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3 Petróleo, hulhae madeira
FOI NOTÍCIA!
Entenda a queda do preço do petróleo 
e seus efeitos
O [preço do] petróleo segue ladeira abaixo nes-te início de ano, negociado abaixo de US$ 50 o barril, [são os] valores mais baixos em cer-
ca de seis anos. Nos mercados internacionais, o 
barril acumula perdas de 60% desde o pico de junho 
de 2014, quando era negociado a US$ 115. 
É o pior tombo de preços desde 2008, quando 
os preços do petróleo perderam mais da metade de 
seu valor em plena crise financeira internacional. 
Os principais apontados como ‘culpados’ pela 
queda dos preços são o aumento de produção, em 
especial nas áreas de xisto dos EUA, e uma deman-
da menor que a esperada na Europa e na Ásia. 
Em novembro do ano passado, essa queda se 
acentuou, diante do excesso de oferta e da recusa 
dos países da Organização dos Países Exportado-
res de Petróleo (Opep) em reduzir seu teto de pro-
dução, independentemente do preço no mercado 
internacional. 
A Opep culpa a grande produção de óleo de xis-
to pelas baixas cotações da commodity [qualquer 
bem ou recurso natural, proveniente de extração 
mineral ou vegetal ou da agropecuária produzido 
em larga escala e destinado ao comércio externo] 
e, segundo alguns analistas, estaria disposta a acei-
tar um preço ainda mais baixo para tirar do merca-
do outros produtores ou inviabilizar a exploração 
de rivais como os produtores norte-americanos. 
Com o boom do xisto nos últimos anos, a pro-
dução norte-americana disparou e se situa em ní-
veis recordes em 30 anos, com mais de 9 milhões 
de barris por dia. 
Desde que começaram as perfurações do xisto, 
nos Estados Unidos e outros países, como o Canadá, 
os sauditas fazem de tudo para não perder mercado. 
‘Temos vivido uma superprodução, oriunda sobre-
tudo do petróleo de xisto, e isso deve ser corrigido’, 
afirmou o ministro de Energia dos Emirados Árabes 
Unidos, Suhail Mazrui. ‘O petróleo de xisto acrescenta 
4 milhões de barris diários (mbd) procedentes dos 
Estados Unidos no mercado e são previstos mais 
4 mbd em 2020. Mas essa produção não poderia se 
sustentar com os preços atuais’, completou. [...] 
Alguns países sofrem particularmente com a 
redução dos preços do petróleo, sobretudo Vene-
zuela, Rússia e Irã, em razão do grande peso das 
exportações da commodity em suas economias. 
A Venezuela, por exemplo, teve a sua classifi-
cação de risco rebaixada pelas agências Moody's e 
Fitch para a categoria de risco de calote em razão 
do impacto da queda dos preços do petróleo sobre 
a balança de pagamentos e as reservas de divisas 
do país. [...] 
A Rússia, que obtém metade de suas receitas 
públicas do petróleo, também tem sido fortemente 
atingida. Depois de ter sofrido uma desvalorização 
de 41% em 2014, a moeda russa continua caindo em 
relação ao dólar, abalada pelos efeitos da queda 
dos preços do petróleo sobre a economia do país e 
pelas sanções internacionais. [...]”
Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/01/entenda-
queda-do-preco-do-petroleo-e-seus-efeitos.html>. Acesso em: 3 dez. 2015.queda-do-preco-do-petroleo-e-seus-efeitos.html>. Acesso em: 3 dez. 2015.
Você leu uma matéria que aponta a 
superprodução de petróleo de xisto nos 
Estados Unidos e no Canadá como a causa 
do problema econômico vivido pelos países 
produtores de petróleo. Você sabe o que é 
xisto e que problemas sua extração pode 
causar ao meio ambiente?
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1 Petr—leo
A palavra petróleo significa ‘óleo de pedra’, e isto se deve ao fato de 
ser encontrado, geralmente, impregnado em determinadas rochas po-
rosas denominadas arenito, localizadas em camadas geológicas sedi-
mentares, situadas na maior parte das vezes abaixo do fundo do mar (o 
que era de se esperar, já que os oceanos recobrem cerca de 71% da su-
perfície do planeta).
No Brasil, por exemplo, cerca de 90% do petróleo é extraído de 
campos denominados off-shore (fora da margem), ou seja, plata-
formas exploratórias localizadas em águas não muito profundas. 
Até o ano de 2015 havia 111 plataformas desse tipo, sendo 33 fixas 
e 78 flutuantes.
Em termos de constituição química, podemos dizer que:
O petróleo é uma mistura muito complexa de compostos 
orgânicos, principalmente hidrocarbonetos, associados a 
pequenas quantidades de outras classes de compostos 
que contêm nitrogênio, oxigênio e enxofre.
A teoria mais aceita sobre a origem do petróleo afirma que se 
trata de um produto da decomposição lenta de pequenos seres ma-
rinhos – em geral animais e vegetais unicelulares –, que permaneceram 
soterrados, preservados do oxigênio e submetidos à ação de bactérias, 
do calor e da pressão. Estima-se que as jazidas petrolíferas tenham 
algo entre 10 milhões de anos e 500 milhões de anos.
A rocha geradora, ou seja, o arenito impregnado de petróleo nos 
poros e fraturas, pode ser comparada a uma esponja encharcada de 
água. À medida que novas camadas sedimentares foram sendo depo-
sitadas, elas exerceram pressão, fazendo o petróleo migrar para áreas 
de menor pressão e se acumular em outras camadas de rochas calcá-
rias ou arenito, chamadas de rocha-reservatório, que sob a ação dos 
movimentos da Terra aprisionaram o petróleo e o gás natural dentro 
delas, entre camadas de rocha impermeável (de granito ou mármore, 
por exemplo).
Nesses depósitos, as substâncias gasosas ficam retidas nas partes 
mais altas, e o óleo nas partes mais baixas. As rochas-reservatório 
podem estar localizadas próximas à superfície ou a 5 mil metros (ou 
mais) de profundidade. 
Estima-se, porém, que grande parte do petróleo formado se perdeu 
na superfície por falta dos obstáculos naturais. Esses vazamentos jus-
tificam o fato de alguns povos antigos conhecerem e utilizarem o pe-
tróleo cru, cerca de 4 000 anos antes de Cristo.
Hoje, o profissional que pesquisa a possibilidade de haver pe-
tróleo em determinada área é o geólogo que, por meio de imagens 
de satélite e equipamentos diversos, determina os locais com 
maior probabilidade de haver rochas-reservatório com petróleo 
aprisionado. 
Camadas de rocha
1. Argila
2. Calcário
3. Folhelho
4. Arenito impregnado 
de água salgada
5. Arenito impregnado de hidrocarbonetos 
gasosos
6. Arenito impregnado de petróleo
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A ilustração 
está fora de 
escala. Cores 
fantasia.
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Capítulo 358
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Posteriormente é feito um estudo para avaliar a relação custo/benefício de 
se fazer uma prospecção exploratória no local. Veja a ilustração abaixo:
navio de pesquisa
hidrofones: um único navio de pesquisa 
carrega até 3 mil hidrofones em um cabo 
cuja extensão chega a 3 km 
rocha selante
água
falhas
petróleo
petróleo
caminho das ondas 
refletidas
rocha impregnada de gás
A ilustração mostra a utilização de ondas de choque obtidas com canhão de ar comprimido, que dispara pulsos de ar na água (usado 
para exploração no mar). As ondas refletidas são captadas por hidrofones. 
A interpretação das ondas que são refletidas de volta para a superfície indica a possibilidade de haver petróleo na área.
Essa técnica é menos agressiva aos animais e ao meio ambiente do que os explosivos, mas ainda assim interfere na vida marinha.
Quando tudo leva a crer que um novo campo de rochas-reservatório de 
petróleo foi encontrado, o local é marcado por coordenadas GPS e/ou boias 
marcadoras sobre a água. 
Mesmo com toda essa tecnologia, a taxa de 
sucesso na localização de rochas-reservatório de 
petróleo costuma ser de apenas 10%. 
Se a equipe de especialistas chega à conclu-
são de que determinado local pode apresentar 
rochas-reservatório de petróleo que compensam 
os custos de uma prospecção exploratória, ini-
cia-se o processo de extração. 
Quando o poço a ser explorado encontra- 
-se sob o oceano, a perfuração é feita em uma 
plataforma submarina. Quandose encontra em 
terra firme, inicialmente é instalada no local uma 
torre de perfuração, que pode ter brocas simples, 
dotadas de diamantes industriais ou um trio de 
brocas interligadas com dentes de aço. 
Durante a perfuração, as brocas são resfria-
das por uma lama especial, que, além de lubrificar 
o sistema, traz pedaços de rocha para serem ana-
lisados na superfície.
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As ilustrações 
estão fora de 
escala. Cores 
fantasia.
Brocas de 
perfuração
torre
sistema de segurança 
contra estouros
tubos 
sobressalentes
broca
coluna de 
perfuração
gerador de 
eletricidade
lama e 
revestimentos
mesa 
giratória
motores 
giram a 
mesa
colar de
perfuração
revestimento
Torre de perfuração
Petróleo, hulha e madeira 59
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