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Escrita_de_Sinais_sem_mistrio_

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escrita 
desem 
smistériosinais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Madson Barreto raquel Barreto 
 
escrita 
dsee
m 
smiinstéariioss 
2 ª Edição 
REvista,atualizada 
E ampliada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 VOLUME 1 
 
 
 
 
© 2015 Madson Barreto | Raquel Barreto 
 
 
Diagramação, capa e edição de imagens 
Revisão do Português Brasileiro 
Fotografia 
Medson Barreto 
Dr. Juscelino Silva 
Medson Barreto 
Raquel Barreto 
 
 
 
B273e BaRReto, Madson 
escrita de Sinais sem mistérios / Madson Barreto, Raquel Barreto. 2. ed. rev. 
atual. e ampl. – Salvador, v. 1: Libras escrita, 2015. 
[ ]v. ; 416 p. ; il. ; 22 cm x 15 cm x 2 cm. 
obedece ao novo acordo ortográfico, decreto nº 6.583/2008. 
ISBN: 978-85-69197-00-3 
1. escrita de Sinais. 2. SignWriting. 3. Língua Brasileira de Sinais (Libras). 
4. Uso da escrita de Sinais. 5. Benefícios da escrita de Sinais. 
 
 
Igor Rezende Quintal – Bibliotecário CRB6-2881 
CDD: 419.071 
CDU: 81’221.24 
 
 
librasescrita.com.br 
/librasescrita 
contato@librasescrita.com.br 
 
todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida 
ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico ou 
mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema 
ou banco de dados sem permissão escrita dos autores. 
 
Impresso no Brasil 
2015 
mailto:contato@librasescrita.com.br
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Às comunidades surdas brasileiras, aos tradutores 
intérpretes de Libras, educadores, pesquisadores 
da Libras e familiares de surdos por sonharem e 
lutarem pela educação bilíngue para surdos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
x Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
10 
 
 
Agradecimentos xi 
 
11 
 
 
xii 
 
 
12 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Agradecimentos xiii 
 
13 
 
 
xiv 
 
14 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Agradecimentos xv 
 
15 
 
 
xvi 
 
16 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Agradecimentos xvii 
 
17 
 
 
xviii 
 
18 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Agradecimentos xix 
 
19 
 
 
xx Escrita de Sinais sem mistérios 
AgrAdecimentos 
 
a Deus por sua presença constante e abundante em nossas vidas, por nos 
chamar para sua obra, nos fortificar e direcionar na produção deste livro e 
nas ações resultantes. Muito obrigado pela forma como nos tem ensinado. as 
peças do quebra-cabeça da vida estão se encaixando cada vez mais. todos os 
postes, fiações, subestações elétricas e até mesmo hidrelétricas que construímos 
já estão começando a levar energia e vida para alguns. Novas lâmpadas serão 
construídas e iluminarão a muitos até que seja dia perfeito. 
aos nossos pais, irmãos (ãs) e cunhados (as) pelo apoio e orações. em 
especial ao Medson Barreto por trabalhar com carinho, muita paciência, 
criatividade e zelo na produção desta obra por ‘infinitas’ horas... Sua amizade 
e companheirismo fazem total diferença em nossas vidas. aprendemos muito 
com você nos últimos anos. Continue sonhando, você vai longe! 
aos amigos esp. Bruno Villas Boas, esp. César Costa, Cristiano Justo, 
esp. edmilson Lucena, esp. Fred Silveira, Greisy Paini, esp. Inessa Franco, 
Izabel Lima, Marco Fritisch, Mariléia Wagner, Michael Belmonte, esp. oto 
alvarenga, esp. Paulo Sarneel, Renata oliveira, Robson César, esp. Rogério 
Rossi, esp. Sandra Guimarães, esp. terezinha Gnoatto e Yanavalim Cristina. 
Nossa eterna gratidão a Deus por suas vidas e pela forma como têm inspirado 
e orientado nossa caminhada nos levando a, com maestria, buscar ser cada vez 
mais relevantes para as pessoas; 
aos amigos do Letras/ Libras, em especial ao esp. anderson Rodrigues, 
Cristiana Klimsa, Pedro Zampier, esp. Rodrigo Malta, Sônia Leal, esp. 
tatiana Quites e esp. Walquíria angélica pelo incentivo constante; 
ao Grupo de estudos da escrita de Sinais do CeFet-MG pelo 
aprendizado mútuo, em especial aos amigos esp. Yuri e Mayra Kazzaz pelo 
apoio e incentivo; 
À profa. Dra. Vera Lúcia Souza e Lima por nos motivar à pesquisa; ao 
prof. tutor Me. antônio Marcondes e ao prof. (tutor) Me. Renato Calixto pelo 
apoio e incentivo; 
Às profas. Maria José e Sônia Madureira, aos missionários Gilmar 
e esp. Marília Manhães e ao pastor e prof. Me. Henrique de araújo pelo 
encorajamento, dicas e orientações; 
À Valerie Sutton por vencer os obstáculos de sua vida e criar este maravi- 
lhoso e funcional sistema de escrita para as Línguas de Sinais; ao casal Steve e 
20 
 
 
Agradecimentos xxi 
Dianne Parkhurst e aos demais membros da lista de discussão do SignWriting 
por compartilhar seu conhecimento e experiências esclarecendo nossas dúvidas; 
ao Dr. antônio Carlos da Rocha Costa, por suas inúmeras contribuições 
ao avanço da escrita de Sinais no Brasil e no mundo, e também pela prontidão 
nos esclarecimentos prestados a nós. 
À profa. Dra. Ronice Quadros pelo apoio; à profa. Dra. Marianne Stumpf 
pelo seu empenho por melhores dias para as comunidades surdas ao contribuir 
com o desbravamento dos caminhos da escrita de Sinais, pavimentando e 
ajudando tantos outros a pavimentarem estas estradas. 
aos incontáveis pesquisadores brasileiros da escrita de Sinais, com seu 
espírito audacioso e inovador, e ao Grupo “SignWriting Brasil” no Facebook por 
abrirem novos caminhos para a educação de surdos; 
À Igreja Batista da Graça (Salvador/ Ba) pela visão de alcançar as comu- 
nidades surdas integralmente com o evangelho; 
ao Me. Roberto e esp. Sheila Costa pela tão preciosa amizade, conversas 
e constante incentivo; 
aos amigos surdos que, mesmo sem saber, nos motivaram e deram muitas 
ideias para esta obra; 
aos nossos leitores e alunos pelas perguntas e sugestões que tanto 
contribuíram para nossas vidas. Vocês são o meio pelo qual a eLS tem chegado 
a milhares de pessoas por todo o Brasil; 
a todos os professores que compartilharam conosco o saber em diferentes 
etapas de nossa vida nos ensinando a amar as pessoas e nos desafiando a deixar 
um legado. Pastores e profs. Dr. Juscelino Silva e Me. Josué Campanhã, o 
ensino de vocês por palavras e ações faz parte disto e muito nos motivou. 
Nosso muito obrigado ao Dr. Juscelino, grande amigo, também por aceitar o 
convite de revisar esta obra; 
enfim, nosso muito obrigado a todos que direta ou indiretamente nos 
auxiliaram, nos motivaram ou oraram pela pesquisa e produção desta obra, 
mas aqui não foram citados. 
“Sobre os ombros de gigantes” ... 
 
 
 
21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
aGRaDeCIMeNtoS ......................................................................................... ix 
LISta De QUaDRoS ....................................................................................... 31 
LISta De FIGURaS .......................................................................................... 32 
PReFÁCIo À 2ª eDIÇÃo ............................................................................33 
PReFÁCIo À 1ª eDIÇÃo ............................................................................37 
aPReSeNtaÇÃo .............................................................................................. 39 
Como aprofundar-se em 06 níveis na Libras através do estudo deste livro.39 
Como chegamos até aqui ........................................................................... 41 
Um pouco do que acontece no cérebro ...................................................... 47 
Como o livro está organizado .................................................................... 48 
Sobre a 2ª edição e suas novidades ............................................................. 50 
CaPítULo 1 ................................................................................................53 
a HUMaNIDaDe e a eSCRIta ............................................................ 54 
as Línguas de Sinais Xa escrita ............................................................... 55 
os surdos e a escrita .................................................................................. 60 
Sistemas de escrita ou de Notação das Línguas de Sinais ......................... 62 
CaPítULo 2 ................................................................................................69 
o SISteMa De eSCRIta SIGNWRITING ............................................. 70 
Características da escrita de Sinais ............................................................ 76 
CaPítULo 3 ................................................................................................85 
aQUISIÇÃo Da LeItURa e eSCRIta eM SIGNWRITING ............. 86 
CaPítULo 4 ................................................................................................95 
a eSCRIta De SINaIS No BRaSIL ...................................................... 96 
Programas Computacionais e Informática ................................................. 97 
a escrita de Sinais na Lexicografia e nos estudos Linguísticos ............. 101 
a escrita de Sinais na literatura em Libras ........................................... 103 
a escrita de Sinais na educação de Surdos .......................................... 104 
a escrita de Sinais na alfabetização e no processo de aquisição da L2 ... 109 
a escrita de Sinais como fator de acessibilidade .................................... 110 
24 Escrita de Sinais sem mistérios 
sumário 
 
 
CaPítULo 5 .............................................................................................. 117 
DUaS PeRSPeCtIVaS ............................................................................. 121 
Perspectiva Receptiva ............................................................................... 121 
Perspectiva expressiva .............................................................................. 121 
oRIeNtaÇÕeS De MÃo ........................................................................ 122 
a palma da mão ................................................................................. 122 
o dorso da mão .................................................................................. 123 
o lado da mão .................................................................................... 123 
Rotação da mão ........................................................................................ 124 
tIPo De CoNtato ................................................................................. 124 
tocar ........................................................................................................ 124 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ........................................................ 125 
LoCaÇÃo ........................................................................................... 126 
a cabeça ............................................................................................. 126 
CaPítULo 6 .............................................................................................. 127 
oRIeNtaÇÕeS Da PaLMa ................................................................... 128 
Visão de Frente ......................................................................................... 128 
Visão de Cima .......................................................................................... 128 
eSCRIta De SINaIS À MÃo ................................................................. 130 
SetaS BÁSICaS De MoVIMeNto ...................................................... 132 
Plano Parede ............................................................................................. 132 
tIPo De CoNtato ................................................................................. 133 
escovar ...................................................................................................... 133 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ........................................................ 134 
ReGRaS oRtoGRÁFICaS ..................................................................... 136 
Posição do contato .................................................................................... 136 
CaPítULo 7 .............................................................................................. 139 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ........................................................ 140 
SetaS BÁSICaS De MoVIMeNto ...................................................... 142 
Plano Chão ............................................................................................... 142 
escrevendo percursos sobrepostos ............................................................ 145 
LoCaÇÕeS ..................................................................................... 146 
24 
Sumário 25 
 
 
os ombros e o peito ................................................................................. 146 
a face ....................................................................................................... 147 
ReGRaS oRtoGRÁFICaS .................................................................... 148 
Uso ou omissão do grafema tocar ......................................................... 148 
CaPítULo 8 .............................................................................................. 151 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ......................................................... 152 
oUtRaS SetaS De MoVIMeNto ..................................................... 154 
MUDaNÇa De CoNFIGURaÇÃo De MÃo e De oRIeNtaÇÃo 
Da PaLMa ........................................................................... 155 
LoCaÇÕeS ...................................................................................... 155 
as sobrancelhas ....................................................................................... 155 
os olhos ................................................................................................... 156 
o nariz ................................................................................................. 156 
a boca ................................................................................................. 156 
eSCReVeNDo eM CoLUNaS (I) ................................................ 157 
PoNtUaÇÃo ............................................................................................ 157 
traço Final .............................................................................................. 158 
PRatICaNDo a LeItURa .................................................................... 159 
GLoSSÁRIo ........................................................................................ 161 
CaPítULo 9 .............................................................................................. 163 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ......................................................... 164 
Quando a direção dos Dedos é importante .............................................. 166 
MoVIMeNtoS DoS DeDoS ................................................................ 167 
articulação Média fecha .......................................................................... 167 
articulação Média abre ............................................................................ 167 
MoVIMeNtoS CIRCULaReS .............................................................. 168 
teMPoS Do MoVIMeNto .................................................................. 170 
Movimento Simultâneo ........................................................................... 170 
Movimento alternado ............................................................................. 171 
tIPoS De CoNtato .............................................................................. 172 
esfregar em Círculo ................................................................................. 172 
esfregar Linear .........................................................................................172 
25 
 
 
26 Escrita de Sinais sem mistérios 
eSCReVeNDo eM CoLUNaS (II)............................................... 173 
PRatICaNDo a LeItURa .................................................................... 175 
GLoSSÁRIo ......................................................................................... 177 
CaPítULo 10 ............................................................................................ 179 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ........................................................ 180 
MoVIMeNtoS CURVoS ........................................................................ 182 
MoVIMeNtoS DoS DeDoS ................................................................. 183 
Flexão do dedo na articulação Proximal ................................................... 183 
extensão do dedo na articulação Proximal ............................................... 184 
Flexão e extensão dos dedos na articulação Proximal .............................. 184 
teMPo De MoVIMeNto ..................................................................... 184 
Movimento Consecutivo .......................................................................... 184 
PoNtUaÇÃo ............................................................................................. 185 
enunciação e Pausa Curta ......................................................................... 185 
PRatICaNDo a LeItURa .................................................................... 186 
GLoSSÁRIo ........................................................................................ 189 
CaPítULo 11 ............................................................................................ 189 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ........................................................ 190 
MoVIMeNtoS DoS DeDoS ................................................................. 192 
Flexão e extensão dos dedos alternadamente na articulação Proximal .... 192 
Flexão dos dedos alternadamente na articulação Proximal ...................... 193 
extensão dos dedos alternadamente na articulação Proximal ................... 193 
tIPoS De CoNtato ............................................................................... 194 
Pegar ......................................................................................................... 194 
tocar entre .............................................................................................. 194 
LoCaÇÕeS ..................................................................................... 195 
o cabelo e a orelha ................................................................................. 195 
MoVIMeNtoS CURVoS ........................................................................ 195 
MoVIMeNtoS DoS DeDoS ................................................................. 197 
abrir e fechar entre duas Superfícies ..................................................... 197 
PRatICaNDo a LeItURa .................................................................... 199 
GLoSSÁRIo ........................................................................................ 203 
26 
 
 
Sumário 27 
CaPítULo 12 ............................................................................................ 205 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ........................................................ 206 
tIPoS De CoNtato .............................................................................. 208 
Bater ........................................................................................................ 208 
LoCaÇÕeS ..................................................................................... 209 
o pescoço ........................................................................................... 209 
atrás da cabeça ........................................................................................ 209 
os ombros e a cintura .............................................................................. 209 
eXPReSSÕeS NÃo MaNUaIS ..................................................... 210 
Movimento dos ombros para cima ou para baixo .................................... 210 
oUtRoS tIPoS De MoVIMeNto ..................................................... 211 
PRatICaNDo a LeItURa .................................................................... 213 
GLoSSÁRIo ....................................................................................... 216 
CaPítULo 13 ............................................................................................ 217 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ........................................................ 218 
o aLFaBeto MaNUaL ......................................................................... 219 
MoVIMeNtoS Do aNteBRaÇo ....................................................... 223 
Rotação paralela à Parede ........................................................................ 223 
Rotação paralela ao Chão: braço estendido ............................................. 225 
Rotação paralela ao Chão: braço paralelo à frente do tórax ..................... 226 
Movimento de agito do antebraço ........................................................... 226 
tIPoS De CoNtato .............................................................................. 227 
outros contatos entre ......................................................................... 227 
eXPReSSÕeS NÃo MaNUaIS ..................................................... 228 
as sobrancelhas ....................................................................................... 228 
PRatICaNDo a LeItURa .................................................................... 229 
GLoSSÁRIo ....................................................................................... 233 
CaPítULo 14 ............................................................................................ 235 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ........................................................ 236 
MoVIMeNtoS De GIRo Do aNteBRaÇo .................................... 238 
DINÂMICa De MoVIMeNto ............................................................. 238 
tensão ..................................................................................................... 238 
 
 
27 
28 Escrita de Sinais sem mistérios 
o conceito de Pressão ......................................................................... 240 
eSCReVeNDo UM CLaSSIFICaDoR .............................................. 241 
eXPReSSÕeS NÃo MaNUaIS ...................................................... 242 
a boca ................................................................................................. 242 
PoNtUaÇÃo ............................................................................................. 245 
Interrogação .............................................................................................. 245 
PRatICaNDo a LeItURa .................................................................... 247 
GLoSSÁRIo ......................................................................................... 251 
CaPítULo 15 ............................................................................................ 253 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ........................................................ 254 
eXPReSSÕeS NÃo MaNUaIS ..................................................... 255 
os olhos ................................................................................................... 255 
Direção do olhar ....................................................................................... 256 
DINÂMICaS De MoVIMeNto ............................................................ 258 
Rápido ...................................................................................................... 258 
Lento......................................................................................................... 258Relaxado ................................................................................................... 259 
PRatICaNDo a LeItURa .................................................................... 260 
GLoSSÁRIo ........................................................................................ 264 
CaPítULo 16 ............................................................................................ 265 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ........................................................ 266 
MoVIMeNtoS oRIGINaDoS No PULSo ........................................ 267 
Movimentos Circulares ............................................................................ 267 
Movimentos Retos .................................................................................... 268 
eXPReSSÕeS NÃo MaNUaIS ..................................................... 270 
Bochechas e respiração............................................................................. 270 
Dentes e lábios.......................................................................................... 271 
PRatICaNDo a LeItURa .................................................................... 273 
GLoSSÁRIo ........................................................................................ 276 
CaPítULo 17 ............................................................................................ 277 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ........................................................ 278 
 
 
MoVIMeNtoS No PLaNo DIaGoNaL ........................................... 279 
28 
Sumário 29 
Diagonal para frente ou para trás ............................................................. 279 
eXPReSSÕeS NÃo MaNUaIS....................................................... 281 
Movimentos do tronco ............................................................................. 281 
Giro do tronco ......................................................................................... 282 
Inclinação do tronco ................................................................................ 282 
Visão do corpo por cima .......................................................................... 283 
a língua ............................................................................................... 283 
PoNtUaÇÃo ............................................................................................ 284 
os Parênteses ........................................................................................... 284 
PRatICaNDo a LeItURa .................................................................... 286 
GLoSSÁRIo ........................................................................................ 288 
CaPítULo 18 ............................................................................................ 289 
oS SINaIS NoMe e oS toPÔNIMoS ................................................ 290 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ......................................................... 291 
tIPoS De CoNtato .............................................................................. 292 
Grafemas de Superfície ............................................................................ 292 
PRatICaNDo a LeItURa .................................................................... 295 
GLoSSÁRIo ........................................................................................ 298 
CoNSIDeRaÇÕeS FINaIS .................................................................... 299 
ReFeRÊNCIaS BIBLIoGRÁFICaS ......................................................... 303 
aPÊNDICe a: Configurações de Mão da Libras ............................................... 321 
aPÊNDICe B: Glossário editorial em Libras .................................................... 331 
aNeXo a: Relação de todos os trabalhos brasileiros sobre a escrita de Sinais 
(SignWriting) como citados por Campos (2012) ...............................................333 
aNeXo B: envelope e carta de aniversário de Madson Barreto para Raquel 
Barreto em 2011 .............................................................................. 341 
aNeXo C: Professores de surdos do centro de apoio pedagógico de Ipiaú e a 
alfabetização em SignWriting ........................................................... 343 
aNeXo D: a perspectiva dos surdos sobre o SignWriting na cidade de 
Ipiaú/ Ba .............................................................................................. 347 
aNeXo e: o SignWriting na educação brasileira de surdos: de 1996 até hoje ... 351 
aNeXo F: ensinando e aprendendo o SignWriting em um curso on-line: as 
 
 
experiências do professor e dos alunos ............................................. 355 
aNeXo G: a mágica por trás das câmeras: ensinando o SignWriting em um 
curso on-line .................................................................................... 359 
29 
30 Escrita de Sinais sem mistérios 
aNeXo H: a relevância do SignWriting como recurso para a transcrição fonológica 
das línguas de sinais ......................................................................... 363 
aNeXo I: “escrita de Sinais sem mistérios”: o primeiro livro brasileiro para 
o ensino do SignWriting.................................................................... 367 
aNeXo J: a produção linguístico terminológica da Língua Brasileira de Sinais 
(Libras) e o SignWriting .................................................................... 371 
aNeXo K: tradução para o SignWriting de resumos de teses de doutorado 
e artigos: um novo paradigma ........................................................... 375 
íNDICe ReMISSIVo De PaLaVRaS oU eXPReSSÕeS CHaVe ........ 379 
íNDICe ReMISSIVo DoS GRaFeMaS Da eSCRIta De SINaIS ...... 389 
orientações da Palma................................................................................ 389 
Configurações de Mão .............................................................................. 390 
Movimentos .............................................................................................. 394 
Dinâmica e tempo .................................................................................. 398 
outras Partes do Corpo ............................................................................ 399 
Pontuação ................................................................................................. 402 
íNDICe ReMISSIVo DoS SINaIS eSCRItoS No LIVRo .................... 403 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
 
 
ListA de QuAdros 
Quad. 01: Sinal de “casa” (1) e de “carro” (2) em Libras ................... 40 
Quad. 02: alguns grafemas utilizados na Mimographie..................... 63 
Quad. 03: Configurações de Mão na Notação de Stokoe .................. 64 
Quad. 04: Língua de Sinais na Notação de Stokoe ............................ 64 
Quad. 05: algumas Configurações de Mão no HamNoSys ................ 65 
Quad. 06: Sinal de Ball (Bola) na LS alemã escrita em HamNoSys ........................ 65 
Quad. 07: texto escrito em D’Sign ......................................................................... 65 
Quad. 08: Notação de François Neve ...................................................................... 66 
Quad. 09: texto em eLiS e sua respectiva tradução livre para o Português ............ 67 
Quad. 10: SignWriting Detalhado (1974-1976). Sentença em LS Dinamarquesa 
“De ter far” (“É pai” ou “Que é pai” em português) ............................................... 71 
Quad. 11: Escrita de Sinais Moderna. Sentença em LS Dinamarquesa 
“De ter far” (“É pai” ou “Que é pai” em português) .............................................. 73 
Quad. 12: escrita Impressa X escrita Cursiva .......................................................... 75 
Quad. 13: Grafemas para algumas das Locações na cabeça .................................... 77 
Quad. 14: Sinais indígenas. aldeia CoroaVermelha (Santa Cruz Cabrália/ Ba) ... 81 
 
 
 
 
 
 
Fig. 05: tela da função “editor de sinais/ SignMaker” no SignPuddle 2.0 ................ 74 
Fig. 06: Diferença entre desenhos e sistemas de escrita ........................................... 78 
Fig. 07: envelope da carta de aniversário para Raquel Barreto .............................. 341 
Fig. 08: Carta de aniversário para Raquel Barreto em 2011 ................................... 342 
ListA de FigurAs 
 
Fig. 01: Captura de tela com a quantidade de materiais estudados .... 43 
Fig. 02: toalha de mão bordada com o sinal da Raquel e seu 
nome em eLS ............................................................................... 45 
Fig. 03: Cartão de felicitação pelo aniversário de casamento 
em 2011 .............................................................................................. 46 
Fig. 04: DanceWriting (SUttoN, 1973) .......................................... 70 
 
 
 
PreFácio À 2ª ediÇÃo 
Valerie Sutton1 
Sinto-me muito honrada em testemunhar a publicação desta 
segunda edição do clássico “escrita de Sinais sem mistérios”. 
Por 19 anos eu tive o privilégio de trabalhar à distância, via 
internet, com pesquisadores brasileiros, programadores, educadores e 
membros da comunidade surda brasileira. todos têm sido pessoas amáveis, 
graciosas, otimistas. eu aprendi muito com os meus contatos brasileiros. 
e me sinto grata àqueles no Brasil que estão tomando a iniciativa de 
escrever a sua língua de sinais, a Libras. 
a Libras agora é uma língua escrita, e isto é possível por causa dos bravos 
brasileiros que aproveitaram a oportunidade, sendo pioneiros de uma nova 
ideia. 
e Madson e Raquel Barreto, os autores deste livro, são dois desses 
pioneiros. 
obrigada, Madson e Raquel, por seu trabalho duro e dedicação ao 
princípio de que quem fala em Libras merece uma forma de ler e escrever sua 
própria língua. 
alfabetização em todas as línguas, orais ou sinalizadas, abre as portas da 
comunicação e do conhecimento para todos. todas as línguas são aprimoradas 
quando podem ser escritas, traduzidas e publicadas, e as línguas de sinais não 
são exceção. 
o SignWriting começou no Brasil em 1996 quando o Dr. antônio 
Carlos da Rocha Costa, um professor da Pontifícia Universidade Católica do 
Rio Grande do Sul em Porto alegre, entrou em contato comigo e veio me 
visitar na minha casa em La Jolla, Califórnia. Daquele momento em diante, o 
SignWriting começou a se espalhar pelo Brasil. 
em 18 de agosto de 2011, o jovem entusiasmo do Madson Barreto 
pelo SignWriting me saltou aos olhos subitamente na Lista de Discussão 
do SignWriting. Fiquei impressionada com as mensagens de Madson sobre 
 
1 Center for Sutton Movement Writing. Criadora do SignWriting (escrita de Sinais) e das outras 
quatro seções do Sutton Movement Writing, um sistema para ler e escrever movimentos do 
corpo. 
 
 
34 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
como escrever as Configurações de Mãos brasileiras. eu podia sentir que algo 
importante estava acontecendo. aqui estava um jovem brilhante ansioso para 
documentar e ensinar a leitura e escrita da Libras com novos materiais de 
instrução. 
No dia 5 de julho de 2012, minha campainha tocou e um pacote do Brasil 
estava em minha porta! ao abri-lo, encontrei um belo novo livro intitulado 
“escrita de Sinais sem mistérios, Volume 1”. Junto ao livro estava um adorável 
pacote de papel que era uma obra de arte, com pequenos sinais escritos nele 
todo. eu sempre vou guardar a memória de abrir este livro pela primeira vez e 
ver a Libras escrita em colunas verticais escrita de forma tão clara e bela. 
De 21 a 24 de julho de 2014, nós celebramos o aniversário de 40 anos do 
SignWriting com o Simpósio online, transmitido ao vivo via Google Hangouts 
e Youtube. Foram 40 apresentações de 12 países. Dezesseis dos 42 palestrantes 
eram do Brasil. e muito do sucesso do Simpósio, com tantos apresentadores do 
Brasil, pode ser atribuído a Madson Barreto. Madson apresentou e coordenou 
9 das 40 apresentações. ele e sua adorável esposa Raquel devem ser aplaudidos 
por contribuir tanto com o sucesso do SignWriting Symposium 2014. 
este importante novo livro é uma contribuição valiosa para a educação 
em Libras, e para todos aqueles que usam o SignWriting no Brasil em todo o 
mundo. 
 
Valerie Sutton 
La Jolla, Califórnia 
10 de fevereiro de 2014 
www.SignWriting.org 
sutton@signwriting.org 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
http://www.signwriting.org/
mailto:sutton@signwriting.org
 
 
Prefácio à 2ª Edição 35 
PreFAce (originAL) 
Valerie Sutton2 
I feel very honored to witness the publication of this second edition of the 
classic book, “escrita de Sinais sem mistérios”. 
For 19 years I have had the privilege of working from afar, over the 
internet, with Brazilian researchers, software developers, educators and 
members of the Brazilian Deaf Community. all have been kind, gracious, 
optimistic people. I have learned much from my Brazilian acquaintances. 
and I am grateful to those in Brazil who are taking the initiative to write 
their sign language, LIBRaS. 
LIBRaS is now a written language, and this is possible because of brave 
Brazilians who took the chance, pioneering a new idea. 
and Madson and Raquel Barreto, the authors of this book, are two of 
these pioneers. 
Thank you, Madson and Raquel, for your hard work and dedication to 
the principle that those who use LIBRaS deserve a way to read and write 
their own language. 
Literacy in all languages, spoken or signed, opens the doors of commu- 
nication and knowledge for everyone. all languages are enhanced when they 
can be written, translated and published, and sign languages are no exception. 
SignWriting began in Brazil in 1996 when Dr. antônio Carlos da Rocha 
Costa, a professor at the Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do 
Sul in Porto alegre, contacted me and came to visit me in my home in La 
Jolla, California. From that time on, SignWriting began to spread in Brazil. 
on august 18th, 2011, Madson Barreto’s youthful enthusiasm for 
SignWriting leaped out at me by surprise on the SignWriting List. I was 
impressed with Madson’s messages about writing Brazilian handshapes. I 
could feel something important was happening. Here was a brilliant young 
man eager to document and teach the reading and writing of LIBRaS with 
new instruction materials. 
 
 
2 Center for Sutton Movement Writing. Inventor of SignWriting and all the other four sec- 
tions of Sutton Movement Writing, a system for reading and writing body movement. 
35 
 
 
36 Escrita de Sinais sem mistérios 
on July 5th, 2012, my doorbell rang and a package from Brazil was on 
my doorstep! I opened it to find a beautiful new book entitled “escrita de 
Sinais sem mistérios, Volume 1”. Included with the book was a lovely paper 
bag that was a piece of art, with small written signs all over the bag. I will 
always treasure the memory of opening the book for the first time and seeing 
written LIBRaS in vertical columns so clearly and beautifully written. 
on July 21-24, 2014, we celebrated SignWriting’s 40th birthday with 
the SignWriting Symposium online, broadcast live on Google Hangouts and 
Youtube. There were 40 presentations from 12 countries. Sixteen of the 42 
presenters were from Brazil. and much of the success of the Symposium, 
with so many presenters from Brazil, can be attributed to Madson Barreto. 
Madson presented and coordinated 9 of the 40 presentations. He and his 
lovely wife Raquel should be commended for contributing so much to the 
success of the SignWriting Symposium 2014. 
This important new book is a valuable contribution to LIBRaS educa- 
tion, and for all those who use SignWriting in Brazil, and around the world. 
 
Valerie Sutton 
La Jolla, California 
February 10, 2014 
www.SignWriting.org 
sutton@signwriting.org36 
http://www.signwriting.org/
mailto:sutton@signwriting.org
 
 
 
 
PreFácio À 1ª ediÇÃo 
Marianne Rossi Stumpf, Dra.3 
 
em um artigo que escrevi em 2002 conto como iniciamos em 1996, em 
Porto alegre, as pesquisas sobre o SignWriting aqui no Brasil. Como 
fiquei surpresa ao reconhecer naquela escrita os sinais de uma língua 
de sinais e feliz ao compreender que ela podia ser escrita. após três 
anos de pesquisa, a tradução parcial e adaptação do Inglês/ aSL (Língua de 
Sinais americana) para Português/ Libras do livro “Lessons in SignWriting”, de 
Valerie Sutton, publicado originalmente pelo DaC – Deaf Action Committee 
for SignWriting, resultaram na construção do “Lições sobre o SignWriting” e do 
primeiro software SW-Edit para escrita da Língua de Sinais Brasileira pelo 
sistema SignWriting que foi colocado no site. a partir daí, a escrita dos sinais da 
Libras pelo sistema SignWriting começou a poder ser desenvolvida no Brasil. 
em 2006, com o início do 1º Curso Letras/ Libras a distância, foi dado um 
grande impulso a nossa escrita, ele levou aos surdos brasileiros, de 18 estados, 
esses conhecimentos como parte do seu currículo. 
a publicação do livro: Escrita de Sinais sem mistérios utiliza grande parte 
da metodologia e é construído a partir dos materiais da disciplina de escrita 
dos sinais que compõe o Curso Letras/ Libras. Parabenizo aos organizadores 
Madson e Raquel Barreto pela dedicação e iniciativa de realizar esse trabalho 
e ao CeFet-MG, com seu Grupo de estudos da escrita de Sinais, pelos 
avanços acrescentados ao estudo da escrita de Sinais pelo sistema SignWriting. 
a educação Bilíngue brasileira e, em particular o estado de Minas Gerais, 
um estado possuidor de uma forte cultura que muitas vezes impulsionou os 
avanços conquistados pelos surdos brasileiros, ficam enriquecidos com essa 
publicação. 
“A cultura não trabalha, move, muda ou transforma, mas é trabalhada, 
movida, mudada, ou transformada. São as pessoas que fazem coisas...” Lynd, 1939. 
 
 
 
3 Doutora em Informática na educação (UFRGS). Pós-doutora pela Universidade Católica 
Portuguesa. Professora adjunta da UFSC. Membro da comissão de educação bilíngue do MeC. 
Membrodacomissãotécnicado Pro-Libras(MeC).Primeirasurdano Brasilapesquisaraescrita 
de Sinais como membro da equipe do prof. Dr. antônio Carlos da Rocha Costa no projeto 
SignNet iniciado em 1996. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o que você tem em mãos não é apenas mais um livro. Mas uma porta que te 
guiará ao caminho para elevar sua experiência pessoal e sua atuação profissional 
com a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Independentemente do nível que 
você se encontra atualmente, nós acreditamos que você pode ir além. 
Se você é surdo (a), já imaginou fazer anotações de aulas, palestras diretamente 
em Libras, sem depender do Português? 
Já imaginou poder deixar um recado importante escrito diretamente em 
Libras, sem passar pelo Português? Já imaginou poder escrever um livro ou história 
completa em Libras? 
Se você está aprendendo a Libras, já imaginou poder memorizar sinais com 
facilidade? Já pensou em fazer suas anotações sem ter que usar o Português? Já 
imaginou poder escrever qualquer sinal da Libras com praticidade? Já se imaginou 
conseguindo conversar em Libras fluentemente com um surdo? 
Se você é intérprete, professor ou pesquisador da Libras, já pensou em 
encontrar uma forma de aprofundar-se na Libras com facilidade? Já pensou em 
poder preparar suas traduções sem ter que fazer anotações em glosas? Já pensou em 
poder preparar um plano de aula todo em Libras escrevendo com facilidade no papel 
ou no computador? Já imaginou a liberdade de fazer anotações e transcrições de 
sinais ou sinalizações diretamente em Libras escrita, sem passar pelo Português? 
Se você conseguiu se imaginar em qualquer uma destas situações, temos 
uma ótima notícia para você: isto é completamente possível com a escrita de 
Sinais (SignWriting4). este é um sistema completo e extremamente poderoso 
que lhe permitirá aprofundar em 6 níveis seus conhecimentos da Libras, 
sinalizar de forma ainda mais clara, memorizar sinais com muito mais facili- 
dade, fazer anotações diretamente em Libras e assim adquirir novos conheci- 
mentos com maestria. Isto está ao seu alcance neste livro de forma simples, 
organizada e prática. 
 
4 em todo o livro, usaremos os termos “escrita de Sinais”, “escrita das Línguas de Sinais” ou 
“eLS” como nome em Português para o sistema SignWriting, salvo indicação em contrário. 
algumas vezes utilizaremos “a escrita de Sinais pelo SignWriting” enfatizando ao que nos 
referimos. 
APresentAÇÃo 
 
Como AprofundAr-se em 06 níveis nA LibrAs AtrAvés do 
estudo deste Livro 
 
 
40 Escrita de Sinais sem mistérios 
Imagine que um surdo veja o sinal de ‘casa’ (1) como escrito abaixo. ele 
acharia que é o sinal de ‘carro’ (2)? Não, pois este sinal é escrito de forma 
diferente. a escrita de ambos representa diretamente como o sinal é feito. 
Mesmo sem ter estudado a escrita de Sinais, é possível perceber o significado 
de várias partes da escrita. 
 
Quad. 01: Sinal de “casa” (1) e de “carro” (2) em Libras 
Contudo, quando o surdo se confronta com essas duas palavras no portu- 
guês, pode não estar tão claro. Isto acontece porque as escritas das Línguas 
orais não conseguem registrar com precisão as Línguas de Sinais (LS), pois 
seus fonemas são visuais, não sonoras. Quando um surdo lê uma palavra 
escrita em Português, isto não lhe ajuda a lembrar como é feito o sinal. Porém 
a escrita de Sinais consegue fazer o registro da Libras com precisão, como 
você mesmo viu acima. 
Por onde passamos, temos visto grandes transformações acontecerem na 
vida daqueles que estudam o SignWriting passo a passo.É o caso das professoras 
Ma. Jorgina Souza, Maria Luiza Nascimento e tatiana Coelho que mostram 
os relatos de seus alunos surdos que têm se aprofundado cada vez mais na 
Libras. eles se sentem livres e têm prazer em escrever diretamente em Libras 
suas ideias, opiniões, emoções, enfim, o que quiserem. as professoras percebem 
também que esta escrita contribui para o desenvolvimento intelectual dos 
surdos5. 
eva Barbosa e Silvana Pereira, ouvintes, relatam que tiveram sua visão da 
Libras ampliada e aprofundaram seus estudos nesta língua pelo SignWriting. a 
eLS facilitou-lhes a memorização de sinais e a compreensão dos parâmetros 
fonético-fonológicos, isto é, das partes que constituem cada sinal6. 
Você encontrará neste livro os resultados de inúmeras pesquisas 
realizadas por surdos e ouvintes em nosso país: Dr. antônio Carlos da 
Rocha, Dr. Fernando Capovilla, Dr. Vilmar da Silva, Dra. Márcia Campos, 
 
5 Saiba mais nos anexo C (p. 343) e D (p. 347). 
6 Saiba mais no anexo F (p. 355). 
40 
(1) 
(2) 
 
 
Apresentação 41 
Dra. Marianne Stumpf, Dra. Ronice Quadros, Ma. Débora Wanderley, Me. 
edivaldo Costa, Ma. Érika Silva, Me. Fábio Silva, Ma. Lisiane Mallmann, 
Ma. Maria Salomé Dallan, Me. Rundesth Nobre e Ma. Walkiria Raphael, 
dentre muitos outros. 
ao estudar este livro você será capaz de escrever a Libras sem depender 
do Português. Nele você vai descobrir como ter uma visão ampla (de sinais, 
frases e textos em Libras) e ao mesmo tempo específica (analisando as partes 
dos sinais) de forma simples e rápida com base na linguística da Libras. Verá 
também como escrever novos sinais aprendidos e fazer suas próprias anotações 
em Libras. 
 
Como ChegAmos Até Aqui 
Eu, Madson Barreto (pode me chamar de Madson), sou pesquisador, tradutor 
intérprete da Libras há mais de 14 anos, palestrante, empreendedor, escritor e pastor. 
Estas ações se combinam em minha vida. Sou apaixonado por fotografia e sempre 
gosto de inventar algo novo. 
 
Eu, Raquel Barreto (pode me chamar só de Raquel) sou instrutora de Libras, 
pesquisadora da Escrita de Sinais, notadora de LS, escritora e atuo como bolsista do 
CEFET-MG7 nos projetosde Glossário da Libras nas áreas de eletrônica e química. 
Sou apaixonada por dança. 
Nos últimos anos criamos e ministramos diversas oficinas presenciais e cursos 
tanto presenciais quanto à distância. Demos inúmeras palestras presencialmente e 
também via Internet. Publicamos a primeira edição deste livro e duas edições do 
Libras em Jogo8, fizemos tradução de inúmeros materiais para a Escrita de Sinais. 
Atualmente administramos um site, além das áreas de membros de nossos cursos à 
distância e de nossa fanpage9 no Facebook que já ultrapassou 30.306 seguidores. 
 
este é um resumo de nossa vida hoje. Mas nem sempre foi assim. abaixo, 
vamos compartilhar um pouco de nossas histórias. 
 
7 Centro Federal de educação tecnológica do estado de Minas Gerais. 
8 Jogo de cartas bilíngue com 111 Configurações de Mão da Libras. Saiba mais em: <http:// 
www.librasescrita.com.br>. 
9 Faça parte desta comunidade. acesse: <http://www.facebook.com/Librasescrita>. 
41 
http://www.librasescrita.com.br/
http://www.facebook.com/Librasescrita
http://www.facebook.com/Librasescrita
 
 
42 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
Eu, Madson, comecei a aprender a Libras por volta dos meus 13 anos de idade. 
Depois fiz um outro curso mais longo. Fazia anotações e mais anotações dos sinais 
igual meus colegas do curso (daquele tipo descritivo: mão para cima, mão para baixo. 
Dá duas voltas ao redor da outra mão, toque no peito, e por aí vai), mas nós não 
conseguíamos memorizá-los direito. Às vezes nem eu entendia minhas próprias 
anotações. 
Até que, anos mais tarde, comecei a coordenar, numa empresa, 55 funcionários 
surdos, homens e mulheres, que tinham de 18 a 73 anos de idade! Nunca esqueci de 
minha frustração em não entender os surdos direito. Via eles fazendo aquela cara de 
quem não está entendendo nada. Era muito angustiante. Tive, literalmente, muita 
dor de cabeça. Mas o pior foi quando eu estava numa reunião com todos eles e tinha 
uns dois surdos explicando para os demais o que eu estava falando em Libras. Eu 
me senti impotente. 
Eu espero que você não precise passar por uma situação assim para resolver se 
aprofundar na Libras. Decidi assumir um compromisso comigo mesmo: nunca mais 
vivenciaria esse tipo de problema. 
Investi mais de 2 anos observando como os surdos se comunicavam. Estudei 
muito sobre técnicas de aprendizado e aquisição de idiomas. Fui desconstruindo todo 
meu aprendizado para então reaprender no caminho certo. Deu muito trabalho. O 
cansaço mental foi inevitável. 
Num final de tarde, quando saí do trabalho com um amigo, nos encontramos 
com amiga dele. Ela lhe deu um belo presente: o chamado Dicionário Capovilla10 
(CAPOVILLA, RAPHAEL & LUZ, 2001). Nesse dia tive meu primeiro contato 
com a Escrita de Sinais pelo sistema SignWriting. 
Na hora eu entendi que se eu aprendesse esta escrita não precisaria mais nem 
olhar para aqueles desenhos das apostilas de Libras que na maioria das vezes eu não 
compreendia direito. Minhas anotações de novos sinais seriam infinitamente mais 
rápidas também, afinal escreveria diretamente em Libras, não em Português. 
Porém, só comecei a estudar a Escrita de Sinais na faculdade de Letras com 
habilitação em Libras pela UFSC11. A partir disso, fundei e coordenei um grupo de 
estudos sobre a ELS no CEFET-MG12, onde era nosso polo. 
 
 
10 Denominado oficialmente por Dicionário enciclopédico Ilustrado trilíngue da Libras 
(DeIt-Libras). 
11 Universidade Federal de Santa Catarina. 
12 Centro Federal de educação tecnológica de Minas Gerais. 
42 
 
 
Apresentação 43 
Pesquisei muito por conta própria, aprofundei-me ainda mais e isto acelerou o 
processo de reaprendizagem da Libras que eu estava. 
Apliquei essas técnicas que aprendi comigo mesmo e com minha mãe. 
Conseguimos alcançar o objetivo de sermos fluentes na Libras. Finalmente passei 
a entender quais eram os segredos para se aprender um novo idioma e como se 
aprofundar. Detanto estudarmos (eu e Raquel), acabamos desenvolvendoum método 
para estudar e se aprofundar na Libras através da Escrita de Sinais (SignWriting) 
com base em pesquisas das neurociências cognitivas. 
Aplicamos este método em cursos, oficinas, e palestras, com centenas de alunos. 
Foram muitas e muitas horas investidas em pesquisas nos últimos anos. Fiquei 
assustado ao descobrir recentemente que, para esta 2ª edição, estudamos mais de 
2260 arquivos, totalizando 17,1 GB13, sem contar em todos os demais livros e 
materiais impressos. Veja: 
Fig. 01: Captura de tela com a quantidade de materiais estudados 
O método apresentado neste livro fará você se aprofundar na Libras em 6 
níveis, como demonstraremos mais à frente. 
Esta é minha história. Agora chegou a vez da Raquel falar. 
 
Oi! Eu, Raquel, fiquei surda aos 10 meses, devido à medicação para a meningite, que 
é tóxica aos ouvidos. Comecei a ter contato com a Libras apenas quando entrei para 
a escola aos meus 08 anos. Adquiri naturalmente interagindo com outros surdos. 
 
13 Incluindo documentos de texto, arquivos PDF (Portable Document Format - Formato Portá- 
til de Documento), tabelas, vídeos, páginas de sites, imagens, fotos, etc. 
43 
 
 
44 Escrita de Sinais sem mistérios 
Como mudávamos muito de casa, passei por várias escolas. Em muitas delas os 
professores eram bimodalistas14. Somente a partir do 6º ano do Ensino Fundamental 
(antiga 5ª série) é que tive intérprete em sala. 
Algumas vezes tirei nota Zero em atividades ou provas. Tudo era em 
Português (minha Segunda Língua). Não conseguia conectar aquelas palavras ao 
meu pensamento, ao que havia aprendido em minha Primeira Língua (L1). Isso 
machucava lá dentro de mim. Mas na época eu não entendia porque isto acontecia. 
O tempo passou... 
Em 2007, Madson e eu começamos a namorar. Ele gostava de me dar 
cartõezinhos com mensagens e pequenos poemas. Mas tudo era em português e eu 
entendia pouco do que estava ali. Quando percebia meu sorriso amarelo, pegava 
o cartãozinho e então ia traduzindo tudo para a Libras. Riamos juntos. Mas lá 
no fundo era frustrante para nós dois ter que traduzir tudo. Com o tempo, ele foi 
parando de escrever seus cartões. 
Quando o Madson começou a aprender a Escrita de Sinais, logo me mostrou. 
Para mim não tinha significado. Ele deixou muitos materiais para eu estudar. Mas 
acho que nunca abri. Mesmo assim ele continuou estudando e sempre me apresentava 
algo. 
Com o passar do tempo, ele voltou a me entregar mensagens. Mas agora 
estavam escritas em Libras! O engraçado é lembrar que eu não sabia a ELS, mas 
mesmo assim eu conseguia entender muito do que estava ali. Depois, passei a 
compreender mais e não dependia tanto das explicações dele. 
Uma alegria começou a brotar em meu coração, porque agora eu mesma via a 
possibilidade de ler e escrever minha própria língua. Meu sorriso agora era sincero... 
Nosso aprofundamento na ELS se deu só depois de nos casarmos, pois agora 
estávamos juntos. Dedicamos muito tempo estudando a Escrita de Sinais. Nosso 
nível linguístico na Libras mudou exponencialmente. 
Em 2011, meus amigos prepararam uma festa de aniversário surpresa. 
Depois de eu soprar as velinhas, o Madson me entregou um envelope estilizado 
muito bonito. 
 
14 o Bimodalismo consiste no uso simultâneo da Libras e do Português. a comunicação não é 
fluente, pois essa prática rompe a estrutura de ambas as línguas restando apenas fragmentos que 
na maioria das vezes são desconexos. É como “chupar cana e assoviar ao mesmo tempo”: não 
dá certo. Infelizmente ainda hoje é possível ver profissionais (e familiares de surdos) que fazem 
uso do bimodalismo tanto em ambientes formais quanto nos informais, tornando a mensagem 
incompreensível aos surdos. 
44 
 
 
Apresentação 45 
Abri. Pedi que uma amiga segurasse a carta. Estava em Escrita de Sinais15. 
Todos olharam assustados! Li toda a carta diretamente em Libras. Meus amigos 
ficaram impressionados. 
Quandochegamos em casa, o Madson me disse que enquanto eu lia a carta em 
Libras era nítido o brilho no meu olhar. 
Como minha vida teria sido diferente se eu tivesse aprendido a escrever a Libras 
em minha infância! Quantas oportunidades teriam sido melhor aproveitadas. Eu 
teria aprendido muito, muito mais na escola, nos cursos, no trabalho. Quem me dera 
que os outros surdos tivessem esta oportunidade que só agora eu passei a ter! 
Percebemos que seríamos egoístas se ficássemos com todo este conhecimento para 
nós. Refletimos muito sobre como extrair desta experiência um método passo a passo 
que pudesse ajudar outras pessoas. 
Foi então que surgiu a ideia do livro ‘Escrita de Sinais sem mistérios’ e de todas 
as ações já realizadas por nós desde então. 
Até minha sogra, a Maria, aprendeu a Escrita de Sinais. Como ela se 
aprofundou na Libras nos últimos anos! A ELS potencializou o aprendizado dela. 
Sempre que encontra surdos – mesmo os outro estado, sem medo algum ela conversa 
alegremente com eles. 
Duas coisas que me emocionaram muito foram uma toalhinha onde ela bordou 
meu sinal e meu nome, e um cartão nos parabenizando pelo nosso aniversário de 
casamento. Veja: 
 
Fig. 02: toalha de mão bordada com o sinal da Raquel e seu nome em eLS 
 
15 Veja no anexo B (p. 341). 
45 
 
 
46 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
Fig. 03: Cartão de felicitação pelo aniversário de casamento em 2011 
Já tive oportunidade de ensinar a ELS para crianças, adolescentes, jovens e 
adultos. É impossível dizer a sensação que tenho ao ver outros surdos aprendendo 
a escrever sua própria língua. Agora entendo o brilho no olhar que o Madson tanto 
falava que eu tinha. Vejo este brilho quando os surdos leem sua língua. Vejo este 
brilho quando escrevem os sinais. É fantástico como aprendem rápido! 
Isto é prova daquilo que Capovilla et al. (2006, p. 1492) identificou. O 
problema na escrita do surdo não tem nada a ver com a cognição, mas com o sistema 
de escrita que é obrigado a escrever: a Língua Portuguesa. Como escrever a L2 sem 
a base necessária? 
Desde quando comecei a estudar a Escrita de Sinais de verdade, passei a 
compreender o Português com mais facilidade também. Aprendi muitas palavras 
novas e passei a ter mais facilidade em estruturar frases também, mesmo sem ter 
parado para estudar esta língua. A Escrita de Sinais é a base cognitiva que meu 
cérebro tanto precisava para adquirir a escrita da minha Segunda Língua. 
Hoje, quando Madson e eu precisamos deixar algum bilhete um para o outro, 
o fazemos em Escrita de Sinais. Levo também meu caderno por onde vou. Agora sei 
escrever minhas ideias e tenho certeza que estou escrevendo exatamente aquilo que 
está em minha mente. 
Mas até chegarmos neste ponto, sofremos muito, gastamos muito tempo e 
dinheiro. Aqui está a essência deste conhecimento. Através deste livro você também 
será capaz de ler e escrever a Libras e aprofundar seus conhecimentos em 6 níveis na 
Libras. Agora é com você. 
46 
 
 
Apresentação 47 
É por tudo isto e muito mais que nós acreditamos que ao ensinar técnicas 
inovadoras e altamente eficazes de estudo e escrita da Libras, estamos colabo- 
rando para a transformação de pessoas e da sociedade propiciando uma nova 
forma de acesso ao mundo. 
antes de falarmos sobre o livro, vamos responder uma pergunta que deve 
estar aí em sua mente: “como assim me aprofundar na Libras em 6 níveis”? 
 
um pouCo do que AConteCe no Cérebro 
a escrita de Sinais contribui para a memorização, aprendizagem e organização 
do pensamento em Libras de maneira mais rápida. Isto acontece porque 
ela registra os sinais de forma visual direta, parte por parte, com grafemas16 
altamente icônicos. Isto envolve diversas áreas do cérebro, criando inúmeras 
conexões ao mesmo tempo. 
Para se aprofundar mais na Libras, é necessário entender o todo, mas é 
necessário também conhecer as partes. Quem faz isto consegue alcançar uma 
alta performance muito mais rápido que as outras pessoas. 
Incrivelmente, a escrita de Sinais pelo sistema SignWriting nos permite 
este tipo de análise da estrutura da Libras de forma muito natural. Você 
começa a observar detalhes da língua que não observaria de outra forma. Por 
isto, a escrita de Sinais pode te levar a se aprofundar na Libras em pelo menos 
6 níveis linguísticos. 
ao aprender, utilizar ou ensinar a escrita de Sinais, seu cérebro faz uma 
aprofundada análise (1) fonético (2) fonológica17 da Libras. Isto acontece à 
medida em que, consciente ou inconscientemente, você vai observando a estru- 
tura das Configurações de Mão, das orientações da Palma, dos padrões das 
Locações – isto é, onde os sinais são feitos – dos Movimentos e das expressões 
Não Manuais, que são as expressões faciais e expressões corporais. 
ao mesmo tempo, seu cérebro assimila (3) a morfologia da Libras. ou 
seja, a estrutura interna dos sinais, quais são as menores partes com significado. 
Você começa a perceber também porque o sinal tem uma determinada Confi- 
guração de Mão, uma Locação específica, e assim por diante. 
 
16 Símbolos. 
17 Nas Línguas de Sinais, a Fonética e a Fonologia estudam as unidades mínimas que consti- 
tuem os sinais e que isoladamente não apresentam nenhum significado (QUaDRoS & KaR- 
NoPP, 2004). 
47 
 
 
48 Escrita de Sinais sem mistérios 
ela abre sua percepção para uma visão ampla da Libras permitindo que 
assimile com facilidade como esta língua está organizada. Você se apropria 
também de sua (4) sintaxe18, (5) semântica19 e (6) pragmática20 e ainda adquire 
mais vocabulário da Libras muito mais rápido que os métodos tradicionais. 
assim, de forma muito natural, o cérebro vai associando conhecimentos 
novos com os antigos. Novas conexões são estabelecidas. e o estudo e aprofun- 
damento da Libras fica muito mais fácil. 
Contudo, ainda existem muitos mitos em torno da escrita de Sinais. 
Muitas pessoas, por não conhecê-la, afirmam que ela não é capaz de registrar 
as Línguas de Sinais com todas as suas características. Para muitos, o primeiro 
contato ou o estudo desta escrita foi superficial e envolto de mistérios. 
Neste livro, você aprenderá a Escrita de Sinais sem Mistérios e descobrirá 
como é simples escrever as Línguas de Sinais. Para isto, estudaremos a escrita 
de Sinais passo a passo, trazendo como exemplos léxicos21 e textos em Libras. 
Reconhecemos a diversidade cultural dos surdos brasileiros e os regiona- 
lismos da Libras, assim, buscamos utilizar como exemplos sinais comuns 
às diversas regiões do país. Contudo, quando não foi possível identificar ou 
utilizar estes sinais, foi adotada a variante de Belo Horizonte/ MG. em outros 
momentos apresentamos sinais utilizados em cidades ou regiões específicas do 
país, fazendo esta indicação entre parênteses. 
 
Como o Livro está orgAnizAdo 
os quatro primeiros capítulos apresentam resultados de pesquisas sobre a 
escrita de Sinais no Brasil e no mundo associados a pesquisas na área da 
linguística. No capítulo 01, você descobrirá a importância crucial da escrita, 
a relação entre as LS e os surdos com a escrita. Verá também um panorama 
histórico sobre diversos sistemas de notação e escrita das Línguas de Sinais. 
No capítulo 02, você aprofundará na história do sistema SignWriting, 
conhecerá suas principais características e como ele faz o registro preciso das 
Línguas de Sinais. Descobrirá ainda muitos usos e benefícios que esta escrita 
traz a seus usuários surdos e ouvintes. 
 
18 a Sintaxe é um conjunto de regras que determinam a ordem e as relações das palavras sinais 
na frase. 
19 a Semântica é o estudo do significado das palavras numa língua. 
20 a Pragmática estuda como os enunciados comunicam significados diferentes num contexto. 
21 Sinais. 
48 
 
 
Apresentação 49 
Já no capítulo 03, você entenderá mais sobre o processo de aquisição da 
leitura e escrita em SignWriting tanto por surdos (crianças, jovens e adultos) 
quantopor ouvintes. 
No capítulo 04, você vai absorver as principais pesquisas e criações empre- 
endidas no Brasil sobre o SignWriting desde 1996. São mais de 152 trabalhos 
desenvolvidos nas áreas de informática, lexicografia, estudos linguísticos, lite- 
ratura em Libras, educação de surdos, alfabetização, aquisição da L2, acessibi- 
lidade, etc. São incontáveis contribuições brasileiras com resultados fantásticos. 
Do capítulo 05 ao 18, você estudará a escrita de Sinais passo a passo. 
aprenderá seus grafemas e Regras ortográficas com base em Parkhurst & 
Parkhurst (2001, 2008); Roald (2006) e Sutton (S/D; 1998c; 1999a; 1999b; 
2000; 2003; 2009; 2011; 2012a; 2012b; 2012c; 2014), Sutton & Frost (2011), 
Thiessen (2011) e Barreto (2013a), dentre outros. 
Na escrita de Sinais, os grafemas estão organizados em sete categorias: 
Mãos, Movimentos, Dinâmica e tempo, Cabeça e Face, Corpo, Locação 
Detalhada e Pontuação (SUttoN, 2011). a Locação Detalhada é utilizada 
por pesquisadores e linguistas para o desenvolvimento de glossários,dicionários 
de LS ou softwares diversos. 
Nosso estudo está organizado de acordo com os parâmetros fonológicos 
da Libras, grafemas relacionados a eles e grafemas de Pontuação. 
Cada um desses grafemas será introduzido aos poucos. Primeiro você 
aprenderá as Configurações de Mão mais usadas na Libras, bem como os 
grafemas utilizados com mais frequência na escrita, juntamente com exemplos 
da Língua Brasileira de Sinais e Regras Ortográficas aplicadas à sua gramática. 
as principais regras estão marcadas com este símbolo: 
 
No capítulo 08, inicia-se uma história em escrita de Sinais que terá 
continuidade nos capítulos seguintes. esta história foi composta diretamente 
em escrita de Sinais. Não foi feita uma tradução ou versão dela em Língua 
Portuguesa, nem mesmo uma versão digital em Libras. 
Na história serão utilizados preferencialmente grafemas já estudados até 
o capítulo em que a mesma está inserida. Contudo, vários grafemas, princi- 
palmente as expressões Não Manuais e os de Dinâmica, mesmo que ainda 
não tenham sido ensinados, foram utilizados quando se fizeram necessários. 
Nosso objetivo é que você treine também a leitura em Libras e possa 
escrever suas próprias histórias nesta língua. 
49 
 
 
50 Escrita de Sinais sem mistérios 
Desta forma, recomendamos que, ao terminar o estudo de todo o livro, 
você retome a leitura da história capítulo por capítulo para que fixe melhor o 
conhecimento apreendido. 
 
sobre A 2ª edição e suAs novidAdes 
o livro Escrita de Sinais sem mistérios em sua 2ª edição foi revisto, atualizado 
e ampliado. Buscamos facilitar ainda mais o uso e manuseio desta obra que se 
constitui livro de cabeceira, e consequentemente, alavancar ainda mais o seu 
aprendizado. 
as melhorias aqui providas são resultado de nosso relacionamento com 
nossos leitores, alunos e amigos. São fruto também de um maior aprofunda- 
mento em nossas pesquisas sobre a escrita de Sinais e de técnicas de ensino e 
aprendizado das neurociências cognitivas (DRYDeN & VoS, 1999; aLVeS, 
2005; KeLLeY, 2008; KeLLeY & WHatSoN, 2013). 
Quem comparar a 1ª edição com esta, perceberá várias mudanças. os 
capítulos estão ainda mais aprofundados. Se você tem a 1ª edição do livro 
Escrita de Sinais sem mistérios, leia a presente edição comparando com ela. 
Desta forma você atualizará seus conhecimentos com mais facilidade. 
Retiramos algumas pequenas partes do livro, alteramos, simplificamos ou 
complementamos algumas Regras ortográficas. acrescentamos outros grafe- 
mas e conceitos da eLS que percebemos ser extremamente relevantes.observe, 
por exemplo, as regras sobre o uso do Movimento Simultâneo, Datilologia e 
os grafemas de Superfície. 
No final do livro, você encontrará também 02 apêndices e vários anexos. 
o Apêndice A traz as 111 Configurações de Mão da Libras numeradas e 
organizadas em grupos. assim, em todos os capítulos elas estão identificadas 
por este mesmo número a fim de facilitar sua consulta. No Apêndice B, está um 
Glossário Editorial em Libras. em seguida vem uma seção com vários anexos. 
o Anexo A traz a relação dos 111 trabalhos brasileiros sobre a escrita 
de Sinais (SignWriting) como elencados na pesquisa de Campos (2012). o 
Anexo B, traz o envelope e a carta de aniversário que o Madson escreveu para 
a Raquel, como ela relatou anteriormente. 
Do Anexo C ao K estão os resumos dos trabalhos que apresentamos e 
publicados junto com outros pesquisadores brasileiros no SignWriting Sympo- 
sium 2014 transmitido online. 
50 
 
 
Apresentação 51 
Para facilitar a busca no livro e seu uso em pesquisas, aulas, cursos, etc., 
incluímos 03 Índices Remissivos: Índice Remissivo por Palavras e Expressões 
Chave, Índice Remissivo dos Sinais Escritos no Livro e Índice Remissivo dos 
Grafemas da eLS. 
 
Supere seus recordes! 
 
 
Madson e Raquel Barreto 
 
 
P.S: No capítulo 05, você encontrará mais algumas orientações que potencia- 
lização ainda mais seu aprendizado da escrita de Sinais e seu aprofundamento 
em 06 níveis na Libras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CApítuLo 1 
 
 
54 Escrita de Sinais sem mistérios 
A HumAnidAde e A escritA 
 
a história pode ser dividida em antes e depois da escrita. Segundo Higounet 
(2003), até hoje, sua origem é um mistério. Diferentes civilizações utilizaram 
diversas formas e artifícios para escrever suas mensagens. Seu desenvolvimento 
se deu ao longo de muitos séculos até chegar à imprensa. e desde então tem se 
desenvolvido cada vez mais. 
através da fala (oral ou sinalizada), nos comunicamos no momento 
imediato, mas pela escrita podemos nos comunicar em tempos e lugares dife- 
rentes. É fato que hoje dispomos de tecnologias que nos permitem facilmente 
nos comunicar através de áudio e vídeo. Mas para isto é necessário utilizar 
equipamentos tais como telefones fixos ou móveis, computadores, conexão 
com a Internet, etc. que, por vezes, pode não ser prático ou até mesmo inaces- 
sível em determinadas situações (RoGeRS, 2005). 
a escrita desvela a vida dos povos e gerações passadas. É o meio mais 
usado na comunicação, pois possibilita tanto o registro quanto a recuperação 
do conhecimento e da própria história. a escrita é também um suporte para 
nossa memória. É através dela que organizamos nossa vida, registramos nossos 
sonhos, projetos, descobertas e ainda expomos sentimentos e ideias nos mais 
diversos gêneros, possibilitando a consulta individual posterior e deixando 
também nosso legado para as gerações futuras. 
Colocar o que pensamos e entendemos em um material perene e estático 
proporciona a chance de refletirmos sobre a própria linguagem e sobre os 
nossos pensamentos, permite que revisitemos formas antigas de expressão 
e possibilita reflexão sobre a forma como nos expressamos e sobre a 
adequação da nossa linguagem em expressar os nossos sentimentos 
(PeReIRa & FRoNZa, 2006, p. 01). 
Se não fosse a praticidade da escrita e seu poder de registro e perpetuação 
do conhecimento, a cada um ou dois séculos precisaríamos de novos(as) Curies, 
Einsteins, Drummonds, Dumonts, Meireles, Newtons, e de tantos outros homens 
e mulheres que nos deixaram contribuições inefáveis nas mais diversas áreas 
do conhecimento. 
Se a humanidade caminhou em passos tão largos nos últimos séculos e 
agora parece correr, é porque, tal qual reconheceu Isaac Newton, estamos “de 
pé sobre os ombros de gigantes” e, em grande medida, isto se deve à escrita. É 
imensurável o desenvolvimento social, neurológico e linguístico, dentre tantos 
outros aspectos, que a escrita traz ao ser humano. 
54 
 
 
Capítulo 1 55 
As LínguAs de sinAis X A esCritA 
Por muitos séculos, as Línguas de Sinais foram consideradas gestos, mímica, 
comunicação arcaica, ineficaz, diabólica, representação das Línguas orais e 
tantos outros termoserrôneos. É fato que o II Congresso Internacional de 
Milão22, ocorrido em 1880, rompeu com o desenvolvimento de pesquisas nas 
áreas de surdez, Línguas de Sinais, e afins. a história que conhecemos hoje 
poderia ser muito diferente. 
as comunidades surdas tiveram seu processo de busca e criação de uma 
escrita interrompida pelos mais de cem anos da exclusão de suas línguas 
que, de tão desqualificadas, nem eram cogitadas para objeto de pesquisas 
sérias (StUMPF, 2005, p. 46). 
a partir dos trabalhos de Stokoe (1960), as Línguas de Sinais receberam 
seu justo reconhecimento enquanto língua. Desde então, muitas pesquisas 
têm sido realizadas em todo o mundo. Com isso, houve grandes descobertas e 
conquistas. No Brasil, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi reconhecida 
por lei somente em 200223, com regulamentação em 200524. Contudo, o que 
está no papel não se tornou realidade no dia a dia das comunidades surdas. 
Processos judiciais ainda circulam em todo o país para efetivar o que já é lei. 
Pinker (1994) considera as Línguas de Sinais um mundo fantástico e 
afirma: 
 
Contrário às preconcepções populares, as línguas de sinais não são 
pantomimas e gestos, invenções de educadores, ou cifras das línguas orais 
da comunidade circundante. elas são encontradas onde quer que haja uma 
comunidade de pessoas surdas, e cada uma delas é uma língua distinta 
 
 
22 Com o objetivo de debater tópicos relacionados à educação de surdos, este segundo congresso 
foi realizado em 1880 em Milão, Itália. Contudo, o foco do debate foram as questões do oralismo, 
filosofia educacional que enfatiza o uso da fala em detrimento da Língua de Sinais. arbitra- 
riamente apenas um surdo estava presente (KUCHeNBeCKeR, 2006). Na votação final, o 
uso da Língua de Sinais foi oficialmente proibido e estigmatizado alegando-se “destruía a capa- 
cidade da fala dos surdos, argumentando que os surdos são “preguiçosos” para falar, preferindo 
usar a língua de sinais” (VeLoSo; MaIa Filho; 2009, p. 39). a partir de então, as Línguas de 
Sinais foram perseguidas nas instituições que trabalhavam com surdos. Contudo, tais línguas 
não morreram,pois às escondidas as crianças continuavam a usá-las.tais fatos trouxeram grandes 
implicações até os dias atuais na educação e no dia a dia dos sujeitos surdos em todo o mundo. 
23 Lei 10.436/2002. 
24 Decreto Lei 5.626/2005. 
55 
 
 
56 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
e completa, que utiliza os mesmos tipos da maquinaria gramatical encon- 
trada em todas línguas orais do mundo. Por exemplo, a Língua de Sinais 
americana, usada pela comunidade surda dos estados Unidos, não se 
assemelha ao inglês, ou à Língua Britânica de Sinais, mas se baseia em 
sistemas de concordância e de gênero de uma forma que é reminiscente 
do Navajo e do Bantu (PINKeR, 1994, p. 36, trad. nossa). 
Historicamente,não houve o desenvolvimento natural de qualquer tipo de 
escrita para as Línguas de Sinais, pelo menos não noticiado. Por uma ou outra 
razão, as comunidades surdas estiveram satisfeitas apenas com sua comunica- 
ção face a face. a cultura surda, por consequência, permaneceu essencialmente 
apenas em sua via expressiva, isto é, sinalizada, o que seria equivalente às demais 
línguas em sua modalidade oral. 
Por esta razão, não temos registro escrito em Língua de Sinais do teste- 
munho de pessoas surdas, seus diários, relatórios, literatura (contos, poesia, 
piadas, etc.) ou qualquer outra forma de esforço em documentar, via escrita, 
a experiência de vida surda do ponto de vista de um surdo em sua própria 
língua. Com o avanço das tecnologias, esta comunicação face a face migrou-se 
também para a Internet e telefonia móvel através das mais variadas formas. 
a escrita que os surdos usam em seu dia a dia não é de sua própria língua, 
mas da língua majoritária usada em seu país. Porém, em geral não é proficiente. 
Isto se deve a inúmeros fatores linguísticos, sociais e educacionais, dentre 
outros, cujo principal, apontado por Capovilla et al. (2006), é a descontinuidade 
entre o pensamento em Língua de Sinais, a expressão sinalizada nesta língua 
e, arbitrariamente, a escrita na Língua oral, sobre a qual falaremos com mais 
detalhes adiante. 
a educação bilíngue tão apregoada pelos movimentos sociais das comu- 
nidades surdas só será efetivamente plena quando incluir o ensino da Libras 
sinalizada e escrita e do Português Brasileiro escrito, possibilitando ao aluno 
desenvolvimento integral. o novo documento de educação Bilíngue dos 
Surdos do Ministério de educação e Cultura (MeC) diz que as crianças 
surdas devem adquirir a escrita de sinais no Brasil (tHoMa et al., 2014). 
Muitas pessoas argumentam que é difícil adquirir a Língua de Sinais e 
que mais difícil ainda seria o aprendizado da sua escrita. Contudo, o quadro é 
maior que apenas a particularidade de alguns frente ao desconhecido.os alunos 
surdos em idade escolar têm dificuldade na retenção de muitos conhecimentos, 
pois,arbitrariamente,sempre têm de fazer oregistro de seu aprendizado na Língua 
Portuguesa, sua Segunda Língua. Se recebem o conhecimento em Libras (via 
56 
 
 
Capítulo 1 57 
professor bilíngue ou intérprete de Libras), seria mais do que sensato propiciar- 
-lhe o registro de suas anotações, ideias, comentários e rascunhos escrevendo 
diretamente em Libras. 
ainda nesta linha, muitos surdos e ouvintes que estão no processo de 
aquisição da Libras permanecem fadados aos mesmos métodos de ensino. tais 
métodos geralmente associam-na tão diretamente ao Português, que culminam 
no empobrecimento da viva estrutura semântico sintática dessa língua, o no 
chamado Português Sinalizado. 
alcançar a fluência em uma língua implica em desenvolver a capacidade 
de pensar nesta língua, o que dispensaria traduções mentais de uma língua 
para outra. Mas a dependência do Português nos cursos e disciplinas de Libras 
leva os alunos a terem dificuldade em desenvolver esta aptidão. 
Muitos aprendizes ouvintes estudam de três a cinco anos (ou mais!) em um 
curso aqui, outro acolá, e grande parte desiste ou simplesmente não chega à 
fluência na Libras. Isto é frustrante para o aluno, para o professor e, principal- 
mente, para as comunidades surdas que deixam de ter mais um amigo ou profis- 
sional habilitado em Libras e, pior ainda, perdem a confiança nestas pessoas. 
a dificuldade que algumas pessoas têm em aprender o SignWriting (a 
escrita da Língua de Sinais assunto deste livro) em grande medida se deve à 
metodologia de ensino adotada, não à estrutura do sistema em si. tudo deve 
ser passo a passo, conforme veremos nesta obra. 
em todo o mundo, ao fazerem o registro escrito das Línguas de Sinais 
muitos pesquisadores usam transcrições em glosas. Nesta modalidade, escreve- 
-se em MaIÚSCULaS o termo da Língua oral cujo significado equivale 
ao sinal. Usa-se, por exemplo, CaSa para representar o sinal cujo significado 
é casa, moradia, local de habitação e, em alguns casos, o local de repouso. Muitas 
outras convenções são adotadas. 
Determinadas modalidades transcritivas são extremamente complexas 
na tentativa de abarcar o máximo de detalhes de um sinal ou discurso em LS. 
este é um uso inadequado para as glosas, como evidenciam Pizzuto, Rossini 
& Russo (2006): 
o termo “glosa” é uma nomeação errônea para a operação de etiquetagem 
que ocorre nas pesquisas das LS. De fato, glosas são apropriadamente 
usadas para auxiliar a anotação de dados de línguas orais/ escritas, não para 
substituir, mas para acompanhar, numa referência a uma língua conhecida 
 
57 
 
 
58 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
para o autor e para o leitor de um dado estudo, uma representação inde- 
pendente dos dados da língua investigada. o exemplo em (1) abaixo, extraído 
da Pulleyblank (1987: 988) ao descrever o Yoruba (uma língua nigeriana) 
ilustra este ponto. 
(1) ó gbé e wá 
ele/ela transportar isto veio 
‘ele/ela trouxe’ 
(PIZZUto, RoSSINI

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