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UM CORAÇÃO ARDENTE por John Bevere © 2016 Editora Luz às Nações Coordenação Editorial | Equipe Edilan Tradução e Revisão | Equipe Edilan Copyright © 1999 por John Bevere, todos os direitos reservados. Originalmente publicado nos Estados Unidos com o título A Heart Ablaze: Igniting a Passion for God, de John Bevere, por Thomas Nelson, uma divisão de HarperCollins Christian Publishing, Inc. Tradução publicada por acordo com Thomas Nelson, uma divisão de HarperCollins Christian Publishing, Inc. Publicado no Brasil pela Editora Luz às Nações, Rua Rancharia, 62, parte, — Itanhangá — Rio de Janeiro, Brasil CEP: 22753-070. Tel. (21) 2490-2551. 1a edição brasileira: outubro de 2016. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, armazenada em sistema de recuperação de dados ou transmitida por qualquer forma ou meio — seja eletrônico, mecânico, fotocópia, grava ção ou outro — sem a autorização prévia da editora. Salvo indicação em contrário, todas as citações bíblicas foram extraídas da Bíblia Sagrada Nova Versão Internacional (NVI), Editora Vida. As outras versões utilizadas são: A Mensagem (MSG), Al meida Corrigida e Revisada Fiel (ACF), SBB; Almeida Atualizada (AA), SBB; Almeida Revista e Atualizada (ARA), SBB, A Bíblia Viva (ABV), Mundo Cristão e NTLH (Nova Tradução da Linguagem de Hoje), SBB e Amplified Bible (AMP) (traduzida livremente). Por favor, note que o estilo editorial da Edilan inicia com letra maiúscula alguns pronomes na Bíblia que se referem ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, e pode diferir do estilo editorial de outras editoras. Observe também que o nome “satanás” e outros relacionados não iniciam com letra maiúscula. Escolhemos não reconhecê-lo, inclusive a ponto de violar as regras gramaticais. www.edilan.com.br http://www.edilan.com.br/index.php CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ B467c Bevere, John, 1959- Um coração ardente : acendendo o amor por Deus / John Bevere. - 1. ed. - Rio de Janeiro : Luz às Nações, 2016. 3798Kb; ePUB Tradução de: A heart ablaze : igniting a passion for God ISBN 978-85-5929-009-7 1. Deus - Adoração e amor. 2. Oração - Cristianismo. 3. Fé. I. Título. 16- 37060 CDD: 248.4 CDU: 27-583 DEDICO ESTE LIVRO A DOIS HOMENS DE DEUS: PRIMEIRO, AO PASTOR AL BRICE: Você tem cuidado de mim e de Lisa como se fôssemos sua família. Você tem reconhecido o ministério que Deus nos confiou como se Ele o tivesse confiado a você. Você tem orado por nós como se estivesse orando pelas próprias necessidades. E tem mostrado um amor sem interesses, como o amor que somente nosso Salvador pode dar. E Jônatas fez um acordo de amizade com Davi, pois se tornara o seu melhor amigo. 1 Samuel 18:3 Obrigado, Al, por ser um verdadeiro amigo. São quase vinte anos de amizade, e ainda teremos toda uma eternidade juntos! SEGUNDO, AO SR. LORAN JOHNSON: Você tem trabalhado comigo e com Lisa neste ministério sem esperar nada em troca. Você tem se alegrado com nossas vitórias e orado diligentemente por nós durante os tempos de necessidade. Você tem nos amado como um pai. O amigo ama em todos os momentos; é um irmão na adversidade. Provérbios 17: 17 Obrigado, Loran, por ser um verdadeiro amigo. SÚMARIO Agradecimentos Introdução Uma Noite Inesquecível O Propósito da Salvação Tirando o Egito A Glória do Senhor A Passagem para a Montanha Uma Divindade Controlável Intenções ou Desejos? Contracultura ou Subcultura Graça Salvadora Dias Difíceis Ouro, Roupas e Colírio Aqueles Que Eu Amo... Fogo Santo Interior E Verão a Sua Face Sobre o Autor AGRADECIMENTOS Meu mais profundo agradecimento... À minha esposa, Lisa. Obrigado por ser minha melhor amiga e apoiadora mais fiel, minha esposa e a mãe dos nossos filhos. Você é verdadeiramente um presente de Deus para mim, e eu a valorizo e estimo grandemente. Eu a amo, querida. Aos nossos quatro filhos, Addison, Austin, Alexander e Arden. Vocês trouxeram grande alegria à minha vida. Cada um de vocês é um tesouro especial. Obrigado por compartilharem comigo o chamado de Deus e me encorajar a escrever e viajar. Aos meus pais, John e Kay Bevere. Obrigado pelo estilo de vida de temor a Deus que vocês me ensinaram a ter com seu exemplo. Vocês me amam não somente em palavras, mas também com suas ações. Ao pastor Al Brice, Loran Johnson, Rob Birbeck, Tony Stone e Steve Watson. Obrigado por servirem em nossa equipe de aconselhamento nos escritórios do ministério nos Estados Unidos e na Europa. O amor, a bondade e a sabedoria que vocês têm oferecido livremente têm tocado e fortalecido nosso coração. À equipe do John Bevere Ministries. Obrigado por seu apoio e fidelidade inabaláveis. Lisa e eu amamos cada um de vocês. A David e Pam Graham. Obrigado por seu apoio fiel e sincero em gerenciar as operações do nosso escritório na Europa. A Rory e Wendy Alec. Obrigado por crerem na mensagem que Deus tem colocado em nosso coração. A amizade de vocês tem muito valor para nós. A Victor Oliver, Rolf Zettersten e Michael Hyatt. Obrigado pelo encorajamento e pela fé na mensagem que Deus tem feito arder em nosso coração. A Brian Hampton. Obrigado por aplicar suas habilidades de edição neste projeto. Mas, acima de tudo, obrigado por seu apoio. A toda equipe da Thomas Nelson Publishers. Obrigado por apoiarem esta mensagem e pela ajuda tão amável e profissional. Vocês são um grupo excelente para se trabalhar. E, acima de tudo, minha sincera gratidão ao meu Senhor. As palavras não são suficientes para reconhecer tudo o que tens feito por mim e pelo Teu povo. Eu Te amo mais do que sou capaz de expressar. INTRODUÇÃO Este livro é uma jornada em direção à verdade. Muitos buscam a verdade, mas quando são confrontados por ela, rejeitam, ignoram ou torcem a verdade em benefício próprio. Esse comportamento tem criado problemas terríveis para nossa geração, resultando em uma sociedade mergulhada no engano. Jesus advertiu repetidamente nossa geração exatamente sobre isso. O engano constitui um grave problema porque aqueles que estão em suas garras acreditam que estão andando na verdade. Paulo descreveu os últimos dias em sua carta a Timóteo: “Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo os seus próprios desejos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos” (2 Tm 4:3-4). Uma definição da palavra grega para mitos no versículo 4 é “falsidade”. Se o que é falso for apresentado como verdade durante tempo suficiente, muitos o defenderão com a própria vida. Quando a verdade real é revelada por meio da Palavra de Deus, acaba sendo rejeitada como heresia. Paulo advertiu que eles não dariam ouvidos à sã doutrina. Uma vez, ouvi um palestrante dizer: “As doutrinas erradas ensinadas em nossas igrejas não são mensagens tiradas do catálogo telefônico. São mensagens tiradas das Escrituras!”. Ele alertava para o fato de que essas doutrinas são derivadas da Bíblia e, portanto, amplamente aceitas, embora sejam errôneas. O autor de Provérbios previu essa situação e escreveu: “Existem... os que são puros aos seus próprios olhos e que ainda não foram purificados da sua impureza” (Pv 30:11-12). Neste livro, aprenderemos que somos nós essa geração. Se a verdade fosse agradável ao nosso julgamento e fácil de ser abraçada, o mundo inteiro bateria à sua porta e entraria por ela. No entanto, Jesus deixou claro que não é esse o caso: “Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, temendo que as suas obras sejam manifestas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se veja claramente que as suas obras são realizadas por intermédio de Deus” (Jo 3:20-21). Somente aqueles que temem a Deus amam a verdade. Os dias e tempos que vivemos hoje trazem com eles questões difíceis. Por que tantos na Igreja não possuem essa paixão? Por que investimos milhões em mídia, edifícios, anúncios e inúmerasoutras formas de propagarmos o Evangelho, enquanto tantos na Igreja ainda lutam contra a luxúria e o desejo pelos prazeres deste mundo? Por que mais de 80% dos convertidos acabam voltando para um mundo de trevas? Como os pecadores podem declarar que tiveram uma experiência de novo nascimento, mas não demonstrar nenhuma mudança? Creio que a resposta para todas essas questões pode ser resumida de uma única maneira: a ausência do fogo e da paixão por Deus. Se olharmos para aqueles que viveram antes de nós, poderemos ver claras diferenças. O que deu a Moisés o desejo de buscar a Deus quando isso lhe custaria abrir mão de uma vida inteira de realizações? Por que Jeremias, Isaías e tantos outros continuaram a proclamar as mesmas palavras que lhes trouxeram perseguição e provações? Por que as pessoas da Igreja Primitiva foram capazes de abrir mão de suas posses, seu conforto e até mesmo das próprias vidas por causa do Evangelho? Que força a Igreja Primitiva tinha que capacitava seus membros a pregarem ousadamente diante da ameaça de tortura e morte, enquanto a maior luta que muitas pessoas na Igreja de hoje enfrentam é simplesmente superar uma autoimagem negativa? Novamente, a resposta é o fogo de Deus. Nós precisamos do fogo de Deus, e ele está disponível a todo aquele que tem fome da verdade. O fogo de Deus não vem sem um momento de confronto, mas creio que a maioria de nós já está farta de tanta falsidade e pronta para mudanças. O medo de permanecermos o mesmo supera qualquer dor que possamos sentir como consequência do encontro com a verdade. Aqueles que assumem essa posição estão desesperados para ouvir o Senhor da glória. Eles estão prontos para vê-Lo verdadeiramente glorificado em suas vidas. Não importa em que ponto você esteja em sua caminhada com Deus, sempre há espaço para receber mais do Seu fogo santo. Se você teme que o fogo esteja quase se apagando, tenha coragem e esperança, pois Ele já prometeu que: Não quebrará o caniço rachado, Não apagará o pavio fumegante, Até que leve à vitória a justiça. Mateus 12:20 Que amor cheio de graça nosso Pai tem por nós! Oro para que este livro revele progressivamente a verdadeira preocupação do Senhor com a nossa condição. Ele está mais preocupado com nossa condição do que com nosso conforto, e nos ama o bastante para nos dizer o que precisamos ouvir. Nunca estive tão empolgado com uma mensagem quanto agora, pois essas verdades têm me tocado profundamente. Este projeto somente reforça a realização Daquele que é seu verdadeiro Autor. Sou somente um vaso por meio do qual o Mestre tem propagado Sua mensagem. Quero ter o cuidado de dar a Ele toda a glória por tudo o que Ele fizer por intermédio deste livro. Que ele possa acender o santo fogo em sua vida, e que você nunca mais seja o mesmo. Antes de começarmos esta jornada, vamos orar: e Pai, em nome de Jesus, à medida que eu ler este livro peço que Tu fales comigo pessoalmente por meio do Teu Espírito. Não tenho medo da verdade. Eu a desejo. À medida que eu a abraçar, faça com que o Teu fogo queime dentro do meu coração. Que a intensidade dela me consuma, fazendo com que eu ame o que Tu amas e rejeite aquilo que Tu rejeitas. Durante a leitura, abre os meus olhos para que eu veja Jesus mais claramente, como jamais vi. Eu reconheço que Ele é a Palavra de Deus revelada e a Verdade. Eu Te agradeço antecipadamente pela mudança que farás em minha vida por meio da Tua mensagem neste livro. Amém. e CAPÍTULO 1 E UMA NOITE INESQUECÍVEL Deus acenderá em Seu povo uma paixão que queima mais intensamente do que tudo que jamais conhecemos antes. ra o quarto e último culto de uma série de encontros na Igreja Covenant Love Family, em Fayetteville, Carolina do Norte. Aquela não era minha primeira vez ali, pois eu já havia ministrado naquela igreja várias vezes antes. Os cultos sempre produziam maravilhosos frutos por causa da fome e do amor genuíno que eles tinham por Deus. Já era tarde, havia passado do horário em que um culto normal terminaria. Mesmo assim, eu estava hesitante em terminar; eu me sentia no meio de um conflito. A mensagem havia sido clara e breve, e o povo havia respondido com entusiasmo. Mas eu tinha a sensação de que ainda não era o fim. Eu costumava terminar uma série de cultos com um sentimento de realização, especialmente em uma igreja tão receptiva como a Covenant Love Family. Mas aquela era uma noite diferente. Além da sensação de conflito, continuava ouvindo as palavras que o Espírito Santo havia sussurrado ao meu coração quando eu estava no avião a caminho de Fayetteville: “Estes cultos serão os mais poderosos que você já experimentou nessa igreja”. Eu já havia estado nessa igreja cerca de sete ou oito vezes ao longo dos anos, e não hesitaria em incluir aquelas ocasiões na minha lista dos cultos mais transformadores de todos. Eu me lembro de haver pensado no avião: Isso já é querer demais. Enquanto permanecia de pé na plataforma sentia-me confuso. Aqueles encontros não foram os mais poderosos que já tive ali. Era difícil não compará-los com os atos significativos e os testemunhos dos cultos anteriores. Eu lutava em meu interior contra a tentação de murmurar, mas sabia que deveria manter o foco no culto que estava acontecendo diante de mim. Precisava desesperadamente ouvir a voz de Deus. Parecia que a presença de Deus estava pairando sobre o povo. Era quase como se Ele quisesse descer sobre a congregação de uma forma forte e poderosa, mas de algum modo estivesse sendo impedido. Havia grupos isolados de pessoas chorando aqui e ali, mas eu sabia que Deus queria muito mais. Embora tivesse sentido uma atmosfera semelhante nas noites anteriores, eu tinha certeza de que, na última noite, o Senhor iria nos honrar com a Sua presença restauradora, assim como Ele havia feito no passado. Não teria outro culto. Por que Deus não está tocando estas pessoas se eu sinto que Ele quer fazer isso? Eu continuava perguntando a mim mesmo. Uma Revelação que Deu Direção Então ouvi a doce e suave voz do Espírito Santo falar comigo. Ele me mostrou que algo estava formando uma barreira nas igrejas daquela cidade, assim como havia uma barreira naquele culto. Ela não deixava que as igrejas crescessem além de certo ponto. Quando chegavam a esse ponto, as igrejas se dividiam ou se tornavam ineficazes e cheias de religiosidade. Imediatamente após eu ter compartilhado essa revelação com a congregação, o pastor pulou para frente e a confirmou. Ele havia feito estudos sobre a história atual e passada da cidade, e as estatísticas estavam corretas. Enquanto ele falava, ouvi novamente a voz do Espírito Santo. Ele me explicou como essa barreira poderia ser quebrada. Quando terminou de falar, o pastor me devolveu o microfone. Eu disse: “Pessoal, Deus me mostrou que um jejum de quarenta dias quebrará essa barreira”. Quase podia ouvir os pensamentos do povo: Ficar quarenta dias sem comida? Eu prossegui: “Não é necessariamente um jejum de comida, e na maioria dos casos não é uma abstinência total de comida. É um jejum daquilo que o impede de buscar ao Senhor. Talvez seja televisão, vídeos, jogos de computador, jornais, compras excessivas, conversas ao telefone, e assim por diante”. Esse é o verdadeiro jejum. Muitas vezes fazemos greve de fome para ouvir Deus, mas continuamos vivendo nossas vidas de maneira ocupada e distraída. Esse não é o verdadeiro jejum, por isso nos beneficiamos tão pouco quando fazemos isso. O verdadeiro jejum acontece quando nos abstemos com o propósito de buscar a Deus de uma forma mais intensa. O povo de Israel se abstinha de comida e perguntava ao Senhor: “Por que o Senhor não está impressionado?” ou “Por que o Senhor nem mesmo nota o nosso esforço?”. Deus lhes respondeu por intermédio do profeta Isaías: “A verdade é que nos dias de jejum vocês cuidam dos seus negócios ... Será que vocês pensam que, quando jejuam assim, Eu vou ouvir as suas orações?” (Is 58:3-4, NTLH). Devolvi o microfone para o pastor, e ele imediatamente se comprometeu a fazer o jejum e pediu a todaa congregação que fizesse o mesmo. Eles uniram seus corações para buscarem a Deus. No dia seguinte, percebi que o domingo que viria quarenta dias após aquele culto estava vago em minha agenda. Eu compartilhei a informação com o pastor, e ele respondeu: “Gostaria muito que você estivesse aqui”. Mantivemos contato ao longo das semanas seguintes. Já havia testemunhos extraordinários das famílias que estavam jejuando. Estudantes que antes só tinham problemas na escola, agora viam suas notas aumentando, chegando até mesmo a alcançar as notas máximas. Havia relatos de crianças e adolescentes que estavam se tornando mais obedientes e respeitosas. As coisas mundanas e o desejo por elas pareciam estar perdendo a atração e a influência sobre eles. As mulheres compartilharam com empolgação que seus maridos pareciam homens diferentes. Pais estavam liderando estudos bíblicos e orando com suas famílias. Relacionamentos estavam sendo curados enquanto outras pessoas experimentavam cura física. Lares eram restaurados à medida que o povo se achegava a Deus. Também ouvi do pastor que os cultos estavam se tornando cada vez mais poderosos, com várias pessoas novas vindo para o Reino de Deus. Praticamente todas as áreas estavam sendo afetadas como resultado da obediência da igreja em dar ouvido à Palavra do Senhor. Um Dia que Eu Nunca Esquecerei Seis domingos mais tarde, em 3 de novembro de 1996, retornei àquela igreja para ministrar. Aquele seria um dia que eu nunca mais esqueceria. Quando simplesmente entrei no templo para o culto da manhã, notei que o ar estava denso, cheio de expectativa. A mensagem que ministrei da Palavra de Deus foi recebida pelos corações e almas sedentos. No encerramento do culto, o pastor exortou a congregação para que chegassem mais cedo para o culto da noite, com a finalidade de prepararem seus corações em oração. Ele instruiu aos pais que as crianças também assistiriam ao culto à noite juntamente com eles; ele queria que todas as faixas etárias estivessem juntas naquela noite, com exceção daqueles com menos de seis anos. Eu nunca o havia visto daquela forma antes. Ele repreendeu os pais: “Se vocês ou seus filhos perderem este culto, vocês se arrependerão pelo resto de suas vidas”. O comentário dele me surpreendeu e até mesmo me assustou um pouco, mas preferi não dizer nada, e fico feliz por não tê-lo feito. Naquela noite, o auditório estava lotado, com aproximadamente mil e trezentas pessoas. Preguei sobre o temor do Senhor, e a mensagem foi concluída por volta das nove da noite. O ensinamento foi tão intenso, que daria para ouvir um alfinete caindo no chão toda vez que eu fazia uma pausa, mesmo com todas as crianças ali dentro. No fim da minha pregação, o dirigente de louvor conduziu a congregação em alguns cânticos de adoração. Então ouvi o Espírito Santo sussurrar: “Eu quero ministrar a este povo. Por favor, permita- Me fazê-lo”. Percebi que, embora estivéssemos cantando músicas de adoração, aquele não era o direcionamento que Ele desejava. Então, alertei o povo: “O Senhor acaba de falar ao meu coração. Ele quer ministrar a nós, então vamos ficar quietos e nos concentrar Nele”. Durante os dez a quinze minutos seguintes, podia-se ouvir várias pessoas chorando mansamente na presença do Senhor. Aparentemente, tudo indicava que estava acontecendo o mesmo que acontecera no culto de seis semanas atrás, porém eu sabia que algo diferente estava prestes a acontecer. Por volta de nove e quinze, a atmosfera tranquila mudou subitamente. Eu podia ouvir um som de choro bem agudo vindo do fundo do auditório. Era fácil identificar esse choro como o das crianças. Aproximadamente cento e cinquenta crianças, entre sete a doze anos, estavam sentadas com suas professoras no fundo do auditório, do lado direito. Eu sabia que Deus as estava tocando. Eu as convidei a ir à frente, dizendo: “As crianças; Deus está tocando as crianças. Quero que todas as crianças que Deus está tocando venham para a frente do palco”. Nunca esquecerei o que vi. Alguns de vocês podem pensar que o que compartilho aqui é um pouco exagerado, e se eu não tivesse presenciado a cena, junto com as mil e duzentas testemunhas ali, talvez concordasse com você. Francamente, não serei capaz de descrever fielmente a grandeza do que Deus fez naquela noite, mas farei uma tentativa. Quero ressaltar que aquela era uma igreja bastante conservadora. A maioria dos membros vinha de denominações que não costumavam demonstrar as manifestações do poder de Deus, ou então não havia crescido na igreja, tendo sido salva naquela igreja. O pastor era um ótimo mestre e não se deixava levar por extremismos, sensacionalismo ou euforias. Eu observei as crianças, a maioria com idade entre sete e nove anos, vindo em minha direção, chorando incontrolavelmente. Muitas cobriam o rosto com as mãos. Outras sentiam dificuldade em andar em linha reta. Ao chegarem ao palco, algumas caíram de joelhos, sem força para ficarem em pé, mas a maioria caía como se seus joelhos desistissem completamente de sustentá-las. Elas caíram por toda parte, algumas por cima de outras. Os obreiros da igreja, com lágrimas nos olhos, as ajudaram. Dentro de minutos, eu vi cerca de cem crianças chorando e a maioria delas tremia fortemente. Elas estavam imersas na presença manifesta do Senhor. Essa manifestação não durou somente dois ou três minutos, mas continuou por cerca de uma hora! Você pode pensar que ouvir tantas crianças chorando e clamando por um período longo fosse provavelmente irritante, mas, na verdade, foi glorioso. A maioria dos adultos estava com os olhos cheios de lágrimas, enquanto assistia ao que Deus estava fazendo na vida daquelas crianças. E, ao mesmo tempo, eles estavam sendo profundamente tocados pela presença poderosa de Deus. Era como se uma sucessão de ondas da presença de Deus viesse sobre aquele lugar, uma ainda mais poderosa do que a outra. Quando parecia que as crianças não conseguiriam mais chorar, gritar ou tremer, outra onda de Deus vinha e aumentava a intensidade a outro nível. Havia momentos em que eu simplesmente só podia baixar minha cabeça sobre o púlpito por causa do peso da presença de Deus. Observei uma menina, que não parecia ter mais que sete anos de idade, sacudindo suas mãos fortemente, como se elas estivessem pegando fogo. Seu rostinho estava completamente banhado pelas lágrimas que ela derramava. Podia-se sentir a presença de Deus tão fortemente nessas crianças que os obreiros pararam de tocá-las depois de ajudá-las inicialmente. Eles somente ficaram parados, chorando e observando. Vários adultos ajoelharam-se com o rosto em terra e ficaram imóveis. Outros assistiam pasmados com os olhos cheios de lágrimas. Várias vezes eu olhei para trás de mim e vi o pastor com as mãos sobre o rosto, chorando. Sua esposa estava em prantos na plataforma do coral. Algum tempo depois, o pastor escreveu uma carta, descrevendo aquela noite, de acordo com seu ponto de vista. Embora seja parecido com o meu, achei importante termos outra perspectiva. Domingo, 3 de novembro de 1996, será um dia que nunca esquecerei. Eu creio que foi apenas uma pequena demonstração do que Deus fará na Terra. John ministrou no culto noturno sobre o temor do Senhor e então declarou: “Precisamos deixar que Jesus seja o mestre em todas as áreas da nossa vida e agora devemos nos render completamente a Ele como Senhor”. Nós adoramos por mais um curto período, e então John disse: “Eu sinto que o Espírito Santo está Se movendo aqui agora”. Nesse momento, ouvi soluços de crianças, jovens e adultos. Adultos começaram a aproximar-se do altar, chorando e soluçando. John completou: “Deus está tocando as crianças e elas serão tocadas poderosamente pelo Senhor”. Ele então encorajou as crianças que estavam sendo tocadas pela presença de Deus a irem à frente. Vi as crianças correndo até o altar, chorando incontrolavelmente, incluindo meus três filhos e minha filha, e todos estavam ajoelhados, com o rosto em terra, clamando e gritando por Jesus. Algumas delas tremiam fortementee balançavam suas mãos à medida que o fogo de Deus se movia em nosso meio. Aproximadamente cem crianças lotaram o altar, enquanto ondas do Espírito de Deus se moviam no santuário. Eu assistia enquanto as crianças iam caindo uma por cima das outras, sem que ninguém as tivesse tocado. Elas pareciam dominós. Por uma hora e meia [durou uma hora e quinze minutos, mas prefiro não mudar o que ele escreveu], ficamos impregnados pela presença de Deus. Perto do fim do culto, pais e filhos se abraçavam e choravam juntos enquanto Deus unia seus corações. Um menino de dez anos de idade nos disse, enquanto estava deitado no chão, que viu raios brilhantes de luz entrando pelo teto e caindo sobre todas as pessoas. Alguns adultos da congregação e do coral repetiam a mesma coisa. Ninguém conseguiu deixar o prédio antes das onze da noite. Crianças foram carregadas enquanto ainda choravam. Tenho recebido testemunhos de famílias modificadas, crianças que hoje falam sobre Deus e são obedientes, etc. Como pastor, eu verdadeiramente posso dizer que meu lar e meus filhos são diferentes hoje. Dr. Al Brice Pastor titular da Igreja Covenant Love Family Fayetteville, Carolina do Norte Chamou minha atenção o relato feito pelo jovem de dez anos que viu raios brilhantes de luz descendo pelo teto. No livro de Habacuque lemos: Senhor, ouvi falar da Tua fama; tremo diante dos Teus atos, Senhor. Realiza de novo, em nossa época, as mesmas obras, faze-as conhecidas em nosso tempo; em Tua ira, lembra-Te da misericórdia. Deus veio de Temã, o Santo veio do monte Parã. Pausa Sua glória cobriu os Céus e Seu louvor encheu a Terra. Seu esplendor era como a luz do sol; raios lampejavam de Sua mão, onde se escondia o Seu poder. Habacuque 3:2-4 Tenho certeza de que esse jovem não fazia ideia de que Habacuque havia escrito algo assim tanto tempo atrás. Com nossos olhos, nós presenciamos o que Joel profetizou: “Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os velhos terão sonhos, os jovens terão visões” (Jl 2:28). Esse menino de dez anos de idade estava descrevendo uma visão similar a outra visão já descrita na Palavra de Deus sem que ele tivesse conhecimento disso. Outro garoto disse com ousadia: “Mamãe, o jejum não pode acabar”. Não somente suas palavras eram proféticas, mas ele também verbalizou o desejo de inúmeras outras pessoas. Esses jovens tinham experimentado a presença do Deus vivo, e suas vidas foram transformadas. Eles queriam avançar e não parar mais. Mais tarde naquela noite, a esposa do pastor compartilhou conosco alguns versículos que Deus havia falado ao seu coração, a respeito do que havia acontecido: “Agora, porém”, declara o Senhor, “voltem-se para Mim de todo o coração, com jejum, lamento e pranto [até que cada impedimento for removido e os relacionamentos quebrados forem restaurados]”. Rasguem o coração, e não as vestes. Joel 2:12-13, AMP Enquanto ela lia esses versículos, meu coração queimava dentro de mim. A frase “voltem-se para Mim” parecia descrever a atitude daquela igreja. O povo estava determinado a buscar o coração de Deus. Eles não queriam retroceder. Deus nos instrui a rasgarmos os nossos corações e não as nossas vestes. Tenho visto cristãos e igrejas que por sua aparência parecem ter tudo certo, mas mesmo assim não conseguem tocar o coração de Deus como essa igreja o fez. A razão? Eles podem jejuar, podem ter encontros de oração, podem se abster de certas coisas, fazendo-os parecerem ótimos com relação às suas “vestes”, mas por dentro eles escondem corações desobedientes. Eles ainda vivem para o próprio prazer, em vez de viverem a serviço dos outros. O Senhor está mais preocupado com nossa submissão interior do que com nossa aparência exterior de cristandade. Joel continuou: Toquem a trombeta em Sião, decretem jejum santo, convoquem uma assembleia sagrada. Reúnam o povo, consagrem a assembleia; ajuntem os anciãos, reúnam as crianças, mesmo as que mamam no peito. Até os recém-casados devem deixar os seus aposentos. Joel 2:15-16 O fogo em meu coração aumentava à medida que ela lia. Aqueles versículos descreviam exatamente o que Deus havia instruído a igreja a fazer quarenta dias antes. Quando a palavra profética foi proferida, todos deveriam buscar a Deus. Desde os líderes até as crianças, ninguém estava isento. Continuando a série de versículos que ela leu: E, depois disso, derramarei do Meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os velhos terão sonhos, os jovens terão visões. Até sobre os servos e as servas derramarei do Meu Espírito naqueles dias. Joel 2:28-29 “E, depois disso.” Já ouvi esse versículo ser citado repetidamente. Na verdade, desde que fui salvo, tenho ouvido Joel 2:28-29 ser citado por cristãos e por pastores frequentemente. Fala-se sobre filhos e filhas profetizando e tendo visões, juntamente com sinais e maravilhas do Espírito Santo, porém a palavra “depois” geralmente é esquecida nas discussões e pregações. Se foi profetizado que algo aconteceria “depois”, então é porque algo significativo precisa acontecer antes: a reação da igreja ao som da trombeta, em se achegar a Deus. Deus responde poderosamente quando nos achegamos a Ele. Precisamos nos achegar quando Ele nos chamar. Outro elemento importante é o tempo. É aqui que muitos cristãos se perdem. Eu creio que enquanto você lê este livro, perceberá que, embora cristãos tenham um convite permanente para virem ao Senhor em oração e comunhão a todo instante, haverá momentos e tempos em que Ele nos chamará para propósitos específicos. Durante esses momentos, o tempo é um fator crucial, e se não respondermos, perderemos a bênção que Ele tem para nós. O foco nesses períodos é a obediência e não a nossa vontade ou o nosso desejo. Deus Se agrada mais em obediência do que em sacrifícios. Tenho visto igrejas jejuando regularmente e orando durante horas, seus membros sacrificando horas de sono para preencher os horários de oração. Mas isso não garante o poder nem a presença Dele. Muitas vezes tenho visto que falta a essas igrejas o que a igreja da qual estou falando tinha em abundância. Elas têm a maneira de fazer; só não têm o coração. O mesmo acontece com as pessoas. Tenho visto muitos jejuarem e orarem religiosamente, mas lhes faltam a liberdade, o poder e o conhecimento íntimo de Deus, que tenho visto em outros que não se sacrificam tanto, mas simplesmente respondem à direção do Espírito de Deus. Aquela igreja ouviu a voz de Deus chamando. No período seguinte de um ano e meio, eles dobraram em tamanho. Na verdade, eles tinham acabado de construir o auditório no qual nos encontramos naquela noite, e em seis meses tiveram de começar a planejar outra construção de um espaço maior. O pastor e eu conversamos frequentemente nos anos seguintes. Ele disse: “John, nosso segundo culto de domingo de manhã, que começa às dez horas, continua acabando cerca de duas ou três da tarde”. Um domingo ele ligou e me contou que teve de dizer ao povo: “Por favor, vão para suas casas”. Ele contou que eles ficaram parados olhando para ele, sem querer ir embora. Deus cumpriu Sua palavra. Aqueles cultos foram os mais poderosos que já havíamos presenciado. Por meio da nossa cooperação com o Espírito Santo e nossa obediência à Sua direção, Ele fez a Sua vontade. Três anos se passaram, e o pastor ainda ouve testemunhos sobre aquele culto. O fruto permaneceu. Eu ministrei ali em várias ocasiões depois desse acontecimento, e tenho visto sempre um aumento da paixão e da sede genuína por Deus. Um Anúncio do Que Virá Um ano antes, eu estava em Kuala Lumpur, na Malásia, ministrando na maior escola bíblica da nação durante uma semana de cultos. No oitavo culto, houve uma experiência similar, mas durou somente cerca de cinco a dez minutos. O Espírito de Deus caiu sobre os estudantes e muitos outros que estavam ali. Esse foi outro culto que nunca esquecerei. Na manhã seguinte àquele culto, enquanto orava, Deus falou comigo: “O que você viu ontem, você verá acontecendo em todos os lugares, poisesse é um dos moveres finais do Meu Espírito que acontecerá na Igreja”. Ele me mostrou como esse mover do Seu Espírito produziria frutos de verdadeira santidade na Igreja e a prepararia para a grande colheita que está por vir. Deus acenderá em Seu povo um fogo intenso e contínuo de paixão por Ele, como nunca vimos antes. Não creio que você está segurando este livro em suas mãos por coincidência, ao contrário. Creio que você o tem nas mãos para despertar sua sede e preparar seu coração para o que Deus está por fazer. Nós precisamos nos preparar para Sua segunda vinda. O apóstolo João escreveu: “Regozijemo-nos! Vamos alegrar-nos e dar- Lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a Sua noiva já se aprontou” (Ap 19:7). Nós somos a noiva de Cristo, e cabe a nós a tarefa crucial de nos prepararmos para estarmos unidos a Ele. Quero enfatizar este ponto: cabe a nós nos prepararmos. Trata-se de uma integração divina. Ele não faz tudo por nós; nós devemos responder à provisão Dele. Ele provê a graça e nós buscamos o fogo. Ele não está voltando para uma Igreja manchada e corrompida pelo mundo. Ele retornará para uma noiva pura, cujo coração queima com verdadeira santidade. CAPÍTULO 2 F O PROPÓSITO DA SALVAÇÃO Deus, que criou o universo e tudo que nele há, expressa Seu desejo de habitar em nós e entre nós. requentemente ouço líderes usando a palavra visitação quando descrevem um encontro com a presença de Deus, quer seja em uma experiência conjunta, como em um culto na igreja, assim como o culto descrito no capítulo anterior; ou em uma experiência individual. Contudo, o desejo do Senhor não é uma visitação; em vez disso, Ele deseja uma habitação. Deixe-me ilustrar a diferença: eu tenho vizinhos que são ótimos amigos, e em inúmeras ocasiões vou à casa deles para visitá-los por algum tempo. Mas, assim que a visita termina, eu retorno para minha casa, que é meu lugar de habitação. Uma das maiores promessas que o Senhor deixou para nós, cristãos, é esta: Habitarei com eles E entre eles andarei; Serei o seu Deus, E eles serão o Meu povo. 2 Coríntios 6:16 Que declaração! Deus, que criou o universo e tudo que nele há, expressa Sua intenção de habitar em nós e entre nós. Em concordância com essa promessa, Paulo nos diz: “Nele vocês também estão sendo edificados juntos, para se tornarem morada de Deus por Seu Espírito” (Ef 2:22). Essas são as promessas de Deus para nós. Entretanto, cada promessa na Bíblia é condicional, e se a condição não for cumprida, então a promessa não se cumpre, não por infidelidade da parte de Deus, mas da nossa parte. É impossível Deus mentir, mas não é impossível que o homem anule a Sua palavra (ver Marcos 7:13) ao ignorá-la ou distorcê-la. Isso também inclui a promessa de Deus de habitar em nosso meio. Paulo continua: “Saiam do meio deles E separem-se”, diz o Senhor. “Não toquem em coisas impuras, E Eu os receberei.” 2 Coríntios 6:17 A condição é que nós saiamos do sistema do mundo. Se cumprirmos essa condição, Deus diz que nos receberá. Da mesma forma, se não nos separarmos, Ele não nos receberá. Por que Ele não nos receberá? Para responder a essa questão, precisamos entender que Deus é pura luz e que Nele não há trevas. Trevas não podem habitar na presença da pura luz. À medida que avançarmos nessa leitura, veremos que a luz de Deus fala da Sua santidade. A Bíblia não diz que Deus tem santidade; ela diz que Ele é santo (ver Levítico 19:2). O sistema do mundo é de trevas e aqueles que são atraídos pelas trevas não podem habitar na luz. Deus declara: “Consagrem-se, porém, e sejam santos, porque Eu Sou o Senhor, o Deus de vocês” (Lv 20:7). A atitude de nos consagrarmos significa recusar um relacionamento com o mundo. Tiago claramente exortou-nos na nova aliança: “Se o objetivo de vocês é desfrutar o prazer pecaminoso do mundo perdido, vocês não podem ser também amigos de Deus” (Tg 4:4, ABV). Em uma outra tradução a advertência é ainda mais direta: “Quem quer ser amigo do mundo faz-se inimigo de Deus” (Tg 4:4, NVI). Pedro enfatizou o desejo de Deus por um povo puro ao escrever: “Mas agora, sejam santos em tudo quanto fizerem, tal como é santo o Senhor, que os convidou para serem seus filhos. O próprio Senhor disse: ‘Vocês têm de ser santos, pois Eu Sou santo’” (1 Pe 1:15-16, ABV). Ser santo não é uma opção. Deus não habitará em nós ou entre nós se falharmos em dar ouvidos à Sua condição de nos separarmos do sistema do mundo. Uma versão contemporânea da Bíblia diz: “Então, deixem de lado a corrupção e as parcerias, deixem tudo, de uma vez por todas”, diz Deus. “Não se associem com os que irão mergulhá-los na sujeira. Quero todos vocês para Mim.” 2 Coríntios 6:17, A Mensagem A magnitude das promessas de Deus em ser nosso Pai e habitar em nós e entre nós torna ainda mais importante observarmos cuidadosamente a condição que Ele exige. Considerando a seriedade dessa condição, Paulo declarou: “Amados, visto que temos essas promessas, purifiquemo-nos de tudo o que contamina o corpo e o espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus” (2 Co 7:1). Esses versículos têm tanto significado que livros e mais livros poderiam ser escritos sobre eles. Mas o entendimento da maioria dos cristãos sobre o que está sendo dito é limitado. Muitos não compreendem sua totalidade porque não entendem o contexto. Paulo está citando o que Deus dissera a Israel no Antigo Testamento e, ao fazer isso, ele também estava deixando claro que Seu desejo para nós não mudou no Novo Testamento. Precisamos entender as situações e os eventos que levaram a esses versículos. Quando nós entendemos o contexto, as palavras têm o impacto espiritual que Deus deseja que tenham. Pense sobre um filme no qual o escritor, o diretor e os atores montaram cuidadosamente um enredo que se desencadeia até uma cena de clímax no fim. Muitas coisas aconteceram antes disso e, após ouvir toda a dramatização que levou ao clímax, você fica maravilhado. Se você tivesse ouvido o ator falando a mesma frase final sem ver toda a dramatização, ela teria pouco ou nenhum impacto. Eu vivi isso quando era mais jovem. Entrei na sala da nossa casa quando minhas irmãs e meus pais estavam assistindo a um filme. Eles haviam sido cativados pela história e não queriam ser interrompidos. A maioria nem percebeu quando eu entrei. Olhei para a tela no momento em que o ator fez uma declaração um tanto dramática. Minhas irmãs começaram a chorar. Mas aquela declaração teve pouco significado para mim. Pensei: O que há de tão emocionante nessa fala? Eu não estava a par dos acontecimentos; mas as mesmas palavras tocaram minhas irmãs e provocaram nelas uma emoção profunda. O mesmo princípio se aplica aqui. Muitos cristãos chegam a essas palavras de clímax vindas da boca de Deus e as leem diretamente, porque eles não têm o entendimento da construção dramática anterior a tais palavras. Para realmente experimentarmos o impacto do que Deus está nos dizendo, precisamos entender o roteiro da história ou do drama que levou a tais declarações. Isso levará alguns capítulos para se desenvolver. Para começarmos, precisamos ir ao livro de Êxodo. Vou Ver Isso de Perto O livro de Êxodo inicia com os descendentes de Abraão em cativeiro. Eles já haviam estado no Egito por quase quatrocentos anos. O começo da estada deles ali fora favorável, mas o tempo passou e eles se tornaram escravos, sendo brutalmente maltratados. Moisés, um homem nascido de uma hebreia, escapou daquele duro tratamento; ele foi levado à casa do faraó quando bebê e criado como seu neto. Quando tinha a idade de quarenta anos, contudo, Moisés foi forçado a fugir para outra terra por causa da ira do faraó, devido à sua lealdade ao seu próprio povo, os hebreus. Quarenta anos mais tarde, após a fuga do Egito, enquanto estava no deserto apascentando as ovelhas de seu sogro, Deus se revelou a Moisés. A revelação aconteceu no Monte Sinai, o qual é chamado de Horebe, a Montanha de Deus. O Senhor apareceu a ele em uma chama de fogo que saía do meio de uma sarça. QuandoMoisés viu que a sarça se queimava, mas não se consumia, ele disse: “‘Por que a sarça não se queima? Vou ver isso de perto’. O Senhor viu que ele se aproximava para observar. E então, do meio da sarça Deus o chamou” (Êx 3:3-4). Foi somente após Moisés ter se voltado para se aproximar da presença do Senhor que alguma coisa entre ele e Deus aconteceu. A partir do momento em que Deus viu que Moisés deixou seu interesse pessoal para se aproximar Dele, o Senhor o chamou para começar a revelar-Se a Moisés, por intermédio da Sua palavra. Se Moisés tivesse negligenciado aquela cena como algo que não era digno de atenção, Deus provavelmente teria Se afastado sem lhe dizer nada. Somos admoestados no Novo Testamento: “Aproximem- se de Deus, e Ele Se aproximará de vocês!” (Tg 4:8). Quem deve se aproximar primeiro? Nós ou Deus? Deus nos chama, mas somente quando nos aproximamos de Deus é que Ele Se aproxima com o propósito de Se revelar a nós. Essa é a mensagem deste livro. Na verdade, esse é o alvo do nosso destino. O Propósito da Libertação de Deus Deus Se revelou a Moisés e lhe disse para levar Sua palavra ao faraó, para que ele deixasse Seu povo ir. A despeito da obstinação e força do faraó, Deus libertou os descendentes de Abraão com Sua mão poderosa de milagres, sinais e prodígios. A libertação de Israel da escravidão egípcia está relacionada com nossa libertação da escravidão do pecado no Novo Testamento. O Egito é uma tipologia do sistema do mundo, e Israel uma tipologia da Igreja. Quando nascemos de novo, somos libertos do sistema de tirania e opressão do mundo. Para onde Moisés e os filhos de Israel se dirigiram após terem sido libertos? Quando faço essa pergunta para o público nos cultos, as pessoas geralmente respondem: “Para a terra prometida”. Mas isso não é verdade. Ele estava indo para o Monte Horebe, também conhecido como Monte Sinai. As palavras de Deus para o faraó, por meio de Moisés, foram: “Deixe ir o Meu povo, para prestar-Me culto no deserto” (ver Êxodo 7:16; 8:1, 20; 9:1, 13; 10:3). Como Moisés levaria o povo à terra prometida sem antes conhecer o Prometedor? O Senhor não desejava isso para o Seu povo. Se eles fossem para a terra prometida sem a revelação de Deus, eles fariam dali um lugar de idolatria. Isso é o que tem acontecido na Igreja com muitas pessoas que foram salvas nos últimos vinte e cinco anos. A ênfase tem estado em comunicar às pessoas as promessas e provisões de Deus, em vez de falar de Seu caráter e natureza, na tentativa de fazer com que as pessoas se aproximem Dele. Nossas mensagens têm atraído as pessoas a um nível de vida melhor, acompanhado da segurança eterna, em vez de comunicar a elas o propósito de conhecer e servir ao Senhor da glória. Muitos pastores são cuidadosos em entregar uma palavra positiva que atrairá multidões; eles evitam uma mensagem forte, exortativa, que trará as mudanças que precisamos para ter um encontro face a face com um Deus santo. O encontro com Deus no Sinai mudou Moisés, e ele sabia que uma experiência similar era essencial para o povo. Se Moisés não tivesse encontrado com o Senhor na sarça ardente, ele estaria ainda tentando tirar o povo da escravidão com suas próprias forças, que foi exatamente o que ele tentou fazer anos antes e, como consequência, acabou tendo de fugir do faraó. Muitos têm sido salvos em razão das mensagens proclamadas por pastores cuja motivação está no próprio chamado, em vez de na revelação de Deus. Se temos um chamado em nossa vida, mas não permitimos que Deus nos leve para o deserto, para que ali Ele Se revele a nós, buscaremos a libertação para as pessoas somente pela motivação de vê-las libertas. Mas nós precisamos libertá-las com o propósito de que elas venham a conhecer Aquele para o qual fomos criados. No livro de Atos, nós lemos que: Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em suas palavras e obras. E, quando completou a idade de quarenta anos, veio-lhe ao coração ir visitar seus irmãos, os filhos de Israel. E, vendo maltratado um deles, o defendeu, e vingou o ofendido, matando o egípcio. E ele cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus lhes havia de dar a liberdade pela sua mão; mas eles não entenderam. Atos 7:22-25, ACF Moisés viu o sofrimento e desejava aliviá-lo. Ele também sabia que era chamado para libertar o povo de Deus. Isso estava em seu coração. Mas sem a revelação de Deus, ele não estaria preparado para liderar e alcançar seu destino. Uma liderança sem o propósito correto pode ser mais perigosa do que não haver liderança nenhuma. Moisés era um líder, ele tinha um propósito, mas seu propósito estava incompleto. Sem a revelação de Deus, ele os levaria no máximo a uma terra de provisão, mas sem o propósito real da liberdade: o conhecimento íntimo de Deus. É por isso que Deus levou Moisés para as partes mais distantes do deserto, para aquietar o coração dele do mundo que havia deixado. No deserto ele poderia responder com desejo à revelação de Deus. Essa preparação permitiu que ele dissesse: “Vou ver isso de perto...”. Nós precisamos entender que nem todo “bom ministério” é um “ministério verdadeiro”. Aos quarenta anos de idade, a vontade de Moisés em ver seu povo livre era boa, mas não era um ministério verdadeiro. Eva foi atraída pelo lado “bom” da árvore do conhecimento do bem e do mal, não pelo lado mal. Quando ela viu que “a árvore parecia agradável ao paladar, era atraente aos olhos e, além disso, desejável para dela se obter discernimento, tomou do seu fruto e comeu-o” (Gn 3:6). Ela foi tentada a ser como Deus. Existe muita coisa que parece ser boa, e assemelha-se a algo que vem de Deus, porém vai contra Seu caráter e Sua natureza. Somente quando temos conhecimento íntimo Dele é que podemos verdadeiramente discernir o que é bom. “OS TROUXE PARA JUNTO DE MIM” Moisés conduziu o povo de Deus para fora do Egito para que adorasse a Deus no deserto. Mas eles não foram imediatamente para o Sinai. Levou três meses para que se fizesse a jornada que poderia ter sido feita em uns dez ou onze dias. Por que Deus fez isso? A resposta é simples e não é diferente da situação que aconteceu com Moisés: Deus queria dar ao povo tempo para acalmar o coração, a fim de que pudesse receber a revelação de Deus assim como Moisés recebeu. Assim que eles chegaram ao pé do Monte Sinai, Moisés deixou o povo e subiu para onde a presença de Deus estava. Então o Senhor o chamou da montanha, dizendo: “Assim falarás à casa de Jacó, e anunciarás aos filhos de Israel...” (Êx 19:3, ACF). Antes de continuarmos a ler mais do que Deus disse a Moisés, preciso ressaltar para quem a mensagem era direcionada. Não era somente para Arão e seus filhos. Não era somente para os filhos de Levi. A mensagem de Deus era para toda a nação de Israel. Era para todas as pessoas que haviam sido libertas do Egito, da menor até a maior das tribos, famílias e pessoas. Agora, ouça a mensagem de Deus: “Vocês viram o que fiz ao Egito e como os transportei sobre asas de águias e os trouxe para junto de Mim” (Êx 19:4). A frase “os trouxe para junto de Mim” fala sobre o verdadeiro motivo de você ter sido criado! O motivo pelo qual Deus trouxe você à vida e percorreu um longo caminho para salvá-lo, foi para trazer você para perto Dele! Nós vemos essa intenção desde o início da humanidade. Por que Deus colocou o homem no Jardim? Adão não foi criado para que tivesse um ministério internacional de libertação. Ele não foi colocado no Jardim para construir pontes ou arranha-céus. Não, ele foi colocado no Jardim para andar em comunhão com o Deus vivo. Daquela comunhão poderiam surgir os arranha-céus ou ministérios, mas esse não era o propósito de Deus para a existência do homem. Nos sete primeiros anos após eu ter sido salvo, frequentei e depois passei a trabalhar para uma igreja grande que enfatizava as promessas de Deus e Suas provisões. Era uma igreja evangelística com uma paixão por alcançar o mundo com as boas-novas do Evangelho, mas o Evangelho pregado ali destacava mais os benefícios do Reinodo que a glória de se conhecer a Deus. Pessoas saíam de várias partes do mundo para ir até essa congregação, pois ela era bem conhecida internacionalmente. O zelo do líder em ver pessoas sendo salvas era contagiante. Muitos daqueles que trabalhavam no ministério de alcance internacional da igreja tinham grande paixão pelo ministério, e eu certamente era um deles. Naqueles primeiros anos da minha associação àquela igreja, eu levantava cada manhã e orava até por uma hora e meia antes de ir para o trabalho. Eu pedia a Deus para que me usasse para alcançar os perdidos que estavam morrendo sem Cristo, para curar os enfermos. Eu pedia pelas nações e pela libertação dos oprimidos. Eu sempre orava fervorosamente, até que, em uma manhã, ouvi o Senhor dizer ao meu coração: “John, suas orações estão incorretas”. Pensei comigo mesmo: Essa não pode ser a voz de Deus. Isso só pode ser o inimigo. Mas mesmo assim eu sabia que era a voz do Senhor. Eu estava desconcertado: — Senhor, como podes me dizer isso? Estou orando pelo povo que precisa ser salvo, curado e liberto. Este é o Teu desejo!. Mas Deus viu por trás das minhas palavras. Ele viu quão pouco eu sabia sobre Sua verdadeira natureza, e sem isso Ele sabia que eu não poderia tirar pessoas da escravidão, ao contrário, esse ministério acabaria me levando e levando a outros a uma outra escravidão de idolatria, dentro do contexto da igreja. Ele me disse: — John, o alvo do Cristianismo não é o ministério. Você pode expulsar demônios, curar enfermos, levar pessoas à salvação, mas mesmo assim acabar no inferno. —e acrescentou: —Judas deixou seu trabalho para Me seguir, ele curou enfermos, ressuscitou mortos, expulsou demônios, e mesmo assim ele está no inferno. Aquelas palavras ficaram cravadas em meu coração. Nós temos de lembrar que quando os apóstolos saíram com o poder para curar enfermos, ressuscitar mortos e expulsar demônios, Judas estava entre eles (ver Mateus 10:1-8). Eu rapidamente perguntei: —Então, qual é o alvo do Cristianismo?. Ele imediatamente respondeu: —Conhecer-Me intimamente! Então me lembrei de que Paulo havia dito que considerava todas as coisas como perda, se comparadas a “conhecer Cristo” (Fp 3:10). O Senhor sussurrou ao meu coração: — A partir desse relacionamento é que vai surgir o verdadeiro ministério. Daniel confirmou isso ao dizer: “mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e fará proezas” (Dn 11:32, ACF). Jesus disse que “se um cego conduzir outro cego, ambos cairão num buraco” (Mt 15:14). Isso é verdade para aqueles que querem trazer libertação a outros cativos, sem que antes tenham os próprios olhos abertos para ver o Senhor. É por isso que Paulo orou tão intensamente para que os olhos do nosso entendimento fossem iluminados pelo conhecimento Dele (ver Efésios 1:18). É quando estamos na Sua luz que nós podemos ver (ver Salmos 36:9). Sem a revelação Dele somos cegos. Aqueles que não O conhecem intimamente podem até ter boas intenções, mas sem a revelação de Deus, acabarão levando outros para o mesmo buraco para o qual eles próprios estão indo. Isso aconteceu durante meus primeiros anos de Cristianismo. O pastor mantinha seus olhos mais sobre as bênçãos da aliança do que sobre o Abençoador. Ele tinha um estilo de vida de alto nível, que foi conquistado por ele crer e agir com base nas promessas da aliança com Deus, mas era vazio da revelação do caráter do Senhor. Então, ele começou a ir por caminhos errados. Certo dia ele se colocou diante da congregação e disse que não queria mais viver com sua esposa, que era a mãe de seus filhos. Ele então disse que quem não aprovasse, poderia sair da igreja. Aquele pastor se casou com um uma mulher jovem, cheia de energia e ambiciosa, que também estava no ministério. Ela se tornou um grande laço em sua vida. Sua igreja definhou, indo de milhares para centenas de membros, deixando muitas pessoas à deriva e fora da igreja. Mais tarde ele acabou se divorciando novamente e vendendo o espaço da igreja para a cidade. Moisés sabia o que havia transformado sua vida: seu encontro e sua comunhão íntima com o Deus vivo. Ele sabia para onde deveria conduzir o povo. Não era diretamente para as promessas: era em direção ao Único que podia verdadeiramente satisfazê-los. Ele reconheceu o propósito para o qual havia sido criado e viu a necessidade de buscar o coração de Deus. E o coração de Deus não seria revelado em Suas bênçãos, mas sim em ouvir Suas palavras face a face. CAPÍTULO 3 O TIRANDO O EGITO Nossa responsabilidade como Igreja tem sido a de nos consagrarmos durante esses dois mil anos passados,em preparação para a Sua vinda! propósito de Deus em retirar os filhos de Israel da escravidão egípcia foi o de trazê-los para Si mesmo, para que Ele pudesse habitar entre eles. Nós vemos isso nas Suas palavras a Moisés: “Saberão que Eu sou o Senhor, o seu Deus, que os tirou do Egito para habitar no meio deles” (Êx 29:46). Lembre-se de que Ele não estava querendo a visitação, mas a habitação. Agora, considere as palavras de Pedro no Novo Testamento (leia- as cuidadosamente): “À medida que se aproximam Dele, a pedra viva — rejeitada pelos homens, mas escolhida por Deus e preciosa para Ele — vocês também estão sendo utilizados como pedras vivas na edificação de uma casa espiritual para serem sacerdócio santo, oferecendo sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus, por meio de Jesus Cristo” (1 Pe 2:4-5). Deus deseja um lugar de habitação, o qual Pedro chamou de Sua casa espiritual. Nós somos pedras vivas desse edifício no qual o Próprio Deus deseja habitar. Pedro relaciona nossa missão como casa de habitação de Deus com o sacerdócio. Por que ele relaciona as duas coisas? Como seres humanos, somente sacerdotes podiam se apresentar diante de Deus sem serem consumidos sob julgamento. Das inúmeras definições de um sacerdote, a que está acima de todas é que o sacerdote é o único que pode se aproximar de Deus para ministrar diante Dele (ver Ezequiel 44:13, 15). Aproximar-se de Deus é certamente um requerimento para sermos o Seu lugar de habitação. Precisamos ser capazes de permanecer de pé diante da Sua santa e poderosa presença. Voltando a 1 Pedro, lemos: Pelo que também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião A Pedra Principal da esquina, eleita e preciosa; E quem Nela crer não será confundido. E assim para vós, os que credes, é preciosa, Mas, para os rebeldes, A pedra que os edificadores reprovaram, Essa foi a principal da esquina; E uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, Para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobediente; Para o que também foram destinados. 1 Pedro 2:6-8, ARC Uma expressão peculiar aparece nesses versículos: “E assim para vós, os que credes... mas, para os rebeldes...”. Ele contrasta a expressão os que credes com a palavra rebeldes. Nós não fazemos isso hoje. Atualmente, a palavra “crente” não tem nada a ver com obediência ou rebeldia. É por isso que muitos dentro da Igreja não enfatizam a obediência. Contudo, nos dias do Novo Testamento, os escritores se referiam muito a esse tema. Crer não somente significa reconhecer a existência de Deus, mas também obedecer-Lhe. Em outras palavras, se você cresse, você obedeceria; e a evidência de não crer era uma vida de desobediência, também chamada de rebeldia. Paulo escreveu sobre Jesus: “... e, uma vez aperfeiçoado, tornou-Se a fonte da salvação eterna para todos os que Lhe obedecem” (Hb 5:9). Obediência é um elemento essencial da salvação. O Próprio Jesus disse que multidões creriam Nele e O chamariam de Senhor, e até fariam milagres em Seu nome, mas seriam rejeitados e não entrariam no Reino de Deus, porque não faziam ou obedeciam à vontade de Deus (ver Mateus 7:21). Um Sacerdócio Real Chamado para a Sua Maravilhosa Luz Os filhos de Israel tropeçaram ou falharam em cumprir aquilo para o qual foram chamados; eles foram desobedientes à palavra que lhes fora dita. Mas, então, Pedro continua nos dizendo: “Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo deDeus, para anunciar as grandezas Daquele que os chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz” (1 Pe 2:9). Nós somos sacerdócio real e nação santa. Deus é o Rei; Ele é a realeza. Portanto, aqueles que se aproximam para ministrar diante Dele devem ser sacerdotes reais, pois somente a realeza pode ministrar e ter comunhão com a realeza! Aqueles que são Seus sacerdotes foram chamados das trevas para a Sua maravilhosa luz — não somente luz, mas maravilhosa luz! Nós temos nos familiarizado com certas palavras e diminuído seu real valor quando as usamos para descrever a grandeza de Deus. Maravilhoso é certamente uma dessas palavras. Eu fiz um estudo sobre estas três palavras: maravilhoso, grandioso e esplêndido. Na Bíblia, essas palavras são quase sempre usadas para descrever Deus, Seus atributos ou Seus atos. Pense nisto: maravilhoso — “cheio de maravilha”; grandioso — “cheio de grandeza”; esplêndido — “cheio de esplendor”. Jesus é de fato chamado de Maravilhoso (ver Isaías 9:6). Mas hoje as pessoas usam essas palavras para descrever situações comuns. Elas gostam de um filme e dizem: “Foi maravilhoso” ou “foi esplêndido”. Quando ficam impressionadas com um atleta, elas dizem: “Ele é impressionante”. E quando um pregador se levanta em frente a essas pessoas e diz: “Deus é impressionante”, pelo fato de já terem ouvido essas palavras, repetidas vezes, para descrever um jogador de basquete profissional considerado um dos melhores, elas não têm a mínima condição de entender o impacto do que ele está dizendo. Eu oro para que este livro mude isso! Quando Pedro diz que fomos chamados das trevas para a Sua maravilhosa luz, ele está usando uma palavra muito poderosa para comunicar a grandeza da natureza de Deus. Pois Deus é absoluta luz e Nele não há treva alguma. Essa grandiosa luz retrata a Sua glória, a qual a natureza humana é incapaz de suportar. Novamente, assim como em 2 Coríntios 6, nós não entendemos completamente o impacto dessa afirmação porque não entendemos o contexto. Voltemos a Êxodo para dar continuidade à nossa missão de descobrir a extensão da promessa de Deus de habitar entre o Seu povo e dentro dele. Precisamos Lavar Nossas Vestes No capítulo anterior, nós aprendemos que Moisés havia liderado os filhos de Israel para fora do Egito, o que para nós hoje é uma tipologia da nossa libertação das garras do mundo. Do Egito ele conduziu o povo para a Montanha de Deus, chamada de Sinai. Ele os deixou ao pé do monte e subiu para se encontrar com Deus, onde O ouviu dizer: Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a Mim; Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a Minha voz e guardardes a Minha aliança, então sereis a Minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a Terra é Minha. E vós Me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel. Êxodo 19:4-6, ACF Agora nós sabemos de onde as palavras de Pedro vieram. Elas foram originalmente faladas aos filhos de Israel. Deus não falou essas palavras somente a Arão e a seus filhos. Ele não falou essas palavras somente para a tribo de Levi. Ele disse a toda a nação, cada homem, mulher e criança hebreia: “Vós Me sereis um reino sacerdotal”. Você consegue perceber que Ele queria que todos entrassem em Sua presença, assim como Moisés o fez? E o Senhor disse a Moisés: “Vá ao povo e consagre-o hoje e amanhã. Eles deverão lavar as suas vestes e estar prontos no terceiro dia, porque nesse dia o Senhor descerá sobre o monte Sinai, à vista de todo o povo”. Êxodo 19:10-11 Nós precisamos examinar cuidadosamente o significado desses dois versículos. Primeiramente, todo esse cenário é profético, e não somente se aplicou a eles, mas é a palavra de Deus para nós também. Deus disse a Moisés que após dois dias Ele viria ao povo. Nesse período de tempo, Moisés deveria consagrá-los, o que envolvia a lavagem das vestes. Nós lemos em 2 Pedro 3:8: “Não se esqueçam disto, amados: para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia”. E o salmista escreveu: “Porque mil anos são aos Teus olhos como o dia de ontem que passou” (Sl 90:4, ACF). Apenas um dia de Deus é como mil anos nossos. Então, quantos anos há desde que Jesus ressuscitou dos mortos? A resposta é quase dois dias; nós estamos bem no fim do segundo dia. Historiadores indicam que Jesus ressuscitou dos mortos por volta do ano 28 ou 29 d.C. Estamos muito perto da Sua volta de acordo com o relógio profético! Nós imediatamente vemos a correlação entre o que Deus disse a Israel e o que Ele está dizendo a nós. Nossa responsabilidade como Igreja tem sido a de nos consagrarmos durante esses dois mil anos passados, em preparação para a Sua vinda! O que significa consagrar? Raramente ouvimos esse termo hoje em dia. Consagrar significa “santificar”, e santificar significa “separar-se”. Um bom exemplo seria o de uma mulher escolhida para ser a esposa de um rei. Ela seria trazida ao palácio, onde os eunucos do rei cuidariam dela. A responsabilidade dos eunucos seria prepará-la para o rei. Ela não mais viveria como uma mulher normal, pois seria consagrada, santificada e separada para ser esposa do rei. Contudo, se ela fizesse sua parte, a santificação seria um preço pequeno comparado aos benefícios que ela receberia. Ela desfrutaria de privilégios íntimos com o rei que ninguém mais poderia desfrutar. Tudo o que ele tinha seria dela. Em troca, o que o rei esperaria dela? Ela deveria ser dele, somente dele. Esse exemplo ilustra perfeitamente o que Deus quis dizer quando declarou: “Sejam santos, pois Eu, o SENHOR, Sou santo. E Eu os separei dos outros povos para que vocês sejam somente Meus” (Lv 20:26, NTLH). Deus estava dizendo algo a Israel ao declarar que o povo deveria se consagrar a Ele: “Eu os tirei do Egito. Agora, tirem o Egito de dentro de vocês. Isso os preparará para a Minha vinda no começo do terceiro dia”. Ele declarou: “Eles deverão lavar as suas vestes”. As vestes do povo ainda tinham resíduos do Egito nelas. Ainda hoje, Deus nos diz: “Eu tenho tirado vocês do mundo, agora, retirem o mundo de dentro de vocês! Isso os preparará para a Minha vinda no início do terceiro milênio”. Nós devemos nos livrar das sujeiras do mundo lavando nossas vestes. Lembre-se das palavras de Paulo: “Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus” (2 Co 7:1, ACF). Paulo nos diz para limparmos nossas vestes tanto na carne quanto no espírito, assim como Moisés disse aos filhos de Israel para lavarem suas vestes físicas. Eu quero deixar algo bem claro aqui: nós devemos nos lavar. Não é algo que devemos deixar para Deus fazer! Paulo não disse: “E o sangue de Jesus os limpará de toda imundícia, tanto na carne quanto no espírito, portanto somente creia no Seu amor”. O sangue de Jesus purifica de todos os pecados? A resposta é um inquestionável sim! Mas, como veremos na Palavra de Deus, nós temos de fazer a nossa parte nesse processo de limpeza. Dois Erros Extremos Durante os últimos cem anos têm havido dois extremos na Igreja com relação à santificação e à santidade. O primeiro enfatiza a santidade como um processo extremamente exterior. Se uma mulher usa maquiagem, ela não é santa. Se ela usa um vestido acima do joelho, ela não é pura. Bem, uma mulher pode usar um vestido longo até o pé, prender os cabelos em um coque e não usar nenhuma maquiagem, e mesmo assim ter um espírito sedutor visível em seus olhos! Um homem pode se gabar de nunca ter cometido adultério ou nunca ter se divorciado de sua esposa, mas mesmo assim cobiçar todas as mulheres que passam por ele. Isso não é santidade. Esse extremo se concentra somente na carne, e santidade não é uma obra da carne. Essa noção levou muitas pessoas na Igreja a um comportamento legalista. O segundo extremo, que tem ganhado destaque nas últimas décadas, é a crença de que nós não temos a responsabilidade de nos separar do mundo. A ideia é que os cristãosnão são diferentes das pessoas do mundo, com exceção do fato de que eles foram perdoados. Recentemente, um artista evangélico muito popular comentou: “Cristãos procuram conselheiros, cristãos têm problemas de família e cristãos viram alcoólatras. A única diferença entre cristãos e não cristãos é simplesmente nossa fé no nosso Deus Criador, que nos ama e nos ajuda a cada dia”. Esse tipo de pensamento tem origem nos nossos ensinamentos que têm nos absolvido da responsabilidade de nos limparmos do mundo. Mas isso vai diretamente contra o que a Bíblia ensina. Pedro exorta: “Mas agora, sejam santos em tudo quanto fizerem, tal como é santo o Senhor, que os convidou para serem Seus filhos” (1 Pe 1:15, ABV). A verdade está no meio desses dois extremos. Existe uma cooperação entre humanidade e Divindade quando se trata de santidade. Jesus é a nossa santificação (ver 1 Coríntios 1:30). Porém, “a vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual. Cada um saiba controlar o seu próprio corpo de maneira santa e honrosa... Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade” (1 Ts 4:3-7). Jesus provê a graça para a nossa santificação, mas nós precisamos cooperar nos limpando por meio do poder dessa graça. Dessa maneira, somos capazes de estar no mundo, mas não sermos do mundo. Para Que Vivamos em Sua Presença Deus disse a Moisés para santificar o povo. Eles deveriam se preparar, porque no terceiro dia, o Senhor viria sobre todos no Monte Sinai, à vista de todo o povo! Deus vir à vista de todo o povo significava que Ele viria em Sua glória! O profeta Oseias também nos dá um calendário de dois mil anos de preparação para Sua gloriosa vinda. Ele clamou: Venham, voltemos para o Senhor. Ele nos despedaçou, mas nos trará cura; Ele nos feriu, mas sarará nossas feridas. Depois de dois dias Ele nos dará vida novamente; Ao terceiro dia nos restaurará, Para que vivamos em Sua presença. Oseias 6:1-2 Depois de dois dias, dois mil anos, Ele nos dará vida novamente, e no terceiro milênio Ele nos restaurará para que vivamos em Sua presença. Esse terceiro milênio é o milénio do Reino de Cristo (é quando Cristo virá à Terra para reinar mil anos com Seu corpo glorificado [ver Apocalipse 20:4]). Oseias continuou falando sobre a Sua vinda: Conheçamos o Senhor; Esforcemo-nos por conhecê-Lo. Tão certo como nasce o sol, Ele aparecerá... Oseias 6:3 Sua vinda é tão certa quanto a alvorada. A manhã, ou o nascer do sol, vem em determinado momento todos dos dias. Não há nada que você possa fazer para mudar esse momento, absolutamente nada! Ele vem, quer você esteja preparado ou não. A vinda de Jesus, em Sua glória, está estabelecida, e nada mudará esse momento. A questão é: estaremos preparados? Os filhos de Israel acreditavam estar, mas será que estavam mesmo? Eles nunca haviam visto a glória de Deus antes. Eles viram grandes sinais e maravilhas e amaram seus benefícios, mas a Sua glória seria a mesma coisa? Você poderia estar confortável em uma atmosfera de milagres, mas ainda assim estar despreparado para a Sua glória? Prossigamos para descobrir. CAPÍTULO 4 D A GLÓRIA DO SENHOR A glória de Deus é tudo aquilo que faz Deus ser Deus. Todas as Suas características, autoridade, poder e sabedoria — literalmente, todo o esplendor imensurável e a magnitude de Deus. ois dias separavam o povo de Israel da glória de Deus. Eles estavam prontos? Eles consideraram a advertência de Deus para se prepararem com seriedade ou acharam que, já que haviam visto Seu poder milagroso agindo para libertá-los tantas vezes seguidas, Sua aparição não seria diferente? O que mais poderia haver? E além do mais, todas as manifestações haviam sido favoráveis a eles. Por que Sua aparição seria diferente? O tempo diria. Será que alguém além de Moisés pensava que talvez eles tivessem passado a considerar sua relação com o Deus Santo íntima ou familiar demais? Dois dias se passaram. A manhã estava a ponto de raiar no terceiro dia. A atmosfera parecia singularmente quieta. A assustadora calmaria antes da invasão do Todo-Poderoso era quase intimidante. A Criação estava mais ciente Daquele que entraria no cenário do que o próprio povo de Deus. A luz da manhã estava nascendo, mas não era um nascer do sol típico. De repente, uma nuvem escura desceu do nada. A simples visão da nuvem já era suficientemente terrível, mas precedendo sua aparição ainda houve o soar muito alto de uma trombeta. Ela soava cada vez mais alto! O que poderia causar um som tão intenso? Assim que a nuvem desceu à montanha, dela saíram raios de luz brilhantes e rugidos de trovões. O trovejar constante era diferente de tudo o que o povo já havia ouvido. Eles vinham acompanhados de relâmpagos tão brilhantes que o sol parecia ter perdido sua intensidade. Os filhos de Israel tremeram de medo. “O espetáculo era tão terrível que até Moisés disse: ‘Estou apavorado e trêmulo!’” (Hb 12:21). Apesar de seu medo, Moisés assumiu seu papel de liderança: Moisés levou o povo para fora do acampamento, para encontrar-se com Deus, e eles ficaram ao pé do monte. O monte Sinai estava coberto de fumaça, pois o Senhor tinha descido sobre ele em chamas de fogo. Dele subia fumaça como que de uma fornalha; todo o monte tremia violentamente, e o som da trombeta era cada vez mais forte. Então Moisés falou, e Deus lhe respondeu com um trovão. Êxodo 19:17-19 A Criação Revela Sua Grandeza Aquele que desceu na montanha é Aquele que planejou e criou o universo. Aquele que colocou as estrelas em seus lugares com os próprios dedos. Aquele que com conhecimento e sabedoria estabeleceu os fundamentos da Terra. Aquele que é eterno e sem fim! Durante anos eu tenho me preocupado com o fato de que temos perdido a visão da grandiosidade Daquele a quem nós servimos. Isaías fala frequentemente sobre a grandeza e a majestade de Deus. O profeta questiona: Será que vocês não sabem? Nunca ouviram falar? Não lhes contaram desde a antiguidade? Isaías está perplexo com o porquê de Israel ter perdido de vista a grandeza de Deus. Ele declara: Ele Se assenta no Seu trono, acima da cúpula da Terra, cujos habitantes são pequenos como gafanhotos. Ele estende os Céus como um forro, e os arma como uma tenda para neles habitar... “Com quem vocês vão Me comparar? Quem se assemelha a Mim?”, pergunta o Santo. Ergam os olhos e olhem para as alturas. Quem criou tudo isso? Aquele que põe em marcha cada estrela do Seu exército celestial, e a todas chama pelo nome. Tão grande é o Seu poder e tão imensa a Sua força, que nenhuma delas deixa de comparecer! Isaías 40:21-26 Deus criou os Céus com Suas mãos ao estender o universo como um forro. E Ele foi capaz de medir o universo com a palma de Sua mão (ver Isaías 40:12)! Pense nisto: com a distância do Seu polegar ao Seu dedo mínimo, Deus mediu o comprimento, a largura e a profundidade do universo! Você já parou para pensar no tamanho do universo? Isso está além da nossa capacidade mental. Talvez, se tentarmos ter uma pequena ideia da vastidão do universo, nós chegaremos um milímetro mais perto da Sua glória. Cientistas estimam que existam bilhões de galáxias no universo, cada uma contendo bilhões de estrelas. O tamanho dessas galáxias é relativamente pequeno se comparado à distância entre elas. Nosso sol está localizado em uma dessas galáxias. Quando olha para o céu à noite, você não vê o universo inteiro, somente uma minúscula galáxia na qual vivemos, chamada Via Láctea. E você vê somente uma parte dela, pois a maioria das estrelas nessa pequenina galáxia está longe demais para ser vista a olho nu. Então, comecemos apenas com a galáxia na qual vivemos. A estrela que está mais perto — outra além do sol — está a 4,3 anos- luz. Você deve estar pensando: O que significa anos-luz? É simplesmente a distância que a luz viaja em um ano. A luz viaja a uma velocidade de uns 300 mil quilômetros por segundo. Isso significa cerca de 1.080.000.000 quilômetros por hora. Compare isso à velocidade dos aviões, que voam aproximadamentea oitocentos quilômetros por hora. Como você pode ver, a luz é bem veloz! Para lhe dar uma ideia do quão rápido é, vamos assumir que você pudesse voar em um avião jumbo até o sol. Quando eu fui para a Ásia, que é do outro lado do mundo em relação a onde eu moro, levei aproximadamente vinte e três horas. Se eu pegasse o mesmo avião, sem nenhuma parada, até o nosso sol, levaria cerca de vinte e um anos! Pense em como vinte e um anos são longos, pense em todo esse tempo. Agora, imagine-se passando vinte e um anos dentro de um avião somente para chegar ao nosso sol. Para aqueles que preferem dirigir, talvez levasse cerca de duzentos anos, não incluindo paradas para reabastecer ou descansar. Quanto tempo a luz leva para viajar até a Terra? A resposta é: meros oito minutos e vinte segundos. Deixemos o sol e consideremos a estrela mais próxima. Nós já sabemos que ela está a cerca de 4,3 anos-luz. Se nós construíssemos um modelo em escala da Terra, do sol e da estrela mais próxima, o resultado seria o seguinte: em proporção, a Terra se reduziria ao tamanho de um grão de pimenta, e o sol seria do tamanho de uma bola de vinte centímetros de diâmetro. De acordo com essa escala de medidas, a distância da Terra ao sol seria de quase vinte e quatro metros. Mas lembre-se de que para atravessar essa distância de vinte e quatro metros, um avião na mesma escala levaria mais de vinte e um anos. Assim, se essa é a proporção da Terra em relação ao sol, você consegue imaginar a que distância a estrela mais próxima estaria da nossa Terra de grão de pimenta? Você pensaria em mil metros, dois mil metros ou talvez três mil metros? Nem sequer chega perto disso. Nossa estrela mais próxima estaria 6,4 mil quilômetros distante do grão de pimenta! Isso significa que se você colocar a Terra de grão de pimenta em Miami, na Flórida, o sol estaria a uma distância de vinte e quatro metros, e a estrela mais próxima, em nosso modelo em escala, seria posicionada depois da cidade de Seattle, em Washington, no oceano Pacífico, mais de mil e quinhentos quilômetros dentro do mar! Para alcançar essa estrela mais próxima em um avião, levaria aproximadamente 51 bilhões de anos, sem parar! Mas a luz dessa estrela viaja até a Terra em apenas 4,3 anos! A maioria das estrelas que você vê à noite, a olho nu, está cerca de cem a mil anos-luz de distância. Contudo, você pode ver umas poucas estrelas, a olho nu, que estão à distância de quatro mil anos- luz (lembre-se de que essas nem sequer são as estrelas mais distantes em nossa pequenina galáxia). Não irei tentar calcular a quantidade de tempo que levaríamos de avião para alcançar uma dessas estrelas. Mas quando você olha uma dessas estrelas que está a quatro mil anos-luz de distância, na verdade você vê a luz que saiu delas no tempo em que Abraão casou-se com Sara, e essa luz tem viajado a uma velocidade de 1.080.000.000 quilômetros por hora, sem reduzir a velocidade ou parar desde então, e somente agora está chegando à Terra! Essas são as estrelas da nossa pequenina galáxia, a Via Láctea. Nós não nos aventuramos ainda em examinar os outros bilhões de galáxias. E não se esqueça de que existe um quase imensurável e vasto espaço entre elas. Por exemplo, uma galáxia vizinha muito próxima é chamada de Andrômeda. Sua distância de nós é de aproximadamente 2,3 milhões de anos-luz. Pense nisto. Seria necessário que a luz viajasse a velocidade de 1.080 milhões de quilômetros por hora por mais de dois milhões de anos para sair daquela galáxia e chegar à Terra! E essa é a galáxia mais próxima de nós. Existem bilhões de outras. Será que já chegamos ao limite da nossa compreensão? Isaías declara que Deus mediu esse vasto universo com a distância de Seu polegar ao Seu dedo mínimo! Salomão, movido pelo Espírito de Deus, declarou: “Mas será possível que Deus habite na Terra? Os Céus, mesmo os mais altos Céus, não podem conter- Te” (1 Rs 8:27). Você está tendo um relance de Quem desceu naquela montanha. Com Quem Vocês Vão Me Comparar? Talvez devamos falar de outras coisas que são pequenas para Deus. Isaías diz que Ele pesou os montes em Sua própria balança e colocou as colinas nos pratos da balança. Ele mediu toda a água dos oceanos, mares, lagos, rios e açudes com a palma de Sua mão. É Ele quem ordena os mares para que não ultrapassem seus limites (ver Isaías 40:12). Você já refletiu sobre o poder dos mares? Se um meteoro de um quilômetro e meio caísse no oceano Pacífico, a algumas centenas de quilômetros de distância de Los Angeles, na Califórnia, ele criaria uma onda grande o suficiente para matar todos os habitantes e destruir a estrutura da costa oeste inteira dos Estados Unidos, desde San Diego até Anchorage, no Alasca! Essa onda continuaria ao longo do oceano e destruiria vários países asiáticos também. Ainda assim, essa onda não seria tão alta quanto a profundidade do oceano Pacífico. Então, o que aconteceria se toda a água do oceano fosse liberada sobre a raça humana? Existe um grande poder nos oceanos do mundo, mas Deus pesou cada gota dessas águas na palma de Sua mão! As Pequenas Coisas São Maravilhosas Ele fez grandiosas obras de enorme tamanho e proporção, e o Seu detalhamento é igualmente assustador. Cientistas têm gasto anos e enormes montantes de dinheiro para estudar o funcionamento do mundo natural. E eles ainda têm somente uma pequena parcela da sabedoria que foi aplicada por Deus na criação do mundo natural. Muitas questões ainda permanecem sem respostas. Todas as formas de vida têm por base as células. As células são os blocos de construção do corpo humano, das plantas, dos animais e de tudo o que vive. O corpo humano, que em si mesmo é uma maravilha da engenharia, contém cerca de 100.000.000.000.000 de células — (você consegue ler esse número?) — dentre as quais há uma variedade imensa. Em Sua sabedoria, Deus designou essas células para desempenharem tarefas específicas. Elas crescem, se multiplicam e, finalmente, morrem na hora certa. Embora invisíveis a olho nu, as células não são as menores partículas conhecidas pelo homem. Elas são constituídas por um grande número de estruturas menores, chamadas moléculas, que por sua vez são compostas de estruturas menores ainda — chamadas de elementos — e dentro dos elementos ainda podem ser encontradas estruturas ainda mais minúsculas, chamadas de átomos. Os átomos são tão pequenos, que o ponto no fim desta frase contém mais de um bilhão deles. Ainda assim, um átomo é composto quase completamente de espaço vazio. O que resta do átomo é formado de prótons, nêutrons e elétrons. Os prótons e nêutrons estão agrupados em um núcleo minúsculo e extremamente denso, bem no centro do átomo. Pequenos feixes de energia chamados de elétrons vibram ao redor desse núcleo à velocidade da luz. Eles são o núcleo dos blocos de construção que mantêm todas as coisas unidas. Então, onde o átomo adquire sua energia? E que força mantém unidas suas partículas energéticas? Os cientistas chamam isso de energia atômica. Esse é apenas um termo científico para descrever o que eles não conseguem explicar, pois Deus já disse que Ele está “sustentando todas as coisas por Sua palavra poderosa” (Hb 1:3). E nós lemos que: “Nele tudo subsiste” (Cl 1:17). Pare e reflita sobre isso por apenas um momento. Esse é o glorioso Criador a que nem sequer o universo pode conter. O universo é medido com a palma de Sua mão; contudo, Ele é tão minucioso nos Seus desígnios em relação à pequenina Terra e Suas criaturas, que deixa a ciência moderna confusa mesmo após anos de estudo. É claro que muitos livros podem ser escritos sobre as maravilhas e a sabedoria da Criação de Deus. Esse não é meu objetivo aqui. Meu propósito é despertar espanto e admiração pelas obras das mãos de Deus, porque elas proclamam Sua magnífica glória! Quem É Esse que Obscurece o Meu Conselho? Agora você pode entender melhor como Jó se sentiu depois que, após pronunciar questionamentos e declarações tolas aos ouvidos de Deus, o próprio Deus apareceu para ele em um redemoinho de vento, e disse:
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