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13 R.I. (Revisão Intercalada) “A escola deve assumir o compromisso com o desenvol- vimento das estruturas mentais do sujeito para que ele seja capaz de operar em níveis de abstração elevada.” i. Determine o valor semântico do verbo auxiliar dever na locução “deve assumir”. ii. Indique um outro verbo auxiliar que mantenha o mesmo sentido da expressão sublinhada e que forme uma locução verbal com o verbo operar: 14 R.I. (Revisão Intercalada) Interpretação de Texto 1. (Fuvest 2023) Leia o excerto e responda à questão: Se os homens são estes seres da busca e se sua voca- ção ontológica é humanizar-se, podem, cedo ou tarde, perceber a contradição em que a “educação bancária” pretende mantê-los e engajar-se na luta por sua liberta- ção. Um educador humanista, revolucionário, não há de esperar esta possibilidade. Sua ação, identificando-se, desde logo, com a dos educandos, deve orientar-se no sentido da humanização de ambos. Do pensar autên- tico e não no sentido de doação, da entrega do saber. Sua ação deve estar infundida da profunda crença nos homens. Crença no seu poder criador. Isto tudo exige dele que seja um companheiro dos educandos, em suas relações com estes. A educação bancária, em cuja prá- tica se dá a inconciliação educadoreducandos, rechaça este companheirismo. E é lógico que seja assim. No momento em que o educador bancário vivesse a superação da contradição já não seria bancário. Já não faria depósitos. Já não tentaria domesticar. Já não prescreveria. Saber com os educandos, enquanto estes soubessem com ele, seria sua tarefa. Já não estaria a serviço da desumanização. A serviço da opressão, mas a serviço da libertação. Freire, Paulo. Pedagogia do Oprimido, p. 86-87. Adaptado. a) Explique o sentido da expressão “educação bancária”, levando em conta a transferência da palavra “bancária” do campo das finanças para o da educação. b) Como a repetição de “já não” contribui para a constru- ção do sentido do último parágrafo do texto? 2. (Fuvest 2023) Leia o texto e responda à questão: Cê quer saber? Então, vou te falar Por que as pessoas sadias adoecem? Bem alimentadas, ou não Por que perecem? Tudo está guardado na mente O que você quer nem sempre condiz com o que outro sente Eu tô falando é de atenção que dá colo ao coração E faz marmanjo chorar Se faltar um simples sorriso, às vezes, um olhar Que se vem da pessoa errada, não conta Amizade é importante, mas o amor escancara a tampa E o que te faz feliz também provoca dor A cadência do surdo no coro que se forjou E aliás, cá pra nós, até o mais desandado Dá um tempo na função, quando percebe que é amado E as pessoas se olham e não se falam Se esbarram na rua e se maltratam Usam a desculpa de que nem Cristo agradou Falô! Cê vai querer mesmo se comparar com o Senhor? As pessoas não são más, elas só estão perdidas Ainda há tempo Criolo. “Ainda há tempo”. 2016. a) Transcreva dois versos da letra da canção que corrobo- ram o título “Ainda há tempo”. b) A letra da canção se constrói a partir de ideias antité- ticas. Identifique e explique duas delas. 3. (Fcmscsp 2023) “Pedaço de mim”, do neurocientista Sidarta Ribeiro A cada ano, milhões de pessoas passam pela experiên- cia da perda traumática de uma extremidade corporal. Frequentemente, as penas psicológicas e sociais da amputação vêm acompanhadas de uma dor mais bruta, fruto da percepção fantasmagórica do pedaço perdido, mão ou pé ausente doendo em pesadelos de sono e vigília. Pulsando, queimando ou coçando, o membro fantasma reclama da incompletude do mutilado. Um corpo que já não se representa como é, e sim como foi. Decepado de forma acidental, o membro leva consigo terminais nervosos que não se reconstituem no coto. Disso resulta o desequilíbrio de vastos circuitos neurais que cartografam a interface com o ambiente, chegando até o âmago do sistema nervoso. As regiões cerebrais correspondentes ao membro amputado são invadidas e loteadas por representações vizinhas, num processo que pune a falta de atividade neural com a inexorável subs- tituição de sinapses e células. Tal plasticidade remapeia a relação do corpo com o mundo, provocando a sensa- ção fantasma. Um poeta diria que o cérebro transforma em incômodo a saudade do pedaço que perdeu. Será possível reverter esse processo? Um estudo de 2004 com pacientes biamputados sub- metidos a transplantes de ambas as mãos mostrou que o cérebro é capaz de se reorganizar topograficamente mesmo após vários anos de amputação. Os resultados são extremamente animadores do ponto de vista clí- nico, pois indicam que o córtex cerebral, anos depois da drástica modificação induzida pela amputação, continua capaz de plasticidade plena. A incorporação harmônica de uma parte alheia devolve ao paciente sua função original, fundindo duas pessoas num corpo novo e maravilhoso. Nada se perde e tudo se transforma num 15 R.I. (Revisão Intercalada) milagre da cirurgia e da reabilitação em que o pedaço afastado renasce útil, matando a saudade do corpo exi- lado de si. Regressam os sinais, recria-se o mapa, segue refeita a vida. (Limiar: ciência e vida contemporânea, 2020. Adaptado.) a) Considere as seguintes frases extraídas do artigo: 1. “A cada ano, milhões de pessoas passam pela experiên- cia da perda traumática de uma extremidade corporal.” (1º parágrafo) 2. “Pulsando, queimando ou coçando, o membro fantasma reclama da incompletude do mutilado.” (1º parágrafo) 3. “A incorporação harmônica de uma parte alheia devolve ao paciente sua função original, fundindo duas pes- soas num corpo novo e maravilhoso.” (3º parágrafo) Em qual dessas frases o autor faz uso do recurso retó- rico da personificação? Justifique sua resposta. b) Reescreva na voz ativa o trecho “As regiões cerebrais correspondentes ao membro amputado são invadidas e loteadas por representações vizinhas” (2º parágrafo). 4. (Fuvest 2022) Existe o Rio de Janeiro, o Rio de Janeiro e o Rio de Janeiro. O primeiro Rio é aquele que ainda anseia por Ipanemas perdidos, de um tempo em que os amores eram recatados e silenciosos, o povo sorridente e polido, a água do mar cristalina e tépida e a música suave e gingada. O segundo Rio é a terra de ninguém, trombe- teada nos noticiários de TV, em que cada esquina é um Vietnã ou Iraque e não há lugar seguro para correr. Uma cidade de favelas que cercam os redutos de cida- dania, favelas dominadas por traficantes e demais ban- didos que cada vez mais transbordam para o asfalto a sua violência. Mas há ainda um terceiro Rio de Janeiro. Aquele de quem anda de ônibus, compra nas bancas os jornais populares, zanza pelo camelódromo, permi- te-se um churrasquinho de gato com cerveja na esquina e sabe que existem muitos matizes entre o preto e o branco, a favela e o asfalto, a lei e o crime. Cidade de pessoas que, seja qual for a cor e a classe social, andam pra lá e pra cá com celulares, ródios minúsculos, CDs piratas ou não e DVDs idem. É uma cidade que pode ir do samba de roda ao techno music, da umbanda ao padre pop, do grito para a casa da vizinha à internet num microinstante. É o Rio de Janeiro que, musical- mente, não cabe mais no compasso da bossa nova – por mais que alguns tenham tentado aditivar eletronica- mente o seu balanço – e nem no chamado samba de raiz, cultuado por setores jovens da classe média, mas definitivamente trocado pela grande massa pelo flexível pagode romântico, que assume sem preconceitos as for- mas úteis de toda a música popular, seja ela o rock, o sertanejo, o pop negro americano. Silvio Essinger. Batidão. Uma história do Funk. Rio de Janeiro: Record, 2005. Adaptado. a) Aponte a figura de linguagem utilizada para descrever o “segundo Rio” e explique como o seu uso contribui para a caracterização em curso no texto. b) Com base no texto, explique em que consiste o “ter- ceiro Rio de Janeiro”. 5. (Fgv 2022) Examine a tirinha de Jean Galvão, publicada em sua conta no Instagram em 26.11.2020. a) O queé um pleonasmo? Identifique o pleonasmo que ocorre na tirinha. b) Cite outro recurso expressivo que também contribui para o efeito de humor da tirinha. Justifique sua res- posta. 6. (Ufjf-pism 3 2022) Soneto XCVII Destes penhascos fez a natureza O berço em que nasci: oh! quem cuidara Que entre penhas tão duras se criara Uma alma terna, um peito sem dureza. Amor, que vence os tigres, por empresa Tomou logo render-me; ele declara Contra o meu coração guerra tão rara, Que não me foi bastante a fortaleza. Por mais que eu mesmo conhecesse o dano, A que dava ocasião minha brandura, Nunca pude fugir ao cego engano: Vós, que ostentais a condição mais dura, Temei, penhas, temei, que Amor tirano, Onde há mais resistência, mais se apura. (Fonte: PROENÇA FILHO, Domício (Org.). A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Aguilar, 1996. p. 95) Glossário: “Penha”: massa rochosa, saliente e isolada, localizada na encosta ou no dorso de uma serra. Há, em uma passagem do poema, uma “personificação” do “elemento local” e uma interlocução do narrador do poema com ele. Aponte tal passagem indicando os versos em que ela ocorre.
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