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Um Coração Ardente Acendendo o Amor por Deus - John Bevere

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UM CORAÇÃO ARDENTE
por John Bevere
© 2016 Editora Luz às Nações
Coordenação Editorial | Equipe Edilan
Tradução e Revisão | Equipe Edilan
 
Copyright © 1999 por John Bevere, todos os direitos reservados. Originalmente publicado
nos Estados Unidos com o título A Heart Ablaze: Igniting a Passion for God, de John
Bevere, por Thomas Nelson, uma divisão de HarperCollins Christian Publishing, Inc.
Tradução publicada por acordo com Thomas Nelson, uma divisão de HarperCollins
Christian Publishing, Inc.
Publicado no Brasil pela Editora Luz às Nações, Rua Rancharia, 62, parte, — Itanhangá —
Rio de Janeiro, Brasil CEP: 22753-070. Tel. (21) 2490-2551. 1a edição brasileira: outubro
de 2016. Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, armazenada em sistema de
recuperação de dados ou transmitida por qualquer forma ou meio — seja eletrônico,
mecânico, fotocópia, grava ção ou outro — sem a autorização prévia da editora.
Salvo indicação em contrário, todas as citações bíblicas foram extraídas da Bíblia Sagrada
Nova Versão Internacional (NVI), Editora Vida. As outras versões utilizadas são: A
Mensagem (MSG), Al meida Corrigida e Revisada Fiel (ACF), SBB; Almeida Atualizada
(AA), SBB; Almeida Revista e Atualizada (ARA), SBB, A Bíblia Viva (ABV), Mundo Cristão
e NTLH (Nova Tradução da Linguagem de Hoje), SBB e Amplified Bible (AMP) (traduzida
livremente).
Por favor, note que o estilo editorial da Edilan inicia com letra maiúscula alguns pronomes
na Bíblia que se referem ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, e pode diferir do estilo
editorial de outras editoras. Observe também que o nome “satanás” e outros relacionados
não iniciam com letra maiúscula. Escolhemos não reconhecê-lo, inclusive a ponto de violar
as regras gramaticais.
 
www.edilan.com.br
 
http://www.edilan.com.br/index.php
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
B467c Bevere, John, 1959- 
 
Um coração ardente : acendendo o amor por Deus / John Bevere. - 1.
ed. - Rio de
Janeiro : Luz às Nações, 2016.
 
 3798Kb; ePUB 
 Tradução de: A heart ablaze : igniting a passion for God
 ISBN 978-85-5929-009-7
 1. Deus - Adoração e amor. 2. Oração - Cristianismo. 3. Fé. I. Título. 
16-
37060 
CDD:
248.4
 CDU: 27-583
 
DEDICO ESTE LIVRO A DOIS
HOMENS DE DEUS:
PRIMEIRO, AO PASTOR AL BRICE:
Você tem cuidado de mim e de Lisa como se fôssemos sua
família.
Você tem reconhecido o ministério que Deus nos confiou como se
Ele o tivesse confiado a você.
Você tem orado por nós como se estivesse orando pelas próprias
necessidades. E tem mostrado um amor sem interesses, como o
amor que somente nosso Salvador pode dar.
E Jônatas fez um acordo de amizade com Davi, pois se
tornara o seu melhor amigo.
1 Samuel 18:3
Obrigado, Al, por ser um verdadeiro amigo. São quase vinte anos
de amizade, e ainda teremos toda uma eternidade juntos!
SEGUNDO, AO SR. LORAN JOHNSON:
Você tem trabalhado comigo e com Lisa neste ministério sem
esperar nada em troca.
Você tem se alegrado com nossas vitórias e orado diligentemente
por nós durante os tempos de necessidade.
Você tem nos amado como um pai.
O amigo ama em todos os momentos; é um irmão na
adversidade.
Provérbios 17: 17
Obrigado, Loran, por ser um verdadeiro amigo.
 
 
SÚMARIO
 
 
Agradecimentos
Introdução
Uma Noite Inesquecível
O Propósito da Salvação
Tirando o Egito
A Glória do Senhor
A Passagem para a Montanha
Uma Divindade Controlável
Intenções ou Desejos?
Contracultura ou Subcultura
Graça Salvadora
Dias Difíceis
Ouro, Roupas e Colírio
Aqueles Que Eu Amo...
Fogo Santo Interior
E Verão a Sua Face
Sobre o Autor
 
 
AGRADECIMENTOS
 
 
Meu mais profundo agradecimento...
À minha esposa, Lisa. Obrigado por ser minha melhor amiga e
apoiadora mais fiel, minha esposa e a mãe dos nossos filhos. Você
é verdadeiramente um presente de Deus para mim, e eu a valorizo e
estimo grandemente. Eu a amo, querida.
Aos nossos quatro filhos, Addison, Austin, Alexander e Arden.
Vocês trouxeram grande alegria à minha vida. Cada um de vocês é
um tesouro especial. Obrigado por compartilharem comigo o
chamado de Deus e me encorajar a escrever e viajar.
Aos meus pais, John e Kay Bevere. Obrigado pelo estilo de vida
de temor a Deus que vocês me ensinaram a ter com seu exemplo.
Vocês me amam não somente em palavras, mas também com suas
ações.
Ao pastor Al Brice, Loran Johnson, Rob Birbeck, Tony Stone e
Steve Watson. Obrigado por servirem em nossa equipe de
aconselhamento nos escritórios do ministério nos Estados Unidos e
na Europa. O amor, a bondade e a sabedoria que vocês têm
oferecido livremente têm tocado e fortalecido nosso coração.
À equipe do John Bevere Ministries. Obrigado por seu apoio e
fidelidade inabaláveis. Lisa e eu amamos cada um de vocês.
A David e Pam Graham. Obrigado por seu apoio fiel e sincero em
gerenciar as operações do nosso escritório na Europa.
A Rory e Wendy Alec. Obrigado por crerem na mensagem que
Deus tem colocado em nosso coração. A amizade de vocês tem
muito valor para nós.
A Victor Oliver, Rolf Zettersten e Michael Hyatt. Obrigado pelo
encorajamento e pela fé na mensagem que Deus tem feito arder em
nosso coração.
A Brian Hampton. Obrigado por aplicar suas habilidades de edição
neste projeto. Mas, acima de tudo, obrigado por seu apoio.
A toda equipe da Thomas Nelson Publishers. Obrigado por
apoiarem esta mensagem e pela ajuda tão amável e profissional.
Vocês são um grupo excelente para se trabalhar.
E, acima de tudo, minha sincera gratidão ao meu Senhor. As
palavras não são suficientes para reconhecer tudo o que tens feito
por mim e pelo Teu povo. Eu Te amo mais do que sou capaz de
expressar.
 
 
INTRODUÇÃO
 
 
Este livro é uma jornada em direção à verdade. Muitos buscam a
verdade, mas quando são confrontados por ela, rejeitam, ignoram
ou torcem a verdade em benefício próprio. Esse comportamento tem
criado problemas terríveis para nossa geração, resultando em uma
sociedade mergulhada no engano. Jesus advertiu repetidamente
nossa geração exatamente sobre isso.
O engano constitui um grave problema porque aqueles que estão
em suas garras acreditam que estão andando na verdade. Paulo
descreveu os últimos dias em sua carta a Timóteo: “Pois virá o
tempo em que não suportarão a sã doutrina; ao contrário, sentindo
coceira nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo os
seus próprios desejos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade,
voltando-se para os mitos” (2 Tm 4:3-4). Uma definição da palavra
grega para mitos no versículo 4 é “falsidade”. Se o que é falso for
apresentado como verdade durante tempo suficiente, muitos o
defenderão com a própria vida.
Quando a verdade real é revelada por meio da Palavra de Deus,
acaba sendo rejeitada como heresia. Paulo advertiu que eles não
dariam ouvidos à sã doutrina. Uma vez, ouvi um palestrante dizer:
“As doutrinas erradas ensinadas em nossas igrejas não são
mensagens tiradas do catálogo telefônico. São mensagens tiradas
das Escrituras!”. Ele alertava para o fato de que essas doutrinas são
derivadas da Bíblia e, portanto, amplamente aceitas, embora sejam
errôneas.
O autor de Provérbios previu essa situação e escreveu: “Existem...
os que são puros aos seus próprios olhos e que ainda não foram
purificados da sua impureza” (Pv 30:11-12). Neste livro,
aprenderemos que somos nós essa geração.
Se a verdade fosse agradável ao nosso julgamento e fácil de ser
abraçada, o mundo inteiro bateria à sua porta e entraria por ela. No
entanto, Jesus deixou claro que não é esse o caso: “Quem pratica o
mal odeia a luz e não se aproxima da luz, temendo que as suas
obras sejam manifestas. Mas quem pratica a verdade vem para a
luz, para que se veja claramente que as suas obras são realizadas
por intermédio de Deus” (Jo 3:20-21). Somente aqueles que temem
a Deus amam a verdade.
Os dias e tempos que vivemos hoje trazem com eles questões
difíceis. Por que tantos na Igreja não possuem essa paixão? Por
que investimos milhões em mídia, edifícios, anúncios e inúmerasoutras formas de propagarmos o Evangelho, enquanto tantos na
Igreja ainda lutam contra a luxúria e o desejo pelos prazeres deste
mundo? Por que mais de 80% dos convertidos acabam voltando
para um mundo de trevas? Como os pecadores podem declarar que
tiveram uma experiência de novo nascimento, mas não demonstrar
nenhuma mudança? Creio que a resposta para todas essas
questões pode ser resumida de uma única maneira: a ausência do
fogo e da paixão por Deus.
Se olharmos para aqueles que viveram antes de nós, poderemos
ver claras diferenças. O que deu a Moisés o desejo de buscar a
Deus quando isso lhe custaria abrir mão de uma vida inteira de
realizações? Por que Jeremias, Isaías e tantos outros continuaram a
proclamar as mesmas palavras que lhes trouxeram perseguição e
provações? Por que as pessoas da Igreja Primitiva foram capazes
de abrir mão de suas posses, seu conforto e até mesmo das
próprias vidas por causa do Evangelho? Que força a Igreja Primitiva
tinha que capacitava seus membros a pregarem ousadamente
diante da ameaça de tortura e morte, enquanto a maior luta que
muitas pessoas na Igreja de hoje enfrentam é simplesmente superar
uma autoimagem negativa? Novamente, a resposta é o fogo de
Deus.
Nós precisamos do fogo de Deus, e ele está disponível a todo
aquele que tem fome da verdade. O fogo de Deus não vem sem um
momento de confronto, mas creio que a maioria de nós já está farta
de tanta falsidade e pronta para mudanças. O medo de
permanecermos o mesmo supera qualquer dor que possamos sentir
como consequência do encontro com a verdade. Aqueles que
assumem essa posição estão desesperados para ouvir o Senhor da
glória. Eles estão prontos para vê-Lo verdadeiramente glorificado
em suas vidas.
Não importa em que ponto você esteja em sua caminhada com
Deus, sempre há espaço para receber mais do Seu fogo santo. Se
você teme que o fogo esteja quase se apagando, tenha coragem e
esperança, pois Ele já prometeu que:
 
Não quebrará o caniço rachado,
Não apagará o pavio fumegante,
Até que leve à vitória a justiça.
Mateus 12:20
Que amor cheio de graça nosso Pai tem por nós! Oro para que
este livro revele progressivamente a verdadeira preocupação do
Senhor com a nossa condição. Ele está mais preocupado com
nossa condição do que com nosso conforto, e nos ama o bastante
para nos dizer o que precisamos ouvir.
Nunca estive tão empolgado com uma mensagem quanto agora,
pois essas verdades têm me tocado profundamente. Este projeto
somente reforça a realização Daquele que é seu verdadeiro Autor.
Sou somente um vaso por meio do qual o Mestre tem propagado
Sua mensagem. Quero ter o cuidado de dar a Ele toda a glória por
tudo o que Ele fizer por intermédio deste livro. Que ele possa
acender o santo fogo em sua vida, e que você nunca mais seja o
mesmo. Antes de começarmos esta jornada, vamos orar:
e
Pai, em nome de Jesus, à medida que eu ler este livro peço
que Tu fales comigo pessoalmente por meio do Teu Espírito.
Não tenho medo da verdade. Eu a desejo. À medida que eu a
abraçar, faça com que o Teu fogo queime dentro do meu
coração. Que a intensidade dela me consuma, fazendo com
que eu ame o que Tu amas e rejeite aquilo que Tu rejeitas.
Durante a leitura, abre os meus olhos para que eu veja Jesus
mais claramente, como jamais vi. Eu reconheço que Ele é a
Palavra de Deus revelada e a Verdade. Eu Te agradeço
antecipadamente pela mudança que farás em minha vida por
meio da Tua mensagem neste livro. Amém.
e
CAPÍTULO 1
E
UMA NOITE INESQUECÍVEL
Deus acenderá em Seu povo uma paixão que
queima mais intensamente do que tudo que
jamais conhecemos antes.
ra o quarto e último culto de uma série de encontros na Igreja
Covenant Love Family, em Fayetteville, Carolina do Norte.
Aquela não era minha primeira vez ali, pois eu já havia ministrado
naquela igreja várias vezes antes. Os cultos sempre produziam
maravilhosos frutos por causa da fome e do amor genuíno que eles
tinham por Deus.
Já era tarde, havia passado do horário em que um culto normal
terminaria. Mesmo assim, eu estava hesitante em terminar; eu me
sentia no meio de um conflito. A mensagem havia sido clara e
breve, e o povo havia respondido com entusiasmo. Mas eu tinha a
sensação de que ainda não era o fim. Eu costumava terminar uma
série de cultos com um sentimento de realização, especialmente em
uma igreja tão receptiva como a Covenant Love Family. Mas aquela
era uma noite diferente.
Além da sensação de conflito, continuava ouvindo as palavras que
o Espírito Santo havia sussurrado ao meu coração quando eu
estava no avião a caminho de Fayetteville: “Estes cultos serão os
mais poderosos que você já experimentou nessa igreja”.
Eu já havia estado nessa igreja cerca de sete ou oito vezes ao
longo dos anos, e não hesitaria em incluir aquelas ocasiões na
minha lista dos cultos mais transformadores de todos. Eu me lembro
de haver pensado no avião: Isso já é querer demais.
Enquanto permanecia de pé na plataforma sentia-me confuso.
Aqueles encontros não foram os mais poderosos que já tive ali. Era
difícil não compará-los com os atos significativos e os testemunhos
dos cultos anteriores. Eu lutava em meu interior contra a tentação
de murmurar, mas sabia que deveria manter o foco no culto que
estava acontecendo diante de mim. Precisava desesperadamente
ouvir a voz de Deus.
Parecia que a presença de Deus estava pairando sobre o povo.
Era quase como se Ele quisesse descer sobre a congregação de
uma forma forte e poderosa, mas de algum modo estivesse sendo
impedido. Havia grupos isolados de pessoas chorando aqui e ali,
mas eu sabia que Deus queria muito mais. Embora tivesse sentido
uma atmosfera semelhante nas noites anteriores, eu tinha certeza
de que, na última noite, o Senhor iria nos honrar com a Sua
presença restauradora, assim como Ele havia feito no passado. Não
teria outro culto. Por que Deus não está tocando estas pessoas se
eu sinto que Ele quer fazer isso? Eu continuava perguntando a mim
mesmo.
Uma Revelação que Deu Direção
Então ouvi a doce e suave voz do Espírito Santo falar comigo. Ele
me mostrou que algo estava formando uma barreira nas igrejas
daquela cidade, assim como havia uma barreira naquele culto. Ela
não deixava que as igrejas crescessem além de certo ponto.
Quando chegavam a esse ponto, as igrejas se dividiam ou se
tornavam ineficazes e cheias de religiosidade.
Imediatamente após eu ter compartilhado essa revelação com a
congregação, o pastor pulou para frente e a confirmou. Ele havia
feito estudos sobre a história atual e passada da cidade, e as
estatísticas estavam corretas. Enquanto ele falava, ouvi novamente
a voz do Espírito Santo. Ele me explicou como essa barreira poderia
ser quebrada.
Quando terminou de falar, o pastor me devolveu o microfone. Eu
disse: “Pessoal, Deus me mostrou que um jejum de quarenta dias
quebrará essa barreira”.
Quase podia ouvir os pensamentos do povo: Ficar quarenta dias
sem comida?
Eu prossegui: “Não é necessariamente um jejum de comida, e na
maioria dos casos não é uma abstinência total de comida. É um
jejum daquilo que o impede de buscar ao Senhor. Talvez seja
televisão, vídeos, jogos de computador, jornais, compras
excessivas, conversas ao telefone, e assim por diante”.
Esse é o verdadeiro jejum. Muitas vezes fazemos greve de fome
para ouvir Deus, mas continuamos vivendo nossas vidas de maneira
ocupada e distraída. Esse não é o verdadeiro jejum, por isso nos
beneficiamos tão pouco quando fazemos isso. O verdadeiro jejum
acontece quando nos abstemos com o propósito de buscar a Deus
de uma forma mais intensa.
O povo de Israel se abstinha de comida e perguntava ao Senhor:
“Por que o Senhor não está impressionado?” ou “Por que o Senhor
nem mesmo nota o nosso esforço?”.
Deus lhes respondeu por intermédio do profeta Isaías: “A verdade
é que nos dias de jejum vocês cuidam dos seus negócios ... Será
que vocês pensam que, quando jejuam assim, Eu vou ouvir as suas
orações?” (Is 58:3-4, NTLH).
Devolvi o microfone para o pastor, e ele imediatamente se
comprometeu a fazer o jejum e pediu a todaa congregação que
fizesse o mesmo. Eles uniram seus corações para buscarem a
Deus.
No dia seguinte, percebi que o domingo que viria quarenta dias
após aquele culto estava vago em minha agenda. Eu compartilhei a
informação com o pastor, e ele respondeu: “Gostaria muito que você
estivesse aqui”.
Mantivemos contato ao longo das semanas seguintes. Já havia
testemunhos extraordinários das famílias que estavam jejuando.
Estudantes que antes só tinham problemas na escola, agora viam
suas notas aumentando, chegando até mesmo a alcançar as notas
máximas. Havia relatos de crianças e adolescentes que estavam se
tornando mais obedientes e respeitosas. As coisas mundanas e o
desejo por elas pareciam estar perdendo a atração e a influência
sobre eles. As mulheres compartilharam com empolgação que seus
maridos pareciam homens diferentes. Pais estavam liderando
estudos bíblicos e orando com suas famílias. Relacionamentos
estavam sendo curados enquanto outras pessoas experimentavam
cura física. Lares eram restaurados à medida que o povo se
achegava a Deus.
Também ouvi do pastor que os cultos estavam se tornando cada
vez mais poderosos, com várias pessoas novas vindo para o Reino
de Deus. Praticamente todas as áreas estavam sendo afetadas
como resultado da obediência da igreja em dar ouvido à Palavra do
Senhor.
Um Dia que Eu Nunca Esquecerei
Seis domingos mais tarde, em 3 de novembro de 1996, retornei
àquela igreja para ministrar. Aquele seria um dia que eu nunca mais
esqueceria. Quando simplesmente entrei no templo para o culto da
manhã, notei que o ar estava denso, cheio de expectativa. A
mensagem que ministrei da Palavra de Deus foi recebida pelos
corações e almas sedentos.
No encerramento do culto, o pastor exortou a congregação para
que chegassem mais cedo para o culto da noite, com a finalidade de
prepararem seus corações em oração. Ele instruiu aos pais que as
crianças também assistiriam ao culto à noite juntamente com eles;
ele queria que todas as faixas etárias estivessem juntas naquela
noite, com exceção daqueles com menos de seis anos. Eu nunca o
havia visto daquela forma antes. Ele repreendeu os pais: “Se vocês
ou seus filhos perderem este culto, vocês se arrependerão pelo
resto de suas vidas”. O comentário dele me surpreendeu e até
mesmo me assustou um pouco, mas preferi não dizer nada, e fico
feliz por não tê-lo feito.
Naquela noite, o auditório estava lotado, com aproximadamente
mil e trezentas pessoas. Preguei sobre o temor do Senhor, e a
mensagem foi concluída por volta das nove da noite. O ensinamento
foi tão intenso, que daria para ouvir um alfinete caindo no chão toda
vez que eu fazia uma pausa, mesmo com todas as crianças ali
dentro.
No fim da minha pregação, o dirigente de louvor conduziu a
congregação em alguns cânticos de adoração. Então ouvi o Espírito
Santo sussurrar: “Eu quero ministrar a este povo. Por favor, permita-
Me fazê-lo”.
Percebi que, embora estivéssemos cantando músicas de
adoração, aquele não era o direcionamento que Ele desejava.
Então, alertei o povo: “O Senhor acaba de falar ao meu coração. Ele
quer ministrar a nós, então vamos ficar quietos e nos concentrar
Nele”.
Durante os dez a quinze minutos seguintes, podia-se ouvir várias
pessoas chorando mansamente na presença do Senhor.
Aparentemente, tudo indicava que estava acontecendo o mesmo
que acontecera no culto de seis semanas atrás, porém eu sabia que
algo diferente estava prestes a acontecer.
Por volta de nove e quinze, a atmosfera tranquila mudou
subitamente. Eu podia ouvir um som de choro bem agudo vindo do
fundo do auditório. Era fácil identificar esse choro como o das
crianças. Aproximadamente cento e cinquenta crianças, entre sete a
doze anos, estavam sentadas com suas professoras no fundo do
auditório, do lado direito. Eu sabia que Deus as estava tocando. Eu
as convidei a ir à frente, dizendo: “As crianças; Deus está tocando
as crianças. Quero que todas as crianças que Deus está tocando
venham para a frente do palco”.
Nunca esquecerei o que vi. Alguns de vocês podem pensar que o
que compartilho aqui é um pouco exagerado, e se eu não tivesse
presenciado a cena, junto com as mil e duzentas testemunhas ali,
talvez concordasse com você. Francamente, não serei capaz de
descrever fielmente a grandeza do que Deus fez naquela noite, mas
farei uma tentativa. Quero ressaltar que aquela era uma igreja
bastante conservadora. A maioria dos membros vinha de
denominações que não costumavam demonstrar as manifestações
do poder de Deus, ou então não havia crescido na igreja, tendo sido
salva naquela igreja. O pastor era um ótimo mestre e não se
deixava levar por extremismos, sensacionalismo ou euforias.
Eu observei as crianças, a maioria com idade entre sete e nove
anos, vindo em minha direção, chorando incontrolavelmente. Muitas
cobriam o rosto com as mãos. Outras sentiam dificuldade em andar
em linha reta. Ao chegarem ao palco, algumas caíram de joelhos,
sem força para ficarem em pé, mas a maioria caía como se seus
joelhos desistissem completamente de sustentá-las. Elas caíram por
toda parte, algumas por cima de outras. Os obreiros da igreja, com
lágrimas nos olhos, as ajudaram. Dentro de minutos, eu vi cerca de
cem crianças chorando e a maioria delas tremia fortemente. Elas
estavam imersas na presença manifesta do Senhor.
Essa manifestação não durou somente dois ou três minutos, mas
continuou por cerca de uma hora! Você pode pensar que ouvir
tantas crianças chorando e clamando por um período longo fosse
provavelmente irritante, mas, na verdade, foi glorioso. A maioria dos
adultos estava com os olhos cheios de lágrimas, enquanto assistia
ao que Deus estava fazendo na vida daquelas crianças. E, ao
mesmo tempo, eles estavam sendo profundamente tocados pela
presença poderosa de Deus. Era como se uma sucessão de ondas
da presença de Deus viesse sobre aquele lugar, uma ainda mais
poderosa do que a outra. Quando parecia que as crianças não
conseguiriam mais chorar, gritar ou tremer, outra onda de Deus
vinha e aumentava a intensidade a outro nível. Havia momentos em
que eu simplesmente só podia baixar minha cabeça sobre o púlpito
por causa do peso da presença de Deus.
Observei uma menina, que não parecia ter mais que sete anos de
idade, sacudindo suas mãos fortemente, como se elas estivessem
pegando fogo. Seu rostinho estava completamente banhado pelas
lágrimas que ela derramava. Podia-se sentir a presença de Deus tão
fortemente nessas crianças que os obreiros pararam de tocá-las
depois de ajudá-las inicialmente. Eles somente ficaram parados,
chorando e observando.
Vários adultos ajoelharam-se com o rosto em terra e ficaram
imóveis. Outros assistiam pasmados com os olhos cheios de
lágrimas. Várias vezes eu olhei para trás de mim e vi o pastor com
as mãos sobre o rosto, chorando. Sua esposa estava em prantos na
plataforma do coral.
Algum tempo depois, o pastor escreveu uma carta, descrevendo
aquela noite, de acordo com seu ponto de vista. Embora seja
parecido com o meu, achei importante termos outra perspectiva.
 
Domingo, 3 de novembro de 1996, será um dia que nunca esquecerei. Eu creio
que foi apenas uma pequena demonstração do que Deus fará na Terra. John
ministrou no culto noturno sobre o temor do Senhor e então declarou: “Precisamos
deixar que Jesus seja o mestre em todas as áreas da nossa vida e agora devemos
nos render completamente a Ele como Senhor”.
Nós adoramos por mais um curto período, e então John disse: “Eu sinto que o
Espírito Santo está Se movendo aqui agora”. Nesse momento, ouvi soluços de
crianças, jovens e adultos. Adultos começaram a aproximar-se do altar, chorando e
soluçando. John completou: “Deus está tocando as crianças e elas serão tocadas
poderosamente pelo Senhor”. Ele então encorajou as crianças que estavam sendo
tocadas pela presença de Deus a irem à frente.
Vi as crianças correndo até o altar, chorando incontrolavelmente, incluindo meus
três filhos e minha filha, e todos estavam ajoelhados, com o rosto em terra,
clamando e gritando por Jesus. Algumas delas tremiam fortementee balançavam
suas mãos à medida que o fogo de Deus se movia em nosso meio.
Aproximadamente cem crianças lotaram o altar, enquanto ondas do Espírito de
Deus se moviam no santuário. Eu assistia enquanto as crianças iam caindo uma
por cima das outras, sem que ninguém as tivesse tocado. Elas pareciam dominós.
Por uma hora e meia [durou uma hora e quinze minutos, mas prefiro não mudar o
que ele escreveu], ficamos impregnados pela presença de Deus. Perto do fim do
culto, pais e filhos se abraçavam e choravam juntos enquanto Deus unia seus
corações.
Um menino de dez anos de idade nos disse, enquanto estava
deitado no chão, que viu raios brilhantes de luz entrando pelo
teto e caindo sobre todas as pessoas. Alguns adultos da
congregação e do coral repetiam a mesma coisa. Ninguém
conseguiu deixar o prédio antes das onze da noite. Crianças
foram carregadas enquanto ainda choravam.
Tenho recebido testemunhos de famílias modificadas,
crianças que hoje falam sobre Deus e são obedientes, etc.
Como pastor, eu verdadeiramente posso dizer que meu lar e
meus filhos são diferentes hoje.
Dr. Al Brice
Pastor titular da Igreja Covenant Love Family Fayetteville, Carolina do Norte
Chamou minha atenção o relato feito pelo jovem de dez anos que
viu raios brilhantes de luz descendo pelo teto. No livro de
Habacuque lemos:
 
Senhor, ouvi falar da Tua fama;
tremo diante dos Teus atos, Senhor.
Realiza de novo, em nossa época,
as mesmas obras, faze-as conhecidas em nosso tempo;
em Tua ira, lembra-Te da misericórdia.
Deus veio de Temã,
o Santo veio do monte Parã. Pausa
Sua glória cobriu os Céus
e Seu louvor encheu a Terra.
Seu esplendor era como a luz do sol;
raios lampejavam de Sua mão,
onde se escondia o Seu poder.
Habacuque 3:2-4
Tenho certeza de que esse jovem não fazia ideia de que
Habacuque havia escrito algo assim tanto tempo atrás. Com nossos
olhos, nós presenciamos o que Joel profetizou: “Os seus filhos e as
suas filhas profetizarão, os velhos terão sonhos, os jovens terão
visões” (Jl 2:28). Esse menino de dez anos de idade estava
descrevendo uma visão similar a outra visão já descrita na Palavra
de Deus sem que ele tivesse conhecimento disso.
Outro garoto disse com ousadia: “Mamãe, o jejum não pode
acabar”. Não somente suas palavras eram proféticas, mas ele
também verbalizou o desejo de inúmeras outras pessoas. Esses
jovens tinham experimentado a presença do Deus vivo, e suas vidas
foram transformadas. Eles queriam avançar e não parar mais.
Mais tarde naquela noite, a esposa do pastor compartilhou
conosco alguns versículos que Deus havia falado ao seu coração, a
respeito do que havia acontecido:
 
“Agora, porém”, declara o Senhor, “voltem-se para Mim de
todo o coração, com jejum, lamento e pranto [até que cada
impedimento for removido e os relacionamentos quebrados
forem restaurados]”. Rasguem o coração, e não as vestes.
Joel 2:12-13, AMP
Enquanto ela lia esses versículos, meu coração queimava dentro
de mim. A frase “voltem-se para Mim” parecia descrever a atitude
daquela igreja. O povo estava determinado a buscar o coração de
Deus. Eles não queriam retroceder.
Deus nos instrui a rasgarmos os nossos corações e não as nossas
vestes. Tenho visto cristãos e igrejas que por sua aparência
parecem ter tudo certo, mas mesmo assim não conseguem tocar o
coração de Deus como essa igreja o fez. A razão? Eles podem
jejuar, podem ter encontros de oração, podem se abster de certas
coisas, fazendo-os parecerem ótimos com relação às suas “vestes”,
mas por dentro eles escondem corações desobedientes. Eles ainda
vivem para o próprio prazer, em vez de viverem a serviço dos
outros. O Senhor está mais preocupado com nossa submissão
interior do que com nossa aparência exterior de cristandade. Joel
continuou:
 
Toquem a trombeta em Sião,
decretem jejum santo,
convoquem uma assembleia sagrada.
Reúnam o povo,
consagrem a assembleia;
ajuntem os anciãos,
reúnam as crianças,
mesmo as que mamam no peito.
Até os recém-casados devem
deixar os seus aposentos.
Joel 2:15-16
O fogo em meu coração aumentava à medida que ela lia. Aqueles
versículos descreviam exatamente o que Deus havia instruído a
igreja a fazer quarenta dias antes. Quando a palavra profética foi
proferida, todos deveriam buscar a Deus. Desde os líderes até as
crianças, ninguém estava isento. Continuando a série de versículos
que ela leu:
 
E, depois disso,
derramarei do Meu Espírito sobre todos os povos.
Os seus filhos e as suas filhas profetizarão,
os velhos terão sonhos,
os jovens terão visões.
Até sobre os servos e as servas
derramarei do Meu Espírito naqueles dias.
Joel 2:28-29
“E, depois disso.” Já ouvi esse versículo ser citado repetidamente.
Na verdade, desde que fui salvo, tenho ouvido Joel 2:28-29 ser
citado por cristãos e por pastores frequentemente. Fala-se sobre
filhos e filhas profetizando e tendo visões, juntamente com sinais e
maravilhas do Espírito Santo, porém a palavra “depois” geralmente
é esquecida nas discussões e pregações. Se foi profetizado que
algo aconteceria “depois”, então é porque algo significativo precisa
acontecer antes: a reação da igreja ao som da trombeta, em se
achegar a Deus.
Deus responde poderosamente quando nos achegamos a Ele.
Precisamos nos achegar quando Ele nos chamar. Outro elemento
importante é o tempo. É aqui que muitos cristãos se perdem. Eu
creio que enquanto você lê este livro, perceberá que, embora
cristãos tenham um convite permanente para virem ao Senhor em
oração e comunhão a todo instante, haverá momentos e tempos em
que Ele nos chamará para propósitos específicos. Durante esses
momentos, o tempo é um fator crucial, e se não respondermos,
perderemos a bênção que Ele tem para nós.
O foco nesses períodos é a obediência e não a nossa vontade ou
o nosso desejo. Deus Se agrada mais em obediência do que em
sacrifícios. Tenho visto igrejas jejuando regularmente e orando
durante horas, seus membros sacrificando horas de sono para
preencher os horários de oração. Mas isso não garante o poder nem
a presença Dele. Muitas vezes tenho visto que falta a essas igrejas
o que a igreja da qual estou falando tinha em abundância. Elas têm
a maneira de fazer; só não têm o coração.
O mesmo acontece com as pessoas. Tenho visto muitos jejuarem
e orarem religiosamente, mas lhes faltam a liberdade, o poder e o
conhecimento íntimo de Deus, que tenho visto em outros que não se
sacrificam tanto, mas simplesmente respondem à direção do
Espírito de Deus.
Aquela igreja ouviu a voz de Deus chamando. No período
seguinte de um ano e meio, eles dobraram em tamanho. Na
verdade, eles tinham acabado de construir o auditório no qual nos
encontramos naquela noite, e em seis meses tiveram de começar a
planejar outra construção de um espaço maior.
O pastor e eu conversamos frequentemente nos anos seguintes.
Ele disse: “John, nosso segundo culto de domingo de manhã, que
começa às dez horas, continua acabando cerca de duas ou três da
tarde”. Um domingo ele ligou e me contou que teve de dizer ao
povo: “Por favor, vão para suas casas”. Ele contou que eles ficaram
parados olhando para ele, sem querer ir embora.
Deus cumpriu Sua palavra. Aqueles cultos foram os mais
poderosos que já havíamos presenciado. Por meio da nossa
cooperação com o Espírito Santo e nossa obediência à Sua direção,
Ele fez a Sua vontade. Três anos se passaram, e o pastor ainda
ouve testemunhos sobre aquele culto. O fruto permaneceu. Eu
ministrei ali em várias ocasiões depois desse acontecimento, e
tenho visto sempre um aumento da paixão e da sede genuína por
Deus.
Um Anúncio do Que Virá
Um ano antes, eu estava em Kuala Lumpur, na Malásia,
ministrando na maior escola bíblica da nação durante uma semana
de cultos. No oitavo culto, houve uma experiência similar, mas durou
somente cerca de cinco a dez minutos. O Espírito de Deus caiu
sobre os estudantes e muitos outros que estavam ali. Esse foi outro
culto que nunca esquecerei. Na manhã seguinte àquele culto,
enquanto orava, Deus falou comigo: “O que você viu ontem, você
verá acontecendo em todos os lugares, poisesse é um dos moveres
finais do Meu Espírito que acontecerá na Igreja”. Ele me mostrou
como esse mover do Seu Espírito produziria frutos de verdadeira
santidade na Igreja e a prepararia para a grande colheita que está
por vir. Deus acenderá em Seu povo um fogo intenso e contínuo de
paixão por Ele, como nunca vimos antes.
Não creio que você está segurando este livro em suas mãos por
coincidência, ao contrário. Creio que você o tem nas mãos para
despertar sua sede e preparar seu coração para o que Deus está
por fazer. Nós precisamos nos preparar para Sua segunda vinda. O
apóstolo João escreveu: “Regozijemo-nos! Vamos alegrar-nos e dar-
Lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a Sua
noiva já se aprontou” (Ap 19:7).
Nós somos a noiva de Cristo, e cabe a nós a tarefa crucial de nos
prepararmos para estarmos unidos a Ele. Quero enfatizar este
ponto: cabe a nós nos prepararmos. Trata-se de uma integração
divina. Ele não faz tudo por nós; nós devemos responder à provisão
Dele. Ele provê a graça e nós buscamos o fogo. Ele não está
voltando para uma Igreja manchada e corrompida pelo mundo. Ele
retornará para uma noiva pura, cujo coração queima com verdadeira
santidade.
CAPÍTULO 2
F
O PROPÓSITO DA SALVAÇÃO
Deus, que criou o universo e tudo que nele há,
expressa Seu desejo de habitar em nós e entre nós.
requentemente ouço líderes usando a palavra visitação quando
descrevem um encontro com a presença de Deus, quer seja
em uma experiência conjunta, como em um culto na igreja, assim
como o culto descrito no capítulo anterior; ou em uma experiência
individual. Contudo, o desejo do Senhor não é uma visitação; em
vez disso, Ele deseja uma habitação. Deixe-me ilustrar a diferença:
eu tenho vizinhos que são ótimos amigos, e em inúmeras ocasiões
vou à casa deles para visitá-los por algum tempo. Mas, assim que a
visita termina, eu retorno para minha casa, que é meu lugar de
habitação. Uma das maiores promessas que o Senhor deixou para
nós, cristãos, é esta:
 
Habitarei com eles
E entre eles andarei;
Serei o seu Deus,
E eles serão o Meu povo.
2 Coríntios 6:16
Que declaração! Deus, que criou o universo e tudo que nele há,
expressa Sua intenção de habitar em nós e entre nós. Em
concordância com essa promessa, Paulo nos diz: “Nele vocês
também estão sendo edificados juntos, para se tornarem morada de
Deus por Seu Espírito” (Ef 2:22). Essas são as promessas de Deus
para nós. Entretanto, cada promessa na Bíblia é condicional, e se a
condição não for cumprida, então a promessa não se cumpre, não
por infidelidade da parte de Deus, mas da nossa parte. É impossível
Deus mentir, mas não é impossível que o homem anule a Sua
palavra (ver Marcos 7:13) ao ignorá-la ou distorcê-la. Isso também
inclui a promessa de Deus de habitar em nosso meio.
Paulo continua:
 
“Saiam do meio deles
E separem-se”, diz o Senhor.
“Não toquem em coisas impuras,
E Eu os receberei.”
2 Coríntios 6:17
A condição é que nós saiamos do sistema do mundo. Se
cumprirmos essa condição, Deus diz que nos receberá. Da mesma
forma, se não nos separarmos, Ele não nos receberá. Por que Ele
não nos receberá? Para responder a essa questão, precisamos
entender que Deus é pura luz e que Nele não há trevas. Trevas não
podem habitar na presença da pura luz.
À medida que avançarmos nessa leitura, veremos que a luz de
Deus fala da Sua santidade. A Bíblia não diz que Deus tem
santidade; ela diz que Ele é santo (ver Levítico 19:2). O sistema do
mundo é de trevas e aqueles que são atraídos pelas trevas não
podem habitar na luz.
Deus declara: “Consagrem-se, porém, e sejam santos, porque Eu
Sou o Senhor, o Deus de vocês” (Lv 20:7). A atitude de nos
consagrarmos significa recusar um relacionamento com o mundo.
Tiago claramente exortou-nos na nova aliança: “Se o objetivo de
vocês é desfrutar o prazer pecaminoso do mundo perdido, vocês
não podem ser também amigos de Deus” (Tg 4:4, ABV). Em uma
outra tradução a advertência é ainda mais direta: “Quem quer ser
amigo do mundo faz-se inimigo de Deus” (Tg 4:4, NVI).
Pedro enfatizou o desejo de Deus por um povo puro ao escrever:
“Mas agora, sejam santos em tudo quanto fizerem, tal como é santo
o Senhor, que os convidou para serem seus filhos. O próprio Senhor
disse: ‘Vocês têm de ser santos, pois Eu Sou santo’” (1 Pe 1:15-16,
ABV). Ser santo não é uma opção. Deus não habitará em nós ou
entre nós se falharmos em dar ouvidos à Sua condição de nos
separarmos do sistema do mundo. Uma versão contemporânea da
Bíblia diz:
 
“Então, deixem de lado a corrupção e as parcerias,
deixem tudo, de uma vez por todas”, diz Deus.
“Não se associem com os que irão mergulhá-los na sujeira.
Quero todos vocês para Mim.”
2 Coríntios 6:17, A Mensagem
A magnitude das promessas de Deus em ser nosso Pai e habitar
em nós e entre nós torna ainda mais importante observarmos
cuidadosamente a condição que Ele exige. Considerando a
seriedade dessa condição, Paulo declarou: “Amados, visto que
temos essas promessas, purifiquemo-nos de tudo o que contamina
o corpo e o espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus”
(2 Co 7:1).
Esses versículos têm tanto significado que livros e mais livros
poderiam ser escritos sobre eles. Mas o entendimento da maioria
dos cristãos sobre o que está sendo dito é limitado. Muitos não
compreendem sua totalidade porque não entendem o contexto.
Paulo está citando o que Deus dissera a Israel no Antigo
Testamento e, ao fazer isso, ele também estava deixando claro que
Seu desejo para nós não mudou no Novo Testamento. Precisamos
entender as situações e os eventos que levaram a esses versículos.
Quando nós entendemos o contexto, as palavras têm o impacto
espiritual que Deus deseja que tenham.
Pense sobre um filme no qual o escritor, o diretor e os atores
montaram cuidadosamente um enredo que se desencadeia até uma
cena de clímax no fim. Muitas coisas aconteceram antes disso e,
após ouvir toda a dramatização que levou ao clímax, você fica
maravilhado. Se você tivesse ouvido o ator falando a mesma frase
final sem ver toda a dramatização, ela teria pouco ou nenhum
impacto.
Eu vivi isso quando era mais jovem. Entrei na sala da nossa casa
quando minhas irmãs e meus pais estavam assistindo a um filme.
Eles haviam sido cativados pela história e não queriam ser
interrompidos. A maioria nem percebeu quando eu entrei. Olhei para
a tela no momento em que o ator fez uma declaração um tanto
dramática. Minhas irmãs começaram a chorar. Mas aquela
declaração teve pouco significado para mim. Pensei: O que há de
tão emocionante nessa fala? Eu não estava a par dos
acontecimentos; mas as mesmas palavras tocaram minhas irmãs e
provocaram nelas uma emoção profunda.
O mesmo princípio se aplica aqui. Muitos cristãos chegam a essas
palavras de clímax vindas da boca de Deus e as leem diretamente,
porque eles não têm o entendimento da construção dramática
anterior a tais palavras. Para realmente experimentarmos o impacto
do que Deus está nos dizendo, precisamos entender o roteiro da
história ou do drama que levou a tais declarações. Isso levará
alguns capítulos para se desenvolver. Para começarmos,
precisamos ir ao livro de Êxodo.
Vou Ver Isso de Perto
O livro de Êxodo inicia com os descendentes de Abraão em
cativeiro. Eles já haviam estado no Egito por quase quatrocentos
anos. O começo da estada deles ali fora favorável, mas o tempo
passou e eles se tornaram escravos, sendo brutalmente
maltratados.
Moisés, um homem nascido de uma hebreia, escapou daquele
duro tratamento; ele foi levado à casa do faraó quando bebê e
criado como seu neto. Quando tinha a idade de quarenta anos,
contudo, Moisés foi forçado a fugir para outra terra por causa da ira
do faraó, devido à sua lealdade ao seu próprio povo, os hebreus.
Quarenta anos mais tarde, após a fuga do Egito, enquanto estava
no deserto apascentando as ovelhas de seu sogro, Deus se revelou
a Moisés. A revelação aconteceu no Monte Sinai, o qual é chamado
de Horebe, a Montanha de Deus. O Senhor apareceu a ele em uma
chama de fogo que saía do meio de uma sarça. QuandoMoisés viu
que a sarça se queimava, mas não se consumia, ele disse: “‘Por
que a sarça não se queima? Vou ver isso de perto’. O Senhor viu
que ele se aproximava para observar. E então, do meio da sarça
Deus o chamou” (Êx 3:3-4).
Foi somente após Moisés ter se voltado para se aproximar da
presença do Senhor que alguma coisa entre ele e Deus aconteceu.
A partir do momento em que Deus viu que Moisés deixou seu
interesse pessoal para se aproximar Dele, o Senhor o chamou para
começar a revelar-Se a Moisés, por intermédio da Sua palavra. Se
Moisés tivesse negligenciado aquela cena como algo que não era
digno de atenção, Deus provavelmente teria Se afastado sem lhe
dizer nada. Somos admoestados no Novo Testamento: “Aproximem-
se de Deus, e Ele Se aproximará de vocês!” (Tg 4:8).
Quem deve se aproximar primeiro? Nós ou Deus? Deus nos
chama, mas somente quando nos aproximamos de Deus é que Ele
Se aproxima com o propósito de Se revelar a nós. Essa é a
mensagem deste livro. Na verdade, esse é o alvo do nosso destino.
O Propósito da Libertação de Deus
Deus Se revelou a Moisés e lhe disse para levar Sua palavra ao
faraó, para que ele deixasse Seu povo ir. A despeito da obstinação e
força do faraó, Deus libertou os descendentes de Abraão com Sua
mão poderosa de milagres, sinais e prodígios.
A libertação de Israel da escravidão egípcia está relacionada com
nossa libertação da escravidão do pecado no Novo Testamento. O
Egito é uma tipologia do sistema do mundo, e Israel uma tipologia
da Igreja. Quando nascemos de novo, somos libertos do sistema de
tirania e opressão do mundo.
Para onde Moisés e os filhos de Israel se dirigiram após terem
sido libertos? Quando faço essa pergunta para o público nos cultos,
as pessoas geralmente respondem: “Para a terra prometida”.
Mas isso não é verdade. Ele estava indo para o Monte Horebe,
também conhecido como Monte Sinai. As palavras de Deus para o
faraó, por meio de Moisés, foram: “Deixe ir o Meu povo, para
prestar-Me culto no deserto” (ver Êxodo 7:16; 8:1, 20; 9:1, 13; 10:3).
Como Moisés levaria o povo à terra prometida sem antes conhecer
o Prometedor? O Senhor não desejava isso para o Seu povo. Se
eles fossem para a terra prometida sem a revelação de Deus, eles
fariam dali um lugar de idolatria.
Isso é o que tem acontecido na Igreja com muitas pessoas que
foram salvas nos últimos vinte e cinco anos. A ênfase tem estado
em comunicar às pessoas as promessas e provisões de Deus, em
vez de falar de Seu caráter e natureza, na tentativa de fazer com
que as pessoas se aproximem Dele. Nossas mensagens têm
atraído as pessoas a um nível de vida melhor, acompanhado da
segurança eterna, em vez de comunicar a elas o propósito de
conhecer e servir ao Senhor da glória. Muitos pastores são
cuidadosos em entregar uma palavra positiva que atrairá multidões;
eles evitam uma mensagem forte, exortativa, que trará as mudanças
que precisamos para ter um encontro face a face com um Deus
santo.
O encontro com Deus no Sinai mudou Moisés, e ele sabia que
uma experiência similar era essencial para o povo. Se Moisés não
tivesse encontrado com o Senhor na sarça ardente, ele estaria
ainda tentando tirar o povo da escravidão com suas próprias forças,
que foi exatamente o que ele tentou fazer anos antes e, como
consequência, acabou tendo de fugir do faraó.
Muitos têm sido salvos em razão das mensagens proclamadas por
pastores cuja motivação está no próprio chamado, em vez de na
revelação de Deus. Se temos um chamado em nossa vida, mas não
permitimos que Deus nos leve para o deserto, para que ali Ele Se
revele a nós, buscaremos a libertação para as pessoas somente
pela motivação de vê-las libertas. Mas nós precisamos libertá-las
com o propósito de que elas venham a conhecer Aquele para o qual
fomos criados.
No livro de Atos, nós lemos que:
 
Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios; e era
poderoso em suas palavras e obras. E, quando completou a
idade de quarenta anos, veio-lhe ao coração ir visitar seus
irmãos, os filhos de Israel. E, vendo maltratado um deles, o
defendeu, e vingou o ofendido, matando o egípcio. E ele
cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus lhes havia de
dar a liberdade pela sua mão; mas eles não entenderam.
Atos 7:22-25, ACF
Moisés viu o sofrimento e desejava aliviá-lo. Ele também sabia
que era chamado para libertar o povo de Deus. Isso estava em seu
coração. Mas sem a revelação de Deus, ele não estaria preparado
para liderar e alcançar seu destino. Uma liderança sem o propósito
correto pode ser mais perigosa do que não haver liderança
nenhuma. Moisés era um líder, ele tinha um propósito, mas seu
propósito estava incompleto. Sem a revelação de Deus, ele os
levaria no máximo a uma terra de provisão, mas sem o propósito
real da liberdade: o conhecimento íntimo de Deus. É por isso que
Deus levou Moisés para as partes mais distantes do deserto, para
aquietar o coração dele do mundo que havia deixado. No deserto
ele poderia responder com desejo à revelação de Deus. Essa
preparação permitiu que ele dissesse: “Vou ver isso de perto...”.
Nós precisamos entender que nem todo “bom ministério” é um
“ministério verdadeiro”. Aos quarenta anos de idade, a vontade de
Moisés em ver seu povo livre era boa, mas não era um ministério
verdadeiro. Eva foi atraída pelo lado “bom” da árvore do
conhecimento do bem e do mal, não pelo lado mal. Quando ela viu
que “a árvore parecia agradável ao paladar, era atraente aos olhos
e, além disso, desejável para dela se obter discernimento, tomou do
seu fruto e comeu-o” (Gn 3:6). Ela foi tentada a ser como Deus.
Existe muita coisa que parece ser boa, e assemelha-se a algo que
vem de Deus, porém vai contra Seu caráter e Sua natureza.
Somente quando temos conhecimento íntimo Dele é que podemos
verdadeiramente discernir o que é bom.
“OS TROUXE PARA JUNTO DE MIM”
Moisés conduziu o povo de Deus para fora do Egito para que
adorasse a Deus no deserto. Mas eles não foram imediatamente
para o Sinai. Levou três meses para que se fizesse a jornada que
poderia ter sido feita em uns dez ou onze dias. Por que Deus fez
isso? A resposta é simples e não é diferente da situação que
aconteceu com Moisés: Deus queria dar ao povo tempo para
acalmar o coração, a fim de que pudesse receber a revelação de
Deus assim como Moisés recebeu.
Assim que eles chegaram ao pé do Monte Sinai, Moisés deixou o
povo e subiu para onde a presença de Deus estava. Então o Senhor
o chamou da montanha, dizendo: “Assim falarás à casa de Jacó, e
anunciarás aos filhos de Israel...” (Êx 19:3, ACF).
Antes de continuarmos a ler mais do que Deus disse a Moisés,
preciso ressaltar para quem a mensagem era direcionada. Não era
somente para Arão e seus filhos. Não era somente para os filhos de
Levi. A mensagem de Deus era para toda a nação de Israel. Era
para todas as pessoas que haviam sido libertas do Egito, da menor
até a maior das tribos, famílias e pessoas.
Agora, ouça a mensagem de Deus: “Vocês viram o que fiz ao
Egito e como os transportei sobre asas de águias e os trouxe para
junto de Mim” (Êx 19:4). A frase “os trouxe para junto de Mim” fala
sobre o verdadeiro motivo de você ter sido criado! O motivo pelo
qual Deus trouxe você à vida e percorreu um longo caminho para
salvá-lo, foi para trazer você para perto Dele!
Nós vemos essa intenção desde o início da humanidade. Por que
Deus colocou o homem no Jardim? Adão não foi criado para que
tivesse um ministério internacional de libertação. Ele não foi
colocado no Jardim para construir pontes ou arranha-céus. Não, ele
foi colocado no Jardim para andar em comunhão com o Deus vivo.
Daquela comunhão poderiam surgir os arranha-céus ou ministérios,
mas esse não era o propósito de Deus para a existência do homem.
Nos sete primeiros anos após eu ter sido salvo, frequentei e
depois passei a trabalhar para uma igreja grande que enfatizava as
promessas de Deus e Suas provisões. Era uma igreja evangelística
com uma paixão por alcançar o mundo com as boas-novas do
Evangelho, mas o Evangelho pregado ali destacava mais os
benefícios do Reinodo que a glória de se conhecer a Deus.
Pessoas saíam de várias partes do mundo para ir até essa
congregação, pois ela era bem conhecida internacionalmente. O
zelo do líder em ver pessoas sendo salvas era contagiante. Muitos
daqueles que trabalhavam no ministério de alcance internacional da
igreja tinham grande paixão pelo ministério, e eu certamente era um
deles.
Naqueles primeiros anos da minha associação àquela igreja, eu
levantava cada manhã e orava até por uma hora e meia antes de ir
para o trabalho. Eu pedia a Deus para que me usasse para alcançar
os perdidos que estavam morrendo sem Cristo, para curar os
enfermos. Eu pedia pelas nações e pela libertação dos oprimidos.
Eu sempre orava fervorosamente, até que, em uma manhã, ouvi o
Senhor dizer ao meu coração: “John, suas orações estão
incorretas”.
Pensei comigo mesmo: Essa não pode ser a voz de Deus. Isso só
pode ser o inimigo. Mas mesmo assim eu sabia que era a voz do
Senhor. Eu estava desconcertado:
— Senhor, como podes me dizer isso? Estou orando pelo povo
que precisa ser salvo, curado e liberto. Este é o Teu desejo!.
Mas Deus viu por trás das minhas palavras. Ele viu quão pouco eu
sabia sobre Sua verdadeira natureza, e sem isso Ele sabia que eu
não poderia tirar pessoas da escravidão, ao contrário, esse
ministério acabaria me levando e levando a outros a uma outra
escravidão de idolatria, dentro do contexto da igreja.
Ele me disse:
— John, o alvo do Cristianismo não é o ministério. Você pode
expulsar demônios, curar enfermos, levar pessoas à salvação, mas
mesmo assim acabar no inferno. —e acrescentou:
—Judas deixou seu trabalho para Me seguir, ele curou enfermos,
ressuscitou mortos, expulsou demônios, e mesmo assim ele está no
inferno.
Aquelas palavras ficaram cravadas em meu coração.
Nós temos de lembrar que quando os apóstolos saíram com o
poder para curar enfermos, ressuscitar mortos e expulsar demônios,
Judas estava entre eles (ver Mateus 10:1-8).
Eu rapidamente perguntei:
—Então, qual é o alvo do Cristianismo?.
Ele imediatamente respondeu:
—Conhecer-Me intimamente!
Então me lembrei de que Paulo havia dito que considerava todas
as coisas como perda, se comparadas a “conhecer Cristo” (Fp 3:10).
O Senhor sussurrou ao meu coração:
— A partir desse relacionamento é que vai surgir o verdadeiro
ministério.
Daniel confirmou isso ao dizer: “mas o povo que conhece ao seu
Deus se tornará forte e fará proezas” (Dn 11:32, ACF).
Jesus disse que “se um cego conduzir outro cego, ambos cairão
num buraco” (Mt 15:14). Isso é verdade para aqueles que querem
trazer libertação a outros cativos, sem que antes tenham os próprios
olhos abertos para ver o Senhor. É por isso que Paulo orou tão
intensamente para que os olhos do nosso entendimento fossem
iluminados pelo conhecimento Dele (ver Efésios 1:18). É quando
estamos na Sua luz que nós podemos ver (ver Salmos 36:9). Sem a
revelação Dele somos cegos. Aqueles que não O conhecem
intimamente podem até ter boas intenções, mas sem a revelação de
Deus, acabarão levando outros para o mesmo buraco para o qual
eles próprios estão indo.
Isso aconteceu durante meus primeiros anos de Cristianismo. O
pastor mantinha seus olhos mais sobre as bênçãos da aliança do
que sobre o Abençoador. Ele tinha um estilo de vida de alto nível,
que foi conquistado por ele crer e agir com base nas promessas da
aliança com Deus, mas era vazio da revelação do caráter do
Senhor. Então, ele começou a ir por caminhos errados. Certo dia ele
se colocou diante da congregação e disse que não queria mais viver
com sua esposa, que era a mãe de seus filhos. Ele então disse que
quem não aprovasse, poderia sair da igreja. Aquele pastor se casou
com um uma mulher jovem, cheia de energia e ambiciosa, que
também estava no ministério. Ela se tornou um grande laço em sua
vida. Sua igreja definhou, indo de milhares para centenas de
membros, deixando muitas pessoas à deriva e fora da igreja. Mais
tarde ele acabou se divorciando novamente e vendendo o espaço
da igreja para a cidade.
Moisés sabia o que havia transformado sua vida: seu encontro e
sua comunhão íntima com o Deus vivo. Ele sabia para onde deveria
conduzir o povo. Não era diretamente para as promessas: era em
direção ao Único que podia verdadeiramente satisfazê-los. Ele
reconheceu o propósito para o qual havia sido criado e viu a
necessidade de buscar o coração de Deus. E o coração de Deus
não seria revelado em Suas bênçãos, mas sim em ouvir Suas
palavras face a face.
CAPÍTULO 3
O
TIRANDO O EGITO
Nossa responsabilidade como Igreja tem sido a de nos
consagrarmos durante esses dois mil anos passados,em
preparação para a Sua vinda!
propósito de Deus em retirar os filhos de Israel da escravidão
egípcia foi o de trazê-los para Si mesmo, para que Ele
pudesse habitar entre eles. Nós vemos isso nas Suas palavras a
Moisés: “Saberão que Eu sou o Senhor, o seu Deus, que os tirou do
Egito para habitar no meio deles” (Êx 29:46). Lembre-se de que Ele
não estava querendo a visitação, mas a habitação.
Agora, considere as palavras de Pedro no Novo Testamento (leia-
as cuidadosamente): “À medida que se aproximam Dele, a pedra
viva — rejeitada pelos homens, mas escolhida por Deus e preciosa
para Ele — vocês também estão sendo utilizados como pedras
vivas na edificação de uma casa espiritual para serem sacerdócio
santo, oferecendo sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus, por meio
de Jesus Cristo” (1 Pe 2:4-5). Deus deseja um lugar de habitação, o
qual Pedro chamou de Sua casa espiritual. Nós somos pedras vivas
desse edifício no qual o Próprio Deus deseja habitar.
Pedro relaciona nossa missão como casa de habitação de Deus
com o sacerdócio. Por que ele relaciona as duas coisas? Como
seres humanos, somente sacerdotes podiam se apresentar diante
de Deus sem serem consumidos sob julgamento. Das inúmeras
definições de um sacerdote, a que está acima de todas é que o
sacerdote é o único que pode se aproximar de Deus para ministrar
diante Dele (ver Ezequiel 44:13, 15). Aproximar-se de Deus é
certamente um requerimento para sermos o Seu lugar de habitação.
Precisamos ser capazes de permanecer de pé diante da Sua santa
e poderosa presença.
Voltando a 1 Pedro, lemos:
 
Pelo que também na Escritura se contém:
Eis que ponho em Sião
A Pedra Principal da esquina, eleita e preciosa;
E quem Nela crer não será confundido.
E assim para vós, os que credes, é preciosa,
Mas, para os rebeldes,
A pedra que os edificadores reprovaram,
Essa foi a principal da esquina;
E uma pedra de tropeço e rocha de escândalo,
Para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobediente;
Para o que também foram destinados.
1 Pedro 2:6-8, ARC
Uma expressão peculiar aparece nesses versículos: “E assim para
vós, os que credes... mas, para os rebeldes...”. Ele contrasta a
expressão os que credes com a palavra rebeldes. Nós não fazemos
isso hoje. Atualmente, a palavra “crente” não tem nada a ver com
obediência ou rebeldia. É por isso que muitos dentro da Igreja não
enfatizam a obediência. Contudo, nos dias do Novo Testamento, os
escritores se referiam muito a esse tema. Crer não somente significa
reconhecer a existência de Deus, mas também obedecer-Lhe. Em
outras palavras, se você cresse, você obedeceria; e a evidência de
não crer era uma vida de desobediência, também chamada de
rebeldia. Paulo escreveu sobre Jesus: “... e, uma vez aperfeiçoado,
tornou-Se a fonte da salvação eterna para todos os que Lhe
obedecem” (Hb 5:9).
Obediência é um elemento essencial da salvação. O Próprio
Jesus disse que multidões creriam Nele e O chamariam de Senhor,
e até fariam milagres em Seu nome, mas seriam rejeitados e não
entrariam no Reino de Deus, porque não faziam ou obedeciam à
vontade de Deus (ver Mateus 7:21).
Um Sacerdócio Real Chamado para a Sua Maravilhosa Luz
Os filhos de Israel tropeçaram ou falharam em cumprir aquilo para
o qual foram chamados; eles foram desobedientes à palavra que
lhes fora dita. Mas, então, Pedro continua nos dizendo: “Vocês,
porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo
exclusivo deDeus, para anunciar as grandezas Daquele que os
chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz” (1 Pe 2:9).
Nós somos sacerdócio real e nação santa. Deus é o Rei; Ele é a
realeza. Portanto, aqueles que se aproximam para ministrar diante
Dele devem ser sacerdotes reais, pois somente a realeza pode
ministrar e ter comunhão com a realeza!
Aqueles que são Seus sacerdotes foram chamados das trevas
para a Sua maravilhosa luz — não somente luz, mas maravilhosa
luz! Nós temos nos familiarizado com certas palavras e diminuído
seu real valor quando as usamos para descrever a grandeza de
Deus. Maravilhoso é certamente uma dessas palavras.
Eu fiz um estudo sobre estas três palavras: maravilhoso,
grandioso e esplêndido. Na Bíblia, essas palavras são quase
sempre usadas para descrever Deus, Seus atributos ou Seus atos.
Pense nisto: maravilhoso — “cheio de maravilha”; grandioso —
“cheio de grandeza”; esplêndido — “cheio de esplendor”. Jesus é de
fato chamado de Maravilhoso (ver Isaías 9:6). Mas hoje as pessoas
usam essas palavras para descrever situações comuns. Elas
gostam de um filme e dizem: “Foi maravilhoso” ou “foi esplêndido”.
Quando ficam impressionadas com um atleta, elas dizem: “Ele é
impressionante”. E quando um pregador se levanta em frente a
essas pessoas e diz: “Deus é impressionante”, pelo fato de já terem
ouvido essas palavras, repetidas vezes, para descrever um jogador
de basquete profissional considerado um dos melhores, elas não
têm a mínima condição de entender o impacto do que ele está
dizendo. Eu oro para que este livro mude isso!
Quando Pedro diz que fomos chamados das trevas para a Sua
maravilhosa luz, ele está usando uma palavra muito poderosa para
comunicar a grandeza da natureza de Deus. Pois Deus é absoluta
luz e Nele não há treva alguma. Essa grandiosa luz retrata a Sua
glória, a qual a natureza humana é incapaz de suportar.
Novamente, assim como em 2 Coríntios 6, nós não entendemos
completamente o impacto dessa afirmação porque não entendemos
o contexto. Voltemos a Êxodo para dar continuidade à nossa missão
de descobrir a extensão da promessa de Deus de habitar entre o
Seu povo e dentro dele.
Precisamos Lavar Nossas Vestes
No capítulo anterior, nós aprendemos que Moisés havia liderado
os filhos de Israel para fora do Egito, o que para nós hoje é uma
tipologia da nossa libertação das garras do mundo. Do Egito ele
conduziu o povo para a Montanha de Deus, chamada de Sinai. Ele
os deixou ao pé do monte e subiu para se encontrar com Deus,
onde O ouviu dizer:
 
Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre
asas de águias, e vos trouxe a Mim; Agora, pois, se
diligentemente ouvirdes a Minha voz e guardardes a Minha
aliança, então sereis a Minha propriedade peculiar dentre
todos os povos, porque toda a Terra é Minha. E vós Me sereis
um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras
que falarás aos filhos de Israel.
Êxodo 19:4-6, ACF
Agora nós sabemos de onde as palavras de Pedro vieram. Elas
foram originalmente faladas aos filhos de Israel. Deus não falou
essas palavras somente a Arão e a seus filhos. Ele não falou essas
palavras somente para a tribo de Levi. Ele disse a toda a nação,
cada homem, mulher e criança hebreia: “Vós Me sereis um reino
sacerdotal”. Você consegue perceber que Ele queria que todos
entrassem em Sua presença, assim como Moisés o fez?
 
E o Senhor disse a Moisés: “Vá ao povo e consagre-o hoje e
amanhã. Eles deverão lavar as suas vestes e estar prontos no
terceiro dia, porque nesse dia o Senhor descerá sobre o
monte Sinai, à vista de todo o povo”.
Êxodo 19:10-11
Nós precisamos examinar cuidadosamente o significado desses
dois versículos. Primeiramente, todo esse cenário é profético, e não
somente se aplicou a eles, mas é a palavra de Deus para nós
também. Deus disse a Moisés que após dois dias Ele viria ao povo.
Nesse período de tempo, Moisés deveria consagrá-los, o que
envolvia a lavagem das vestes.
Nós lemos em 2 Pedro 3:8: “Não se esqueçam disto, amados:
para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia”. E
o salmista escreveu: “Porque mil anos são aos Teus olhos como o
dia de ontem que passou” (Sl 90:4, ACF). Apenas um dia de Deus é
como mil anos nossos. Então, quantos anos há desde que Jesus
ressuscitou dos mortos? A resposta é quase dois dias; nós estamos
bem no fim do segundo dia. Historiadores indicam que Jesus
ressuscitou dos mortos por volta do ano 28 ou 29 d.C. Estamos
muito perto da Sua volta de acordo com o relógio profético! Nós
imediatamente vemos a correlação entre o que Deus disse a Israel e
o que Ele está dizendo a nós. Nossa responsabilidade como Igreja
tem sido a de nos consagrarmos durante esses dois mil anos
passados, em preparação para a Sua vinda!
O que significa consagrar? Raramente ouvimos esse termo hoje
em dia. Consagrar significa “santificar”, e santificar significa
“separar-se”. Um bom exemplo seria o de uma mulher escolhida
para ser a esposa de um rei. Ela seria trazida ao palácio, onde os
eunucos do rei cuidariam dela. A responsabilidade dos eunucos
seria prepará-la para o rei. Ela não mais viveria como uma mulher
normal, pois seria consagrada, santificada e separada para ser
esposa do rei. Contudo, se ela fizesse sua parte, a santificação seria
um preço pequeno comparado aos benefícios que ela receberia. Ela
desfrutaria de privilégios íntimos com o rei que ninguém mais
poderia desfrutar. Tudo o que ele tinha seria dela. Em troca, o que o
rei esperaria dela? Ela deveria ser dele, somente dele. Esse
exemplo ilustra perfeitamente o que Deus quis dizer quando
declarou: “Sejam santos, pois Eu, o SENHOR, Sou santo. E Eu os
separei dos outros povos para que vocês sejam somente Meus” (Lv
20:26, NTLH).
Deus estava dizendo algo a Israel ao declarar que o povo deveria
se consagrar a Ele: “Eu os tirei do Egito. Agora, tirem o Egito de
dentro de vocês. Isso os preparará para a Minha vinda no começo
do terceiro dia”. Ele declarou: “Eles deverão lavar as suas vestes”.
As vestes do povo ainda tinham resíduos do Egito nelas.
Ainda hoje, Deus nos diz: “Eu tenho tirado vocês do mundo,
agora, retirem o mundo de dentro de vocês! Isso os preparará para
a Minha vinda no início do terceiro milênio”. Nós devemos nos livrar
das sujeiras do mundo lavando nossas vestes. Lembre-se das
palavras de Paulo: “Ora, amados, pois que temos tais promessas,
purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito,
aperfeiçoando a santificação no temor de Deus” (2 Co 7:1, ACF).
Paulo nos diz para limparmos nossas vestes tanto na carne
quanto no espírito, assim como Moisés disse aos filhos de Israel
para lavarem suas vestes físicas. Eu quero deixar algo bem claro
aqui: nós devemos nos lavar. Não é algo que devemos deixar para
Deus fazer! Paulo não disse: “E o sangue de Jesus os limpará de
toda imundícia, tanto na carne quanto no espírito, portanto somente
creia no Seu amor”. O sangue de Jesus purifica de todos os
pecados? A resposta é um inquestionável sim! Mas, como veremos
na Palavra de Deus, nós temos de fazer a nossa parte nesse
processo de limpeza.
Dois Erros Extremos
Durante os últimos cem anos têm havido dois extremos na Igreja
com relação à santificação e à santidade. O primeiro enfatiza a
santidade como um processo extremamente exterior. Se uma
mulher usa maquiagem, ela não é santa. Se ela usa um vestido
acima do joelho, ela não é pura. Bem, uma mulher pode usar um
vestido longo até o pé, prender os cabelos em um coque e não usar
nenhuma maquiagem, e mesmo assim ter um espírito sedutor
visível em seus olhos! Um homem pode se gabar de nunca ter
cometido adultério ou nunca ter se divorciado de sua esposa, mas
mesmo assim cobiçar todas as mulheres que passam por ele. Isso
não é santidade. Esse extremo se concentra somente na carne, e
santidade não é uma obra da carne. Essa noção levou muitas
pessoas na Igreja a um comportamento legalista.
O segundo extremo, que tem ganhado destaque nas últimas
décadas, é a crença de que nós não temos a responsabilidade de
nos separar do mundo. A ideia é que os cristãosnão são diferentes
das pessoas do mundo, com exceção do fato de que eles foram
perdoados. Recentemente, um artista evangélico muito popular
comentou: “Cristãos procuram conselheiros, cristãos têm problemas
de família e cristãos viram alcoólatras. A única diferença entre
cristãos e não cristãos é simplesmente nossa fé no nosso Deus
Criador, que nos ama e nos ajuda a cada dia”. Esse tipo de
pensamento tem origem nos nossos ensinamentos que têm nos
absolvido da responsabilidade de nos limparmos do mundo. Mas
isso vai diretamente contra o que a Bíblia ensina. Pedro exorta:
“Mas agora, sejam santos em tudo quanto fizerem, tal como é santo
o Senhor, que os convidou para serem Seus filhos” (1 Pe 1:15,
ABV).
A verdade está no meio desses dois extremos. Existe uma
cooperação entre humanidade e Divindade quando se trata de
santidade. Jesus é a nossa santificação (ver 1 Coríntios 1:30).
Porém, “a vontade de Deus é que vocês sejam santificados:
abstenham-se da imoralidade sexual. Cada um saiba controlar o seu
próprio corpo de maneira santa e honrosa... Porque Deus não nos
chamou para a impureza, mas para a santidade” (1 Ts 4:3-7). Jesus
provê a graça para a nossa santificação, mas nós precisamos
cooperar nos limpando por meio do poder dessa graça. Dessa
maneira, somos capazes de estar no mundo, mas não sermos do
mundo.
Para Que Vivamos em Sua Presença
Deus disse a Moisés para santificar o povo. Eles deveriam se
preparar, porque no terceiro dia, o Senhor viria sobre todos no
Monte Sinai, à vista de todo o povo! Deus vir à vista de todo o povo
significava que Ele viria em Sua glória! O profeta Oseias também
nos dá um calendário de dois mil anos de preparação para Sua
gloriosa vinda. Ele clamou:
 
Venham, voltemos para o Senhor.
Ele nos despedaçou, mas nos trará cura;
Ele nos feriu, mas sarará nossas feridas.
Depois de dois dias Ele nos dará vida novamente;
Ao terceiro dia nos restaurará,
Para que vivamos em Sua presença.
Oseias 6:1-2
Depois de dois dias, dois mil anos, Ele nos dará vida novamente,
e no terceiro milênio Ele nos restaurará para que vivamos em Sua
presença. Esse terceiro milênio é o milénio do Reino de Cristo (é
quando Cristo virá à Terra para reinar mil anos com Seu corpo
glorificado [ver Apocalipse 20:4]). Oseias continuou falando sobre a
Sua vinda:
 
Conheçamos o Senhor;
Esforcemo-nos por conhecê-Lo.
Tão certo como nasce o sol, Ele aparecerá...
Oseias 6:3
Sua vinda é tão certa quanto a alvorada. A manhã, ou o nascer do
sol, vem em determinado momento todos dos dias. Não há nada
que você possa fazer para mudar esse momento, absolutamente
nada! Ele vem, quer você esteja preparado ou não. A vinda de
Jesus, em Sua glória, está estabelecida, e nada mudará esse
momento. A questão é: estaremos preparados? Os filhos de Israel
acreditavam estar, mas será que estavam mesmo? Eles nunca
haviam visto a glória de Deus antes. Eles viram grandes sinais e
maravilhas e amaram seus benefícios, mas a Sua glória seria a
mesma coisa? Você poderia estar confortável em uma atmosfera de
milagres, mas ainda assim estar despreparado para a Sua glória?
Prossigamos para descobrir.
CAPÍTULO 4
D
A GLÓRIA DO SENHOR
A glória de Deus é tudo aquilo que faz Deus ser Deus.
Todas as Suas características, autoridade, poder e
sabedoria — literalmente, todo o esplendor imensurável
e a magnitude de Deus.
ois dias separavam o povo de Israel da glória de Deus. Eles
estavam prontos? Eles consideraram a advertência de Deus
para se prepararem com seriedade ou acharam que, já que haviam
visto Seu poder milagroso agindo para libertá-los tantas vezes
seguidas, Sua aparição não seria diferente? O que mais poderia
haver? E além do mais, todas as manifestações haviam sido
favoráveis a eles. Por que Sua aparição seria diferente? O tempo
diria. Será que alguém além de Moisés pensava que talvez eles
tivessem passado a considerar sua relação com o Deus Santo
íntima ou familiar demais?
Dois dias se passaram. A manhã estava a ponto de raiar no
terceiro dia. A atmosfera parecia singularmente quieta. A
assustadora calmaria antes da invasão do Todo-Poderoso era quase
intimidante. A Criação estava mais ciente Daquele que entraria no
cenário do que o próprio povo de Deus.
A luz da manhã estava nascendo, mas não era um nascer do sol
típico. De repente, uma nuvem escura desceu do nada. A simples
visão da nuvem já era suficientemente terrível, mas precedendo sua
aparição ainda houve o soar muito alto de uma trombeta. Ela soava
cada vez mais alto! O que poderia causar um som tão intenso?
Assim que a nuvem desceu à montanha, dela saíram raios de luz
brilhantes e rugidos de trovões. O trovejar constante era diferente de
tudo o que o povo já havia ouvido. Eles vinham acompanhados de
relâmpagos tão brilhantes que o sol parecia ter perdido sua
intensidade. Os filhos de Israel tremeram de medo. “O espetáculo
era tão terrível que até Moisés disse: ‘Estou apavorado e trêmulo!’”
(Hb 12:21).
Apesar de seu medo, Moisés assumiu seu papel de liderança:
 
Moisés levou o povo para fora do acampamento, para
encontrar-se com Deus, e eles ficaram ao pé do monte. O
monte Sinai estava coberto de fumaça, pois o Senhor tinha
descido sobre ele em chamas de fogo. Dele subia fumaça
como que de uma fornalha; todo o monte tremia
violentamente, e o som da trombeta era cada vez mais forte.
Então Moisés falou, e Deus lhe respondeu com um trovão.
Êxodo 19:17-19
A Criação Revela Sua Grandeza
Aquele que desceu na montanha é Aquele que planejou e criou o
universo. Aquele que colocou as estrelas em seus lugares com os
próprios dedos. Aquele que com conhecimento e sabedoria
estabeleceu os fundamentos da Terra. Aquele que é eterno e sem
fim!
Durante anos eu tenho me preocupado com o fato de que temos
perdido a visão da grandiosidade Daquele a quem nós servimos.
Isaías fala frequentemente sobre a grandeza e a majestade de
Deus. O profeta questiona:
 
Será que vocês não sabem?
Nunca ouviram falar?
Não lhes contaram desde a antiguidade?
 
Isaías está perplexo com o porquê de Israel ter perdido de vista a
grandeza de Deus. Ele declara:
 
Ele Se assenta no Seu trono, acima da cúpula da Terra,
cujos habitantes são pequenos como gafanhotos.
Ele estende os Céus como um forro,
e os arma como uma tenda para neles habitar...
“Com quem vocês vão Me comparar?
Quem se assemelha a Mim?”, pergunta o Santo.
Ergam os olhos e olhem para as alturas.
Quem criou tudo isso?
Aquele que põe em marcha cada estrela do Seu exército
celestial,
e a todas chama pelo nome.
Tão grande é o Seu poder e tão imensa a Sua força,
que nenhuma delas deixa de comparecer!
Isaías 40:21-26
Deus criou os Céus com Suas mãos ao estender o universo como
um forro. E Ele foi capaz de medir o universo com a palma de Sua
mão (ver Isaías 40:12)! Pense nisto: com a distância do Seu polegar
ao Seu dedo mínimo, Deus mediu o comprimento, a largura e a
profundidade do universo!
Você já parou para pensar no tamanho do universo? Isso está
além da nossa capacidade mental. Talvez, se tentarmos ter uma
pequena ideia da vastidão do universo, nós chegaremos um
milímetro mais perto da Sua glória. Cientistas estimam que existam
bilhões de galáxias no universo, cada uma contendo bilhões de
estrelas. O tamanho dessas galáxias é relativamente pequeno se
comparado à distância entre elas.
Nosso sol está localizado em uma dessas galáxias. Quando olha
para o céu à noite, você não vê o universo inteiro, somente uma
minúscula galáxia na qual vivemos, chamada Via Láctea. E você vê
somente uma parte dela, pois a maioria das estrelas nessa
pequenina galáxia está longe demais para ser vista a olho nu.
Então, comecemos apenas com a galáxia na qual vivemos. A
estrela que está mais perto — outra além do sol — está a 4,3 anos-
luz. Você deve estar pensando: O que significa anos-luz? É
simplesmente a distância que a luz viaja em um ano. A luz viaja a
uma velocidade de uns 300 mil quilômetros por segundo. Isso
significa cerca de 1.080.000.000 quilômetros por hora. Compare
isso à velocidade dos aviões, que voam aproximadamentea
oitocentos quilômetros por hora. Como você pode ver, a luz é bem
veloz!
Para lhe dar uma ideia do quão rápido é, vamos assumir que você
pudesse voar em um avião jumbo até o sol. Quando eu fui para a
Ásia, que é do outro lado do mundo em relação a onde eu moro,
levei aproximadamente vinte e três horas. Se eu pegasse o mesmo
avião, sem nenhuma parada, até o nosso sol, levaria cerca de vinte
e um anos! Pense em como vinte e um anos são longos, pense em
todo esse tempo. Agora, imagine-se passando vinte e um anos
dentro de um avião somente para chegar ao nosso sol. Para
aqueles que preferem dirigir, talvez levasse cerca de duzentos anos,
não incluindo paradas para reabastecer ou descansar. Quanto
tempo a luz leva para viajar até a Terra? A resposta é: meros oito
minutos e vinte segundos.
Deixemos o sol e consideremos a estrela mais próxima. Nós já
sabemos que ela está a cerca de 4,3 anos-luz. Se nós
construíssemos um modelo em escala da Terra, do sol e da estrela
mais próxima, o resultado seria o seguinte: em proporção, a Terra se
reduziria ao tamanho de um grão de pimenta, e o sol seria do
tamanho de uma bola de vinte centímetros de diâmetro. De acordo
com essa escala de medidas, a distância da Terra ao sol seria de
quase vinte e quatro metros. Mas lembre-se de que para atravessar
essa distância de vinte e quatro metros, um avião na mesma escala
levaria mais de vinte e um anos.
Assim, se essa é a proporção da Terra em relação ao sol, você
consegue imaginar a que distância a estrela mais próxima estaria da
nossa Terra de grão de pimenta? Você pensaria em mil metros, dois
mil metros ou talvez três mil metros? Nem sequer chega perto disso.
Nossa estrela mais próxima estaria 6,4 mil quilômetros distante do
grão de pimenta! Isso significa que se você colocar a Terra de grão
de pimenta em Miami, na Flórida, o sol estaria a uma distância de
vinte e quatro metros, e a estrela mais próxima, em nosso modelo
em escala, seria posicionada depois da cidade de Seattle, em
Washington, no oceano Pacífico, mais de mil e quinhentos
quilômetros dentro do mar! Para alcançar essa estrela mais próxima
em um avião, levaria aproximadamente 51 bilhões de anos, sem
parar! Mas a luz dessa estrela viaja até a Terra em apenas 4,3 anos!
A maioria das estrelas que você vê à noite, a olho nu, está cerca
de cem a mil anos-luz de distância. Contudo, você pode ver umas
poucas estrelas, a olho nu, que estão à distância de quatro mil anos-
luz (lembre-se de que essas nem sequer são as estrelas mais
distantes em nossa pequenina galáxia). Não irei tentar calcular a
quantidade de tempo que levaríamos de avião para alcançar uma
dessas estrelas. Mas quando você olha uma dessas estrelas que
está a quatro mil anos-luz de distância, na verdade você vê a luz
que saiu delas no tempo em que Abraão casou-se com Sara, e essa
luz tem viajado a uma velocidade de 1.080.000.000 quilômetros por
hora, sem reduzir a velocidade ou parar desde então, e somente
agora está chegando à Terra!
Essas são as estrelas da nossa pequenina galáxia, a Via Láctea.
Nós não nos aventuramos ainda em examinar os outros bilhões de
galáxias. E não se esqueça de que existe um quase imensurável e
vasto espaço entre elas. Por exemplo, uma galáxia vizinha muito
próxima é chamada de Andrômeda. Sua distância de nós é de
aproximadamente 2,3 milhões de anos-luz. Pense nisto. Seria
necessário que a luz viajasse a velocidade de 1.080 milhões de
quilômetros por hora por mais de dois milhões de anos para sair
daquela galáxia e chegar à Terra! E essa é a galáxia mais próxima
de nós. Existem bilhões de outras. Será que já chegamos ao limite
da nossa compreensão?
Isaías declara que Deus mediu esse vasto universo com a
distância de Seu polegar ao Seu dedo mínimo! Salomão, movido
pelo Espírito de Deus, declarou: “Mas será possível que Deus habite
na Terra? Os Céus, mesmo os mais altos Céus, não podem conter-
Te” (1 Rs 8:27). Você está tendo um relance de Quem desceu
naquela montanha.
Com Quem Vocês Vão Me Comparar?
Talvez devamos falar de outras coisas que são pequenas para
Deus. Isaías diz que Ele pesou os montes em Sua própria balança e
colocou as colinas nos pratos da balança. Ele mediu toda a água
dos oceanos, mares, lagos, rios e açudes com a palma de Sua mão.
É Ele quem ordena os mares para que não ultrapassem seus limites
(ver Isaías 40:12).
Você já refletiu sobre o poder dos mares? Se um meteoro de um
quilômetro e meio caísse no oceano Pacífico, a algumas centenas
de quilômetros de distância de Los Angeles, na Califórnia, ele criaria
uma onda grande o suficiente para matar todos os habitantes e
destruir a estrutura da costa oeste inteira dos Estados Unidos,
desde San Diego até Anchorage, no Alasca! Essa onda continuaria
ao longo do oceano e destruiria vários países asiáticos também.
Ainda assim, essa onda não seria tão alta quanto a profundidade do
oceano Pacífico. Então, o que aconteceria se toda a água do
oceano fosse liberada sobre a raça humana? Existe um grande
poder nos oceanos do mundo, mas Deus pesou cada gota dessas
águas na palma de Sua mão!
As Pequenas Coisas São Maravilhosas
Ele fez grandiosas obras de enorme tamanho e proporção, e o
Seu detalhamento é igualmente assustador. Cientistas têm gasto
anos e enormes montantes de dinheiro para estudar o
funcionamento do mundo natural. E eles ainda têm somente uma
pequena parcela da sabedoria que foi aplicada por Deus na criação
do mundo natural. Muitas questões ainda permanecem sem
respostas.
Todas as formas de vida têm por base as células. As células são
os blocos de construção do corpo humano, das plantas, dos animais
e de tudo o que vive. O corpo humano, que em si mesmo é uma
maravilha da engenharia, contém cerca de 100.000.000.000.000 de
células — (você consegue ler esse número?) — dentre as quais há
uma variedade imensa. Em Sua sabedoria, Deus designou essas
células para desempenharem tarefas específicas. Elas crescem, se
multiplicam e, finalmente, morrem na hora certa.
Embora invisíveis a olho nu, as células não são as menores
partículas conhecidas pelo homem. Elas são constituídas por um
grande número de estruturas menores, chamadas moléculas, que
por sua vez são compostas de estruturas menores ainda —
chamadas de elementos — e dentro dos elementos ainda podem
ser encontradas estruturas ainda mais minúsculas, chamadas de
átomos.
Os átomos são tão pequenos, que o ponto no fim desta frase
contém mais de um bilhão deles. Ainda assim, um átomo é
composto quase completamente de espaço vazio. O que resta do
átomo é formado de prótons, nêutrons e elétrons. Os prótons e
nêutrons estão agrupados em um núcleo minúsculo e extremamente
denso, bem no centro do átomo. Pequenos feixes de energia
chamados de elétrons vibram ao redor desse núcleo à velocidade
da luz. Eles são o núcleo dos blocos de construção que mantêm
todas as coisas unidas.
Então, onde o átomo adquire sua energia? E que força mantém
unidas suas partículas energéticas? Os cientistas chamam isso de
energia atômica. Esse é apenas um termo científico para descrever
o que eles não conseguem explicar, pois Deus já disse que Ele está
“sustentando todas as coisas por Sua palavra poderosa” (Hb 1:3). E
nós lemos que: “Nele tudo subsiste” (Cl 1:17).
Pare e reflita sobre isso por apenas um momento. Esse é o
glorioso Criador a que nem sequer o universo pode conter. O
universo é medido com a palma de Sua mão; contudo, Ele é tão
minucioso nos Seus desígnios em relação à pequenina Terra e Suas
criaturas, que deixa a ciência moderna confusa mesmo após anos
de estudo.
É claro que muitos livros podem ser escritos sobre as maravilhas e
a sabedoria da Criação de Deus. Esse não é meu objetivo aqui. Meu
propósito é despertar espanto e admiração pelas obras das mãos de
Deus, porque elas proclamam Sua magnífica glória!
Quem É Esse que Obscurece o Meu Conselho?
Agora você pode entender melhor como Jó se sentiu depois que,
após pronunciar questionamentos e declarações tolas aos ouvidos
de Deus, o próprio Deus apareceu para ele em um redemoinho de
vento, e disse:

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