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AULA_10_-_EXTENSIVO_2023_enemconcursosgaucheallfree

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Profª. Priscila Lima 
EXTENSIVO
 
Exasiu 
Exasiu 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO 
 
 
AULA 10 – Urbanização 
Sumário 
INTRODUÇÃO 3 
A CIDADE E O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO 4 
TIPOLOGIA DAS CIDADES 7 
ORGANIZAÇÃO EM CONJUNTO 11 
REGIÃO ADMINISTRATIVA (RA) OU MESORREGIÕES 11 
REGIÕES DE GOVERNO (RG) OU MICRORREGIÕES 11 
REGIÃO METROPOLITANA (RM) 12 
MEGALÓPOLE 12 
CENTRALIDADE, HIERARQUIA E REDES 14 
PROBLEMAS URBANOS 17 
O ESPAÇO URBANO BRASILEIRO 22 
PROCESSO DE URBANIZAÇÃO NO BRASIL 24 
BRASIL: REDE E HIERARQUIA URBANA 27 
A CIDADE-CAPITAL 33 
BRASIL: REGIÕES METROPOLITANAS 34 
MEGALÓPOLE 35 
REGIÕES INTEGRADAS DE DESENVOLVIMENTO (RIDE) 36 
INDICAÇÕES 38 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 39 
REFERÊNCIAS 40 
 
 
 
 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO 
 
 
AULA 10 – Urbanização 
INTRODUÇÃO 
O estudo da Geografia Urbana é fundamental 
para a sua preparação, afinal nos últimos anos o 
mundo se tornou urbano, ou seja, mais de 50% da 
população mundial moram em cidades, mas é claro 
que essa realidade não é estabelecida de forma 
homogênea pelo planeta, afinal, os processos e 
realidades são distintas dentro mesmo de um país, 
imagine em uma escala planetária. 
Observe a figura ao lado, o ritmo de 
urbanização é diferente entre os continentes, até 
porque a Europa já é majoritariamente urbana, logo há 
menor pessoas se deslocando para as cidades (porque 
boa parte delas já moram ali). Em contrapartida, no 
século XXI, a urbanização foi intensificada no continente africano e asiático. 
Agora note o percentual de pessoas vivendo em áreas urbanas, de acordo com os continentes: 
 
Figura 02 – População Urbana no Mundo 
Nosso primeiro passo é entender que urbanização é um fenômeno demográfico que 
diz respeito ao percentual de pessoas que moram em cidades, bem como, identificar 
que esse processo não se dá de maneira homogênea no planeta. 
 
Figura 01 – Aumento da População Urbana, em porcentagem, 
entre 2000 e 2015 
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AULA 10 – Urbanização 
A CIDADE E O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO 
Na Grécia Antiga e no Império Romano, as cidades eram centros importantes. Na Idade Média, 
houve uma descentralização urbana por causa da administração feudal, mas elas não deixaram de existir, e, 
durante Idade Moderna, ganharam maior importância, pois voltaram a ser o centro dos negócios. 
NÃO CONFUNDA 
Município: essa é uma definição administrativa, logo, consideramos como a menor 
unidade político administrativa do país sendo governada (em um âmbito mais superficial) 
por prefeitos e vereadores. 
Cidade: é a área urbana de um município. 
Então, para começo de conversa, é importante que você tenha em mente que nos espaços urbanos 
os fixos estão dispostos de uma maneira que favorecem a intensificação dos fluxos de pessoas, serviços, 
mercadorias e informações. Vamos aplicar isso à nossa realidade? Quando eu disse que nas cidades há mais 
fixos, significa que existem mais rodovias, avenidas, pontes, linhas férreas, mais torres de celulares e outros 
tantos fixos que garante maior fluidez no espaço, e, como vimos na aula sobre Globalização, esses fluxos 
mais intensos favorecem a dinâmica capitalista. 
Agora “junta tudo” aqui comigo: se nas cidades os fluxos são mais intensos e para o capitalismo é 
extremamente favorável a maior integração entre mercados, podemos afirmar que a reprodução do capital 
se dá de maneira mais eficiente no espaço 
urbano ou sob mecanismos tipicamente 
urbanos, logo, há uma tendência de 
urbanização mundial (ou até mesmo de 
expansão de técnicas que surgiram nas cidades 
em direção ao campo, como é o caso dos 
Complexos Agroindustriais que serão 
abordados na aula de Agropecuária). 
Uma forma de identificar esse 
dinamismo das cidades é através dos chamados 
espaços luminosos que “são adaptados às 
exigências das ações econômicas, políticas e 
culturais características da globalização e 
outras áreas não dotadas dessas virtualidades” 
(SANTOS, Milton, 1997), que seriam os espaços 
opacos. 
Na imagem ao lado, que fora captada 
por satélite durante a noite, é possível perceber 
que esses ditos espaços luminosos coincidem 
com as principais áreas urbanas do país 
Figura 03 – luzes do território brasileiro captadas por imagem digital do 
satélite DMSP durante a noite 
Fonte: http://www.geocities.com/sks_alnitak/astro/pl.html 
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AULA 10 – Urbanização 
 
Lembrando que... 
Milton Santos estabeleceu a diferença entre “urbano”, que seria 
frequentemente o abstrato, o geral e o externo, e a “cidade”, seria o particular, 
o concreto e o interno. 
 
OK! Entendemos que o espaço urbano é muito dinâmico, mas quem são os agentes sociais que fazem 
e refazem a cidade? 
▪ Proprietários do meio de produção: os grandes proprietários industriais e empresariais são, em razão 
da dimensão de suas atividades, enormes consumidores de espaço. (CORRÊA, 1989); 
▪ Proprietários fundiários: atuam para que o uso da terra seja o mais rentável possível). Exercem 
pressão junto ao governo, especialmente municipal, para interferir no processo de definição das leis de 
uso do solo e zoneamento urbano. (CORRÊA, 1989); 
▪ Promotores imobiliários: transformam capital-dinheiro em mercadoria, fazem financiamento, 
viabilidade técnica da obra, construção do imóvel, e engenharia de avaliações (especulação imobiliária) 
(CORRÊA, 1989); 
Se uma região passa a receber mais investimentos (padarias, shoppings, pontes etc) se torna mais cara 
(especulação) e passa a “comportar” outro público: os mais rico. 
▪ Estado: direito de desapropriação, preferência na compra de terras, controle do preço da terra, 
limitação da superfície da terra, impostos, implantação de infraestrutura, organização de mecanismos de 
crédito à habitação, pesquisas e operações-teste sobre materiais e procedimentos de construção; 
▪ Grupos sociais excluídos: a habitação é um bem cujo acesso é seletivo, haja vista que boa parte 
reside em imóveis precários sem documentação ou infraestrutura de energia elétrica, água, pavimentação 
etc. Sem condições financeiras, essa população acaba se instalando nas periferias da cidade, 
transformando o espaço urbano. 
 
 
Agora pense aqui comigo, se a urbanização é um processo demográfico onde as pessoas passam a 
habitar as cidades, precisamos perguntar: “por que estão deixando o campo?”, “por que se dirigem à 
cidade?” e “por que a população urbana cresce”. 
Bom... para começarmos a responder à essas questões, destacamos dois fatores como fundamentais 
para o processo de urbanização: a “expulsão” do campo e a “atração” da cidade: 
▪ FATORES REPULSIVOS: a concentração de terras pode ser considerada um fator 
imprescindível para a urbanização – se uma pessoa acumula muitas terras, muitas pessoas ficam sem 
tal propriedade, logo, o campo deixa de ser atrativo e a cidade passa a ser a opção. 
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AULA 10 – Urbanização 
Nos países emergentes/periféricos, o processo de urbanização foi mais acelerado, entre 
outros motivos, por somar a concentração de terras à mecanização do trabalho no campo, 
ou seja, as terras concentradas tornaram a maior parte das pessoas em trabalhadores, mas 
tais “trabalhadores” são dispensáveis quando há máquinas. 
Mas professora, na Europa não tinha máquinas no campo? No início da urbanização, não 
(era o início da maquinofatura). Mas com o tempo, a revolução que aconteceu nas cidades 
(Revolução industrial), também chegou ao campo (Revolução verde). 
 
▪ FATORES ATRATIVOS: a industrialização é um grande destaque quando falamos de atração 
para a cidade, mas não podemos desconsiderar que o setor de serviços foi fundamental para a 
“fixação” de pessoas no ambiente urbano, afinal, é ele o quemais emprega no mundo. 
 
 
Fique de olho: China e a Índia são países altamente industrializados, porém, a maioria da 
população ainda vive na zona rural; Cingapura não possui um parque industrial tão desenvolvido 
(o setor de serviços é o grande atrativo), contudo é altamente urbanizado. 
Mas como estamos vendo até aqui, o processo de urbanização não se deu no mesmo momento 
histórico em todo o planeta, bem como há particularidades espaciais que precisam ser consideradas, então, 
seguindo a lógica aplicada aos vestibulares e ao ENEM, temos: 
● Centrais: processo mais antigo e intimamente ligado à concentração de terras no campo e o 
processo de industrialização. Se comparado aos emergentes e periféricos, os países centrais tiveram um 
processo mais lento e, atualmente, encontra-se “concluído”, ou seja, o êxodo rural já não é um fator 
predominante. 
● Emergentes/Periféricos: processo de urbanização mais recente (com início após a Segunda Guerra 
Mundial) e acelerado, pois além da concentração de terras, a mecanização do campo e a explosão 
demográfica intensificaram o êxodo rural. 
 
Em 2021, as maiores aglomerações urbanas já se encontram em países emergentes, na chamada 
periferia dinâmica do capitalismo, afinal, é ali há o maior crescimento da população: 
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A.U Tóquio Deli Xangai São Paulo 
Cidade do 
México 
Cairo Dhaka Mumbai Pequim Osaka 
Pop. 
37 435 
191 
29 399 141 26 317 104 21 846 507 21 671 908 20 484 965 
20 283 
552 
20 185 
064 
20 035 455 19 222 665 
A.U = Aglomerações urbanas (então, não estamos falando apenas da cidade, ok?) 
Pop = População 
 
 
 
TIPOLOGIA DAS CIDADES 
As cidades naturais se desenvolvem sem planejamento prévio, crescendo de forma desordenada, ao 
passo que as cidades planejadas correspondem àquelas constituídas a partir de um projeto ou plano diretor 
Figura 04 – Urbanização mundial 
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discutido e analisado antes da sua execução, nesse caso há uma preocupação com a configuração da cidade 
(largura das ruas, escolha de espaços específicos para comércio, residências e outras funções). 
As Cidades são classificadas, no geral, por seu tamanho ou nível socioeconômico. Para o urbanista 
indiano Aniruddha Dasgupta, porém, a classificação deve ser feita de acordo com as perspectivas futuras 
desses locais: 
● Cidade em dificuldade: baixo Produto Interno Bruto (PIB) per capita (por pessoa), que nos próximos 
anos terão um grande crescimento populacional, não acompanhado de um crescimento econômico. Nessa 
categoria, estão principalmente cidades da África subsaariana, norte da África, Oriente Médio, América 
Latina e Caribe. 
● Cidades emergentes: projeta-se que essas cidades, hoje com baixo PIB per capita, passem por um 
crescimento econômico maior que o crescimento populacional. Aparentam ter uma capacidade maior de 
superar a falta de recursos e serviços básicos que apresentam atualmente. Elas estão no leste e sul da Ásia, 
Europa, América Latina e Caribe. Exemplos são Phnom Penh (Camboja), Belgrado (Sérvia), Surabaia 
(Indonésia), Mumbai (Índia), Lima (Peru), Quito (Equador) e Medellín (Colômbia); 
● Cidades estáveis: são economicamente fortes hoje, com um PIB per capita elevado. No entanto, 
projeta-se que o crescimento econômico dessas cidades nos próximos anos seja menor que o crescimento 
populacional. Há cidades assim na América do Norte, América Latina e no Oriente Médio, como Toronto 
(Canadá), Austin (EUA), Brasília (Brasil) e Dubai (Emirados Árabes Unidos); 
● Cidades prósperas: ricas hoje e com projeção de crescimento do PIB maior do que o crescimento 
populacional. Exemplos são Pequim (China), Bangcoc (Tailândia), Berlim (Alemanha), Boston (EUA), Belo 
Horizonte (Brasil) e Buenos Aires (Argentina). 
 
Quando pensamos a cidade, também podemos classifica-la quanto à sua função, por exemplo: 
Função Características 
Política Concentra o poder executivo. Exemplo: Pretória, África do Sul. 
Legislativa Concentra o poder legislativo. Exemplo: Cidade do Cabo, África do Sul. 
Judiciária Concentra o poder judiciário. Exemplo: Bloemfontein, África do Sul. 
Industrial Predominantemente industrial. Exemplo: Guangzhou, China. 
Comercial Além do comércio, os serviços se destacam. Exemplo: Londres. 
Figura 05 – Função das Cidades 
 
 
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Muitas cidades possuem mais de 1 função. Por exemplo: a cidade de São Paulo é famosa pelo turismo, seja 
gastronômico, de negócios ou entretenimento, se destaca pela cultura, indústria, comércio, serviços, 
universidades etc. 
Conceitos importantes 
● Distrito: é uma divisão administrativa de um município. Objetivo: facilitar a gestão. 
● Vila: com economia quase autossuficiente, localizada em regiões rurais. 
● Aldeia: área satélite de uma vila, caracterizada pela economia de subsistência. 
● Cidade pequena: é aquela que possui até 99 mil habitantes. 
● Cidade média: entre 100 mil e 499 mil habitantes. 
● Cidade grande: acima de 500 mil habitantes. 
● Metrópole: agregam maior número de atividades econômicas, por isso exercem influência. 
◦ Metrópole Regional: possui polarização limitada a uma restrita região que está no seu entorno. O número 
populacional não costuma ultrapassar 4 milhões. Exemplos: Goiânia, Belém e Manaus. 
◦ Metrópole Nacional: possui influência nacional com relações exteriores parcialmente desenvolvidas. 
Exemplos: Brasília, Curitiba e Belo Horizonte. 
◦ Metrópole Global: com complexidade econômica dentro e fora do país, pois abriga sedes de 
multinacionais, sistemas financeiros e uma rede de transporte e comunicação é mais intensa. Exemplos: 
São Paulo e Rio de Janeiro. 
● Cidade global: Não se define estritamente por suas dimensões físicas ou demográficas, na maioria 
das vezes é difícil identificar o que exatamente faz de uma cidade global, mas existem várias características 
elementares (SASSEN, 1998): Participação em eventos científicos e culturais internacionais; Sistema 
eficiente de transporte e comunicação; Sede e/ou concentração de filiais multinacionais; Bolsa de valores 
de influência global; Instituições financeiras de grande porte. 
As cidades globais possuem uma subdivisão que variam de acordo com o grau de integração. 
● Cidades autossuficientes - cidades que têm um grau suficiente de serviços e que não dependem de outras 
cidades globais. Belfast (Irlanda do Norte), Ottawa (Canadá) e Turim (Itália). 
● Megacidade: segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), é a cidade que possui mais de 10 milhões 
de habitantes. Em 1936, Nova York foi a primeira cidade a atingir essa marca. Atualmente, existem 14 
megacidades, sendo que somente 4 não se encontram na Ásia: Lagos (Nigéria), Istambul (apesar de a 
Turquia ser considerada asiática, essa cidade localiza-se na parte europeia), Moscou (Rússia) e São Paulo 
(Brasil). Dessas 14 megacidades, 5 são chinesas. 
 
Talvez você esteja se perguntando: Qual a diferença entre cidade global e megacidade? A primeira 
não precisa ter mais de 10 milhões de pessoas. Por exemplo: Frankfurt (Alemanha) não possui nem 1 milhão 
de habitantes. No entanto, exerce influência internacional, haja vista que é o centro financeiro da Europa, 
abrigando o Banco Central Europeu. A segunda precisa ter mais de 10 milhões de pessoas. Porém, não 
apresenta influência global. Por exemplo: Karachi (Paquistão). É possível a cidade ser global e megacidade. 
Exemplos: Xangai (China), Mumbai (Índia), Istambul (Turquia) etc. 
 
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AULA 10 – Urbanização 
 
Figura 06 – Urbanização Mundial em 1950 
 
Figura 07 – Urbanização Mundial em 2030 
 
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AULA 10 – UrbanizaçãoORGANIZAÇÃO EM CONJUNTO 
 
A interrelação entre as cidades cria conjuntos, que podem ser entendidos como: 
REGIÃO ADMINISTRATIVA (RA) OU MESORREGIÕES 
São conjuntos de municípios contíguos, pertencentes à mesma Unidade da Federação e apresentam 
formas de organização do espaço geográfico definidas de acordo com: a) O processo social (determinante), 
b) O quadro natural (condicionante); e, c) A rede de comunicação e de lugares (articulação espacial). Essas 
três dimensões possibilitam que o espaço delimitado como mesorregião tenha uma identidade regional. 
 
Figura 08 – Regiões Administrativas (Mesorregiões) do estado de São Paulo 
OBS.: Araraquara pode aparecer como São Carlos ou Central. 
 
REGIÕES DE GOVERNO (RG) OU MICRORREGIÕES 
 É a divisão da RA, com o objetivo de centralizar as atividades das secretarias estaduais. Uma 
Microrregião é, de acordo com a Constituição Brasileira de 1988, um agrupamento de municípios limítrofes, 
cuja finalidade é integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse 
comum. O termo é mais conhecido em função de seu uso prático pelo IBGE que, para fins estatísticos e com 
base em similaridades econômicas e sociais, divide os diversos estados da federação brasileira em 
microrregiões. 
 
Aglomerado X Aglomeração 
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AULA 10 – Urbanização 
Aglomerado diz respeito a essa concentração de pessoas, serviços, atividades etc. em espaços 
compactos, não ultrapassando necessariamente os limites político administrativos de uma cidade. 
Aglomeração urbana é numa perspectiva mais ampla, onde o urbano se processa em um conjunto mais 
complexo e extenso e que engloba mais de uma cidade. 
No estado de São Paulo temos 3 aglomerações urbanas: 
Aglomeração Urbana de Jundiaí (AUJ): localiza-se entre as regiões metropolitanas de 
São Paulo e Campinas. Caso a AUJ se torne uma região metropolitana (a cidade principal 
influencia outras cidades, podendo estar conurbadas), teremos uma megalópole (conjunto 
de metrópoles). Possui importância logística e industrial. 
Aglomeração Urbana de Piracicaba (AUP): próxima a Região Metropolitana de 
Campinas. Caso a AUP se torne uma região metropolitana, teremos uma megalópole. 
Concentra multinacionais, com destaque para o ramo sucroalcooleiro e metal-mecânico. 
Aglomeração Urbana de Franca (AUF): Franca é a maior produtora de calçados da 
América Latina. Faz divisa com o estado de Minas Gerais. A agroindústria, especialmente o 
café, também merece ser destacado. 
REGIÃO METROPOLITANA (RM) 
 Uma RM normalmente possui uma cidade principal (cidade-polo ou município-núcleo), exercendo 
influência política e econômica sobre as demais que estão no seu entorno. 
As primeiras regiões metropolitanas no Brasil foram criadas em 1973, obedecendo a Constituição de 
1967. A partir da Constituição de 1988, a responsabilidade pela criação e organização das regiões 
metropolitanas foi transferida para os Governos Estaduais. Em 2010 eram 36 regiões metropolitanas no 
Brasil. Vale ressaltar, que nem todas elas apresentam conurbação (fusão de 2 ou mais zonas urbanas), 
evidenciando que a criação de RM é também de cunho político. 
MEGALÓPOLE 
É a conurbação de regiões metropolitanas. O conjunto de localidades pertencentes a uma megalópole 
apresenta forte integração econômica, onde os fluxos de pessoas e de mercadorias são intensos. Neste 
sentido, a infraestrutura permite que os deslocamentos sejam ágeis. 
Na década de 1960, o geógrafo francês Jean Gottmann criou a expressão “megalópole”, concluindo 
que as regiões metropolitanas de Boston, Nova York, Washington, Filadélfia e Baltimore (Boswash) estão 
muito conectadas entre si, seja do ponto de vista dos transportes ou da comunicação. Além dessa 
megalópole, existem outras: 
▪ Tokaido: localizada na Ilha de Honshu, Sudeste do Japão. É a maior concentração urbana do mundo, 
com cerca de 80 milhões de habitantes. Abrange as RMs: Tóquio, Kawasaki, Nagoya, Kyoto, Kobe, Nagasaki e 
Osaka. 
▪ ChiPitts: está na Região dos Grandes Lagos, Norte dos EUA. Possui em torno de 50 milhões de pessoas, 
envolve as RMs: Cleveland, Detroit, Chicago e Pittsburgh. 
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AULA 10 – Urbanização 
▪ San-San: localizada na Califórnia, costa Oeste dos EUA. Possui aproximadamente 35 milhões 
habitantes, entre as RMs, temos: San Diego, Los Angeles e São Francisco. 
▪ Megalópole Europeia: envolve a Inglaterra, a França, a Bélgica, a Holanda, a Alemanha, a Suíça e a 
Itália. Possui cerca de 100 milhões de pessoas. Entre as RMs, destacamos: Londres e Paris. 
(Para alguns estudiosos, uma megalópole necessariamente precisa estar dentro de um único país.) 
Alguns defendem a existência de megalópole no Brasil, outros afirmam que não há infraestrutura de 
transporte e comunicação o suficiente para classificar dessa forma. A Megalópole Brasileira (MB) proposta é 
formada por 232 municípios pertencentes a três estados (Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais), 
interligados por diferentes aspectos, onde vivem em torno de 45 milhões de pessoa (96% da população 
residem em áreas urbanas), Além disso, é responsável por 35% do PIB nacional. 
 
Figura 09 – Megalópole Brasileira 
 
O governo chinês possui um plano para fundir várias RMs ao redor de Pequim em 
uma super-megalópole. Caso seja fundada, abrigará uma população equivalente à das 
regiões Sul e Sudeste com uma área quase do tamanho do estado de São Paulo. 
 
 
 
 
 
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CENTRALIDADE, HIERARQUIA E REDES 
 
Centralidade (polarização) constitui-se no foco principal não apenas da cidade, mas das cidades que 
estão no entorno (hinterlândia). Nela concentram-se as principais atividades comerciais, de serviços, da 
gestão pública e privada, e os terminais de transportes interregionais e intraurbanos. (CORRÊA, 1989). 
Entre os fatores que levaram a uma centralidade, podemos destacar: 
▪ Revolução Industrial: as nações que participaram da I e da II Revolução Industrial ainda são aquelas 
que se destacam na economia mundial. Desde o século XIX, elas investem intensamente em pesquisa, 
desenvolvimento, ciência, tecnologia e inovação, fazendo com que se enriqueçam e, consequentemente, 
geram centralidade; 
▪ Setor terciário: os países ricos são referência no comércio internacional e nos serviços, especialmente 
os financeiros, essas características também criam centralidade; 
▪ Vantagens locacionais: a mão de obra altamente qualificada, o mercado consumidor exigente, o 
transporte eficiente, a urbanização planejada e os centros de pesquisa contribuem com a centralidade. 
As cidades que apresentam os maiores PIBs são aquelas que exercem maior centralidade. 
 
Cidade 
PIB (Bilhões 
US$) 
População 
Área 
(km2) 
Tóquio 1.520 13.185.502 2.188 
Nova York 1.210 8.244.910 1.213 
Los 
Angeles 
790 3.792.621 1.302 
Seul 779 10.707.909 605 
Londres 731 8.173.194 1.570 
Paris 669 10.413.386 105 
Osaka 655 1.545.410 552 
Chicago 525 2.707.120 606 
Moscou 520 11.503.501 2.510 
Xangai 517 23.019.148 6.341 
Figura 14 – Cidades com os maiores PIBs em 2015 
Fonte: Finances 
 
 
 
 
 
Cidade 
PIB (Bilhões 
R$) 
População 
Área 
(km2) 
São Paulo 651 12.106.920 1.521 
Rio de 
Janeiro 
321 6.520.266 1.200 
*Distrito 
Federal 
216 3.039.444 5.780 
Belo 
Horizonte 
87 2.523.794 331 
Curitiba 84 1.893.977 435 
Porto Alegre 68 1.484.941 497 
Manaus 67 2.130.264 11.401 
Osasco 66 697.866 65 
Salvador 58 2.953.986 693 
Fortaleza 57 2.627.482 315 
Figura 15 – Cidades brasileiras com os maiores PIBs em 2017 
*Brasília mais 31 cidades do seu entorno - Fonte: IBGE 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO 
 
 
 AULA 10 – Urbanização 
 
15 
A centralidade gera ordem de importância entreas cidades, ou seja, uma hierarquia. 
A hierarquia urbana é uma organização de cidades conforme uma escala de subordinação. 
Basicamente, as cidades menores se subordinam às cidades maiores. A cidade global está no topo 
de uma hierarquia urbana e uma aldeia está na base. Não apenas o tamanho da zona urbana e o número 
populacional devem ser levados em conta, mas, principalmente, a influência que as cidades exercem 
sobre as outras, isto é, o seu grau de centralidade, que pode mudar com o passar do tempo. 
De acordo com o IBGE, a hierarquia urbana brasileira está dividida em 5 grupos: 
▪ Metrópoles: Grande Metrópole Nacional (São Paulo), Metrópole Nacional (Rio de Janeiro e 
Brasília) e Metrópole ou Metrópole Regional (Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, 
Curitiba, Goiânia e Porto Alegre); 
▪ Capitais Regionais: Classe A – as cidades apresentam cerca de 955 mil habitantes, por exemplo, 
Natal, São Luís, Maceió, Campinas, Florianópolis etc. Classe B – cerca de 435 mil habitantes, por exemplo, 
Ilhéus, Campina Grande, Blumenau, Palmas, Juiz de Fora etc. Classe C – o número de habitantes se 
aproxima de 250 mil, por exemplo, Macapá, Rio Branco, Santarém, Ponta Grossa, São José dos Campos, 
dentre outras; 
▪ Centros Sub-regionais: Centro Sub-regional A – Pouso Alegre, Rio Verde, Parnaíba, Barretos, Itajaí 
etc. Centro Sub-regional B – Cruzeiro do Sul, Parintins, Viçosa, Angra dos Reis, entre outras; 
▪ Centros de Zona: Centros de Zona A (192 cidades, com aproximadamente 45 mil habitantes), por 
exemplo, Amparo, Porto Seguro, Votuporanga, São Bento do Sul etc. Centros de Zona B (364 cidades, cerca 
de 23 mil habitantes, por exemplo, Tietê, Vila Rica, Monte Alto, dentre outros; 
▪ Centros Locais: 4.473 pequenas cidades que apresentam menos de 10 mil habitantes (média de 8 
mil) e exercem apenas influência local. Exemplo: Capitólio, Faro, Guarani, dentre outros. 
 
Figura 16 – Esquema clássico de uma hierarquia urbana 
Org.: TAKAMI, Saulo Teruo 
Cidade Global
Metrópole Nacional (Megacidade ou Cidade Grande)
Metrópole ou Metrópole Regional (Cidade Grande)
Capital Regional (Cidade Grande ou Média)
Centro Sub-regionais (Cidade Grande ou Média)
Centros de Zona (Cidade Pequena)
Centros Locais (Cidade Pequena)
Distrito
Vila
Aldeia
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO 
 
 
 AULA 10 – Urbanização 
 
16 
 
 
Figura 17 – Esquema atual de uma hierarquia urbana 
Org.: TAKAMI, Saulo Teruo 
No passado, uma aldeia não tinha uma ligação direta com um distrito e muito menos com uma cidade 
global. Atualmente, não importa o tamanho da cidade, distrito, vila ou aldeia, todas elas estão conectadas, 
essa mudança deve-se aos veículos de transporte e comunicação, isto é, à Globalização. 
 Essa hierarquia urbana está ligada à rede urbana, ou seja, as relações socioeconômicas que 
integram uma cidade, ou seja, é a conexão das cidades, não importando o seu tamanho, por meio da 
circulação das pessoas, das mercadorias, dos capitais, das informações e dos serviços. Dessa maneira, o 
grau de integração de uma rede urbana depende do desenvolvimento econômico de um país. Ademais, a 
Globalização foi responsável por intensificar essa integração. 
 
▪ A rede dendrítica está 
geneticamente vinculada a uma 
formação espacial periférica de base 
colonial, marcada por um específico 
padrão de circulação; 
▪ A rede de múltiplos circuitos ou 
capitalismo avançado, associam-se 
às formações espaciais dos países 
centrais, refletindo e 
condicionando a complexidade 
de suas organizações espaciais. 
C
id
ad
e 
G
lo
b
al
Metrópole Nacional (Megacidade ou Cidade Grande)
Metrópole ou Metrópole Regional (Cidade Grande)
Capital Regional (Cidade Grande ou Média)
Centro Sub-regionais (Cidade Grande ou Média)
Centros de Zona (Cidade Pequena)
Centros Locais (Cidade Pequena)
Distrito
Vila
Aldeia
Figura 18 – Rede dendrítica e rede de múl-tiplos circuitos 
Fonte: CORRÊA, ROBERTO LOBATO 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – URBANIZAÇÃO 
 
 
 AULA 10 – Urbanização 
 
17 
 
 
Figura 19 – Brasil: hierarquia urbana parcial 
 
 
PROBLEMAS URBANOS 
 
A urbanização gerou e ainda gera muitos aspectos positivos, entre eles, podemos destacar: 
● Saneamento básico: condições higiênicas à população; 
● Assistência à saúde (remédios, vacinas, hospitais, médicos etc.); 
● Oportunidade de emprego muito maior do que na zona rural; 
● Transporte mais dinâmico podendo escolher o modal (trem, ônibus, carro, entre 
outros); 
● Acesso à informação, educação, tecnologia, comércio, serviços etc. 
 
Porém, nem todos possuem acesso a essas infraestruturas. Assim, ao mesmo tempo que a cidade 
facilita a vida das pessoas mais favorecidas, ela também exclui as classes sociais mais baixas, gerando 
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 AULA 10 – Urbanização 
 
18 
diversos problemas no âmbito ambiental e social, que apresentam uma causa em comum: a macrocefalia 
urbana. 
Macrocefalia urbana: a cidade não consegue oferecer infraestrutura adequada para os citadinos (o 
chamado inchaço urbano). 
Sobre os aspectos negativos ao meio ambiente iniciaremos a discussão aqui, mas ela será retomada 
na aula de Meio Ambiente, então, por enquanto podemos destacar: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 20 – Problemas ambientais urbanos 
Org.: LIMA, Priscila S. 
 
 A cidade industrial do século XIX, transformou-se em cenário das contradições sociais e 
econômicas: de um lado, riquezas foram se acumulando graças à exploração do operariado. De outro, 
uma pobreza crescente visível nas ruas pela circulação de uma massa de desamparados distante do 
mínimo necessário à sobrevivência humana (ENGELS, 1985). 
Entretanto, essa cidade ganhou novas configurações, centralizou o setor terciário e se globalizou, e, 
com isso as desigualdades identificadas lá no início da intensificação urbana da Europa industrial foram 
potencializadas em diversos pontos do planeta, e, aqui destacamos alguns dos problemas sociais 
urbanos: 
▪ Congestionamento: o inchaço urbano expõe diversos problemas relacionados à falta de 
planejamento, e no caso dos congestionamentos temos de um lado a ineficiência do transporte 
coletivo impulsionando o uso do transporte particular e também a noção de carrocentrismo, onde 
se locomover em um carro particular também gera status. 
O problema da mobilidade urbana não é resolvido apenas ampliando a oferta de ônibus, 
trens e metrôs (além do aspectos quantitativo, é necessário pensar a qualidade do serviço 
oferecido), e necessário um planejamento completo da cidade que envolve a disposição de 
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Poluição Atmosférica, Solo, Visual, Auditiva
Chuva ácida toda chuva é ácida por causa do gás carbônico, mas a acidez pode aumentar devido aos óxidos de nitrogênio e de enxofre
Ilhas de Calor a zona urbana possui muitos elementos que fazem a temperatura ficar maior comparada à zona rural
Enchentes o acúmulo de lixo em áreas inapropriadas e a infraestrutura deficiente para o escoamento da água são os grandes responsáveis pelos alagamentos
Inversão térmica
durante o outono ou inverno na zona urbana, o ar frio que é mais denso faz pressão 
sobre o ar quente, dificultando a circulação do ar quente poluído, o que faz com que 
agrave os problemas respiratórios
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 AULA 10 – Urbanização 
 
19 
mercados, postos de saúde, parque e outras estruturas em diferentes pontos da cidade, assim, o 
deslocamento em maiores distância também é reduzido. 
Aqui destacamos alguns sistemas como as caronas solidárias que estão ascensão no Brasil, 
seja através de grupos mais restritos em redes sociais, como a partir de aplicativos como o 
Blablacar. 
▪ Favelização: a segregação socioespacialnão é uma novidade no mundo (muito menos no Brasil). 
Infelizmente, é comum que ao receber muitas pessoas, as cidades não tenham estruturas 
habitacional para elas. Nesse sentido, são criadas das cidades informais (termo usado pela ONU) 
ou aglomerações subnormais (como denomina o IBGE). 
Pensando o cenário brasileiro, em um primeiro momento tivemos a coexistência entre 
pobres e ricos nos centros urbanos, sendo que os mais abastados se estabeleciam em pensões 
e/ou cortiços. 
Entretanto, através de políticas de higienização social acompanhada da expansão da rede 
de transportes coletivos (que possibilitava morar em áreas mais baratas e se dirigir para as porções 
centrais para trabalhar), a população mais pobre começou a se estabelecer nas periferias. 
Atualmente, é muito comum encontrarmos bairros nobres cercados por essas 
aglomerações subnormais (as chamadas favelas ou comunidades) estabelecendo dois mundos 
diferentes em espaços tão próximos. Muitas vezes, os moradores desses espaços informais 
trabalham prestando serviço nos bairros de classe média alta. 
 
▪ Violência: com o inchaço das cidades, muitos direitos básicos não são garantidos, entre eles, a 
segurança, mas não sejamos ingênuos, algumas porções da cidade recebem uma “atenção maior” 
do Estado, afinal desempenham maior “força” econômica e, consequentemente, política. 
Entre os problemas urbanos, o mais preocupante é o aumento da criminalidade. Existem 
inúmeros aspectos ocasionadores desse fato, quais sejam: Desemprego; Má distribuição de renda; 
Falta de planejamento familiar; Infraestrutura deficiente em educação, saúde, saneamento básico, 
moradia, alimentação etc.; Incentivo ao consumo pelos meios de comunicação de forma 
irresponsável com o endividamento da população, sobretudo das camadas mais pobres. 
Entre os tipos de crime, no Brasil, podemos destacar o homicídio por arma de fogo e o 
estupro. Do total de quase 23 mil casos de estupro registrados pelo Sistema de Saúde 
em 2016, cerca de 50% foram cometidos contra crianças de até 13 anos. No geral, 70% 
dos casos de estupro são cometidos por parentes, namorados, amigos ou conhecidos da 
vítima. Ou seja, o perigo, na maioria das vezes, está dentro da própria casa. Há, em 
média 10 estupros coletivos notificados todos os dias no sistema de saúde do país. 
(Dados do Ministério da Saúde). 30% dos municípios não fornecem estes dados ao 
Ministério. Ou seja, esse número ainda não representa a totalidade. 
 
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 AULA 10 – Urbanização 
 
20 
No que tange aos homicídios por arma de fogo, o maior número de vítimas está entre 18 e 22 
anos, sendo homem, negro e de baixa renda. E, infelizmente, esse panorama só vem crescendo ao 
longo dos anos. 
Figura 21 – Vítimas de homicídio por armas de fogo no Brasil entre 1980 e 2014 
A globalização intensificou o crime organizado, pois o tráfico de crianças, adolescentes, mulheres, 
trabalhadores, armas e drogas aumentou, esses são vendidos para quem pagar mais. A violência 
urbana tornou-se um fenômeno alimentado pela economia e pela política que expressa a dinâmica 
global da estrutura capitalista sobretudo em países como os da América Latina onde o nível de 
concentração de renda é espantoso (WEYRAUCH, 2011). 
Além do que existe na realidade, existem também as sensações de insegurança, que muitas vezes 
são alimentadas pela indústria do medo que é uma estrutura pensada para aumentar esse 
sentimento através, por exemplo, de programas de TV (feitos em horários estratégicos) onde 
diariamente são expostos os mais variados tipos de crime (e chamamos de uma indústria porque 
aumentam a sensação de caos para vender a segurança privada). 
Por isso, é muito comum encontramos nas cidades os chamados enclaves fortificados, ou seja, 
espaços que estão moldados/circundados por barreiras físicas, como é caso dos condomínios 
fechados (que passam a sensação de maior segurança para se morar), dos shoppings (que oferecem 
lazer em um ambiente mais controlado), parques privativos etc. 
Com a ascensão desses enclaves, cada vez mais o espaço público fica vazio (e isso também amplia 
as chances de violência) e muitas vezes passa a ser apropriado por facções ou pelo setor privado. 
Assim, a difusão dos ideais liberais influenciou as políticas públicas, promovendo a privatização dos 
serviços públicos e aumentando a desigualdade no acesso a esses serviços, e, levou também à 
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 AULA 10 – Urbanização 
 
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liberalização do mercado imobiliário, reforçando a desigualdade na organização e no acesso ao 
espaço público. 
A configuração dessa cidade repleta de enclaves fortificados rompe a lógica de lugar, e com o passar 
do tempo, as pessoas já não nutrem afeto por seus bairros, não conhecem seus vizinhos, ou seja, se 
desmobilizam, e, uma população desmobilizada e insensível à sua realidade não protesta, não reage. 
▪ Gentrificação: esse processo também é chamado de expulsão branda. Mas como ele acontece? 
Bom... uma área passa a receber incentivos, revitalizações e o espaço passa a ser valorizado, ou 
seja, se torna mais caro, e, é aqui que entra a lógica de especulação imobiliária. 
Se os espaços ficam mais caros, passam a afetar o cotidiano de quem está ali. Então imagine 
comigo: seu Zezinho morava em um bairro de classe média baixa, e, com seu salário conseguia se 
manter ali, mas quando a área passou a se valorizar, o preço do aluguel, dos impostos e até mesmo 
do pãozinho subiram, logo, não seria possível pagar os novos valores, então, toda a família de seu 
Zezinho vai se mudar para outro lugar. 
Perceba, ninguém obrigou diretamente a retirada dessa família, foi um processo mais 
“brando”, indireto. Desse modo, surge o processo de gentrificação, isto é, forçar a retirada de 
pessoas mais pobres de uma área, não necessariamente periférica, para dar lugar a população 
mais favorecida que, nem sempre, vai morar ali, mas utilizará o espaço para especulação 
imobiliária. 
E é nesse sentido que m grande parte das maiores cidades brasileiras há mais imóveis 
vazios do que pessoas sem teto, mas por que eles não são ocupados? Porque enquanto mantem 
casas/apartamentos desocupados, os donos esperam a valorização, ou seja, ficar mais caro, para 
então alugarem (eles não vão ceder o espaço para quem não pode pagar) 
 
 
Figura 22 – Problemas ambientais urbanos 
Org.: LIMA, Priscila S 
 
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Congestionamento Carrocentrismo (rompimento da noção de lugar) + Ineficiência do transporte coletivo
Favelização proliferação de áreas sem (ou com limitada) infraestrutura
Gentrificação expulsão branda, graças à valorização do espaço
Violência
Física e psicológica, potencializada pela indústria do medo, 
criando os enclaves fortificados e contribuindo para o uso 
privado do espaço público.
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 AULA 10 – Urbanização 
 
22 
O ESPAÇO URBANO BRASILEIRO 
Há diversas formas de definir o população urbana, mas no caso brasileiro, o IBGE adotou o caráter 
demográfico/residencial, ou seja, "pessoas que moram na cidade". 
“No Brasil, o IBGE considera população urbana as pessoas que residem no interior do 
perímetro urbano de cada município, e a população rural as que residem fora desse 
perímetro. Entretanto, as autoridades administrativas de alguns municípios utilizam as 
atribuições que a lei lhes garante e determinam um perímetro urbano bem mais amplo 
do que a área efetivamente urbanizada." 
(SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª Edição. Volume Único. São Paulo: Ática, 2018.p. 
621) 
Tal definição abre um outro questionamento: até onde consideramos "cidades"? Na prática, essa é 
uma determinação de autoridades administrativas, que por vezes ampliam o perímetro urbano,abraçando chácaras, sítios ou fazendas - áreas visivelmente rurais -, garantindo um maior número de 
imóveis sob os tributos urbanos (IPTU - Imposto Predial e Territorial Urbano) que são maiores que o rural 
(ITR - Imposto Territorial Rural) - ou seja, aumentando a arrecadação. 
“Segundo esse critério, o estado do Amapá e do Mato Grosso têm índices de urbanização 
equivalentes ao da região Sudeste. (...) Alguns estados com grau e urbanização maior 
(acima de 70%) localizam-se em regiões de floresta, de expansão agrícola ou reservas 
indígenas e ecológicas (principalmente na região Norte do país), nas quais as atividades 
rurais, como agropecuária e extrativismo, são dominantes. Por exemplo, segundo o IBGE, 
o Amapá - que em 2017 possuía apenas 797 mil habitantes distribuídos em 16 municípios, 
sendo 474 mil habitantes em Macapá - apresenta índice de urbanização igual ao de 
outros estados do Centro-Sul." 
(SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª Edição. Volume Único. São Paulo: Ática, 2018.p. 
622) 
Ainda que a metodologia utilizada para avaliar a urbanização brasileira apresente distorções, é 
inegável os índices de população urbana tenham aumentado graças ao êxodo rural - ainda que esse 
movimento seja menos intenso hoje do que em décadas anteriores - o que é muito "lógico": se antes a 
maior parte da população estava no campo, tínhamos mais pessoas para realizar tal movimento para as 
cidades, mas como hoje há muita gente nas cidades, houve uma redução no ritmo de tal êxodo. 
 "O processo de urbanização brasileiro apoiou-se essencialmente no êxodo rural, 
associado a dois condicionantes que se interligam: a repulsão da força de trabalho do 
campo e a atração dessa força de trabalho para as cidades." 
(TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de Geografia Geral e do Brasil. 3ª Edição. 
Moderna Plus – Parte I, 2015.p.181) 
Pensando o cenário brasileiro, o êxodo rural foi potencializado por: 
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 AULA 10 – Urbanização 
 
23 
▪ Fatores repulsivos: no campo, a persistência (e até mesmo intensificação) da concentração de terras 
somada à substituição do ser humano pela máquina, criaram um cenário de repulsão do campo. 
"a cidade não é um sonho dourado: é uma promessa de sobrevivência" 
(TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de Geografia Geral e do Brasil. 3ª Edição. 
Moderna Plus – Parte I, 2015.p.181) 
▪ Fatores atrativos: por outro lado, a cidade, que não oferecia as melhores condições para todas as 
pessoas, dispunha de empregos e salários na construção ou nos serviços - e esse mercado urbano 
diversificado possibilita a ascensão do trabalho informal. Além do emprego, as cidades dispõem de 
melhores serviços públicos de assistência social e hospitalar. 
 
Brasil: evolução da malha municipal - 1940 / 2014 
 
"O êxodo rural expressa, em primeiro lugar, a ação de fatores de repulsão do campo, 
como o predomínio da grande propriedade rural, a subdivisão das propriedades 
familiares e a mecanização das atividades agropecuárias. Mas, em segundo lugar, 
expressa necessariamente a ação de fatores de atração: as cidades oferecem acesso a 
serviços públicos (hospitais, escolas, postos de saúde etc.) e possibilidades de emprego e 
renda mais amplos que os do meio rural. A opção pela cidade é uma busca de horizontes 
de integração na economia e na sociedade moderna." 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p.265 e 266) 
Pensando o cenário mais atual, se tornou mais complexo diferenciar a população urbana da 
população rural, uma vez que esses espaços estão cada vez mais entrelaçados, seja pelo elevado número 
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 AULA 10 – Urbanização 
 
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de pessoas que moram em um deles e trabalham em outro; pela diversificação econômica marcada pela 
expansão de atividades do setor secundário e do setor terciário no campo; ou ainda, pelas inúmeras 
cidades que surgiram e cresceram em regiões onde o agronegócio impulsiona a produção. 
PROCESSO DE URBANIZAÇÃO NO BRASIL 
"O processo de urbanização se manifesta em todo o país, contudo, do ponto de vista 
regional, registram-se fortes diferenças no ritmo de transferência da população do meio 
rural para o meio urbano (...) As desigualdades no ritmo da urbanização refletem as 
disparidades econômicas regionais e a inserção diferenciada de cada região na economia 
nacional." 
(TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de Geografia Geral e do Brasil. 3ª Edição. 
Moderna Plus – Parte I, 2015.p.183) 
Os primeiros centros urbanos na América portuguesa surgiram nas principais áreas produtoras de 
bens exportação. Assim destacamos: 
▪ Salvador e Recife, como polos associados à economia canavieira do Nordeste; 
▪ Vila Rica (atual Ouro Preto), como um polo relacionado à extração mineral nas Minas Gerais; 
▪ Rio de Janeiro, que apresentou desenvolvimento urbano graças à sua condição de sede político-
administrativa colonial; 
▪ São Paulo, que até a expansão da economia cafeeira (final do século XIX), era um núcleo urbano 
secundário. 
A dinâmica econômica do Brasil ganhou novos rumos na década de 1930, com a industrialização 
houve uma maior integração do território, o que potencializou a urbanização, ainda que em ritmos 
diferentes se compararmos cada região. 
Em termos gerais, a urbanização brasileira foi acelerada e, durante seu momento mais intenso, 
focada na atração de pessoas para os grandes centros urbanos - cenário esse que desencadeou diversos 
problemas típicos do inchaço urbano. 
"Entre 1940 e 1970, a população urbana cresceu rapidamente, enquanto a população 
rural expandia-se muito lentamente. A partir de 1970, o rimo de incremento da 
população urbana diminuiu, refletindo a redução geral do crescimento demográfico, mas 
a população rural passou a retroceder em termos absolutos. O êxodo rural, ou seja, a 
transferência da população do campo para as cidades, acompanhou a modernização da 
economia brasileira." 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p.265) 
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 AULA 10 – Urbanização 
 
25 
Como visto anteriormente, a urbanização 
brasileira se deu de maneira heterogênea, ou 
seja, a depender de quais e quando as 
atividades econômicas de cada região se 
manifestaram. Assim, a primeira porção do 
Brasil a se tornar urbanizada (ou seja, com um 
percentual de moradores em centros urbanos 
superior ao percentual daqueles que moravam 
no campo) foi o Sudeste, ainda na década de 
1950, posteriormente. Na década de 1970, o Sul 
e o Centro-Oeste também atingiram tal marca, 
mas o Norte e Nordeste se urbanizaram mais 
tardiamente, na década de 1980. 
 
SUDESTE 
A primeira região brasileira a se urbanizar alcançou tal feito ainda na década de 1950, o que revela 
uma modernização econômica, industrialização e maior dinamicidade do comércio e dos serviços. Tal 
cenário ajudou a criar uma ação repulsiva no campo e maior atração para a cidade (impulsionando o 
êxodo rural) - atração essa que também se reflete no cenário nacional com um grande fluxo, 
principalmente de nordestinos, para grandes centros urbanos, em especial: São Paulo, Rio de Janeiro e 
Belo Horizonte. 
 
SUL 
A região Sul apresentou um processo de uso de terras um pouco diferente do padrão nacional: nessa 
porção foram estabelecidas diversas pequenas propriedades com o objetivo de povoar a porção mais 
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 AULA 10 – Urbanização 
 
26 
meridional do país. Assim, até a década de 1970, apresentou um processo de urbanização mais lento (já 
que a agricultura familiar ajuda na fixação da população no campo)."Entre as décadas de 1920 e 1960, os planaltos do norte e do oeste do Paraná 
funcionaram como novas fronteiras agrícolas do café, recebendo migrantes que se 
instalavam em terras submetidas à colonização. Enquanto isso, a agricultura familiar de 
Santa Catarina e do Rio Grande do Sul modernizava-se, mas conservava a estrutura 
tradicional de pequenas propriedades, o que funcionava como freio ao êxodo rural." 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p.267) 
Com a substituição do café pela soja, no oeste e no norte do Paraná, a mecanização acelerada e a 
concentração de terras criaram um fator repulsivo. Além disso, nesse mesmo período, tivemos uma crise 
da agricultura familiar no Rio Grande do Sul, e somando essas realidades, houve a aceleração do processo 
de urbanização no Sul. 
CENTRO-OESTE 
"Desde o final da década de 1960, o Centro-Oeste tornou-se a segunda região mais 
urbanizada do país." 
(TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de Geografia Geral e do Brasil. 3ª Edição. 
Moderna Plus – Parte I, 2015.p.183) 
O primeiro grande impulso à urbanização no Centro-Oeste foi a construção de Brasília, criando uma 
atração populacional para o perímetro urbano. Posteriormente novas rodovias rasgaram o Brasil Central 
buscando a integração territorial do país, com isso, também se tornado eixos para a formação de novas 
cidades. 
Além dos fatores atrativos gerados pelo estabelecimento do Distrito Federal e das rodovias, tal 
porção do Brasil foi tomada pelo avanço das fronteiras agrícolas. Na prática, estamos falando de uma 
agricultura comercial que se vale da concentração de terras e de maquinários. 
"o Centro-Oeste apresenta o segundo maior índice de urbanização entre as regiões 
brasileiras. Isso se explica por dois fatores: toda a população do Distrito Federal (cerca 
de 3 milhões de habitantes em 2017) mora dentro do perímetro urbano de Brasília, que 
o único aglomerado urbano dessa unidade da Federação; e houve a abertura de rodovias 
e a expansão das fronteiras agrícolas com pecuária e agricultura mecanizada (que usam 
pouca mão de obra), o que promoveu o crescimento urbano nas cidades já existentes e o 
surgimento de outras." 
(SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª Edição. Volume Único. São Paulo: Ática, 2018.p. 
624) 
 
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 AULA 10 – Urbanização 
 
27 
NORDESTE 
O Nordeste apresentou uma urbanização mais lenta, e, isso se justifica por duas grandes realidades: 
a agricultura familiar em minifúndios no Agreste e a baixa dinamicidade econômica dos perímetros 
urbanos locais. Assim, por mais que a população nordestina tenha realizado um êxodo rural, foi, durante 
muito tempo, em direção, especialmente, ao Sudeste. 
"As migrações de nordestinos para o Sudeste, bastante intensas entre as décadas de 
1940 e 1980, funcionaram como êxodo rural, pois parcela considerável do fluxo foi 
constituída por transferências de populações do meio rural para o meio urbano." 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p.267) 
 
NORTE 
A região Norte é um caso diferente dos demais, afinal, estamos falando de uma porção marcada 
pela baixa densidade demográfica e grandes áreas de florestas. Assim, ainda no século XX, a proporção 
população urbana já era elevada - uma vez que a população total era reduzida e, pensando o cenário 
regional, havia um poder atrativo de Belém e Manaus. 
"Os fluxos migratórios dirigidos para frentes pioneiras agrícolas em Rondônia e no Pará, 
nas décadas de 1970 e 1980, restringiram o crescimento relativo da população urbana. 
Depois disso, porém, a população rural entrou em estagnação, enquanto acelerava o 
processo de urbanização." 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p.267) 
As últimas décadas marcam um processo de urbanização mais intenso, especialmente pela proliferação 
de cidades ao longos das rodovias. 
BRASIL: REDE E HIERARQUIA URBANA 
"O conjunto das cidades de determinado território forma uma rede - a rede urbana. Uma 
rede é um sistema constituído por arcos de transmissão e nós de bifurcação, pelo qual 
circulam fluxos materiais e imateriais." 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p.267) 
A relação entre as cidades cria uma rede urbana. Isso faz sentido para você? Vamos pensar de forma 
prática: imagine que nós temos a cidade A, B e C. Elas não estão isoladas, mas interagem entre si (tal 
interação cria uma rede), seja com fluxos materiais ou imateriais. Por isso as cidades são chamadas de 
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 AULA 10 – Urbanização 
 
28 
"nós de bifurcação" - afinal, concentram a produção e distribuição de mercadorias e da prestação de 
serviços diversos. 
"fator importante que devemos considerar ao analisar os fluxos no interior de uma rede 
urbana é a condição de acesso proporcionada pelos diferentes níveis de renda da 
população. Um morador rico de uma cidade pequena consegue estabelecer muito mais 
conexões econômicas e socioculturais que um morador pobre de uma grande metrópole. 
A mobilidade das pessoas entre as cidades da rede urbana depende de seu nível de 
renda." 
(SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª Edição. Volume Único. São Paulo: Ática, 2018.p. 
634) 
 
 
 
 
 
 
Você deve ter notado que no nosso esquema de rede, a cidade B é maior do que as demais. Isso 
acontece, porque dentro de uma rede urbana cada cidade exerce um grau de influência diferente, a 
depender da sua capacidade de oferecer bens e serviços. Ou seja, algumas são mais "centralizadoras", 
mais "atrativas" economicamente do que as outras. 
"Segundo o IBGE, as regiões de influência das cidades brasileiras são delimitadas 
principalmente pelo fluxo de consumidores que utilizam o comercio e os serviços públicos 
e privados no interior da rede urbana." 
(SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª Edição. Volume Único. São Paulo: Ática, 2018.p. 
634) 
Percebeu que com esse raciocínio já identificamos uma hierarquia? Essa é a chamada hierarquia 
urbana, e no caso brasileiro, a cidade de São Paulo (classificada pelo IBGE como a grande metrópole 
nacional) ocupa o nível mais elevado em tal hierarquia - seguida por Rio de Janeiro e Brasília. 
De acordo com o IBGE, a hierarquia urbana brasileira está dividida em 5 grupos: 
1. Metrópoles - são os 12 centros mais importantes do país, e são divididos em três grupos, a 
depender do tamanho e poder de polarização. 
a. Grande metrópole nacional - São Paulo, uma vez que tem um poder de polarização em 
âmbito nacional, desempenhando funções de uma metrópole global (afinal, concentra a 
A 
B C 
Fluxos 
Materiais (Pessoas, mercadorias etc.) 
Imateriais (Telecomunicação, transferência 
de capital, intercâmbios políticos e culturais) 
etc.) 
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 AULA 10 – Urbanização 
 
29 
maior parte das sedes de grandes empresas, criando uma ligação entre a economia 
nacional e a mundial); 
b. Metrópole nacional - Rio de Janeiro e Brasília, que também apresentam influência 
nacional, mas menor que a de São Paulo. 
"O Rio de Janeiro é classificado como metrópole nacional. Assim como em São Paulo, na 
cidade são realizados eventos empresariais, científicos e culturais de significado 
internacional. Os dois grandes centros oferecem serviços de educação superior e saúde 
que atraem usuários de todo o território brasileiro. No mesmo nível de Rio de Janeiro 
aparece Brasília. A capital federal exerce influência econômica menor que a das duas 
principais metrópoles, mas é o centro onde se tomam decisões políticas de repercussão 
nacionale internacional." 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p.268) 
c. Metrópoles - Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza, Salvador, Recife, Curitiba, Campinas 
e Manaus - cidades que apresentam influência regional 
2. Capital regional - são municípios com influência regional, destacando, especialmente, as capitais 
estaduais, sendo divididos em: Capital regional A, Capital regional B e Capital regional C 
3. Centro sub-regional - são centros menos complexos, com área de polarização mais reduzida. São 
divididos em: Centro sub-regional A e Centro sub-regional B 
4. Centro de zona - são cidades de menor porte, dispondo de serviços elementares e polarização 
somente às cidades vizinhas. São divididos em: Centro de zona A e Centro de zona B 
5. Centro local - são as cidades restantes, onde os serviços atendem apenas à população local, não 
polarizando nenhum outro município. 
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30 
 
O Rio de Janeiro foi capital colonial e imperial, mantendo tal condição até a inauguração de Brasília, 
em 1960. Tal transferência afetou suas dinâmicas, afinal perder o estatuto de sede do governo federal 
significou a diminuição de investimentos e atratividade. Além disso, mais tarde, várias empresas estatais 
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 AULA 10 – Urbanização 
 
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com sede em tal cidade foram privatizadas e, em 2000, houve o encerramento das atividades de sua bolsa 
de valores. 
Entretanto, a capital fluminense ainda sedia a maior empresa brasileira - Petrobrás - e o grande 
grupo de comunicação Globo. Ou seja, decisões importantes e uma forte influência cultural partem do 
Rio de Janeiro, além do valor simbólico das antigas funções políticas e paisagem natural que ficou 
consagrada como cartão-postal do Brasil - por isso é tão comum que sedie eventos políticos e esportivos 
de larga escala. 
Quanto à São Paulo, foi uma cidade secundária durante o período colonial e se manteve assim até 
as últimas décadas do século XIX. As mudanças que garantiram a condição de metrópole se deram com a 
expansão da economia cafeeira, e, posteriormente, com a industrialização - ultrapassando o Rio de 
Janeiro, em termos demográficos, em meados do século XX. 
Atualmente, a influência 
nacional de São Paulo é maior do 
que a força exercida pelo Rio de 
Janeiro, uma vez que concentra 
sedes empresariais e abriga a 
bolsa de valores que interliga a 
economia brasileira aos 
mercados financeiros globais 
"A área de atração direta 
de São Paulo se estende por 
todo o território paulista, 
pelo sul de Minas Gerais e 
Triângulo Mineiro e vastas 
áreas no Centro-Oeste, até 
a Amazônia ocidental. O rio 
de Janeiro, por sua vez, 
influencia diretamente, 
além de seu estado, a Zona 
da Mata mineira, o Espírito 
Santo e o sul da Bahia." 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o 
ensino médio. 2ª edição, Volume Único 
São Paulo: Atual, 2012.p.270) 
Em termos regionais, as redes urbanas podem ser facilmente distinguidas, sendo um padrão mais 
complexo encontrado no Sudeste e, em menor escala, no Sul - ou seja, são redes organizadas em torno 
de metrópoles e compostas por diversas cidades médias com funções de capitais regionais. Já o Nordeste 
apresenta uma rede menos integrada, com forte dependência de três metrópoles: Fortaleza, Salvador e 
Recife. Enquanto isso, a realidade encontrada no Centro-Oeste e no Norte é de carência de cidades 
médias, reflexos das baixas densidades demográficas. 
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SUDESTE 
A rede urbana no Sudeste se organiza em torno de São Paulo (grande metrópole nacional), do Rio 
de Janeiro (metrópole nacional) e de Belo Horizonte (metrópole) - além de outras cidades consideradas 
capitais regionais. 
Note que temos três grandes centros polarizadores e outros de escala menor, ou seja, "há muita 
gente querendo mandar em um espaço só", é isso que chamamos de complexidade de rede, ou seja, há 
uma concorrência por influência entre os centros urbanos - principalmente no sul de Minas e no Triângulo 
Mineiro (onde São Paulo e Belo Horizonte polarizam); bem como no Espírito Santo, submetido às 
influências do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte. 
"Contudo, a influência direta dessas cidades centrais [São Paulo e Rio de Janeiro] se faz 
sentir nas áreas que circundam o Sudeste, como o norte do Paraná e o Mato Grosso do 
Sul, no caso de São Paulo, e o sul da Bahia, no caso do Rio de Janeiro. Adicionalmente, 
Belo Horizonte estende sua influência até trechos da Bahia e de Goiás." 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p.271) 
 
SUL 
Na região Sul, as principais cidades polarizadoras são Porto Alegre e Curitiba. Assim, a capital 
gaúcha estende sua influência sobre o seu estado e a maior parte de Santa Catarina; já a capital mais fria 
do país influencia o Paraná e o norte catarinense. Vale ressaltar as duas metrópoles exercem uma 
influência discreta (mas efetiva) no Centro-Oeste, na Amazônia e em trechos da Bahia - consequência da 
migração de agricultores do Sul para tais porções 
 
NORDESTE 
As redes urbanas no Nordeste estão estruturadas nos arredores de três metrópoles: Salvador, Recife 
e Fortaleza - mas devemos destacar uma certa polarização exercida pelas demais capitais estaduais (que 
se configuram como capitais regionais). Dessa forma, quanto às influências, destacamos: 
▪ Salvador: sobre a maior parte da Bahia e sobre Sergipe 
▪ Recife: de Alagoas à Paraíba - dividindo com Fortaleza a influência sobre o Rio Grande do 
Norte; 
▪ Fortaleza: Ceará, Piauí e o Maranhão. 
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Destacamos, no Agreste, cidades como Campina Grande (PB) e Caruaru (PE), que funcionam como 
capitais regionais, e por isso são chamadas de capitais do Agreste. Bem como no Sertão, Juazeiro (BA) e 
Petrolina (PE) exercem influência, ainda que mais fraca, como capitais regionais. 
 
NORTE 
A região Norte apresenta uma incipiente rede urbana, sendo dividida em duas grandes áreas de 
influência: a Amazônia oriental (polarizada por Belém) e a Amazônia ocidental (polarizada por Manaus). 
A força dessas duas metrópoles (Belém e Manaus) é ainda mais reforçada pelas imensas distâncias que 
precisam ser percorridas e a ausência, quase completa, de cidades médias. 
As capitais dos outros estados funcionam como capitais regionais - destacamos Porto Velho (RO) e 
Palmas (TO), que estão dispostas sobre eixos viários de integração, logo, sofrem forte influência de Brasília 
e Goiânia, respectivamente. 
 
CENTRO-OESTE 
Graças à construção de Brasília e a "marcha para o Oeste", a rede urbana do Centro-Oeste foi 
reorganizada na segunda metade do século XX. Assim, podemos afirmar que as principais cidades estão 
ao longo de eixos rodoviários e mantém fortes relações econômica com as metrópoles do Sudeste, em 
especial com São Paulo. 
Em tal região, o destaque é dado para Brasília (metrópole nacional) e para Goiânia (metrópole). 
Ambas polarizam áreas da Amazônia que são cortadas pela Belém-Brasília e a Brasília-Acre - além delas, 
Campo Grande e Cuiabá, como capitais regionais, exercem influência limitada em seus estados. 
 
A CIDADE-CAPITAL 
"Brasília representa um caso especial entre as grandes cidades brasileiras. Não 
simplesmente por ser uma cidade planeja: Belo Horizonte, fundada em 1897, e Goiânia, 
fundada em 1933, constituem outros exemplos de cidades planejadas no Brasil. A 
singularidade de Brasília reside na finalidade específica que orientou o planejamento 
urbano - a criação de uma cidade-capital no centro do território nacional." 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume ÚnicoSão Paulo: Atual, 2012.p.271) 
Brasília foi pensada com uma função geopolítica muito clara: abrigar os órgãos do poder do Estado, 
logo, o plano urbanístico que pautou sua construção manifesta a ideia de separação entre os órgãos do 
poder político e as multidões populares. 
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O Plano Piloto de Brasília foi projetado pelo urbanista Lúcio Costa e indica uma nítida segregação 
funcional, reservando áreas diferentes para as diferentes funções urbanas - administrativa, residencial e 
comercial. 
Brasília foi organizada em dois eixos: 
▪ Eixo Monumental: que é cortado por um eixo arqueado e foi reservado para os edifícios de 
órgãos do poder político, administração e embaixadas 
▪ Eixo Rodoviário: que corta o Eixo Monumental e é arqueado, que foi dedicado à circulação 
expressa 
BRASIL: REGIÕES METROPOLITANAS 
"As regiões metropolitanas brasileiras foram criadas por lei aprovada no congresso 
Nacional em 1973, que as definiu como 'um conjunto de municípios contíguos e 
integrados socioeconomicamente a uma cidade central, com serviços públicos e 
infraestrutura comum', que deveriam ser reconhecidas pelo IBGE. A Constituição de 1988 
permitiu a estadualização do reconhecimento legal das metrópoles." 
(SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª Edição. Volume Único. São Paulo: Ática, 2018.p. 
631) 
 Quando pensamos o processo de 
urbanização no Brasil foi acelerado e 
essencialmente concentrador. As principais cidades 
- geralmente, capitais estaduais - polarizaram as 
atividades mais dinâmicas do comércio, serviço e 
indústria, logo, durante décadas, se tornaram um 
grande centro de atração demográfica, 
consequentemente, tenderam à metropolização. 
A estrutura espacial criada a partir da 
colonização, gerou embriões de algumas 
metrópoles, como Rio de Janeiro, Salvador e Recife, 
mas foi a modernização da economia 
(especialmente a partir da década de 1930 e no pós-
guerra) que impulsionou a urbanização no país. 
Em 1940, o Brasil abrigava duas metrópoles: Rio de Janeiro e São Paulo, em 1950 esse número foi 
ampliado para três, com a ascensão de Recife. Já no Censo de 2010, o país já contava com 14 cidades com 
mais de 1 milhão de habitantes, 38 aglomerações urbanas com mais de meio milhão de pessoas - ou seja, 
houve um crescimento significativo. 
Dentro desse contexto, o crescimento demográfico das grandes cidades e dos núcleos urbanos dos 
seus arredores levou ao processo de conurbação, ou seja, uma maior integração entre os centros urbanos. 
"Um número reduzido de cidades, que 
apresentavam vantagens prévias, tornou-se alvo 
dos investimentos. Essa aglomerações evoluíram 
como polos de atração demográfica e grandes 
mercados consumidores. A concentração 
econômica determinou a aglomeração espacial: 
o resultado foi a metropolização, ou seja, a 
formação de metrópoles." 
 
(TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. 
Conexões: estudos de Geografia Geral e do Brasil. 3ª 
Edição. Moderna Plus – Parte I, 2015.p.186) 
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 AULA 10 – Urbanização 
 
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Então, tínhamos: o crescimento das grandes cidades 
(metropolização) e o aumento da integração entre essas grandes 
cidades e centros urbanos que estavam nos arredores. 
(conurbação), ou seja, inaugurávamos uma etapa que se 
caracterizava pela "configuração de amplas regiões urbanizadas, 
constituídas ao redor de uma metrópole, como 'corredores 
urbanos' de cidades médias." (MAGNOLI, 2012, p. 369), as 
regiões metropolitanas 
"As regiões metropolitanas são estruturas territoriais 
especiais, formadas pelas principais cidades do país e 
pelas aglomerações a elas conurbadas." 
(TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos 
de Geografia Geral e do Brasil. 3ª Edição. Moderna Plus – Parte I, 2015.p.187) 
Inicialmente, as regiões metropolitanas foram definidas pela Lei Complementar nº14, de 1973 - uma 
vez que ao se conurbarem, os municípios passaram a dividir problemas para os quais só existiriam 
soluções conjuntas. Entretanto, a Constituição Federal de 1988 delegou aos estados o poder/direito de 
criar tais estruturas territoriais, o que aumento o número de tais regiões na década de 1990. 
 "Entre elas [novas regiões metropolitanas], seis são nucleadas por capitais estaduais: 
São Luís, Vitória, Natal, Florianópolis, Maceió e Goiânia. No estado de Santa Catarina, 
foram estabelecidas outras duas: a do Vale do Itajaí, nucleadas em Blumenau, e a do 
Norte/Nordeste catarinense, nucleada por Joinville. No norte do Paraná, criaram mais 
duas, nucleadas por Londrina e Maringá. No estado de São Paulo, foram criadas as 
regiões metropolitanas da Baixada Santista, em torno de Santos, e de Campinas." 
(TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de Geografia Geral e do Brasil. 3ª Edição. 
Moderna Plus – Parte I, 2015.p.187) 
MEGALÓPOLE 
"No conjunto, o eixo São Paulo-Rio de Janeiro funciona como uma megalópole, isto é, 
como corredor extensivamente urbanizado que se organiza em espaço polarizado pelas 
duas metrópoles (...). No corredor viário do vale do Paraíba, ainda existem trechos rurais 
com extensão significativa." 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p.371) 
"Na conurbação pode ocorrer a 
integração física das manchas 
urbanas, de modo que as estradas 
que conectavam núcleos distintos são 
incorporadas como avenidas de uma 
única aglomeração, ou a integração 
funcional de cidades que 
permanecem separadas por áreas 
rurais, mas se conectam fortemente 
por fluxos pendulares diários de 
trabalhadores." 
(MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o 
ensino médio. São Paulo: Atual, 2012.p.369) 
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REGIÕES INTEGRADAS DE DESENVOLVIMENTO (RIDE) 
 Por envolver municípios de mais de uma Unidade da Federação, a RIDE é uma forma de ação mais 
ampla que a prevista nas regiões metropolitanas. A RIDE tem como objetivo articular e harmonizar as 
ações administrativas da União, dos estados e dos municípios para a promoção de projetos que visem à 
dinamização econômica de territórios de baixo desenvolvimento e assim, conseguir prioridade no 
recebimento de recursos públicos. 
 
Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno 
Criada por Lei Complementar em 1998, envolve o Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais. Em 2009, 
é recriada a Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco). O primeiro projeto 
industrial de larga escala na RIDE do Distrito Federal e do Entorno foi elaborado em 2017 pela Sudeco para 
a construção de uma fábrica de cimento no município de Formosa, no valor de R$ 270 milhões. Estima-se 
que obra possa gerar até 2 mil empregos diretos e indiretos no período de instalação. 
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Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento do Polo Petrolina e 
Juazeiro 
Criada por Lei Complementar 
em 2001, abarca os estados da Bahia 
e de Pernambuco. Juazeiro (BA) e 
Petrolina (PE) são cidades 
conurbadas. O vale do rio São 
Francisco é um polo de 
desenvolvimento tecnológico da 
fruticultura irrigada, implantado pela 
Companhia de Desenvolvimento dos 
Vales do São Francisco e do Parnaíba 
(Codevasf) e iniciativa privada, com 
apoio da Empresa Brasileira de 
Pesquisa Agropecuária (Embrapa). 
Recentemente, a região tornou-
se o segundo polo vitivinicultor do 
Brasil, com produção anual de 7 milhões de litros de vinho (15% da produção nacional), sendo 30% de 
vinhos finos, premiados nacional e internacionalmente, produzidos nas oito vinícolas instaladas nos 
municípios pernambucanos de Lagoa Grande e Santa Mariada Boa Vista e em Casa Nova, na Bahia. Além 
da produção arroz com a irrigação em Curaçá, na Bahia. 
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A região dispõe da infraestrutura do Aeroporto Internacional de Petrolina; da hidrovia do São 
Francisco, com o Lago de Sobradinho, o maior lago artificial do mundo; de eclusas na Barragem de 
Sobradinho; de ligação rodoviária com as principais capitais do Nordeste; e de uma termelétrica com 
capacidade para geração 138 Megawatts de energia. 
 
Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina 
 
Criada por Lei Complementar em 2001, envolve 
os estados do Maranhão e Piauí. Com a emancipação e 
a eleição de seu primeiro prefeito, que começou a atuar 
no início de 2009, Nazária faz parte da Região Integrada 
de Desenvolvimento da Grande Teresina neste ano. 
Antes de ser emancipada, Nazária era subdistrito de 
Teresina. 
Na RIDE da Grande Teresina, os municípios de 
Teresina (PI) e Timon (MA) estão conurbados, 
respondendo pelo maior contingente populacional da 
Região Metropolitana; juntos, têm uma população 
estimada de 1.009.114 habitantes. 
 
 
 
INDICAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
Fala, pessoal... Deixo aqui algumas indicações, e ao assisti-los, observe muito bem as paisagens e 
como elas são alteradas pelo processo de urbanização. 
Você notará que a principal realidade retratada é a de São Paulo, e, esse foi o nosso foco porque 
é a maior cidade do Brasil, logo, os processos acabam sendo mais intensos, mas se você não morar na 
capital paulista, tente transferir o que acontece nesses documentários para a sua realidade. 
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 ENTRERIOS 
 
Nesse documentário é mostrado o processo de configuração da cidade de São Paulo e a sua 
relação com as águas fluviais. Ao assistir, observe como o meio ambiente é considerado durante a 
expansão urbana e faça uma análise de causa e consequência. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Fwh-cZfWNIc 
Entremundo – Um dia no bairro mais desigual do mundo 
Acredito que uma das relações entre “bairro de pobre” e “bairro de rico” que mais estiveram em 
exposição nos últimos tempos foi entre o Morumbi e Paraisópolis (principalmente após a ação policial 
que levou à morte de jovens durante um baile funk) e é essa realidade que o documentário mostra. 
 Ao assistir, observe as diferenças espaciais, sociais e econômicas entre esses dois bairros que estão 
próximos fisicamente, mas com realidades muitas vezes opostas. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=YHmssX8MSLo 
 
A ponte 
Esse documentário mostra a visão sobre a realidade da periferia da Zona Sul de São Paulo por parte 
de um rapper (Mano Brown), uma professora e um escritor. Note as visões, apelos e necessidades que as 
pessoas da periferia elencam. 
Disponível em : https://www.youtube.com/watch?v=Rs0mbQBddag ou https://vimeo.com/14814248 
 
Leva 
Esse documentário mostra a luta por moradia em São Paulo. Note a disputa de poder que para a 
manutenção de prédios desocupados mesmo que muitas pessoas estejam sem teto (perceba também 
que há uma organização entre as pessoas que ocupam imóveis). 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=xn2um8xhc4o 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Parabéns por ter concluído essa aula e muito obrigada pela confiança no trabalho da Equipe do 
Estratégia Vestibulares! 
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https://www.youtube.com/watch?v=Rs0mbQBddag
https://vimeo.com/14814248
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Caso ainda precise de alguma dica ou lhe reste alguma incerteza ou dúvida, não hesite em falar 
comigo! Será um prazer trocar conhecimentos com você (assim cresceremos juntos, pois ninguém é tão 
grande que não possa aprender). Use o Fórum de Dúvidas sempre que necessário! 
Nós do Estratégia Vestibulares estamos ansiosos por sua aprovação! 
 
Quando a caminhada fica dura, só os duros continuam 
caminhando 
Mano Brown 
Ótimos estudos! Conte comigo, sempre!. 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
CHARLIER, Jacques. Atlas du 21e siécle. Paris: Nathan, 2002. 
CORRÊA, Roberto Lobato. O espaço urbano, São Paulo: Ática, 1989. 
DEFFONTAINES, Pierre. Posições da Geografia Humana – Por que Geografia Humana? IN: Boletim 
Paulista de Geografia. São Paulo, Número 81, Dezembro de 2004. 
ENGELS, F. A. A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Global, 1985. 
IBGE. Atlas nacional do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2000. 
MATOS, Ralfo Edmundo da Silva. Aglomerações urbanas, rede de cidades e desconcentração 
demográfica no Brasil. In: X Encontro Nacional de Estudos Populacionais, 2000, Caxambu. Anais do XII 
Encontro Nacional de Estudos Populacionais, 2000. Belo Horizonte: ABEP/ 2000. 
@profpriscilalima 
https://t.me/professorapriscilalima 
Professora Priscila Lima 
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 AULA 10 – Urbanização 
 
41 
MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia Geral e do Brasil. Volume único, São Paulo: Ática, 
2014. 
SASSEN, Saskia. As cidades na economia mundial. São Paulo, Studio Nobel, 1998. 
SILVA, Edilson Adão Cândido da; FURQUIM-JÚNIOR, Laercio. 360º geografia em rede. Volume único, São 
Paulo: FTD, 2015. 
SOUZA, Marcelo L. de. O território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento. In: CASTRO, 
Iná, E. de; GOMES, Paulo Cesar da C.; CORRÊA, Roberto L. (org.). Geografia: conceitos e temas. Rio de 
Janeiro: Bertrand Brasil, 1995, p. 77-116. 
SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão. Cidades médias: reestruturação das cidades e reestruturação 
urbana. In: SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão (org.). Cidades médias: espaços em transição. São 
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TERRA, Lygia. Conexões: Estudos de Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2008. 
VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo: Studio Nobel/FAPESP/Lincoln Institute, 2001. 
WAISELFSZ, Julio Jacobo. Mapa da Violência 2016. Flacso Brasil, 2016. 
WEYRAUCH, C. S. Violência Urbana. Dimensões, vol. 27, p. 2-22, 2011 
t.me/CursosDesignTelegramhub

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