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Capítulo 220 O sentido da corrente elétrica Na figura 2, desenhamos os elétrons “saindo” do polo negativo da pilha, atraves- sando todo o condutor e retornando ao polo positivo da pilha. Este é o sentido real da corrente elétrica. No entanto, se os portadores fossem cargas elétricas positivas, sairiam do polo positivo da pilha e voltariam a ela pelo polo negativo. Por razões históricas, usa-se a seguinte convenção para o sentido da corrente elétrica: A seta da corrente é desenhada sempre no sentido em que se movimentariam as partículas positivamente carregadas, mesmo que estes portadores sejam negativos, como os elétrons. Na figura 3, mostramos um condutor onde as partículas portadores da carga elétrica são positivas; portanto, a cor- rente é indicada no mesmo sentido desse movimento. Na figura 4, o condutor é um fio de cobre, e os portadores são elétrons; portanto, indicamos a seta da corrente elétrica em sentido oposto ao do seu movimento. sentido da corrente elétrica + + + + Figura 3. Sentido da corrente elétrica para cargas positivas. – – – – sentido da corrente elétrica Figura 4. O sentido da corrente elétrica – sentido oposto ao movimento dos elétrons. Exemplo 1 2. Intensidade da corrente elétrica Num fio condutor de metal foi estabelecida uma corrente elétrica. Seja S uma secção transversal desse condutor (fig. 6). Num intervalo de tempo Δt passam pela secção S uma quantidade n de partículas portadoras de carga elétrica. Sendo Q a quantidade de eletricidade transportada pelas n partículas, define-se intensidade média da corrente elétrica (i m ) pelo quociente: i m = Q Δt A intensidade da corrente elétrica instantânea é dada pelo limite do quociente Q Δt , fazendo-se Δt tender a zero. i = lim Δt → 0 Q Δt Se a corrente elétrica no fio tiver intensidade constante, isto é, não va- riar com o tempo, então o valor instantâneo e o valor médio serão iguais. Figura 6. Pela secção S do condutor estão atravessando portadores de cargas elétricas. Na figura 5 temos esquematizado um circuito elétri- co, constituído por uma bateria de carro, uma lâmpada e dois fios condutores. As setas indicam o sentido da corrente elétrica, “saindo” do polo positivo da bateria e “voltando” pelo polo negativo. + Ð Figura 5. Sentido da corrente elétrica em relação aos po- los da bateria. Exemplo 2 Il u St r A ç õ ES : ZA Pt ObsErvaçãO É muito comum nos textos se chamar a partícula portadora de carga elétrica simplesmente de carga elŽtrica. Isso simplifica a linguagem. S + + + + + + + + + + A corrente elétrica 21 Unidade de intensidade de corrente elétrica A unidade da grandeza física intensidade de corrente elétrica, no SI, é o ampère (símbolo A), uma homenagem a André-Marie Ampère (1775-1836), que realizou im- portantes trabalhos em Eletricidade, como veremos nos demais capítulos. A unidade de base do SI é o ampère. A sua definição será dada no capítulo 19 – Indução eletromagnética. O coulomb é uma unidade derivada do ampère. Assim, a definição do ampère precede à do coulomb no SI. usando a equação anteriormente definida, verificamos a relação entre o ampère e o coulomb: [Q] = [i] × [Δt] i = Q Δt ⇒ Q = i · Δt ⇒ coulomb = ampère × segundo Define-se: Um coulomb é a carga elétrica que atravessa, por segundo, a seção transversal do condutor quando nele circula a corrente elétrica de intensidade um ampère. Por exemplo, se a intensidade de corrente elétrica num fio é de 5 A, então, num intervalo de tempo correspondente a 1 segundo, passa por uma seção reta desse con- dutor a carga de 5 C. Submúltiplos do ampère Frequentemente são usados os seguintes submúltiplos para o ampère: • miliampère: 1 mA = 10–3 A • microampère: 1μA = 10–6 A Corrente contínua (CC) e corrente alternada (Ca) Quando a corrente elétrica mantém o sentido invariável, ela é chamada corren- te contínua (fig. 7). Se além de invariável a corrente elétrica mantiver a intensidade constante, ela será chamada corrente con- tínua constante (fig. 8). As correntes elé- tricas provenientes de pilhas e baterias, em geral, são correntes contínuas constantes. Se a corrente elétrica mudar o sentido periodicamente, ela será chamada de cor- rente alternada (fig. 9). A notação usual para corrente alternada é CA ou AC (do in- glês: alternating current). Nesta primeira unidade da Eletricidade, nossos geradores sempre nos darão corren- te contínua constante. A corrente alternada será vista no final do tema Eletricidade. Figura 7. Corrente contínua (CC). Figura 9. Corrente alternada (CA). Figura 8. Corrente contínua constante. 0 t i 0 t i ++ ––0 t i Capítulo 222 Determinação gráfica da carga elétrica Se a corrente elétrica no fio não tiver intensidade constante, então a equação Q = i · Δt não poderá ser usada para calcular a carga elétrica, pois o valor instantâneo não é fixo. Precisaremos usar, então, o cálculo integral ou o gráfico da intensidade da corrente × tempo. Na figura 10 a corrente elétrica tem intensidade constante e a carga elétrica Q, no intervalo de tempo (t 1 ; t 2 ), pode ser calculada pela equação: Q = i · Δt 1 No entanto, observemos a área sombreada sob o gráfico, correspondente a esse mesmo intervalo de tempo: área = (altura) × (base) ⇒ área = i · Δt 2 Comparando o lado direito das duas equações, notamos que são iguais. logo, po- demos escrever que a área sombreada sob o gráfico é numericamente igual à quanti- dade de eletricidade: Q N = área da figura sob o gráfico Embora esse resultado tenha sido deduzido para uma corrente elétrica contínua e constante, podemos estendê-lo para qualquer outro caso. No gráfico da figura 11 a área A da figura sombreada sob o gráfico é também nu- mericamente igual à carga elétrica: Q N = área (A) da figura sob o gráfico No gráfico da figura 12 a intensidade de corrente é variável e a carga elétrica transportada pela corrente durante os 6,0 s iniciais é dada pela área do triângulo sombreado. Q N = área do triângulo Q N = b · h 2 ⇒ Q = 8,0 · 6,0 2 ⇒ Q = 24 C Figura 12. Exemplo 3 0 A t (s) i (A) 8,0 6,0 Grandeza escalar A intensidade de corrente elétrica é uma grandeza física escalar, apesar de ter uma orientação. Podemos, portanto, somar algebricamente intensidades de corrente elétri- ca. Observemos o exemplo a seguir. Figura 10. Corrente elétrica contínua e constante. Figura 11. Corrente elétrica de intensidade variável. 0 A t (s)t2t1 i (A) i 0 A t (s)t2t1 i (A) i
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