EXERCICIO 002_Privado Porém Público_Cap 3_Movimentos Sociais - Rubem Fernandes

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SOCIOLOGIA, ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL – 2022 1 
 
 
NOME: MARCOS PAULO VIEIRA MESQUITA ...................... TURMA: CTB02NA ........................ 
TAREFA 002 – RESUMO 
Livro: Privado Porém Público – Rubem Fernandes - Capitulo 2: Movimentos Sociais 
COMUNIDADE 
Trabalho Comunitário é uma expressão das mais correntes entre aqueles que transitam 
pelo terceiro setor, é caracterizado pela não remuneração de trabalho ou ações de interesse 
social e comunitário feito com o objetivo de reverter tal trabalho em beneficio para a sociedade 
ou um grupo de individuos. Ser local, pequena e personalizada são caracteristicas que, nesses 
meios, emprestam valorà “comunidade”. Conhecer a comunidade ou ao menos conhecer quem 
a conheça é condição indispensável para quem pretende fazer um “trabalho de base”. Valorizar 
a “comunidade”, nestes termos, implica inverter os padrões hierarquizantes e, no limite, romper 
com eles. 
 A comunidade foi o alvo dos movimentos sindicais. Tais movimentos que no passado 
constituíra a coluna vertebral das mobilizações populares, foi violentamente reprimido com a 
redução para o minimo da participação civica no Estado e nas empresas. 
 O trabalho comunitário escapou aos controle, portanto, e pode se expandir mesmo sob 
os regimes mais violentos, como foi o caso do Chile de Pinochet. Enquanto a policia perseguia 
militantes politicos e vigiava os sindicatos, um outro tipo de militancia encontrou terreno fértil 
por onde se difundir. 
 A igreja catolica, em especial à Teologia da Libertação, que trás raizes do movimento, 
com os ensinamentos de como fazer “reunião”, rito que, tornou-se na pratica um dos itens de 
destaque da catequese renovada naqueles tempos. 
 O fechamento do Estado pelo exército deixou também a Igreja Católica fora dos círculos 
mais íntimos do poder. As medidas adotadas pela Igreja Catolica propiciou a interação de 
diversas instancias dinamicas no interior da Igreja – estudantes, lideranças leidas populares, 
ordens missionárias, jovens teólogos – de tais encontros brotou o movimento inspirado pela 
Teologia da Libertação. Destaca-se que foram os agentes pastorais que renovaram a 
expressão em pauta, apostando no valor a um tempo sagrado e profético das “Comunidades 
Eclesiais de Base”. A palavra “Comunidade”, nos anos 70, foi inspirada pelo sopro de uma 
renovação religiosa. 
3Disciplina: SOCIOLOGIA, ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL 
Professor: MÁRCIO ROJÂNIO DA PONTE SALES 
 
 
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 Mutatis mutandis, a Teologia da Libertação recuperou esta mistica da palvra. Difundiu 
nos meio catolicos a crença genuina de que se as pessoras pensarem juntas serão capazes de 
transformar a si proprias, a Igreja e o mundo. 
MOVIMENTOS SOCIAIS 
 O fechamento dos canais de comunicação com o Estado, enfraqueceu os mecanismos 
de integração vertical, tais como os partidos, as lideranças populistas ou as grandes estruturas 
sindicais. Foram chamados de “movimentos” para acentuar sua natureza instavel e mutante, 
distinta da obtida em estrutura que se organizam numa longa duração e, chamados “sociais” 
devido ao seu distanciamento em relação aos aparelhos de Estado. Vistos de cima, não 
pareciam ameaçar os centros do poder; vistos de perto, expunham pungentes dramas sociais. 
Davam sinais à naturezas multiplas. 
 As agendas dos diversos movimentos tratavam da falta d’água, de saneamento básico, 
de energia eletrica, de segurança pública; a ocupação de terras, poluição excessiva, preços 
inacessiveis, transito descontrolado em bairros densamente povoados e uma variedade de 
outros assuntos. Grande parte dessas agendas refletiam problemas urbanos da periferia. Entre 
os anos de 1960 e 1990 a população da America Latina cresceu de 210 para 450 milhões e a 
demanda por bens públicos elementáres cresceu geometricamente: moradia, infraestrutura, 
transporte, segurança – tudo isso infrigiu os limites do humanamente aceitável, e os 
movimentos de protesto multiplicaram-se. 
 Portanto, a identidade dos movimentos propria-lhe o ingresso ao espaço das politicas. 
Desenha-lo e torna-lo convincente implicava transformações e confrontos nos proprios meios 
que pretendiam representar. 
MULHERES 
 
 A afirmação da soberania individual da mulher, com os direitos decorrentes enquanto 
cidadã, no trabalho, na familia e na relação com o próprio corpo, pode ser feita, apesar das 
dificuldades, com um apelo aos valores fundantes dos espaços culturais aberto pela Reforma e 
desenvolvidos pelas tradições liberais. Tal movimento progride sobretudo entre mulheres 
intelectualizadas de classe média com uma inclinação biográfica de participação em processos 
de resistencia às ditaduras. Temas como o controle da natalidade, a violencia contra a mulher, 
a igualdade de direitos tornaram-se parte da agenda pública. Um numero impressionante de 
ONGs foram criadas por mulheres entre as decadas de 80 e 90, em toda a América Latina. 
 
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 Em suma, ainda que enfrentando as dificuldades de costume em processos de 
mudança, o movimento foi rapido e relativamente eficaz nos espaço delimitados entre a 
sociedade civil organizada e os governos. Viu-se que os movimentos sociais urbanos 
aconteceram sobretudo no ambito dos bairros; temas como água, lixo, segurança das crianças, 
creches, escola, alimentação coridiana e outros, que fizeram a substancia de grande parte das 
mobilizações no periodo, são todos de interesse e competencia direta das mulheres moradoras 
do bairro. 
ÍNDIOS 
 Originagem o “movimento indigena” ao passo que evoluem para uma dimensão 
internacional, sendo, inclusive, tema de destaque das Organizações das Nações Unidas 
(ONU). Distrubuem-se diversamente em termos demográficos. Formam um grande contigente 
em alguns paises andinos e centro-americanos, condicionado aó o conjunto da população. 
 Não dá para pensar em “povo” na Bolivia, por exemplo, sem evocar aimarás, quéchuas 
e guaranis, todos estes, povos indigenas. Ocorreu no Mato Grosso do Sul, Brasil, fronteira com 
o Paraguai: os kaiowás e os terenas compartilham a mesma reserva na periferia da cidade de 
Dourados, numa região que se tornou objeto de uma agressiva capitalização da agricultura; os 
primeiros entram num processo depressivo, recorrenco ao suicidio; os segundos encontram 
rezões e meios para uma interação positiva, que inclui algum sucesso economico e a formação 
de lideranças expressivas para o mundo exterior. 
 Ainda que submetida a um mesmo processo colonial, as historias efetivas são 
marcadas pela singularidade das circunstancias, dos conflitos, conciliações e alianças obtidas 
no terreno. As revoltas dos Ticunas, por exemplo, na bacia do Rio Solimões, na Amazônia, 
forma chamadas “messiânicas” porque recorriam simbolicamente a uma mitologia propria que 
lhes permitia imaginar-se na iminencia de uma grande transformação cósmica. Surgem “os 
movimentos indigenas”, que devem encontrar os meios para defender os interesses e falar ao 
grande mundo em nome de todos, a qual, exige coisas como fluencia na lingua do Estado 
Nacional, a facilidade para circular pelo território, um discurso genérico, formas assiciativas que 
dêem conta dos problemas de representação de um universo multiétnico, o conhecimento dos 
mecanismos nacionais de decisão, a sintonia com a opinião pública de modo a influencia-la, e 
assim por diante; em suma, impica na assimilação dos problemas e das possibilidades dos 
movimentos sociais em geral. 
 Os salesianos no Equador,os jesuítas em diversos países, o Conselho Indigenista 
Missionário (CIMI) no Brasil e entre outros, traduziram a Teologia da Libertação em um novo 
 
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estilo de missão: identificar-se com os nativos, para então, com eles, buscar os caminhos da 
redenção. 
NEGROS 
 À diferença dos índios, que via de regra sçao claramente distintos – separados pelo 
território, pela língua ou até mesmo pela organização social – os negros encontram-se 
dispersos pelas regiões mais pobre da sociedade nacional. Foram integrados pelo 
escravagismo. A discriminação no seu caso foi, desde o inicio, interna ao sistema. Abolida a lei 
escravocrata, continuaram a sofrer uma exploração especidica graças aos mecanismos de 
exclusão que acompanham o racismo. 
 O movimento negro chocou-se com padrões culturais, denunciando a persistencia da 
polaridade que dá razão ao estigma. Revoltou-se contra a hipocrisia de uma intimidade 
interracial que não nos permite esquecer os valores desiguais atribuidos às diferenças. 
 Assim como outros movimentos, fizeram progressos importantes no nivel das leis e das 
representações formais. Organizações de combate ao racismo multiplicaram-se nos anos 80, 
abrindo um certo espaço de atuação na sociedade civil organizada e em orgãos de governo. As 
religiões afro-americanas granham adeptos entre as classes médias, penetrando inclusive, em 
alguns paises que não contam com uma população negra significativa, como Urugurai e 
Argentina. 
 A origem afro não é esquecida, mas não opera como definidora de uma identidade 
separada. Nos rituais, os deuses africanos são identificados com as muitas cores do arco-iris, 
por suas roupas e seus atributos, sem que se enfatize o fato de serem negros. 
 A musica reggae, associada no Caribe ao movimento negro rastafari, expande-se pela 
juventude para além das fronteiras raciais. A musica rap, empolga os jovens das periferias, 
incorporando a rebeldia que fervilha entre as classes pobres das grandes cidades. 
 Assim como no caso das mulheres e dos indicios, o movimento negro enfrenta o desafio 
de por em comunicação so valores igualitários dos movimentos sociais modernos com as 
dinamicas profundas que se inspiram nas hierarquias ibero-americanas. 
MOVIMENTOS POPULARES E MOVIMENTOS SOCIAIS 
 O autoritarismo imposto pelo Governo acirrou os termos da guerra frita na America 
Latina. Os governos militares justificaram-se pelo anticomunismo e as oposições viram-se 
confinadas num confronto de caracteristicas globais. Em consequencia, os movimentos sociais 
tenderam à lógica da contestação radial, incorporando-se de algum modo à linhagem 
 
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ideologica das esquerdas. Ainda que diversos, os movimentos seriam predominantemente 
“populares”, caracteristica que os situaria numa dinamica historica orientada pela luta de 
classes. Esta ideia foi desenvolvida com substancia por intelectuais de inspiração marxistas. 
 A urbanização e a expansão do consumo geram demandas por bens coletivos e 
individuais que o sistema não é capaz de saciar. Fazer a “educação popular”, “conscientizar as 
baes”, das muitas maneiras e formas propiciadas pelas circunstancias, fazia um sentido maior 
como preparação para o day after de um sistema que parecia condenado ao colapso. 
 Este esquema ieologico enfraqueceu-se durante a decada de 80, no entanto, e a 
expressão “movimentos sociais” ganhou progressiva proeminencia sobre o seu correlato 
“movimentos populares”. Em suma, entre outras razões, falar de “movimentos sociais” tornou-
se mais interessante porque mais abrangente. Não nega o “popular”, mas o inclui e o 
ultrapassa.