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Patolino 
“Resumo” de Patologia Geral 
Semestre 2022/1 
Kellen Crizel da Rocha 
ATM 261 #vertigemcampeãdoIIIinteratms 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: aulas, Robbins e Bogliolo. Imagens frequentemente retiradas desses livros ou do site 
Anatpat da UNICAMP. 
Esse material foi feito para o meu estudo individual e resolvi disponibilizá-lo para outros alunos a 
fim de facilitar o estudo da Patologia Geral, portanto, não me responsabilizo por informações 
equivocadas e/ou erradas nos resumos. Obrigada pela compreensão e boa sorte! 
Link dos flashcards.
https://anatpat.unicamp.br/
https://www.brainscape.com/p/4S627-LH-CJKLK
 
1 
 
Patolino 0 
Degenerações (deposições celulares) - aula do dia 03.08.2022 6 
Depósitos celulares 6 
Depósitos de lipídios 6 
Depósitos de glicogênio 8 
Depósitos de proteínas 9 
Lesão celular - aula do dia 04.08.2022 10 
Causas de lesão celular 10 
Lesão reversível 11 
Necrose 11 
Padrões de necrose tecidual 12 
Princípios básicos da lesão 12 
Apoptose 13 
Morfologia da apoptose 13 
Vias de ativação da apoptose 13 
Necroptose 14 
Pigmentos - aula do dia 10.08.2022 14 
Bilirrubina 14 
Hematoidina 15 
Hemossiderina 15 
Hematina 15 
Hemozoína 16 
Melanina 16 
Ácido homogentísico 17 
Lipofuscina 17 
Pigmentos exógenos 17 
Calcificações 18 
Hemorragia e choque - aula do dia 17.08.2022 18 
Hemorragia 18 
Classificação 19 
Consequências das hemorragias 19 
Diáteses hemorrágicas 19 
Choque 19 
Fases do choque 20 
Infarto 20 
Hemodinâmica - aula do dia 18.08.2022 22 
Edema 22 
Hiperemia e congestão 23 
Adaptações celulares - aula do dia 24.08.2022 23 
Conceitos em adaptações do crescimento e diferenciação celulares 24 
Atrofia (hipotrofia) 24 
Hipertrofia 25 
 
2 
Hiperplasia 25 
Metaplasia 25 
Displasia 25 
Trombose e embolia - aula do dia 25. 08.2022 26 
Trombose 26 
Embolia 27 
Inflamação crônica - aula do dia 31.08.2022 28 
Padrões morfológicos de inflamações agudas e crônicas 29 
Inflamação aguda - aula do dia 01.09.2022 30 
Mediadores químicos da inflamação 32 
Funções dos mediadores 32 
Cursos de inflamação aguda 32 
Tuberculose - aula do dia 14.09.2022 33 
Hipersensibilidade retardada ao bacilo 33 
Teste de Mantoux ou PPD 33 
Fisiopatogenia 34 
Localização da tuberculose 36 
Manifestações sistêmicas 36 
Diagnóstico 36 
Tuberculose em órgão isolado 36 
Reparo - aula do dia 15.09.2022 36 
Regeneração 37 
Células-tronco 37 
Células tronco na homeostasia tecidual 38 
Cicatrização 39 
Angiogênese 39 
Proliferação de fibroblastos e deposição de tecido conjuntivo 40 
Deposição de matriz extra-celular 40 
Remodelação 40 
Cicatrização de feridas cutâneas 40 
Fatores condicionantes da cicatrização 41 
Aspectos patológicos no reparo 41 
Sífilis - aula do dia 21.09.2022 42 
Estágios 42 
Sífilis congênita 44 
Diagnóstico 45 
Tratamento 45 
Morfologia 45 
Sarcoidose - mesmo dia 45 
Epidemiologia 46 
Fatores imunes 46 
Fatores genéticos 46 
Fatores ambientais 46 
 
3 
Morfologia 46 
Manifestações sistêmicas 46 
Diagnóstico 47 
Evolução 47 
Estadiamento clínico 47 
Neoplasias - aula do dia 22/09/2022 47 
Nomenclatura das neoplasias 48 
Tumores benignos 48 
Tumores malignos 49 
Tumor misto 49 
Teratoma 49 
Coristoma 49 
Hamartoma 49 
Exceções 49 
Diferenciação e anaplasia 50 
Anaplasia 50 
Displasia 50 
Taxa de crescimento 50 
Invasão local 51 
Metástase 51 
Comportamento geral 51 
Vias de metástases 51 
Micoses - aula do dia 28.09.2022 52 
Paracoccidioidomicose 52 
Actinomicose 55 
Aspergilose 55 
Histoplasmose 56 
Micoses profundas - mesmo dia 57 
Esporotricose 57 
Cromomicose 57 
Biologia do crescimento neoplásico - aula do dia 29.09.2022 57 
Aspectos epidemiológicos 57 
Gradação e estadiamento 58 
Neoplasias mesenquimais benignas - aula do dia 05.10.2022 59 
Lipoma 59 
Leiomioma 59 
Mixoma 59 
Condroma 60 
Osteoma 60 
Fibroma 60 
Neoplasias mesenquimais malignas ou sarcomas - mesmo dia 60 
Fibrossarcoma 60 
Lipossarcoma 61 
 
4 
Leiomiossarcoma 61 
Rabdomiossarcoma 61 
Condrossarcomas 61 
Osteossarcoma convencional 61 
Neoplasias epiteliais I - aula do dia 06.10.2022 61 
Epitélio de revestimento 62 
Epitélio glandular 62 
Carcinoma 62 
Lesões malignas epiteliais 63 
Carcinoma epidermóide 63 
Classificação de Brothers 63 
Ceratoacantoma 63 
Carcinoma basocelular 63 
Síndrome do carcinoma basocelular nevóide 64 
Neoplasias epiteliais II - Aula do dia 13.10.2022 64 
Lentigo 64 
Nevos melanocíticos 64 
Características macroscópicas dos nevos 64 
Nevos displásicos 65 
Características macroscópicas 65 
Melanoma 65 
Subtipos de melanoma 65 
Lesões benignas de Mama - aula do dia 03.11.2022 66 
Citologia - on-line 68 
JEC: junção escamo-colunar 69 
Estratificação das atipias 69 
Critérios avaliados 70 
Testes adjuvantes 71 
Periodicidade 71 
Patologia da SIDA - aula do dia 16.11.2022 73 
Fatores de risco 73 
Transmissão 73 
Componentes básicos do vírion 73 
Ciclo de vida 74 
Patogênese 75 
Lesão do sistema nervoso pelo HIV 75 
Quadro clínico da SIDA 75 
Lesões malignas de mama - aula do dia 17.11.2022 76 
Neoplasias de mama 76 
Carcinoma de mama 77 
Progressão do câncer de mama 77 
Classificação de Nottingham 77 
Carcinoma in situ 78 
 
5 
Doença de Paget mamária 78 
Carcinoma lobular in situ 78 
Carcinoma ductal in situ com microinvasão 78 
Carcinoma ductal infiltrante 78 
Carcinoma inflamatório 78 
Carcinoma tubular invasor 79 
Carcinoma mucinoso 79 
Carcinoma medular 79 
Carcinoma lobular infiltrante 79 
Fatores prognósticos 79 
Mama masculina 79 
Marcadores tumorais - on-line 79 
Imuno-histoquímica 79 
Classes de anticorpos 80 
Neoplasias vasculares e trofoblásticas - on-line 81 
Neoplasias vasculares 81 
Benignas 81 
Neoplasias vasculares intermediárias 82 
Neoplasias vasculares malignas 83 
Neoplasias trofoblásticas 83 
Neoplasias dos anexos uterinos - on-line 84 
Tumores de ovário 84 
Tumores de epitélios de revestimento 85 
Tumores de células germinativas 86 
Tumores dos cordões sexuais 87 
Tumores metastáticos 87 
Estadiamento dos tumores ovarianos 87 
 
 
 
6 
Degenerações (deposições celulares) - aula 
do dia 03.08.2022 
Depósitos celulares 
São alterações 
metabólicas que acontecem na 
célula e geram acúmulo 
anormal de substâncias, que 
pode ser água, lipídios, 
proteínas, etc, ou seja, 
substâncias normais a ela; mas 
também podem ser substâncias 
exógenas, como minerais, 
agentes infecciosos e os 
pigmentos. 
O depósito pode ser 
temporal, ou seja, só por um 
período, ou permanente; um 
caso clássico é a tatuagem, que 
é um depósito permanente. 
Pode haver depósito sem dano 
significativo a ponto de 
originar sinais clínicos. 
As doenças de depósito 
acontecem por problemas no 
metabolismo (ingestão de 
álcool e acúmulo de lipídeos), 
déficit de transporte, carência 
de enzimas e endocitose de 
substâncias (macrófagos que 
viram células estreladas). 
As anormalidades podem 
ser de quatro tipos diferentes: 
1. Substância endógena produzida numa 
taxa normal ou aumentada, porém o 
metabolismo não é capaz de removê-la 
adequadamente; 
2. Substâncias endógenas produzidas de 
forma anormal devido, principalmente, a uma 
mutação genética, e incapacidade do organismo 
de removê-la; 
3. Ausência de enzimas metabólicas, o que 
prejudica o processo de metabolização e 
excreção; 
4. Substâncias exógenas anormais que o 
organismo não está adaptado para metabolizar. 
 
 
Depósitos de lipídios 
Lipídios são moléculas 
complexas que servem de 
fonte de energia para o 
nosso organismo, são 
classicamente depositadas 
nos adipócitos, e possuem 
três tipos: triglicerídeos 
(pequenos), colesterol e 
esfingolipídios (lipídios de 
superfície). 
Os lipídios são retirados 
de dentro das células com a 
técnica de coloração HE; 
vê-se só a membranacelular 
dos adipócitos. Usa-se 
Sudan III e IV (vermelho e 
preto, respectivamente) ou 
Red oil (perícia de embolia 
gordurosa). 
Esteatose é a deposição 
anormal de triglicerídeos na 
célula, comumente no 
fígado, mas também pode 
ocorrer no coração, rins, 
suprarrenais, músculos, etc, 
por diferentes causas. 
O acúmulo excessivo de 
triglicerídeos dentro do 
fígado pode resultar de 
entrada excessiva ou de 
defeitos de metabolismo e exportação dos 
lipídios, como na formação de lipoproteínas 
(lipídios + apoproteínas). A esteatose pode ser 
um problema por si só, por uma geração de 
inflamação, ou pode ser subclínica. As causas 
principais: 
● Sobrepeso 
● Alcoolismo: alteração das funções 
mitocondriais, levando a um aumento 
da síntese de lipídios e redução da 
degradação destes; 
● Consumo de medicamentos 
 
7 
● Toxinas (CCl4): reduz a síntese de 
apoproteínas; 
● Desnutrição protéica e/ou anorexia: 
reduz a síntese de apoproteínas e 
aumenta a mobilização de ácidos graxos 
do tecido adiposo; 
● Diabetes melito: ativação da lipase 
hormônio sensível e mobilização de 
ácidos graxos do tecido adiposo; 
● Hipóxia: inibe a oxidação dos ácidos 
graxos; 
 
 
Morfologia da esteatose 
No fígado, há o desenvolvimento de 
lipossomas (inclusões pequenas revestidas por 
membranas) no RE, depois há a formação de 
vacúolos no citoplasma ao redor do núcleo, e, à 
medida que a esteatose avança, os vacúolos se 
fundem e vão para a periferia da célula. Quando 
as células vizinhas se rompem, os vacúolos 
coalescem, formando os cistos gordurosos. Já 
no coração, há dois padrões de esteatose: um de 
aspecto tigróide, causado por hipóxia 
moderada e prolongada (anemias) e outro mais 
uniforme causado por hipóxias mais profundas 
e algumas formas de miocardite. 
 
Lipidose é o acúmulo de colesterol e éster 
de colesterol no interior de macrófagos, pois a 
molécula não “fica solta”. O nome é dado 
conforme o local (aterosclerose nas artérias, 
xantomas na pele e colesterolose na lâmina 
própria da vesícula biliar. Essa última não se 
reflete em doença clínica, é um achado). 
 
Placa de aterosclerose. Acúmulo de macrófagos 
nas camadas do vaso; isso acidifica o meio e atrai cristais 
de cálcio, daí ocorre o processo de calcificação. 
 
 
Xantelasmas, tipo mais comum de xantoma. Por 
si só não apresentam riscos à saúde, mas são marcadores 
importantes dos níveis elevados de colesterol. 
 
Vesícula biliar em aspecto de morango (colesterolose). 
 
Doença de Niemann-Pick tipo C. Esta 
doença de depósito lisossômico é causada por 
mutações que afetam uma enzima envolvida no 
transporte do colesterol, resultando em acúmulo 
de colesterol em múltiplos órgãos. 
Os esfingolipídeos, apesar de estarem na 
membrana plasmática, são produzidos no 
interior da célula e depois são transportados até 
lá. Problemas nesse transporte fazem com que 
essas substâncias se acumulem no meio 
 
8 
intracelular, causando as chamadas 
esfingolipidoses - existem várias, a depender da 
enzima que está em falta.
 
 
*Tay-Sachs: doença comum em pessoas de origem judia; casos de homozigose tem prognóstico muito pior. A ausência 
de hexosaminidase A tem como consequência a destruição das células nervosas do cérebro e da medula espinhal. 
 Depósitos de glicogênio 
Não é comum, mas pode acontecer. O 
glicogênio assim como a gordura não se cora 
com a técnica universal HE, então usam-se 
corantes especiais tais como o PAS, carmim de 
best e vermelho congo (+). 
São comuns na diabetes por um 
desequilíbrio metabólico causado por 
deficiência enzimática. Nessa doença, o 
glicogênio é encontrado nas células epiteliais 
dos túbulos renais, bem como dentro das células 
hepáticas, células β das ilhotas de Langerhans e 
células miocárdicas. 
Esse depósito é um achado, não são 
importantes do ponto de vista epidemiológico, 
porque são doenças raras - porém, são graves. 
O glicogênio se acumula dentro de células 
em um grupo de distúrbios genéticos 
relacionados, coletivamente conhecidos como 
doenças de depósito de glicogênio ou 
glicogenoses. Nessas doenças, defeitos 
enzimáticos na síntese ou degradação do 
glicogênio resultam em acúmulo maciço, 
causando lesão e morte celular. 
 
 
9 
Depósitos de proteínas 
Aparecem como gotículas eosinofílicas 
arredondadas, vacúolos, ou agregados no 
citoplasma. À microscopia eletrônica, podem ter 
aparência amorfa, fibrilar ou cristalina. 
Podem ter diversas causas: 
● Gotículas de reabsorção nos túbulos 
renais proximais são observadas em 
doenças renais associadas à proteinúria; 
● Produção de proteínas normais em 
quantidades excessivas; 
● Defeitos no transporte intracelular ou na 
secreção de proteínas; 
● Acúmulo de proteínas do citoesqueleto; 
● Agregação de proteínas anormais. 
Amiloidose: acúmulo de um complexo de 
proteínas chamado amiloide (“lixo 
extracelular”) fora da célula. É um excesso de 
proteína complexado com substância P; na 
maioria dos indivíduos, a integridade do sistema 
anti-proteolítico evita esse processo. 
Essas substâncias não são fáceis de serem 
vistas no HE; usa-se PAS e vermelho congo, e 
na luz polarizada apresenta-se como um verde 
metálico. 
A amiloidose pode ser sistêmica…: 
● Primária: mieloma que produz proteínas 
anômalas que se combinam com a 
substância P e formam o amilóide; 
● Secundária: processos inflamatórios 
graves; proteínas produzidas pelo 
fígado. Se curar a doença, cura a 
amiloidose; 
● Hemodiálise crônica: não filtra algumas 
proteínas; 
● Familiar: de caráter genético, 
principalmente em descendentes de 
portugueses. 
 
… ou localizada: 
● Endócrina: diabetes (especialmente no 
pâncreas); câncer de tireoide; 
● Senil: mal de Alzheimer; 
● Tumoral 
Consequências clínicas das amiloidoses: 
afeta os vasos dos grandes sistemas, levando à 
insuficiência. 
 
Hialinização: acúmulo de proteínas dentro 
e fora da célula com aspecto vitrificado. 
Exemplos: 
● Hialinose arteriolar renal na Diabetes 
Mellitus 
 
● Corpúsculos de Russel, anticorpo 
acumulado dentro do plasmócito 
(hepatites); 
● Alteração hialina de Mallory 
(alcoolismo); 
● Deficiência de ⲁ1-antitripsina (é uma 
proteína que evita a proteólise no 
pulmão, e nessa deficiência a proteína se 
acumula nos hepatócitos, local onde é 
produzida). 
Mucinoses: acúmulo de muco. Muco e 
mucina é a mesma coisa; mas é diferente de 
mucóide. Muco é de origem epitelial; mucóide é 
produzido por célula mesenquimal. Quando os 
epitélios acumulam excessos de muco, tem-se as 
mucinoses; as células ficam com aspecto de 
anel de sinete. 
 
10 
 
Tem várias causas, geralmente 
inflamatórias. Pode ser em qualquer lugar que 
tenha epitélios ou mucosas, às vezes em 
cânceres. 
Queratinoses: acúmulo de queratina 
produzida pelos queratinócitos; tem como 
finalidade a impermeabilização da pele. Ocorre 
quando há produções anormais de queratina, que 
pode ser fisiológica ou patológica. 
● Hiperceratose: alteração na palma das 
mãos por conta da musculação; 
● Paraceratose: queratinização 
imperfeita; restos de núcleos de 
queratinócitos no meio da camada de 
queratina. Psoríase; causa desconhecida. 
● Disceratose: produção excessiva de 
queratina que permanece no meio 
intracelular. 
 
As células imitam as camadas normais da epiderme, 
porém de forma anômala e desorganizada. Há clara 
diferenciação para células escamosas queratinizadas, que 
freqüentemente tomam arranjo concêntrico no interior dos 
blocos celulares, formando as pérolas córneas. 
 
Lesão celular - aula do dia 04.08.2022 
Saúde é um estado adaptado (homeostasia); 
a doença, portanto, é conceituada como a falta 
de adaptação. A lesão se desenvolve na falta de 
adaptação à exposição de agentes naturalmente 
nocivos ou à ocorrência de anormalidades 
intrínsecas. Qualquer estímulo da natureza pode 
produzir lesão - isso depende do tipo de 
estímulo,da intensidade, da capacidade do 
tecido de se adaptar e do tempo de duração do 
estímulo lesivo. 
 
A lesão reversível regride quando o 
estímulo nocivo é eliminado. Seus principais 
marcos são a redução da fosforilação oxidativa, 
depleção do armazenamento de ATP, tumefação 
celular secundária à edema e alterações em 
organelas, tais como a mitocôndria e o 
citoesqueleto. 
Não se tem um momento exato em que uma 
lesão reversível se torna irreversível. A 
consequência da lesão irreversível é a morte 
celular que pode se dar por necrose ou apoptose. 
Causas de lesão celular 
● Privação de oxigênio: pode ser causada 
por isquemia ou anóxia; a isquemia é 
mais grave que a anóxia, pois há a perda 
de outros elementos que podem ajudar 
no suprimento celular. 
● Agentes físicos: trauma mecânico, 
extremos de temperatura, alterações 
 
11 
bruscas de pressão, radiação e choque 
elétrico. 
● Agentes químicos e drogas: podem ser 
substâncias químicas em excesso, 
venenos como o cianeto e substâncias 
que fazem parte da rotina, como 
poluentes atmosféricos e pesticidas. 
● Agentes infecciosos: vírus, bactérias e 
parasitos. 
● Reações imunológicas: tanto reações 
imunológicas contra agentes externos 
como as contra auto-antígenos 
endógenos podem causar lesão celular. 
● Defeitos genéticos: produção de 
proteínas não funcionais. 
● Desequilíbrios nutricionais: 
deficiências proteico-calóricas, 
hipovitaminoses e excesso de alguns 
componentes nutricionais (como a 
hipercolesterolemia).
 
Lesão reversível 
A lesão reversível apresenta duas 
características visíveis à microscopia óptica: 
a) Tumefação celular, consequência da 
incapacidade de manter o equilíbrio 
eletrolítico devido à falência das bombas 
de íons da membrana plasmática 
dependentes de ATP. 
b) Degeneração gordurosa, caracterizada 
pelo surgimento de vacúolos lipídicos no 
citoplasma e acúmulos anormais de 
triglicerídeos - também chamada de 
esteatose. 
 
Necrose 
A necrose possui uma aparência 
característica resultado da desnaturação de 
proteínas intracelulares e consequente digestão 
enzimática da célula, pelas enzimas dos 
próprios lisossomos ou dos leucócitos 
recrutados na resposta inflamatória. A célula na 
necrose é incapaz de manter a integridade da 
membrana, ou seja, o conteúdo intracelular é 
vazado para o meio extracelular. 
Morfologia da necrose 
 
12 
● Eosinofilia: perda do RNA 
citoplasmático (que se liga normalmente 
à hematoxilina) e desnaturação de 
proteínas citoplasmáticas (que têm 
afinidade pela eosina); 
● Figuras de mielina: são precipitados 
fosfolipídicos espiralados, originados de 
membranas celulares lesadas. 
● Alterações nucleares: podem aparecer 
em três padrões diferentes, todas devido 
à destruição inespecífica do DNA. 
 
Padrões de necrose tecidual 
Orientam a etiologia da morte. 
● Necrose coagulativa ou necrose 
isquêmica: a arquitetura básica do 
tecido é preservada por alguns dias, pois 
esse processo de necrose desnatura até as 
enzimas. Dessa forma, células 
eosinófilas anucleadas persistem por 
dias. 
● Necrose liquefativa: digestão 
enzimática das células mortas, 
resultando em uma massa viscosa 
líquida também chamada de pus. É 
comum em infecções bacterianas, 
infecções fúngicas e necrose do SNC. 
● Necrose gangrenosa: é um termo usado 
na prática clínica para definir a necrose 
em extremidades, que tenha perdido seu 
suprimento sanguíneo e tenha sofrido 
necrose em seus diversos planos 
teciduais. A gangrena úmida é quando 
ocorre a infecção bacteriana no tecido 
necrosado, havendo formação de pus e 
bolhas. 
● Necrose caseosa: equilíbrio entre a 
desnaturação proteica e digestão 
enzimática das proteínas. “Aspecto de 
queijo”; amarelado, seco, fosco, também 
chamado de granuloma. Frequente em 
focos de tuberculose. 
● Esteatonecrose: Ocorre em pancreatites 
pela invasão das lipases no tecido 
adiposo; lesão em “pingo de vela”. 
Deposição de sais de cálcio na periferia 
dos adipócitos por conta da 
saponificação da gordura. 
● Necrose fibrinóide: reações imunes que 
envolvem os vasos sanguíneos; há a 
deposição de complexos antígenos-
anticorpos nas paredes dos vasos, 
combinados com fibrina. Ocorre nas 
vasculites imunologicamente mediadas. 
 
Princípios básicos da lesão 
1. Tipos de estímulo, duração e 
agressividade. 
2. Tipo de célula, estado e 
adaptabilidade: o estado nutricional e 
hormonal da célula, bem como suas 
necessidades metabólicas, podem ditar 
seu estado de vulnerabilidade. 
3. Sistemas bioquímicos que são afetados 
e as alterações secundárias à essa 
alteração. 
 
Na imagem acima tem-se o sítio principal de 
lesão, primeiro alvo da isquemia, que é a função 
 
13 
mitocondrial. A diminuição da produção de 
ATP produz muitos efeitos secundários, que, 
por consequência, acarreta em um cromatina 
grumosa, célula edemaciada com morfologia 
alterada, perda de microvilos, formação de 
bolhas, edema do RE, destacamento dos 
ribossomos, diminuição da síntese proteica e 
deposição de lipídeos. 
Os efeito principal relacionado à lesão da 
membrana citoplasmática é o influxo de cálcio 
que leva à ativação de enzimas lisossomais que, 
por sua vez, promovem a digestão enzimática da 
célula e a partir daí se desenvolve a 
irreversibilidade da lesão. A alteração da 
membrana citoplasmática também leva à perda 
de enzimas para o meio extracelular e isso pode 
ser observado pela dosagem do soro, por 
exemplo, na suspeita de infarto. Outras 
alterações incluem estresse oxidativo e danos ao 
DNA. 
Apoptose 
Morte celular programada, na qual as 
células ativam enzimas que degradam seu 
próprio DNA e suas proteínas nucleares e 
citoplasmáticas. Esse processo é considerado 
uma autólise. Ocorre a fragmentação da 
células…
 
… em corpos apoptóticos que são digeridos 
pelos macrófagos sem que haja a liberação de 
seus componentes intracelulares; portanto, não 
há reação inflamatória. A apoptose pode ocorrer 
por causas fisiológicas para eliminar células 
que não são mais necessárias ou manter um 
número constante das populações celulares nos 
tecidos (ex.: involução de tecidos hormônio-
dependentes e maturação de linfócitos) e por 
causas patológicas para eliminar células 
lesadas irreversivelmente (ex.: dano ao DNA). 
Morfologia da apoptose 
● Retração celular: citoplasma denso e 
organelas compactadas; 
● Condensação da cromatina: agregação 
periférica da cromatina sob a membrana 
nuclear; 
● Formação de bolhas e corpos 
apoptóticos; 
● Fagocitose das células apoptóticas. O 
fosfatidilserina é enviado ao folheto 
externo da membrana plasmática e há a 
ação das glicoproteínas adesivas que 
favorecem o reconhecimento pelos 
macrófagos. 
Vias de ativação da apoptose 
 
 
14 
 
Necroptose 
É um processo morfológica e 
bioquimicamente semelhante à necrose, mas é 
ativado por transcrição de sinal (TNFR1, 
principalmente). Também há a piroptose, 
chamada assim por ser acompanhada da IL-1, 
que ativa febre. 
Pigmentos - aula do dia 10.08.2022 
Pigmento é tudo aquilo que refrata algum 
tipo de cor e é visível ao nosso olho; a 
pigmentação é a deposição de pigmento em 
algum lugar, biologicamente falando, nos 
tecidos. Pode ser fisiológica ou causar danos ao 
organismo, sendo então patológica. 
A maior parte das pigmentações patológicas 
são acúmulos de pigmentos produzidos pelo 
nosso próprio corpo, ou seja, endógenos. 
● Hemoglobínicos: oriundos da 
degradação da hemoglobina. Ex.: 
bilirrubina, hemossiderina e pigmento 
malárico. 
● Melaninas: disfunções associadas à 
produção e acúmulo, ou ainda, à 
ausência delas; 
● Ácido homogentísico: muito raro; 
● Lipofucsina: envelhecimento e atrofia 
dos tecidos, às vezes gera dano. 
Bilirrubina 
Derivada da cisão da hemoglobina a partir 
dos segmentos heme, geralmente no baço. Esse 
processo é fisiológico, mas pode sofrer 
alterações.Hiperbilirrubinemias: excessos de 
bilirrubina. 
Kernicterus: “célula amarela”. 
Hiperbilirrubinemia indireta em recém 
nascidos que pode causar dano neurológico e 
morte. 
Bilirrubina indireta: produto direto da lise 
das hemácias; é lipossolúvel. Tem ação 
antioxidante e moduladora do sistema imune. 
Bilirrubina direta: conjugada com o ácido 
glicurônico. 
Icterícia não é patológica por si só, mas 
pode ser um sinal de uma patologia; exceto o 
prurido, principalmente palmar. É um sinal 
clínico causado pela elevação de bilirrubina 
acima de 35 µM/L. 
Colelitíase por cálculos escurecidos de 
bilirrubinato de cálcio podem indicar um 
passado de hemólise (malária, anemia 
falciforme, doenças de hiperesplenismo em 
geral). As conjuntivas oculares são o principal 
local onde a icterícia pode ser observada, na luz 
natural. 
Microscopicamente, a bilirrubina é vista 
como grânulos amorfos castanho-esverdeados a 
negros, evidentes principalmente no citoplasma 
de hepatócitos e de células de Kupffer e nos 
canalículos biliares, onde formam os chamados 
cilindros biliares. 
 
Metabolismo das bilirrubinas 
● Baço: hemocaterese. As hemácias 
passam pelos sinusóides esplênicos e há 
a lise das hemácias velhas; libera-se a 
molécula de hemoglobina. Ela é clivada 
em heme, que é clivada de novo e é 
produzida a biliverdina (tem ferro) e por 
fim uma última clivagem origina a 
bilirrubina, que não tem ferro. Essa 
bilirrubina é chamada de indireta ou não-
 
15 
conjugada; circula ligada à albumina até 
o fígado. 
● Fígado: complexada com o ácido 
glicurônico, processo chamado de 
conjugação, que faz com que a 
bilirrubina seja hidrossolúvel - pronta 
para ser excretada pela bile. 
● Intestino: jogada no ID com a bile, 
processada por bactérias e coloração por 
fezes (estercobilina). 
● Rim: parte é reabsorvida, volta pro 
fígado mas parte é excretada na urina e 
dá coloração para ela na forma de 
urobilinogênio. 
Produtos de hemólise em grande quantidade 
não são metabolizados pelo fígado, pois ele não 
tem capacidade para tanto. Produções normais 
desses produtos também podem acarretar em 
hiperbilirrubinemia por deficiências 
enzimáticas no fígado. Por fim, obstruções do 
sistema biliar também podem ser causas - 
cálculos, tumores, etc. Nesta última situação as 
duas frações da bilirrubina, direta e indireta, 
aumentam. 
Hematoidina 
● Lipídeos + pigmento semelhante à 
bilirrubina, desprovido de ferro; 
● Focos hemorrágicos após a degradação; 
● Frequentemente associada à 
hemossiderina; 
● Não tem repercussões para o organismo. 
Hemossiderina 
Parte do ferro que absorvemos é armazenado 
no fígado com a ferritina; quando “entra mais do 
que sai”, o ferro pode ser acumulado nos tecidos 
na forma de hemossiderina. Em outras palavras, 
é uma forma de armazenamento do ferro 
formada pela ferritina quando a oferta do mesmo 
é excessiva; dessa forma, evita-se os efeitos 
oxidativos desse elemento. 
A hemossiderina é o que fica nos tecidos 
depois da ação de macrófagos onde houve 
hemólise; ela é absorvida e metabolizada. 
Quando é sistêmica e em grandes quantidades, 
tem-se a hemossiderose, que tem repercussões 
ruins para o organismo. 
As principais causas de hemossiderose são: 
(1) absorção aumentada de ferro alimentar; (2) 
anemias hemolíticas, nas quais quantidades 
anormais de ferro são liberadas dos eritrócitos; e 
(3) transfusões repetidas porque os eritrócitos 
transfundidos constituem uma carga exógena de 
ferro. Também pode ser um processo localizado 
causado por hemorragias. O acúmulo desse 
pigmento nos tecidos não causa, na maioria dos 
pacientes, lesão suficiente para haver disfunção 
funcional dos órgãos. 
Existe uma categoria de doença genética, 
incomum, autossômica recessiva, na qual se tem 
uma absorção muito grande de ferro - a 
hemocromatose sistêmica. Acredita-se que foi 
uma adaptação evolutiva; ocorre principalmente 
em escandinavos. Ocorre principalmente por 
mutações do gene HFE, que determinam a perda 
do mecanismo regulatório da absorção de ferro. 
As consequências se dão ao longo dos anos. 
Afeta principalmente: 
● Fígado 
● Conjuntivos das articulações 
● Pele (bronzeado) 
● Tecido cerebral 
● Gônadas 
Ocorre hipotrofia e fibrose desses 
parênquimas, e consequente cirrose hepática, 
demência, vertigem, IC, arritmia, alopécia, 
atrofia do pâncreas (diabetes bronzeado), 
hipotrofia das gônadas, artrites e artroses. O 
tratamento se dá com medicamentos quelantes 
do ferro e sangrias. 
 
Amarronzado no HE. Para se ter certeza que é 
hemossiderina, usa-se corantes especiais, como o Azul 
da Prússia de Perls. 
Hematina 
● Artefato de fixação por ação de formol 
ácido; 
● Áreas hemorrágicas; 
 
16 
● Grânulos de coloração negra ou negro-
azulada no interstício ou dentro de 
macrófagos. 
Hemozoína 
Associada à malária - lise de células do 
sangue por conta de um tropismo do parasita. Os 
macrófagos dos tecidos, especialmente do 
fígado (células de Kupffer), fagocitam a 
hemoglobina e formam a hemozoína. Ocorre 
também na medula óssea e nos linfonodos. A 
quantidade de pigmento formado aumenta com 
a duração da infecção. 
O pigmento malárico é inerte e não tóxico, 
mas sua retenção em monócitos e macrófagos 
circulantes pode ter repercussões. Acredita-se 
que a hemozoína produz quimiotaxia das células 
de defesa, especialmente monocíticas, e tem 
atividade pró-inflamatória. São liberados 
muitos agentes flogísticos no processo, 
pirógenos, que elevam a temperatura e seriam 
responsáveis pelos picos febris da malária. 
Alguns autores defendem que em pequenas 
quantidades esse pigmento seria pró-
inflamatório e, em grandes quantidades, 
supressor da resposta imune. 
 
Melanina 
É uma proteína produzida pelo melanócito, 
que capta a fenilalanina e a transforma em 
tirosina através da tirosinase, que também 
transforma a tirosina em melanina. Essa 
molécula faz a proteção da pele contra a luz; 
nos ceratinócitos, os grânulos de melanina são 
transportados para a região acima do núcleo, 
onde absorvem os raios UV e protegem o núcleo 
e o DNA. 
Existem dois tipos de melanina, a 
eumelanina e a feomelanina - ambas têm a 
mesma função, mas a eumelanina é mais eficaz 
na proteção. Cada melanócito tem capacidade de 
sintetizar os dois tipos de melanina, e a produção 
final contém uma mistura dos dois pigmentos. 
Isso depende: (1) da disponibilidade da cisteína 
e glutationa, que participam da produção de 
feomelanina e (2) dos níveis de tirosinase. 
Quando (1) está elevado, há maior produção de 
feomelanina; quando (2) está em falta, há maior 
produção de eumelanina. 
Pode ocorrer por aumento de melanócitos 
num determinado local, como ocorre em 
gravidez ou em mulheres que usam 
contraceptivos orais (cloasma). Também pode 
ocorrer aumento de melanogênese, que é a 
atividade dos melanócitos aumentada, como 
ocorre na doença de Addison. O córtex 
deficiente da glândula suprarrenal faz com que a 
hipófise aumente a produção dos hormônios 
estimulantes, como o ACTH e MSH - ou seja, é 
um efeito secundário que estimula também os 
melanócitos. Por fim, a hiperpigmentação 
melânica também pode ser consequência da 
formação de melanossomos gigantes (vesículas 
membranosas fusionadas com proteínas 
estruturais derivadas do RER) ou defeitos na 
eliminação de melanina através da epiderme. 
A migração errática de melanócitos ocorre 
comumente nas cicatrizes pela acumulação de 
conjuntivo, causando uma hipopigmentação da 
área. Hipopigmentações também ocorrem por 
deficiência de tirosinase acarretando no 
albinismo, diminuição de transferência para 
os queratinócitos, estrutura anormal dos 
melanossomos ou diminuição da melanização 
destes, ou até destruição dos melanócitos 
(como no Parkinson e vitiligo). 
O melanoma é o tumor mais agressivo que 
existe na nossa espécie. 
Melanismo é uma hiper produção de 
melanina,rara na nossa espécie. 
A acantose nigricans é um espessamento da 
pele associada à hiperpigmentação, 
principalmente em áreas de formação de sulcos, 
 
17 
associada à estimulação hormonal (como 
resistência à insulina, alterações da tireóide e 
tumores). Pode ser reversível. 
Heterocromia de íris são alterações 
oriundas de deformações embriológicas, 
naturais ou patológicas. Podem ser parciais ou 
totais. 
A fenilcetonúria acarreta em 
hipopigmentação, não universal. 
O vitiligo é uma destruição autoimune dos 
melanócitos. 
Poliose é um erro embriológico no qual os 
melanócitos não migram para alguma região do 
corpo. 
 
Poliose. 
Ácido homogentísico 
Produzido no metabolismo normal das 
tirosinas, é um pigmento vermelho-enegrecido - 
mas na pele é cinzento-azulado. A tirosina de 
alguma forma se converte a esse ácido, e o 
homogentisato converte o ácido em succinil 
acetona. A deficiência desse elemento 
enzimático leva ao acúmulo do ácido 
homogentísico, que é inerte e se acumula em 
pele e articulações (deformidade articular). 
Alcaptonúria ou ocronose - excreção desses 
elementos na urina; o ácido basifica com os 
produtos do sanitário e forma um sal preto. 
Indivíduos com essa doença desenvolvem 
artropatia degenerativa e lesão de valvas 
cardíacas. 
Lipofuscina 
Também chamada de lipocromo ou 
ceróide. É caracterizada pela incapacidade 
de digerir constituintes celulares quando a 
célula atrofia. A lipofuscina não é nociva à 
célula ou às suas funções. Sua importância 
reside no fato de ser o sinal de alarme de lesão 
por radicais livres e peroxidação lipídica, 
formando corpos residuais. A presença e o 
acúmulo de lipofucsina dependem de: 
● Aumento da autofagia ou de captação 
celular de material não degradável; 
● Redução da síntese ou da eficiência de 
enzimas lisossômicas; 
● Diminuição da eliminação de resíduos 
não degradáveis. 
Em secções teciduais, aparece como um 
pigmento citoplasmático, frequentemente 
perinuclear, finamente granular e castanho-
amarelado. 
O envelhecimento, o sedentarismo e a falta 
de vitamina E (excelente antioxidante). PAS e 
Sudan coram melhor; Azul do Nilo também. 
Neurônios, miocárdio, fibras musculares, fígado 
e retina - esses são os principais tecidos que 
acumulam lipofuscina. É um pigmento 
autofluorescente. 
Com o avançar da idade, a lipofucsina se 
deposita principalmente em células pós-
mitóticas, como neurônios, células musculares 
cardíacas e esqueléticas e epitélio pigmentar da 
retina, e células com atividade proliferativa 
baixa. Os órgãos afetados sofrem perda ponderal 
e volumétrica e adquirem coloração parda, a 
chamada hipotrofia parda. 
 
Grânulos de lipofuscina nos miócitos. 
Pigmentos exógenos 
● Carvão: antracose pulmonar (alcatrão, 
acumula-se nos tecidos linfáticos); 
observada em fumantes. Ele por si só 
pode causar dano, mas é principalmente 
 
18 
um marcador de substâncias 
carcinogênicas; 
● Prata: argiria (medicamentos); 
● Ouro: crisíase (medicamentos, tto. de 
artrite reumatóide); 
● Chumbo: saturnismo (linhas de Burton, 
característica patognomônica); comum 
nos soldadores; 
● Diversos: tatuagem, Doença de Wilson 
(acúmulo de cobre por deficiência de 
ceruloplasmina; pessoas com essa 
doença podem apresentar cirrose 
hepática e anel de Kayser-Fleischer). 
Calcificações 
São o processo de saturação tecidual com 
sais de carbonato de cálcio e hidroxiapatita em 
tecidos que não são o ósseo, sendo patológico e 
enrijecendo os tecidos. Isso ocorre 
principalmente em lesões, pois o cálcio vai 
tamponar os locais onde o pH está ácido; isso 
ocorre em áreas de lesão celular porque com a 
autólise saem enzimas das células. 
1-2 kg de cálcio no nosso corpo, 
principalmente nos ossos. O cálcio é absorvido 
no duodeno com o auxílio da vitamina D, 
sintetizada com a exposição solar. 
Tipos 
● Calcificação idiopática: depósitos 
geralmente cutâneos e múltiplos; 
● Calcificação distrófica: o nível de 
cálcio no corpo está normal, mas tem 
uma lesão então ocorre calcificação. O 
tecido conjuntivo hialinizado é mais 
propenso, como as valvas cardíacas, 
artérias com aterosclerose, cartilagens, 
etc. 
○ Parasitas e tumores também 
podem causar calcificação, assim 
como fetos mortos retidos 
(litopédio); 
○ Em tecidos necróticos, esse 
processo ocorre de forma 
gradativa, iniciando por 
pequenos grânulos basofílicos 
chamados de calcosferitas, 
resultantes da deposição 
concêntrica de cristais de 
hidroxiapatita. Esses grânulos 
coalescem e formam faixas que 
se estendem gradativamente ao 
longo da lesão. 
● Calcificação metastática: os níveis 
séricos de cálcio estão elevados, acima 
de 60 ou 70, causando calcinose, que é 
a calcificação sistêmica. A 
hipercalcemia também acentua a 
calcificação distrófica. Causas: 
○ Hipervitaminose D; 
○ Mobilização elevada de cálcio a 
partir dos ossos (imobilização); 
○ Osteólise (tumores destrutivos 
dos ossos); 
○ Doença de Paget; 
○ Hiperparatireoidismo 
primário ou secundário (IRC, o 
rim não elimina direito o 
fosfato). É a principal causa. 
 
 
Calcificação da valva aórtica. 
Hemorragia e choque - aula do dia 
17.08.2022 
Hemorragia 
É a saída de sangue do espaço vascular, ou 
dos vasos ou do coração, para o compartimento 
extracelular (espaço intersticial ou cavidades) 
 
19 
ou para fora do organismo. Não confundir com 
hiperemia! 
Classificação 
● Rexes: consecutiva à ruptura da parede 
celular por trauma mecânico ou ruptura 
do vaso, por processo inflamatório por 
exemplo. 
● Hemorragia por diapedese: o sangue 
passa pelas cavidades dos vasos, sem 
que haja ruptura macroscópicamente 
visível. Acontece geralmente no nível 
dos capilares. 
Essa última pode ser causada, por exemplo, 
por hipóxia (vasodilatação), embolias 
gordurosas (congestão), septicemias, etc. 
Hemorragia interna 
Pode ser classificada em: 
Hematoma é quando o sangue extravasa e forma uma 
neocavidade. 
Equimose é uma hemorragia interna intersticial 
que não é volumosa o suficiente para formar uma 
neocavidade; os vasos rompidos são muito pequenos, 
são cavidades. Existem as petéquias, que são 
equimoses puntiformes (1-3 mm) ou púrpuras. 
Hemorragia em cavidades formadas: 
hemotórax, hemopericárdio, hemoperitônio ou 
hemartrose, por exemplo. 
 
Consequências das hemorragias 
● Choque hipovolêmico 
● Anemia ferropriva 
● Asfixia (quando o sangue invade o 
sistema respiratório) 
● Síndrome compartimental (sangue 
entrando num compartimento estreito e 
fazendo volume, como no 
tamponamento cardíaco) 
Diáteses hemorrágicas 
São causas de hemorragias não 
identificáveis onde está havendo solução de 
continuidade. Diapedesis, erros de coagulação, 
pequenos trombos, etc. 
● Alterações vasculares: alterações na 
parede do vaso. Doença de Osler 
(formação telangiectásica de pequenos 
vasos, ou seja, pequenos vasos 
anormalmente dilatados no corpo inteiro 
que logicamente são rompidos com mais 
facilidade) e escorbuto (deficiência de 
vitamina C provocando má formação da 
membrana basal de pequenos vasos, 
constituída normalmente por tecido 
conjuntivo). 
● Alterações plaquetárias: incapacidade 
de formar os pequenos trombos que 
cessam hemorragias no organismo. 
Aplasia medular (pode ser até 
farmacológica) e choque (costumam 
consumir os fatores de coagulação e 
plaquetas). 
● Alterações da coagulação: hemofilia A 
(não produz fator VIII), doença de Von 
Willebrand (não produz fator de VW) e 
hipovitaminose K. 
Choque 
Definido como uma hipoperfusão no qual 
não chega sangue o suficiente nos tecidos para 
suprir a demanda dos mesmos. Pode ser 
secundária a um volume sanguíneo baixo ou 
débito cardíaco diminuído.
 
 
20 
Fases do choque 
Via de regra, tem-se a primeira fase, que é o 
choque compensado - o corpo ativa o estímulo 
simpático para fazer vasoconstrição periférica 
e efeito crono e inotrópico,e, assim, tentar 
reverter o quadro. O paciente tem a “síndrome 
do mergulhador”. Na fase descompensada, o 
indivíduo tem classicamente uma síncope, e é 
nesse momento que a intervenção médica é 
imprescindível. Por fim, tem-se a irreversível. 
Os órgãos mais atingidos são o cérebro, o 
coração, os rins, os intestinos, as suprarrenais, 
o fígado, etc. No intestino, a flexura cólica 
esquerda (ou esplênica) é a mais suscetível, pois 
é o encontro de dois sistemas vasculares. No 
coração, podem haver hemorragias 
subendocárdicas, pois no choque os vasos ficam 
mais frágeis. 
*Síndrome de Sheehan: durante a gravidez 
a hipófise hipertrofia; durante o parto, 
geralmente tem-se uma hemorragia, e a hipófise 
sofre choque porque estava com uma alta 
demanda de oxigênio. 
Infarto 
Um infarto é uma área de necrose 
isquêmica causada pela oclusão do suprimento 
arterial ou da drenagem venosa. Isquemia é a 
disfunção da célula devido a falta de oxigênio, 
causado, por sua vez, por déficit circulatório. 
Tem um mecanismo parecido com o choque, 
mas pode ser localizado. 
A célula não funciona bem sem oxigênio 
porque precisa manter funções celulares 
mínimas, e isso demanda energia contínua. Se o 
oxigênio não chega à célula, não há glicólise 
aeróbia, e recorre a uma compensação que é a 
glicose anaeróbia. Nesse processo, temos mais 
produção de energia - porém, é um processo 
autolimitado, que produz muitos catabólitos que 
levam a lesão celular. 
Causas: oclusão arterial ou venosa. 
● Tromboses 
● Embolias (que podem ser trombos ou 
não) 
● Garrotes 
Tipos de infarto 
● Branco ou anêmico: oclusão arterial 
necessariamente. Os tecidos precisam 
ser densos; se for frouxo, o sangue, por 
anastomose, desvia da área ocluída. 
● Hemorrágico: obstrução arterial ou 
venosa (a venosa é um pouco mais lenta) 
em tecidos pouco densos ou com dupla 
circulação, como o fígado. 
 
O infarto venoso acontece pela congestão 
interna ao vaso e o edema secundário a essa 
 
21 
congestão, que causa compressão externa ao 
vaso. Exemplo: torção do pedículo de ovários ou 
rins. Úlceras de estase de membros inferiores 
por insuficiência venosa; os tecidos que mais 
são afetados são os mais distantes dos vasos, ou 
seja, a pele; o membro esquerdo é 3x mais 
afetado que o esquerdo porque a veia ilíaca 
comum esquerda passa por baixo da artéria 
ilíaca comum direita. Isso favorece o 
desenvolvimento da Síndrome de May-
Thurner/Cockett. 
 
● Asséptico 
● Séptico: às vezes o microrganismo já 
está no lugar, e às vezes não. 
● Sólido 
● Liquefeitos: necroses sépticas. 
Os infartos geralmente têm forma 
cuneiforme devido à dicotomização dos vasos 
nos tecidos. O ápice é voltado para a zona de 
oclusão vascular. 
 
 
Necrose de coagulação: a área clara é a área infartada, 
as proteínas desnaturam e a célula perde a sua coloração 
que em vida possuía. Ainda que mortas, ela mantém a 
sua morfologia, pelo menos por um tempo, devido a 
sua desnaturalização gradativa. Depois essa área vai 
sofrer o processo de cicatrização. 
 
No coração, as áreas de infarto são irregulares por 
causa das anastomoses das carótidas. Observa-se uma 
área vermelha mais escura em volta da área infartada que 
corresponde ao tecido de granulação; em outras 
palavras, seria uma migração de angio e fibroblastos 
que tentaram restabelecer a área morta. 
 
Área infartada liquefeita do encéfalo, que é absorvida 
e limitada posteriormente por astrócitos; vira uma 
cavidade dentro do encéfalo. 
Fatores condicionantes do grau da lesão 
vascular: 
 
22 
● Estado do sangue e sistema 
cardiovascular: anemia, hipóxia, 
choque, etc; 
● Padrão anatômico do suprimento 
arterial: circulação única, dupla ou 
múltipla; 
● Velocidade de desenvolvimento da 
oclusão: quanto mais lento, melhor, pois 
o organismo tem tempo de desenvolver 
anastomoses acessórias; 
● Vulnerabilidade do tecido a isquemia: 
cérebro e rim, por exemplo, são mais 
afetados. 
Hemodinâmica - aula do dia 18.08.2022 
Edema 
É o acúmulo de líquido no espaço 
intersticial, fora das células. Dependendo do 
local que ocorre, pode receber nomes 
específicos, tais como: hidrotórax, 
hidropericárdio, hidroperitônio (ascite) e 
anasarca. 
 
 
Pode ser classificado também em exsudato 
(alto teor de células e proteínas) ou transudato. 
O exsudato ocorre geralmente em consequência 
de processos inflamatórios, nos quais a 
permeabilidade vascular se encontra aumentada; 
já em casos de aumento da pressão hidrostática 
ou redução da pressão oncótica, como ocorre nas 
insuficiências cardíaca, hepática e renal, e em 
casos de desnutrição, tem-se o transudato. 
 
Morfologia 
● Microscopicamente: clareamento, 
separação da matriz extracelular e 
aumento da célula; 
● Edema subcutâneo: difuso ou em 
regiões de alta pressão hidrostática; 
comum ser maior em regiões afetadas 
pela gravidade, causando o edema 
dependente. Há também a formação de 
uma depressão mediante a pressão 
digital chamada de sinal do cacifo. 
● Edema pulmonar: aumento de peso e 
tamanho do pulmão; ao seccionamento, 
há a apresentação de um líquido 
espumoso tingido de sangue; 
● Edema renal: se revela principalmente 
em tecidos com matriz de tecido 
conjuntivo frouxo, como as pálpebras; 
● Edema cerebral: pode ser localizado ou 
generalizado. O cérebro aumenta em 
peso e tamanho, e é evidenciado o 
achatamento dos giros devido à 
compressão do órgão contra os ossos 
cranianos, inflexíveis. 
Consequências clínicas 
São variadas, podem representar apenas 
desconforto ou risco de morte. Geralmente, é 
um sinal de alguma doença de base. Outras 
consequências: 
● Prejuízo na cicatrização de feridas ou na 
eliminação de infecções; 
 
23 
● Difusão de oxigênio comprometida nos 
vasos pulmonares; 
● Lesão de centros bulbares. 
Hiperemia e congestão 
Ambos os conceitos estão relacionados a um 
aumento local do volume sanguíneo; a 
diferença consiste no fato de que a hiperemia é 
um processo ativo, consequente à dilatação 
arteriolar, e a congestão é passiva, resultante da 
diminuição do fluxo sanguíneo. A congestão 
pode ser sistêmica ou localizada. A hiperemia 
leva ao eritema e a congestão à cianose. 
A congestão de longa duração leva à hipóxia 
dos tecidos, causando lesão por isquemia e 
cicatrização. Esse processo também pode levar 
ao rompimento de pequenos vasos e a pequenos 
focos de hemorragia - nesses locais, o 
catabolismo da hemoglobina faz com que 
pequenos grupos de macrófagos carregados com 
hemossiderina se acumulem (dermatite ocre). 
 
 
 
Adaptações celulares - aula do dia 
24.08.2022 
Quando uma célula está se desenvolvendo 
elas são ditas totipotenciais - tem possibilidade 
de se desenvolver em qualquer tecido do 
organismo. Conforme acontece o 
desenvolvimento, ocorre a diferenciação e 
especialização. 
As células do nosso corpo podem ser 
divididas de acordo com a capacidade de 
regeneração em lábeis, estáveis e 
permanentes. O primeiro grupo diz respeito 
àquelas que se multiplicam durante toda a vida, 
como as do tecido epitelial. As estáveis 
normalmente não se dividem, mas têm essa 
capacidade e o fazem de acordo com certos 
estímulos. Já as permanentes são aquelas que 
perderam totalmente a capacidade de se 
proliferar, como as do SNC. 
Para uma célula se multiplicar, ela precisa 
passar por diferentes fases do ciclo celular. 
G1 -> S -> G2 -> M (origem de G0) 
Esses mecanismos que demandam 
crescimento celular envolvem várias rotas 
metabólicas diferentes e envolvem vários 
estímulos, hormonais, neurais, etc. Esses 
estímulos chegam à membrana plasmática e 
fazem a sinalização para que ocorra a divisão. 
Agenesias: não desenvolver; ou seja, uma 
estrutura que não apareceu no desenvolvimento. 
Atresia é um nome alternativo para órgãos 
tubulares, total ou parcial. Normalmente ocorre 
em áreas do sistema digestivo, formando um 
cordãofibroso.
 
24 
 
Conceitos em adaptações do crescimento e diferenciação celulares
 
Processo Definição Causa 
Hipertrofia É o aumento do tamanho das 
células que resulta em aumento do 
tamanho do órgão. 
Aumento da síntese de proteínas 
celulares. 
Hiperplasia É o aumento do número de células 
em um órgão ou tecido, resultando 
geralmente em aumento da massa 
de um órgão ou tecido. 
Proliferação de células maduras 
induzida por fatores de 
crescimento e, em alguns casos, 
pelo surgimento elevado de novas 
células a partir de células-tronco 
teciduais. 
Atrofia É a redução do tamanho de um 
órgão ou tecido que resulta da 
diminuição do tamanho e do 
número de células. 
Diminuição da síntese proteica e 
do aumento da degradação das 
proteínas nas células. 
Metaplasia É uma alteração reversível na qual 
um tipo celular diferenciado 
(epitelial ou mesenquimal) é 
substituído por outro tipo celular. 
Resultado de uma reprogramação 
de células-tronco que sabidamente 
existem em tecidos normais ou de 
células mesenquimais 
indiferenciadas presentes no tecido 
conjuntivo. 
Distrofia: crescimento desordenado. 
Funcionalidade comprometida. 
Ectopia, heterotopia ou coristia: tecido 
normal que se desenvolve em algum lugar 
anormal. Coristoma é um tumor formado a partir 
da coristia. 
Hamartias: são conjuntos de tecidos de uma 
víscera que se formam de maneira 
desorganizada, com células anormais. 
Diagnóstico errôneo de tumor; hamartomas. 
Atrofia (hipotrofia) 
Redução de volume de um órgão ou tecido, 
adquirida, às custas da redução do volume 
celular. O volume já esteve normal e houve 
diminuição. 
 
Atrofia cerebral no Alzheimer com proeminência dos 
sulcos. 
Causas 
 
25 
● Diminuição de carga de trabalho; 
órgãos musculares; (ex.: membros 
engessados) 
● Comprometimento da inervação e 
vascularização; (ex.: poliomielite, 
neuropatia e vasculopatia diabética, 
isquemias, nutrição inadequada) 
● Comprometimento da estimulação 
endócrina; (ex.: comprometimento da 
hipófise, menopausa) 
● Envelhecimento; (ex.: atrofia parda, 
endocitose da lipídios que não 
conseguem ser metabolizados) 
● Compressão. (ex.: hidrocefalia pós 
traumática) Tentativa de evitar a morte 
por isquemia. 
Hipertrofia 
● Fisiológicas e patológicas 
● Braço de ferreiro 
● Hipertrofia muscular em atletas 
● Hipertrofia cardíaca ventricular 
esquerda (HAS) 
 
Hipertrofia vicariante: com a perda de um 
órgão, o outro hipertrofia-se. Também chamada 
de compensadora. Ex.: pulmões, rins. 
Hipertrofias excêntricas: estimulação não 
uniforme no coração. 
Hiperplasia 
Crescimento do tecido em função do número 
de células. Pode ocorrer junto com a hipertrofia. 
Hipoplasia é, portanto, a diminuição do número 
de células. 
Exemplos: 
● Útero e mamas na gravidez; 
● Pólipos uterinos (endometriose); 
● Hiperplasia da próstata (multiplicação 
de glândulas e estroma); 
● Gânglios linfáticos aumentados em 
zonas de drenagem das inflamações. 
Metaplasia 
Transformação de um espécime celular 
(tecido maduro) em outro espécime maduro e de 
mesma linhagem. São relativamente comuns na 
nossa espécie por agressão ao tecido; o 
problema é que o tecido está ali porque há uma 
agressão. 
Exemplos: 
● Epitélio pseudoestratificado ciliado 
brônquico transforma-se em escamoso 
por adaptação ao tabagismo. Chamada 
de metaplasia escamosa; 
● Epitélio colunar do colo do útero em 
epitélio escamoso por conta de 
inflamações crônicas. 
● Epitélio escamoso do esôfago em tecido 
glandular - epitélio de Barrett no refluxo 
gastroesofágico, confere mais 
probabilidade de desenvolver 
adenocarcinomas. 
 
Agressões mecânicas, irritações térmicas e 
químicas, inflamações crônicas. 
Leucoplasia: transformação esbranquiçada 
das mucosas, principalmente em cavidade oral. 
Relacionada com metaplasia, mas pode ser 
displasia ou um tumor. 
Displasia 
É um crescimento desordenado. 
Relacionado com os tumores. 
 
26 
Transformações celulares: 
1. Perda da uniformidade celular 
individual: uma célula é sempre igual a 
outra, se forem do mesmo tipo; se isso 
for perdido, aponta para as displasia; 
2. Perda da orientação arquitetural: 
perda da estratificação; 
3. Pleomorfismo: alterações nucleares 
(hipercromáticos, hipertrofiados e 
mitoses mais frequentes e anormais por 
conta da replicação aumentada). 
A displasia tem caráter progressivo, 
classificada em graus, contudo, são 
potencialmente reversíveis (não é o comum). 
Costumam preceder certas neoplasias malignas. 
 
 Displasia x carcinoma: no carcinoma, têm-se 
invasão. 
Características da célula displásica 
● Aumento conspícuo (evidente) da razão 
núcleo-citoplasmática; 
● Anisocariose (núcleos de tamanhos 
desiguais); 
● Hipercromasia nuclear (muito material 
genético); 
● Acúmulo de material genético na 
carioteca; 
● Concentração de cromatina em grumos; 
● Presença eventual de binucleação e 
nucléolos visíveis. 
 
Trombose e embolia - aula do dia 25. 
08.2022 
Trombose 
É caracterizado por uma solidificação 
estruturada do sangue dentro dos vasos ou do 
coração, dentro do indivíduo vivo. 
Coágulo 
Massa de sangue post mortem. Tem aspecto 
brilhante, gelatinoso, não aderido à parede 
celular. 
Tríade de Virchow 
 
Lesão endotelial: não precisa ser 
necessariamente uma necrose, qualquer 
disfunção das células endoteliais podem 
desencadear trombose. 
● Placa ateromatose 
● HAS 
● Hipercolesterolemia 
● Diabetes Melito 
● Tabagismo 
● Infecções agudas 
● Inflamações generalizadas 
● Reperfusão 
● Pré-eclâmpsia 
● Inibidores da síntese de óxido nítrico 
Alteração do fluxo: alteração do fluxo 
laminar, levando a uma condição que favorece 
o desenvolvimento do trombo. 
● Congestão, estase, diminuição do 
retorno venoso. 
● Cursa com algum grau de isquemia, que 
também ocasiona a disfunção do 
endotélio. 
● Placas ateromatosas, estresse 
hemodinâmico (compressão extrínseca 
do vaso), crise de HAS e etc causam 
fluxo turbulento, principalmente em 
bifurcações. 
● Choque continuado dos elementos 
configurados do sangue na parede 
endotelial, inclusive fatores coagulantes. 
● Exposição de elementos das camadas 
abaixo do endotélio que ativam fatores 
de coagulação. 
 
27 
Hipercoagulabilidade 
Condição alterada do sangue que favorece 
a coagulação; isso pode se dar por genética ou 
ser uma condição adquirida (primária ou 
secundária, respectivamente). 
Genética: mutação no gene do fator V, gene 
da protrombina ou deficiências hereditárias de 
anticoagulantes. São exames caros, feitos em 
centros de referência. 
Adquirida: patologia multifatorial e 
complexa. Pacientes com neoplasias malignas 
avançadas; sobretudo carcinoma de pâncreas - 
trombose em veias superficiais. 
Morfologia do trombo 
Mural ou oclusivo: aderido à parede vascular 
ou ocluir todo o vaso, respectivamente. O 
primeiro ocorre em cavidades cardíacas e aorta, 
o outro em artérias menores e veias. 
Vermelho (venoso) IC, insuficiência venosa. 
Grande aprisionamento de hemácias que 
confere ao trombo uma coloração avermelhada. 
Branco (arterial). Fluxo mais rápido. 
Mistos (mais comuns, são meio vermelhos e 
meio brancos) 
Hialinos (arteríolas e vênulas). Ocorrem na 
microcirculação, geralmente constituídos 
apenas de fibrina. 
Cabeça, corpo e cauda: o trombo é sempre 
aderido à parede. 
 
Propagação do trombo: represamento do 
fluxo faz com que ele cresça retrogradamente 
pela falta de diluição dos fatores de coagulação, 
avançados pelo fluxo comprometido. O corpo é 
a parte aderida. 
Secos, opacos, friáveis 
Linhas de Zahn: visíveis macro e 
microscopicamente; concêntricas, lamelares, em 
casca de cebola, elemento estrutural 
característico dos trombos, mais visíveis no 
fluxo arterial. Representam depósitos pálidos de 
fibrina e plaquetas alternando-se com camadas 
escuras cheias de glóbulos vermelhos. 
Evolução dos trombos● Crescimento 
● Lise: fatores de anticoagulação. 
Processos de intervenção precoces 
favorecem a lise, por exemplo, drogas 
fibrinolíticas. 
● Organização: significa que esse trombo 
vai ser transformado em tecido 
conjuntivo vascularizado. Leucócitos 
ativados que recrutam fibroblastos e 
outras células inflamatórias que fazem 
essa transformação. Exsudatos 
inflamatórios também sofrem esse 
processo. São permanentes. 
● Calcificação 
● Processos infecciosos: meio que 
favorece a contaminação bacteriana. 
● Embolização: desprendimento desse 
trombo que ganha a circulação 
sanguínea. Pode sofrer recanalização e 
parte do fluxo sanguíneo pode ser 
restabelecido. 
Embolia 
Consiste na existência de um corpo sólido 
líquido ou gasoso transportado pelo sangue 
capaz de obstruir o vaso e impactar algum 
tecido longe de sua origem. 
Tromboembolia 
Venoso: vasos venosos profundos de 
membros inferiores, impactando os pulmões. 
Geralmente silenciosas, não são as que originam 
as varizes. 
Arterial: surge nas câmaras cardíacas 
principalmente, em grandes artérias, e o destino 
final geralmente são os membros inferiores, 
cérebro, intestino, rins e baço - causando infarto 
relacionado. 
Tromboembolismo pulmonar: principal 
causa de morte em pacientes internados.A morte 
súbita ocorre quando há uma obstrução de mais 
de 60% da luz do vaso. Múltiplos êmbolos que 
se depositam na periferia dos vasos do pulmão, 
e se organizam, tem uma repercussão no fluxo 
 
28 
pulmonar causando a hipertensão pulmonar com 
uma insuficiência cardíaca direita crônica. 
Evolução: lise, organização e recanalização. 
Tromboembolismo sistêmico: 80% surge 
dentro do coração (intracardíacos). Aneurismas 
aórticos (alteração do fluxo sanguíneo laminar). 
Placas ateroscleróticas. Vegetações valvulares 
(exsudatos inflamatórios). Embolia paradoxal 
(defeitos cardíacos que permitem com que 
trombos venosos adentram o sistema arterial). 
Por fim, há os de origem desconhecida. 
Embolia gordurosa: embolia líquida. O 
paciente tende a desenvolver quando tem lesão 
extensa de tecido adiposo; grandes queimados, 
politraumatismo, exposição de medula óssea 
amarela, após procedimentos cirúrgicos. 
Provocam obstrução mecânica e lesão 
bioquímica endotelial com ativação da cascata 
de coagulação (coagulopatia de consumo, 
anemia e trombocitopenia). 
Caracterizada por insuficiência pulmonar, 
sintomas neurológicos, anemia, 
trombocitopenia, 1-3 dias após a lesão. Causada 
por fratura de ossos longos, traumatismo 
extenso ou queimadura do tecido adiposo e 
lipoaspiração. 
Embolia gasosa: procedimentos 
obstétricos, lesão da parede torácica e doença 
de descompressão (rara atualmente, acontece 
com mergulhadores). A massa de ar ativa a 
cascata de coagulação como um elemento 
estranho à circulação normal. 
Embolia amniótica: complicações 
obstétricas que ocorrem em 1 a cada 40.000 pela 
contração uterina que ocorre para estancar o 
sangramento. O líquido amniótico é 
extremamente trombogênico. 10% da 
mortalidade materna. 
Inflamação crônica - aula do dia 
31.08.2022 
A inflamação crônica se notabiliza por ter 
uma evolução ao longo do tempo (6 meses, 
contínua). Mais reparativo que destrutivo. 
● Inespecífica: comum a vários tipos de 
agentes. 
Exsudato celular de mononucleados 
(linfócitos, mais abundantes; plasmócitos, bem 
característicos e frequentes; macrófagos, os que 
mais representam) e áreas de alteração ao lado 
de áreas de regeneração ou reparação. 
Multiplicação de fibroblastos (colágeno para 
cicatrização) e angioblastos. Algum grau de 
destruição tecidual. Dependendo da causa, 
linfócitos T podem adquirir aspectos de 
linfoblastos e linfócitos B diferenciam-se em 
plasmócitos. 
● Específicas: formam granulomas; um 
pequeno número de patologias levam a 
esse resultado. 
Os granulomas têm cerca de 1 mm e estão 
presentes em superfícies serosas ou no interior 
de órgãos. Os componentes mais importantes 
são os macrófagos, que formam uma barreira 
isolante do agressor e mudam de aspecto, 
emitindo interdigitações - chamadas de células 
epitelióides. Ou ainda podem se unir numa 
única célula, formando as células gigantes 
(Langhans, núcleo na periferia, quando o 
indutor do processo for imunológico, ou corpo 
estranho, quando o indutor for um corpo 
inerte). Fator Estimulador de Colônias de 
Granulócitos e Macrófagos (GM-CSF) e IL-6 
são importantes nesse processo. 
Apresenta-se um colar de linfócitos na volta 
de tudo isso. Fibroblastos, vistos pelo produto 
deles (tec. conjuntivo). Além disso, tem os 
elementos alternativos (que podem ou não 
aparecem): necrose, neutrófilos, plasmócitos. 
A necrose caseosa em inflamações 
granulomatosas deve-se, em parte, à apoptose de 
macrófagos epitelióides, além da ação de 
linfotoxinas e de produtos excretados por 
macrófagos; dessa forma, há presença de 
componente apoptótico e necrótico. Isso leva à 
lise de células e à liquefação do material 
caseificado. Os granulomas epitelióides 
evoluem para cura por fibrose; as células 
produzem citocinas que induzem a síntese de 
componentes da matriz extracelular. 
 
29 
 
Se liquefaz; pode ser reabsorvido ou 
calcificado. Granulomas bem formados 
representam uma boa resposta imune. 
Existem dois tipos de granulomas, de acordo 
com a diferenciação de linfócitos - Th1 e Th2. 
No Th1, as citocinas IFN-ܓ e IL-12 e as 
quimiocinas CXC comandam o processo; no 
Th2, esse papel é das IL-4, IL-10, IL-13 e as 
quimiocinas do grupo CC. A gênese de 
granulomas portanto depende da imunidade 
celular e variam seu padrão morfológico de 
acordo com essa resposta. 
Tudo acontece ao mesmo tempo no 
processo inflamatório. As alarminas lançam 
sinais para que os fatores flogísticos sejam 
lançados na circulação, resultando em 
fenômenos vasculares, exsudativos, resolutivos 
e reparativos. 
 
Nem tudo é mediado imunologicamente, 
alguns são formados por respostas fracas a 
corpos inertes. Há uma dispersão de núcleos, 
poucas células epitelióides, gigantócitos 
irregulares - isso tudo aponta para um corpo 
estranho. 
Padrões morfológicos de 
inflamações agudas e crônicas 
● Seroso: predomínio de exsudato aquoso, 
muito plasma e poucos elementos 
figurados. Ex.: bolhas herpéticas, 
queimaduras de segundo grau, laringites 
edematosas; 
● Fibrinoso: predomínio de placas de 
fibrina brancas ou acinzentadas; não é 
tão bom, diminui a chance do 
deslizamento normal dos órgãos entre si. 
Ex.: placas de amigdalite, peritonites 
fibrosas e pericardites (uremias, baixa 
taxa de filtração renal), bridas e 
sinéquias cirúrgicas; 
● Purulento: presença de pus, constituído 
de piócitos (células de defesa em 
processo de necrose). Pode ser um 
abscesso, que é uma coleção de pus em 
cavidade neoformada (aguda ou crônica, 
espinhas, concentração linfocitária), ou 
um empiema (coleção de pus em uma 
cavidade prévia). Tem um terceiro: 
quando a purulência se infiltra entre 
tecidos mas não é suficiente para formar 
uma nova cavidade, o fleimão. 
 
30 
● Úlceras: podem causar soluções de 
continuidade, destruindo o tecido. As 
úlceras são escavações profundas em 
superfícies epiteliais (definição 
anatômica e topográfica). 
Inflamação aguda - aula do dia 01.09.2022 
É uma resposta dos tecidos vascularizados 
à lesão; os tecidos sem vascularização podem 
ter respostas secundárias à inflamação, mas 
geralmente não originam ela. A reação 
inflamatória depende que os elementos 
constituintes do sangue, intravasculares, 
ganhem o espaço extravascular - que é onde o 
processo ocorre. 
● Leucócitos 
● Plaquetas 
● Agentes provocadores da reação 
inflamatória: células tumorais, 
antígenos, tecidos necróticos, bactérias e 
vírus. 
● Dor, calor, rubor e tumor (qualquer 
aumento de volume localizado): sinais 
cardinais da inflamação, observados por 
Cornelius Celsus. Virchow adicionou 
posteriormente“perda de função” à 
lista de características do processo 
inflamatório, e Lewis descreveu a 
presença de mediadores químicos da 
inflamação. 
 
 
O processo inflamatório, isto é, a sequência 
de eventos da inflamação, tem o objetivo de 
identificar o agente agressor, eliminá-lo e 
restaurar a integridade tecidual. O reparo 
tecidual está intimamente ligado ao processo 
inflamatório, e começa já na fase ativa da 
inflamação. 
A inflamação aguda tem curta duração (24-
48h), caracterizada por alterações vasculares e 
exsudativas. Essas alterações vasculares 
propiciam edema com um alto teor de proteínas 
e acúmulo de neutrófilos. As fases iniciais da 
inflamação, independente da causa, são sempre 
muito semelhantes. 
A inflamação crônica tem padrões 
diferentes: longa duração (1 semana, 1 mês, 1 
ano, 10 anos…), acúmulo de 
monomorfonucleados (linfócitos e macrófagos), 
proliferação de vasos e de tecido conjuntivo 
(caracterizam o reparo, e amadurecem num 
tecido cicatricial típico). 
Descrição didática da inflamação aguda 
(no organismo, ocorre tudo simultaneamente): 
Alterações vasculares: 
1. Vasoconstrição transitória das 
arteríolas (poucos segundos) seguida de 
vasodilatação. Quando os vasos se dilatam, há 
um aumento de sangue no local e uma 
transudação rápida; 
2. Empilhamento dos elementos celulares e 
redução do trânsito sanguíneo, ocasionando 
estase; 
 
31 
3. Perda do fluxo laminar e contato dos 
elementos do sangue com o endotélio, 
principalmente os leucócitos (marginalização 
leucocitária); 
4. Aumento da permeabilidade vascular e 
consequente exsudação: contração da célula 
endotelial (alterações no citoesqueleto, 
observado principalmente nas vênulas, induzida 
por histamina de vida curta), lesão endotelial 
direta (vida longa, ocorre em arteríolas, 
capilares e vênulas), lesão endotelial mediada 
por leucócitos (ocorre em vênulas, associados 
com estágios tardios da inflamação e tem longa 
duração) e transcitose (ocorre nas vênulas, 
processo transcelular mediado pela formação de 
vacúolos e induzido por VEGF). 
Respostas dos vasos linfáticos: 
1. Fluxo aumentado; 
2. Proliferação dos vasos; 
3. Linfangite (reações inflamatórias por 
toxinas, que comprometem a parede dos vasos; 
caracterizadas por estrias avermelhadas; 
drenagem agentes flogísticos); 
4. Linfadenites (quando esses agentes 
ganham os linfonodos). 
Eventos celulares 
● Marginação 
● Aderência 
● Migração 
As células endoteliais e os leucócitos sofrem 
bioativação e passam a expressar moléculas de 
adesão e receptores de superfície que ligam 
esses dois elementos. Existem classes de 
moléculas que promovem essa adesão e 
rolamento de leucócitos à superfície endotelial 
● Quimiotaxia: se refere a locomoção 
orientada em direção a um fator de 
atração. Isso é promovido por fatores 
exógenos, como produtos bacterianos, 
ou endógenos, como C5a, leucotrieno 
B4 e citocinas. 
● Fagocitose: reconhecimento e adesão, 
englobamento e, por fim, degradação. 
Às vezes o reconhecimento se dá por forma 
indireta através das opsoninas, que tem 
receptores para os leucócitos - são constituídas 
por imunoglobulinas (principalmente IgG), 
fatores do complemento (C3b), produtos 
bacterianos, receptores acoplados à proteína G e 
receptores para citocinas. Elas envolvem as 
partículas a serem englobadas. 
Ocasionalmente as enzimas lisossomais são 
lançadas num fagolisossomo não 
completamente fechado, e isso origina a lesão 
tecidual induzida por leucócitos. Em outras 
palavras, produtos leucocitários agem não 
somente no fagolisossomo mas também no 
espaço extracelular.
 
32 
A ativação leucocitária é determinada por: 
● Metabólitos do ácido aracdônico; 
● Degranulação e secreção de enzimas 
lisossomais; 
● Secreção de citocinas (macrófagos 
ativados); 
● Moléculas de adesão leucocitária. 
Mediadores químicos da inflamação 
Podem ser provenientes de células, 
sequestrados em grânulos intracelulares 
(histamina e serotonina) ou sintetizados 
(prostaglandinas); podem ser proteínas 
circulantes no plasma, sintetizadas no fígado ou 
presentes na circulação como precursores 
inativos (sistema de complemento ou cininas). 
Aminas vasoativas: são substâncias 
vasodilatadoras armazenadas em grânulos que 
sob determinados estímulos são liberados e 
causam reação inflamatória. Ex.: histamina e 
serotonina. 
Proteases plasmáticas: circulam no sangue 
sob a forma inativa e através de uma sequência 
em cascata liberam substâncias inflamatórias. 
Ex.: sistema do complemento, sistema de 
cininas e sistema de coagulação. 
Metabólitos do ácido aracdônico: estão 
dentro do grupo das substâncias produzidas 
intracelularmente. Sob determinados estímulos 
tem-se o metabolismo de fosfolipídeos da 
membrana plasmática liberando substâncias 
importantes na sequência da inflamação. 
Estímulos químicos, físicos ou mecânicos ou 
através de outros mediadores (fosfolipase A2). 
Duas vias de ativação: 
- Via de ação de duas cicloxigenases 
(COX1 e COX2) - formando 
prostaglandinas. 
- Via lipoxigenase - formando 
leucotrienos. 
Fatores de ativação plaquetária 
Espécies reativas de oxigênio 
Óxido nítrico 
Citocinas e quimiocinas: são originadas de 
células tipo linfócitos ativados e macrófagos, e 
também células endoteliais, epiteliais e do 
tecido conjuntivo - portanto, células envolvidas 
na resposta inflamatória. 
Funções dos mediadores 
- Vasodilatação: prostaglandinas, NO e 
histamina; 
- Permeabilidade vascular: histamina, 
C3a e C5a, bradicinina, leucotrienos C, 
D e E e FAP; 
- Febre: prostaglandinas, IL1 e FNT; 
- Quimiotaxia: C5A, leucotrieno B4, 
TNF e IL1; 
- Dor: prostaglandina e bradicinina; 
- Dano tecidual: enzimas lisossômicas, 
espécies reativas de oxigênio e NO; 
Cursos de inflamação aguda 
- Resolução: integridade do tecido é 
completamente alcançada; 
- Fibrose: lesões extensas que 
comprometem o arcabouço de 
sustentação do tecido, e nesse lugar 
ocorre deposição de tecido conjuntivo 
vascularizado; 
- Abscesso: grande destruição tecidual 
com coleção importante de neutrófilos e 
piócitos de forma localizada; 
- Inflamação crônica: o processo sofre 
uma cronificação. 
 
 
33 
Tuberculose - aula do dia 14.09.2022 
A tuberculose é uma infecção causada pelo 
bacilo gram +, sendo aeróbica e inflamatória 
crônica granulomatosa. É uma doença 
conhecida desde a antiguidade que, em 1950, se 
tornou uma doença de países subdesenvolvidos 
pelo advento do esquema tríplice de tratamento, 
porém, voltou a surgir depois da epidemia do 
HIV. 
A transmissão se dá principalmente por 
inalação, mas também ocorre por deglutição - 
por exemplo, na ingestão de leite direto da 
ordenha (leite não pasteurizado) ou auto-
infecção por deglutição do escarro. 
Teoricamente, o contato com um bacilo é 
suficiente. Bacilífero é chamado o indivíduo 
que tem a capacidade de infectar outras pessoas, 
ou seja, potencial de eliminar o bacilo. 
Reação do hospedeiro 
O Mycobacterium tuberculosis possui 
componentes básicos que interagem com o 
sistema imune do hospedeiro: 
● Lipídeos (ativação de monócitos e 
macrófagos bem como sua 
transformação em células epitelióides e 
gigantes multinucleadas); 
● Tuberculoproteína (confere 
sensibilização ao bacilo e contribui para 
a formação de células epitelióides e 
células gigantes); 
● Carboidratos (reação neutrofílica). 
 
Coloração de Ziehl-Neelsen 
Hipersensibilidade retardada ao 
bacilo 
Indivíduos que não tiveram contato prévio 
com o bacilo, e são infectados, desenvolvem a 
tuberculose primária, mais comum em 
crianças. Esses indivíduos levam 3 semanas 
para que o sistema imune inicie a eliminação da 
infecção. 
No período entre 0 e três semanas ocorre a 
interação do bacilo com o macrófago e a 
replicação deste dentro da célula de defesa; 
alguns bacilos saem do macrófago para 
contaminar outros. Isso ocorreporque a primeira 
resposta é inespecífica, e os neutrófilos e 
macrófagos não conseguem destruir os bacilos, 
já que esses bloqueiam a fusão dos fagossomos 
com os lisossomos (reação exsudativa). 
Depois de 3 semanas, em média, ocorre a 
ativação do linfócito T (Th1) por um 
macrófago contaminado, através de receptores 
de apresentação de antígeno e liberação de IL-
12. O linfócito T absorve essa informação, ativa 
outros macrófagos não contaminados através da 
liberação de IFN-ܓ e, assim, se dá o início da 
resposta imune e da chamada reação 
produtiva. Essa resposta é o que forma a pápula 
do exame de Mantoux. Os macrófagos a partir 
daí já têm condições para matar os bacilos no 
meio extracelular pela formação de espécies 
reativas de oxigênio ou isolando o patógeno pela 
formação de granulomas. 
A reação produtivo-caseosa é o surgimento 
de necrose caseosa no centro do granuloma com 
a morte dos bacilos - quanto maior o grau de 
sensibilidade do indivíduo e a carga de bacilos, 
maior é a necrose. Por fim, há a reação de 
cicatrização, caracterizado pelo curso natural 
de reparação da reação inflamatória, que é sua 
colagenização induzida pelo fator de 
crescimento de fibroblastos secretado por 
macrófagos. 
Teste de Mantoux ou PPD 
Injeta-se bacilo inativado no subcutâneo 
(tuberculina) do paciente e observa-se a 
formação de uma pápula; o tamanho da pápula é 
uma ferramenta para o médico pensar em 
tuberculose. 
Falsos negativos (fatores que deprimem o 
sistema imune): 
- sarcoidose 
 
34 
- má nutrição 
- doença de Hodgkin 
- imunossupressão 
- tuberculose muito grave 
Falsos positivos: outras micobacterioses. 
Interpretação: 
● ≤ 5mm = não reagente 
● 5 - 9mm = reator fraco, pouco resultado 
clínico 
● ≥ 10mm = reator forte 
Vacinados: para se considerar positivo: 
● < 2 anos: ≥15mm 
● >2 anos: ≥10mm 
*Presença vacinal e idade são fatores que devem ser 
levados em conta.
Fisiopatogenia 
A história natural da doença começa, 
majoritariamente, pela inalação do bacilo 
através dos aerossóis, e o patógeno faz uma 
micro-pneumonia no terço médio do pulmão 
(região inferior do lobo superior ou região 
superior do lobo inferior). Há a formação de 
alguns granulomas (o conjunto de granulomas 
recebe o nome de nódulo de Ghon), necrose, e 
possível migração de bacilos via linfática 
(linfadenite granulomatosa) - isso é complexo 
primário da tuberculose ou complexo de 
Ghon. O nódulo de Ghon curado chama-se 
nódulo de Ranke. 
 
A partir daí a imunidade do indivíduo pode 
ter resposta imune suficiente para eliminar a 
infecção - na área da caseificação vai ser 
formada uma cicatriz, bem como o linfonodo 
contaminado. A maioria dos casos se encerra 
assim. 
Quando não há cura, os bacilos persistem 
nos tecidos, multiplicam-se e podem 
disseminar-se para os próprios pulmões ou para 
outros órgãos; tudo isso constitui a tuberculose 
progressiva (da infância); que apresenta formas 
de pneumonia caseosa (disseminação dos 
 
35 
bacilos pelos poros de Kohn) ou tuberculose 
miliar. 
O sistema imune pode ser parcialmente 
suficiente, e consiga apenas isolar o bacilo - 
assim, o paciente se torna portador da 
tuberculose, assintomático. Ainda há um 
terceiro destino, o mais nefasto de todos, que é a 
disseminação da tuberculose em indivíduos que 
não tiveram resposta imune o suficiente para 
eliminar ou controlar o quadro. 
Do ponto de vista de saúde pública a lesão 
latente é a mais importante, pois a grande 
maioria dos indivíduos doentes por tuberculose 
hoje partiram desta situação: tuberculose que se 
tornou latente, e, por um episódio qualquer que 
comprometa o sistema imune (HIV, câncer, 
desnutrição, etc), ocorre a expansão do bacilo 
antes isolado. Ocorrem muitas áreas de fibrose e 
caseificação, típicas da tuberculose secundária; 
a reinfecção com um bacilo mais agressivo 
também leva à TB secundária. A evolução 
geralmente se dá para o ápice, pois o bacilo 
procura a área mais oxigenada. 
A tuberculose miliar é uma tuberculose 
sem controle que ocorre quando a infecção 
ganha a circulação sanguínea e se dissemina 
para vários órgãos, que ficam com aspecto de 
“milho moído”. Tem alta letalidade. 
 
A tuberculose secundária (necrose 
caseosa, fibrose e cavitações) pode ser resultado 
da lesão latente ou de uma reinfecção, ou seja, 
pode ser endógena ou exógena. As lesões 
apresentam-se em quatro formas diferentes: 
● Apical: lesões fibrocaseosas nos ápices; 
● Cavernosa: liquefação de extensa área 
de necrose e drenagem desse material 
por um brônquio, formando cavidades 
macroscópicas. A comunicação direta 
com a via aérea e liberação mais 
acentuada de bacilos - aumenta a chance 
da pessoa ser bacilífera; 
● Ácino-nodosa: “lesões em trevo”; 
● Miliar 
 
36 
 
 
Localização da tuberculose 
Nível pulmonar (órgão mais acometido), 
segmentos lobares médios e apicais inferiores - 
esse é o lugar clássico da tuberculose primária. 
Na secundária, há a migração para os segmentos 
lobares apicais dos lobos superiores. 
Manifestações sistêmicas 
Ocorrem pela liberação de fatores 
inflamatórios, principalmente FNT e IL-1. 
- Indisposição 
- Anorexia 
- Febre - febrícula, baixo grau, renitente 
(“ao entardecer”, pelo baixo nível de 
cortisol) 
- Escarro (primeiro é de característica 
mucóide e com a evolução da doença 
torna-se purulento) 
- Hemoptise (destruição de vasos e 
hemorragia em vias aéreas; ocorre em 
50%) 
- Dor pleurítica (quando atinge a pleura) 
Diagnóstico 
- Clínico: tosse persistente por mais de 3 
semanas, especialmente produtiva; 
- Radiologia: processo de consolidação no 
ápice com cavidades; 
- Mantoux 
- Pesquisa de BAAR (padrão ouro); 
- PCR (alta sensibilidade). 
 
Abreugrafia. 
 Tuberculose em órgão isolado 
Primeiro diagnóstico em órgão que não é o 
pulmão. 
- Meningites 
- Tuberculose renal 
- Doença de Addison 
- Osteomielite e doença de Pott 
(deformidades nas vértebras) 
- Salpingite (tubas uterinas) 
- Epidídimo 
- Tuberculose cutânea (escrófula): ocorre 
a contaminação de linfonodos 
superficiais. 
 
Manuel Bandeira 
Reparo - aula do dia 15.09.2022 
O reparo começa ainda na fase ativa da 
inflamação e termina depois que o agente lesivo 
foi dominado, quando os tecidos tentam 
recuperar sua integridade. Se dá por 2 processos; 
às vezes ocorrem ao mesmo tempo, com um 
predominando ou não (conforme a capacidade 
 
37 
regenerativa da célula e a intensidade da lesão): 
regeneração e reparo. A regeneração é a 
reconstituição dos tecidos, enquanto o reparo, 
apesar de poder restaurar algumas estruturas 
originais, causa um desarranjo estrutural 
caracterizado pela combinação entre 
regeneração e formação de cicatriz. Embora o 
reparo seja um processo de cura, ele próprio 
pode causar disfunção tecidual, como, por 
exemplo, no desenvolvimento da aterosclerose. 
 
Regeneração 
As células do nosso corpo podem ser 
divididas de acordo com a capacidade de 
regeneração em lábeis, estáveis e 
permanentes. O primeiro grupo diz respeito 
àquelas que se multiplicam durante toda a vida, 
como as do tecido epitelial. Na maioria desses 
tecidos, as células teciduais maduras são 
derivadas de células-tronco adultas, as quais 
possuem uma enorme capacidade de 
proliferação e cuja progênie pode diferenciar-se 
em vários tipos celulares. As estáveis 
normalmente não se dividem, mas têm essa 
capacidade e o fazem de acordo com certos 
estímulos. Já as permanentes são aquelas que 
perderam totalmente a capacidade de se 
proliferar, como as do SNC. Embora as células 
musculares adultas não se dividam, o músculo 
esquelético possui capacidade regenerativa a 
partir da diferenciação de células-satélite 
aderidas às bainhas endomisiais. O músculo 
cardíaco tem capacidade regenerativa muito 
limitada (se alguma), e uma grande lesão ao 
músculo cardíaco, como a que ocorre no infarto 
miocárdico,

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