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Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel Autor: Igor Maciel Aula 03 22 de Fevereiro de 2021 37171323005 - Júnior Souza Ferreira Sumário Considerações Iniciais .......................................................................................................................... 2 1 - Introdução ....................................................................................................................................... 3 Capítulo I – Disposições Preliminares .................................................................................................. 4 Como este ponto já foi cobrado em prova? ..................................................................................................... 5 Como este ponto já foi cobrado em prova? ..................................................................................................... 7 Como este ponto já foi cobrado em prova? ..................................................................................................... 9 Como este ponto já foi cobrado em prova? ................................................................................................... 14 Capítulo II – Dos Requisitos Urbanísticos para Loteamento .............................................................. 16 Como este ponto já foi cobrado em prova? ................................................................................................... 19 Capítulo III – Do Projeto de Loteamento ........................................................................................... 21 Como este ponto já foi cobrado em prova? ................................................................................................... 24 Capítulo IV – Do Projeto de Desmembramento ................................................................................ 28 Como este ponto já foi cobrado em prova? ................................................................................................... 29 Capítulo V – Da Aprovação do Projeto de Loteamento e Desmembramento .................................. 30 Como este ponto já foi cobrado em prova? ................................................................................................... 35 Capítulo VI – Do Registro do Loteamento e Desmembramento ....................................................... 39 Como este ponto já foi cobrado em prova? ................................................................................................... 47 Capítulo VII – Dos Contratos .............................................................................................................. 49 Como este ponto já foi cobrado em provas? ................................................................................................. 60 Capítulo VIII – Disposições Gerais ...................................................................................................... 63 Como este ponto já foi cobrado em prova? ................................................................................................... 67 Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 1 Aspectos Processuais previsto na Lei ............................................................................................. 68 Desapropriação............................................................................................................................................... 68 Legitimidade ................................................................................................................................................... 68 Foro ................................................................................................................................................................. 69 Intimações ...................................................................................................................................................... 70 Capítulo IX – Disposições Penais ........................................................................................................ 71 Capítulo X – Disposições Finais .......................................................................................................... 73 2 – Área de Preservação Permanente ............................................................................................... 74 3 - Bibliografia .................................................................................................................................... 80 4 - Resumo da aula ............................................................................................................................. 81 5 – Questões Objetivas ...................................................................................................................... 87 5.1 - Questões de Procuradorias .................................................................................................... 87 5.2 – Questões de Defensoria ........................................................................................................ 96 6 - Gabaritos ....................................................................................................................................... 99 6.1 - Questões de Procuradorias .................................................................................................... 99 6.2 - Questões de Defensoria ......................................................................................................... 99 7 - Comentários ................................................................................................................................ 100 7.1 - Questões de Procuradorias .................................................................................................. 100 7.2 – Questões de Defensoria ...................................................................................................... 127 8 - Considerações Finais ................................................................................................................... 133 Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Olá meus amigos, tudo bem? Firmes nos estudos? Vamos seguir com nosso curso. Quaisquer dúvidas, estou às ordens nos seguintes contatos: Grande abraço, E-mail: profigormaciel@gmail.com Redes Sociais/YouTube/Instagram: @ProfIgorMaciel Canal no Telegram: https://t.me/estrategiapge Igor Maciel Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 3 1 - INTRODUÇÃO Falaremos em nossa aula sobre a Lei nº 6.766/79 que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano. Referida norma é também conhecida por Lei Lehmann. De acordo com o artigo 1º: Art. 1º. O parcelamento do solo para fins urbanos será regido por esta Lei. Parágrafo único - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão estabelecer normas complementares relativas ao parcelamento do solo municipal para adequar o previsto nesta Lei às peculiaridades regionais e locais. Assim, em que pese o parcelamento do solo ser regido por esta lei, Estados, Distrito Federal e Municípios poderão estabelecer normas complementares para adequar as disposições legais às peculiaridades regionais e locais. A legislação em análise divide-se em 10 (dez) capítulos e geralmente é cobrada em provas de concursos com a “letra fria” da lei. Iremos, então, analisar cada capítulo do texto legal, apontando, sempre que possível, a forma de cobrança dos dispositivosem prova, bem como eventual doutrina cabível no contexto. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 4 CAPÍTULO I – DISPOSIÇÕES PRELIMINARES De acordo com o artigo 2º, da lei em análise, o parcelamento do solo urbano poderá ocorrer de duas formas: através de loteamento ou desmembramento. Art. 2º. O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou desmembramento, observadas as disposições desta Lei e as das legislações estaduais e municipais pertinentes. E o que seria um loteamento? A própria norma explica a definição de loteamento, tratando-se de uma subdivisão da gleba em lotes destinados a edificação, desde que haja alteração nas vias de circulação existentes (abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos, prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes). § 1º - Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes. E o que seria um desmembramento? Já o desmembramento é a subdivisão da gleba também em lotes destinados a edificação, mas sem alteração nas vias de circulação, aproveitando-se o sistema viário existente (inexistirá abertura de novas vias e logradouros públicos, nem prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 5 § 2º- considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes. E o que seria um lote? Para José Afonso da Silva (2015, pg. 354): A formação de lotes constitui o objetivo do processo de loteamento (arruamento e divisão em lotes). Lote é a porção do terreno com frente para logradouro público em condições de receber edificação residencial, comercial, institucional ou industrial. Lotes são, pois, unidades edificáveis. Por isso, a legislação de ordenação do solo há que estabelecer um mínimo de normas quanto às suas dimensões e contornos, para que se prestem à sua finalidade. A lei, definindo o conceito de lote, estabeleceu ser um terreno servido de infraestrutura básica e com dimensões que atendam aos índices urbanísticos da sua área. § 4º Considera-se lote o terreno servido de infra-estrutura básica cujas dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que se situe. Como este ponto já foi cobrado em prova? (CESPE – FUB – Engenheiro Civil – 2015) O loteamento de solo urbano será considerado viável, desde que a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 6 com aproveitamento do sistema viário existente, não acarrete abertura de novas vias e logradouros públicos ou mesmo prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes. Comentários: Percebam, meus amigos, que o item está Falso. A diferença básica entre o desmembramento e o loteamento está na alteração ou não do sistema viário existente. No loteamento, ocorrerá a alteração do sistema viário existente, incluindo a abertura de novas vias e logradouros públicos ou mesmo a modificação ou ampliação dos já existentes. (CESPE – MPOG – Analista – 2012) Nos termos da Lei de Parcelamento vigente, considera-se desmembramento a subdivisão de glebas com ou sem abertura de vias, desde que haja criação de logradouro público. Comentários: O item também está Falso. Isto porque, conforme vimos acima, o desmembramento, nos termos da legislação vigente, não permite a abertura de novas vias ou logradouros públicos. Aproveita-se, em tal instituto, as vias públicas existentes. (CESPE – CEF – Engenheiro Civil – 2006) No que se refere a parcelamento do solo urbano, considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique a abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes. Comentários: Item verdadeiro, conforme disposto no parágrafo 2º, do artigo 2º, da Lei 6.766/79. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 7 Professor, a Lei também define o que seria infraestrutura básica? Sim. Mas aqui precisamos ter um pouco de atenção. É que o texto original da lei já foi alterado algumas vezes, razão pela qual as bancas gostam de cobrar este ponto. Para não confundir, veremos apenas o texto vigente (desde a Lei 11.445/2007): § 5º A infra-estrutura básica dos parcelamentos é constituída pelos equipamentos urbanos de escoamento das águas pluviais, iluminação pública, esgotamento sanitário, abastecimento de água potável, energia elétrica pública e domiciliar e vias de circulação. Necessário, pois, que no parcelamento do solo haja a previsão de infraestrutura básica de iluminação, escoamento de águas pluviais, esgotamento sanitário, abastecimento de água potável, enfim, condições mínimas para assegurar qualidade de vida à população que passará a ocupar aquele determinado ponto do território. Como este ponto já foi cobrado em prova? (CESPE – FUB – Engenheiro Civil – 2015) De acordo com a legislação federal vigente aplicada ao parcelamento do solo urbano, julgue o item subsequente. A lei considera como estrutura básica dos parcelamentos do solo urbano os equipamentos urbanos de escoamento de águas pluviais, as redes de esgoto sanitário, de abastecimento de água potável e de energia elétrica pública e domiciliar, a iluminação pública, bem como as vias de circulação, pavimentadas ou não. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 8 (CESPE – MPE - RR – Promotor – 2008) Quanto ao parcelamento do solo urbano, julgue o item subsequente. São considerados infraestrutura básica os equipamentos urbanos de escoamento de águas pluviais, iluminação pública, redes de esgoto sanitário e abastecimento de água potável, de energia elétrica pública e domiciliar, bem como as vias de circulação pavimentadas ou não. Comentários: Ambos os itens estão verdadeiros, conforme parágrafo 5º, do artigo 2º, da Lei 6.766/79. E quanto à infraestrutura básica dos parcelamentos situados em Zonas de Interesse Social? A Lei 9.785/99 acrescentou à norma estudada a possibilidade de se exigir uma infraestrutura básica diferenciada para parcelamentos situados em Zonas Habitacionais de Interesse Social (ZHIS) assim declaradas por lei. Nestes casos, a infraestrutura consistirá, no mínimo de: I - vias de circulação; II - escoamento das águas pluviais; II - rede para o abastecimento de água potável; e IV - soluções para o esgotamento sanitário e para a energia elétrica domiciliar. Percebam que, comparativamente com o parágrafo anterior, não se exige neste tipo de zona equipamentos urbanos de iluminação pública w energia elétrica pública. Eis o texto legal para análise: Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 9 § 6º A infra-estrutura básica dos parcelamentos situados nas zonas habitacionais declaradas por lei como de interesse social (ZHIS) consistirá, no mínimo, de: (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999) I - vias de circulação; II - escoamento das águas pluviais; III - rede para o abastecimento de água potável; IV - soluções para o esgotamento sanitário e para a energia elétrica domiciliar. Como este ponto já foi cobrado em prova? (CESPE – MPE/RR – Promotor – 2008) Para as ZHIS, as exigências para o parcelamento restringem-se às vias de circulação, ao escoamento de águas pluviais, à rede de abastecimento de água potável e às soluções para o esgotamento sanitário, para a biodigestão de resíduos sólidos e a energia elétrica domiciliar. Comentários: O item está falso, eis que não se exige para as ZHIS soluções para a biodigestão de resíduos sólidos. (CESPE – MPE/RR – Promotor – 2008) Os equipamentos públicos de educação, saúde e lazer não fazem parte obrigatória da infraestrutura básica, salvo no que se refere às ZHIS, onde, por força de lei, fica o poder público local obrigado a restabelecer as condições mínimas de inserção social das comunidades carentes. Comentários: Item falso. A lei estabelece quanto às Zonas Habitacionais de Interesse Social um conteúdo inferior de exigências de infraestrutura básica e não superior ao parcelamento do solo tradicional. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 10 A Lei 13.465/2017 acrescentou ao artigo 2º, da Lei 6.766/79 os parágrafos 7º e 8º que assim estão estabelecidos: 7º O lote poderá ser constituído sob a forma de imóvel autônomo ou de unidade imobiliária integrante de condomínio de lotes. § 8º Constitui loteamento de acesso controlado a modalidade de loteamento, definida nos termos do § 1o deste artigo, cujo controle de acesso será regulamentado por ato do poder público Municipal, sendo vedado o impedimento de acesso a pedestres ou a condutores de veículos, não residentes, devidamente identificados ou cadastrados. Percebam que o novel dispositivo legal acrescentou ao artigo 2º a definição das formas de constituição do lote. Estes poderá ser constituído sob a forma de: Imóvel Autônomo ou Unidade imobiliária integrante de condomínio de lotes A Lei 13.645/2017 procurou regularizar uma situação bastante corriqueira no Brasil: os diversos condomínios de loteamentos existentes onde o Empreendedor loteava uma gleba de terra e vendia os lotes individualizados sem casas construídas, mas os compradores não conseguiam constituir um condomínio. Isto porque a Lei 4.591/64, que dispõe sobre condomínio em edificações e incorporações imobiliárias, apenas definia dois tipos de condomínio: o horizontal, constituído por casas e o condomínio vertical, constituído em um edifício de dois ou mais pavimentos. Além disso, o §8º definiu o que seria o condomínio de acesso controlado. Penso ser ponto com alta probabilidade de cobrança em provas e apenas a letra da lei pode nos socorrer no estudo: § 8º Constitui loteamento de acesso controlado a modalidade de loteamento, definida nos termos do § 1º deste artigo, cujo controle de acesso será regulamentado por ato do Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 11 poder público Municipal, sendo vedado o impedimento de acesso a pedestres ou a condutores de veículos, não residentes, devidamente identificados ou cadastrados. Apenas a título de exemplo, imaginemos que em um prédio de apartamentos residenciais (condomínio vertical) seja necessária a instituição de uma taxa de condomínio extra para pagamento de uma reforma na área da piscina. Acaso a assembleia de condôminos delibere pelo pagamento de um valor extra por cada condômino, ainda que um destes não tenha comparecido à reunião, todos estarão obrigados pela decisão assemblear. Trata-se de interpretação do artigo 12, caput e parágrafo quarto, da Lei 4.591/64: Art. 12. Cada condômino concorrerá nas despesas do condomínio, recolhendo, nos prazos previstos na Convenção, a quota-parte que lhe couber em rateio. § 4º As obras que interessarem à estrutura integral da edificação ou conjunto de edificações, ou ao serviço comum, serão feitas com o concurso pecuniário de todos os proprietários ou titulares de direito à aquisição de unidades, mediante orçamento prévio aprovado em assembléia-geral, podendo incumbir-se de sua execução o síndico, ou outra pessoa, com aprovação da assembléia. E se o condômino se recusar a pagar as taxas? Amigos, neste caso, o condomínio (pessoa jurídica que engloba a coletividade dos condôminos) poderá executar os valores judicialmente e o imóvel do particular – ainda que seja bem de família – responderá pela dívida. Neste sentido: Execução. Penhora. Imóvel financiado. Bem de família. Taxas condominiais. Precedentes da Corte. 1. A jurisprudência da Corte admite a penhora de imóvel financiado pelo Sistema Financeiro de Habitação para pagamento de taxas condominiais, não obstando o fato de ser considerado bem de família, a teor do art. 3º, IV, da Lei nº 8.009/90. 2. Recurso especial não conhecido. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 12 (REsp 172.866/SP, Rel. Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/08/1999, DJ 02/10/2000, p. 162) E o condomínio de lotes, como funcionava? Os proprietários de imóveis em “condomínio de lotes” precisavam constituir não um “condomínio do edifício X” para administrar as taxas de manutenção do patrimônio comum. Para tanto, era necessária a constituição de associações de moradores que não gozavam das mesmas vantagens de um condomínio. A mesma reforma na área da piscina de um “condomínio de lotes“ seria instituída pela assembleia da associação de moradores. Contudo, acaso um dos moradores se recuse a pagar, o STJ definiu que nestas hipóteses – por inexistir previsão deste tipo de condomínio na lei 4.591/64: RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA - ART. 543-C DO CPC - ASSOCIAÇÃO DE MORADORES - CONDOMÍNIO DE FATO - COBRANÇA DE TAXA DE MANUTENÇÃO DE NÃO ASSOCIADO OU QUE A ELA NÃO ANUIU - IMPOSSIBILIDADE. 1. Para efeitos do art. 543-C do CPC, firma-se a seguinte tese: "As taxas de manutenção criadas por associações de moradores não obrigam os não associados ou que a elas não anuíram". 2. No caso concreto, recurso especial provido para julgar improcedente a ação de cobrança. (REsp 1439163/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, Rel. p/ Acórdão Ministro MARCO BUZZI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 11/03/2015, DJe 22/05/2015) Parcelamento apenas é permitido em Zonas Urbanas, expansão urbanas ou de urbanização específica. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 13 Este é mais um ponto bastante cobrado em provas. O parcelamento do solo para fins urbanos não será possível, via de regra em áreas rurais. É que somente se admite o parcelamento em áreas urbanas, em zonas consideradas como de expansão urbana ou em zonas de urbanização específica. Trata-se do disposto no artigo 3º, da lei: Art. 3º Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas, de expansão urbana ou de urbanização específica, assim definidas pelo plano diretor ou aprovadas por lei municipal. (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999)E onde não será permitido o parcelamento do solo? Este talvez o dispositivo da Lei 6.766/79 que mais deverá ser memorizado. Trata-se do parágrafo único do artigo 3º que estabelece não ser possível o parcelamento do solo: I – Em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, sem que antes sejam tomadas as medidas necessárias para assegurar o escoamento das águas. A ideia é exatamente evitar a construção de imóveis em terrenos que irão, no futuro próximo, alagar. II – Em terrenos alterados com material nocivo à saúde pública, antes de terem sido saneados os impactos nocivos à saúde; III – Em terreno com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), a não ser que as autoridades competentes façam exigências específicas permitindo o parcelamento e estas sejam devidamente atendidas; IV – Em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação; V – Em áreas de preservação ecológica; VI – Em áreas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção. Transcreve-se o texto legal para análise e memorização: Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 14 Parágrafo único - Não será permitido o parcelamento do solo: I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas; II - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que sejam previamente saneados; III - em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas exigências específicas das autoridades competentes; IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação; V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção. Como este ponto já foi cobrado em prova? (CESPE – FUB – Arquiteto – 2015) Em referência a planejamento e projeto de espaços urbanos, julgue o próximo item. É defeso por lei o parcelamento do solo em terrenos, com declividade igual ou superior a 40% como também os alagadiços, ainda que seja providenciado o escoamento prévio de suas águas, visto que, em épocas de chuvas, esses locais estarão sujeitos a inundações. Comentários: O item está falso por vários motivos. O índice de declividade proibitivo é igual ou superior a 30% (trinta por cento) e não 40; Já os terrenos alagadiços, acaso sejam tomadas providências prévias que garantam o escoamento das águas poderão ser objeto de parcelamento. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 15 (CESPE – CEF – Engenharia Civil – 2014) No Brasil, legislação federal regula o parcelamento do solo urbano desde os anos 70 do século passado, com definição das devidas restrições em relação à ocupação de áreas frágeis e insalubres, além das obrigações do poder público, dos loteadores e dos compradores. Acerca desse assunto, julgue o item que se segue. Não se permite o parcelamento do solo em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações antes que sejam tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas. Comentários: Item verdadeiro, conforme disposto no artigo 3º, parágrafo único, inciso I, da Lei 6.766/79. (CESPE – Senado Federal – Consultor Legislativo – 2002) Para a aprovação de projeto de parcelamento, é preciso que o município inclua a respectiva gleba em sua zona urbana ou de expansão urbana. É o poder público local que define onde e quando poderá haver parcelamento do solo. A lei federal, entretanto, veda o parcelamento de áreas insalubres ou perigosas até que a situação de risco esteja sanada. Comentários: Item Verdadeiro. Interpretação que sintetiza o entendimento que tivemos em aulas anteriores com o disposto na Legislação ora estudada. Notem, meus amigos, que independente da área do concurso, nesta matéria a cobrança sempre passa pelos dispositivos legais. Seguiremos com a mesma didática no restante da aula. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 16 CAPÍTULO II – DOS REQUISITOS URBANÍSTICOS PARA LOTEAMENTO Os requisitos urbanísticos do loteamento estão previstos nos artigos 4 e 5 da Lei 6.766/79. O artigo 4º traz exigências mínimas que os loteamentos deverão atender, como: I – Áreas de circulação mínimas e espaços livres de uso público, além de área destinada à implantação de equipamento urbano comunitário, todos proporcionais à densidade de ocupação prevista para a zona respectiva; II – Lotes com área mínima de 125 m² e frente mínima de cinco metros; Legislação específica pode ampliar tais exigências. IV – As vias do loteamento devem harmonizar-se com a topografia local e articular-se com as vias adjacentes oficiais; Nesse ponto, importante destacar pequenas alterações feitas pela Lei nº 13.913/2019, que alterou o inciso III e acrescentou o inciso III-A ao artigo 4º da Lei nº 6.766/79: Eis o texto legal para análise: Art. 4º. Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: I - as áreas destinadas a sistemas de circulação, a implantação de equipamento urbano e comunitário, bem como a espaços livres de uso público, serão proporcionais à densidade de ocupação prevista pelo plano diretor ou aprovada por lei municipal para a zona em que se situem. II - os lotes terão área mínima de 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando o loteamento se destinar a urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes; III – ao longo das faixas de domínio público das rodovias, a reserva de faixa não edificável de, no mínimo, 15 (quinze) metros de cada lado poderá ser reduzida por lei municipal Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 17 ou distrital que aprovar o instrumento do planejamento territorial, até o limite mínimo de 5 (cinco) metros de cada lado. (Redação dada pela Lei nº 13.913, de 2019) III-A. – ao longo das águas correntes e dormentes e da faixa de domínio das ferrovias, será obrigatória a reserva de uma faixa não edificável de, no mínimo, 15 (quinze) metros de cada lado; (Incluído pela Lei nº 13.913, de 2019) IV - as vias de loteamento deverão articular-se com as vias adjacentes oficiais, existentes ou projetadas, e harmonizar-se com a topografia local. § 2º - Consideram-se comunitários os equipamentos públicos de educação, cultura, saúde, lazer e similares. § 3º Se necessária, a reserva de faixa não-edificável vinculada a dutovias será exigida no âmbito do respectivo licenciamento ambiental, observados critérios e parâmetros que garantam a segurança da população e a proteção do meio ambiente, conforme estabelecido nas normas técnicas pertinentes. Ademais, a legislação municipal definirá para cada zona em que se divida o território do Município, os usos permitidos e os índices urbanísticos de parcelamento e ocupação do solo, que incluirão, obrigatoriamente, as áreas mínimas e máximas de lotes e os coeficientes máximos de aproveitamento. (§1º). A Lei nº 13.465/2017 acrescentou o §4º ao artigo 4º da Lei 6.766/79 que está assim redigido: § 4º No caso de lotes integrantes de condomínio de lotes, poderão ser instituídas limitações administrativas e direitos reais sobre coisa alheia em benefício do poder público, da população em geral e da proteção da paisagemurbana, tais como servidões de passagem, usufrutos e restrições à construção de muros. A recente Lei nº 13.913/2019 também incluiu o § 5º ao artigo 4º, conforme segue: Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 18 § 5º As edificações localizadas nas áreas contíguas às faixas de domínio público dos trechos de rodovia que atravessem perímetros urbanos ou áreas urbanizadas passíveis de serem incluídas em perímetro urbano, desde que construídas até a data de promulgação deste parágrafo, ficam dispensadas da observância da exigência prevista no inciso III do caput deste artigo, salvo por ato devidamente fundamentado do poder público municipal ou distrital. (Incluído pela Lei nº 13.913, de 2019) A ideia, portanto, é que se surgira um condomínio de lotes que antes não estava legalmente previsto, o Poder Público poderá estabelecer limitações administrativas e direitos reais sobre o imóvel em benefício da população em geral. Assim, poderá ser estabelecido, por exemplo, uma servidão de passagem, onde o proprietário do imóvel (cada um dos condôminos) permite a comunicação entre vias ou logradouros públicos para a população. A lei 6.766/79 estabelece ainda a possibilidade de o Poder Público exigir para cada loteamento reservas de áreas sem construção alguma (áreas non aedificandi) destinada a equipamentos urbanos. Ou seja, o Poder Público garante uma reserva de área para que no futuro possa construir equipamentos públicos, conforme caput do artigo 5º: Art. 5º. O Poder Público competente poderá complementarmente exigir, em cada loteamento, a reserva de faixa non aedificandi destinada a equipamentos urbanos. E o que seriam estes equipamentos públicos urbanos? Conforme previsão do parágrafo único, do artigo 5º, são urbanos os equipamentos públicos destinados aos serviços públicos essenciais como abastecimento de água, esgoto, energia elétrica, telefone, gás canalizado e coleta de águas das chuvas. Parágrafo único - Consideram-se urbanos os equipamentos públicos de abastecimento de água, serviços de esgotos, energia elétrica, coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 19 Como este ponto já foi cobrado em prova? (CESPE – Senado Federal – Consultor Legislativo – 2002) A definição do perímetro urbano, das exigências de infra-estrutura e da destinação de áreas públicas e de áreas de lotes é feita pelo município, no exercício de sua competência para a ordenação do território urbano. Comentários: Item verdadeiro, conforme parte final do inciso I, do artigo 4º, acima estudado. (CESPE – Câmara dos Deputados– Analista Legislativo – 2014) Com relação ao desenvolvimento urbano e aos aspectos legais relacionados a esse assunto, julgue o item subsecutivo. Um lote, segundo a legislação, deve ter área mínima de 125 m2. Comentários: Item Verdadeiro. Trata-se da especificação do lote prevista no artigo 4º, inciso II, acima transcrito. (CESPE – CEF – Engenharia Civil – 2006) Julgue o item que se segue, relativo a legislação ambiental e urbanística. Em loteamentos, os lotes devem ter área e dimensão de frente mínimas estabelecidas por legislação pertinente, salvo quando o loteamento se destinar a urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes. Comentários: Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 20 Item Verdadeiro. Trata-se da interpretação do inciso II, do artigo 4º, da Lei 6.766/79. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 21 CAPÍTULO III – DO PROJETO DE LOTEAMENTO Antes de elaborar o projeto de loteamento, caberá ao interessado solicitar à Prefeitura Municipal (ou DF) que defina as diretrizes do uso do solo, bem como o traçado dos lotes, do sistema viário e das áreas reservadas para equipamentos urbano e comunitário. O interessado apresenta, então, requerimento com as plantas do imóvel e projeto com as divisas da gleba e demais requisitos do artigo 6º, da Lei 6.766/79. A Prefeitura, quando for o caso, indicará nas plantas apresentadas, de acordo com as diretrizes de planejamento estadual e municipal o traçado básico do sistema viário principal, bem como a localização dos terrenos destinados a equipamento urbano e comunitário das áreas livres de uso e demais aspectos constantes no artigo 7º. Art. 6º. Antes da elaboração do projeto de loteamento, o interessado deverá solicitar à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso, que defina as diretrizes para o uso do solo, traçado dos lotes, do sistema viário, dos espaços livres e das áreas reservadas para equipamento urbano e comunitário, apresentando, para este fim, requerimento e planta do imóvel contendo, pelo menos: I - as divisas da gleba a ser loteada; II - as curvas de nível à distância adequada, quando exigidas por lei estadual ou municipal; III - a localização dos cursos d’água, bosques e construções existentes; IV - a indicação dos arruamentos contíguos a todo o perímetro, a localização das vias de comunicação, das áreas livres, dos equipamentos urbanos e comunitários existentes no local ou em suas adjacências, com as respectivas distâncias da área a ser loteada; V - o tipo de uso predominante a que o loteamento se destina; VI - as características, dimensões e localização das zonas de uso contíguas. Art. 7º. A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, indicará, nas plantas apresentadas junto com o requerimento, de acordo com as diretrizes de planejamento estadual e municipal: Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 22 I - as ruas ou estradas existentes ou projetada, que compõem o sistema viário da cidade e do município, relacionadas com o loteamento pretendido e a serem respeitadas; II - o traçado básico do sistema viário principal; III - a localização aproximada dos terrenos destinados a equipamento urbano e comunitário e das áreas livres de uso público; IV - as faixas sanitárias do terreno necessárias ao escoamento das águas pluviais e as faixas não edificáveis; V - a zona ou zonas de uso predominante da área, com indicação dos usos compatíveis. Ressalte-se que as diretrizes expedidas pelo Município vigorarão pelo prazo máximo de quatro anos, consoante determinado pelo parágrafo único do artigo 7º: Parágrafo único. As diretrizes expedidas vigorarão pelo prazo máximo de quatro anos. Há possibilidade de os Municípios dispensarem as exigências vistas nos artigos 6º e 7º? Sim, de acordo com o artigo 8º, tanto os Municípios com menos de cinquenta mil habitantes, como os Municípios cujo plano diretor já tenha diretrizes de urbanização para aquela determinada zona em que se situe o parcelamento, poderão dispensar a fase de fixação das diretrizes previstas nos dispositivos 6º e 7º da Lei 6.766/79. Mas atenção! Tal dispensa apenas pode ser feita através de lei. Art. 8º Os Municípios com menos de cinqüenta mil habitantes e aqueles cujo plano diretor contiver diretrizes de urbanização para a zona em que se situe o parcelamento poderão dispensar, por lei, a fase de fixação de diretrizes previstas nos arts. 6o e 7o desta Lei.Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 23 Uma vez recebidas as orientações do Município, o que deve o interessado fazer? Deverá, então, o interessado apresentar ao Município projeto do loteamento contendo desenhos, memorial descritivo e cronograma de execução de obras com duração máxima de quatro anos. Estas exigências todas devem ser orientadas pelo traçado e diretrizes oficiais previamente definidas. Além disso, deverá também o interessado apresentar certidão atualizada da gleba expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis, certidão negativa de tributos municipais e instrumento de garantia. O título de propriedade será, contudo, dispensado na hipótese de se tratar de parcelamento popular destinado às classes de menor renda, ou imóvel declarado de utilidade pública e em processo de desapropriação. Art. 9º Orientado pelo traçado e diretrizes oficiais, quando houver, o projeto, contendo desenhos, memorial descritivo e cronograma de execução das obras com duração máxima de quatro anos, será apresentado à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal, quando for o caso, acompanhado de certidão atualizada da matrícula da gleba, expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis competente, de certidão negativa de tributos municipais e do competente instrumento de garantia, ressalvado o disposto no § 4o do art. 18. (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999) § 1º - Os desenhos conterão pelo menos: I - a subdivisão das quadras em lotes, com as respectivas dimensões e numeração; Il - o sistema de vias com a respectiva hierarquia; III - as dimensões lineares e angulares do projeto, com raios, cordas, arcos, pontos de tangência e ângulos centrais das vias; IV - os perfis longitudinais e transversais de todas as vias de circulação e praças; V - a indicação dos marcos de alinhamento e nivelamento localizados nos ângulos de curvas e vias projetadas; VI - a indicação em planta e perfis de todas as linhas de escoamento das águas pluviais. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 24 § 2º - O memorial descritivo deverá conter, obrigatoriamente, pelo menos: I - a descrição sucinta do loteamento, com as suas características e a fixação da zona ou zonas de uso predominante; II - as condições urbanísticas do loteamento e as limitações que incidem sobre os lotes e suas construções, além daquelas constantes das diretrizes fixadas; III - a indicação das áreas públicas que passarão ao domínio do município no ato de registro do loteamento; IV - a enumeração dos equipamentos urbanos, comunitários e dos serviços públicos ou de utilidade pública, já existentes no loteamento e adjacências. Por fim, destaque-se as orientações do §3º, do artigo 9º: § 3º Caso se constate, a qualquer tempo, que a certidão da matrícula apresentada como atual não tem mais correspondência com os registros e averbações cartorárias do tempo da sua apresentação, além das conseqüências penais cabíveis, serão consideradas insubsistentes tanto as diretrizes expedidas anteriormente, quanto as aprovações consequentes. Como este ponto já foi cobrado em prova? (CESPE – MPOG – Analista – 2012) O poder público municipal, por meio da emissão de diretrizes, estabelece parâmetros para parcelamentos, como a frente mínima dos lotes, o comprimento máximo das quadras e os tipos das infraestruturas urbanas exigidas. Comentários: Item verdadeiro. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 25 Esta a interpretação que se faz dos artigos 6º e 8º acima transcritos, cabendo, pois, ao Município a emissão das diretrizes e parâmetros para os parcelamentos. (CESPE – Senado Federal – Consultor Legislativo – 2002) Ainda que a gleba se localize em zona urbana, ou de expansão urbana, nem por isso seu proprietário dispõe do direito de parcelá-la. Antes de apresentar o projeto de parcelamento, o proprietário deve, necessariamente, aguardar e atender diretrizes específicas estabelecidas pela prefeitura municipal. Comentários: Item Verdadeiro. Trata-se da interpretação do artigo 6º, da Lei 6.766/79, eis que caberá ao Município dar diretrizes e parâmetros ao parcelamento que se pretende aprovar. (CESPE – Câmara dos Deputados– Analista Legislativo – 2014) Considerando a Lei n.º 6.766/1979, que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano, julgue o item subsequente. Antes da elaboração do projeto de loteamento, o interessado deverá solicitar à prefeitura municipal, ou ao Distrito Federal, quando for o caso, a definição das diretrizes para o uso do solo. Comentários: Item verdadeiro. Trata-se da interpretação do artigo 6º, da Lei 6.766/79, eis que caberá ao Município dar diretrizes e parâmetros ao parcelamento que se pretende aprovar. (CESPE – MPU - Analista – 2010) Em áreas municipais, o loteador deve apresentar as diretrizes de uso do solo à prefeitura antes da elaboração do projeto de loteamento. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 26 Comentários: Item Falso. Conforme visto acima, tais diretrizes são apresentadas pelo Poder Público Municipal (artigo 6º, Lei 6.766/79). (CESPE – TRE/GO - Analista – 2009 – ADAPTADA) Considerando a Lei n.º 6.766/1979,(...), assinale a opção correta. a) São considerados equipamentos comunitários as escolas de ensino fundamental e médio localizadas em cidades de até 30.000 habitantes. b) As diretrizes para a elaboração de projetos de loteamentos expedidas pelo poder municipal vigorarão pelo prazo máximo de 4 anos. c) Ao poder federal caberá disciplinar a aprovação pelos municípios de loteamentos e desmembramentos quando localizados em áreas de interesse histórico. d) Os municípios com menos de 100.000 habitantes serão dispensados da fase de fixação de diretrizes de planejamento para a elaboração do projeto de loteamento. Comentários: Alternativa correta, letra B, conforme disposto no parágrafo único do artigo 7º: Art. 7º. Parágrafo único. As diretrizes expedidas vigorarão pelo prazo máximo de quatro anos. A alternativa A está falsa, em razão de que o §2º, do artigo 4º, estabelece que são equipamentos comunitários: § 2º - Consideram-se comunitários os equipamentos públicos de educação, cultura, saúde, lazer e similares. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 27 Não há, portanto, qualquer ressalva quanto à quantidade de habitantes da cidade, tornando a alternativa falsa. A alternativa C está falsa, conforme será visto adiante no artigo 13, inciso I. Referida competência cabe aos Estados. A alternativa D está falsa, eis que, conforme artigo 8º, os municípios com menos de 50.000 habitantes poderão dispensar por lei a fase de fixação de diretrizes de planejamento para elaboração do projeto de loteamento. Art. 8º Os Municípios com menos de cinqüenta mil habitantes e aqueles cujo plano diretor contiver diretrizes de urbanização para a zona em que se situe o parcelamento poderão dispensar, por lei, a fase de fixação de diretrizes previstas nos arts. 6o e 7o desta Lei. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 28 CAPÍTULO IV – DO PROJETODE DESMEMBRAMENTO Vimos acima as disposições quanto aos projetos de loteamento. Quanto aos projetos de desmembramento, a lei regula as disposições nos artigos 10 e 11 que serão vistos a seguir. O interessado em um projeto de desmembramento deverá apresentar requerimento à Prefeitura Municipal acompanhado de certidão atualizada da matrícula da gleba, expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis e da planta do imóvel correspondente. O título de propriedade será, contudo, dispensado na hipótese de se tratar de parcelamento popular destinado às classes de menor renda, ou imóvel declarado de utilidade pública e em processo de desapropriação. O requerimento deve conter, ainda, as exigências do artigo 10: Art. 10. Para a aprovação de projeto de desmembramento, o interessado apresentará requerimento à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso, acompanhado de certidão atualizada da matrícula da gleba, expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis competente, ressalvado o disposto no § 4o do art. 18, e de planta do imóvel a ser desmembrado contendo: I - a indicação das vias existentes e dos loteamentos próximos; II - a indicação do tipo de uso predominante no local; III - a indicação da divisão de lotes pretendida na área. Além disso: Art. 11. Aplicam-se ao desmembramento, no que couber, as disposições urbanísticas vigentes para as regiões em que se situem ou, na ausência destas, as disposições urbanísticas para os loteamentos. Parágrafo único - O Município, ou o Distrito Federal quando for o caso, fixará os requisitos exigíveis para a aprovação de desmembramento de lotes decorrentes de Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 29 loteamento cuja destinação da área pública tenha sido inferior à mínima prevista no § 1º do art. 4º desta Lei. Como este ponto já foi cobrado em prova? Para resumir o que estudamos sobre desmembramento tanto no artigo 2º, como nos artigos 10 e 11 da Lei 6.766/79, eis uma excelente questão do CESPE cuja afirmativa fora considerada VERDADEIRA: (CESPE – Câmara dos Deputados– Analista Legislativo – 2014) Com relação ao desenvolvimento urbano e aos aspectos legais relacionados a esse assunto, julgue o item subsecutivo. Realiza desmembramento aquele que subdivide a gleba em lotes com a finalidade de edificação, se tal subdivisão não implicar na abertura de novas vias e logradouros públicos. O projeto de desmembramento deverá ser apresentado junto à prefeitura municipal ou ao Distrito Federal, quando for o caso, de modo a indicar as vias existentes, os loteamentos próximos, o tipo de uso predominante no local e a divisão de lotes pretendida na área. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 30 CAPÍTULO V – DA APROVAÇÃO DO PROJETO DE LOTEAMENTO E DESMEMBRAMENTO Tanto a aprovação do projeto de loteamento como do projeto de desmembramento segue as disposições do Capítulo V da Lei. Os projetos devem ser aprovados pela Prefeitura Municipal a quem compete a fixação de diretrizes e, uma vez aprovado, o projeto deve ser executado respeitando o prazo constante no cronograma de execução, sob pena de caducidade da aprovação. Art. 12. O projeto de loteamento e desmembramento deverá ser aprovado pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, a quem compete também a fixação das diretrizes a que aludem os arts. 6º e 7º desta Lei, salvo a exceção prevista no artigo seguinte. § 1º O projeto aprovado deverá ser executado no prazo constante do cronograma de execução, sob pena de caducidade da aprovação. E se o Município possuir áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, como fica a aprovação do projeto? Nestes casos, a aprovação de projetos nos municípios inseridos no cadastro nacional com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos ficará vinculada ao atendimento dos requisitos constantes da carta geotécnica de aptidão à urbanização. Trata-se do disposto no §2º: § 2º Nos Municípios inseridos no cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos, a aprovação do projeto de que trata o caput ficará Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 31 vinculada ao atendimento dos requisitos constantes da carta geotécnica de aptidão à urbanização. (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012) (Vigência) Ressalte-se, por fim, que é vedada a aprovação de projeto de loteamento e desmembramento em áreas de risco definidas como não edificáveis, no plano diretor ou em legislação dele derivada. (§3º). E qual o prazo para aprovação ou rejeição de um projeto de parcelamento? De acordo com ao artigo 16, lei municipal irá definir os prazos para: I - Aprovação ou rejeição dos projetos; II - Aceitação ou recusa das obras executadas; Contudo, se a legislação Municipal for omissa, os prazos devem ser considerados como (§2º): I – 90 (noventa) dias para aprovação ou rejeição dos projetos; II – 60 (sessenta) dias para aceitação ou recusa fundamentada das obras de urbanização; Eis o texto legal para análise: Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 32 Art. 16. A lei municipal definirá os prazos para que um projeto de parcelamento apresentado seja aprovado ou rejeitado e para que as obras executadas sejam aceitas ou recusadas. § 2º Nos Municípios cuja legislação for omissa, os prazos serão de noventa dias para a aprovação ou rejeição e de sessenta dias para a aceitação ou recusa fundamentada das obras de urbanização E se referido prazo transcorrer sem a manifestação expressa do Poder Municipal? Quais os efeitos da omissão Administrativa? Para o parágrafo 1º, do artigo 16, acaso transcorram os prazos sem a manifestação do Poder Público: I – O projeto apresentado será considerado rejeitado, ou; II – As obras executadas serão consideradas recusadas; Neste caso, assegura-se eventual indenização por eventuais danos derivados da omissão. § 1º Transcorridos os prazos sem a manifestação do Poder Público, o projeto será considerado rejeitado ou as obras recusadas, assegurada a indenização por eventuais danos derivados da omissão Professor, é possível que a disciplina para aprovação de loteamentos e desmembramentos pelos Municípios fique a cargo dos Estados? Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 33 Sim. E aqui precisamos ficar atentos. . I - quando localizados em áreas de interesse especial, tais como as de proteção aos mananciais ou ao patrimônio cultural, histórico, paisagístico e arqueológico, assim definidas por legislação estadual ou federal; II - quando o loteamento ou desmembramento localizar-se em área limítrofe do município, ou que pertença a mais de um município, nas regiões metropolitanas ou em aglomerações urbanas, definidas em lei estadual ou federal; III - quando o loteamento abranger área superior a 1.000.000 m². Além disso, quando o loteamento estiver localizado em área do município integrante de região metropolitana, o exame e a anuênciaprévia à aprovação dos projetos caberão à autoridade metropolitana, conforme parágrafo único do artigo 13: Parágrafo único - No caso de loteamento ou desmembramento localizado em área de município integrante de região metropolitana, o exame e a anuência prévia à aprovação do projeto caberão à autoridade metropolitana. A lei de parcelamento prevê hipóteses em que o Estado atua por meio de Decreto? Art. 13. Aos Estados caberá disciplinar a aprovação pelos Municípios de loteamentos e desmembramentos nas seguintes condições: Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 34 Sim. Os artigos 14 e 15 estabelecem hipóteses onde os Estados devem atuar por Decreto: I – Na definição das áreas de proteção especial (a exemplo, da proteção aos mananciais ou ao patrimônio cultural, histórico, paisagístico e arqueológico, assim definidas por legislação estadual ou federal); II – No estabelecimento das normas a que deverão se submeter os projetos de loteamento e desmembramento de sua competência, devendo sempre atender às exigências urbanísticas do planejamento municipal. Neste sentido: Art. 14. Os Estados definirão, por decreto, as áreas de proteção especial, previstas no inciso I do artigo anterior. Art. 15. Os Estados estabelecerão, por decreto, as normas a que deverão submeter-se os projetos de loteamento e desmembramento nas áreas previstas no art. 13, observadas as disposições desta Lei. Parágrafo único - Na regulamentação das normas previstas neste artigo, o Estado procurará atender às exigências urbanísticas do planejamento municipal. . Art. 14. Os Estados definirão, por decreto, as áreas de proteção especial, previstas no inciso I do artigo 13. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 35 Finalizando este tópico, cabe-nos destacar que a partir da aprovação do loteamento, o loteador não poderá alterar a destinação dos espaços livres de uso comum, as vias e praças, as áreas destinadas a edifícios públicos e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e do memorial descritivo. A exceção fica por conta das hipóteses da caducidade da licença ou desistência do loteador, hipótese em que algumas exigências, estudadas mais adiante, devem ser observadas. Art. 17. Os espaços livres de uso comum, as vias e praças, as áreas destinadas a edifícios públicos e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e do memorial descritivo, não poderão ter sua destinação alterada pelo loteador, desde a aprovação do loteamento, salvo as hipóteses de caducidade da licença ou desistência do loteador, sendo, neste caso, observadas as exigências do art. 23 desta Lei. Como este ponto já foi cobrado em prova? (CESPE – MPOG – Analista – 2012) Para reforçar a divisão das responsabilidades governamentais, as áreas de proteção especial devem ser definidas pelos municípios, juntamente com os estados, no plano diretor ou em legislação dele derivada. Comentários: Item Falso. Conforme artigo 14, da Lei 6.766/79, as áreas de proteção especial são definidas por meio de decreto estadual e não através de lei. (CESPE – Câmara dos Deputados– Analista Legislativo – 2014) Considerando a Lei n.º 6.766/1979, que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano, julgue o item subsequente. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 36 Caso a área de um loteamento pertença a dois municípios, a definição das diretrizes para o traçado dos lotes e do sistema viário caberá ao município onde estiver localizada a maior área desse loteamento. Comentários: Item Falso. Conforme inciso II, do artigo 13, da Lei 6.766/79, caso a área de um loteamento pertença a dois muncípios, a definição das diretrizes caberá aos Estados: Art. 13. Aos Estados caberá disciplinar a aprovação pelos Municípios de loteamentos e desmembramentos nas seguintes condições. II - quando o loteamento ou desmembramento localizar-se em área limítrofe do município, ou que pertença a mais de um município, nas regiões metropolitanas ou em aglomerações urbanas, definidas em lei estadual ou federal. (CESPE – TCE/ES – Analista Administrativo – 2013) Com relação ao parcelamento do solo urbano no Brasil, assinale a opção correta. a) Lote é legalmente definido como o terreno servido de infraestrutura básica cujas dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou pela lei municipal para a zona em que se situa. b) A existência de rede de gás liquefeito de petróleo é um dos requisitos de infraestrutura básica para os parcelamentos situados em zonas habitacionais de interesse social. c) Em loteamentos de urbanização específica, a área mínima estabelecida para o lote é de 125 m2. d) A definição das diretrizes de uso do solo para parcelamento é de responsabilidade do arquiteto e urbanista, em parceria com o proprietário da área. e) Cabe à União formular as diretrizes para a aprovação dos loteamentos em regiões metropolitanas. Comentários: Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 37 Alternativa correta, letra A, dada a definição de lote vista no §4º, do artigo 2º, da Lei 6.766/79: § 4º Considera-se lote o terreno servido de infra-estrutura básica cujas dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que se situe. A alternativa B está falsa, eis que inexiste tal exigência no §6º, do artigo 2º. Relembremos as exigências: § 6º A infra-estrutura básica dos parcelamentos situados nas zonas habitacionais declaradas por lei como de interesse social (ZHIS) consistirá, no mínimo, de: I - vias de circulação; II - escoamento das águas pluviais; III - rede para o abastecimento de água potável; IV - soluções para o esgotamento sanitário e para a energia elétrica domiciliar. A letra C também está falsa, uma vez que a área mínima de 125 m² é a regra geral para o tamanho de um lote. Em loteamento de urbanização específica, a área pode ser diferenciada, conforme inciso II, do artigo 4º: Artigo 4º. II - os lotes terão área mínima de 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando o loteamento se destinar a urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes; Já a letra D está errada porque a definição de diretrizes do uso do solo é de responsabilidade do Poder Público, conforme disposto np caput do artigo 6º: Art. 6º. Antes da elaboração do projeto de loteamento, o interessado deverá solicitar à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso, que defina as diretrizes para o uso do solo, traçado dos lotes, do sistema viário, dos espaços livres e Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 38 das áreas reservadas para equipamento urbano e comunitário, apresentando, para este fim, requerimento e planta do imóvel contendo, pelo menos: Por fim, a letra E está falsa, eis que a competência para formular as diretrizes para a aprovação dos loteamentos em regiões metropolitanas é do Estado, consoante estudado no inciso II, do artigo 13: Art. 13. Aos Estados caberá disciplinar a aprovação pelos Municípios de loteamentos e desmembramentosnas seguintes condições. II - quando o loteamento ou desmembramento localizar-se em área limítrofe do município, ou que pertença a mais de um município, nas regiões metropolitanas ou em aglomerações urbanas, definidas em lei estadual ou federal. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 39 CAPÍTULO VI – DO REGISTRO DO LOTEAMENTO E DESMEMBRAMENTO Aprovado o projeto de loteamento ou desmembramento, a Lei 6.766/79 estabelece que deve o loteador submetê-lo ao registro imobiliário. E, acaso não o faça no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, ocorrerá a caducidade do projeto. O artigo 18 estabelece, ainda, os documentos que devem acompanhar o pedido de registro do imóvel no Cartório, quase todos relacionados a certidões negativas, ao título de propriedade do imóvel e a ações e títulos relacionados ao proprietário e ao imóvel. Art. 18. Aprovado o projeto de loteamento ou de desmembramento, o loteador deverá submetê-lo ao registro imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de caducidade da aprovação, acompanhado dos seguintes documentos: I - título de propriedade do imóvel ou certidão da matrícula, ressalvado o disposto nos §§ 4o e 5o; (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999) II - histórico dos títulos de propriedade do imóvel, abrangendo os últimos 20 (vintes anos), acompanhados dos respectivos comprovantes; III - certidões negativas: a) de tributos federais, estaduais e municipais incidentes sobre o imóvel; b) de ações reais referentes ao imóvel, pelo período de 10 (dez) anos; c) de ações penais com respeito ao crime contra o patrimônio e contra a Administração Pública. IV - certidões: a) dos cartórios de protestos de títulos, em nome do loteador, pelo período de 10 (dez) anos; b) de ações pessoais relativas ao loteador, pelo período de 10 (dez) anos; c) de ônus reais relativos ao imóvel; Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 40 d) de ações penais contra o loteador, pelo período de 10 (dez) anos. V - cópia do ato de aprovação do loteamento e comprovante do termo de verificação pela Prefeitura Municipal ou pelo Distrito Federal, da execução das obras exigidas por legislação municipal, que incluirão, no mínimo, a execução das vias de circulação do loteamento, demarcação dos lotes, quadras e logradouros e das obras de escoamento das águas pluviais ou da aprovação de um cronograma, com a duração máxima de quatro anos, acompanhado de competente instrumento de garantia para a execução das obras; (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999) VI - exemplar do contrato padrão de promessa de venda, ou de cessão ou de promessa de cessão, do qual constarão obrigatoriamente as indicações previstas no art. 26 desta Lei; VII - declaração do cônjuge do requerente de que consente no registro do loteamento. § 1º - Os períodos referidos nos incisos III, alínea b e IV, alíneas a, e d, tomarão por base a data do pedido de registro do loteamento, devendo todas elas serem extraídas em nome daqueles que, nos mencionados períodos, tenham sido titulares de direitos reais sobre o imóvel. A eventual existência de protestos, de ações pessoais ou de ações penais, exceto as referentes a crime contra o patrimônio e contra a administração, não impedirá o registro do loteamento se o requerente comprovar que esses protestos ou ações não poderão prejudicar os adquirentes dos lotes. E, acaso o Oficial do Registro de Imóveis julgar insuficiente a comprovação feita, este suscitará a dúvida perante o juiz competente. (§2º). Além disso, o inciso VII acima transcrito exige a anuência do cônjuge quanto ao registro do loteamento. Esta não dispensa também o consentimento para os atos de alienação ou promessa de alienação dos lotes § 3º - A declaração a que se refere o inciso VII deste artigo não dispensará o consentimento do declarante para os atos de alienação ou promessa de alienação de lotes, ou de direitos a eles relativos, que venham a ser praticados pelo seu cônjuge. O destaque necessário deve ser feito quanto à desnecessidade de se acostar o título de propriedade quando se tratar de parcelamento popular destinado às classes de menor renda, em Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 41 imóvel declarado de utilidade pública com processo de desapropriação judicial em curso e imissão provisória na posse: § 4º O título de propriedade será dispensado quando se tratar de parcelamento popular, destinado às classes de menor renda, em imóvel declarado de utilidade pública, com processo de desapropriação judicial em curso e imissão provisória na posse, desde que promovido pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios ou suas entidades delegadas, autorizadas por lei a implantar projetos de habitação. § 5º No caso de que trata o § 4o, o pedido de registro do parcelamento, além dos documentos mencionados nos incisos V e VI deste artigo, será instruído com cópias autênticas da decisão que tenha concedido a imissão provisória na posse, do decreto de desapropriação, do comprovante de sua publicação na imprensa oficial e, quando formulado por entidades delegadas, da lei de criação e de seus atos constitutivos Para José Afonso da Silva (2015, pg. 336): A inscrição do loteamento produz os seguintes efeitos urbanísticos: (a) Legitima a divisão e as vendas de lotes, com a perda da individualidade objetiva do terreno loteado e a aparição das individualidades dos lotes; (b) Torna imodificável unilateralmente o plano de loteamento e arruamento; (c) Transfere para o domínio público do Município as vias de comunicação e as áreas reservadas constantes do memorial e da planta, independentemente de qualquer outro ato alienativo. Qual o procedimento a ser adotado dentro do Cartório de Imóveis? De acordo com o artigo 19: Art. 19. Examinada a documentação e encontrada em ordem, o Oficial do Registro de Imóveis encaminhará comunicação à Prefeitura e fará publicar, em resumo e com Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 42 pequeno desenho de localização da área, edital do pedido de registro em 3 (três) dias consecutivos, podendo este ser impugnado no prazo de 15 (quinze) dias contados da data da última publicação. Após este prazo, o registro será feito imediatamente. E se houver impugnação de terceiros? Neste caso, o procedimento a ser adotado pelo Oficial de Registros será: i. Intimação da Prefeitura Municipal para se manifestar em cinco dias, sob pena de arquivamento do processo; ii. Com as manifestações, o processo será enviado ao juiz competente para decisão; Recebidos os autos, o juiz: i. Ouvirá o Ministério Público no prazo de cinco dias; ii. Após, o juiz decidirá de plano ou fará uma instrução sumária, devendo remeter ao interessado as vias ordinárias caso a matéria exija maior indagação. Trata-se do disposto nos §§1º e 2º: § 1º - Findo o prazo sem impugnação, será feito imediatamente o registro. Se houver impugnação de terceiros, o Oficial do Registro de Imóveis intimará o requerente e a Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, para que sobre ela se manifestem no prazo de 5 cinco) dias, sob pena de arquivamento do processo. Com tais manifestações o processo será enviado ao juiz competente para decisão. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 43 § 2º - Ouvido o Ministério Público no prazo de 5 (cinco) dias, o juiz decidirá de plano ou após instrução sumária, devendo remeter ao interessado as vias ordinárias caso a matéria exija maior indagação. Quanto aos editais, a lei prevê que: § 3º - Nas capitais, a publicação do edital se fará no Diário Oficial do Estado e num dos jornais de circulação diária. Nos demais municípios, a publicação se fará apenas num dos jornais locais, se houver, ou, não havendo, em jornal da região. E, se o Oficial de Registro de Imóveis efetuar o Registro em desacordo com as exigências legais, a ele serão aplicadas as seguintes sanções: § 4º - O Oficial do Registro de Imóveis que efetuar o registro em desacordo com as exigências desta Lei ficará sujeito a multa equivalente a 10 (dez) vezes os emolumentos regimentais fixados para o registro, na época em que for aplicada a penalidade pelo juiz corregedor do cartório, sem prejuízo das sanções penais e administrativas cabíveis. Por fim, o registro do loteamento será feito por extrato no livro próprio, com a indicação de cada lote, a averbação das alterações, a abertura de ruas e praças e as áreas destinadas a espaços livres ou a equipamentos urbanos. (artigo 20 e parágrafo único). E, após registrado o loteamento, o Oficial de Registro comunicará, por certidão, o seu registro à Prefeitura (artigo 19, §5º). E se área loteada estiver situada em mais de uma circunscrição imobiliária? Imaginemos a hipótese de um loteamento que ocupe terrenos situados em mais de uma circunscrição imobiliária (mais de um Cartório de Registro de Imóveis é competente para o registro da área). Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 44 Nestes casos, a solução dada pelo artigo 21, da Lei 6.766/79 foi o requerimento ser feito primeiramente perante a circunscrição em que estiver localizada a maior parte da área loteada. Após, o interessado requererá sucessivamente o registro do loteamento em cada uma das demais, comprovando em cada uma o registro efetuado na anterior, até que o loteamento esteja registrado em todas. E, enquanto não procedidos todos estes registros o loteamento será considerado como não registrado. Eis a norma legal: Art. 21. Quando a área loteada estiver situada em mais de uma circunscrição imobiliária, o registro será requerido primeiramente perante aquela em que estiver localizada a maior parte da área loteada. Procedido o registro nessa circunscrição, o interessado requererá, sucessivamente, o registro do loteamento em cada uma das demais, comprovando perante cada qual o registro efetuado na anterior, até que o loteamento seja registrado em todas. Denegado registro em qualquer das circunscrições, essa decisão será comunicada, pelo Oficial do Registro de Imóveis, às demais para efeito de cancelamento dos registros feitos, salvo se ocorrer a hipótese prevista no § 4º deste artigo. § 3º - Enquanto não procedidos todos os registros de que trata este artigo, considerar- se-á o loteamento como não registrado para os efeitos desta Lei. Além disso, nenhum lote poderá situar-se em mais de uma circunscrição, sendo certo que não poderá o interessado processar simultaneamente em diferentes cartórios pedidos de registro do mesmo loteamento. Tal prática enseja a nulidade dos atos praticados. § 1º - Nenhum lote poderá situar-se em mais de uma circunscrição. § 2º - É defeso ao interessado processar simultaneamente, perante diferentes circunscrições, pedidos de registro do mesmo loteamento, sendo nulos os atos praticados com infração a esta norma. Por fim, acaso denegado o registro em qualquer das circunscrições, essa decisão será comunicada pelo Oficial de Registros de Imóveis a todos os demais, para efeito de cancelamento dos registros feitos (artigo 21, caput, parte final). Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 45 § 4º - O indeferimento do registro do loteamento em uma circunscrição não determinará o cancelamento do registro procedido em outra, se o motivo do indeferimento naquela não se estender à área situada sob a competência desta, e desde que o interessado requeira a manutenção do registro obtido, submetido o remanescente do loteamento a uma aprovação prévia perante a Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso. A partir de que momento os lotes destinados a equipamentos públicos passam a integrar o patrimônio público? A partir da data do registro do loteamento, as vias, praças, espaços livres e as áreas destinadas a equipamentos públicos passam a integrar o domínio do Município. E, caso o parcelamento do solo seja implantado e não registrado, o Município poderá requerer o registro das áreas destinadas a uso público que passarão a integrar seu patrimônio. Nesta hipótese, precisará apenas da planta de parcelamento elaborada pelo loteador ou aprovada pelo Município e de declaração que o parcelamento se encontra implantado. Art. 22. Desde a data de registro do loteamento, passam a integrar o domínio do Município as vias e praças, os espaços livres e as áreas destinadas a edifícios públicos e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e do memorial descritivo. Parágrafo único. Na hipótese de parcelamento do solo implantado e não registrado, o Município poderá requerer, por meio da apresentação de planta de parcelamento elaborada pelo loteador ou aprovada pelo Município e de declaração de que o parcelamento se encontra implantado, o registro das áreas destinadas a uso público, que passarão dessa forma a integrar o seu domínio. O registro do loteamento poderá ser cancelado? De acordo com o artigo 23, as hipóteses de cancelamento do registro de loteamento são: Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 46 I – decisão judicial; II – requerimento do loteador, enquanto nenhum lote houver sido repassado a terceiros (com anuência da Prefeitura ou do Estado, quando for o caso); III – requerimento conjunto de todos os adquirentes dos lotes com o loteador (com anuência da Prefeitura ou do Estado, quando for o caso); A anuência do Ente Público, contudo, deve ser a regra. A Prefeitura e o Estado só poderão se opor ao cancelamento se disto resultar inconveniente comprovado para o desenvolvimento urbano ou se já se tiver realizado qualquer melhoramento na área loteada ou adjacências. Neste sentido: Art. 23. O registro do loteamento só poderá ser cancelado: I - por decisão judicial; II - a requerimento do loteador, com anuência da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso, enquanto nenhum lote houver sido objeto de contrato; III - a requerimento conjunto do loteador e de todos os adquirentes de lotes, com anuência da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso, e do Estado. § 1º - A Prefeitura e o Estado só poderão se opor ao cancelamento se disto resultar inconveniente comprovado para o desenvolvimento urbano ou se já se tiver realizado qualquer melhoramento na área loteada ou adjacências. Ressalte-se que sempre que o cancelamento ocorrer a requerimento do loteador, o Oficial de Registro fará publicar um resumo contendo o edital do pedido de cancelamento para que seja impugnado no prazo de 30 (trinta) dias. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 47 E, mesmo que não haja qualquer impugnação, passado esseprazo, o processo deve ser remetido ao Juiz para a competente homologação do pedido de cancelamento, ouvido o Ministério Público. Esta homologação deve ser, ainda, precedida de vistoria judicial para comprovar a inexistência de adquirentes instalados na área loteada. § 2º - Nas hipóteses dos incisos II e III, o Oficial do Registro de Imóveis fará publicar, em resumo, edital do pedido de cancelamento, podendo este ser impugnado no prazo de 30 (trinta) dias contados da data da última publicação. Findo esse prazo, com ou sem impugnação, o processo será remetido ao juiz competente para homologação do pedido de cancelamento, ouvido o Ministério Público. § 3º - A homologação de que trata o parágrafo anterior será precedida de vistoria judicial destinada a comprovar a inexistência de adquirentes instalados na área loteada. Por fim, destaque-se que o processo de loteamento e os contratos depositados em Cartório poderão ser examinados por qualquer pessoa, a qualquer tempo, independentemente do pagamento de custas ou emolumentos, ainda que a título de busca (artigo 24). Como este ponto já foi cobrado em prova? (CESPE – PGE/BA – Procurador do Estado – 2014) No que se refere ao parcelamento do solo urbano e aos registros públicos, julgue o item seguinte. Aprovado o projeto de loteamento pelo município, o loteador deverá submetê-lo ao registro imobiliário, acompanhado dos documentos indicados na lei, dentro de cento e oitenta dias, sob pena de caducidade da aprovação. Comentários: Item Verdadeiro. Trata-se do disposto no caput do artigo 18: Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 48 Art. 18. Aprovado o projeto de loteamento ou de desmembramento, o loteador deverá submetê-lo ao registro imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de caducidade da aprovação, acompanhado dos seguintes documentos: Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 49 CAPÍTULO VII – DOS CONTRATOS Para o artigo 25, os compromissos de compra e venda bem como qualquer outro que atribua direito a adjudicação compulsória dos lotes, acaso estejam registrados, conferem direito real oponível a terceiros. Além disso, tais compromissos são irretratáveis. Art. 25. São irretratáveis os compromissos de compra e venda, cessões e promessas de cessão, os que atribuam direito a adjudicação compulsória e, estando registrados, confiram direito real oponível a terceiros. Tais contratos podem ser feitos mediante escritura pública ou instrumento particular, mas devem seguir o modelo apresentado pelo loteador quando do pedido de registro do loteamento, devendo conter no mínimo os dados constantes no artigo 26: Art. 26. Os compromissos de compra e venda, as cessões ou promessas de cessão poderão ser feitos por escritura pública ou por instrumento particular, de acordo com o modelo depositado na forma do inciso VI do art. 18 e conterão, pelo menos, as seguintes indicações: I - nome, registro civil, cadastro fiscal no Ministério da Fazenda, nacionalidade, estado civil e residência dos contratantes; II - denominação e situação do loteamento, número e data da inscrição; III - descrição do lote ou dos lotes que forem objeto de compromissos, confrontações, área e outras características; IV - preço, prazo, forma e local de pagamento bem como a importância do sinal; V - taxa de juros incidentes sobre o débito em aberto e sobre as prestações vencidas e não pagas, bem como a cláusula penal, nunca excedente a 10% (dez por cento) do débito e só exigível nos casos de intervenção judicial ou de mora superior a 3 (três) meses; VI - indicação sobre a quem incumbe o pagamento dos impostos e taxas incidentes sobre o lote compromissado; Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 50 VII - declaração das restrições urbanísticas convencionais do loteamento, supletivas da legislação pertinente. § 1º O contrato deverá ser firmado em 3 (três) vias ou extraídas em 3 (três) traslados, sendo um para cada parte e o terceiro para arquivo no registro imobiliário, após o registro e anotações devidas. § 2º Quando o contrato houver sido firmado por procurador de qualquer das partes, será obrigatório o arquivamento da procuração no registro imobiliário. Percebam que a legislação exige a redação de um contrato com o mínimo de informações sobre a avença. E, em casos de parcelamentos populares, quando o Poder Público estiver provisoriamente imitido na posse do imóvel (casos de desapropriação vistos acima), admite-se apenas a cessão da posse por instrumento particular, ao qual se atribui caráter de escritura pública. Tal documento constitui crédito contra o Poder Público expropriante, desde que cumpridas as obrigações do cessionário. Tão logo a sentença da desapropriação seja registrada, a posse provisória será convertida em propriedade e o contrato de cessão, em promessa de compra e venda. § 3º Admite-se, nos parcelamentos populares, a cessão da posse em que estiverem provisoriamente imitidas a União, Estados, Distrito Federal, Municípios e suas entidades delegadas, o que poderá ocorrer por instrumento particular, ao qual se atribui, para todos os fins de direito, caráter de escritura pública, não se aplicando a disposição do inciso II do art. 134 do Código Civil. § 4º A cessão da posse referida no § 3o, cumpridas as obrigações do cessionário, constitui crédito contra o expropriante, de aceitação obrigatória em garantia de contratos de financiamentos habitacionais. (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999) § 5º Com o registro da sentença que, em processo de desapropriação, fixar o valor da indenização, a posse referida no § 3o converter-se-á em propriedade e a sua cessão, em compromisso de compra e venda ou venda e compra, conforme haja obrigações a cumprir ou estejam elas cumpridas, circunstância que, demonstradas ao Registro de Imóveis, serão averbadas na matrícula relativa ao lote. (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999) Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 51 Os compromissos de compra e venda, as cessões e as promessas de cessão valerão como título para o registro da propriedade do lote adquirido, quando acompanhados da respectiva prova de quitação (§6º). A recente Lei nº 13.786/2018 inovou ao trazer o artigo 26-A, que trata de uma formatação dos contratos de compra e venda, cessão ou promessa de cessão de loteamento: Art. 26-A. Os contratos de compra e venda, cessão ou promessa de cessão de loteamento devem ser iniciados por quadro-resumo, que deverá conter, além das indicações constantes do art. 26 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) I - o preço total a ser pago pelo imóvel; (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) II - o valor referente à corretagem, suas condições de pagamento e a identificação precisa de seu beneficiário; (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) III - a forma de pagamento do preço, com indicação clara dos valores e vencimentos das parcelas; (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) IV - os índices de correção monetária aplicáveis ao contrato e, quando houver pluralidade de índices, o período de aplicação de cada um; (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) V - as consequências do desfazimento do contrato, seja mediante distrato, seja por meio de resolução contratual motivada por inadimplemento de obrigaçãodo adquirente ou do loteador, com destaque negritado para as penalidades aplicáveis e para os prazos para devolução de valores ao adquirente; (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) VI - as taxas de juros eventualmente aplicadas, se mensais ou anuais, se nominais ou efetivas, o seu período de incidência e o sistema de amortização; (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) VII - as informações acerca da possibilidade do exercício, por parte do adquirente do imóvel, do direito de arrependimento previsto no art. 49 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor), em todos os contratos firmados em estandes de vendas e fora da sede do loteador ou do estabelecimento comercial; (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) VIII - o prazo para quitação das obrigações pelo adquirente após a obtenção do termo de vistoria de obras; (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) IX - informações acerca dos ônus que recaiam sobre o imóvel; (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 52 X - o número do registro do loteamento ou do desmembramento, a matrícula do imóvel e a identificação do cartório de registro de imóveis competente; (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) XI - o termo final para a execução do projeto referido no § 1º do art. 12 desta Lei e a data do protocolo do pedido de emissão do termo de vistoria de obras. (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) § 1º Identificada a ausência de quaisquer das informações previstas no caput deste artigo, será concedido prazo de 30 (trinta) dias para aditamento do contrato e saneamento da omissão, findo o qual, essa omissão, se não sanada, caracterizará justa causa para rescisão contratual por parte do adquirente. (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) § 2º A efetivação das consequências do desfazimento do contrato, mencionadas no inciso V do caput deste artigo, dependerá de anuência prévia e específica do adquirente a seu respeito, mediante assinatura junto a essas cláusulas, que deverão ser redigidas conforme o disposto no § 4º do art. 54 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor). (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) Indo além, o artigo 27 regula o inadimplemento contratual em promessas de compra e venda ou de cessão: Art. 27. Se aquele que se obrigou a concluir contrato de promessa de venda ou de cessão não cumprir a obrigação, o credor poderá notificar o devedor para outorga do contrato ou oferecimento de impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de proceder-se ao registro de pré-contrato, passando as relações entre as partes a serem regidas pelo contrato-padrão. § 1º Para fins deste artigo, terão o mesmo valor de pré-contrato a promessa de cessão, a proposta de compra, a reserva de lote ou qualquer, outro instrumento, do qual conste a manifestação da vontade das partes, a indicação do lote, o preço e modo de pagamento, e a promessa de contratar. § 2º O registro de que trata este artigo não será procedido se a parte que o requereu não comprovar haver cumprido a sua prestação, nem a oferecer na forma devida, salvo se ainda não exigível. § 3º Havendo impugnação daquele que se comprometeu a concluir o contrato, observar-se-á o disposto nos arts. 639 e 640 do Código de Processo Civil. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 53 Alteração ou cancelamento parcial do loteamento registrado Segundo o artigo 28, a alteração do loteamento registrado depende de acordo entre o loteador e os adquirentes de lotes atingidos pela alteração. Além disso, necessária a aprovação pela Prefeitura e o registro no Cartório de Imóveis. Art. 28. Qualquer alteração ou cancelamento parcial do loteamento registrado dependerá de acordo entre o loteador e os adquirentes de lotes atingidos pela alteração, bem como da aprovação pela Prefeitura Municipal, ou do Distrito Federal quando for o caso, devendo ser depositada no Registro de Imóveis, em complemento ao projeto original com a devida averbação. Transmissão de direitos Quanto ao loteador O adquirente do terreno mediante ato inter vivos ou causa mortis deverá suceder o transmitente em todos os seus direitos e obrigações, ficando, inclusive, os compromissos de compra e venda eventualmente firmados. Qualquer disposição em contrário será nula. Art. 29. Aquele que adquirir a propriedade loteada mediante ato inter vivos, ou por sucessão causa mortis, sucederá o transmitente em todos os seus direitos e obrigações, ficando obrigado a respeitar os compromissos de compra e venda ou as promessas de cessão, em todas as suas cláusulas, sendo nula qualquer disposição em contrário, ressalvado o direito do herdeiro ou legatário de renunciar à herança ou ao legado. Quanto aos adquirentes Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 54 Já os adquirentes dos lotes poderão transferir seus direitos por simples trespasse lançado no verso das vias em poder das partes ou por instrumento em separado. Tal cessão não depende da anuência do loteador, contudo, necessária a notificação do loteador ou o registro da cessão para que sejam produzidos efeito em relação a este. Tal ciência pode ser dada, inclusive, pelo próprio Oficial de Registro no prazo de 10 (dez) dias em caso de registro de cessão sem anuência do loteador. Art. 31. O contrato particular pode ser transferido por simples trespasse, lançado no verso das vias em poder das partes, ou por instrumento em separado, declarando-se o número do registro do loteamento, o valor da cessão e a qualificação do cessionário, para o devido registro. § 1º A cessão independe da anuência do loteador mas, em relação a este, seus efeitos só se produzem depois de cientificado, por escrito, pelas partes ou quando registrada a cessão. § 2º - Uma vez registrada a cessão, feita sem anuência do loteador, o Oficial do Registro dar-lhe-á ciência, por escrito, dentro de 10 (dez) dias. Quais os efeitos da declaração de falência de uma das partes sobre os contratos? A lei ainda estabelece que a sentença que declarar a falência de qualquer uma das partes não possui o condão de rescindir os compromissos de compra e venda ou de cessão da área loteada ou de lotes da mesma. O artigo 30, inclusive, é expresso ao afirmar que se a falência ou insolvência for do proprietário da área loteada ou do titular de direito sobre ela, incumbirá ao síndico ou ao administrador dar cumprimento aos referidos contratos; se do adquirente do lote, seus direitos serão levados à praça. Art. 30. A sentença declaratória de falência ou da insolvência de qualquer das partes não rescindirá os contratos de compromisso de compra e venda ou de promessa de cessão que tenham por objeto a área loteada ou lotes da mesma. Se a falência ou insolvência for do proprietário da área loteada ou do titular de direito sobre ela, Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 55 incumbirá ao síndico ou ao administrador dar cumprimento aos referidos contratos; se do adquirente do lote, seus direitos serão levados à praça. Rescisão por inadimplemento De acordo com o artigo 32: Art. 32. Vencida e não paga a prestação, o contrato será considerado rescindido 30 (trinta) dias depois de constituídoem mora o devedor. O devedor adquirente será intimado a pagar as prestações vencidas e as que se vencerem até o pagamento, acrescidos de juros e custas. Acaso o devedor pague referidos valores (purgue a mora), o contrato estará restabelecido (convalescerá o contrato). § 1º Para os fins deste artigo o devedor-adquirente será intimado, a requerimento do credor, pelo Oficial do Registro de Imóveis, a satisfazer as prestações vencidas e as que se vencerem até a data do pagamento, os juros convencionados e as custas de intimação. § 2º Purgada a mora, convalescerá o contrato. Contudo, acaso o devedor não pague tais valores, o vendedor poderá requerer ao cartório o cancelamento da averbação. § 3º - Com a certidão de não haver sido feito o pagamento em cartório, o vendedor requererá ao Oficial do Registro o cancelamento da averbação. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 56 Outra novidade da recente Lei nº 13.786/2018 foi o artigo 32-A, que merece atenção pela sua especificidade: Art. 32-A. Em caso de resolução contratual por fato imputado ao adquirente, respeitado o disposto no § 2º deste artigo, deverão ser restituídos os valores pagos por ele, atualizados com base no índice contratualmente estabelecido para a correção monetária das parcelas do preço do imóvel, podendo ser descontados dos valores pagos os seguintes itens: (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) I - os valores correspondentes à eventual fruição do imóvel, até o equivalente a 0,75% (setenta e cinco centésimos por cento) sobre o valor atualizado do contrato, cujo prazo será contado a partir da data da transmissão da posse do imóvel ao adquirente até sua restituição ao loteador; (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) II - o montante devido por cláusula penal e despesas administrativas, inclusive arras ou sinal, limitado a um desconto de 10% (dez por cento) do valor atualizado do contrato; (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) III - os encargos moratórios relativos às prestações pagas em atraso pelo adquirente; (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) IV - os débitos de impostos sobre a propriedade predial e territorial urbana, contribuições condominiais, associativas ou outras de igual natureza que sejam a estas equiparadas e tarifas vinculadas ao lote, bem como tributos, custas e emolumentos incidentes sobre a restituição e/ou rescisão; (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) V - a comissão de corretagem, desde que integrada ao preço do lote. (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) § 1º O pagamento da restituição ocorrerá em até 12 (doze) parcelas mensais, com início após o seguinte prazo de carência: (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) I - em loteamentos com obras em andamento: no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias após o prazo previsto em contrato para conclusão das obras; (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) II - em loteamentos com obras concluídas: no prazo máximo de 12 (doze) meses após a formalização da rescisão contratual. (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) § 2º Somente será efetuado registro do contrato de nova venda se for comprovado o início da restituição do valor pago pelo vendedor ao titular do registro cancelado na forma e condições pactuadas no distrato, dispensada essa comprovação nos casos em Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 57 que o adquirente não for localizado ou não tiver se manifestado, nos termos do art. 32 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) § 3º O procedimento previsto neste artigo não se aplica aos contratos e escrituras de compra e venda de lote sob a modalidade de alienação fiduciária nos termos da Lei n° 9.514, de 20 de novembro de 1997. (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) Se o cancelamento ocorrer após o pagamento de mais de 1/3 (um terço) do preço, será necessário constar este fato no ato de cancelamento e da quantia paga. Novo registro do mesmo lote apenas poderá ser feito, após comprovada a restituição do valor pago pelo vendedor ao titular do registro cancelado e a comprovação do distrato assinado pelas partes. Relacionando-se com o artigo 32-A anteriormente transcrito, a recente Lei nº 13.786/2018 também alterou o artigo 35: Art. 35. Se ocorrer o cancelamento do registro por inadimplemento do contrato, e tiver sido realizado o pagamento de mais de 1/3 (um terço) do preço ajustado, o oficial do registro de imóveis mencionará esse fato e a quantia paga no ato do cancelamento, e somente será efetuado novo registro relativo ao mesmo lote, mediante apresentação do distrato assinado pelas partes e a comprovação do pagamento da parcela única ou da primeira parcela do montante a ser restituído ao adquirente, na forma do art. 32-A desta Lei, ao titular do registro cancelado, ou mediante depósito em dinheiro à sua disposição no registro de imóveis. (Redação dada pela Lei nº 13.786, de 2018) § 1º Ocorrendo o depósito a que se refere este artigo, o Oficial do Registro de Imóveis intimará o interessado para vir recebê-lo no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de ser devolvido ao depositante. § 2º No caso de não se encontrado o interessado, o Oficial do Registro de Imóveis depositará quantia em estabelecimento de crédito, segundo a ordem prevista no inciso I do art. 666 do Código de Processo Civil, em conta com incidência de juros e correção monetária. § 3º A obrigação de comprovação prévia de pagamento da parcela única ou da primeira parcela como condição para efetivação de novo registro, prevista no caput deste artigo, poderá ser dispensada se as partes convencionarem de modo diverso e de forma expressa no documento de distrato por elas assinado. (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 58 E se o credor / loteador se recusar a receber as prestações durante o adimplemento do contrato? Nesta hipótese, será o credor constituído em mora através de notificação via Cartório de Registro de Imóveis para receber as importâncias que serão depositadas pelo devedor no próprio cartório. Passados 15 (quinze) dias desta notificação, o pagamento será considerado efetuado, salvo impugnação do credor que impugne o depósito e, alegando inadimplemento do devedor, requeira a intimação do devedor nos termos do artigo 32 acima transcrito. Art. 33. Se o credor das prestações se recusar recebê-las ou furtar-se ao seu recebimento, será constituído em mora mediante notificação do Oficial do Registro de Imóveis para vir receber as importâncias depositadas pelo devedor no próprio Registro de Imóveis. Decorridos 15 (quinze) dias após o recebimento da intimação, considerar- se-á efetuado o pagamento, a menos que o credor impugne o depósito e, alegando inadimplemento do devedor, requeira a intimação deste para os fins do disposto no art. 32 desta Lei. Benfeitorias Atenção! Independente da hipótese de rescisão por inadimplemento do adquirente, as benfeitorias úteis e necessárias feitas por ele deverão ser indenizadas. Art. 34. Em qualquer caso de rescisão por inadimplemento do adquirente, as benfeitorias necessárias ou úteis por ele levadas a efeito no imóvel deverão ser indenizadas, sendo de nenhum efeito qualquer disposição contratual em contrário. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)- Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 59 Ressalte-se, contudo, que a recente Lei nº 13.786/2018 alterou o art. 34 acima transcrito, substituindo o antigo parágrafo único pelos §§1º e 2º, conforme segue: § 1º Não serão indenizadas as benfeitorias feitas em desconformidade com o contrato ou com a lei. (Redação dada pela Lei nº 13.786, de 2018) § 2º No prazo de 60 (sessenta) dias, contado da constituição em mora, fica o loteador, na hipótese do caput deste artigo, obrigado a alienar o imóvel mediante leilão judicial ou extrajudicial, nos termos da Lei nº 9.514, de 20 de novembro de 1997. (Incluído pela Lei nº 13.786, de 2018) Cancelamento do registro de compromisso, cessão ou promessa de cessão. Nos termos do artigo 36, as hipóteses de cancelamento do registro de compromisso, cessão ou promessa de cessão são apenas: I - decisão judicial; II - requerimento conjunto das partes contratantes; III - rescisão comprovada do contrato. Eis o texto legal: Art. 36. O registro do compromisso, cessão ou promessa de cessão só poderá ser cancelado: I - por decisão judicial; Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 60 II - a requerimento conjunto das partes contratantes; III - quando houver rescisão comprovada do contrato. Como este ponto já foi cobrado em provas? (VUNESP – Procurador do Município de São José do Rio Preto – 2014) A Lei n.º 6.766, de 19 de dezembro de 1979, que dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras providências, estabelece sobre os contratos que a) são retratáveis os compromissos de compra e venda e as cessões que, registrados, confiram direito real oposto a terceiros. b) as promessas de cessão e as cessões deverão ser feitas por escritura pública. c) os firmados por procurador de uma das partes terão a respectiva procuração arquivada em cartório de registro de documentos com dois translados para o registro imobiliário. d) a sentença declaratória de falência ou da insolvência de qualquer das partes não rescindirá os contratos e compromisso de compra e venda ou de promessa de cessão que tenham por objeto a área loteada ou lotes da mesma. e) o contrato particular pode ser transferido por trespasse, mas a cessão depende da anuência do loteador. Comentários: Alternativa correta, letra D. Trata-se do disposto no artigo 30: Art. 30. A sentença declaratória de falência ou da insolvência de qualquer das partes não rescindirá os contratos de compromisso de compra e venda ou de promessa de cessão que tenham por objeto a área loteada ou lotes da mesma. Se a falência ou insolvência for do proprietário da área loteada ou do titular de direito sobre ela, incumbirá ao síndico ou ao administrador dar cumprimento aos referidos contratos; se do adquirente do lote, seus direitos serão levados à praça. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 61 A alternativa A está falsa, em razão do disposto no artigo 25, acima estudado: Art. 25. São irretratáveis os compromissos de compra e venda, cessões e promessas de cessão, os que atribuam direito a adjudicação compulsória e, estando registrados, confiram direito real oponível a terceiros. A letra B também está falsa, uma vez que as contratações poderão ser feitas também por instrumentos particulares, conforme artigo 26: Art. 26. Os compromissos de compra e venda, as cessões ou promessas de cessão poderão ser feitos por escritura pública ou por instrumento particular, de acordo com o modelo depositado na forma do inciso VI do art. 18 e conterão, pelo menos, as seguintes indicações: A letra C está falsa, uma vez que a legislação não faz tal exigência. Quanto aos procuradores, diz o §2º do artigo 26: § 2º Quando o contrato houver sido firmado por procurador de qualquer das partes, será obrigatório o arquivamento da procuração no registro imobiliário. A letra E está falsa, uma vez que a cessão não depende da anuência do loteador, conforme disposto no §1º, do artigo 31: Art. 31.§ 1º A cessão independe da anuência do loteador mas, em relação a este, seus efeitos só se produzem depois de cientificado, por escrito, pelas partes ou quando registrada a cessão. A nova lei procurou regularizar estas associações de moradores? Sim. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 62 E aqui trazemos o disposto no artigo 36-A da Lei 6.766/79 também inserido pela Lei 13.465/2017: Art. 36-A. As atividades desenvolvidas pelas associações de proprietários de imóveis, titulares de direitos ou moradores em loteamentos ou empreendimentos assemelhados, desde que não tenham fins lucrativos, bem como pelas entidades civis organizadas em função da solidariedade de interesses coletivos desse público com o objetivo de administração, conservação, manutenção, disciplina de utilização e convivência, visando à valorização dos imóveis que compõem o empreendimento, tendo em vista a sua natureza jurídica, vinculam-se, por critérios de afinidade, similitude e conexão, à atividade de administração de imóveis. Procurou-se, assim, dar maior efetividade/cogência às taxas cobradas por estas associações de moradores, nos termos do parágrafo único do artigo 36-A: Parágrafo único. A administração de imóveis na forma do caput deste artigo sujeita seus titulares à normatização e à disciplina constantes de seus atos constitutivos, cotizando-se na forma desses atos para suportar a consecução dos seus objetivos. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 63 CAPÍTULO VIII – DISPOSIÇÕES GERAIS Conforme o artigo 37, da Lei 6.766/79, é vedado vender ou prometer vender parcela de loteamento ou desmembramento não registrado. Mas e se o loteador o fizer irregularmente? Quais os efeitos? Em primeiro lugar, não poderá o loteador rescindir contratos com adquirentes inadimplentes, eis que o artigo 39 estabelece ser nula de pleno direito qualquer cláusula que possibilite a rescisão do contrato por inadimplemento, quando irregular o loteamento: Art.39. Será nula de pleno direito a cláusula de rescisão de contrato por inadimplemento do adquirente, quando o loteamento não estiver regularmente inscrito. Isto porque a própria norma estabelece que ao verificar a irregularidade do loteamento, deverá o adquirente suspender os pagamentos a que se obrigara e notificar o loteador para suprir a falta. Art. 38. Verificado que o loteamento ou desmembramento não se acha registrado ou regularmente executado ou notificado pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, deverá o adquirente do lote suspender o pagamento das prestações restantes e notificar o loteador para suprir a falta. Tal notificação poderá ser feita também pela Prefeitura ou pelo Ministério Público: Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 64 § 2º A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, ou o Ministério Público, poderá promover a notificação ao loteador prevista no caput deste artigo. Ademais, suspendendo o pagamento das prestações, deverá o adquirente começar a depositá-las no cartório de Imóveis que as depositará em algum banco.A movimentação destes valores dependerá de prévia autorização judicial. § 1º Ocorrendo a suspensão do pagamento das prestações restantes, na forma do caput deste artigo, o adquirente efetuará o depósito das prestações devidas junto ao Registro de Imóveis competente, que as depositará em estabelecimento de crédito, segundo a ordem prevista no inciso I do art. 666 do Código de Processo Civil, em conta com incidência de juros e correção monetária, cuja movimentação dependerá de prévia autorização judicial. Ao demonstrar que regularizou o loteamento, o loteador comparece a juízo e solicita uma autorização para levantar os valores depositados. Neste caso, necessária a citação da Prefeitura e a oitiva do Ministério Público. Reconhecida a regularidade do loteamento, o loteador deverá promover a notificação de todos os adquirentes dos lotes para que passem a pagar diretamente a ele as prestações restantes. § 3º Regularizado o loteamento pelo loteador, este promoverá judicialmente a autorização para levantar as prestações depositadas, com os acréscimos de correção monetária e juros, sendo necessária a citação da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso, para integrar o processo judicial aqui previsto, bem como audiência do Ministério Público. § 4º Após o reconhecimento judicial de regularidade do loteamento, o loteador notificará os adquirentes dos lotes, por intermédio do Registro de Imóveis competente, para que passem a pagar diretamente as prestações restantes, a contar da data da notificação. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 65 Contudo, acaso o loteador não atenda às notificações no prazo legal, ou em casos onde a própria Prefeitura regularize o empreendimento, não poderá o empreendedor exigir o recebimento das prestações depositadas. § 5º No caso de o loteador deixar de atender à notificação até o vencimento do prazo contratual, ou quando o loteamento ou desmembramento for regularizado pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, nos termos do art. 40 desta Lei, o loteador não poderá, a qualquer titulo, exigir o recebimento das prestações depositadas. Mas, professor, poderá a própria Prefeitura regularizar o loteamento? Sim, esta a disposição do artigo 40. Acaso desatendida a notificação pelo loteador, poderá a própria Prefeitura regularizar o loteamento não autorizado ou executado sem observância das normas legais. Tal ato objetiva evitar lesão aos padrões de desenvolvimento urbano e defender os direitos dos adquirentes de lotes. Nestes casos, a própria Prefeitura irá obter judicialmente o levantamento dos valores depositados pelos adquirentes, conforme analisado no item anterior. Trata-se de um ressarcimento das importâncias despendidas com equipamentos urbanos ou expropriações necessárias para regularizar o loteamento ou desmembramento. Contudo, não poderá a Prefeitura contrariar as regras para regularização de parcelamento vistas nos artigos 3º e 4º desta lei. Art. 40. A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, se desatendida pelo loteador a notificação, poderá regularizar loteamento ou desmembramento não autorizado ou executado sem observância das determinações do ato administrativo de licença, para evitar lesão aos seus padrões de desenvolvimento urbano e na defesa dos direitos dos adquirentes de lotes. § 1º A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, que promover a regularização, na forma deste artigo, obterá judicialmente o levantamento das prestações depositadas, com os respectivos acréscimos de correção monetária e juros, nos termos do § 1º do art. 38 desta Lei, a título de ressarcimento das importâncias Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 66 despendidas com equipamentos urbanos ou expropriações necessárias para regularizar o loteamento ou desmembramento. § 5º A regularização de um parcelamento pela Prefeitura Municipal, ou Distrito Federal, quando for o caso, não poderá contrariar o disposto nos arts. 3o e 4o desta Lei, ressalvado o disposto no § 1o desse último. Quanto aos valores pagos pela Prefeitura para regulariza o loteamento, caso não sejam integralmente ressarcidas, poderão ser exigidas do loteador, na forma do artigo 47 a ser estudado um pouco mais adiante ou dos próprios adquirentes. § 2º As importâncias despendidas pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, para regularizar o loteamento ou desmembramento, caso não sejam integralmente ressarcidas conforme o disposto no parágrafo anterior, serão exigidas na parte faltante do loteador, aplicando-se o disposto no art. 47 desta Lei. § 3º No caso de o loteador não cumprir o estabelecido no parágrafo anterior, a Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, poderá receber as prestações dos adquirentes, até o valor devido. A Prefeitura poderá, inclusive, promover eventual Ação Cautelar para assegurar o integral ressarcimento com os gastos de regularização do loteamento. § 4º A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, para assegurar a regularização do loteamento ou desmembramento, bem como o ressarcimento integral de importâncias despendidas, ou a despender, poderá promover judicialmente os procedimentos cautelares necessários aos fins colimados. Uma vez regularizado o loteamento, poderá o adquirente proceder normalmente à obtenção do registro, desde que comprove o depósito do pagamento de todas as prestações do preço avençado. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 67 Art. 41. Regularizado o loteamento ou desmembramento pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, o adquirente do lote, comprovando o depósito de todas as prestações do preço avençado, poderá obter o registro, de propriedade do lote adquirido, valendo para tanto o compromisso de venda e compra devidamente firmado. Mesmo que haja a execução do loteamento não aprovado, as áreas públicas exigidas por lei devem ser mantidas, sem prejuízo das sanções administrativas, civis e criminais. Neste caso, deverá o loteador ressarcir a Prefeitura em pecúnia em valor equivalente ao dobro da diferença entre a área exigida e a efetivamente destinada. Art. 43. Ocorrendo a execução de loteamento não aprovado, a destinação de áreas públicas exigidas no inciso I do art. 4º desta Lei não se poderá alterar sem prejuízo da aplicação das sanções administrativas, civis e criminais previstas. Parágrafo único. Neste caso, o loteador ressarcirá a Prefeitura Municipal ou o Distrito Federal quando for o caso, em pecúnia ou em área equivalente, no dobro da diferença entre o total das áreas públicas exigidas e as efetivamente destinadas. Como este ponto já foi cobrado em prova? (CESPE – MPU - Analista – 2010) A aprovação final de um parcelamento urbano depende da efetivação da venda, cessão ou ocupação de todos os lotes e de seu registro, pelo proprietário, em cartório de registro de imóveis da circunscrição onde se encontra a gleba fracionada. Comentários: Item Falso. A efetivação da venda não possui relação com a aprovação do parcelamento urbano. Ao contrário, nos termos do artigo 37, sequer será possível vender o lote antes de devidamente aprovado e registrado o loteamento. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 68 ASPECTOSPROCESSUAIS PREVISTO NA LEI Desapropriação Quanto a eventual processo de desapropriação nos terrenos loteados, a Lei 6.766/79 estabelece que não serão considerados como loteados ou loteáveis os terrenos objetos de desmembramento ou loteamento não registrado. Contudo, apenas os terrenos ainda não vendidos ou compromissados. Art. 42. Nas desapropriações não serão considerados como loteados ou loteáveis, para fins de indenização, os terrenos ainda não vendidos ou compromissados, objeto de loteamento ou desmembramento não registrado. Ao mesmo tempo, o artigo 44 estabelece que: Art. 44. O Município, o Distrito Federal e o Estado poderão expropriar áreas urbanas ou de expansão urbana para reloteamento, demolição, reconstrução e incorporação, ressalvada a preferência dos expropriados para a aquisição de novas unidades. Legitimidade Tanto o loteador quanto os vizinhos são partes legítimas para promover ação destinada a impedir a construção em desacordo com as normas legais ou contratuais. Tal direito do loteador permanece, ainda que tenha vendido todos os lotes. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 69 Art. 45. O loteador, ainda que já tenha vendido todos os lotes, ou os vizinhos, são partes legítimas para promover ação destinada a impedir construção em desacordo com restrições legais ou contratuais. Ao demandar em juízo, o loteador deverá acostar aos autos os registros e contratos a que se refere quanto ao loteamento: Art. 46. O loteador não poderá fundamentar qualquer ação ou defesa na presente Lei sem apresentação dos registros e contratos a que ela se refere. Se o loteador integrar grupo econômico, qualquer pessoa física ou jurídica beneficiária do grupo será solidariamente responsável pelos prejuízos causados aos compradores de lotes e ao Poder Público: Art. 47. Se o loteador integrar grupo econômico ou financeiro, qualquer pessoa física ou jurídica desse grupo, beneficiária de qualquer forma do loteamento ou desmembramento irregular, será solidariamente responsável pelos prejuízos por ele causados aos compradores de lotes e ao Poder Público. Foro Quanto ao foro: Art. 48. O foro competente para os procedimentos judiciais previstos nesta Lei será o da comarca da situação do lote. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 70 Intimações Quanto às intimações previstas na legislação em epígrafe, o artigo 49 estabelece que: Art. 49. As intimações e notificações previstas nesta Lei deverão ser feitas pessoalmente ao intimado ou notificado, que assinará o comprovante do recebimento, e poderão igualmente ser promovidas por meio dos Cartórios de Registro de Títulos e Documentos da Comarca da situação do imóvel ou do domicílio de quem deva recebê-las. § 1º Se o destinatário se recusar a dar recibo ou se furtar ao recebimento, ou se for desconhecido o seu paradeiro, o funcionário incumbido da diligência informará esta circunstância ao Oficial competente que a certificará, sob sua responsabilidade. § 2º Certificada a ocorrência dos fatos mencionados no parágrafo anterior, a intimação ou notificação será feita por edital na forma desta Lei, começando o prazo a correr 10 (dez) dias após a última publicação. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 71 CAPÍTULO IX – DISPOSIÇÕES PENAIS O capítulo IX da Lei 6.766/79 estabelece ainda algumas disposições penais. Trata-se de crime contra a Administração Pública dar início ou efetuar loteamento ou desmembramento para fins urbanos sem autorização do órgão competente ou em desacordo com as normas legais. Tal crime será qualificado se cometido por meio de venda ou promessa de venda de lotes não registrado no Registro de Imóveis competentes. As penas cominadas para este delito são de reclusão. Art. 50. Constitui crime contra a Administração Pública. I - dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo para fins urbanos, sem autorização do órgão público competente, ou em desacordo com as disposições desta Lei ou das normas pertinentes do Distrito Federal, Estados e Municipíos; II - dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo para fins urbanos sem observância das determinações constantes do ato administrativo de licença; III - fazer ou veicular em proposta, contrato, prospecto ou comunicação ao público ou a interessados, afirmação falsa sobre a legalidade de loteamento ou desmembramento do solo para fins urbanos, ou ocultar fraudulentamente fato a ele relativo. Pena: Reclusão, de 1(um) a 4 (quatro) anos, e multa de 5 (cinco) a 50 (cinqüenta) vezes o maior salário mínimo vigente no País. Parágrafo único - O crime definido neste artigo é qualificado, se cometido. I - por meio de venda, promessa de venda, reserva de lote ou quaisquer outros instrumentos que manifestem a intenção de vender lote em loteamento ou desmembramento não registrado no Registro de Imóveis competente. II - com inexistência de título legítimo de propriedade do imóvel loteado ou desmembrado, ressalvado o disposto no art. 18, §§ 4o e 5o, desta Lei, ou com omissão fraudulenta de fato a ele relativo, se o fato não constituir crime mais grave. (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999) Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 72 Pena: Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa de 10 (dez) a 100 (cem) vezes o maior salário mínimo vigente no País. Além disso, aquele que concorrer para a prática do crime previsto nesta lei também incidirá nas mesmas penalidades. Art. 51. Quem, de qualquer modo, concorra para a prática dos crimes previstos no artigo anterior desta Lei incide nas penas a estes cominadas, considerados em especial os atos praticados na qualidade de mandatário de loteador, diretor ou gerente de sociedade. Por fim, efetuar o registro de loteamento ou desmembramento não aprovado pelos órgãos competentes também é crime sujeito à pena de detenção e multa. Art. 52. Registrar loteamento ou desmembramento não aprovado pelos órgãos competentes, registrar o compromisso de compra e venda, a cessão ou promessa de cessão de direitos, ou efetuar registro de contrato de venda de loteamento ou desmembramento não registrado. Pena: Detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa de 5 (cinco) a 50 (cinqüenta) vezes o maior salário mínimo vigente no País, sem prejuízo das sanções administrativas cabíveis. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 73 CAPÍTULO X – DISPOSIÇÕES FINAIS De acordo com o artigo 53, as alterações de uso do solo rural para fins urbanísticos dependem de prévia oitiva do INCRA e da aprovação da Prefeitura Municipal. Art. 53. Todas as alterações de uso do solo rural para fins urbanos dependerão de prévia audiência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, do Órgão Metropolitano, se houver, onde se localiza o Município, e da aprovação da Prefeitura municipal, ou do Distrito Federal quando for o caso, segundo as exigências da legislação pertinente. Por fim, o artigo 53-A considera de interesse público os parcelamentos vinculados a programas habitacionais de iniciativa do Poder Público, em especial na regularização de parcelamentos e de assentamentos.Nestes casos, não será exigível documentação que não seja a mínima necessária e indispensável aos registros no cartório competente. Ao Poder Público não se aplicam as exigências e sanções aplicáveis aos particulares, em especial aquelas que visem garantir a realização de obras e serviços, ou que visem prevenir questões de domínio de glebas, que se presumirão asseguradas pelo Poder Público respectivo. Art. 53-A. São considerados de interesse público os parcelamentos vinculados a planos ou programas habitacionais de iniciativa das Prefeituras Municipais e do Distrito Federal, ou entidades autorizadas por lei, em especial as regularizações de parcelamentos e de assentamentos. Parágrafo único. Às ações e intervenções de que trata este artigo não será exigível documentação que não seja a mínima necessária e indispensável aos registros no cartório competente, inclusive sob a forma de certidões, vedadas as exigências e as sanções pertinentes aos particulares, especialmente aquelas que visem garantir a realização de obras e serviços, ou que visem prevenir questões de domínio de glebas, que se presumirão asseguradas pelo Poder Público respectivo. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 74 2 – ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE De acordo com o artigo 3º, inciso II, do Código Florestal, a área de preservação permanente é a área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. Tais áreas estão contidas tanto em terrenos público quanto em terrenos particulares e segundo os artigos 4º e 6º do Código Florestal definem áreas que são consideradas de preservação permanente, independente se localizadas em zonas urbanas ou rurais. Dentre elas, destacamos: I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de: b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas; III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; VII - os manguezais, em toda a sua extensão; Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 75 X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação; Já segundo o artigo 6º: Art. 6o Consideram-se, ainda, de preservação permanente, quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo, as áreas cobertas com florestas ou outras formas de vegetação destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades: I - conter a erosão do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha; II - proteger as restingas ou veredas; III - proteger várzeas; IV - abrigar exemplares da fauna ou da flora ameaçados de extinção; V - proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico, cultural ou histórico; VI - formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; VII - assegurar condições de bem-estar público; VIII - auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades militares. IX- proteger áreas úmidas, especialmente as de importância internacional. Para Romeu Thomé (2015, pg. 314): são áreas ambientalmente relevantes e, como tal, devem ter sua vegetação preservada. São Áreas destinadas exclusivamente à proteção de suas funções ecológicas caracterizadas, regra geral, pela intocabilidade e vedação de uso econômico direto. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 76 A questão toma contornos mais complexos quanto à regularização (manutenção ou não) de imóveis urbanos situados em área de preservação permanente onde habitam famílias muitas vezes de boa-fé e extremamente necessitadas. Para Frederico Amado (2014, pg. 246): apesar dessas ocupações clandestinas atentarem contra o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, é certo que em muitos casos houve uma tolerância social e uma aceitação tácita do Poder Público, que nada fez a respeito, podendo incidir no caso outros direitos fundamentais, como o da moradia, além do Princípio da Segurança Jurídica. Tem-se, portanto, o choque entre o direito fundamental à moradia e o direito fundamental à preservação ambiental, sendo certo que o Código Florestal tentou solucionar tal controvérsia, com dispositivos alterados pela Lei nº 13.465/2017. É necessário que na regularização fundiária de interesse social em questão seja feito estudo técnico que demonstre a melhoria das condições ambientais em relação à situação anterior com a adoção das medidas nele preconizadas. Assim: Art. 64. Na Reurb-S dos núcleos urbanos informais que ocupam Áreas de Preservação Permanente, a regularização fundiária será admitida por meio da aprovação do projeto de regularização fundiária, na forma da lei específica de regularização fundiária urbana. (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017) Tal estudo técnico deverá conter, no mínimo, os seguintes elementos: I - caracterização da situação ambiental da área a ser regularizada; II - especificação dos sistemas de saneamento básico; III - proposição de intervenções para a prevenção e o controle de riscos geotécnicos e de inundações; IV - recuperação de áreas degradadas e daquelas não passíveis de regularização; Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 77 V - comprovação da melhoria das condições de sustentabilidade urbano-ambiental, considerados o uso adequado dos recursos hídricos, a não ocupação das áreas de risco e a proteção das unidades de conservação, quando for o caso; VI - comprovação da melhoria da habitabilidade dos moradores propiciada pela regularização proposta; e VII - garantia de acesso público às praias e aos corpos d'água. Quanto à regularização fundiária de interesse específico: Art. 65. Na Reurb-E dos núcleos urbanos informais que ocupam Áreas de Preservação Permanente não identificadas como áreas de risco, a regularização fundiária será admitida por meio da aprovação do projeto de regularização fundiária, na forma da lei específica de regularização fundiária urbana. (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017) § 1º O processo de regularização ambiental, para fins de prévia autorização pelo órgão ambiental competente, deverá ser instruído com os seguintes elementos: I - a caracterização físico-ambiental, social, cultural e econômica da área; II - a identificação dos recursos ambientais,dos passivos e fragilidades ambientais e das restrições e potencialidades da área; III - a especificação e a avaliação dos sistemas de infraestrutura urbana e de saneamento básico implantados, outros serviços e equipamentos públicos; IV - a identificação das unidades de conservação e das áreas de proteção de mananciais na área de influência direta da ocupação, sejam elas águas superficiais ou subterrâneas; V - a especificação da ocupação consolidada existente na área; VI - a identificação das áreas consideradas de risco de inundações e de movimentos de massa rochosa, tais como deslizamento, queda e rolamento de blocos, corrida de lama e outras definidas como de risco geotécnico; VII - a indicação das faixas ou áreas em que devem ser resguardadas as características típicas da Área de Preservação Permanente com a devida proposta de recuperação de áreas degradadas e daquelas não passíveis de regularização; VIII - a avaliação dos riscos ambientais; Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 78 IX - a comprovação da melhoria das condições de sustentabilidade urbano-ambiental e de habitabilidade dos moradores a partir da regularização; e X - a demonstração de garantia de acesso livre e gratuito pela população às praias e aos corpos d’água, quando couber. Por fim, é fundamental destacarmos que: § 2o Para fins da regularização ambiental prevista no caput, ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água, será mantida faixa não edificável com largura mínima de 15 (quinze) metros de cada lado. § 3o Em áreas urbanas tombadas como patrimônio histórico e cultural, a faixa não edificável de que trata o § 2o poderá ser redefinida de maneira a atender aos parâmetros do ato do tombamento. Percebam, portanto, que constatada a existência de área de preservação permanente, total ou parcialmente, em núcleo urbano informal, a Reurb observará tais requisitos, sendo certo que se torna obrigatória a elaboração de estudos técnicos que justifiquem as melhorias ambientais em relação à situação anterior, inclusive por meio de compensações ambientais, quando for o caso. A MP 759 ressalta, ainda, os seguintes pontos: § 4º Na Reurb cuja ocupação tenha ocorrido às margens de reservatórios artificiais de água destinados à geração de energia ou ao abastecimento público, a faixa da área de preservação permanente consistirá na distância entre o nível máximo operativo normal e a cota máxima maximorum. Por fim, segundo Romeu Thomé (2015, pg. 321), a obrigação de recomposição da vegetação degradada possui natureza real e opera-se propter rem, sendo transmitida ao sucessor em caso de transferência de domínio ou posse do imóvel: Caso verificada a degradação da vegetação de APP, deverá o atual proprietário/possuidor/ocupante do imóvel recompor a vegetação suprimira Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 79 (ressalvados os usos autorizados pelo Código Florestal), mesmo que não tenha sido ele o responsável pela supressão. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 80 3 - BIBLIOGRAFIA AMADO, Frederico Di Trindade. DIREITO AMBIENTAL ESQUEMATIZADO. 5ª EDIÇÃO. Rio de Janeiro: Forense, 2014. SILVA, José Afonso da. DIREITO URBANÍSTICO BRASILEIRO. 7ª Edição. São Paulo: Malheiros Editores, 2015. THOMÉ, Romeu. Manual de Direito Ambiental. 5ª edição. Salvador: Juspodivm, 2015. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 81 4 - RESUMO DA AULA 1. O parcelamento do solo urbano poderá ocorrer de duas formas: através de loteamento ou desmembramento. 2. O desmembramento é a subdivisão da gleba também em lotes destinados a edificação, mas sem alteração nas vias de circulação, aproveitando-se o sistema viário existente (inexistirá abertura de novas vias e logradouros públicos, nem prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes. 3. A Lei 9.785/99 acrescentou à norma estudada a possibilidade de se exigir uma infraestrutura básica diferenciada para parcelamentos situados em Zonas Habitacionais de Interesse Social (ZHIS) assim declaradas por lei. 4. A Lei 13.645/2017 procurou regularizar uma situação bastante corriqueira no Brasil: os diversos condomínios de loteamentos existentes onde o Empreendedor loteava uma gleba de terra e vendia os lotes individualizados sem casas construídas, mas os compradores não conseguiam constituir um condomínio. 5. O parcelamento do solo para fins urbanos não será possível, via de regra em áreas rurais. É que somente se admite o parcelamento em áreas urbanas, em zonas consideradas como de expansão urbana ou em zonas de urbanização específica. 6. Os requisitos urbanísticos do loteamento estão previstos nos artigos 4 e 5 da Lei 6.766/79. O artigo 4º traz exigências mínimas que os loteamentos deverão atender, como: I – Áreas de circulação mínimas e espaços livres de uso público, além de área destinada à implantação de equipamento urbano comunitário, todos proporcionais à densidade de ocupação prevista para a zona respectiva; II – Lotes com área mínima de 125 m² e frente mínima de cinco metros; As exceções dizem respeito às urbanizações específicas ou edificações de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes; Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 82 III – Reserva obrigatória de uma faixa não-edificável mínima de 15 metros de cada lado em faixas de domínio público em rodovias e ferrovias e também ao longo de águas correntes e dormentes; Legislação específica pode ampliar tais exigências. IV – As vias do loteamento devem harmonizar-se com a topografia local e articular-se com as vias adjacentes oficiais; 7. A lei 6.766/79 estabelece ainda a possibilidade de o Poder Público exigir para cada loteamento reservas de áreas sem construção alguma (áreas non aedificandi) destinada a equipamentos urbanos. Ou seja, o Poder Público garante uma reserva de área para que no futuro possa construir equipamentos públicos. 8. Conforme previsão do parágrafo único, do artigo 5º, são urbanos os equipamentos públicos destinados aos serviços públicos essenciais como abastecimento de água, esgoto, energia elétrica, telefone, gás canalizado e coleta de águas das chuvas. 9. Antes de elaborar o projeto de loteamento, caberá ao interessado solicitar à Prefeitura Municipal (ou DF) que defina as diretrizes do uso do solo, bem como o traçado dos lotes, do sistema viário e das áreas reservadas para equipamentos urbano e comunitário. O interessado apresenta, então, requerimento com as plantas do imóvel e projeto com as divisas da gleba e demais requisitos do artigo 6º, da Lei 6.766/79. 10. A Prefeitura, quando for o caso, indicará nas plantas apresentadas, de acordo com as diretrizes de planejamento estadual e municipal o traçado básico do sistema viário principal, bem como a localização dos terrenos destinados a equipamento urbano e comunitário das áreas livres de uso e demais aspectos constantes no artigo 7º. 11. De acordo com o artigo 8º, tanto os Municípios com menos de cinquenta mil habitantes, como os Municípios cujo plano diretor já tenha diretrizes de urbanização para aquela determinada zona em que se situe o parcelamento, poderão dispensara fase de fixação das diretrizes previstas nos dispositivos 6º e 7º da Lei 6.766/79. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 83 12. O interessado em um projeto de desmembramento deverá apresentar requerimento à Prefeitura Municipal acompanhado de certidão atualizada da matrícula da gleba, expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis e da planta do imóvel correspondente. 13. Os projetos devem ser aprovados pela Prefeitura Municipal a quem compete a fixação de diretrizes e, uma vez aprovado, o projeto deve ser executado respeitando o prazo constante no cronograma de execução, sob pena de caducidade da aprovação. 14. Quando o loteamento estiver localizado em área do município integrante de região metropolitana, o exame e a anuência prévia à aprovação dos projetos caberão à autoridade metropolitana. 15. A partir da aprovação do loteamento, o loteador não poderá alterar a destinação dos espaços livres de uso comum, as vias e praças, as áreas destinadas a edifícios públicos e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e do memorial descritivo. 16. Aprovado o projeto de loteamento ou desmembramento, a Lei 6.766/79 estabelece que deve o loteador submetê-lo ao registro imobiliário. E, acaso não o faça no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, ocorrerá a caducidade do projeto. 17. A eventual existência de protestos, de ações pessoais ou de ações penais, exceto as referentes a crime contra o patrimônio e contra a administração, não impedirá o registro do loteamento se o requerente comprovar que esses protestos ou ações não poderão prejudicar os adquirentes dos lotes. 18. Nenhum lote poderá situar-se em mais de uma circunscrição, sendo certo que não poderá o interessado processar simultaneamente em diferentes cartórios pedidos de registro do mesmo loteamento. Tal prática enseja a nulidade dos atos praticados. 19. Acaso denegado o registro em qualquer das circunscrições, essa decisão será comunicada pelo Oficial de Registros de Imóveis a todos os demais, para efeito de cancelamento dos registros feitos. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 84 20. Caso o parcelamento do solo seja implantado e não registrado, o Município poderá requerer o registro das áreas destinadas a uso público que passarão a integrar seu patrimônio. Nesta hipótese, precisará apenas da planta de parcelamento elaborada pelo loteador ou aprovada pelo Município e de declaração que o parcelamento se encontra implantado. 21. A Prefeitura e o Estado só poderão se opor ao cancelamento do registro de loteamento se disto resultar inconveniente comprovado para o desenvolvimento urbano ou se já se tiver realizado qualquer melhoramento na área loteada ou adjacências. 22. Os compromissos de compra e venda bem como qualquer outro que atribua direito a adjudicação compulsória dos lotes, acaso estejam registrados, conferem direito real oponível a terceiros. Além disso, tais compromissos são irretratáveis. 23. Os compromissos de compra e venda, as cessões e as promessas de cessão valerão como título para o registro da propriedade do lote adquirido, quando acompanhados da respectiva prova de quitação. 24. A alteração do loteamento registrado depende de acordo entre o loteador e os adquirentes de lotes atingidos pela alteração. Além disso, necessária a aprovação pela Prefeitura e o registro no Cartório de Imóveis. 25. O adquirente do terreno mediante ato inter vivos ou causa mortis deverá suceder o transmitente em todos os seus direitos e obrigações, ficando, inclusive, os compromissos de compra e venda eventualmente firmados. Qualquer disposição em contrário será nula. 26. Já os adquirentes dos lotes poderão transferir seus direitos por simples trespasse lançado no verso das vias em poder das partes ou por instrumento em separado. Tal cessão não depende da anuência do loteador, contudo, necessária a notificação do loteador ou o registro da cessão para que sejam produzidos efeito em relação a este. 27. Não poderá o loteador rescindir contratos com adquirentes inadimplentes, eis que o artigo 39 estabelece ser nula de pleno direito qualquer cláusula que possibilite a rescisão do contrato por inadimplemento, quando irregular o loteamento. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 85 28. Suspendendo o pagamento das prestações, deverá o adquirente começar a depositá-las no cartório de Imóveis que as depositará em algum banco. A movimentação destes valores dependerá de prévia autorização judicial. 29. Ao demonstrar que regularizou o loteamento, o loteador comparece a juízo e solicita uma autorização para levantar os valores depositados. Neste caso, necessária a citação da Prefeitura e a oitiva do Ministério Público. 30. Reconhecida a regularidade do loteamento, o loteador deverá promover a notificação de todos os adquirentes dos lotes para que passem a pagar diretamente a ele as prestações restantes. 31. Contudo, acaso o loteador não atenda às notificações no prazo legal, ou em casos onde a própria Prefeitura regularize o empreendimento, não poderá o empreendedor exigir o recebimento das prestações depositadas. 32. Quanto aos valores pagos pela Prefeitura para regulariza o loteamento, caso não sejam integralmente ressarcidas, poderão ser exigidas do loteador. A Prefeitura poderá, inclusive, promover eventual Ação Cautelar para assegurar o integral ressarcimento com os gastos de regularização do loteamento. 33. Mesmo que haja a execução do loteamento não aprovado, as áreas públicas exigidas por lei devem ser mantidas, sem prejuízo das sanções administrativas, civis e criminais. Neste caso, deverá o loteador ressarcir a Prefeitura em pecúnia em valor equivalente ao dobro da diferença entre a área exigida e a efetivamente destinada. 34. Quanto a eventual processo de desapropriação nos terrenos loteados, a Lei 6.766/79 estabelece que não serão considerados como loteados ou loteáveis os terrenos objetos de desmembramento ou loteamento não registrado. Contudo, apenas os terrenos ainda não vendidos ou compromissados. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 86 35. Tanto o loteador quanto os vizinhos são partes legítimas para promover ação destinada a impedir a construção em desacordo com as normas legais ou contratuais. Tal direito do loteador permanece, ainda que tenha vendido todos os lotes. 36. Se o loteador integrar grupo econômico, qualquer pessoa física ou jurídica beneficiária do grupo será solidariamente responsável pelos prejuízos causados aos compradores de lotes e ao Poder Público. 37. É considerado crime contra a Administração Pública dar início ou efetuar loteamento ou desmembramento para fins urbanos sem autorização do órgão competente ou em desacordo com as normas legais. 38. Efetuar o registro de loteamento ou desmembramento não aprovado pelos órgãos competentes também é crime sujeito à pena de detenção e multa. 39. Ao Poder Público não se aplicam as exigências e sanções aplicáveis aos particulares, em especial aquelas que visem garantir a realização de obras e serviços, ou que visem prevenir questões de domínio de glebas, que se presumirão asseguradas pelo Poder Público respectivo. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior SouzaFerreira 87 5 – QUESTÕES OBJETIVAS 5.1 - QUESTÕES DE PROCURADORIAS 1. (CESPE - Proc Mun (Fortaleza)/Pref Fortaleza/2017) Com relação a direitos reais, parcelamento do solo urbano, locação e registros públicos, julgue o item seguinte. Embora o município tenha o dever de fiscalizar para impedir a realização de loteamento irregular, ante a responsabilidade pelo uso e pela ocupação do solo urbano, a regularização está no âmbito da discricionariedade, conforme entendimento pacificado no STJ. Certo Errado 2. (CESPE - Proc Mun (Fortaleza)/Pref Fortaleza/2017) A respeito de parcelamento do solo, impacto de vizinhança, regularização fundiária de interesse social, desapropriação e tombamento, julgue o item a seguir com base na legislação urbanística. No âmbito do parcelamento do solo urbano, desmembramento corresponde à subdivisão de gleba em lotes destinados à edificação, com abertura de novas vias de circulação e criação de logradouros públicos. Certo Errado 3. (CESPE - Proc Mun (Fortaleza)/Pref Fortaleza/2017) Considerando a jurisprudência majoritária e atual dos tribunais superiores, julgue o item subsequente. Para o STJ, se parte de um imóvel urbano for declarada pelo poder público área de preservação permanente, ficará afastada a titularidade do proprietário em relação a essa porção do imóvel. Uma vez transformada em área de preservação permanente, a porção é retirada do domínio privado e passa a ser considerada bem público para todos os efeitos, incluindo-se os tributários. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 88 Certo Errado 4. (CESPE - Proc (João Pessoa)/Pref João Pessoa/2018) Após ter adquirido um lote a ser pago em prestações, o comprador verificou que o loteamento não se encontrava registrado. Nessa situação hipotética, a lei que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano indica que o adquirente do bem deve a) comunicar o fato ao Ministério Público. b) registrar ocorrência policial. c) exigir do loteador a anulação do contrato. d) notificar o fato ao órgão municipal competente. e) suspender o pagamento das prestações. 5. (CESPE - Proc (João Pessoa)/Pref João Pessoa/2018) O ministério público local tomou conhecimento do loteamento irregular de determinada área para fins urbanos. O parquet constatou que o loteamento não possuía autorização do órgão público competente e estava em desacordo com as normas do município. Nesse caso, o responsável pelo loteamento irregular cometeu crime contra a administração pública, que, de acordo com a Lei n.º 6.766/1979, será qualificado se tiver sido cometido a) por agente público no exercício de suas funções. b) pela definição de lotes de área inferior a 80 m2. c) para venda de lote sem registro no cartório de registro de imóveis competente. d) em área de preservação ambiental sujeita a regime especial de uso. e) em área de reserva legal averbada na matrícula do imóvel. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira ==1bd45a== 89 6. (CESPE - Proc (João Pessoa)/Pref João Pessoa/2018) Um proprietário de determinada área urbana de quarenta hectares abriu novas vias e designou pequenas parcelas do terreno para venda a terceiros, com a finalidade de construção de moradias em sistema de condomínio. Nessa situação hipotética, esse proprietário realizou a) o loteamento da sua propriedade, que deverá conter lotes de, no mínimo, 125 m2. b) o desmembramento da sua propriedade, que deverá conter lotes de, no mínimo, 125 m2. c) o loteamento da sua propriedade, que deverá conter lotes de, no máximo, 125 m2. d) o desmembramento de sua propriedade, devendo solicitar à prefeitura local a definição de diretrizes para uso do solo, mediante apresentação da planta do imóvel, que deverá conter as divisas da gleba desmembrada. e) o loteamento de sua propriedade, devendo solicitar à prefeitura local a aprovação do projeto, mediante apresentação da planta do imóvel, que deverá conter a indicação das vias existentes e dos loteamentos próximos. 7. (VUNESP - Proc Mun (Rosana)/Pref Rosana/2016) Os lotes urbanos, para fins de loteamento e parcelamento do solo, conforme estabelecido na Lei nº 6.766/79, quando o loteamento se destinar a edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes, poderão ter área mínima a) de 150 m2. b) menor que 125 m2. c) entre 130 e 150 m2. d) entre 150 e 250 m2. e) de 250 m2. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 90 8. (VUNESP - Proc Mun (Pref SJRP)/Pref SJRP/2014) Com relação ao parcelamento do solo urbano, previsto na Lei Federal n.º 6.766, de 19 de dezembro de 1979 (Lei Lehmann), é correto afirmar que os loteamentos deverão atender, pelo menos, ao seguinte requisito: a) mesmo na hipótese do loteamento destinar-se a urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes, os lotes não poderão ter área mínima inferior a 125 m2 (cento e vinte e cinco metros quadrados). b) ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das rodovias e ferrovias, será facultativa a reserva de uma faixa não-edificável de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exigências da legislação específica. c) ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das rodovias e ferrovias, será obrigatória a reserva de uma faixa não-edificável de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exigências da legislação específica. d) as vias de loteamento não necessitam, obrigatoriamente, articular-se com as vias adjacentes oficiais, existentes ou projetadas, e harmonizar-se com a topografia local. e) a legislação estadual definirá, para cada zona em que se divida o território do Município, os usos permitidos e os índices urbanísticos de parcelamento e ocupação do solo. 9. (VUNESP - Proc Mun (Pref SJRP)/Pref SJRP/2014) A Lei n.º 6.766, de 19 de dezembro de 1979, que dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras providências, estabelece sobre os contratos que: a) são retratáveis os compromissos de compra e venda e as cessões que, registrados, confiram direito real oposto a terceiros. b) as promessas de cessão e as cessões deverão ser feitas por escritura pública. c) os firmados por procurador de uma das partes terão a respectiva procuração arquivada em cartório de registro de documentos com dois translados para o registro imobiliário. d) a sentença declaratória de falência ou da insolvência de qualquer das partes não rescindirá os contratos e compromisso de compra e venda ou de promessa de cessão que tenham por objeto a área loteada ou lotes da mesma. e) o contrato particular pode ser transferido por trespasse, mas a cessão depende da anuência do loteador. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 91 10. (VUNESP - Proc Mun (Pref SJRP)/Pref SJRP/2014) O parcelamento do solo urbano, segundo a Lei n.º 6.766/79, poderá ser feito mediante loteamento ou desmembramento. A referida Lei considera a) zona habitacional o terreno servido de infraestrutura básica cujas dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos por lei estadual para a zona regional em que esteja situado. b) loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de vias de circulação já existentes e modificaçãode equipamentos públicos. c) desmembramento a divisão de gleba em lotes destinados à edificação, com abertura de novas vias e aproveitamento do sistema viário já existente. d) infraestrutura básica dos parcelamentos, a constituída pelos equipamentos de caráter misto de escoamento das águas pluviais, esgotamento sanitário e vias de canalização de água para dessedentação de animais. e) lote o terreno servido de infraestrutura básica cujas dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que se situe. 11. (FCC - Proc (São Luís)/Pref SL/2016) Sobre o parcelamento do solo urbano, é correto afirmar que: a) são tipos de parcelamento o loteamento, o remembramento, o desdobro e o desmembramento. b) o Poder Público municipal poderá indeferir por discricionariedade o projeto de loteamento. c) é crime contra Administração Pública, com pena de reclusão, lotear sem as devidas autorizações municipais. d) gleba ocupada por moradia social desordenadamente não pode ser objeto de parcelamento. e) em qualquer parcelamento, os lotes serão de, no mínimo, 100 metros quadrados. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 92 12. (FCC - Proc (Cuiabá)/Pref Cuiabá/2014) São atos sujeitos ao registro na matrícula do imóvel: a) notificação para parcelamento, edificação ou utilização compulsórios de imóvel urbano. b) servidões em geral. c) mudança de denominação e de numeração dos prédios, edificação, reconstrução, demolição, desmembramento e loteamento de imóveis. d) caução e cessão fiduciária de direitos relativos a imóveis. e) cláusulas de inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabilidade impostas a imóveis, bem como a constituição de fideicomisso. 13. (FCC - Proc (Cuiabá)/Pref Cuiabá/2014) A respeito dos requisitos urbanísticos para loteamentos, considere: I. As áreas destinadas a sistemas de circulação, a implantação de equipamento urbano e comunitário, bem como a espaços livres de uso público, serão proporcionais à densidade de ocupação prevista pelo plano diretor ou aprovada por lei municipal para a zona em que se situem. II. Os lotes terão área mínima de 250 m2 (duzentos e cinquenta metros quadrados) e frente mínima de 10 (dez) metros, salvo quando o loteamento se destinar a urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes. III. Ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das rodovias e ferrovias, será obrigatória a reserva de uma faixa não edificável de 30 (trinta) metros de cada lado, salvo maiores exigências da legislação específica. Está correto o que se afirma APENAS em Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 93 a) III. b) I e III. c) I e II. d) I. e) II e III. 14. (FCC - Proc (Cuiabá)/Pref Cuiabá/2014) A respeito do registro do loteamento no Cartório de Registro de Imóveis, é correto afirmar que a) a existência de ações pessoais impedirá o registro do loteamento, independentemente de qualquer justificativa ou comprovação por parte do requerente. b) aprovado o projeto de loteamento, o loteador deverá submetê-lo ao registro imobiliário dentro de 60 dias, sob pena de caducidade da aprovação. c) o pedido de registro do loteamento deverá ser instruído, dentre outros documentos, com certidões negativas de ações penais com respeito ao crime contra o patrimônio e contra a Administração Pública. d) a existência de protestos impedirá o registro do loteamento, independentemente de qualquer justificativa ou comprovação por parte do requerente. e) a declaração do cônjuge do requerente de que consente no registro do loteamento dispensará o consentimento deste para os atos de alienação ou promessa de alienação de lotes, ou de direitos a eles relativos, que venham a ser praticados pelo seu cônjuge. 15. (FCC - Proc (Teresina)/Pref Teresina/2010) Em relação aos loteamentos urbanos, é INCORRETO afirmar que a) o Município não poderá expropriar áreas urbanas ou de expansão urbana para reloteamento, demolição, reconstrução e incorporação. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 94 b) os interessados em elaborar projetos de loteamento deverão solicitar à Prefeitura Municipal que defina as diretrizes para o uso do solo, o traçado dos lotes, do sistema viário, dos espaços livres e das áreas reservadas para equipamento urbano e comunitário. c) os espaços livres de uso comum, as vias e praças e áreas destinadas a outros equipamentos urbanos constantes do projeto não poderão ter sua destinação alterada pelo loteador, desde a aprovação do loteamento, salvo em caso de caducidade da licença ou desistência do loteador. d) aprovado o projeto de loteamento ou de desmembramento, o loteador deverá submetê-lo ao Registro Imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de caducidade da aprovação. e) a Prefeitura Municipal poderá, para assegurar a regularização do loteamento ou desmembramento, bem como o ressarcimento integral de importâncias despendidas ou a despender, promover judicialmente os procedimentos cautelares necessários a tais fins. 16. (CESPE - Proc Mun (BH)/Pref BH/2017) Chamado para analisar projetos de parcelamento de solo urbano em áreas impróprias, determinado procurador municipal verificou hipótese de proibição absoluta. Com base nas disposições da Lei n.º 6.766/1979, é correto afirmar tratar-se, na situação, de parcelamento do solo em terrenos a) onde as condições geológicas não aconselham a edificação. b) alagadiços e sujeitos a inundações. c) aterrados com material nocivo à saúde pública. d) com declividade igual ou superior a 30%. 17. (CESPE - Proc (PGE SE)/PGE SE/2017) Uma construtora realizou parcelamento de solo urbano, mediante loteamento, sem observância das disposições legais. Nesse caso, de acordo com o entendimento do STJ, a) o município tem responsabilidade solidária pela regularização do loteamento, devendo pagá-la ainda que o loteador possa fazê-lo. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 95 b) a responsabilidade do município em regularizar o loteamento, embora discricionária, é de execução imediata. c) a regularização do loteamento deverá ser decidida em ação civil pública. d) o poder da administração pública de regularizar o loteamento é discricionário. e) o município terá o poder-dever para regularizar o loteamento. 18. (VUNESP - Proc (Pref Marília)/Pref Marília/2017) Pedro obteve a aprovação, pela Prefeitura Municipal, de um projeto de loteamento, bem como promoveu o registro do mesmo perante o Cartório de Registro de Imóveis. Houve o início das vendas, que foram um sucesso: em menos de 5 meses, 90% dos lotes foram vendidos. Em razão do sucesso das vendas, Pedro apresentou uma proposta de alteração do loteamento, visando reduzir em 50% as áreas antes previstas para equipamentos urbanos, com o intuito de aumentar o número de lotes para venda. É correto que a municipalidade a) poderá concordar com a proposta de alteração apresentada por Pedro, tendo em vista que irá aumentar o número de moradores e melhorar a arrecadação do IPTU. b) somente poderá concordar se ainda não efetuou o registro em seu nome dos equipamentos urbanos constantes do projeto e do memorial descritivo. c) poderá concordar com a proposta,mesmo que tenha feito o registro em seu nome dos equipamentos urbanos constantes do projeto e do memorial descritivo. d) poderá concordar, desde que sejam previstas medidas compensatórias, independentemente de ter realizado ou não o registro dos equipamentos urbanos. e) não poderá concordar com a proposta porque, desde a aprovação do loteamento, as áreas dos equipamentos urbanos passaram a ser bens públicos, independentemente do registro. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 96 5.2 – QUESTÕES DE DEFENSORIA 1. (FMP - DP RO/DPE RO/2010) Tendo como base o regramento instituído pela Lei do Parcelamento do Solo Urbano – Lei Federal n.º 6.766/79, analise as assertivas que seguem. I. Considera-se lote o terreno servido de infra-estrutura básica cujas dimensões não sejam menores do que o equivalente a setenta metros quadrados e, além disso, atendam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que se situe. II. A infraestrutura básica dos parcelamentos situados nas zonas habitacionais declaradas por lei como de interesse social (ZHIS) consistirá, no mínimo, de vias de circulação, escoamento das águas pluviais, rede para o abastecimento de água potável e soluções para o esgotamento sanitário e para a energia elétrica domiciliar. III. Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas, de expansão urbana ou de urbanização específica, assim definidas pelo plano diretor ou aprovadas por lei municipal. IV. Consideram-se urbanos os equipamentos públicos de abastecimento de água, serviços de esgotos, energia elétrica, coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado. Quais são corretas? a) Apenas a I, a II e a III. b) Apenas a I, a II e a IV. c) Apenas a I, a III e a IV. d) Apenas a II, a III e a IV. e) Todas elas. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 97 2. (FCC - ADP (DPE SP)/DPE SP/Arquiteto/2010) Em loteamentos, considerando os requisitos urbanísticos exigidos pela Lei no 6.766/76, os lotes terão área a) mínima de 125 m2 e frente mínima de 5 metros. b) mínima de 125 m2 e frente mínima de 5 metros, apenas para conjuntos habitacionais de interesse social. c) mínima de 150 m2 e frente mínima de 5 metros. d) proporcional à densidade de ocupação prevista nos planos diretores ou aprovada por lei municipal para a zona em que se situem. e) mínima de 125 m2 e frente mínima de 8 metros. 3. (FCC - DP MA/DPE MA/2003) A Lei nº 6.766, de 19/12/1979, ao dispor que nos loteamentos urbanos "os lotes terão área mínima de 125 m² (cento e vinte e cinco metros quadrados)", estabelece sobre estes a) fungibilidade. b) indivisibilidade convencional. c) indivisibilidade legal. d) intangibilidade. e) a qualidade de imóveis para efeitos legais. 4. (CESPE - DP DF/DP DF/2006) Julgue o item a seguir, acerca do regime jurídico dos loteamentos e dos zoneamentos. Promover o adequado ordenamento territorial por meio da regularização não é somente dar legalidade formal a uma situação ilegal, mas, sim, executar saneamento básico, atenuar danos ecológicos e garantir que os habitantes do local em situação de ilegalidade não sofram qualquer tipo de risco a que porventura tenham sido expostos pelo mau loteador. Diante disso, não é mera faculdade do município ou do DF promover a adequada regularização, mas, sim, poder-dever. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 98 Certo Errado Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 99 6 - GABARITOS 6.1 - QUESTÕES DE PROCURADORIAS 1. ERRADO 2. ERRADO 3. ERRADO 4. E 5. C 6. A 7. B 8. C 9. D 10. E 11. C 12. B 13. D 14. C 15. A 16. A 17. E 18. E 6.2 - QUESTÕES DE DEFENSORIA 1. D 2. A 3. C 4. CERTO Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 100 7 - COMENTÁRIOS 7.1 - QUESTÕES DE PROCURADORIAS 1. (CESPE - Proc Mun (Fortaleza)/Pref Fortaleza/2017) Com relação a direitos reais, parcelamento do solo urbano, locação e registros públicos, julgue o item seguinte. Embora o município tenha o dever de fiscalizar para impedir a realização de loteamento irregular, ante a responsabilidade pelo uso e pela ocupação do solo urbano, a regularização está no âmbito da discricionariedade, conforme entendimento pacificado no STJ. Certo Errado Comentários Gabarito, ERRRADO. Eis importante julgado do STJ: ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LOTEAMENTO IRREGULAR. DANO AMBIENTAL. RESPONSABILIDADE DO MUNICÍPIO. ART. 40 DA LEI N. 6.766/79. PODER-DEVER. PRECEDENTES. 1. O art. 40 da Lei 6.766/79, ao estabelecer que o município "poderá regularizar loteamento ou desmembramento não autorizado ou executado sem observância das determinações do ato administrativo de licença", fixa, na verdade, um poder-dever, ou seja, um atuar vinculado da municipalidade. Precedentes. 2. Consoante dispõe o art. 30, VIII, da Constituição da República, compete ao município "promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano". 3. Para evitar lesão aos padrões de desenvolvimento urbano, o Município não pode eximir-se do dever de regularizar loteamentos irregulares, se os loteadores e responsáveis, devidamente notificados, deixam de proceder com as obras e melhoramentos indicados pelo ente público. 4. O fato de o município ter multado os loteadores e embargado as obras realizadas no loteamento em nada muda o panorama, devendo proceder, ele próprio e às expensas do loteador, nos termos da responsabilidade que lhe é atribuída pelo art. 40 da Lei 6.766/79, à regularização do loteamento executado sem observância das determinações do ato administrativo de licença. 5. No caso, se o município de São Paulo, mesmo após a aplicação da multa e o embargo da obra, não avocou para Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 101 si a responsabilidade pela regularização do loteamento às expensas do loteador, e dessa omissão resultou um dano ambiental, deve ser responsabilizado, conjuntamente com o loteador, pelos prejuízos dai advindos, podendo acioná-lo regressivamente. 6. Recurso especial provido. (REsp 1.113.789/SP, Rel.: Min. Castro Meira, j. em 16.06.2009, p. em DJe 29.06.2009) 2. (CESPE - Proc Mun (Fortaleza)/Pref Fortaleza/2017) A respeito de parcelamento do solo, impacto de vizinhança, regularização fundiária de interesse social, desapropriação e tombamento, julgue o item a seguir com base na legislação urbanística. No âmbito do parcelamento do solo urbano, desmembramento corresponde à subdivisão de gleba em lotes destinados à edificação, com abertura de novas vias de circulação e criação de logradouros públicos. Certo Errado Comentários Gabarito, ERRADO. A questão procurou confundir os conceitos de loteamento e desmembramento, nos termos da Lei 6.766/79, artigo 2º. Segundo o referido dispositivo legal, o parcelamento do solo urbano poderá ocorrer de duas formas: através de loteamento ou desmembramento. Art. 2º. O parcelamento do solo urbano poderá serfeito mediante loteamento ou desmembramento, observadas as disposições desta Lei e as das legislações estaduais e municipais pertinentes. E o que seria um loteamento? A própria norma explica a definição de loteamento, tratando-se de uma subdivisão da gleba em lotes destinados a edificação, desde que haja alteração nas vias de circulação existentes (abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos, prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes). Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 102 § 1º - Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes. E o que seria um desmembramento? Já o desmembramento é a subdivisão da gleba também em lotes destinados a edificação, mas sem alteração nas vias de circulação, aproveitando-se o sistema viário existente (inexistirá abertura de novas vias e logradouros públicos, nem prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes. § 2º- considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes. 3. (CESPE - Proc Mun (Fortaleza)/Pref Fortaleza/2017) Considerando a jurisprudência majoritária e atual dos tribunais superiores, julgue o item subsequente. Para o STJ, se parte de um imóvel urbano for declarada pelo poder público área de preservação permanente, ficará afastada a titularidade do proprietário em relação a essa porção do imóvel. Uma vez transformada em área de preservação permanente, a porção é retirada do domínio privado e passa a ser considerada bem público para todos os efeitos, incluindo-se os tributários. Certo Errado Comentários Gabarito, ERRADO. Se parte de um imóvel for declarada como área non aedificandi, a exemplo das Áreas de Preservação Permanente, estas continuam sendo de propriedade do particular e, além disso, o IPTU continuará a incidir normalmente. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 103 A Lei 6.766/79 estabelece a necessidade de se reservar nos loteamentos áreas non aedificandi: Art. 4º. Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: (...) III - ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das rodovias e ferrovias, será obrigatória a reserva de uma faixa não-edificável de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exigências da legislação específica; Art. 5º. O Poder Público competente poderá complementarmente exigir, em cada loteamento, a reserva de faixa non aedificandi destinada a equipamentos urbanos. Parágrafo único - Consideram-se urbanos os equipamentos públicos de abastecimento de água, serviços de esgostos, energia elétrica, coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado. Mas e em relação ao IPTU? O proprietário de imóvel que possui área non aedificandi precisa pagar IPTU sobre o valor total da propriedade ou apenas sobre o valor edificável? Esta discussão chegou ao STJ, onde os contribuintes argumentavam que a ausência de disposição total da propriedade não poderia ensejar o pagamento do IPTU sobre o imóvel integral. Alegavam, pois, que estavam pagando o tributo sobre toda a propriedade quando apenas poderiam dispor de parte dela, dada a necessidade da limitação administrativa quanto à impossibilidade de edificação no terreno como um todo. Contudo, o STJ não aceitou tais argumentos. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 104 É que o fato gerador do IPTU (propriedade de imóvel urbano) permanece íntegro, qual seja, a propriedade localizada na zona urbana do município. A restrição parcial à utilização do imóvel não pode afastar a incidência do tributo. TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. IPTU. LIMITAÇÃO DE USO, GOZO E FRUIÇÃO. REEXAME DE FATOS E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. ARTS. 175, I E II, E 176 DO CTN. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 282 E 356 DO STF. 1. Nos termos da jurisprudência pacífica do STJ, a restrição à utilização parcial da propriedade não afasta a incidência do Imposto Predial e Territorial Urbano, uma vez que o fato gerador da exação permanece íntegro, qual seja, a propriedade localizada na zona urbana do município. (...) (AgRg no REsp 1564422/DF, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/12/2015, DJe 10/02/2016). 4. (CESPE - Proc (João Pessoa)/Pref João Pessoa/2018) Após ter adquirido um lote a ser pago em prestações, o comprador verificou que o loteamento não se encontrava registrado. Nessa situação hipotética, a lei que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano indica que o adquirente do bem deve a) comunicar o fato ao Ministério Público. b) registrar ocorrência policial. c) exigir do loteador a anulação do contrato. d) notificar o fato ao órgão municipal competente. e) suspender o pagamento das prestações. Comentários Gabarito, letra E. Conforme art. 38 da Lei nº 6.766/79: Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 105 Art. 38. Verificado que o loteamento ou desmembramento não se acha registrado ou regularmente executado ou notificado pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, deverá o adquirente do lote suspender o pagamento das prestações restantes e notificar o loteador para suprir a falta. As demais alternativas não encontram respaldo legal. 5. (CESPE - Proc (João Pessoa)/Pref João Pessoa/2018) O ministério público local tomou conhecimento do loteamento irregular de determinada área para fins urbanos. O parquet constatou que o loteamento não possuía autorização do órgão público competente e estava em desacordo com as normas do município. Nesse caso, o responsável pelo loteamento irregular cometeu crime contra a administração pública, que, de acordo com a Lei n.º 6.766/1979, será qualificado se tiver sido cometido a) por agente público no exercício de suas funções. b) pela definição de lotes de área inferior a 80 m2. c) para venda de lote sem registro no cartório de registro de imóveis competente. d) em área de preservação ambiental sujeita a regime especial de uso. e) em área de reserva legal averbada na matrícula do imóvel. Comentários Gabarito, letra C. Conforme art. 50, p. único, inciso I da referida lei: Art. 50. Constitui crime contra a Administração Pública. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 106 Pena: Reclusão, de 1(um) a 4 (quatro) anos, e multa de 5 (cinco) a 50 (cinqüenta) vezes o maior salário mínimo vigente no País. Parágrafo único - O crime definido neste artigo é qualificado, se cometido. I - por meio de venda, promessa de venda, reserva de lote ou quaisquer outros instrumentos que manifestem a intenção de vender lote em loteamento ou desmembramento não registrado no Registro de Imóveis competente. As demais alternativas não possuem respaldo legal. 6. (CESPE - Proc (João Pessoa)/Pref João Pessoa/2018) Um proprietário de determinada área urbana de quarenta hectaresabriu novas vias e designou pequenas parcelas do terreno para venda a terceiros, com a finalidade de construção de moradias em sistema de condomínio. Nessa situação hipotética, esse proprietário realizou a) o loteamento da sua propriedade, que deverá conter lotes de, no mínimo, 125 m2. b) o desmembramento da sua propriedade, que deverá conter lotes de, no mínimo, 125 m2. c) o loteamento da sua propriedade, que deverá conter lotes de, no máximo, 125 m2. d) o desmembramento de sua propriedade, devendo solicitar à prefeitura local a definição de diretrizes para uso do solo, mediante apresentação da planta do imóvel, que deverá conter as divisas da gleba desmembrada. e) o loteamento de sua propriedade, devendo solicitar à prefeitura local a aprovação do projeto, mediante apresentação da planta do imóvel, que deverá conter a indicação das vias existentes e dos loteamentos próximos. Comentários Gabarito, letra A. O item está de acordo com o art.4º, II da Lei 6.766/79. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 107 Art. 4º. Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: II - os lotes terão área mínima de 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando o loteamento se destinar a urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes; 7. (VUNESP - Proc Mun (Rosana)/Pref Rosana/2016) Os lotes urbanos, para fins de loteamento e parcelamento do solo, conforme estabelecido na Lei nº 6.766/79, quando o loteamento se destinar a edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes, poderão ter área mínima a) de 150 m2. b) menor que 125 m2. c) entre 130 e 150 m2. d) entre 150 e 250 m2. e) de 250 m2. Comentários Gabarito, letra B. O item está de acordo com o art.4º, II da Lei 6.766/79. Art. 4o Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: II - os lotes terão área mínima de 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando o loteamento se destinar a urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes; 8. (VUNESP - Proc Mun (Pref SJRP)/Pref SJRP/2014) Com relação ao parcelamento do solo urbano, previsto na Lei Federal n.º 6.766, de 19 de dezembro de 1979 (Lei Lehmann), é correto afirmar que os loteamentos deverão atender, pelo menos, ao seguinte requisito: Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 108 a) mesmo na hipótese do loteamento destinar-se a urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes, os lotes não poderão ter área mínima inferior a 125 m2 (cento e vinte e cinco metros quadrados). b) ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das rodovias e ferrovias, será facultativa a reserva de uma faixa não-edificável de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exigências da legislação específica. c) ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das rodovias e ferrovias, será obrigatória a reserva de uma faixa não-edificável de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exigências da legislação específica. d) as vias de loteamento não necessitam, obrigatoriamente, articular-se com as vias adjacentes oficiais, existentes ou projetadas, e harmonizar-se com a topografia local. e) a legislação estadual definirá, para cada zona em que se divida o território do Município, os usos permitidos e os índices urbanísticos de parcelamento e ocupação do solo. Comentários Gabarito, letra C. Conforme art. 4º, inciso III da lei: III - ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das rodovias e ferrovias, será obrigatória a reserva de uma faixa não-edificável de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exigências da legislação específica; Letra A: Poderão ter essa área mínima, conforme art. 4º, inciso II: II - os lotes terão área mínima de 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando o loteamento se destinar a urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes; Letra B: Não será facultativo, mas obrigatório: Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 109 III - ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das rodovias e ferrovias, será obrigatória a reserva de uma faixa não-edificável de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exigências da legislação específica; Letra D: Há sim essa necessidade: IV - as vias de loteamento deverão articular-se com as vias adjacentes oficiais, existentes ou projetadas, e harmonizar-se com a topografia local. Letra E: Quem definirá será a legislação municipal: § 1º A legislação municipal definirá, para cada zona em que se divida o território do Município, os usos permitidos e os índices urbanísticos de parcelamento e ocupação do solo, que incluirão, obrigatoriamente, as áreas mínimas e máximas de lotes e os coeficientes máximos de aproveitamento. 9. (VUNESP - Proc Mun (Pref SJRP)/Pref SJRP/2014) A Lei n.º 6.766, de 19 de dezembro de 1979, que dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras providências, estabelece sobre os contratos que: a) são retratáveis os compromissos de compra e venda e as cessões que, registrados, confiram direito real oposto a terceiros. b) as promessas de cessão e as cessões deverão ser feitas por escritura pública. c) os firmados por procurador de uma das partes terão a respectiva procuração arquivada em cartório de registro de documentos com dois translados para o registro imobiliário. d) a sentença declaratória de falência ou da insolvência de qualquer das partes não rescindirá os contratos e compromisso de compra e venda ou de promessa de cessão que tenham por objeto a área loteada ou lotes da mesma. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 110 e) o contrato particular pode ser transferido por trespasse, mas a cessão depende da anuência do loteador. Comentários Gabarito, letra D. Conforme parte inicial do art. 30 da lei: Art. 30. A sentença declaratória de falência ou da insolvência de qualquer das partes não rescindirá os contratos de compromisso de compra e venda ou de promessa de cessão que tenham por objeto a área loteada ou lotes da mesma. Se a falência ou insolvência for do proprietário da área loteada ou do titular de direito sobre ela, incumbirá ao síndico ou ao administrador dar cumprimento aos referidos contratos; se do adquirente do lote, seus direitos serão levados à praça. Letra A: São irretratáveis, conforme art. 25: Art. 25. São irretratáveis os compromissos de compra e venda, cessões e promessas de cessão, os que atribuam direito a adjudicação compulsória e, estando registrados, confiram direito real oponível a terceiros. Letra B: A obrigatoriedade de registro serve para o loteamento e não exatamente para a cessão e a promessa de cessão, que deverão acompanhar o registro no caso do efetivo loteamento.Letra C: A lei não prevê os dois traslados: § 2º Quando o contrato houver sido firmado por procurador de qualquer das partes, será obrigatório o arquivamento da procuração no registro imobiliário. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 111 Letra E: Independe da referida anuência, conforme art. 31: Art. 31. O contrato particular pode ser transferido por simples trespasse, lançado no verso das vias em poder das partes, ou por instrumento em separado, declarando-se o número do registro do loteamento, o valor da cessão e a qualificação do cessionário, para o devido registro. § 1º A cessão independe da anuência do loteador mas, em relação a este, seus efeitos só se produzem depois de cientificado, por escrito, pelas partes ou quando registrada a cessão. 10. (VUNESP - Proc Mun (Pref SJRP)/Pref SJRP/2014) O parcelamento do solo urbano, segundo a Lei n.º 6.766/79, poderá ser feito mediante loteamento ou desmembramento. A referida Lei considera a) zona habitacional o terreno servido de infraestrutura básica cujas dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos por lei estadual para a zona regional em que esteja situado. b) loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de vias de circulação já existentes e modificação de equipamentos públicos. c) desmembramento a divisão de gleba em lotes destinados à edificação, com abertura de novas vias e aproveitamento do sistema viário já existente. d) infraestrutura básica dos parcelamentos, a constituída pelos equipamentos de caráter misto de escoamento das águas pluviais, esgotamento sanitário e vias de canalização de água para dessedentação de animais. e) lote o terreno servido de infraestrutura básica cujas dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que se situe. Comentários Gabarito, letra E. O item é a literalidade do art.2º, §4º da Lei 6.766/79. Art. 2º O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou desmembramento, observadas as disposições desta Lei e as das legislações estaduais e municipais pertinentes. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 112 § 4º Considera-se lote o terreno servido de infra-estrutura básica cujas dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que se situe. Letra A. A lei não conceitua zona habitacional. Letra B. Conforme art. 2º, § 1, Lei 6.766/79: Art.2º, §1º Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes. Letra C. Conforme art. 2º, § 2º, Lei 6.766/79: Art. 2o, § 2o Considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes. Letra D. Conforme art. 2º, § 5º, Lei 6.766/79: Art. 2º, §5º A infra-estrutura básica dos parcelamentos é constituída pelos equipamentos urbanos de escoamento das águas pluviais, iluminação pública, esgotamento sanitário, abastecimento de água potável, energia elétrica pública e domiciliar e vias de circulação. 11. (FCC - Proc (São Luís)/Pref SL/2016) Sobre o parcelamento do solo urbano, é correto afirmar que: Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 113 a) são tipos de parcelamento o loteamento, o remembramento, o desdobro e o desmembramento. b) o Poder Público municipal poderá indeferir por discricionariedade o projeto de loteamento. c) é crime contra Administração Pública, com pena de reclusão, lotear sem as devidas autorizações municipais. d) gleba ocupada por moradia social desordenadamente não pode ser objeto de parcelamento. e) em qualquer parcelamento, os lotes serão de, no mínimo, 100 metros quadrados. Comentários Gabarito, letra C. Conforme art. 50, inciso I da Lei nº 6.766/79: Art. 50. Constitui crime contra a Administração Pública. I - dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo para fins urbanos, sem autorização do órgão público competente, ou em desacordo com as disposições desta Lei ou das normas pertinentes do Distrito Federal, Estados e Municipíos; Letra A: Os termos presentes na referida lei são apenas loteamento e desmembramento. Letra B: Será ato vinculado se o loteamento atender aos requisitos dispostos por lei do próprio ente. Letra D: Isso faz parte da política pública destinada à regularização fundiária. Destaque especial, assim, para as inovações da Lei nº 13.465/2017. Letra E: O limite é definido pelo art. 4º, inciso II da lei: Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 114 Art. 4º. Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: II - os lotes terão área mínima de 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando o loteamento se destinar a urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes; 12. (FCC - Proc (Cuiabá)/Pref Cuiabá/2014) São atos sujeitos ao registro na matrícula do imóvel: a) notificação para parcelamento, edificação ou utilização compulsórios de imóvel urbano. b) servidões em geral. c) mudança de denominação e de numeração dos prédios, edificação, reconstrução, demolição, desmembramento e loteamento de imóveis. d) caução e cessão fiduciária de direitos relativos a imóveis. e) cláusulas de inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabilidade impostas a imóveis, bem como a constituição de fideicomisso. Comentários Gabarito, letra B. O item está em conformidade com o art.167, “6” da Lei 6216/75. Art. 167 No Registro de Imóveis, além da matrícula, serão feitos: 6) das servidões em geral; As demais alternativas são justificadas com a leitura do art.167. da Lei 6216/75: Art. 167 No Registro de Imóveis, além da matrícula, serão feitos: Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 115 I - o registro: 1) da instituição de bem de família; 2) das hipotecas legais, judiciais e convencionais; 3) dos contratos de locação de prédios, nos quais tenha sido consignada cláusula de vigência no caso de alienação da coisa locada; 4) do penhor de máquinas e de aparelhos utilizados na indústria, instalados e em funcionamento, com os respectivos pertences ou sem eles; 5) das penhoras, arrestos e seqüestros de imóveis; 6) das servidões em geral; 7) do usufruto e do uso sobre imóveis e da habitação, quando não resultarem do direito de família; 8) das rendas constituídas sobre imóveis ou a eles vinculadas por disposição de última vontade; 9) dos contratos de compromisso de compra e venda de cessão deste e de promessa de cessão, com ou sem cláusula de arrependimento, que tenham por objeto imóveis não loteados e cujo preço tenha sido pago no ato de sua celebração, ou deva sê-lo a prazo, de uma só vez ou em prestações; 10) da enfiteuse; 11) da anticrese; 12) das convenções antenupciais;13) das cédulas de crédito rural; 14) das cédulas de crédito, industrial; 15) dos contratos de penhor rural; 16) dos empréstimos por obrigações ao portador ou debêntures, inclusive as conversíveis em ações; 17) das incorporações, instituições e convenções de condomínio; 18) dos contratos de promessa de venda, cessão ou promessa de cessão de unidades autônomas condominiais a que alude a Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, quando a incorporação ou a instituição de condomínio se formalizar na vigência desta Lei; Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 116 19) dos loteamentos urbanos e rurais; 20) dos contratos de promessa de compra e venda de terrenos loteados em conformidade com o Decreto-lei nº 58, de 10 de dezembro de 1937, e respectiva cessão e promessa de cessão, quando o loteamento se formalizar na vigência desta Lei; 21) das citações de ações reais ou pessoais reipersecutórias, relativas a imóveis; 22) das sentenças de desquite e de nulidade ou anulação de casamento, quando, nas respectivas partilhas, existirem imóveis ou direitos reais sujeitos a registro; 23) dos julgados e atos jurídicos entre vivos que dividirem imóveis ou os demarcarem inclusive nos casos de incorporação que resultarem em constituição de condomínio e atribuírem uma ou mais unidades aos incorporadores; 24) das sentenças que nos inventários, arrolamentos e partilhas, adjudicarem bens de raiz em pagamento das dívidas da herança; 25) dos atos de entrega de legados de imóveis, dos formais de partilha e das sentenças de adjudicação em inventário ou arrolamento quando não houver partilha; 26) da arrematação e da adjudicação em hasta pública; 27) do dote; 28) das sentenças declaratórias de usucapião; 29) da compra e venda pura e da condicional; 30) da permuta; 31) da dação em pagamento; 32) da transferência, de imóvel a sociedade, quando integrar quota social; 33) da doação entre vivos; 34) da desapropriação amigável e das sentenças que, em processo de desapropriação, fixarem o valor da indenização; II - a averbação: 1) das convenções antenupciais e do regime de bens diversos do legal, nos registros referentes a imóveis ou a direitos reais pertencentes a qualquer dos cônjuges, inclusive os adquiridos posteriormente ao casamento; Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 117 2) por cancelamento, da extinção dos ônus e direitos reais; 3) dos contratos de promessa de compra e venda, das cessões e das promessas de cessão a que alude o Decreto-lei nº 58, de 10 de dezembro de 1937, quando o loteamento se tiver formalizado anteriormente à vigência desta Lei; 4) da mudança de denominação e de numeração dos prédios, da edificação, da reconstrução, da demolição, do desmembramento e do loteamento de imóveis; 5) da alteração do nome por casamento ou por desquite, ou, ainda, de outras circunstâncias que, de qualquer modo, tenham influência no registro ou nas pessoas nele interessadas; 6) dos atos pertinentes a unidades autônomas condominiais a que alude a Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, quando a incorporação tiver sido formalizada anteriormente à vigência desta Lei; 7) das cédulas hipotecárias; 8) da caução e da cessão fiduciária de direitos relativos a imóveis; 9) das sentenças de separação de dote; 10) do restabelecimento da sociedade conjugal; 11) das cláusulas de inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabilidade impostas a imóveis, bem como da constituição de fideicomisso; 12) das decisões, recursos e seus efeitos, que tenham por objeto atos ou títulos registrados ou averbados; 13) " ex offício ", dos nomes dos logradouros, decretados pelo poder público." 13. (FCC - Proc (Cuiabá)/Pref Cuiabá/2014) A respeito dos requisitos urbanísticos para loteamentos, considere: I. As áreas destinadas a sistemas de circulação, a implantação de equipamento urbano e comunitário, bem como a espaços livres de uso público, serão proporcionais à densidade de ocupação prevista pelo plano diretor ou aprovada por lei municipal para a zona em que se situem. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 118 II. Os lotes terão área mínima de 250 m2 (duzentos e cinquenta metros quadrados) e frente mínima de 10 (dez) metros, salvo quando o loteamento se destinar a urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes. III. Ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das rodovias e ferrovias, será obrigatória a reserva de uma faixa não edificável de 30 (trinta) metros de cada lado, salvo maiores exigências da legislação específica. Está correto o que se afirma APENAS em a) III. b) I e III. c) I e II. d) I. e) II e III. Comentários Gabarito, letra D. I: VERDADEIRO -> Conforme art. 4º, inciso I da lei: Art. 4º. Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: I - as áreas destinadas a sistemas de circulação, a implantação de equipamento urbano e comunitário, bem como a espaços livres de uso público, serão proporcionais à densidade de ocupação prevista pelo plano diretor ou aprovada por lei municipal para a zona em que se situem. II: FALSO -> A área mínima é de 125m², conforme inciso II: Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 119 II - os lotes terão área mínima de 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando o loteamento se destinar a urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes; III: FALSO -> O correto é 15 metros: III - ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das rodovias e ferrovias, será obrigatória a reserva de uma faixa não-edificável de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exigências da legislação específica; 14. (FCC - Proc (Cuiabá)/Pref Cuiabá/2014) A respeito do registro do loteamento no Cartório de Registro de Imóveis, é correto afirmar que a) a existência de ações pessoais impedirá o registro do loteamento, independentemente de qualquer justificativa ou comprovação por parte do requerente. b) aprovado o projeto de loteamento, o loteador deverá submetê-lo ao registro imobiliário dentro de 60 dias, sob pena de caducidade da aprovação. c) o pedido de registro do loteamento deverá ser instruído, dentre outros documentos, com certidões negativas de ações penais com respeito ao crime contra o patrimônio e contra a Administração Pública. d) a existência de protestos impedirá o registro do loteamento, independentemente de qualquer justificativa ou comprovação por parte do requerente. e) a declaração do cônjuge do requerente de que consente no registro do loteamento dispensará o consentimento deste para os atos de alienação ou promessa de alienação de lotes, ou de direitos a eles relativos, que venham a ser praticados pelo seu cônjuge. Comentários Gabarito, letra C. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 120 O item está em conformidade com o art.18, III, “c” da lei 6.766/79. Art. 18. Aprovado o projeto de loteamento ou de desmembramento, o loteador deverá submetê- lo ao registroimobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de caducidade da aprovação, acompanhado dos seguintes documentos: III - certidões negativas: c) de ações penais com respeito ao crime contra o patrimônio e contra a Administração Pública Letra A. Conforme art.18, §2º da Lei 6.766/79: Art. 18, §2º A existência de protestos, de ações pessoais ou de ações penais, exceto as referentes a crime contra o patrimônio e contra a administração, não impedirá o registro do loteamento se o requerente comprovar que esses protestos ou ações não poderão prejudicar os adquirentes dos lotes. Se o Oficial do Registro de Imóveis julgar insuficiente a comprovação feita, suscitará a dúvida perante o juiz competente Letra B. Conforme art.18 da Lei 6.766/79: Art. 18. Aprovado o projeto de loteamento ou de desmembramento, o loteador deverá submetê- lo ao registro imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de caducidade da aprovação, acompanhado dos seguintes documentos: Letra D. Conforme art.18, §2º da Lei 6.766/79: Art. 18, § 2º A existência de protestos, de ações pessoais ou de ações penais, exceto as referentes a crime contra o patrimônio e contra a administração, não impedirá o registro do loteamento se o requerente comprovar que esses protestos ou ações não poderão prejudicar os adquirentes dos lotes. Se o Oficial do Registro de Imóveis julgar insuficiente a comprovação feita, suscitará a dúvida perante o juiz competente. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 121 Letra E. Conforme art.18, §3º da Lei 6.766/79: Art.18, §3º A declaração a que se refere o inciso VII deste artigo não dispensará o consentimento do declarante para os atos de alienação ou promessa de alienação de lotes, ou de direitos a eles relativos, que venham a ser praticados pelo seu cônjuge 15. (FCC - Proc (Teresina)/Pref Teresina/2010) Em relação aos loteamentos urbanos, é INCORRETO afirmar que a) o Município não poderá expropriar áreas urbanas ou de expansão urbana para reloteamento, demolição, reconstrução e incorporação. b) os interessados em elaborar projetos de loteamento deverão solicitar à Prefeitura Municipal que defina as diretrizes para o uso do solo, o traçado dos lotes, do sistema viário, dos espaços livres e das áreas reservadas para equipamento urbano e comunitário. c) os espaços livres de uso comum, as vias e praças e áreas destinadas a outros equipamentos urbanos constantes do projeto não poderão ter sua destinação alterada pelo loteador, desde a aprovação do loteamento, salvo em caso de caducidade da licença ou desistência do loteador. d) aprovado o projeto de loteamento ou de desmembramento, o loteador deverá submetê-lo ao Registro Imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de caducidade da aprovação. e) a Prefeitura Municipal poderá, para assegurar a regularização do loteamento ou desmembramento, bem como o ressarcimento integral de importâncias despendidas ou a despender, promover judicialmente os procedimentos cautelares necessários a tais fins. Comentários Gabarito, letra A. Conforme art.44 da Lei 6.766/79: Art. 44. O Município, o Distrito Federal e o Estado poderão expropriar áreas urbanas ou de expansão urbana para reloteamento, demolição, reconstrução e incorporação, ressalvada a preferência dos expropriados para a aquisição de novas unidades. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 122 Letra B. Conforme art.6º da Lei 6.766/79: Art. 6o Antes da elaboração do projeto de loteamento, o interessado deverá solicitar à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso, que defina as diretrizes para o uso do solo, traçado dos lotes, do sistema viário, dos espaços livres e das áreas reservadas para equipamento urbano e comunitário, apresentando, para este fim, requerimento e planta do imóvel contendo, pelo menos: Letra C. Conforme art.17 da Lei 6.766/79: Art. 17. Os espaços livres de uso comum, as vias e praças, as áreas destinadas a edifícios públicos e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e do memorial descritivo, não poderão ter sua destinação alterada pelo loteador, desde a aprovação do loteamento, salvo as hipóteses de caducidade da licença ou desistência do loteador, sendo, neste caso, observadas as exigências do art. 23 desta Lei. Letra D. Conforme art.18 da Lei 6.766/79: Art. 18. Aprovado o projeto de loteamento ou de desmembramento, o loteador deverá submetê- lo ao registro imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de caducidade da aprovação, acompanhado dos seguintes documentos: Letra E. Conforme art.40, §4º da Lei 6.766/79: Art. 40. A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, se desatendida pelo loteador a notificação, poderá regularizar loteamento ou desmembramento não autorizado ou executado sem observância das determinações do ato administrativo de licença, para evitar lesão aos seus padrões de desenvolvimento urbano e na defesa dos direitos dos adquirentes de lotes. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 123 § 2º As importâncias despendidas pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, para regularizar o loteamento ou desmembramento, caso não sejam integralmente ressarcidas conforme o disposto no parágrafo anterior, serão exigidas na parte faltante do loteador, aplicando-se o disposto no art. 47 desta Lei. 16. (CESPE - Proc Mun (BH)/Pref BH/2017) Chamado para analisar projetos de parcelamento de solo urbano em áreas impróprias, determinado procurador municipal verificou hipótese de proibição absoluta. Com base nas disposições da Lei n.º 6.766/1979, é correto afirmar tratar-se, na situação, de parcelamento do solo em terrenos a) onde as condições geológicas não aconselham a edificação. b) alagadiços e sujeitos a inundações. c) aterrados com material nocivo à saúde pública. d) com declividade igual ou superior a 30%. Comentários Gabarito, letra A. Conforme art.3º, parágrafo único a letra “A” é a única situação dentre os seguintes incisos. Art. 3º Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas, de expansão urbana ou de urbanização específica, assim definidas pelo plano diretor ou aprovadas por lei municipal. (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999) Parágrafo único - Não será permitido o parcelamento do solo: I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas; Il - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que sejam previamente saneados; Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 124 III - em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas exigências específicas das autoridades competentes; IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação; V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção. 17. (CESPE - Proc (PGE SE)/PGE SE/2017) Uma construtora realizou parcelamento de solo urbano, mediante loteamento, sem observância das disposições legais. Nesse caso, de acordo com o entendimento do STJ, a) o município tem responsabilidade solidária pela regularização do loteamento, devendo pagá-la ainda que o loteadorpossa fazê-lo. b) a responsabilidade do município em regularizar o loteamento, embora discricionária, é de execução imediata. c) a regularização do loteamento deverá ser decidida em ação civil pública. d) o poder da administração pública de regularizar o loteamento é discricionário. e) o município terá o poder-dever para regularizar o loteamento. Comentários Gabarito, letra E. Conforme o importante julgado abaixo: PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LOTEAMENTO IRREGULAR. MUNICÍPIO. PODER-DEVER. LEGITIMIDADE PASSIVA. ARTS. 30, VIII, DA CF, E 40 DA LEI 6.766/79. PRECEDENTES DO STJ. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA PARTE, PROVIDO. 1. A ausência de prequestionamento do dispositivo legal tido como violado torna inadmissível o recurso especial. Incidência das Súmulas 282/STF e 211/STJ. 2. Inexiste violação do art. 535, II, do Código de Processo Civil, quando o aresto recorrido adota Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 125 fundamentação suficiente para dirimir a controvérsia, sendo desnecessária a manifestação expressa sobre todos os argumentos apresentados pelos litigantes. 3. É pacífico o entendimento desta Corte Superior de que o Município tem o poder-dever de agir para fiscalizar e regularizar loteamento irregular, pois é o responsável pelo parcelamento, uso e ocupação do solo urbano, atividade essa que é vinculada, e não discricionária. 4. Legitimidade passiva do ente municipal para figurar em ação civil pública que objetiva a regularização de loteamento irregular. 5. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido. (REsp nº 447.433/SP, Rel. Min. Denise Arruda, Órgão Julgador: 1ª Turma, j. em 01.06.2006, p. em 22.06.2006) Letra A: É subsidiária, conforme entendimento abaixo: ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. PARCELAMENTO DO SOLO URBANO. REGULARIZAÇÃO DE LOTEAMENTO PRIVADO. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO MUNICÍPIO. ART. 40 DA LEI N. 6.766/1979. PROCEDIMENTO FACULTATIVO. 1. É facultativo o procedimento previsto no art. 40 da Lei n. 6.7661979, o qual possibilita ao município o ressarcimento dos custos financeiros pela realização de obras de infra-estrutura em loteamento privado irregular, quando o loteador não as realiza. Precedentes: AgRg no REsp 1310642/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 09/03/2015; REsp 859.905/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Rel. p/ Acórdão Ministro César Asfor Rocha, Segunda Turma, DJe 16/03/2012. 2. É subsidiária a responsabilidade do ente municipal pelas obras de infra- estrutura necessárias à regularização de loteamento privado, quando ainda é possível cobrar do loteador o cumprimento de suas obrigações. 3. Recurso especial não provido. (REsp nº 1.394.701/AC, Rel.: Min. Benedito Gonçalves, Órgão Julgador: 1ª Turma, j. em 17.09.2015, p. em 28.09.2015) Letra B: Tem o poder-dever, conforme julgado destacado no gabarito. Letra C: A ACP não é obrigatória, visto que há procedimento administrativo previsto no art. 38 da Lei nº 6.766/79: Art. 38. Verificado que o loteamento ou desmembramento não se acha registrado ou regularmente executado ou notificado pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, deverá o adquirente do lote suspender o pagamento das prestações restantes e notificar o loteador para suprir a falta. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 126 § 1º Ocorrendo a suspensão do pagamento das prestações restantes, na forma do caput deste artigo, o adquirente efetuará o depósito das prestações devidas junto ao Registro de Imóveis competente, que as depositará em estabelecimento de crédito, segundo a ordem prevista no inciso I do art. 666 do Código de Processo Civil, em conta com incidência de juros e correção monetária, cuja movimentação dependerá de prévia autorização judicial. § 2º A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, ou o Ministério Público, poderá promover a notificação ao loteador prevista no caput deste artigo. § 3º Regularizado o loteamento pelo loteador, este promoverá judicialmente a autorização para levantar as prestações depositadas, com os acréscimos de correção monetária e juros, sendo necessária a citação da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso, para integrar o processo judicial aqui previsto, bem como audiência do Ministério Público. § 4º Após o reconhecimento judicial de regularidade do loteamento, o loteador notificará os adquirentes dos lotes, por intermédio do Registro de Imóveis competente, para que passem a pagar diretamente as prestações restantes, a contar da data da notificação. § 5º No caso de o loteador deixar de atender à notificação até o vencimento do prazo contratual, ou quando o loteamento ou desmembramento for regularizado pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, nos termos do art. 40 desta Lei, o loteador não poderá, a qualquer titulo, exigir o recebimento das prestações depositadas. Letra D: Conforme o mesmo entendimento do gabarito. 18. (VUNESP - Proc (Pref Marília)/Pref Marília/2017) Pedro obteve a aprovação, pela Prefeitura Municipal, de um projeto de loteamento, bem como promoveu o registro do mesmo perante o Cartório de Registro de Imóveis. Houve o início das vendas, que foram um sucesso: em menos de 5 meses, 90% dos lotes foram vendidos. Em razão do sucesso das vendas, Pedro apresentou uma proposta de alteração do loteamento, visando reduzir em 50% as áreas antes previstas para equipamentos urbanos, com o intuito de aumentar o número de lotes para venda. É correto que a municipalidade a) poderá concordar com a proposta de alteração apresentada por Pedro, tendo em vista que irá aumentar o número de moradores e melhorar a arrecadação do IPTU. b) somente poderá concordar se ainda não efetuou o registro em seu nome dos equipamentos urbanos constantes do projeto e do memorial descritivo. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 127 c) poderá concordar com a proposta, mesmo que tenha feito o registro em seu nome dos equipamentos urbanos constantes do projeto e do memorial descritivo. d) poderá concordar, desde que sejam previstas medidas compensatórias, independentemente de ter realizado ou não o registro dos equipamentos urbanos. e) não poderá concordar com a proposta porque, desde a aprovação do loteamento, as áreas dos equipamentos urbanos passaram a ser bens públicos, independentemente do registro. Comentários Gabarito, letra E. Conforme art. 17 da Lei nº 6.766/79: Art. 17. Os espaços livres de uso comum, as vias e praças, as áreas destinadas a edifícios públicos e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e do memorial descritivo, não poderão ter sua destinação alterada pelo loteador, desde a aprovação do loteamento, salvo as hipóteses de caducidade da licença ou desistência do loteador, sendo, neste caso, observadas as exigências do art. 23 desta Lei. 7.2 – QUESTÕES DE DEFENSORIA 1. (FMP - DP RO/DPE RO/2010) Tendo como base o regramento instituído pela Lei do Parcelamento do Solo Urbano – Lei Federal n.º 6.766/79, analise as assertivas que seguem. I. Considera-se lote o terreno servido de infra-estrutura básica cujas dimensões não sejam menores do que o equivalente a setenta metros quadrados e, além disso, atendam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que se situe. II. A infraestrutura básica dos parcelamentos situados nas zonashabitacionais declaradas por lei como de interesse social (ZHIS) consistirá, no mínimo, de vias de circulação, escoamento das águas pluviais, rede para o abastecimento de água potável e soluções para o esgotamento sanitário e para a energia elétrica domiciliar. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 128 III. Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas, de expansão urbana ou de urbanização específica, assim definidas pelo plano diretor ou aprovadas por lei municipal. IV. Consideram-se urbanos os equipamentos públicos de abastecimento de água, serviços de esgotos, energia elétrica, coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado. Quais são corretas? a) Apenas a I, a II e a III. b) Apenas a I, a II e a IV. c) Apenas a I, a III e a IV. d) Apenas a II, a III e a IV. e) Todas elas. Comentários Gabarito, letra D. I: FALSO -> Não há tal previsão de medida na lei, conforme art. 2º, §4º: Art. 2º. O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou desmembramento, observadas as disposições desta Lei e as das legislações estaduais e municipais pertinentes. § 4º Considera-se lote o terreno servido de infra-estrutura básica cujas dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que se situe. II: VERDADEIRO -> Conforme art. 2º, §6º: Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 129 § 6º A infra-estrutura básica dos parcelamentos situados nas zonas habitacionais declaradas por lei como de interesse social (ZHIS) consistirá, no mínimo, de: I - vias de circulação; II - escoamento das águas pluviais; III - rede para o abastecimento de água potável; e IV - soluções para o esgotamento sanitário e para a energia elétrica domiciliar. III: VERDADEIRO -> Conforme art. 3º: Art. 3º Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas, de expansão urbana ou de urbanização específica, assim definidas pelo plano diretor ou aprovadas por lei municipal. IV: VERDADEIRO -> Conforme art. 2º, §5º: § 5º A infra-estrutura básica dos parcelamentos é constituída pelos equipamentos urbanos de escoamento das águas pluviais, iluminação pública, esgotamento sanitário, abastecimento de água potável, energia elétrica pública e domiciliar e vias de circulação. 2. (FCC - ADP (DPE SP)/DPE SP/Arquiteto/2010) Em loteamentos, considerando os requisitos urbanísticos exigidos pela Lei no 6.766/76, os lotes terão área a) mínima de 125 m2 e frente mínima de 5 metros. b) mínima de 125 m2 e frente mínima de 5 metros, apenas para conjuntos habitacionais de interesse social. c) mínima de 150 m2 e frente mínima de 5 metros. d) proporcional à densidade de ocupação prevista nos planos diretores ou aprovada por lei municipal para a zona em que se situem. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 130 e) mínima de 125 m2 e frente mínima de 8 metros. Comentários Gabarito, letra A. Conforme o art.4º, II da Lei 6.766/76, os lotes terão área mínima de 125 m² e frente mínima de 5 metros. Art. 4o. Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: II - os lotes terão área mínima de 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando o loteamento se destinar a urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes; 3. (FCC - DP MA/DPE MA/2003) A Lei nº 6.766, de 19/12/1979, ao dispor que nos loteamentos urbanos "os lotes terão área mínima de 125 m² (cento e vinte e cinco metros quadrados)", estabelece sobre estes a) fungibilidade. b) indivisibilidade convencional. c) indivisibilidade legal. d) intangibilidade. e) a qualidade de imóveis para efeitos legais. Comentários Gabarito, letra C. A dimensão determinada por lei é clara imposição de metragem mínima para os lotes que integrarem um loteamento, conforme art. 4º da referida lei. Assim, essa será a menor unidade possível a ser considerada no loteamento, não podendo haver uma divisão desse tamanho, repartição ou qualquer ato que venha a diminuir suas dimensões. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 131 Logo, a lei impôs sua indivisibilidade. 4. (CESPE - DP DF/DP DF/2006) Julgue o item a seguir, acerca do regime jurídico dos loteamentos e dos zoneamentos. Promover o adequado ordenamento territorial por meio da regularização não é somente dar legalidade formal a uma situação ilegal, mas, sim, executar saneamento básico, atenuar danos ecológicos e garantir que os habitantes do local em situação de ilegalidade não sofram qualquer tipo de risco a que porventura tenham sido expostos pelo mau loteador. Diante disso, não é mera faculdade do município ou do DF promover a adequada regularização, mas, sim, poder-dever. Certo Errado Comentários Gabarito, CERTO. Segue importante julgado do STJ sobre o tema: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. NÃO OCORRÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE AMPLA DEFESA E AO CONTRADITÓRIO. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AOS ARTS. 302, III, 331, § 2º, 332, 333, I E II DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA N. 211 DO STJ. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LOTEAMENTO IRREGULAR. MUNICÍPIO. PODER-DEVER. ART. 40 DA LEI 6.766/79. PRECEDENTES DO STJ. 1. Hipótese em que o Ministério Público do Estado de São Paulo ajuizou ação civil pública contra o Município, a Associação de Ocupantes e dois sócios, objetivando a regularização do loteamento, que foi julgada procedente para condenar os requeridos à realização de obras necessárias à infra-estrutura do loteamento irregular, dentre outras cominações. 2. A ausência de prequestionamento dos dispositivos legais tidos como violados (302, III, 331, § 2º, 332, 333, I e II do Código de Processo Civil) torna inadmissível o recurso especial. Incidência das Súmulas 282/STF e 211/STJ. 3. É pacífico o entendimento desta Corte Superior de que o Município tem o poder-dever de agir para fiscalizar e regularizar loteamento irregular, pois é o responsável pelo parcelamento, uso e ocupação do solo urbano, atividade essa que é vinculada, e não discricionária. Precedentes: REsp 432.531/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Franciulli Netto, DJ de 25.4.2005; REsp 448.216/SP, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 17.11.2003; REsp 131.697/SP, 2ª Turma, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJ de 13.6.2005. 4. Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 132 Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa extensão, não provido. (REsp 1170929/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe 27/05/2010) Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 133 8 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao final de mais uma aula. Espero que vocês tenham gostado. Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Grande abraço a todos, E-mail: profigormaciel@gmail.com Redes Sociais/YouTube/Instagram:@ProfIgorMaciel Canal no Telegram: https://t.me/estrategiapge Igor Maciel Igor Maciel Aula 03 Direito Urbanístico p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular) - Prof. Igor Maciel www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira