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10 R.I. (Revisão Intercalada) Releia o seguinte trecho: “A filosofia do homem branco é filosofia. E a história de qualquer outro homem é folclore.” Substitua a conjunção “e” por outra que não altere fundamentalmente o sentido do trecho destacado. Jus- tifique sua escolha. 10. (Uerj) O DISCURSO Natividade é que não teve distrações de espécie alguma. Toda ela estava nos filhos, e agora especialmente na carta e no discurso. Começou por não dar resposta às 1efusões políticas de Paulo; foi um dos conselhos do conselheiro. Quando o filho tornou pelas férias tinha esquecido a carta que escrevera. O discurso é que ele não esqueceu, mas quem é que esquece os discursos que faz? Se são bons, a memória os grava em bronze; se ruins, deixam tal ou qual amargor que dura muito. 2O melhor dos remédios, no segundo caso, é supô-los excelentes, e, se a razão não aceita esta imaginação, consultar pessoas que a aceitem, e crer nelas. A opinião é um velho óleo incorruptível. Paulo tinha talento. O discurso naquele dia podia pecar aqui ou ali por alguma ênfase, e uma ou outra ideia vulgar e exausta. Tinha talento Paulo. Em suma, o dis- curso era bom. Santos achou-o excelente, leu-o aos ami- gos e resolveu transcrevê-lo nos jornais. 3Natividade não se opôs, mas entendia que algumas palavras deviam ser cortadas. – Cortadas, por quê? perguntou Santos, e ficou espe- rando a resposta. – Pois você não vê, Agostinho; estas palavras têm sen- tido republicano, explicou ela relendo a frase que a afligira. Santos ouvia-as ler, leu-as para si, e não deixou de lhe achar razão. Entretanto, não havia de as suprimir. – Pois não se transcreve o discurso. – Ah! isso não! O discurso é magnífico, e não há de morrer em S. Paulo; é preciso que a Corte o leia, e as províncias também, e até não se me daria fazê-lo tra- duzir em francês. Em francês, pode ser que fique ainda melhor. – Mas, Agostinho, isto pode fazer mal à carreira do rapaz; o imperador pode ser que não goste... Pedro, que assistia desde alguns instantes ao debate, interveio docemente para dizer que os receios da mãe não tinham base; era bom pôr a frase toda, e, a rigor, não diferia muito do que os liberais diziam em 1848. – Um monarquista liberal pode muito bem assinar esse trecho, concluiu ele depois de reler as palavras do irmão. – Justamente! 4assentiu o pai. 5Natividade, que em tudo via a inimizade dos gêmeos, suspeitou que o intuito de Pedro fosse justamente com- prometer Paulo. Olhou para ele a ver se lhe descobria essa intenção torcida, mas a cara do filho tinha então o aspecto do entusiasmo. Pedro lia trechos do discurso, acentuando as belezas, repetindo as frases mais novas, cantando as mais redondas, revolvendo-as na boca, tudo com tão boa sombra que a mãe perdeu a suspeita, e a impressão do discurso foi resolvida. Também se tirou uma edição em folheto, e o pai mandou encader- nar ricamente sete exemplares, que levou aos ministros, e um ainda mais rico para a Regente. MACHADO DE ASSIS Esaú e Jacó. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997. 1efusão − manifestação expansiva de sentimentos 4assentir − concordar O melhor dos remédios, no segundo caso, é supô-los excelentes, e, se a razão não aceita esta imaginação, consultar pessoas que a aceitem, e crer nelas. (ref. 2) A conjunção sublinhada estabelece paralelismo sin- tático entre duas orações. Identifique-as. Reescreva o trecho acima, substituindo a conjunção e por outra conjunção coordenativa, mantendo o mesmo sentido e a mesma estrutura do período original. 11. (Fgv) Leia o texto para responder à(s) questão(ões) a seguir. Pensar no envelhecimento é algo que costuma incomo- dar a maior parte das pessoas. Herdamos das gerações passadas a ideia de que a idade inexoravelmente sina- liza o fim de uma vida produtiva plena e que o melhor a fazer é aceitar a decadência física, almejando contar com o conforto proporcionado por uma boa aposentado- ria. Mas o mundo mudou. Hoje, uma nova geração des- cobre que, se tomar decisões sábias na juventude, pode tornar o tempo futuro uma genuína etapa da vida e, mais do que isso, uma fase áurea da nossa existência. Estudos demográficos apontam que as gerações nas- cidas desde a década de 60 podem contar com, pelo menos, mais 20 anos em sua expectativa de vida. Na verdade, se recuarmos um pouco mais, vamos constatar que esse bônus de longevidade é maior ainda. No início do século 20, mais ou menos na mesma época em que a aposentadoria foi criada, a expectativa de vida ao 11 R.I. (Revisão Intercalada) nascer do brasileiro era, em média, de 33 anos. Hoje estamos quase chegando aos 80. Em pouco mais de 100 anos o bônus de longevidade foi de quase 50 anos! Você S/A – Previdência, setembro de 2016. Releia o primeiro parágrafo do texto e responde ao que se pede. a) Explique os significados dos termos destacados: “... a ideia de que a idade inexoravelmente sinaliza o fim de uma vida produtiva plena e que o melhor a fazer é aceitar a decadência física, almejando contar com o conforto proporcionado por uma boa aposentadoria. Mas o mundo mudou. Hoje, uma nova geração descobre que, se tomar decisões sábias na juventude, pode tor- nar o tempo futuro uma genuína etapa da vida e, mais do que isso, uma fase áurea da nossa existência.” b) Reescreva a passagem “Hoje, uma nova geração desco- bre que, se tomar decisões sábias na juventude, pode tornar o tempo futuro uma genuína etapa da vida...”, empregando “já descobriu” em lugar de “descobre” e substituindo a conjunção “se” por outra que preserve o sentido do contexto. Faça as adaptações necessárias e indique a circunstância que esse trecho expressa no período. 12. (Pucrj) Texto 1 A busca da felicidade Felicidade é um truque. Um truque da natureza con- cebido ao longo de milhões de anos com uma só fina- lidade: enganar você. A lógica é a seguinte: quando fazemos algo que aumenta nossas chances de sobrevi- ver ou de procriar, nos sentimos muito bem. Tão bem que vamos querer repetir a experiência muitas e muitas vezes. E essa nossa perseguição incessante de coisas que nos deixem felizes acaba aumentando as chances de transmitirmos nossos genes. “As leis que governam a felicidade não foram desenhadas para nosso bem- -estar psicológico, mas para aumentar as chances de sobrevivência dos nossos genes a longo prazo”, escreveu o escritor e psicólogo americano Robert Wright, num artigo para a revista americana Time. A busca da felicidade é o combustível que move a huma- nidade — é ela que nos força a estudar, trabalhar, ter fé, construir casas, realizar coisas, juntar dinheiro, gastar dinheiro, fazer amigos, brigar, casar, separar, ter filhos e depois protegê-los. Ela nos convence de que cada uma dessas conquistas é a coisa mais importante do mundo e nos dá disposição para lutar por elas. Mas tudo isso é ilusão. A cada vitória surge uma nova necessidade. Felicidade é uma cenoura pendurada numa vara de pescar amarrada no nosso corpo. Às vezes, com muito esforço, conseguimos dar uma mor- didinha. Mas a cenoura continua lá adiante, apetitosa, nos empurrando para a frente. Felicidade é um truque. Extraído de AXT, Barbara. “A busca da felicidade”. Revista Superinteressante – n.212, abril de 2005. http://super.abril.com.br/cultura/busca- felicidade-464107.shtml. Acesso em 26/07/2013. Texto 2 — Macabéa! Tenho grandes notícias para lhe dar! Preste atenção, minha flor, porque é da maior importância o que vou lhe dizer. É coisa muito séria e muito alegre: sua vida vai mudar completamente! E digo mais: vai mudar a partir do momento em que você sair da minha casa! Você vai se sentir outra! Fique sabendo, minha florzinha, que até o seu namorado vai voltar e propor casamento, ele está arrependido! E seu chefe vai lhe avisar que pensou melhor e não vai mais lhe despedir! Macabéa nunca tinha tido coragem de ter esperança. Mas agora ouvia a madama como se ouvisse uma trom- beta vinda dos céus – enquanto suportava umaforte taquicardia. Madama tinha razão: Jesus enfim prestava atenção nela. Seus olhos estavam arregalados por uma súbita voracidade pelo futuro (explosão). E eu também estou com esperança enfim. — E tem mais! Um dinheiro grande vai lhe entrar pela porta adentro em horas da noite trazido por um homem estrangeiro. Você conhece algum estrangeiro? — Não senhora, disse Macabéa já desanimando. — Pois vai conhecer. Ele é alourado e tem olhos azuis ou verdes ou castanhos ou pretos. E se não fosse porque você gosta de seu ex-namorado, esse gringo ia namorar você. Não! Não! Não! Agora estou vendo outra coisa (explosão) e apesar de não ver muito claro estou tam- bém ouvindo a voz de meu guia: esse estrangeiro parece se chamar Hans, e é ele quem vai se casar com você! Ele tem muito dinheiro, todos os gringos são ricos. Se não me engano, e nunca me engano, ele vai lhe dar muito amor e você, minha enjeitadinha, você vai se vestir com veludo e cetim e até casaco de pele vai ganhar! Macabéa começou (explosão) a tremelicar toda por causa do lado penoso que há na excessiva felicidade. Só lhe ocorreu dizer: — Mas casaco de pele não se precisa no calor do Rio... — Pois vai ter só para se enfeitar. Faz tempo que não boto cartas tão boas. E sou sempre sincera: por exem- plo, acabei de ter a franqueza de dizer para aquela moça que saiu daqui que ela ia ser atropelada, ela até chorou muito, viu os olhos avermelhados dela? E agora vou lhe dar um feitiço que você deve guardar dentro deste sutiã que quase não tem seio, coitada, bem em 12 R.I. (Revisão Intercalada) contacto com sua pele. Você não tem busto mas vai engordar e vai ganhar corpo. Enquanto você não engor- dar, ponha dentro do sutiã chumaços de algodão para fingir que tem. Olha, minha queridinha, esse feitiço também sou obrigada por Jesus a lhe cobrar porque todo o dinheiro que eu recebo das cartas eu dou para um asilo de crianças. Mas se não puder, não pague, só venha me pagar quando tudo acontecer. — Não, eu lhe pago, a senhora acertou tudo, a senhora é... Estava meio bêbada, não sabia o que pensava, parecia que lhe tinham dado um forte cascudo na cabeça de ralos cabelos, sentia-se tão desorientada como se lhe tivesse acontecido uma infelicidade. Sobretudo estava conhecendo pela primeira vez o que os outros chamavam de paixão: estava apaixonada por Hans. — E que é que eu faço para ter mais cabelo?, ousou perguntar porque já se sentia outra. — Você está querendo demais. Mas está bem: lave a cabeça com sabão Aristolino, não use sabão amarelo em pedra. Esse conselho eu não cobro. LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 2006. p.95-97. a) Reescreva o período abaixo no futuro, substituindo a conjunção “quando” pela conjunção “se”. Quando fazemos algo que aumenta nossas chances de sobreviver, nos sentimos muito bem. b) Indique um conectivo que possa substituir o travessão no segundo parágrafo do texto A busca da felicidade (Texto 1). c) Na linguagem oral informal, por vezes há um rela- xamento da norma culta. Determine qual, dentre os trechos abaixo, transcritos do Texto 2, apresenta um desvio da norma culta e explique em que consiste o desvio. i. “Preste atenção, minha flor, porque é da maior impor- tância o que vou lhe dizer.” ii. “E seu chefe vai lhe avisar que pensou melhor e não vai mais lhe despedir!” 13. (G1) Nas frases a seguir, o termo em maiúsculo é um com- plemento. Indique se é um complemento nominal ou complemento verbal: a) Tratava DOS BOIS. b) O tratamento DOS BOIS, na fazenda, estava a cargo de um veterinário. c) As Folias anunciavam A FESTA. d) O anúncio DA FESTA era feito pelas Folias. 14. (G1) Observe as frases a seguir: I. Numa manhã, Circe ofereceu flores a Ulisses. II. O templo de Atena ficava no Olimpo. III. Ulisses era amado por Penélope. IV. Os povos levavam para a deusa, oferendas. V. Os marinheiros foram tomados pela ganância. Identifique o termo destacado em cada frase em: - Adjunto adnominal - Objeto indireto - Complemento agente da passiva 15. (Pucrj) A tarefa de desenvolver as capacidades intelectuais e morais do sujeito universal, como condição de aprimo- ramento da personalidade do indivíduo, juntamente com a inserção social e a reprodução dos conteúdos cul- turais da tradição, formam o esteio da intencionalidade educativa moderna. A escola deve assumir o compro- misso com o desenvolvimento das estruturas mentais do sujeito para que ele seja capaz de operar em níveis de abstração elevada. 1Essa é uma condição necessária para que os processos de tomada de consciência supe- rem a racionalidade instrumental e habilitem o sujeito frente às possibilidades da competência comunicativa. Cabe à escola favorecer uma aprendizagem crítica do conhecimento científico, promover a discursividade dos alunos e a discussão pública das formas de racionalidade subjacentes aos processos escolares. [...] A construção de uma razão que se descentra é condição necessária para que o sujeito reconheça outras razões e seja capaz de agir com competência no discurso argumentativo, fundamental para a racionalidade comunicativa que opera nas bases de um pensamento refletido, tornando conscientes os seus esquemas de ação. Texto adaptado de LIMA, João Francisco Lopes de. A reconstrução da tarefa educativa: uma alternativa para a crise e a desesperança. Porto Alegre: Editora Mediação, 2003, p. 103. a) Reescreva o trecho a seguir sem a palavra que. Faça as modificações necessárias. “Essa é uma condição necessária para que os processos de tomada de consciência superem a racionalidade ins- trumental e habilitem o sujeito frente às possibilidades da competência comunicativa” (referência 1) b) Com relação à frase abaixo, faça o que é pedido a seguir.
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