Buscar

Freud e a Origem da Psicanálise

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

HISTÓRIA: HISTERIA E HIPNOSE
A psicanálise é um campo importante na compreensão do funcionamento psíquico, que diz respeito aos aspectos inconscientes do indivíduo. Freud foi o grande inventor da psicanálise a partir do fenômeno da histeria.
Você já deve ter ouvido a expressão: “Freud explica!”. Mas o que significa que Freud explica e o que ele explica? Para responder introdutoriamente a essa questão, faremos uma imersão no universo dos primórdios da psicanálise.
O Inconsciente é, talvez, o conceito mais importante da formulação psicanalítica. Esse é um conceito que aponta para uma região do psiquismo que é acessível por meio das chamadas formações do inconsciente, como os sonhos, os atos falhos, os lapsos, os sintomas e os chistes. Por meio da descoberta do Inconsciente, Freud impõe uma terceira ferida narcísica na humanidade, como ele próprio afirmou, tendo sido a primeira realizada pela teoria heliocêntrica, com Copérnico, e a segunda com a teoria evolucionista de Darwin.
Sigmund Freud.
Você sabia
Um psicanalista francês da metade do século, Jacques Lacan, chegou a reformular jocosamente a formulação do cogito cartesiano, o “Penso, logo sou”. Se em Descartes o lugar da verdade está no pensamento e no eu, por outro lado, com o inconsciente, teríamos a frase reformulada em “Sou onde não me penso”, ou seja, o lugar mais verdadeiro de mim mesmo é o inconsciente.
De uma forma ilustrativa, podemos pensar na imagem de um iceberg. A parte visível é sua menor parte. A maior parte de um iceberg está submersa, mas está lá. Assim seríamos nós: temos acesso consciente a uma pequena parte de nós mesmos. O inconsciente é a grande parte de nós e, no entanto, não é visível à consciência.
A origem da psicanálise remonta ao século XIX, quando o fenômeno da histeria causava grande inquietação no campo médico e científico e o grande paradigma nesse momento era o modelo da anatomia e da patologia. Significa que, para o aparecimento de alguma doença, deveria haver necessariamente uma explicação dentro de um referente anatomopatológico. Isso não era encontrado na histeria. Não havia algum dano neurológico ou corporal qualquer.
Saiba mais
A histeria, palavra que vem do grego ὑστέρα, remonta à ideia de “útero”. Acreditava-se que seria um acometimento feminino apenas. Hoje sabemos que não existem apenas mulheres histéricas. Para compreender um pouco mais sobre a origem da psicanálise, investigaremos a problemática histérica no século XIX e como ela contribuiu fundamentalmente para a criação da psicanálise.
A seguir, apresentaremos alguns aspectos históricos fundamentais sobre o surgimento da psicanálise a partir da questão da histeria. Para falar da origem da psicanálise e, portanto, de Freud como grande clínico e pensador, remontamos às concepções sobre o fenômeno da histeria no século XIX.
Até então, aquilo que podemos chamar de manifestação histérica era interpretado como possessão demoníaca. A mulher histérica era vista como um ser possuído por algum demônio, que a fazia agir involuntariamente, simulando doenças.
Século XV
Por volta do século XV até o século XVIII, a Igreja Católica Romana, por meio da Inquisição, conduzia um processo que identificava e investigava os casos de protesto e de subversão em relação aos dogmas religiosos. Esse processo coincide com o período da “caça às bruxas”, que privilegiava, sobretudo, uma vigilância constante com relação às mulheres que supostamente agiam em favor da feitiçaria. Durante esse período, muitas mulheres histéricas foram condenadas à fogueira, pois os seus sintomas e manifestações comportamentais não eram factíveis de explicação.
Século XVIII
Isso começa a se modificar em meados do século XVIII com o fenômeno do mesmerismo. As concepções de histeria centradas em uma perspectiva demoníaca cedem espaço para uma interpretação científica, passando, paulatinamente, a ser efetivamente entendida como uma doença dos nervos, algo que teria sua etiologia centrada nas estruturas do sistema nervoso.
Franz Anton Mesmer supunha que as doenças nervosas tinham origem em um certo desequilíbrio do fluido energético universal. Isso significa que os corpos possuiriam uma certa quantidade de energia vital que, aliás, perpassa todos os seres.
Exemplo
Uma doença, por exemplo, nessa leitura, seria o resultado de um desequilíbrio nessa energia. Quando alguém está triste e ganha um abraço de uma pessoa querida, isso pode revigorar uma quantidade de energia, ou uma palavra que conforte e ampare ajuda a restaurar essa vitalização.
Antiga ilustração de Mesmer.
É nesse sentido que se entende o magnetismo como uma técnica em que pela utilização de um objeto como um imã, portador de polos magnéticos, seria possível reorganizar o fluido energético. Assim, o médico, nesses casos, atuaria como um magnetizador, que trataria de reorganizar um equilíbrio homeostático do fluido.
Mais tarde, já no século XIX, James Braid, com a hipnose, permitiu o início da transformação da teoria do fluido energético por uma concepção físico-química da histeria, como veremos com Charcot. A ideia era que, a partir da indução do estado hipnótico, alterações orgânicas fossem verificadas.
Resumindo
Portanto, no século XIX e com o paradigma médico em cena, a intenção, no caso da histeria, era investigar no corpo o que se passava, e não mais se fazer uma leitura de algo como uma possessão.
HISTERIA E HIPNOSE NA ORIGEM DA PSICANÁLISE
O doutor Maicon Pereira da Cunha aborda a origem da psicanálise investigando a problemática histérica no século XIX e como ela contribuiu para a criação da psicanálise.
A histeria
A histeria é uma manifestação de quadros clínicos bastante variados, que, em geral, expressam classicamente no corpo o resultado manifesto de um conflito psíquico. Desde as origens da humanidade, são conhecidas histórias de histeria. O tratamento prescrito na época de Hipócrates era a inalação de vapores que emanavam de produtos excêntricos e atividades físicas que teriam como função recolocar o útero no seu lugar certo. Curiosamente, indicava-se preventivamente a prática de atos sexuais.
A histeria, na atualidade, encontra-se um pouco dispersa dentro dos manuais psiquiátricos. Hoje, vemos algo da histeria figurando entre os chamados transtornos somatoformes ou transtorno de personalidade histriônica. Os transtornos somatoformes representam uma categoria psicodiagnóstica que nos manuais de diagnóstico específicos, como o DSM e CID, aparecem descritos pelos transtornos com sintomas somáticos, conversivos e dissociativos e outros, apresentando como característica comum a presença de sintomas somáticos associados a pensamentos, sentimentos e sofrimento psíquico.
Saiba mais
Uma série de sintomas, como paralisias de membros (pernas, braços ou músculo da face, por exemplo), dispneia, convulsões, cegueira ou estrabismo, tosses, falas confusas, enfim, uma ampla variedade pode se enquadrar na noção de histeria. Portanto, o que diz respeito à etiologia da histeria não são exatamente os sintomas, pois esses podem ser múltiplos e variados. A questão é que esses sintomas aparecem sem um referente anatomopatológico. Em outras palavras, não é uma causa orgânica que provoca o(s) sintoma(s) histérico(s).
Vamos compreender a histeria como algo determinado por certas experiências do paciente que atuaram de modo traumático e que são reproduzidas em sua vida psíquica, fazendo parte do grupo das neuroses.
Então, começando-se a observar o problema dessa neurose, ou assim chamada “doença dos nervos”, ressaltamos que não havia indícios de qualquer lesão orgânica que justificasse o aparecimento dos sintomas histéricos, de forma que a solução procurada pelo campo hegemônico da medicina seguia na direção de afirmar que se tratava de uma teatralização ou simulação.
Jean-Martin Charcot foi um neurologista francês que se debruçou na investigação da histeria por meio da hipnose, método que começou a ser bastante empregado.
Jean-Martin Charcot.
A hipnose como técnica
De forma sintética, podemos apontar a hipnose como método que produz um rebaixamento deconsciência sob indução da sugestão hipnótica, ou seja, por meio da fala e do poder simbólico do hipnotizador. Certamente, você se lembrará da imagem de um relógio de bolso sendo movimentado de um lado para o outro em uma cena em que alguém é induzido ao estado hipnótico, não é verdade?
Passe o mouse sobre a imagem para ver as informações
Uma vez hipnotizada, a pessoa entrava em um transe que permitia que o médico tivesse acesso ao conjunto de sintomas histéricos bem definidos observado dentro de um contexto narrativo. Assim, os sintomas começaram a ser vistos dentro de uma história do que tinha acontecido à pessoa e que permitia compreender a origem dos mesmos.
Começou-se a perceber alguns elementos a partir daí:
Os sintomas histéricos não eram produções de pactos diabólicos ou de simulação.
O conjunto bem definido de sintomas dessa neurose era passível de ser observado e recolocado dentro de uma trama de sentidos, em uma narrativa histórica, e não dentro de uma perspectiva orgânica meramente.
Ao observar que os sintomas histéricos podiam ser investigados e alterados a partir de um estado hipnótico, Charcot introduziu a histeria no meio científico. Posteriormente, ele começa a observar que os conteúdos, em geral, apresentavam uma relação com algo sexual, apesar de ele não entrar muito nessa seara.
No século XIX, havia muito moralismo em torno da sexualidade, com muitos tabus envolvendo a questão do sexo.
Nessa contemporaneidade, Sigmund Freud era um jovem médico austríaco, ambicioso, que almejava realizar algo grande em sua vida. Freud sabia das investigações de Charcot com as histéricas no Hospital Salpêtrière, em Paris, na França. Conseguiu uma bolsa de estudos e partiu rumo a Paris para entender melhor a relação da histeria com a hipnose.
Uma vez hipnotizada a paciente histérica, a crise dela passou a ser reconstruída nas investigações de Charcot. Acontece que as pacientes, que maioritariamente eram mulheres, passaram a oferecer muito mais informação do que lhes era solicitado, e constantemente conteúdos sexuais apareciam nas narrativas.
Resumindo
Foi assim que a hipnose, técnica inicialmente utilizada pelo médico James Braid, surgiu como a ferramenta de acesso à histeria. Dessa forma, progressivamente, aprofundada por Charcot, a histeria começou a poder estar dentro de um registro institucional no Hospital.
A sexualidade na cena
Freud começa a se interessar pelo fenômeno da histeria, e não hesita em desbravar os enigmas da sexualidade nessa condição.
Retornando a Viena, Freud consegue continuar suas investigações com Josef Breuer, um médico mais experimentado, também curioso sobre os efeitos da hipnose na histeria e que ajudara bastante Freud, seja com incentivos morais seja financeiramente.
Josef Breuer (1842-1925) foi um importante médico que teve contribuições no campo da neurofisiologia e trabalhou como médico pessoal de muitos intelectuais residentes em Viena. Ficou conhecido por participar no lançamento das bases da psicanálise.
Nas Obras Completas de Freud, especificamente nos textos dos Estudos sobre a Histeria, vemos o passo a passo das investigações desse momento mais inicial da formulação do edifício teórico-clínico da psicanálise.
A relação da histeria com a hipnose vai ser conectada pela ideia de sexualidade, eixo básico para a compreensão da origem da psicanálise. Essa relação começa a ser aprofundada a partir do encontro de Freud com Breuer.
É por meio de Breuer que Anna O., sua paciente, surge na cena. É o caso princeps, o caso pioneiro a respeito das investigações psicanalíticas sobre o inconsciente, apesar de esse conceito fundamental da psicanálise ainda estar sendo gestado nesse momento.
Tal qual um bebê que nasce, sua história não se inicia quando há o nascimento. Há toda uma preparação desde a concepção, passando pela formação do feto até que vem o nascimento. Veja como muitos processos acontecem até o nascimento. Assim é a gênese de uma teoria.
Estamos acompanhando aqui o processo de gestação da psicanálise. Nesse momento, inclusive, podemos acompanhar particularmente um conceito que veremos mais adiante, o inconsciente.
A partir dos relatos de Breuer sobre Anna O., Freud começou a se interessar cada vez mais pelos enigmas da histeria:
Nos Estudos sobre a Histeria, que compõem textos entre 1893 e 1895, Breuer e Freud acompanharam as evoluções sobre a histeria a partir da hipnose.
O famoso texto da Comunicação Preliminar (1893) é escrito pelos dois médicos. Logo após o texto, segue-se a descrição de outros casos clínicos desse primeiro momento da psicanálise. Se observarmos juntos os cinco casos clínicos descritos no texto da Comunicação Preliminar, veremos alguns elementos básicos do germe inicial da psicanálise.
As correspondências de Freud com Wilhelm Fliess também são interessantes para acompanhar esse período inicial. Do ponto de vista teórico, observamos a concepção da primeira ideia da relação entre representação e afeto, que está na origem de uma primeira noção de trauma.
Relembrando
Lembrando que o conceito de trauma na teoria de Freud acaba tendo uma conotação diferente do conceito de trauma em outros contextos, pois aqui estamos falando de trauma psíquico. De qualquer forma, estamos fazendo referência ao fato de que um trauma é uma intensidade excessiva que se torna insuportável para uma determinada estrutura comportar, ou seja, é um excesso que transborda.
Mesmo dentro da psicanálise, a concepção de trauma ganhará diversas possibilidades interpretativas. Mas queremos sublinhar, nesse primeiro momento da formulação freudiana, a dimensão de um excesso de intensidade com o qual o psiquismo não conseguiu lidar.
Exemplo
Quando alguém leva um susto tão grande que fica paralisado, essa paralisia diz respeito a esse excesso de intensidade.
Ab-reação e a divisão da consciência
Por meio da hipnose, começa-se a provocar as lembranças do trauma, e a ideia inicial da origem está constantemente em um acidente, insulto, enfim, algum susto que o psiquismo não conseguiu descarregar, ou seja, houve alguma emoção, afeto ou energia psíquica que ficou represada, gerando efeitos tóxicos no psiquismo.
A representação do trauma age como um corpo estranho alojado na mente e a hipnose foi um primeiro modo de se ter acesso a essa trama, de forma que o sintoma histérico desaparecia quando se conseguia trazer à luz a lembrança do fato provocador. Falamos, então, que é a lembrança do acontecimento que evoca o afeto a ele acoplado, de forma que “os histéricos sofrem principalmente de reminiscências”.
(BREUER; FREUD, 1893, p. 43)
Então, a ab-reação é a forma pela qual um afeto represado consegue ser liberado por meio do acesso à lembrança do evento a ele ligado. É necessária a expurgação do afeto para não continuar gerando efeitos tóxicos:
Em outras palavras: parece que essas lembranças correspondem a traumas que não foram suficientemente ab-reagidos.
(BREUER; FREUD, 1893, p. 45)
Esse processo da ab-reação será definido em seu mecanismo ao longo do texto, mas podemos entendê-lo como uma espécie de descarga emocional que permite liberar o afeto associado a um evento traumático.
Freud, então, constata o que vai ser essencial na formulação do aparelho psíquico, ou seja, o seu caráter dividido. A consciência se encontra dividida e é isso que aparece de forma emblemática na histeria. Os sintomas histéricos aludem ao fato de que um episódio traumático força a divisão da consciência na medida em que uma ideia, uma representação conflituosa, instaura a necessidade de que essa representação fique isolada da comunicação associativa com o restante do conteúdo da consciência. Dessa forma, essa ideia conflituosa fica separada do resto, impedindo que ela gere mais incômodo ao sujeito.
Atenção
Aqui encontramos o pressuposto básico trabalhado pela psicanálise da divisão do aparelho psíquico entre consciente e inconsciente. Preste atenção: inconsciente! E não subconsciente! O termo subconsciente é utilizado em outros campos que não a psicanálise. Em psicanálise, algo mais próximo da ideia de subconscienteseria o que chamaremos de pré-consciente. Falaremos mais sobre isso posteriormente.
Bem, falamos de teoria. E como presenciamos na prática isso tudo? Com os casos clínicos, vemos a hipnose sendo primariamente utilizada na investigação dos fatos relativos à histeria, bem como o seu abandono e sistematicamente o processamento das transformações técnicas que levarão até a ideia de associação livre, a chamada regra de ouro da psicanálise. É a história desses processos que estamos vendo.
Clique no botão para ver as informações.
“Fale livremente o que lhe vem à cabeça!”.
Mas Freud não se achava um bom hipnotizador, além disso os sintomas voltavam de outras formas. Havia uma série de limitações que fizeram com que Freud abandonasse a hipnose e adotasse a “associação livre” em seu lugar.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. Qual foi a importância da hipnose para a formulação inicial da psicanálise?
Descobrir que a histeria se tratava de uma teatralização.
Permitir que o médico encontrasse no cérebro o que estava disfuncional.
Interpretar os sintomas histéricos à luz de uma trama de sentidos.
Fazer com que a pessoa não se lembre de seus traumas e assim não sofra.
Fazer a pessoa sentir o afeto e encobrir a lembrança do trauma.
Comentário
Parabéns! A alternativa "C" está correta. A importância da hipnose foi de permitir encontrar uma trama de sentidos na questão histérica, de forma a identificar que a neurose não era algo inscrito no registro anatomopatológico. Por meio da hipnose, era possível acessar o conteúdo narrativo e identificar o represamento do afeto ligado a um evento ao qual houve reação adequada, gerando efeitos tóxicos no psiquismo.
2. (CCV-UFC ‒ 2019 ‒ UFC ‒ Psicólogo ‒ Clínica) Sobre o método catártico empregado por Freud e Breuer, é correto afirmar que:
Foi empregado por Freud logo após abandonar o método da hipnose utilizado por Charcot.
Freud utilizava a hipnose para atingir a vivência traumática que supostamente gerava o sintoma. Sob efeito da hipnose, quando o paciente chegava ao fato traumático, acontecia a ab-reação e a descarga do afeto ligado ao fato traumático.
Foi criado por Breuer que o aplicou com sucesso na paciente frau Emmy von N. Posteriormente, Freud utiliza o método com uma pequena variação e o aplica no famoso caso Anna O., caso clínico que marca o início da psicanálise como a conhecemos.
Foi criado por Charcot nas suas apresentações de hipnose com histéricas, posteriormente desenvolvido por Freud como método terapêutico e empregado pela primeira vez na famosa paciente frau Emmy Von N., caso clínico que marca o início da psicanálise como a conhecemos.
Consistia em solicitar para o paciente falar livremente (associação livre) sobre seus sintomas. Essa fala era conduzida por Freud até que o paciente chegasse aos eventos desencadeadores do sintoma. Por essa razão, o método também é conhecido por “associação livre”, nome derivado da fala livre do paciente.
Comentário
Parabéns! A alternativa "B" está correta. O método catártico era empregado já na hipnose e permaneceu mesmo após o abandono da hipnose como técnica por Freud. Isso ocorre porque a catarse é uma forma de expurgação de um afeto ligado a um evento traumático. A hipnose foi abandonada devido a diversos fatores, dentre eles, o fato de os sintomas se deslocarem e Freud não se achar um bom hipnotizador. No entanto, o fato de existir o processo de expurgação do afeto restou como princípio fundamental para a estruturação da concepção de cura psicanalítica posteriormente.

Continue navegando