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Desenvolvimento na adolescência
Prof.ª Crismarie Casper Hackenberg
false
Descrição
Definição, conceituação histórica e fundamentos das teorias de
desenvolvimento humano referentes ao período da adolescência.
Descrição das transformações físicas, cognitivas e psicossociais
envolvidas na puberdade.
Propósito
O conhecimento sobre as teorias de desenvolvimento humano
envolvidas no estudo da fase da adolescência amplia a visão do
psicólogo em sua prática profissional clínica e institucional, tornando
sua prática e pesquisa com profundidade.
Objetivos
Módulo 1
Desenvolvimento físico: puberdade
e adolescência
Reconhecer os conceitos teóricos e históricos do desenvolvimento
físico na adolescência e as diferenças e similaridades com a
puberdade.
Módulo 2
O desenvolvimento cognitivo
Identificar os fundamentos do desenvolvimento cognitivo na
adolescência e as abordagens construtivistas aplicadas na
Psicologia.
Módulo 3
Desenvolvimento psicossocial
Distinguir as teorias do desenvolvimento psicossocial e as
interpretações psicanalíticas da busca da identidade no período da
adolescência.
Módulo 4
A síndrome da adolescência normal
Reconhecer os conceitos, pressupostos e as características da
síndrome da adolescência normal.
Há muito tempo, a adolescência não passava de uma sala de
espera do mundo adulto. Contudo, o desenvolvimento da sociedade,
as complexidades e as mudanças sociais tornaram a duração da
fase adolescente prolongada. Nas sociedades tribais primitivas, a
passagem do mundo infantil para o mundo adulto era muito breve e
seguia normas rígidas. O início e o final desse momento de
passagem eram claramente definidos por rituais. Em poucas
Introdução
1 - Desenvolvimento físico: puberdade e
adolescência
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os conceitos teóricos e
históricos do desenvolvimento físico na adolescência e as diferenças e
similaridades com a puberdade.
semanas ou meses, o adolescente era instruído nas atividades
necessárias para obter alimento e defender seu povo. A jovem se
casava com 13 anos, e o jovem assumia aos 14 anos a condição de
guerreiro e de adulto.
À medida que a adolescência foi se prolongando, tornaram-se cada
vez mais evidentes as características de personalidade próprias
dessa fase. Foi possível a ideação da formação de uma cultura
adolescente que guarda, muitas vezes, semelhanças com as
subculturas dos grupos sociais marginalizados. Para defender-se, o
adolescente pode criar barreiras diante do mundo adulto, criando
linguagem e subcultura peculiares que o excluem desse mundo.
Vamos aprofundar esses sintomas da puberdade e os conceitos da
psicologia do adolescente. O período da adolescência será
apresentado por fases, por características e pelas teorias de
diversos pensadores que desenvolveram legados intelectuais de
observação clínica, prática e modelos de tratamento.
Ligando os pontos
Sair da infância e se transformar em adolescente não é tarefa fácil.
Adolescência nos parece mais como uma passagem, entre a infância e a
vida adulta. Ocorrem muitas mudanças de todas as ordens em pouco
tempo! Uma explosão de pensamentos, desejos e hormônios. Como lidar
com tudo isso? Bom, acredita-se que o primeiro passo seja conhecer,
entender sobre o desenvolvimento humano.
Sabemos que crianças e adolescentes passam grande parte de seu
tempo na escola, pois estão em período escolar. Desse modo, na
adolescência, mudanças, conflitos e conquistas são instaurados. Será
que os profissionais da educação estão preparados para acolher todas
essas demandas? Apesar de compreendermos que o processo de
desenvolvimento humano seja universal, ele acontece de maneira
peculiar e muito singular.
Vamos à história da Laura, uma adolescente de 13 anos, aluna do 7º
ano do ensino fundamental. Laura estuda em uma escola particular do
centro do Rio de Janeiro, e esse ano vem atravessando algumas
transformações no seu desenvolvimento como um todo, o que vem
acarretando conflitos no seu meio familiar.
Laura sempre foi uma aluna dedicada aos estudos, com rendimento
acadêmico satisfatório, e uma boa relação com os colegas. Neste ano,
Laura começou apresentar alterações comportamentais, demonstrando
mais timidez e inibição, como também diminui o contato social com os
colegas. Nas aulas de educação física, ela tem se recusado a participar,
alegando sentir-se desengonçada e com cólicas menstruais. De fato, os
professores perceberam que Laura apresentou uma crescida rápida em
sua estatura neste ano, assim como o surgimento de acne no rosto e o
aumento do peso corporal.
No conselho de classe, os professores pontuaram que Laura vem
apresentando um humor mais triste, sempre muito “quietinha” e até
sonolenta, tendo pouca participação nas aulas, o que resultou na queda
em seu rendimento acadêmico. Laura, então, foi encaminhada para a
equipe multidisciplinar para que fosse acompanhada mais de perto
pelos profissionais especializados da escola. Assim, eles podiam
compreender o que vinha atravessando o desenvolvimento da aluna
para que pudessem ajudá-la.
Após a leitura do caso, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos
ligar esses pontos?
Questão 1
Sobre a adolescência e puberdade, embora possuam características
que as distinguem, também podem ocorrer juntas, ao mesmo
tempo. Precisamos adentrar no universo do desenvolvimento
humano, para assim compreender melhor cada um desses
fenômenos. Sobre a puberdade e a adolescência, analise as
questões a seguir e marque a alternativa correta.
A
Devemos considerar que a puberdade é uma fase
compreendida como uma mudança demorada nas
estruturas físicas e bioquímicas.
B
Se por algum evento biológico a puberdade não
acontecer, a adolescência também não se
manifesta.
C
Puberdade está vinculada ao início da adolescência
porque se refere especificamente às mudanças
emocionais e cognitivas.
D
Não existe uma relação de causa-efeito entre
puberdade e adolescência. Mesmo que as duas
possam ocorrer ao mesmo tempo.
E
Não se faz tão importante saber o momento preciso
no qual ocorre a puberdade em um indivíduo porque
Parabéns! A alternativa D está correta.
Quanto à puberdade, é importante salientar que é uma fase
compreendida por mudanças repentinas nas estruturas físicas,
bioquímicas e hormonais. Contudo, sabe-se que, se por algum
evento, a puberdade não se manifestar, a adolescência poderá
cumprir seu curso normalmente, sendo relevante saber os sinais da
puberdade no indivíduo, uma vez que tais sinais possam ser indícios
do início da adolescência.
Questão 2
A recepção de casos para equipe multidisciplinar teve uma
mudança nos últimos tempos. Antes havia punição a alunos
problemáticos, que eram enviados para coordenação, supervisora,
ou SOE – Orientação Educacional, hoje existe uma outra lógica de
postura. Imagine que você faz parte da equipe multidisciplinar e que
o conselho de classe indique a necessidade de um diálogo sobre
determinados alunos. Qual das alternativas abaixo deve representar
a postura da equipe?
podemos considerar esse período dissociado do
início da adolescência.
A
Temos um aluno problema na escola e por isso é
necessário intervir.
B
Temos um processo normal de “difundir” autoridade
e fortalecer a proteção do docente.
C
Temos que ter uma abordagem acolhedora,
entendendo que o suporte é rico, variado e não cabe
somente a alunos com necessidades educacionais
especiais.
D
Temos uma relação de intervenção, uma vez que foi
detectado um problema por parte dos professores.
E
Temos uma ação preventiva, já que a equipe deve
dialogar com todos os alunos.
Parabéns! A alternativa C está correta.
A equipe tem o papel de acolhimento, integração, podendo atuar em
situações diversas, como, por exemplo, situações sociais, de saúde,
junto aos familiares, no sentido de traçar estratégias e suporte a
alunos e aos docentes.
Questão 3
Diante do caso apresentado acima, pontue quais
fatores/aspectos apresentados por Laura demarcampara você
sinais de puberdade e/ou adolescência. Distinga cada um deles.
Digite sua resposta aqui
Chave de resposta
Sabemos que puberdade e adolescência podem
caminhar juntas em um indivíduo, assim como
podem se dissociar. Laura, uma adolescente de 13
anos, apresenta sinais de puberdade nos aspectos
físicos e bioquímicos, como um rápido crescimento
corporal, desajuste corporal, menstruação, acne e
aumento do peso corporal. Já os aspectos
relacionados à adolescência têm a ver com o modo
de ser, como as alterações comportamentais, timidez,
inibição, alterações no humor e no sono.
Conceitos básicos em
puberdade e adolescência
Puberdade e adolescência
Em geral, o período da adolescência começa com as mudanças
corporais que ocorrem no início da puberdade e termina com os
acontecimentos da inserção social, profissional e econômica do jovem
na sociedade adulta.
Segundo a OMS (Organização
Mundial de Saúde [1965]): A
adolescência é definida como um
período biopsicossocial que
compreende a segunda década da
vida, ou seja, dos 10 aos 20 anos.
Esse também é o critério adotado
pelo Ministério da Saúde do Brasil e
pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE). Para o Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA),
o período vai dos 12 aos 18 anos.
(SCHOEN-FERREIRA et al., 2010, p. 227)
Inicialmente é importante compreendermos o seguinte:
A palavra "puberdade" vem do latim pubertate, que significa “idade
viril”, e também encontramos referência no verbo pubescere, que
significa “cobrir-se de pelos na região púbica”. Podemos, então,
entender que a palavra puberdade, em geral, está vinculada ao
início da adolescência, porque se refere especificamente às
mudanças corporais.
O termo "adolescência" vem da expressão adolescentia, que está
relacionada ao período de crescer, de se desenvolver, ou como diria
a filosofia clássica com Aristóteles, a natureza humana em
florescimento.
Segundo Moragas (1970), não existe uma relação de causa-efeito entre
puberdade e adolescência. Mesmo que as duas possam ocorrer ao
mesmo tempo.
Devemos considerar que a puberdade, uma fase compreendida como
uma mudança repentina nas estruturas físicas e bioquímicas, pode ser
precedida, acompanhada ou seguida de um período adolescente.
E se por algum evento biológico a puberdade não acontecer, a
adolescência não deixa de se manifestar no indivíduo. Para Moragas, ser
adolescente é estar no mundo de outra maneira. A atitude do
adolescente diante da família, do estudo e dos amigos é diferente
(GRIFFA; MORENO, 2001).
Mudanças físicas da puberdade
De acordo com Papalia et al. (2009), existe um período de
aproximadamente sete anos para o início da puberdade tanto em
meninos como em meninas. O processo regularmente leva cerca de
quatro anos para ambos os sexos e tem início cerca de dois ou três anos
mais cedo nas meninas do que nos meninos. Em dados gerais e
populacionais:
Adolescência para
meninos
A idade mediana dos
meninos para a entrada
na puberdade é 12 anos,
mas eles podem
começar a apresentar
mudanças entre 9 e 16
anos.
Adolescência para
meninas
Em média, as meninas
começam a apresentar
as mudanças da
puberdade dos 8 aos 10
anos.
Contudo, os estudiosos do desenvolvimento constataram uma tendência
secular no estabelecimento da puberdade, relativa à diminuição da idade
em que a puberdade se inicia. Isso quer dizer que os jovens estão
alcançando a estatura adulta e maturidade sexual cada vez mais cedo
(PAPALIA et al., 2009).
Tendência secular
Tendência que inclui diversas gerações.
Saiba mais
Uma explicação muito provável é a melhora no padrão de vida da
sociedade. Ou seja, as crianças que são mais saudáveis, mais bem
nutridas e mais bem cuidadas acabam amadurecendo mais cedo e
crescendo mais.
No período da puberdade acontece um acelerado crescimento da
estatura. O corpo do adolescente muda de forma tão rápida e tão radical
que não dá tempo para que ele possa se acostumar com as
modificações. Nesse período, podemos encontrar adolescentes com
posturas desengonçadas, com movimentos pouco harmoniosos dos
braços e pernas, com um caminhar um pouco fora do ritmo (AMARAL,
2007).

Gráfico mostra o crescimento que ocorre na adolescência.
Junto com essa fase de crescimento visível, uma série de outras
modificações orgânicas devem surgir, destacando-se os caracteres
sexuais secundários que começam a aparecer. Em meninas, o
surgimento das mamas e nos meninos, o aumento dos testículos. Nos
dois acontecerá o desenvolvimento dos pelos pubianos. A partir dessas
modificações orgânicas, começa a fase chamada puberdade marcada
pelas características físicas descritas a seguir:
O aumento da largura dos ombros; a modificação no timbre da
voz; o aparecimento de pelos no rosto, axilas e região pubiana; o
crescimento do pênis e dos testículos; e o surgimento da primeira
ejaculação.
O aumento dos quadris; o desenvolvimento das glândulas
mamárias; o aparecimento de pelos na região pubiana; e o
surgimento da primeira menstruação, chamada menarca.
Nesse processo de desenvolvimento, os hormônios serão muito
importantes. Por causa deles, as moças terão seus ovários aumentados
com a produção de estrogênio, além do aumento dos genitais femininos
e do desenvolvimento dos seios.
Nos rapazes, os testículos aumentarão a fabricação de androgênios,
principalmente a testosterona. Esse hormônio estimulará o crescimento
dos genitais masculinos, da massa muscular e dos pelos do corpo.
Nos meninos 
Nas meninas 
Os hormônios na puberdade
De acordo com Papalia et al. (2009), saber o momento preciso no qual
ocorre a puberdade em um indivíduo é importante, porque podemos
considerar esse período como o início da adolescência. Nesse momento
de explosão da atividade hormonal, as pesquisas têm mostrado que o
peso corporal está relacionado à puberdade.
Algumas pesquisas atribuem aos hormônios a falta de regulação das
emoções e a instabilidade de humor da adolescência inicial, diz Papalia
et al. (2009). Eles estão associados à agressividade nos rapazes e tanto
à agressividade como à depressão nas moças. Entretanto, outras
influências, como o sexo, a idade, o temperamento e o momento de
ocorrência da puberdade, podem moderar ou até sobrepujar as
influências hormonais. A tabela a seguir explicita as mudanças
fisiológicas na adolescência, vamos acompanhar:
Características Femininas Idade de Aparecimento
Crescimento dos seios 6-13
Crescimento dos pelos
pubianos
6-14
Crescimento corporal 9,5-14,5
Menarca 10-16,5
Pelos axilares
Cerca de dois anos após o
aparecimento de pelos
pubianos
Aumento na produção das
glândulas sebáceas e
sudoríparas (o que pode
causar acne)
Aproximadamente na
mesma época que o
aparecimento de pelos
axilares
Características Masculinas Idade de Aparecimento
Crescimento dos testículos,
escroto
10-13,5
Crescimento dos pelos
pubianos
12-16
Crescimento corporal 10,5-16
Crescimento do pênis, da
próstata, das vesículas
seminais
11-14,5
Alteração na voz
Aproximadamente na
mesma época que o
crescimento do pênis
Primeira ejaculação de sêmen
Aproximadamente um ano
depois do início do
crescimento do pênis
Pelos faciais e axilares
Aproximadamente dois
anos após o aparecimento
de pelos pubianos
Características Femininas Idade de Aparecimento
Aumento na produção das
glândulas sebáceas e
sudoríparas (o que pode
causar acne)
Aproximadamente a mesa
época que o aparecimento
de pelos axilares
Tabela: Sequência Usual de Mudanças Fisiológicas na Adolescência
Adolescência e ritual de passagem
Os ritos de passagem podem incluir bençãos e rituais religiosos,
afastamento da criança da família, desafios rigorosos de força e
resistência, sinalização de uma marca no corpo de alguma forma e
ainda rituais mitológicos e de magia.
Um ritual conhecido realizado em uma idade determinada é o das
cerimônias de bar mitzvah (menino) e bat mitzvah (menina) na cultura
judaica, que marcam o ritual de chegada dos 13 anos.Nesse ritual, os
jovens assumem a responsabilidade de seguir a fé em observância
religiosa tradicional.
Outro ritual conhecido é a celebração da primeira menstruação de uma
moça. Nas tribos Apache, a menarca é comemorada com um ritual
religioso de quatro dias de cânticos, que vai do amanhecer ao pôr do sol.
Na sociedade ocidental, vamos encontrar alguns marcadores legais para
o ingresso na idade adulta. Aos 17 anos, os jovens poderão se alistar
nas Forças Armadas. Aos 18 anos (em alguns países aos 16 anos),
podem dirigir ou votar. Em muitos países, a maioridade se dá aos 18
anos e um jovem com essa idade pode se casar sem a permissão dos
pais.
Se usarmos as definições sociológicas, as pessoas podem
autodenominar-se adultos quando têm condição de se sustentarem e
escolherem uma profissão, quando podem se casar e se apropriar de um
relacionamento significativo ou começarem uma família. A palavra
“emancipação” significa a libertação ou independência de alguém. No
direito brasileiro, a emancipação é o ato que faz com que pessoas se
tornem capazes na esfera civil antes de completar 18 anos.
A adolescência ao longo dos
séculos
Os autores Schoen-Ferreira e Aznar-Farias (2010) observam
particularidades em diferentes etapas desde a Grécia Antiga até os dias
atuais:
 Na Grécia Clássica
As crianças moravam no gineceu até completarem
7 anos. Depois os meninos estudavam em casa
com um adulto tutor e recebiam educação severa
com ensinamentos cívicos e militares. A maioridade
era atingida aos 18 anos, quando o jovem entrava
para a efebia: tempo de aprendizado de valores
morais e religiosos para se tornar um cidadão. As
i té 7 bi d ã i il à
meninas até os 7 anos recebiam educação similar à
dos meninos. Após esse período, praticavam
esportes com o propósito de reforçar a saúde
vigorosa para o exercício da maternidade.
Não existia adolescência nesse período da história,
a fase adolescente ainda não estava delimitada.
 Na Roma Antiga
A criança aos 12 anos vivia uma passagem para
um novo estágio, tanto para os meninos quanto
para as meninas. Tão logo chegava a puberdade,
trocavam as vestes infantis pelas dos adultos. As
meninas eram preparadas para casar-se com no
máximo 14 anos.
Nesse período não existia o conceito de maioridade.
 Na Idade Média
Com o surgimento das comunidades feudais e
coletivas, existia um ambiente familiar que
possibilitava todos se conhecerem. A criança tinha
condições de viver com cuidados maternos,
contudo, quando provasse que não precisava mais
de cuidados, teria entrada plena no espaço dos
adultos. A partir disso, as atividades sociais, jogos,
profissões e armas eram comuns a todos sem
distinção de idade. Nesse período foram resgatadas
as ideias de Platão sobre os ciclos da vida contados
de 7 em 7 anos: primeira idade, infância (enfant), de
0 a 7 anos; segunda idade, puertitia, de 7 a 14 anos;
terceira idade, adolescência, de 14 a 21 anos.
Depois viria a juventude até os 28 anos, a fase
adulta que duraria até 50 anos, e em seguida
chegaria a velhice, com 50 anos para cima.
No Iluminismo
O t d Il i i f f ã d
Adolescência no século XXI
Para Rocha, Faria e Pio (2009), o tempo em que vivemos é um período de
velocidade nos avanços tecnológicos e de uma sociedade globalizada e
conectada, e os adolescentes estão vivendo nessa modernidade.
Como deve ser para um adolescente manifestar sua
individualidade em um mundo tão tecnológico e rápido?

O tempo novo do Iluminismo oferece a formação de
um sentimento e de um tempo de adolescência no
século XVIII. Nasce um sentido e uma importância
de proteção moral das crianças e de jovens.
 Nos séculos XIX e XX
Cresce, no século XIX, o investimento das famílias
nos filhos, pois os pais acreditavam que o filho é o
futuro familiar. A fase da infância começa a
reconhecer a criança como uma pessoa. A
adolescência é reconhecida como uma etapa crítica.
Surgem as Ciências Sociais, dentre elas, História,
Sociologia, Antropologia e Psicologia, que
acabaram por legitimar essa fase humana da vida.
No decorrer do século XX, a década de 60 foi muito
impactada com mobilizações e uma frequente
contestação social.
Podemos dizer que a adolescência, como fenômeno
social, é um invento da sociedade moderna.
Segundo as autoras, existe uma tendência na atualidade de se tornarem
mais misturadas as relações entre adolescentes e adultos. As famílias
atualmente são menos repressoras do que há 20 e 30 anos e, nesse
sentido, existe um diálogo proposto que possibilita uma convivência
mais humana, compreensiva e amistosa.
Contudo, a dinâmica social cotidiana mostra que, em algumas classes
sociais, essa fase da adolescência não é muito destacada. É muito
comum, no Brasil, encontrarmos crianças trabalhando informalmente e
se ausentando da escola, porque buscam a sobrevivência nas ruas.
Antigamente, o adolescente era encaminhado para se dedicar aos
estudos, tornando-se capaz de conseguir um emprego e se casar. Nos
dias atuais, a nossa sociedade contemporânea identifica uma
adolescência prolongada, pois os jovens permanecem mais tempo com
os pais e acabam tendo um maior acúmulo de estudo.
Mesmo com uma idade biológica de juventude ou vida adulta, não
possuem independência financeira e emprego. Existe uma ausência de
autonomia.
Nossa sociedade mudou. Atualmente, as características fundamentais
são o consumo, o imediatismo, a satisfação momentânea dos desejos,
os novos arranjos familiares, a velocidade no dia a dia (ROCHA; FARIA;
PIO, 2009). Diferentemente de outros tempos, como vimos, nos quais as
diferenças entre o que distinguia crianças de adolescentes e de adultos
era muito mais demarcado socialmente.
Evolução histórica do
conceito de adolescência
Neste vídeo, a especialista reflete sobre as mudanças do conceito de
adolescência ao longo da história, destacando as particularidades dessa
fase no século XXI. Confira!

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O critério da adolescência como um período biopsicossocial que
compreende a segunda década da vida, ou seja, dos 10 aos 20 anos,
foi adotado pela Organização Mundial de Saúde em 1965. Diversas
outras instituições brasileiras utilizam o mesmo critério de idade em
suas legislações, como:
I. Ministério da Saúde do Brasil;
II. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);
III. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Esse mesmo critério é realmente utilizado por:
Parabéns! A alternativa A está correta.
Em geral, o período da adolescência começa com as mudanças
corporais que ocorrem no início da puberdade e termina com os
acontecimentos da inserção social, profissional e econômica do
jovem na sociedade adulta. Diversas outras instituições brasileiras
também utilizam esse critério em suas legislações, entre eles o
Ministério da Saúde e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Para o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o período
da adolescência vai dos 12 aos 18 anos.
Questão 2
Sobre a etimologia dos conceitos de puberdade e de adolescência, a
palavra "puberdade" vem do latim pubertate, e quer dizer "idade viril".
Podemos dizer que o que mais define a puberdade é a
A I e II.
B I, II e III.
C III apenas.
D I e III.
E II e III.
Parabéns! A alternativa B está correta.
Também encontramos referência da palavra “puberdade” no verbo
pubescere, que significa "cobrir-se de pelos na região púbica".
Podemos, então, entender que a palavra puberdade, em geral, está
vinculada ao início da adolescência, porque se refere
especificamente às mudanças corporais. O termo "adolescência"
vem da expressão adolescentia, que está relacionada ao período de
crescer, de se desenvolver, ou como diria a filosofia clássica com
Aristóteles, a natureza humana em florescimento.
2 - O desenvolvimento cognitivo
A alteração de humor.
B mudança corporal.
C mudança psicológica.
D mudança psicossocial.
E busca de si mesmo e a identidade.Ao �nal deste módulo você será capaz de identi�car os fundamentos do
desenvolvimento cognitivo na adolescência e as abordagens
construtivistas aplicadas na Psicologia.
Ligando os pontos
Cognição? O que é isso? Seria uma escala de quem é mais inteligente?
Vamos provocar um pouco essas ideias a partir do caso da nossa aluna
Laura, que no auge dos seus 13 anos vivencia a entrada na adolescência
e na puberdade. Algumas transformações físicas, no comportamento e
no humor se tornaram visíveis para equipe escolar, já que aconteceram
de maneira abrupta. Em conselho de classe, os professores
manifestaram preocupações com a aluna, tendo em vista que Laura
sempre foi uma estudante dedicada, alegre, com bom rendimento
escolar, o que não tem ocorrido nos últimos meses.
Assim, a equipe multidisciplinar da escola solicitou à família de Laura
uma reunião. Desse modo, poderiam conhecer um pouco mais sobre a
aluna, assim como saber o que familiares têm percebido sobre o que foi
pontuado pelos professores em conselho de classe. Durante a reunião, a
mãe de Laura relata que também já havia percebido tais mudanças na
filha, mas pensava que “era coisa de adolescente”. Contudo, ela foi
percebendo alguns comportamentos em Laura que denotaram certa
preocupação, o que a fez levá-la a um psicólogo. A mãe relata que Laura
tem tido uma tendência em sempre querer agradar as pessoas, ser
“boazinha”, mesmo que algo esteja a desagradando. Por fim, a mãe
agradeceu profundamente à equipe escolar pela preocupação com a
filha e levou um relatório de todo desenvolvimento de Laura para a
psicóloga clínica que está a acompanhando.
Após a leitura do caso, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos
ligar esses pontos?
Questão 1
No caso apresentado, conhecemos a mãe de Laura e começamos a
pensar um pouco sobre os impactos de suas transformações. Laura
tornou-se adolescente e isso chamou a atenção em casa e na
família. Na sua opinião, qual seria a atitude correta de um
psicopedagogo nesse caso?
Parabéns! A alternativa C está correta.
Laura participa de vários sistemas sociais como a escola, a casa, a
relação com amigos e família. Investigar tais sistemas e entender as
condições do sujeito é vital na ação de um psicopedagogo.
Questão 2
Imaginemos a seguinte situação: em uma discussão entre a equipe
multidisciplinar a partir das informações trazidas pela mãe de
Laura, uma das profissionais levantou a hipótese de ser algo
relacionado ao desenvolvimento moral. Então, ela passou para as
colegas por aplicativo de mensagem um texto sobre o assunto que
começava assim: “Ele apontou que por meio de um processo
maturacional e interativo, todas as pessoas têm a capacidade de
chegar à plena competência moral. Em seu estudo principal,
entrevistou 72 garotos de 10, 13 e 16 anos dos arredores de
Chicago. Apresentava-lhes uma série de dilemas morais e esses o
explicavam como chegavam às soluções, sendo que chegou a
acompanhar alguns dos sujeitos por cerca de 20 anos.” (RAVELLA,
2010, p. 12)
A Encaminhar Laura ao psicólogo.
B Oferecer a Laura a mudança de turma.
C Investigar a situação social de Laura.
D
Aconselhar os professores a deixar Laura, pois isso
era da idade.
E Convencer Laura a mudar de postura.
Alguns colegas gostaram e começaram a discutir como fazer a
abordagem de tal questão. A iniciativa compartilhada pela
professora pode ser entendida:
Parabéns! A alternativa A está correta.
O psicopedagogo, em comum acordo com a equipe, deve estar
atento a investigar e trocar ideias com os colegas para ajudar a
definir o planejamento, a organização e as intervenções, caso
necessário.
Questão 3
No que se refere ao desenvolvimento cognitivo da aluna Laura, a
mãe em reunião com a equipe escolar pontua um aspecto
importante sobre a forma com que a filha tem se relacionado com
os outros em prol do seu desejo, buscando sempre agradar e ser
boa com quem se relaciona. Por esse e outros motivos, Laura
encontra-se em acompanhamento psicoterápico. Com relação ao
desenvolvimento cognitivo, uma das características da
adolescência é a capacidade de pensar de forma abstrata. Na sua
opinião, como isso afeta o comportamento de Laura? Justifique
sua resposta.
A
Uma maneira contemporânea de discutir e investigar
a situação do aluno, algo importante a equipe.
B
Uma invasão ao trabalho das colegas, afinal não é
responsabilidade delas esse tipo de abordagem
C
Uma mera consideração genérica, afinal não cabe à
equipe investigar.
D
A geração de um diagnóstico e a chance de explicar
para a mãe o que fazer.
E
Uma explicação definitiva e precisa do que a aluna
tem e o tratamento a ser adotado.
Digite sua resposta aqui
Chave de resposta
A adolescência é o momento em que o jovem amplia
sua capacidade cognitiva, de modo que seja capaz
de pensar de forma mais abstrata e gerar hipóteses.
Isso afeta a maneira de julgar e perceber situações,
assim como de se comportar. Laura, de 13 anos,
apresenta uma preocupação em ser boa e agradar
aos outros, indo ao encontro com o relato da mãe à
equipe escolar sobre o comportamento da filha. A
isso chamamos de julgamento moral, conforme a
teoria de Kolberg, que conheceremos ao longo do
módulo.
Importância e fases da
adolescência no
desenvolvimento
Importância da adolescência
O processo de industrialização nas sociedades modernas deixou o
período da adolescência um pouco mais complexo, pois o tempo entre a
infância e a idade adulta foi sendo alongado. Segundo Carvalho (2015,
p. 61) “existe um interesse em deixar um número razoável de pessoas
fora do mercado de trabalho. Isso daria a elas condições para fazer a
reciclagem da mão de obra, sem precisar criar um número muito grande
de novas vagas e empregos”. Com essa argumentação, alguns teóricos
analisam que a adolescência não passa de uma invenção social.
Carvalho (2015) diz que existem outros teóricos que defendem que a
adolescência seria um estágio de desenvolvimento do ego pessoal e das
funções cognitivas. Os argumentos nos fazem pensar que o fato de esse
conceito não ter sido considerado ao longo da história da humanidade
não quer dizer que esse período de desenvolvimento não exista.
Nesse sentido, a adolescência poderia ser um período no qual o
indivíduo teria que realizar várias tarefas para continuar o
desenvolvimento harmonioso do ego. Entre elas estão a definição da
identidade, a escolha vocacional e a autonomia moral. Como veremos
neste módulo, as fases da adolescência apresentam uma evolução com
mudanças marcantes na cognição e no julgamento.
Fases da adolescência
Sobre as fases da adolescência, podemos considerar:
Baixa adolescência
A adolescência inicial, também chamada de baixa
adolescência, inclui a puberdade. Nas meninas, pode ocorrer
entre 11 e 12 anos e nos meninos, entre 12 e 13 anos. A
atenção e as energias do adolescente inicialmente são
absorvidas pela problemática narcisista, isto é, a reestruturação
do esquema corporal e a conquista da identidade. O outro sexo
é percebido como perigoso. O adolescente se relaciona em
maior grau com indivíduos de seu próprio sexo. A família
continua a ser o centro da vida do adolescente, embora ele
comece a desprender-se dela.
Adolescência
A adolescência propriamente dita compreende o período entre
12-13 e 16 anos. É o estágio no qual se constrói a identidade
sexual definitiva e se desenvolve a identidade pessoal. O
desenvolvimento corporal reduziu seu ritmo e o indivíduo vai
adquirindo proporções adultas. A pessoa tem interesse pelo
sexo oposto e forma grupos heterossexuais de amigos para
frequentar diversas atividades para se aproximar do outro sexo.
Nesse período, ocorre um distanciamento afetivo da família,
que vai deixando de ser o centro da existência da pessoa. Na
tentativa de se tornar independente dos pais, são frequentes os
atos de rebeldia do adolescente.
Final do período
O final do período adolescente é difícil de ser situado no tempo.
Varia de acordo com critérios adotados como maisimportantes,
como a inserção no mundo do trabalho, a responsabilidade
legal, a separação dos pais e a capacitação profissional. É uma
fase de consolidação e ensaio de modos de vida e de
relacionamento com os demais. É o período da escolha e da
decisão vocacional. A escolha de uma carreira ou de uma
profissão é um dos problemas mais importantes da existência
humana.
As fases do desenvolvimento
cognitivo
Desenvolvimento cognitivo
Paralelamente às mudanças físicas ocorrem as mudanças de
pensamento. Embora “o pensamento dos adolescentes possa
permanecer imaturo em diversos aspectos, eles são capazes de
raciocinar de maneira abstrata e fazer juízos morais sofisticados, além
de poderem planejar o futuro de maneira mais realista” (PAPALIA et al.,
2009, p. 455).
A teoria de Piaget e as operações formais
Segundo Piaget, o desenvolvimento intelectual da criança se processa
por meio de uma série de estágios e cada estágio é identificado com
base em uma estrutura cognitiva específica. Nesse contexto, os quatro
estágios principais, obedecendo a uma ordem sequencial, são:
sensório-motor;
pré-operatório;
operações concretas; e
operações formais.
Os adolescentes iniciam seu nível mais elevado de desenvolvimento
cognitivo, entrando no estágio das operações formais, que seria a
capacidade de elaborar um pensamento abstrato. Essa etapa geralmente
é alcançada em torno dos 11 anos e oferece um modo novo e mais
flexível de manipular as informações (PAPALIA et al., 2009).
Nesse estágio, são capazes de compreender o tempo histórico e o
espaço extraterrestre, por exemplo. Podem utilizar símbolos para
representar outros símbolos (X e Y nas equações matemáticas) e com
isso aprender álgebra e cálculo. Podem entender melhor uma metáfora e
uma alegoria e compreender os significados mais elaborados da
literatura. Podem imaginar possibilidades e gerar hipóteses.
Para Piaget, as transformações emocionais que acontecem na
adolescência dependem das transformações cognitivas, e uma das
grandes mudanças no estágio de desenvolvimento operatório formal é o
surgimento do pensamento hipotético-dedutivo.
Exemplo
Um bom exemplo da evolução para o estágio das operações formais é o
problema do pêndulo piagetiano clássico, que comparativamente mostra
o progresso de uma criança até a adolescência.
Problema do pêndulo de Piaget.
Dilema
Um pêndulo pendurado em um fio que pode mudar sua trajetória com
quatro fatores: o comprimento do fio, o peso do objeto, a altura da qual o
objeto é solto e a quantidade de força que pode ser usada para empurrar
o objeto. Que fator ou que combinação de fatores determinam a rapidez
com que o pêndulo balança?
Experimento
O adolescente é capaz de abordar o problema de maneira sistemática,
montando um experimento para testar todas as hipóteses possíveis.
Dessa forma, ele é capaz de determinar que apenas um fator — o
comprimento do fio — determina a rapidez de oscilação do pêndulo.
Conclusão
Por meio do raciocínio hipotético-dedutivo, o adolescente consegue
desenvolver uma hipótese e criar um experimento para testá-la. O
raciocínio hipotético-dedutivo lhe oferece um instrumento para
solucionar problemas. Ele adquire a capacidade de ultrapassar, pelo
pensamento, situações vividas e a projetar ideias para o futuro.
Na atualidade, os estudos microgenéticos que avaliam o comportamento
e a resolução de problemas confirmaram a análise de Piaget sobre como
as operações concretas (dos 7 aos 12 anos) diferem das operações
formais (a partir dos 12 anos).
Segundo Piaget, essa mudança é o resultado de um misto de maturação
cerebral e de expansão das oportunidades ambientais. Ambas são
essenciais, pois mesmo com o desenvolvimento neurológico dos jovens
e sua evolução rápida que permite o raciocínio formal, eles só podem
alcançá-lo com estimulação ambiental apropriada. Uma forma de isso
acontecer é mediante o esforço cooperativo. Piaget reconheceu que a
escolaridade e a cultura podem desempenhar um papel importante no
desenvolvimento humano (PAPALIA et al., 2009).
A teoria de Elkind e a imaturidade do adolescente
O psicólogo David Elkind, com base em seu trabalho clínico com
adolescentes e inspirado no trabalho de Piaget, caracterizou as atitudes
e comportamentos imaturos que podem ser provenientes dos
pensamentos abstratos dos adolescentes (PAPALIA et al., 2009). Ele
ressaltou algumas atitudes observáveis:
Os adolescentes estão sempre encontrando oportunidades para
testar e exibir suas recém-descobertas habilidades de raciocínio.
Muitos adolescentes têm problemas para se decidir em relação a
coisas simples, escolhas pessoais e dilemas mais elaborados.
Tendência a discutir 
Indecisão 
Os adolescentes percebem que os adultos, que antes eram
venerados, estão muito aquém de seus ideais.
Os jovens adolescentes, muitas vezes, não reconhecem a
diferença entre expressar um ideal e fazer os sacrifícios
necessários para viver de acordo com ele, embora atitudes
altruístas e de heroísmo sejam comuns nesse período.
Funciona como um público imaginário, um "observador"
mentalmente criado que está muito preocupado com
pensamentos e comportamentos. Os adolescentes, muitas vezes,
supõem que todo mundo está pensando sobre a mesma coisa
que eles, ou seja, sobre si mesmos. A fantasia do público
imaginário é particularmente forte nos primeiros anos da
adolescência.
Refere-se à crença dos adolescentes de que são especiais, de que
sua experiência é única e de que não estão sujeitos às regras que
regem o resto do mundo. Segundo Elkind, esse tipo especial de
egocentrismo está na base de muitos comportamentos
arriscados e autodestrutivos.
A teoria de Kohlberg e o julgamento moral
Vamos pensar no seguinte dilema:
Encontrar defeitos nas figuras de autoridade 
Hipocrisia aparente 
Autoconsciência 
Suposição de invulnerabilidade 
Dilema de Kohlberg criado em 1969: Uma mulher está próxima da morte
por câncer. Um farmacêutico descobriu um remédio que os médicos
acham que poderia salvá-la. O farmacêutico está cobrando 2 mil dólares
por uma pequena dose do remédio — 10 vezes mais do que lhe custa
para fabricá-lo.
O marido da mulher enferma, Heinz, pede dinheiro emprestado a todos
que conhece, mas só consegue reunir mil dólares. Ele implora ao
farmacêutico que venda o remédio por mil dólares ou que lhe permita
pagar o resto posteriormente. O farmacêutico recusa, dizendo: “Eu
descobri o remédio e pretendo lucrar com ele”. Em desespero, Heinz
arromba a loja do homem e rouba o remédio.
Julgamento moral: Heinz deveria ter feito isso? Por que
sim ou por que não?
O desenvolvimento moral proposto nos exercícios da teoria de Kohlberg
guardam certa semelhança com a teoria de Piaget, mas seu modelo é
um pouco mais complexo. Ele estabelece três níveis de julgamento
moral, cada um dividido em dois estágios (PAPALIA et al., 2009). Assim,
podemos reconhecer os seguintes níveis de desenvolvimento moral
segundo Kohlberg:
Saiba mais
Posteriormente, Kohlberg acrescentou um nível de transição entre os
níveis II e III, que se refere a momentos nos quais as pessoas não se
sentem mais tão limitadas pelos padrões morais da sociedade, mas
 Nível I
Moralidade pré-convencional. As pessoas agem sob
os controles externos: obedecem a regras para
evitar punição, para obter recompensas ou por
interesse próprio. Esse nível é típico de crianças de 4
a 10 anos de idade.
 Nível II
Moralidade convencional (ou moralidade de
conformidade ao papel convencional). As pessoas
internalizaram os padrões de figuras de autoridade:
preocupam-se em ser "boas", em agradar aos outros
e em manter a ordem social. Esse nível geralmente é
alcançado depois dos 10 anos; muitas pessoas
nunca o superam, mesmo na idade adulta.
 Nível III
Moralidade pós-convencional (ou moralidade dos
princípios morais autônomos). As pessoas agora
reconhecem conflitos entre os padrões morais e
fazem seus próprios julgamentos com base nos
princípios de correção, de imparcialidadee de
justiça. As pessoas geralmente só chegam a esse
nível de julgamento moral pelo menos no início da
adolescência ou mais comumente no início da
idade adulta, podendo nunca o atingir.
ainda não conseguem desenvolver princípios de justiça de origem
racional. Ao contrário disso, baseiam suas decisões morais em
sentimentos pessoais.
Uma das razões que tornam as idades associadas aos níveis de
Kohlberg tão variáveis é que existem fatores além da cognição, como o
desenvolvimento emocional e as experiências de vida, que podem
influenciar os nossos julgamentos morais.
Mesmo as pessoas que alcançaram um alto nível de desenvolvimento
cognitivo nem sempre parecem alcançar um nível comparavelmente alto
de desenvolvimento moral. Veremos que certo nível de desenvolvimento
cognitivo é necessário na adolescência, mas ainda assim os níveis de
julgamento moral poderão não ser comparáveis com a cognição
(PAPALIA et al., 2009).
A escolha vocacional
Questões vocacionais e pro�ssionais
Já sabemos que a escola é a “experiência organizadora central” na vida
acadêmica e social da maioria dos adolescentes. Ela oferece
oportunidades para que informações sejam adquiridas, para dominar
novas habilidades e aperfeiçoar as que foram adquiridas, para se
engajar e participar de atividades esportivas, artísticas e de outra
natureza. Especialmente, são preocupações dessa fase o desejo de
explorar o conhecimento sobre as opções vocacionais e a vontade de
estar entre amigos. A escola amplia os horizontes intelectuais e sociais.
Para alguns adolescentes, entretanto, a escola não é
uma oportunidade, e sim mais um obstáculo no
caminho para a idade adulta (PAPALIA et al., 2009).
De acordo com Griffa e Moreno (2001), a escolha de uma carreira ou
profissão é muito importante, chegando a ser vital para o adolescente.
Pela primeira vez ele irá tomar uma decisão pessoal em relação a um
dos direcionamentos mais importantes para a sua existência: o caminho
profissional ou da sua ocupação.
Esse momento de escolha exige o conhecimento das próprias atitudes,
dos seus interesses e dos seus valores, além do autoconhecimento das
características da sua personalidade, suas possibilidades e seus limites.
Na escolha profissional-ocupacional, deverá ser considerado o plano ou
o estilo de vida escolhido, além das características da profissão a ser
desempenhada e a sua abrangência social. A influência de pais amigos
é positiva quando orientam e oferecem modelos profissionais ou
ocupacionais sem exercer pressões.
O êxito ou fracasso dessa escolha afeta
profundamente o desenvolvimento pessoal de cada
indivíduo, além de repercutir na sociedade à qual ele
pertence.
Por esse motivo a orientação profissional não pode ser reduzida apenas
à aplicação de provas ou testes psicométricos e de interesses. Deverá ser
um processo longo, integrado por pais, docentes e amigos, e vinculado à
história das habilidades do indivíduo e ao próprio processo educativo.
Importância da escolha
vocacional
A especialista reflete agora sobre a importância da escolha vocacional
na vida do adolescente e suas implicações, além de destacar os fatores
mais importantes que podem facilitar ou dificultar esse processo.
Confira!

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Em qual dos estágios cognitivos de Piaget e seu modelo de
transformações intelectuais está contida a fase da adolescência, a
partir dos 12 anos?
A Estágio sensório-motor
Parabéns! A alternativa D está correta.
Segundo Piaget, o desenvolvimento intelectual da criança se
processa por meio de uma série de estágios e cada estágio é
identificado com base em uma estrutura cognitiva específica. No
estágio de operações formais, normalmente a partir dos 11 ou 12
anos, ocorre a passagem do pensamento concreto para o
pensamento abstrato, e desenvolve-se a capacidade de
generalização própria do pensamento adulto. Os jovens
adolescentes já são capazes de lidar com conceitos como justiça e
liberdade, de criar teorias a respeito do mundo e têm a tendência a
ler a realidade de acordo com seus próprios sistemas de
interpretação.
Questão 2
O termo “construtivismo” vem da teoria do desenvolvimento
cognitivo de Piaget (1999) e também é conhecido como
cognitivismo, porque o verdadeiro conhecimento é fruto de uma
elaboração (construção) pessoal, resultado de um processo interno
de pensamento durante o qual o sujeito coordena diferentes noções
entre si, atribuindo-lhes um significado, organizando-as e
relacionando-as com outras anteriores. Esse processo é inalienável e
intransferível. No estágio das operações formais, o adolescente tem
as seguintes capacidades:
I. Elaborar um pensamento abstrato.
II. Utilizar símbolos para representar outros símbolos.
III. Incapacidade de compreender o tempo histórico.
IV. Imaginar possibilidades e gerar hipóteses.
B Estágio pré-operatório
C Estágio de operações concretas
D Estágio de operações formais
E Estágio pré-sensório
São capacidades do adolescente no estágio das operações formais
as abordadas em
Parabéns! A alternativa C está correta.
Os adolescentes iniciam seu nível mais elevado de desenvolvimento
cognitivo, entrando no estágio das operações formais, que seria a
capacidade de elaborar um pensamento abstrato. Essa etapa
geralmente é alcançada em torno dos 11 anos. São capazes de
compreender o tempo histórico e o espaço extraterrestre, por
exemplo; podem utilizar símbolos para representar outros símbolos
(X e Y nas equações matemáticas) e com isso aprender álgebra e
cálculo; podem entender melhor uma metáfora e uma alegoria e
compreender os significados mais elaborados da literatura; e podem
imaginar possibilidades e gerar hipóteses.
A I, II, III.
B I, III e IV.
C I, II e IV.
D I e III.
E II e IV.
3 - Desenvolvimento psicossocial
Ao �nal deste módulo, você será capaz de distinguir as teorias do
desenvolvimento psicossocial e as interpretações psicanalíticas da busca
da identidade no período da adolescência.
Ligando os pontos
Será que Laura, de 13 anos, que vem enfrentando mudanças de
comportamento e queda de rendimento escolar tem de fato algum
problema ou essa é apenas uma fase chata da adolescência? Vamos
pensar um pouco sobre isso.
Para muitos, o período da adolescência é visto como uma fase do
desenvolvimento conturbada, chamada muitas vezes de forma
pejorativa de “aborrecência”, na qual o jovem vivenciaria um caminho de
mudanças e conflitos. Entretanto, vamos propor algumas reflexões e
questionamentos para que você possa ter uma visão mais completa do
que é ser adolescente em sua dimensão psicossocial.
Seguimos tentando compreender de forma mais holística os aspectos
que atravessam o desenvolvimento da aluna Laura, que tem no espaço
escolar a possibilidade de acolhimento de todos que a cercam,
juntamente com sua família. A equipe escolar a convidou para uma
conversa, a fim de ofertar acolhimento para que a aluna sentisse mais
segura e pertencente a esse espaço.
Assim, Laura começou a relatar à equipe que nos últimos meses tem tido
alguns conflitos com seus pais, principalmente com sua mãe. Esses
conflitos, por sua vez, têm grande relação com a “superproteção” da mãe
com a filha, não permitindo que Laura vá a determinados lugares com os
amigos, como a pracinha próxima à sua residência ou mesmo a
lanchonete ao lado de sua casa. Apesar dos apontamentos relatados
pela escola e pela mãe, Laura vem se sentindo “sufocada” pela relação
familiar, o que tem impactado na sua autonomia.
O caso apresentado denota em muitas vezes uma realidade das
famílias, que traduzem as questões implícitas na formação da
personalidade do adolescente, como conflitos nas relações familiares e
nas relações interpessoais.
Após a leitura do caso, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos
ligar esses pontos?
Questão 1
A mãe de Laura, depois da primeira conversa, passou a se fazer
presente o tempo todo, e a sinalizar de forma ostensivaa
necessidade de cuidar de sua filha e protegê-la. Com relação ao
desenvolvimento psicossocial, você enquanto psicopedagogo, qual
das alternativas abaixo escolheria para conversar com a mãe de
Laura?
A
Proteger Laura é importante, pois, nessa fase, devido
às más companhias, os adolescentes podem perder
o rumo na vida.
B
Sugerir que a mãe deixe Laura livre, sem qualquer
supervisão, para que possa encontrar seu caminho.
C
Sugerir uma supervisão mediada pelo psicólogo e
pela escola.
Parabéns! A alternativa D está correta.
O papel do psicopedagogo é fundamental no processo de escuta e
mediação. No entanto, é preciso sempre questionar seus próprios
valores e preconceitos, abrindo espaço para uma escuta saudável
no fortalecimento de laços que possam contribuir para o
desenvolvimento das relações entre o adolescente, a escola e a
família. A adolescência é uma fase de construção de identidade que
se dá no processo das relações, sejam elas na escola, na família ou
com amigos. É preciso ter atenção para que a superproteção não
resulte no isolamento do indivíduo, prejudicando seu
desenvolvimento.
Questão 2
Um dos focos da equipe e do psicopedagogo é esclarecer, elucidar,
iluminar. Nesse sentido, uma abordagem que pode ser interessante é
explicar sobre:
D
Explicar que, nessa fase de construção de
identidade, é importante que Laura se relacione com
amigos para a construção de sua identidade.
E
Exigir um relatório da psicóloga que acompanha
Laura.
A
A necessidade de espaço para as mulheres e os
cuidados necessários na adolescência.
B
A necessidade de romper os laços familiares para
tornar-se adulto.
C
A tensão crítica entre mãe e filha no mesmo ninho e
a necessidade de superproteção.
D
As características do desenvolvimento e como ele
pode ser encaminhado pela família.
E
Liberar mãe e filha aconselhando para que busquem
melhorar sua relação, já que não é assunto para
Parabéns! A alternativa D está correta.
O estudo do desenvolvimento na adolescência, relembrando e
explicando as fases e as dificuldades, pode ser uma boa abordagem
para a compreensão dos fenômenos vividos. Pode também auxiliar
ambas, mãe e filha, a enfrentarem os desafios e passarem tal fase
buscando sempre o desenvolvimento saudável do indivíduo.
Questão 3
Os apontamentos a respeito da adolescente Laura nos propõem a
refletir sobre a importância das relações familiares e interpessoais
na construção da personalidade, na formação dos vínculos e no
desenvolvimento psicossocial positivo. Pensando em uma
perspectiva de adolescência saudável, quais aspectos
importantes devem ser pontuados com os pais de Laura sobre as
queixas apresentadas pela aluna, com a intervenção da
psicologia escolar?
Digite sua resposta aqui
Chave de resposta
Compreendemos que o desenvolvimento psicossocial
positivo seja resultado não só das vivências no
período da adolescência, como também de bases de
uma infância saudável e sólida. Sendo assim, a
equipe escolar, juntamente com a psicóloga, poderá
realizar uma ação interventiva com a família,
pontuando que Laura anseia por liberdade, e o
excesso de proteção traduz uma certa insegurança
no comportamento da filha. É importante priorizar um
ambiente familiar em que os pais compreendam a
necessidade de singularidade do adolescente, como
também a importância de ofertar oportunidades para
Laura vivenciar novas responsabilidades, com apoio
e proteção adequada dos pais.
escola.
Vivências na adolescência
Com a palavra, uma adolescente: Anne Frank
Com uma percepção muito consciente de seu despertar sexual, Anne
escreveu:
Eu acho o que está acontecendo
comigo tão maravilhoso, e não
apenas o que pode ser visto em
meu corpo, mas tudo que está
acontecendo dentro de mim... Cada
vez que menstruo... tenho a
sensação de que... tenho um doce
segredo, e... eu sempre anseio por
momentos em que sinta esse
segredo dentro de mim outra vez.
(FRANK, 1958, p. 115-116)
Anne Frank (1929-1945) era filha de pais judeus e passou a se esconder
com a sua família nos andares superiores do prédio ocupado pela
empresa farmacêutica do pai quando, no verão de 1942, os nazistas
começaram a reunir os judeus holandeses para enviá-los para os
campos de concentração.
Foi no aniversário de 13 anos, em 12 de junho de 1942, que Anne
recebeu de seus pais um diário. Esse pequeno volume encadernado com
tecido foi o primeiro dos diversos cadernos nos quais Anne pôde
registrar suas experiências e suas reflexões durante os dois anos
seguintes. Ela jamais poderia imaginar que seus apontamentos se
tornariam um dos mais célebres relatos publicados sobre as vítimas do
Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial.
Anne Frank, 1942.
Mesmo sendo judia, vivendo em confinamento por dois anos e em plena
Segunda Guerra Mundial, Anne nos revela, em seu diário, pensamentos,
sentimentos, devaneios e alterações de humor de uma adolescente
comum. Uma menina introspectiva e bem-humorada amadurecendo sob
condições traumáticas.
A estranheza da maioridade
A adolescência é uma época de oportunidades e de riscos, segundo
Papalia et al. (2009). Os adolescentes estão no limiar do amor, da vida
profissional e da participação na sociedade adulta. Mas a adolescência
também é uma época em que alguns jovens se comportam de maneiras
que excluem opções e limitam suas possibilidades.
Alguns fatores físicos e cognitivos, como a aparência e
o desempenho escolar contribuem para a elaboração
de um senso de identidade nos adolescentes.
Os aspectos psicossociais da busca de identidade são muito relevantes,
pois os adolescentes conciliam-se com sua sexualidade. A
individualidade florescente dos adolescentes se expressa nos
relacionamentos com os pais, com os irmãos e com os amigos.
Identidade e adolescência
Desenvolvimento psicossocial do adolescente: teorias
Segundo Papalia et al. (2009), Freud sustentava que as experiências da
infância e da adolescência moldavam permanentemente a
personalidade em estágios psicossexuais. Por sua vez, Piaget destacava
a importância do desenvolvimento da autonomia nas decisões
alcançada pelos estágios cognitivos, que levaria o adolescente a
escolhas responsáveis.
Na visão psicanalítica de Erikson (1902-1994), o desenvolvimento do ego
é vitalício, passando por estágios que envolveriam "crises" na
personalidade. Essas crises que surgem de acordo com um cronograma
de maturação devem ser satisfatoriamente resolvidas para um saudável
desenvolvimento do ego. Vamos conhecer melhor algumas perspectivas
teóricas na compreensão do desenvolvimento psicossocial na
adolescência.
A teoria psicossocial de Erikson
Erik Erikson (1902-1994) aprofundou a teoria Freudiana elaborando uma
teoria sobre o desenvolvimento da personalidade. A adolescência, para
Erikson, é um período nomeado como “moratória psicossocial”.
Nesse tempo, o indivíduo pode se preparar para a autonomia ao mesmo
tempo que ainda recebe da família apoio, orientação e proteção, e não é
tão exigido socialmente como um adulto. Contudo, é um tempo de
dependência, no qual o adolescente pode ensaiar modos de viver e de se
relacionar com as pessoas, pode testar suas capacidades e seus limites.
Os compromissos com a vida adulta são adiados, pois será um tempo
de reflexão para integrar a identidade do ego (GRIFFA; MORENO, 2001).
A crise de identidade raramente se resolve de forma plena na
adolescência, essas questões relativas à identidade aparecerão repetidas
vezes durante a vida adulta. Para Erikson, os adolescentes não formam
sua própria identidade tomando outras pessoas como modelo. Isso
acontece com crianças mais jovens.
Para formar uma identidade, os adolescentes devem
afirmar e organizar suas habilidades, seus interesses,
suas necessidades e seus desejos para que eles
possam ser expressos em um ambiente social.
Papalia et al. (2009) afirma que Erikson achava perigosa a fase da
confusão de identidade, a qual poderia retardar muito a conquista da
maturidade psicológica, chamando esse evento de “adolorosa
autoconsciência dos adolescentes”. As “panelinhas”, a intolerância e a
infantilidade — que são marcos do ambiente social da adolescência —
atuam como defesas contra a confusão de identidade.
Efetivamente, a identidade se forma a partir da resolução de três
questões importantes:

A escolha de uma ocupação

A adoção de valores nos quais
acreditar e pautar o seu viver

O desenvolvimento de uma
identidade sexual satisfatória
Nesse período da moratória psicossocial — um período de adiamento
que a adolescência oferece —, muitos jovens procuram formas de se
comprometer com fidelidade. Papalia et al. (2009) acredita que o grau de
fidelidade dos jovens a esses comprometimentos influencia sua
capacidade de resolver a crise de identidade.
A fidelidade nesse caso é lealdade, fé em um conjunto de valores, uma
ideologia, uma religião, um movimento político, uma busca criativa ou
um grupo étnico. Um sentimento de pertencer a alguém a quem se ama
ou a amigos e a companheiros.
A teoria de Elkind
Elkind elaborou um conjunto de consequências derivadas do
desenvolvimento cognitivo do adolescente segundo Piaget (LOCATELLI,
2004):
 Capacidade de lidar com a lógica
combinatória
O adolescente é capaz de lidar com a lógica
combinatória e resolve problemas com muitos
fatores ao mesmo tempo. Em situações sociais, ele
pode analisar as alternativas para solucionar um
problema, mas tem dificuldade em decidir. Não
aceita mais de forma passiva a escolha dos pais.
 Capacidade de usar a introspecção
O adolescente é capaz de encarar seu próprio
pensamento como um objeto e pensar sobre ele, o
que quer dizer que pode usar da introspecção. Eles
são mais flexíveis e as palavras podem ter duplo
sentido. Mas isso gera uma preocupação com a
reação dos outros em relação a si próprio. Pode
criar disfarces sociais para obter uma imagem
pública mais favorável.
Existem duas formas de desenvolver a identidade, para Elkind:
A primeira, e mais saudável, é um
processo de diferenciação e de
integração: tornar-se consciente dos
muitos aspectos em que se é
diferente dos outros e depois
integrar essas partes distintivas de
si mesmo em um todo unificado e
único.
 Capacidade de construir ideias
O pensamento do adolescente apresenta a
capacidade de construir ideias e de racionar em
situações de contrariedade. Ele está habilitado a
pensar em uma família ideal, uma religião ideal e
uma sociedade ideal. Pode ser levado a criticar a
realidade e a sociedade em que vive.
(PAPALIA et al., 2009, p. 482)
Esse processo de introspecção exige tempo e reflexão, mas quando uma
pessoa desenvolve seu senso de identidade dessa forma é quase
impossível de ele se romper.
O segundo caminho, inicialmente
mais fácil, é o da substituição:
substituir, de forma infantil, um
conjunto de ideias e de sentimentos
a seu próprio respeito por outro
simplesmente adotando as atitudes,
as crenças e os comprometimentos
de outras pessoas como seus.
(PAPALIA et al., 2009, p. 483)
O senso de identidade construído principalmente pelo processo da
substituição é o que Elkind chama de identidade de colcha de retalhos,
um self construído a partir de pedaços e de partes, muitas vezes,
conflitantes.
Adolescentes com identidades "em retalhos" tendem a apresentar fraca
autoestima. Apresentam dificuldade para lidar com a liberdade, com as
frustrações, perdas e fracassos. Podem ter um perfil ansioso. São
altamente suscetíveis à influência externa e altamente vulneráveis ao
estresse, pois não possuem bússola interior, nenhum senso distintivo de
direção para se orientar.
Elkind atribui os aumentos no abuso de drogas, na violência com armas,
no comportamento sexual de risco e no suicídio na adolescência ao
número crescente de jovens que possuem elementos da identidade de
colcha de retalhos. Se os jovens virem seus pais agindo segundo
princípios sólidos e arraigados, terão mais chances de desenvolver seus
próprios princípios sólidos e arraigados. Uma criação democrática pode
ajudar se os pais mostrarem aos adolescentes modos efetivos de lidar
com o estresse, assim, os jovens tenderão menos a sucumbir às
pressões que ameaçam sua identidade de colcha de retalhos.
Os relacionamentos na
adolescência
Relacionamentos na sociedade adulta: rebeldia, família e
amigos
Os adolescentes passam muito mais tempo com os amigos e menos
com a família. Entretanto, os valores fundamentais da maioria dos
adolescentes permanecem mais parecidos com os de seus pais do que
geralmente se percebe.
Contudo, o período da adolescência é chamado de época de rebeldia
adolescente. Nesse período existe uma turbulência emocional, podem
acontecer muitos conflitos com a família, alienação da sociedade adulta,
comportamento imprudente e rejeição dos valores dos adultos.
Saiba mais
Pesquisas realizadas com adolescentes nos Estados Unidos e em outros
países, contudo, sugerem que menos de 20% dos adolescentes — pelo
menos entre os que permanecem na escola — se encaixam nesse
padrão.
A ideia da rebeldia adolescente pode ter nascido na primeira teoria
formal da adolescência, do psicólogo G. Stanley Hall, que acreditava que
um grande esforço era feito pelos jovens para se adaptarem a seus
corpos durante a transformação. Esse processo adaptativo promovia,
junto com as demandas da idade adulta, um período de "tormenta e de
estresse", o que produz o conflito entre as gerações (PAPALIA et al.,
2009).
Rebeldia adolescente: um mito?
Con�ito familiar
Da mesma forma como os adolescentes sentem tensão entre a
segurança e a dependência dos pais e uma latente necessidade de se
libertar, os pais também terão sentimentos confusos. Eles desejam que
seus filhos sejam independentes, mas têm dificuldade de “deixá-los
seguirem”. Os pais precisam saber distinguir entre oferecer aos
adolescentes independência suficiente e protegê-los de momentos de
imaturidade e impulsividade. Essas tensões costumam gerar muitos
conflitos familiares, e os estilos parentais de criação podem influenciar
na forma e no resultado das relações afetivas (PAPALIA et al., 2009).
Grande parte dos conflitos familiares acontecem
durante o processo de desenvolvimento dos
adolescentes e sua intenção de independência.
É comum observarmos discussões entre os adolescentes e seus pais e
isso costuma se concentrar no grau de liberdade que os adolescentes
podem receber para planejar suas próprias atividades. A maioria das
discussões está relacionada muito mais a questões cotidianas do que a
valores fundamentais. Entretanto, algumas dessas questões do
cotidiano podem se transformar em grandes preocupações, como o uso
de drogas, a direção segura e a proteção na prática sexual.
Amizades
As amizades são fundamentalmente diferentes dos relacionamentos
familiares. Elas são mais igualitárias do que as relações entre pais e
filhos e com irmãos, que geralmente são mais velhos ou mais jovens. As
amizades baseiam-se em escolha e comprometimento. Pelo mesmo
motivo, são mais instáveis do que os relacionamentos familiares. O
tempo passado com amigos é provavelmente maior na adolescência do
que em qualquer outra época da vida, por isso a sua intensidade e a sua
importância.
As amizades na adolescência tornam-se mais recíprocas, pois envolvem
a importância da lealdade e o compartilhamento de confidências. A
intimidade, a lealdade e o compartilhamento são características da
amizade adulta. A intimidade com amigos do mesmo sexo aumenta
durante o processo da adolescência e depois normalmente diminui à
medida que a intimidade com o sexo oposto aumenta. A maior
intimidade da amizade adolescente reflete o desenvolvimento cognitivo.
Saiba mais
Na atualidade, os adolescentes são mais capazes de expressar seus
pensamentos e seus sentimentos privados. Também sabem considerar
mais o ponto de vista de outra pessoa e, assim, é mais fácil para eles
assimilarem os pensamentos e os sentimentos de um amigo.
Maiores intimidade e introspecção também refletem o interesse dosadolescentes em se reconhecerem e se afirmarem. A capacidade de
intimidade está relacionada com a adaptação psicológica e a
competência social. Os adolescentes que têm amizades próximas,
estáveis e apoiadoras geralmente têm uma opinião favorável a seu
próprio respeito, saem-se bem na escola, são sociáveis e tendem a não
ser hostis, ansiosos ou deprimidos (PAPALIA et al., 2009).
Desenvolvimento
psicossocial positivo
Perspectivas para a adolescência saudável
É difícil imaginar um período de desenvolvimento humano caracterizado
por mudanças psicossociais tão intensas quanto a adolescência. O
indivíduo que entra na puberdade e chega na adolescência é altamente
dependente dos pais. Mesmo com amigos, família e um ambiente
escolar engajado, em sua maioria, os adolescentes ainda carecem de
intimidade e profundidade.
No final dos anos de adolescência, no entanto, se tudo correr bem, o
indivíduo adquire um senso de independência saudável e responsável,
além de senso de identidade e a capacidade de desenvolver
relacionamentos profundos e significativos com amigos e parceiros
românticos.
Embora o desenvolvimento psicossocial positivo seja construído a partir
de uma base sólida na infância, as experiências durante os anos da
adolescência também são importantes. Os principais ingredientes para o
desenvolvimento psicossocial bem-sucedido são:
Um ambiente familiar em que os pais sejam responsivos e apoiem
a necessidade de individuação do adolescente.
Envolvimento em uma rede social de pares de sexo oposto e do
mesmo sexo, que estejam em uma trajetória de desenvolvimento
psicossocial saudável.
Oportunidades para experimentar e explorar novas
responsabilidades e relacionamentos.
Responsividade, na Psicologia, refere-se a atitudes compreensivas que
visam, por meio do apoio emocional e da bidirecionalidade na
comunicação, favorecer o desenvolvimento da autonomia e da
autoafirmação.
Os relacionamentos e a
adolescência saudável
Veja agora uma reflexão sobre a importância dos relacionamentos com
amigos e familiares e suas implicações para o desenvolvimento de uma
adolescência saudável. Vamos lá!

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A adolescência para o psicanalista Erik Erikson é um período de
preparação do indivíduo para um patamar de autonomia. Com um
conceito introduzido por Erikson, podemos entender que na
adolescência se acentua a necessidade de um tempo de reflexão,
um adiamento para integrar os elementos da identidade do ego.
Assim, os compromissos que levam à vida adulta são adiados. Qual
o nome dado por Erikson a este conceito?
A Colcha de retalhos
B Síndrome da adolescência normal
C Moratória psicossocial
Parabéns! A alternativa C está correta.
Moratória refere-se ao prazo ou extensão de tempo que é
estabelecido entre as partes envolvidas para realizar algo,
geralmente pode ser o pagamento de uma dívida ou dívida vencida,
o pagamento de impostos. A adolescência, para Erikson, é um
período nomeado como “moratória psicossocial”. Erik Erikson (1902-
1994) foi um psicanalista nascido na Alemanha que fazia parte do
círculo de amigos de Freud. Aprofundou a teoria Freudiana
elaborando uma teoria sobre o desenvolvimento da personalidade.
Durante a moratória psicossocial — o período de adiamento que a
adolescência oferece —, muitos jovens procuram formas de se
comprometer com fidelidade. Esses comprometimentos dos jovens
nesse estágio de vida, tanto ideológicos quanto pessoais, podem
moldar a vida de uma pessoa por muitos anos.
Questão 2
Papalia et al. (2009) acredita que, no processo chamado de
diferenciação e integração por Elkind, os jovens adolescentes se
tornam conscientes de muitos aspectos em que são diferentes dos
outros, e depois eles integram suas partes distintas em si mesmo,
tornando-se únicos. O que ocorre como resultado de um processo de
introspecção quando uma pessoa desenvolve seu senso de
identidade?
D Busca de si mesmo
E Adolescência tardia
A Ocorre a síndrome da adolescência normal.
B Cria-se a moratória psicossocial.
C Será fácil de romper a identidade na vida adulta.
D Ocorre a identidade colcha de retalhos.
Parabéns! A alternativa E está correta.
Elkind propôs duas formas de vivência da busca da identidade na
adolescência. A primeira seria um processo de diferenciação e de
integração, com um formato mais saudável. O adolescente se torna
consciente dos muitos aspectos em que se é diferente dos outros e
depois integra essas partes distintivas de si mesmo em um todo
unificado e único. Esse processo de introspecção exige tempo e
reflexão, mas, quando uma pessoa desenvolve seu senso de
identidade dessa forma, é quase impossível de ele se romper.
4 - A síndrome da adolescência normal
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os conceitos, os
pressupostos e as características da síndrome da adolescência normal.
Ligando os pontos
Chegamos ao último módulo e até aqui tivemos a oportunidade de
refletir de forma mais prática sobre os desdobramentos da adolescência,
o que nos permite olhar para essa etapa do desenvolvimento com
compreensão e empatia. Nós já experimentamos essa fase, que nunca
E
Será muito difícil de romper a identidade na vida
adulta.
deixou de ser complexa. Vamos voltar ao caso da nossa querida Laura,
adolescente de 13 anos que tem chamado a atenção da equipe da
escola pela mudança de comportamento e queda no desempenho
escolar.
O caso de Laura traz à cena as especificidades da adolescência,
momento no qual vamos em busca independência, individualização e
espaço e, ao mesmo tempo, formamos grupos de amigos.
Laura passou a variar seu comportamento a partir do contato com o
psicólogo, que conversou com ela sobre a “síndrome da adolescência
normal”, sobre comportamentos típicos e atípicos e da necessidade de
entender suas mudanças. Nesse ponto, um grupo de colegas acabou
sendo muito importante, pela troca, diálogo, comparações, pelos
comportamentos.
Mas a mãe não gostou nada! As meninas usavam roupas que para ela
eram “ousadas” e achava que a filha agora não tinha consciência do seu
corpo e estava se expondo. Já Laura defendia as amigas com unhas e
dentes. Em determinado momento, em sala de aula, ela chegou a se opor
e a levantar a voz com o professor.
O psicólogo, a equipe multidisciplinar e os professores no conselho de
classe foram conversar sobre o que estava acontecendo. Entre outras
coisas, foi falado que a busca de um novo espaço é um processo natural
da síndrome da adolescência normal, quando há um foco extremado nas
relações grupais. Foi então que surgiram propostas de como os
professores poderiam fazer algumas adaptações nas atividades
escolares que poderiam ajudar Laura e outras adolescentes.
Após a leitura do caso, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos
ligar esses pontos?
Questão 1
Síndrome da adolescência normal pode parecer um termo estranho,
mas foi explicado aos professores que comportamentos antes
entendidos como “naturais” são uma crise, e que esta pode que ser
mediada e ser acompanhada com mais cuidado. Por isso, lidar com
essas características em turmas da idade de Laura pode ser um
bom ponto de atenção. Qual entre as alternativas abaixo um
psicopedagogo escolheria para aconselhar os professores?
Parabéns! A alternativa D está correta.
As metodologias ativas são ricas em fortalecer habilidades e
competências socioemocionais, chamadas de soft skills, ponto
crítico dessa fase. Junto com a psicoterapia, passa a fortalecer e
ajudar na superação desses momentos de crise de identidade.
Questão 2
As disputas entre pais e amigos são recorrentes. Temos exemplos
diversos disso na escola, e na vida e Laura não foi uma exceção. A
mãe procurou a escola exigindo que ela fosse trocada de turma.
Você, como psicopedagogo, escolheria qual das alternativas abaixo
para responder à mãe de Laura?
A
Atividades de memorização para deixá-los mais
concentrados.
B Registros dediário como forma de se acalmar.
C
Separar as turmas fortalecendo atividades
individuais e que estimulem autonomia.
D
Propor atividades de metodologias ativas, focadas
nas competências sociais.
E
Propor atividades de habilidades técnicas, dando
sentido ao aprendizado.
A
Trocar Laura de turma, pois é papel da escola
acolher a demanda da mãe.
Parabéns! A alternativa D está correta.
O aconselhamento mais pertinente é sem dúvida evitar que uma
grande ruptura fosse feita. Importante ressaltar que Laura já estava
em tratamento psicológico, sob a atenção dos professores, e que o
assunto foi levado ao conselho de classe. Esse tipo de ação, ou seja,
a troca de turma, dialoga com a superproteção da mãe, não sendo
necessariamente positiva para o desenvolvimento saudável da
estudante.
Questão 3
O grupo de professores, ao ser informado da síndrome da
adolescência normal, ficou bastante curioso, pois muitos nunca
tinham ouvido falar disso. A psicopedagoga resolveu, então, fazer
um processo de formação continuada explicando no que consiste
tal fenômeno. Você, como psicopedagogo, abordaria que
assuntos durante essa formação continuada?
Digite sua resposta aqui
Chave de resposta
B
Explicar que o planejamento escolar definido não
permite alterações no meio do percurso, pois
impacta negativamente no desenvolvimento dos
estudantes.
C
Garantir que o comportamento de Laura não será
modificado pela troca de turma.
D
Explicar que a troca de turma pode ser feita, mas que
tal medida tem consequências, nem sempre
positivas, no comportamento do estudante.
E
Acolher a mãe, escutá-la e encaminhar a demanda
para a diretoria.
Essa é uma questão mais aberta, que busca trazer à
tona o que você conhece do assunto. Podemos falar
sobre vários comportamentos tido como “normais”,
mas que representam demandas que impactam na
aprendizagem. Exemplos possíveis: a lógica de ou
tudo ou nada, agora ou nunca; inadaptação com o
corpo; falta de reconhecimento e negação dos pais;
variações com comportamento sexual, entre outros.
Mas é importante que você traga sua visão.
Etapas da adolescência
Adolescência e sua cronologia
Apesar de transitória e individual, a adolescência é extremamente
importante, pois o indivíduo atravessa um processo em que obtém as
características físicas, psicológicas e sociais de um adulto.
Essa jornada de mudanças pode não ocorrer de
maneira uniforme e contínua, visto que os períodos de
crescimento podem ser intercalados com fases de
regressão.
Nessa transformação, se pudéssemos destacar as etapas das
mudanças e os principais efeitos da fase da adolescência,
encontraríamos os seguintes temas:
independência;
imagem corporal;
grupo social;
identidade própria.
O critério cronológico perde importância nessa fase, pois o estágio de
maturação sexual será mais relevante. No entanto, para
compreendermos melhor a evolução dos efeitos e conquistas da
adolescência, será interessante analisarmos o desenvolvimento
subdividindo-o por idade ou etapas:
 Adolescência inicial
Dos 10 anos completos aos 14 anos
incompletos
Este é um período marcado pelo rápido crescimento
e pela entrada na puberdade. Destacam-se: a
independência (diminui o interesse pelas atividades
com os pais); a imagem corporal (existe uma
insegurança acerca da aparência); o grupo (existirá
uma relação intensa com amigos do mesmo sexo);
e a identidade (aumenta a necessidade de
privacidade e a impulsividade).
 Adolescência média
Dos 14 anos completos aos 17 anos
incompletos
Este período é caracterizado pelo desenvolvimento
intelectual e pela maior valorização do grupo.
Destacam-se: a independência (o conflito com os
pais); a imagem corporal (ocorre uma aceitação do
corpo e um interesse por ser atraente); o grupo
(comportamento conforme valores do grupo e
prática da experiencia sexual); e a identidade
(desenvolvimento da habilidade intelectual, excesso
de confiança, comportamento de risco).
 Adolescência tardia ou �nal
Dos 17 anos completos aos 20 anos
incompletos
Período no qual as etapas anteriores se consolidam.
Se todas as transformações tiverem ocorrido
conforme previsto, inclusive com uma presença de
suporte familiar e amigos, o adolescente estará
pronto para alcançar as responsabilidades da idade
adulta.
 Adolescência estendida
Dos 20 anos completos aos 24 anos
incompletos
Alguns estudiosos sugerem estender a adolescência
até os 24 anos de idade, por questões fisiológicas e
socioculturais.
As características
psicológicas da adolescência
Segundo Aberastury e Knobel (1989), a criança entra na adolescência
com muitos conflitos e incertezas e precisa sair dela com sua
maturidade estabilizada. Deverá apresentar caráter e personalidade
adultos.
A consequência final da
adolescência seria um
conhecimento de si mesmo como
entidade biológica no mundo, o todo
biopsicossocial de cada ser nesse
momento de vida.
(ABERASTURY; KNOBEL, 1989, p. 30)
Aberastury e Knobel identificaram a síndrome da adolescência normal,
na qual diversos comportamentos podem ser considerados patológicos
em outros estágios do ciclo vital, contudo são considerados esperados e
normais no período da adolescência.
O psiquiatra Maurício Knobel, argentino naturalizado brasileiro, definiu
uma síndrome normal da adolescência como uma representação
esquemática de um fenômeno. A definição de uma “normal
anormalidade”, para ele, não significa que está identificando algo
patológico, mas serve somente para facilitar a compreensão desse
período da vida.
Assim, a síndrome da adolescência normal é o conjunto de
comportamentos e mudanças que as crianças apresentam ao chegar à
adolescência entre 12 e 18 anos.
Atenção!
Os pais precisam compreender que esse é um momento natural, mas
que deve ser observado e conduzido para que não exista tendência a se
tornar patológico.
Para Knobel (1989), o adolescente tem que conviver com a superação de
três lutos que correspondem à:

Perda do corpo infantil

Perda da identidade da infância

Perda da �gura protetora dos pais
O que diferenciará cada processo de luto, maior ou menor de
“anormalidade” dessa síndrome normal, estará ligado aos processos de
elaboração dessa nova identificação e ao luto que cada indivíduo tenha
podido realizar quando adolescente.
Uma vez que o adolescente elaborou os lutos, ele verá seu mundo interno
mais fortificado e, então, essa fase de “normal anormalidade” será
menos conflitiva e, consequentemente, menos perturbadora.
Características da síndrome da adolescência normal
Vamos sintetizar as características da adolescência que irão integrar a
descrição da sintomatologia dessa síndrome (AMARAL, 2007):
 Busca de si mesmo e da identidade
Todas as modificações corporais e as expectativas
da sociedade com relação ao jovem podem levá-lo a
perceber que ele está vivenciando uma situação
nova, com ansiedade pelo desconhecimento do
rumo que tudo irá tomar. A experiência de ter um
corpo em mutação leva a conflitos com a
autoimagem, criando hora momentos de orgulho e
outros de vergonha do próprio corpo. Apesar de
todas essas mudanças, o adolescente precisa
transitar e evoluir sua personalidade, ou seja,
precisa saber quem ele é, em que está se
transformando, para assim reconstruir sua
identidade. É muito comum os jovens passarem
horas e horas em frente ao espelho e comparar-se
uns aos outros, buscando um padrão de
normalidade e aceitação. Poderão ocorrer
momentos de isolamento e apropriação de
identidades transitórias, como um esboço de
desenho da própria identidade.
 Tendência grupal
Durante a busca da identidade no adolescente, ele
poderá recorrer a um comportamento defensivo na
busca pela uniformidade. Isso poderá lhe transmitir
muita segurança e autoestima, gerando um reforço
para o nascimento do espírito de grupo. No grupo,
h á i d id tifi ã
haverá um processo massivo de identificação
coletiva. Se olharmos para um grupo de
adolescentes, vamos ver como são semelhantes as
vestimentas,o modo de falar (podem criar um
idioma próprio), os lugares frequentados e os
interesses. Nesse momento, o jovem se identifica
muito mais com seu grupo do que com os seus
familiares. O grupo se constitui uma ponte de
suporte necessária na transição entre o mundo
familiar e o mundo adulto.
 Necessidade de intelectualizar e fantasiar
A realidade das mudanças vai se impor ao
adolescente e ocorrerá uma necessidade de
renunciar ao corpo infantil e à proteção familiar.
Tudo isso pode ser vivido como uma experiência de
enorme desamparo e impotência, que obrigará o
adolescente a recorrer ao pensamento para
compensar essas perdas. O adolescente, então,
tende a fugir para seu mundo interior, como uma
forma de buscar uma compensação emocional, um
novo ajuste, e nessa tentativa de encontro consigo
mesmo começa a demonstrar preocupações de
ordem ética, moral, social. Nesse momento, pode
ocorrer a elaboração de grandes “teorias” sobre o
mundo com ideias fantasiosas infantis.
 Crises religiosas
A conduta do adolescente pode variar de um total
ateísmo até os comportamentos religiosos mais
fervorosos e engajados, indo do misticismo até o
fanatismo. Nesse período, pode existir uma grande
variedade de posições religiosas e mudanças muito
frequentes. A questão da religiosidade deve emergir
como decorrência dos questionamentos do
adolescente sobre sua identidade: “quem sou?”, “o
que estou fazendo aqui?”, “qual o meu papel na
vida?” serão perguntas que irão aparecer nesse
processo e ele tentará respondê-las.
 Deslocamento temporal
As urgências do adolescente são tão grandes que
haverá um grande conflito em “deixar para depois”
algo que é necessário e pungente. O adolescente
não possui ainda as características adultas de
delimitar e discriminar, o que só vai adquirindo
lentamente ao longo do seu desenvolvimento. À
medida que vai elaborando suas perdas, começa a
surgir o conceito de tempo, que implica as noções
de passado, presente e futuro.
 Evolução sexual do autoerotismo à
heterossexualidade
Existe uma oscilação entre a atividade de
masturbação e o começo dos exercícios genitais na
vida do adolescente, que se inicia e se forma
basicamente exploratória até evoluir para a prática
sexual na vida adulta. O interesse por vídeos
pornográficos e mesmo por experiências de ordem
homossexual, o exibicionismo e o voyerismo serão
curiosidades sexuais que podem se manifestar.
Despontará uma evolução na intimidade, com
contatos superficiais, depois profundos e mais
íntimos, que preenchem a sua vida sexual.
 Atitude social reivindicatória
Essas atitudes muitas vezes serão respostas às
restrições impostas pela sociedade e uma
demonstração do que está acontecendo com a
capacidade cognitiva e o pensamento. Existe um
processo de intelectualização, e as fantasias
conscientes que se reforçam nos grupos fazem com
que essas atitudes se transformem em pensamento
ativo. Uma verdadeira ação social, política e
lt l M it i i di õ ã ã
cultural. Muitas vezes, as reivindicações não são
perdas vividas pelo adolescente diretamente, mas
da sociedade, dos seus pais, de sua família. Essa
particular característica do adolescente é
aproveitada, em muitos casos, por certas seitas e
grupos políticos ou religiosos para arregimentar
seguidores.
 Contradições sucessivas em todas as
manifestações de conduta
A conduta do adolescente está diretamente
relacionada com a ação, a impulsão e a expressão.
O adolescente não pode manter uma linha de
conduta rígida, permanente, mesmo que tente. O
jovem terá uma personalidade permeável,
absorvente, como uma esponja, que recebe e
também projeta tudo de forma grandiosa. Tudo isso
irá refletir em uma conduta flutuante, contradições
nos adolescentes, identidades transitórias, uma
resposta a uma atitude adulta para a qual ainda
não estão capacitados.
 Separação progressiva dos pais
Essa é uma das perdas fundamentais que o
adolescente necessita assumir internamente e que
pode gerar uma ansiedade muito intensa durante
essa transição. Muitas vezes, os pais não aceitam e
negam o crescimento dos filhos, dificultando mais
ainda a resolução dessa ansiedade. As boas
imagens parentais, com papéis bem definidos, sem
ambiguidades ou encobrimentos, serão muito
importantes na internalização das percepções do
cotidiano na vida dos adolescentes. A imagem de
pais com personalidades pouco consistentes
forçam o adolescente a buscar identificação com
outras imagens adultas.
O dilema: a�nal, existe um "adolescente universal"?
Uma pesquisa relevante foi feita por Daniel Offer e colaboradores em
1988 sobre as diferenças e igualdades de autoimagem em adolescentes.
Os pesquisadores ouviram 5.938 adolescentes em 10 países. Cinco
aspectos foram observados:
identidade psicológica;
identidade social;
identidade sexual;
identidade familiar;
identidade de enfrentamento.
Dos resultados, cerca de 90% dos adolescentes de todos os países
tinham sentimentos positivos em relação aos pais, valorizavam o
trabalho e a amizade, bem como tentavam aprender com os fracassos.
Algumas diferenças consistentes entre as culturas apareceram no que se
refere ao sexo e à idade, mas em geral, esses "adolescentes universais"
consideravam-se felizes, sentiam-se capazes de enfrentar a vida, de
tomar decisões e de exercer o autocontrole, preocupavam-se com os
outros e gostavam de estar e de aprender com eles, gostavam de um
trabalho bem-feito e sentiam-se confiantes em relação à sua
sexualidade.
 Constantes �utuações do humor
As modificações de hormônios e de humor podem
desencadear um sentimento básico de ansiedade e
depressão que acompanhará a adolescência,
dificultando ainda mais a elaboração das perdas
que sofre. A maneira como o adolescente
compreende suas emoções determinará a maior ou
menor intensidade dessas flutuações. A realidade
pode gerar muitas frustações e um sentimento de
solidão gerando isolamento. Contudo, da mesma
maneira que se sente um “patinho feio” no mundo,
um gesto simples pode fazer com que se sinta a
mais feliz das criaturas.
Resumindo
Embora as áreas da Saúde e da Educação considerem a adolescência
como uma fase de desenvolvimento natural e cronológica, vimos que na
Psicologia o termo “adolescência” deve ser entendido como uma
construção social que tem repercussões na subjetividade do sujeito, e
não como um período natural do desenvolvimento.
Podemos chegar à compreensão de que a adolescência é efetivamente
uma criação do homem. Os fatos sociais vão surgindo nas relações
sociais e com isso vão apresentando repercussões psicológicas. Assim,
começa-se a dar significados sociais a esses fatos.
A adolescência é um desses fatos sociais que ganharam significado
social. Para compreendê-la, é preciso, então, que retomemos seu
processo social, para depois compreendê-la na forma como acontece
para os jovens (AMARAL, 2007).
Concluímos este módulo com um trecho do trabalho de Bock (2004):
“Não há nada de patológico; não há nada de natural. A adolescência é
social e histórica. Pode existir hoje e não existir mais amanhã, em uma
nova formação social; pode existir aqui e não existir ali; pode existir mais
evidenciada em determinado grupo social, em uma mesma sociedade e
não tão clara em outros grupos. Não há uma adolescência como
possibilidade de ser; há uma adolescência como significado social, mas
suas possibilidades de expressão são muitas. (BOCK, 2004, p. 42).
As diferenças e igualdades
dos adolescentes
A especialista reflete agora sobre as diferenças e igualdades dos
adolescentes nas diferentes culturas e suas implicações. Vamos lá!

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Nos Estados Unidos, durante a década de 1950, apareceu o
fenômeno denominado “juventude transviada” ou “rebelde sem
causa”. Já começava a se delinear, de modo bastante claro, uma
consciência etária — a oposição jovem/não jovem. A síndrome da
adolescência normal apresentadiversos comportamentos
considerados patológicos em outros estágios do ciclo vital e que
são considerados normais no período da adolescência. O psiquiatra
criador dessa definição se chama
A Erikson.
B Elkind.
Parabéns! A alternativa D está correta.
Síndrome é um termo usado na Medicina para definir um conjunto
de sintomas que caracterizam uma doença. O psiquiatra Maurício
Knobel definiu a síndrome da adolescência normal como uma
representação esquemática de um fenômeno. O contraditório na
definição de Knobel é ele usar o termo para caracterizar algo normal
e não patológico.
Questão 2
Segundo Knobel (1989), o adolescente tem que conviver com a
superação de três lutos que correspondem à: (1) perda do corpo
infantil, (2) perda da identidade da infância e (3)
___________________________. O que diferenciará cada processo de
luto será a intensidade da síndrome da adolescência normal e os
processos de elaboração da nova identificação incorporada ao luto
que cada indivíduo realizará quando adolescente. A resposta correta
que completa a lacuna é
C Freud.
D Knobel.
E Kohlberg.
A perda do grupo social infantil.
B perda do grupo social escolar.
C perda das fantasias infantis.
D perda da liberdade criativa.
Parabéns! A alternativa E está correta.
Para Aberastury e Knobel (1989), o adolescente tem que conviver
com a superação de três lutos que correspondem à: (1) perda do
corpo infantil; (2) perda da identidade da infância; (3) perda da
figura protetora dos pais. A busca incessante de saber qual a
identidade adulta que se constituirá chega a ser angustiante. Devido
às mudanças corporais, é elaborado o luto pelo corpo da infância e
pela identidade da infância. Concomitantemente a essa percepção,
o adolescente vai formando o sentimento de identidade, numa
verdadeira experiência de autoconhecimento. Nessa busca pela
identidade, o adolescente muitas vezes prefere o caminho mais
fácil, fazendo identificações maciças com o grupo, vivenciando uma
autonomia e uma perda da figura protetora dos pais. À medida que
seus lutos forem sendo elaborados, o adolescente verá seu mundo
interno com um olhar mais fortalecido, tornando a fase da “normal
anormalidade” menos perturbadora.
Considerações �nais
Neste conteúdo, tratamos dos conceitos teóricos e históricos do
desenvolvimento físico na adolescência, dos fundamentos do
desenvolvimento cognitivo e das abordagens construtivistas aplicadas
na Psicologia. Trabalhamos ainda as teorias do desenvolvimento
psicossocial, a identidade, os conceitos, os pressupostos e as
características da síndrome da adolescência normal.
A adolescência pode ser vista como uma construção social que tem
repercussões na subjetividade do sujeito, e não somente considerada um
período natural do desenvolvimento. Assim, a adolescência é um fato
social que ganhou significado social. Ao compreendê-la, é preciso, então,
que retomemos seu processo psicossocial, para interpretá-la depois na
forma como acontece para os jovens, considerando todas as mudanças
cognitivas, físicas, emocionais, hormonais, entre outras tantas, que
ocorrem e afetam psicologicamente um adolescente.
E perda da figura protetora dos pais.
Podcast
Neste podcast, a especialista refletirá sobre os conceitos teóricos e
históricos do desenvolvimento físico na adolescência e as diferenças e
similaridades com a puberdade, assim como identificará os
fundamentos do desenvolvimento cognitivo na adolescência e as
abordagens construtivistas, psicossociais e psicanalíticas aplicadas na
Psicologia.

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Confira o conteúdo indicado especialmente para você!
Não deixe de ler o Manual de Atenção à Saúde do Adolescente (PRO-
ADOLESC) elaborado pela Secretaria Municipal da Saúde da cidade de
São Paulo. Esse programa tem como objetivo fornecer orientações e
subsídios técnicos aos profissionais da rede de saúde dos adolescentes.
Leia o artigo Relação entre habilidades sociais, estresse, idade, sexo,
escola e série em adolescentes, de Sheila Francisca Machado, Sérgio
Henrique de Souza Alves e Patrícia Fagundes Caetano. O adolescente
enfrenta situações que podem desencadear estresse, que é a reação do
organismo para reestabelecer seu equilíbrio após passar por situação
estressora. Saiba mais sobre esses resultados!
Aproveite e leia ainda Adolescência e feminilidade na peça O despertar
da primavera, de Thais Limp Silva e Cristina Moreira Marcos. Esse artigo
aborda a adolescência como um processo de sexualização decorrente
do Édipo.
Não perca tempo e assista à aula Psicologia do Desenvolvimento -
Adolescência: Concepções teóricas, da UNIVESP. Aproveite para tirar as
dúvidas sobre as teorias do desenvolvimento humano que estão
relacionadas à fase da adolescência.
Assista ao vídeo Sarah-Jayne Blakemore: O misterioso funcionamento
do cérebro adolescente disponível no YouTube. A neurocientista
compara o córtex pré-frontal de adolescentes e adultos. Vamos pensar
junto com a professora Sarah: por que os adolescentes parecem tão
mais impulsivos, tão menos autoconscientes do que os adultos?
Referências
ABERASTURY, A; KNOBEL. M. Adolescência normal: um enfoque
psicanalítico. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.
AMARAL, V. L. Psicologia da Educação: a Psicologia e sua importância
para a Educação. Natal: EDUFRN, 2007. 208 p.
BOCK, A. M. B. A perspectiva sócio-histórica de Leontiev e a crítica à
naturalização da formação do ser humano: a adolescência em questão.
Cad. CEDES, v. 24, n. 62, p. 26-43, abr. 2004.
CARVALHO, N. M. C. Psicologia da infância e da adolescência. Sobral,
CE: Egus, 2015.
FRANK, A. The diary of a young girl. New York: Pocket, 1958.
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desenvolvimento. Tomo 2: adolescência – vida adulta – velhice. [S.l.:
S.n.], 2001.
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G. Ballve. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.
LOCATELLI, A. C. D. A perspectiva de tempo futuro e a motivação do
adolescente na escola. Dissertação (Mestrado em Educação) – Centro
de Educação, Comunicação e Artes, Universidade Estadual de Londrina,
Londrina, 2004.
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SCHOEN-FERREIRA, T. H.; AZNAR-FARIAS, M.; SILVARES, E. F. de M.
Adolescência através dos séculos. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 26,
n. 2, p. 227-234, 2010.
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