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Revisão Intercalada (R I) - Livro 3-055-057

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55
R.I. (Revisão Intercalada) 
▮Filosofia
1. (Uel 2023)
Leia o texto a seguir.
Até hoje se assumiu que todo o nosso conhecimento 
teria de regular-se pelos objetos; mas todas as tenta-
tivas de descobrir algo sobre eles a priori, por meio 
de conceitos, para assim alargar nosso conhecimento, 
fracassaram sob essa pressuposição. É preciso verificar 
pelo menos uma vez, portanto, se não nos sairemos 
melhor, nas tarefas da metafísica, assumindo que os 
objetos têm de regular-se por nosso conhecimento, 
o que já se coaduna melhor com a possibilidade, aí 
visada, de um conhecimento a priori dos mesmos 
capaz de estabelecer algo sobre os objetos antes que 
nos sejam dados. Isso guarda uma semelhança com os 
primeiros pensamentos de Copérnico, que, não conse-
guindo avançar muito na explicação dos movimentos 
celestes sob a suposição de que toda a multidão de 
estrelas giraria em torno do espectador, verificou se 
não daria mais certo fazer girar o espectador e, do 
outro lado, deixar as estrelas em repouso.
(KANT, I. Crítica da Razão Pura. Tradução de: Fernando Costa Mat-
tos. 4.ed. Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária 
São Francisco, 2015. p.29-30. (Coleção Pensamento Humano))
Immanuel Kant (1724–1804), ao recomendar uma 
inversão dos papéis das fontes do conhecimento, faz 
alusão a Copérnico e sua proposta de substituir o 
modelo geocêntrico pelo modelo heliocêntrico.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre Teoria do 
Conhecimento, discorra sobre o significado da “Revolu-
ção Copernicana” no pensamento de Immanuel Kant. 
2. (Unesp 2020)
Texto 1
A Estética sob o aspecto de mera “ciência da sensi-
bilidade” chega ao seu fim no século XX e é progres-
sivamente substituída por um discurso que conjuga 
racionalidade e afetividade. Agora será preciso tentar 
compreender aisthesis não mais através da dicoto-
mia tradicional entre senso (razão) e sensível (afe-
tividade), mas como uma experiência simultânea de 
percepção sensível e percepção de sentido (racional).
(Charles Feitosa. Explicando a filosofia com arte, 2004. Adaptado.)
Texto 2
Inicialmente Kant opera com o termo estética na Crí-
tica da razão pura segundo o significado de conheci-
mento sensível, no campo da teoria do conhecimento. 
Nessa obra, a estética designa uma importante parte 
da teoria do conhecimento. Segundo Kant, “sem 
sensibilidade nenhum objeto nos seria dado, e sem 
entendimento nenhum objeto seria pensado. Pensa-
mentos sem conteúdo são vazios, intuições sem con-
ceito são cegas”. O conhecimento possui duas partes.
(Marco Aurélio Werle. “O lugar de Kant na fundamentação da esté-
tica como disciplina filosófica”. In: Doispontos, vol. 2, no 2, outubro 
de 2005. Adaptado.)
a) Qual o principal objeto de investigação filosófica da 
disciplina Estética? Por que a Estética é tradicional-
mente associada à sensibilidade?
b) De acordo com o texto 2, quais são as “duas partes” 
do conhecimento? Qual a importância da estética na 
produção do conhecimento? 
3. (Ufpr 2019)
O cidadão não pode recusar-se a arcar com os impos-
tos que lhe são cobrados; uma censura impertinente 
de tais taxas, na ocasião em que deve pagá-las, pode 
até mesmo ser punida como um escândalo [...]. 
Apesar disso, o mesmo indivíduo não age contra o 
dever de um cidadão, quando, na condição de ins-
truído, exprime publicamente seus pensamentos 
contra a impropriedade ou mesmo injustiça de tais 
imposições. 
(KANT, I. Resposta à questão: O que é esclarecimento? Trad. Vinicius 
de Figueiredo. In: MARÇAL, J.; CABARRÃO, M.; FANTIN, M. E. (Orgs.). 
Antologia de Textos Filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 410.) 
Como fica claro na passagem acima, para Kant os 
homens não poderiam agir segundo o próprio enten-
dimento quando se trata de cumprir as leis. Cons-
trua uma argumentação mostrando em que sentido 
essa afirmação não constitui uma contradição em 
relação à defesa que o filósofo faz, no conjunto do 
texto, de um uso autônomo do entendimento. 
4. (Uel)
Leia os textos a seguir.
A única maneira de instituir um tal poder comum 
é conferir toda sua força e poder a um homem ou a 
uma assembleia de homens. É como se cada homem 
dissesse a cada homem: Cedo e transfiro meu direito 
de governar-me a mim mesmo a este homem, ou 
a esta assembleia de homens, com a condição de 
transferires a ele teu direito, autorizando de maneira 
semelhante todas as suas ações. Feito isso, à multi-
dão assim unida numa só pessoa se chama Estado.
(Adaptado de: HOBBES, T. Leviatã. Trad. de João Paulo Monteiro e 
Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Abril Cultural, 1974. p.109. 
Coleção Os Pensadores.)
56
R.I. (Revisão Intercalada) 
O ponto de partida e a verdadeira constituição de 
qualquer sociedade política não é nada mais que o 
consentimento de um número qualquer de homens 
livres, cuja maioria é capaz de se unir e se incorporar 
em uma tal sociedade. Esta é a única origem possível 
de todos os governos legais do mundo.
(Adaptado de: LOCKE, J. Segundo tratado do governo civil: ensaio so-
bre a origem, os limites e os fins verdadeiros do governo civil. Trad. 
de Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa. Petrópolis: Vozes, 1994. 
p.141. Coleção Os Pensadores.)
A partir da análise dos textos e dos conhecimentos 
sobre o jusnaturalismo e contratualismo no que se 
refere à instituição do Estado, explique as diferenças 
entre o contrato proposto por Hobbes e o proposto 
por Locke. 
5. (Ufu)
Interprete o fragmento abaixo.
“O princípio da vida política reside na autoridade 
soberana. O poder legislativo é o coração do Estado, 
o poder executivo, o cérebro que dá movimento a 
todas as partes.”
ROUSSEAU, Do contrato social. Col. Os Pensadores, São Paulo: Abril 
Cultural, 1978.
Defina, segundo Jean-Jacques Rousseau (1712-
1778), o conceito de soberania e, em seguida, expli-
que em que essa concepção se diferencia dos outros 
contratualistas. 
6. (Ufpr 2020)
“Mesmo que haja uma grande multidão, se as ações de 
cada um dos que a compõem forem determinadas pelo 
julgamento e pelos apetites individuais de cada um, 
não se poderá esperar que ela seja capaz de dar defesa 
e proteção a ninguém, seja contra o inimigo comum, 
seja contra os danos causados uns aos outros”. 
(HOBBES, T. Leviatã. In: MARÇAL, J.; CABARRÃO, M.; FANTIN, M. E. 
(Orgs.) Antologia de Textos Filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 362.) 
“A única maneira de instituir um poder comum, capaz 
de defender [os homens] das invasões dos estrangei-
ros e dos danos uns dos outros, garantindo-lhes assim 
uma segurança suficiente para que, mediante o seu 
próprio labor e graças aos frutos da terra, possam 
alimentar-se e viver satisfeitos, é conferir toda a sua 
força e poder a um homem, ou a uma assembleia de 
homens, que possa reduzir todas as suas vontades, 
por pluralidade de votos, a uma só vontade”. 
(HOBBES, T. Leviatã. In: MARÇAL, J.; CABARRÃO, M.; FANTIN, M. E. 
(Orgs.) Antologia de Textos Filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 374.) 
De acordo com os textos acima e com a obra da qual 
foram extraídos, aponte duas diferenças entre uma 
multidão de homens e o Estado ou Corpo Político. 
7. (Ufu)
Tal é o eterno equivoco da liberdade, o de conhecer 
apenas o sentimento formal, subjetivo, abstraído dos 
objetos e fins que lhe são essenciais. Desse modo, a 
limitação dos instintos, da cobiça e da paixão, que 
só pertence ao indivíduo, é tida como uma limitação 
da liberdade. Mas antes de mais nada, tal limitação 
é pura e simplesmente a condição da qual surge a 
libertação, sendo a sociedade e o Estado as condições 
nas quais a liberdade se realiza. 
HEGEL, G. W. F. Filosofia da história. 2. ed. Tradução de Maria Rodri-
gues e Hans Harden. Brasília/DF: Editora da UnB, 1998. p. 41. 
Com base no texto acima, responda: 
a) Quais são os impedimentos para a liberdade 
enquanto tal?
b) Por que o Estado é a condição para a liberdade em 
sua realidade concreta? 
8. (Ufu)
Considerando que a concepção dialética da História 
foi apresentada por Hegel antes de Marx e que o 
agentehistórico na filosofia hegeliana é o Estado, 
explique:
a) qual é a finalidade do Estado no processo histórico?
b) o que garante a atuação do Estado na História? 
9. (Ufu)
Na obra Introdução à História da Filosofia, Hegel 
expressou o seguinte juízo:
“Na realidade, porém, tudo o que somos, somo-lo por 
obra da história; ou para falar com maior exatidão, 
do mesmo modo que na história do pensamento o 
passado é apenas uma parte, assim no presente, o 
que possuímos de modo permanente está inseparavel-
mente ligado com o fato da nossa existência histórica. 
O patrimônio da razão autoconsciente que nos per-
tence não surgiu sem preparação, nem cresceu só do 
solo atual, mas é característica de tal patrimônio o ser 
herança e, mais propriamente, resultado do trabalho 
de todas as gerações precedentes do gênero humano.”
Hegel. Introdução à História da Filosofia. São Paulo: Nova Cultural, 
1989. Coleção “Os Pensadores”, p. 87.
Responda:
a) qual é a meta, segundo Hegel, do processo histórico?
b) aponte a diferença fundamental entre a concepção 
de história de Hegel e a de Marx. 
57
R.I. (Revisão Intercalada) 
10. (Unesp 2020)
Texto 1
A distinção entre natureza e cultura leva em conta 
a maneira como o tempo se realiza: na natureza 
o tempo é repetição (o dia sempre sucede a noite, 
as estações do ano se sucedem sempre da mesma 
maneira etc.); o tempo da cultura é o da transfor-
mação (isto é, das mudanças nos costumes, nas leis, 
nas instituições sociais e políticas etc.). Para vários 
filósofos e historiadores, a cultura surge quando os 
homens produzem as primeiras transformações na 
natureza pela ação do trabalho.
(Marilena Chauí. Convite à filosofia, 2005. Adaptado.)
Texto 2
Em que consiste, então, a alienação do trabalho? Pri-
meiro, que o trabalho é externo ao trabalhador, isto é, 
não pertence ao seu ser, que ele não se afirma em seu 
trabalho, mas nega-se nele, que não se sente bem, mas 
infeliz, que não desenvolve nenhuma energia física 
e espiritual livre, mas mortifica seu físico e arruína 
o seu espírito. O trabalhador só se sente, por conse-
guinte e em primeiro lugar, junto a si quando está fora 
do trabalho, e fora de si quando está no trabalho. Ele 
está em casa quando não trabalha e, quando trabalha, 
não está em casa. O seu trabalho não é, portanto, um 
trabalho voluntário, mas forçado. O trabalho não é, 
por isso, a satisfação de uma carência, mas somente 
um meio de satisfazer necessidades fora dele.
(Karl Marx. Manuscritos econômico-filosóficos, 2008. Adaptado.)
a) Com base no texto 1, diferencie “tempo natural” e 
“tempo cultural”.
b) Como Karl Marx entende a alienação do trabalho? 
Relacione o conceito de alienação do trabalho à 
noção de “tempo cultural” apresentada no texto 1. 
11. (Ufu)
Leia a citação a seguir.
[...] o homem não é um ser abstrato, acocorado 
fora do mundo. O homem é o mundo do homem, o 
Estado, a sociedade. Esse Estado e essa sociedade 
produzem a religião, uma consciência invertida do 
mundo, porque eles são um mundo invertido.
MARX, K. Crítica da filosofia do direito de Hegel. Tradução de Rubens 
Enderle e Leonardo de Deus. São Paulo: Boitempo Editorial, 2013, p. 
151 – grifos do autor.
Responda:
a) Quando Marx afirma que “o homem não é um ser abs-
trato”, ele aponta para a condição efetiva da existência 
humana e para a sua historicidade. Então, quais rela-
ções são responsáveis pela vida concreta do homem?
b) Explique o que é a “consciência invertida do mundo”, 
segundo Marx. 
12. (Ufu)
Por meio da genealogia da moral, um método de 
investigação sobre a origem dos valores morais, 
Nietzsche (1844-1900) mostra que a cultura ociden-
tal adotou um sistema de moralidade denominada 
por ele de “moral de escravos”. 
Sobre isso, explique 
a) como Nietzsche caracteriza essa moral de escravos. 
b) o que é a vontade de potência e como Nietzsche usa 
essa noção na superação da moral de escravos. 
13. (Ufu)
No livro de 1872, O nascimento da tragédia, 
Nietzsche dizia a respeito de Sócrates e Platão: 
Aqui o pensamento filosófico sobrepassa a arte e 
a constrange a agarrar-se estreitamente ao tronco 
da dialética. No esquematismo lógico crisalidou-se 
a tendência apolínia: como em Eurípides, cumpre 
notar algo de correspondente e, fora disso, uma 
transposição do dionisíaco em afetos naturalistas. 
NIETZSCHE, O nascimento da tragédia, helenismo e pessimismo. 
Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 2005, 
p. 89 – grifos do autor. 
Considerando o comentário de Nietzsche, 
a) descreva as duas forças antagônicas: apolínio e dio-
nisíaco. 
b) explique em que o pensamento filosófico difere da 
atividade artística. 
14. (Uel 2019)
Leia o texto a seguir.
Ficamos, em geral, tão impressionados com os resul-
tados da ciência que conferimos uma credibilidade 
espantosa a qualquer tese que tenha êxito em se 
apresentar como resultado de uma pesquisa cientí-
fica. Como ilustração, podemos citar a credibilidade 
conferida pela população instruída em geral a afir-
mações a respeito da origem do universo, apesar 
da escassez de evidências. Tendo em vista o sucesso 
e o status da ciência, não é de surpreender que os 
filósofos da ciência tenham se preocupado em tentar 
compreender o que torna a ciência bem-sucedida. 
Dentre eles, para determinar o status científico de 
uma teoria, Popper julgou ter encontrado a resposta: 
o critério de falseabilidade.
Adaptado de: NEWTON-SMITH, W. H. Popper, ciência e racionalidade. 
In: O’HEAR, Anthony. (org.). Karl Popper: Filosofia e Problemas. São 
Paulo: UNESP, 1997. p. 21-22.

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