inconsciência coletiva? Há duas razões principais, a meu ver. A primeira delas é que o curso dessa evolução histórica só veio a se completar recentemente. Até a segunda metade do século XX, o capitalismo ainda não havia alcançado todos os confins do orbe terrestre. Algumas regiões permaneciam, até então, isoladas do resto do mundo, envoltas no espesso manto de velhas tradições. A segunda razão, pela qual uma boa parte da humanidade ainda não tomou consciência desse fato histórico sem precedentes, é que, fora do círculo intelectual marxista, o capitalismo sempre foi apresentado, pura e simplesmente, como um sistema econômico; e boa parte dos economistas o analisava, e continua a analisá-lo, na esteira dos fisiocratas franceses que influenciaram Adam Smith, como o único sistema natural da vida econômica. (CHEGAMOS... 2018). O desenvolvimento da civilização capitalista ocorreu através de eventos socioeconômicos, políticos e ideológicos, que, muitas vezes, se deram através de conflitos, críticas, disputas e de avanços e de retrocessos, como se pode inferir 01) no estabelecimento de boas condições salariais e de vida para o operariado, durante a Primeira Revolução Industrial, como condição básica para a criação de um mercado consumidor. 02) nas repercussões da Revolução Gloriosa inglesa, que estabeleceu o sufrágio universal e a participação política do operariado, contendo a expansão das ideias marxistas e a crítica ao capitalismo. 03) no desfecho da Revolução Francesa, que abalou os alicerces do Antigo Regime e da sociedade de privilégio, através da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, mas manteve a desigualdade de classe. 04) no surgimento da fisiocracia, que, inspirada nos princípios do mercantilismo, defendia uma política protecionista estatal contra a concorrência estrangeira e de incentivo à indústria nacional. 05) nas concepções do liberalismo clássico, defendido por Adam Smith, que pregava a internacionalização da economia, a formação de blocos econômicos e de um mercado comum europeu. Comentários: t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 147 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial O capitalismo é fruto da ascensão e do desenvolvimento da Burguesia. Os mercadores medievais surgiram após as Cruzadas, e aos poucos foram aumentando e conquistando seus espaços. As cidades medievais foram aparecendo, as feiras e os comércios regionais foram reabrindo e os primeiros burgos foram sendo formados. Ao final do Período Medieval e início do Moderno, a classe burguesa se alia as realezas europeias para que se formasse os primeiros Estados Absolutistas. Depois, com o iluminismo do século XVIII, surge o movimento liberal, que impulsionou as Revoluções Industrial e Francesa, que romperam com todos os resquícios que a sociedade moderna tinha do feudalismo, e colocou à tona como protagonistas o capital e os burgueses. Estes, passaram a deter o poder dos Estados Nacionais do século XIX e XX, e que se desenvolveram ao que conhecemos hoje. Baseado nisso, vejamos a afirmação correta sobre o desenvolvimento do capitalismo: 01. Incorreta. Não eram oferecidos bons salários aos operários ingleses da Primeira Revolução Industrial. 02. Incorreta. A Revolução Gloriosa não passou de uma realocação política, sem derramamento de sangue. Não instaurou o sufrágio universal e a participação do operariado, além de nem existirem as ideias marxistas. 03. Correta. A Revolução Francesa pode ser chamada de Revolução Burguesa, porque somente essa classe se beneficiou da derrubada da Monarquia francesa. Os camponeses continuaram sem seus direitos, e as mulheres continuaram a ser ignorados na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. 04. Incorreta. A fisiocracia fazia oposição ao mercantilismo e não defendia a interferência do Estado na ordem econômica. 05. Incorreta. O liberalismo pregava a liberdade, a igualdade e a propriedade. Além disso, defendia que houvesse zero interferência dos Estados na ordem econômica. Isso impossibilitaria a formação de um mercado europeu comum e a formação de blocos econômicos. Gabarito: 03 (UNEB 2016) A conquista da cidadania tem sido um processo lento, que tem variado conforme o tempo histórico, e, também, entre as diferentes sociedades, podendo-se, dessa forma, corretamente afirmar: 01) A ascensão dos coraixitas ao poder, no mundo árabe medieval, unificou o Império Islâmico, possibilitando a democratização da participação política no processo decisório muçulmano. 02) O Renascimento cultural representou os valores da classe social burguesa em ascensão, favorecendo, assim, a extinção, na época moderna, da sociedade estamental característica do Antigo Regime. 03) A expansão marítima e comercial colocou a Europa em contato com culturas diferentes, consolidando o princípio da alteridade e o respeito aos direitos dos povos não europeus. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 –HC I: Revolução Francesa e Industrial 148 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial 04) O jacobinismo francês defendeu a limitação do lucro de alguns setores econômicos, através, principalmente, da Lei do Máximo e da ampliação dos direitos do cidadão, com a defesa do sufrágio universal masculino. 05) A Primeira Revolução Industrial estabeleceu os primeiros direitos sociais, a partir da aceitação burguesa das reivindicações do movimento ludista, consolidando o direito de cidadania para os trabalhadores ingleses. Comentários: A cidadania é algo que é discutido desde os tempos de Grécia e Roma Antiga. Ela foi se modificando ao longo das gerações, porém o que a tornou mais próxima do que conhecemos hoje, tem grande influência de um movimento que ocorreu na passagem do tempo moderno para o contemporâneo. Olhemos as opções e marquemos a correta: 01. Incorreto. A ascensão dos coraixitas não possibilitou a democratização da participação política no processo decisório muçulmano. Ao contrário, impossibilitou e causou a divisão do Império Islâmico entre Sunitas e Xiitas. 02. Incorreto. A extinção da sociedade estamental só iria ocorrer com a Revolução Francesa, no século XVIII, na passagem para o mundo contemporâneo. 03. Incorreto. As expansões marítimas possibilitaram aos europeus ocidentais invadir, conquistar e dominar outros povos ao redor do mundo, tanto na América, quanto na África e Ásia, não havendo respeito aos direitos dos povos não-europeus. 04. Correto. O Período Jacobino da Revolução Francesa (1789-1799) foi marcado pelo radicalismo da Revolução e ficou conhecido como o Período do “Terror Vermelho”. Nesse tempo Robespierre estabeleceu o sufrágio universal masculino, ampliando os direitos políticos franceses e estabelecendo a Lei do Preço Máximo, para combater a inflação. 05. Incorreto. A primeira fase da Revolução Industrial foi marcada pelas péssimas condições de trabalho do proletariado inglês e do surgimento de uma classe operária que reivindica pelos seus direitos, mesmo sem sucesso pelas autoridades inglesas. Gabarito: 04 (UNEB 2017) A Revolução Industrial impactou de diversas maneiras nas relações estabelecidas entre os diversos continentes e na organização socioeconômica e política interna das diversas sociedades, como se pode inferir 01) no apoio da França jacobina ao processo da independência das colônias americanas, objetivando a implantação do modelo da Comuna de Paris no Novo Mundo. 02) na intervenção inglesa na defesa da independência das colônias africanas, objetivando a ampliação do mercado fornecedor de matéria-prima e consumidor de produtos industrializados. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 149 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial 03) no deslocamento da mão de obra africana da América, em forma de trabalhador escravo, para as recentes indústrias inglesas, que passaram a constituir o primeiro operariado fabril. 04) no rompimento das relações diplomáticas entre as Treze Colônias Inglesas e a Inglaterra, que rivalizavam na disputa de mercados para seus produtos industriais. 05) no surgimento de um movimento operário que se transformou em uma luta direcionada à quebra das máquinas, e para a formação das primeiras organizações sindicais na Inglaterra. Comentários: A Revolução Industrial não teve somente impactos econômicos, mas também sociais e políticos, como a impulsão para a destituição da Monarquia Absolutista Francesa, que era contra as novas transformações advindas da burguesia. Além disso, também influenciou a Independência das Trezes Colônias da América Inglesa e dos restantes dos países hispano-portugueses. Entre as sociedades influenciadas, analisemos a que melhor se encaixa com o contexto industrial: 01. Errada. A Comuna de Paris não é da época jacobina revolucionária, e sim de quase um século depois. 02. Errada. Durante o século que se desenvolveu a Revolução Industrial, não houve a independência das colônias na África. Pelo contrário, a Inglaterra junto com outros países industriais europeus, na Neocolonização Africana, demonstrou a vontade dos europeus de continuarem explorando as colônias africanas ao invés de libertá-las. 03. Errada. Não houve deslocamento de escravos negros da América para as indústrias inglesas. Mas houve um deslocamento da população do campo inglesa, para as cidades, quando ocorreu o processo de desenvolvimento urbano e das indústrias. 04. Errada. Não houve um rompimento diplomático das Treze Colônias com a Inglaterra após a aceitação da Independência, porém elas passaram a rivalizar produtos industriais e mercados pelo mundo. 05. Certa. Esse movimento ocorrido no início do século XIX foi chamado de Ludismo, e foi criado como uma forma de protesto as más condições de trabalho nas fábricas inglesas. Gabarito: 05 (PISM 2020) - Leia o texto a seguir: “Aqueles que são contratados experienciam uma distinção entre o tempo do empregador e o seu ‘próprio’ tempo. E o empregador deve usar o tempo de sua mão-de-obra e cuidar para que não seja desperdiçado: o que predomina não é a tarefa, mas o valor do tempo quando reduzido a dinheiro. O tempo agora é moeda: ninguém passa o tempo, e sim o gasta” [...] “Havia muitos relógios em Londres na década de 1790: a ênfase estava mudando do ‘luxo’ para a ‘conveniência’; até os colonos podiam ter relógios de madeira. Na verdade (como seria de esperar), ocorria uma difusão geral de relógios portáteis e não portáteis no exato momento em que a Revolução Industrial requeria maior sincronização do trabalho.” t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 150 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial THOMPSON, E. P. Tempo, disciplina de trabalho e o capitalismo industrial. In: Costumes em comum: estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 272 e 279. O texto acima aborda a transição para a sociedade industrial, as mudanças na percepção interna de tempo e o surgimento de uma disciplina de trabalho nos finais do século XVIII e início do século XIX. Das alternativas abaixo, assinale a opção CORRETA: a) Com o advento da sociedade industrial e da disciplina do trabalho, os trabalhadores passaram a ter o controle de sua vida produtiva, cuja dinâmica oscilava entre momentos de trabalho volumoso e de ociosidade intensa. b) Durante o estabelecimento do processo industrial inglês, os padrões de trabalho tinham como característica a irregularidade, com tarefas semanais ou quinzenais, fazendo com que o dia de trabalho fosse moldado pelo trabalhador. c) No contexto da transição para a sociedade industrial, a posse e o uso do relógio de bolso ficaram restritos à elite, sendo, portanto, artigo de luxo, feito de metais preciosos e utilizado para acentuar status. d) A introdução da disciplina de trabalho gerou melhorias nas condições de vida dos trabalhadores, pois, com ela, passaram a usufruir de benefícios como: gratificações por pontualidade, pagamento de horas extras, férias remuneradas. e) A divisão do trabalho, a supervisão do trabalho, o uso de relógios, o uso racional do tempo foram alguns dos recursos utilizados pelos industriais para formar novos hábitos e nova disciplina de tempo entre os trabalhadores. Comentários A Revolução Industrial foi o período de grande desenvolvimento tecnológico iniciado na Inglaterra, a partir da segunda metade do século XVIII. Se caracteriza por transformações políticas e tecnológicas de grande impacto na sociedade, sobretudo nos âmbitos do processo produtivo e no estilo de vida dos trabalhadores, entre elas a relação das pessoas com o tempo. Como o historiador Thompson ressalta no texto, o tempo passou a ser um dos elementos mais importantes para a produçãode riqueza e, consequente, para o trabalho. Conforme os proprietários e capitalistas queriam aumentar seus lucros, aumentando a produção e diminuindo os custos investiam no desenvolvimento tecnológico e pressionavam os empregados a trabalhar o máximo possível, pagando baixos salários. Assim, o ritmo do trabalho, os momentos de atividade e de descanso passaram a ser ditados pelos patrões e pelas máquinas. Uma mudança drástica na vida dos trabalhadores, pois antes da Revolução Industrial muitos deles eram camponeses, logo seu trabalho era ditado pelo tempo da natureza e eles tinham mais autonomia para controlar quantas horas e em quais momentos se dedicariam à labuta. Mesmo para os artesãos e trabalhadores urbanos, antes da industrialização, tinham mais autonomia, uma vez que trabalhavam em oficinas menores, muitas vezes nas próprias casas e sob demanda. Considerando isso, vejamos: a) Errado. Como acabei de dizer, a sociedade industrial e a disciplina do trabalho tiraram dos trabalhadores o controle sobre sua vida produtiva. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 151 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial b) Errado, pelas mesmas razões que a anterior. O trabalho industrial era diário e podia durar mais de 12 horas por dia nesse contexto. c) Errado. Isso contraria o que autor disse no texto: “Havia muitos relógios em Londres na década de 1790: a ênfase estava mudando do ‘luxo’ para a ‘conveniência’; até os colonos podiam ter relógios de madeira”. Em outras palavras, como era necessário controlar mais o tempo para ampliar os lucros, os relógios se popularizaram, deixando de ser artigos de luxo e sendo produzidos com materiais mais acessíveis, para que os trabalhadores pudessem compra-los e usá-los, internalizando a disciplina do trabalho industrial. d) Errado. No primeiro momento e durante mais de um século, a disciplina do trabalho piorou a vida dos trabalhadores, pois exigia deles que trabalhassem por muitas horas e em condições precárias. Os benefícios citados pela alternativa só foram conquistados depois de muita luta sindical nas primeiras décadas do século XX. e) Certo! É justamente isso que o texto explica. Gabarito: E (PISM 2017) Em julho de 1789, houve a explosão de movimentos populares em Paris. Artesãos, operários e desempregados se envolveram fortemente com o processo revolucionário, que ocasionou a tomada da Bastilha, momento simbólico da Revolução Francesa. Os grupos populares que protagonizaram a revolução passaram a ser conhecidos como sans-culottes. Em relação aos sans-culottes, assinale a resposta que CORRESPONDA às suas reivindicações e atitudes. a) Desejavam tomar o poder do rei de forma moderada, mediante as decisões do Primeiro Estado. b) Defendiam o aprofundamento das reformas políticas e a tomada de poder por parte da aristocracia. c) Tinham um projeto político bem definido, cuja principal proposta era o alinhamento com grupos contrarrevolucionários. d) Exigiam melhores condições de vida e participação política dos setores sociais médios e pobres, saqueando armazéns e tomando edifícios governamentais. e) Defendiam que os preços fossem tabelados e o fim da exploração econômica, sem qualquer proximidade com os camponeses e suas reivindicações. Comentários A Revolução Francesa, de forma mais imediata, resulta da inciativa de vários setores da sociedade francesa que se viam prejudicados pelas crises que assolavam o país e estavam descontentes com medidas da monarquia absolutista francesa para a situação. Esses setores eram a burguesia, os camponeses, os trabalhadores assalariados e os sans-cullotes. Todos eles faziam parte do Terceiro t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 152 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial Estado na política francesa do Antigo Regime, enquanto o Primeiro e o Segundo Estados representavam a nobreza e o clero. Os sans-cullotes eram as pessoas mais despossuídas da sociedade da época, isto é, os trabalhadores mais pobres, os desempregados e os miseráveis em geral. Esse apelido tinha origem no tipo de roupa que eles usavam. O cullote era uma meia branca que os nobres e pessoas mais ricas usavam por cima da calça, como um símbolo de status social. Por carregar este significado, as pessoas em geral se esforçavam para adquirir culotes para vestir, mesmo que fossem de qualidade mais humilde. O importante era não parecer um “zé ninguém”. Assim, quem não tinha cullote se destacava de forma muito negativa. Dá uma olhada na imagem abaixo para você visualizar o contraste: Uma vez que eram os mais desprivilegiados da sociedade francesa, frequentemente os sans-cullotes apoiavam as medidas mais radicais a favor da revolução, defendo a abolição dos privilégios feudais e até mesmo o fim da propriedade privada. Dito isso, vejamos: a) Incorreto. Tratava-se justamente do contrário. Os sans-cullotes queriam o fim dos Estados Gerais justamente porque esse sistema garantia os privilégios na nobreza e do clero, que eram representados pelo Primeiro e Segundo Estados, enquanto o resto da população cabia ao Terceiro. b) Incorreto. De fato, eles defendiam o aprofundamento das reformas políticas, mas não em defesa da aristocracia e sim da soberania popular. c) Incorreto. O projeto político dos sans-cullotes é difícil de definir para nós, pois, sendo os mais pobres da sociedade, a maioria não sabia ler, nem escrever, logo deixaram muito poucos registros para que os historiadores pudessem avaliar se havia um projeto bem definido por parte deles. Contudo, sabemos que eles estavam longe de concordar com os setores contrarrevolucionários, isto é, aqueles que queriam o fim da revolução e a restauração da monarquia. d) Correto! Realmente, eles defendiam a radicalização da democracia e frequentemente realizavam ações violentas contra as classes dominantes em defesa da revolução. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 09 – HC I: Revolução Francesa e Industrial 153 153 AULA 09: HC I - Revoluções Francesa e Industrial e) Incorreto. Essas reivindicações também eram compartilhadas pelos camponeses. Gabarito: D 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Queridos, minha mãe me falava umas coisas que eu carrego para minha vida. As vezes compartilho. Uma delas era: Ninguém pode atrasar quem veio para vencer!!! Nem sei de onde ela tirou isso, mas eu carreguei comigo como amuleto. Compartilho com vocês, pois tenho certeza que nesse momento vocês estão dando seu melhor! E não esquece: cada dia, cada hora, cada minuto que você se envolve com a tarefa de adquirir mais conhecimento, gravar mais uma informação, colar mais um post it é uma riqueza infinita. Ninguém tira de você aquilo que está acumulado: o seu capital cultural. S2 Não esqueça do mantra: Não existe solução mágica, mas existem estratégias que, se utilizadas com afinco e dedicação, podem realizar sonhos. Nós estamos JUNTOS nesse caminho!!! Contem comigo, meus querida e querido alunos. Utilize o Fórum de Dúvidas. Eu responderei suas perguntas com esmero. E não se esqueça de que não existe dúvida boba. Quanto mais você pergunta, mais conversamos e mais você sintetiza o conteúdo, certo! Também me procure nas redes sociais. Lá tem dicas preciosas para te ajudar na sua preparação. Um grande abraço estratégico, Alê Lopes t.me/CursosDesignTelegramhub