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Escrita_de_Sinais_sem_mistrio_

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Ally Ferreira

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Ferramentas de estudo

Questões resolvidas

Quais são as características da escrita de Sinais abordadas nos capítulos 3 a 15?

Qual é o conteúdo do capítulo 17 do livro 'Escrita de Sinais sem mistérios'?

a) Configurações de Mão, Movimentos no Plano Diagonal, Expressões Não Manuais, Movimentos do Tronco, Giro do Tronco, Inclinação do Tronco, Visão do Corpo por Cima, A Língua, Pontuação, Os Parênteses, Praticando a Leitura, Glossário.
b) Configurações de Mão, Movimentos no Plano Diagonal, Expressões Não Manuais, Movimentos do Tronco, Giro do Tronco, Inclinação do Tronco, Visão do Corpo por Cima, A Língua, Pontuação, Os Parênteses, Praticando a Leitura, Glossário, Considerações Finais, Referências Bibliográficas.
c) Configurações de Mão, Tipos de Contato, Grafemas de Superfície, Praticando a Leitura, Glossário, Considerações Finais, Referências Bibliográficas.

Qual é o sistema de escrita que faz uso de relações espaciais de seus grafemas em uma “caixa” bidimensional para representar cada sinal?

a) Notação Mimographie
b) Notação de Stokoe
c) Hamburg Notation System (HamNoSys)
d) Sistema D’Sign
e) Notação de François Neve
f) Sistema de Escrita das Línguas de Sinais (ELiS)

Quais são os desdobramentos do que começou a ser plantado na década de 1990 no Brasil em relação à escrita de Sinais pelo SignWriting?

Qual é o título do trabalho de Joe C. Martin de 2007?

a) A linguistic comparison two notation systems for signed languages: Stokoe Notation and Sutton SignWriting
b) Writing and signed languages
c) SignHTML: editor HTML para escrita de Língua de Sinais

Qual é o título da obra publicada por Barreto & Barreto em 2012, com o objetivo de difundir o sistema SignWriting no Brasil?

a) Escrita de Sinais sem mistérios
b) SignWriting no Brasil
c) A produção Linguística Terminológica da Libras

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Questões resolvidas

Quais são as características da escrita de Sinais abordadas nos capítulos 3 a 15?

Qual é o conteúdo do capítulo 17 do livro 'Escrita de Sinais sem mistérios'?

a) Configurações de Mão, Movimentos no Plano Diagonal, Expressões Não Manuais, Movimentos do Tronco, Giro do Tronco, Inclinação do Tronco, Visão do Corpo por Cima, A Língua, Pontuação, Os Parênteses, Praticando a Leitura, Glossário.
b) Configurações de Mão, Movimentos no Plano Diagonal, Expressões Não Manuais, Movimentos do Tronco, Giro do Tronco, Inclinação do Tronco, Visão do Corpo por Cima, A Língua, Pontuação, Os Parênteses, Praticando a Leitura, Glossário, Considerações Finais, Referências Bibliográficas.
c) Configurações de Mão, Tipos de Contato, Grafemas de Superfície, Praticando a Leitura, Glossário, Considerações Finais, Referências Bibliográficas.

Qual é o sistema de escrita que faz uso de relações espaciais de seus grafemas em uma “caixa” bidimensional para representar cada sinal?

a) Notação Mimographie
b) Notação de Stokoe
c) Hamburg Notation System (HamNoSys)
d) Sistema D’Sign
e) Notação de François Neve
f) Sistema de Escrita das Línguas de Sinais (ELiS)

Quais são os desdobramentos do que começou a ser plantado na década de 1990 no Brasil em relação à escrita de Sinais pelo SignWriting?

Qual é o título do trabalho de Joe C. Martin de 2007?

a) A linguistic comparison two notation systems for signed languages: Stokoe Notation and Sutton SignWriting
b) Writing and signed languages
c) SignHTML: editor HTML para escrita de Língua de Sinais

Qual é o título da obra publicada por Barreto & Barreto em 2012, com o objetivo de difundir o sistema SignWriting no Brasil?

a) Escrita de Sinais sem mistérios
b) SignWriting no Brasil
c) A produção Linguística Terminológica da Libras

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escrita 
desem 
smistériosinais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Madson Barreto raquel Barreto 
 
escrita 
dsee
m 
smiinstéariioss 
2 ª Edição 
REvista,atualizada 
E ampliada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 VOLUME 1 
 
 
 
 
© 2015 Madson Barreto | Raquel Barreto 
 
 
Diagramação, capa e edição de imagens 
Revisão do Português Brasileiro 
Fotografia 
Medson Barreto 
Dr. Juscelino Silva 
Medson Barreto 
Raquel Barreto 
 
 
 
B273e BaRReto, Madson 
escrita de Sinais sem mistérios / Madson Barreto, Raquel Barreto. 2. ed. rev. 
atual. e ampl. – Salvador, v. 1: Libras escrita, 2015. 
[ ]v. ; 416 p. ; il. ; 22 cm x 15 cm x 2 cm. 
obedece ao novo acordo ortográfico, decreto nº 6.583/2008. 
ISBN: 978-85-69197-00-3 
1. escrita de Sinais. 2. SignWriting. 3. Língua Brasileira de Sinais (Libras). 
4. Uso da escrita de Sinais. 5. Benefícios da escrita de Sinais. 
 
 
Igor Rezende Quintal – Bibliotecário CRB6-2881 
CDD: 419.071 
CDU: 81’221.24 
 
 
librasescrita.com.br 
/librasescrita 
contato@librasescrita.com.br 
 
todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida 
ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico ou 
mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema 
ou banco de dados sem permissão escrita dos autores. 
 
Impresso no Brasil 
2015 
mailto:contato@librasescrita.com.br
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Às comunidades surdas brasileiras, aos tradutores 
intérpretes de Libras, educadores, pesquisadores 
da Libras e familiares de surdos por sonharem e 
lutarem pela educação bilíngue para surdos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
x Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
10 
 
 
Agradecimentos xi 
 
11 
 
 
xii 
 
 
12 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Agradecimentos xiii 
 
13 
 
 
xiv 
 
14 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Agradecimentos xv 
 
15 
 
 
xvi 
 
16 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Agradecimentos xvii 
 
17 
 
 
xviii 
 
18 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Agradecimentos xix 
 
19 
 
 
xx Escrita de Sinais sem mistérios 
AgrAdecimentos 
 
a Deus por sua presença constante e abundante em nossas vidas, por nos 
chamar para sua obra, nos fortificar e direcionar na produção deste livro e 
nas ações resultantes. Muito obrigado pela forma como nos tem ensinado. as 
peças do quebra-cabeça da vida estão se encaixando cada vez mais. todos os 
postes, fiações, subestações elétricas e até mesmo hidrelétricas que construímos 
já estão começando a levar energia e vida para alguns. Novas lâmpadas serão 
construídas e iluminarão a muitos até que seja dia perfeito. 
aos nossos pais, irmãos (ãs) e cunhados (as) pelo apoio e orações. em 
especial ao Medson Barreto por trabalhar com carinho, muita paciência, 
criatividade e zelo na produção desta obra por ‘infinitas’ horas... Sua amizade 
e companheirismo fazem total diferença em nossas vidas. aprendemos muito 
com você nos últimos anos. Continue sonhando, você vai longe! 
aos amigos esp. Bruno Villas Boas, esp. César Costa, Cristiano Justo, 
esp. edmilson Lucena, esp. Fred Silveira, Greisy Paini, esp. Inessa Franco, 
Izabel Lima, Marco Fritisch, Mariléia Wagner, Michael Belmonte, esp. oto 
alvarenga, esp. Paulo Sarneel, Renata oliveira, Robson César, esp. Rogério 
Rossi, esp. Sandra Guimarães, esp. terezinha Gnoatto e Yanavalim Cristina. 
Nossa eterna gratidão a Deus por suas vidas e pela forma como têm inspirado 
e orientado nossa caminhada nos levando a, com maestria, buscar ser cada vez 
mais relevantes para as pessoas; 
aos amigos do Letras/ Libras, em especial ao esp. anderson Rodrigues, 
Cristiana Klimsa, Pedro Zampier, esp. Rodrigo Malta, Sônia Leal, esp. 
tatiana Quites e esp. Walquíria angélica pelo incentivo constante; 
ao Grupo de estudos da escrita de Sinais do CeFet-MG pelo 
aprendizado mútuo, em especial aos amigos esp. Yuri e Mayra Kazzaz pelo 
apoio e incentivo; 
À profa. Dra. Vera Lúcia Souza e Lima por nos motivar à pesquisa; ao 
prof. tutor Me. antônio Marcondes e ao prof. (tutor) Me. Renato Calixto pelo 
apoio e incentivo; 
Às profas. Maria José e Sônia Madureira, aos missionários Gilmar 
e esp. Marília Manhães e ao pastor e prof. Me. Henrique de araújo pelo 
encorajamento, dicas e orientações; 
À Valerie Sutton por vencer os obstáculos de sua vida e criar este maravi- 
lhoso e funcional sistema de escrita para as Línguas de Sinais; ao casal Steve e 
20 
 
 
Agradecimentos xxi 
Dianne Parkhurst e aos demais membros da lista de discussão do SignWriting 
por compartilhar seu conhecimento e experiências esclarecendo nossas dúvidas; 
ao Dr. antônio Carlos da Rocha Costa, por suas inúmeras contribuições 
ao avanço da escrita de Sinais no Brasil e no mundo, e também pela prontidão 
nos esclarecimentos prestados a nós. 
À profa. Dra. Ronice Quadros pelo apoio; à profa. Dra. Marianne Stumpf 
pelo seu empenho por melhores dias para as comunidades surdas ao contribuir 
com o desbravamento dos caminhos da escrita de Sinais, pavimentando e 
ajudando tantos outros a pavimentarem estas estradas. 
aos incontáveis pesquisadores brasileiros da escrita de Sinais, com seu 
espírito audacioso e inovador, e ao Grupo “SignWriting Brasil” no Facebook por 
abrirem novos caminhos para a educação de surdos; 
À Igreja Batista da Graça (Salvador/ Ba) pela visão de alcançar as comu- 
nidades surdas integralmente com o evangelho; 
ao Me. Roberto e esp. Sheila Costa pela tão preciosa amizade, conversas 
e constante incentivo; 
aos amigos surdos que, mesmo sem saber, nos motivaram e deram muitas 
ideias para esta obra; 
aos nossos leitores e alunos pelas perguntas e sugestões que tanto 
contribuíram para nossas vidas. Vocês são o meio pelo qual a eLS tem chegado 
a milhares de pessoas por todo o Brasil; 
a todos os professores que compartilharam conosco o saber em diferentes 
etapas de nossa vida nos ensinando a amar as pessoas e nos desafiando a deixar 
um legado. Pastores e profs. Dr. Juscelino Silva e Me. Josué Campanhã, o 
ensino de vocês por palavras e ações faz parte disto e muito nos motivou. 
Nosso muito obrigado ao Dr. Juscelino, grande amigo, também por aceitar o 
convite de revisar esta obra; 
enfim, nosso muito obrigado a todos que direta ou indiretamente nos 
auxiliaram, nos motivaram ou oraram pela pesquisa e produção desta obra, 
mas aqui não foram citados. 
“Sobre os ombros de gigantes” ... 
 
 
 
21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
aGRaDeCIMeNtoS ......................................................................................... ix 
LISta De QUaDRoS ....................................................................................... 31 
LISta De FIGURaS .......................................................................................... 32 
PReFÁCIo À 2ª eDIÇÃo ............................................................................33 
PReFÁCIo À 1ª eDIÇÃo ............................................................................37 
aPReSeNtaÇÃo .............................................................................................. 39 
Como aprofundar-se em 06 níveis na Libras através do estudo deste livro.39 
Como chegamos até aqui ........................................................................... 41 
Um pouco do que acontece no cérebro ...................................................... 47 
Como o livro está organizado .................................................................... 48 
Sobre a 2ª edição e suas novidades ............................................................. 50 
CaPítULo 1 ................................................................................................53 
a HUMaNIDaDe e a eSCRIta ............................................................ 54 
as Línguas de Sinais Xa escrita ............................................................... 55 
os surdos e a escrita .................................................................................. 60 
Sistemas de escrita ou de Notação das Línguas de Sinais ......................... 62 
CaPítULo 2 ................................................................................................69 
o SISteMa De eSCRIta SIGNWRITING ............................................. 70 
Características da escrita de Sinais ............................................................ 76 
CaPítULo 3 ................................................................................................85 
aQUISIÇÃo Da LeItURa e eSCRIta eM SIGNWRITING ............. 86 
CaPítULo 4 ................................................................................................95 
a eSCRIta De SINaIS No BRaSIL ...................................................... 96 
Programas Computacionais e Informática ................................................. 97 
a escrita de Sinais na Lexicografia e nos estudos Linguísticos ............. 101 
a escrita de Sinais na literatura em Libras ........................................... 103 
a escrita de Sinais na educação de Surdos .......................................... 104 
a escrita de Sinais na alfabetização e no processo de aquisição da L2 ... 109 
a escrita de Sinais como fator de acessibilidade .................................... 110 
24 Escrita de Sinais sem mistérios 
sumário 
 
 
CaPítULo 5 .............................................................................................. 117 
DUaS PeRSPeCtIVaS ............................................................................. 121 
Perspectiva Receptiva ............................................................................... 121 
Perspectiva expressiva .............................................................................. 121 
oRIeNtaÇÕeS De MÃo ........................................................................ 122 
a palma da mão ................................................................................. 122 
o dorso da mão .................................................................................. 123 
o lado da mão .................................................................................... 123 
Rotação da mão ........................................................................................ 124 
tIPo De CoNtato ................................................................................. 124 
tocar ........................................................................................................ 124 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ........................................................ 125 
LoCaÇÃo ........................................................................................... 126 
a cabeça ............................................................................................. 126 
CaPítULo 6 .............................................................................................. 127 
oRIeNtaÇÕeS Da PaLMa ................................................................... 128 
Visão de Frente ......................................................................................... 128 
Visão de Cima .......................................................................................... 128 
eSCRIta De SINaIS À MÃo ................................................................. 130 
SetaS BÁSICaS De MoVIMeNto ...................................................... 132 
Plano Parede ............................................................................................. 132 
tIPo De CoNtato ................................................................................. 133 
escovar ...................................................................................................... 133 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ........................................................ 134 
ReGRaS oRtoGRÁFICaS ..................................................................... 136 
Posição do contato .................................................................................... 136 
CaPítULo 7 .............................................................................................. 139 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ........................................................ 140 
SetaS BÁSICaS De MoVIMeNto ...................................................... 142 
Plano Chão ............................................................................................... 142 
escrevendo percursos sobrepostos ............................................................ 145 
LoCaÇÕeS ..................................................................................... 146 
24 
Sumário 25 
 
 
os ombros e o peito ................................................................................. 146 
a face ....................................................................................................... 147 
ReGRaS oRtoGRÁFICaS .................................................................... 148 
Uso ou omissão do grafema tocar ......................................................... 148 
CaPítULo 8 .............................................................................................. 151 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ......................................................... 152 
oUtRaS SetaS De MoVIMeNto ..................................................... 154 
MUDaNÇa De CoNFIGURaÇÃo De MÃo e De oRIeNtaÇÃo 
Da PaLMa ........................................................................... 155 
LoCaÇÕeS ...................................................................................... 155 
as sobrancelhas ....................................................................................... 155 
os olhos ................................................................................................... 156 
o nariz ................................................................................................. 156 
a boca ................................................................................................. 156 
eSCReVeNDo eM CoLUNaS (I) ................................................ 157 
PoNtUaÇÃo ............................................................................................ 157 
traço Final .............................................................................................. 158 
PRatICaNDo a LeItURa .................................................................... 159 
GLoSSÁRIo ........................................................................................ 161 
CaPítULo 9 .............................................................................................. 163 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ......................................................... 164 
Quando a direção dos Dedos é importante .............................................. 166 
MoVIMeNtoS DoS DeDoS ................................................................ 167 
articulação Média fecha .......................................................................... 167 
articulação Média abre ............................................................................ 167 
MoVIMeNtoS CIRCULaReS .............................................................. 168 
teMPoS Do MoVIMeNto .................................................................. 170 
Movimento Simultâneo ........................................................................... 170 
Movimento alternado ............................................................................. 171 
tIPoS De CoNtato .............................................................................. 172 
esfregar em Círculo ................................................................................. 172 
esfregar Linear .........................................................................................172 
25 
 
 
26 Escrita de Sinais sem mistérios 
eSCReVeNDo eM CoLUNaS (II)............................................... 173 
PRatICaNDo a LeItURa .................................................................... 175 
GLoSSÁRIo ......................................................................................... 177 
CaPítULo 10 ............................................................................................ 179 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ........................................................ 180 
MoVIMeNtoS CURVoS ........................................................................ 182 
MoVIMeNtoS DoS DeDoS ................................................................. 183 
Flexão do dedo na articulação Proximal ................................................... 183 
extensão do dedo na articulação Proximal ............................................... 184 
Flexão e extensão dos dedos na articulação Proximal .............................. 184 
teMPo De MoVIMeNto ..................................................................... 184 
Movimento Consecutivo .......................................................................... 184 
PoNtUaÇÃo ............................................................................................. 185 
enunciação e Pausa Curta ......................................................................... 185 
PRatICaNDo a LeItURa .................................................................... 186 
GLoSSÁRIo ........................................................................................ 189 
CaPítULo 11 ............................................................................................ 189 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ........................................................ 190 
MoVIMeNtoS DoS DeDoS ................................................................. 192 
Flexão e extensão dos dedos alternadamente na articulação Proximal .... 192 
Flexão dos dedos alternadamente na articulação Proximal ...................... 193 
extensão dos dedos alternadamente na articulação Proximal ................... 193 
tIPoS De CoNtato ............................................................................... 194 
Pegar ......................................................................................................... 194 
tocar entre .............................................................................................. 194 
LoCaÇÕeS ..................................................................................... 195 
o cabelo e a orelha ................................................................................. 195 
MoVIMeNtoS CURVoS ........................................................................ 195 
MoVIMeNtoS DoS DeDoS ................................................................. 197 
abrir e fechar entre duas Superfícies ..................................................... 197 
PRatICaNDo a LeItURa .................................................................... 199 
GLoSSÁRIo ........................................................................................ 203 
26 
 
 
Sumário 27 
CaPítULo 12 ............................................................................................ 205 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ........................................................ 206 
tIPoS De CoNtato .............................................................................. 208 
Bater ........................................................................................................ 208 
LoCaÇÕeS ..................................................................................... 209 
o pescoço ........................................................................................... 209 
atrás da cabeça ........................................................................................ 209 
os ombros e a cintura .............................................................................. 209 
eXPReSSÕeS NÃo MaNUaIS ..................................................... 210 
Movimento dos ombros para cima ou para baixo .................................... 210 
oUtRoS tIPoS De MoVIMeNto ..................................................... 211 
PRatICaNDo a LeItURa .................................................................... 213 
GLoSSÁRIo ....................................................................................... 216 
CaPítULo 13 ............................................................................................ 217 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ........................................................ 218 
o aLFaBeto MaNUaL ......................................................................... 219 
MoVIMeNtoS Do aNteBRaÇo ....................................................... 223 
Rotação paralela à Parede ........................................................................ 223 
Rotação paralela ao Chão: braço estendido ............................................. 225 
Rotação paralela ao Chão: braço paralelo à frente do tórax ..................... 226 
Movimento de agito do antebraço ........................................................... 226 
tIPoS De CoNtato .............................................................................. 227 
outros contatos entre ......................................................................... 227 
eXPReSSÕeS NÃo MaNUaIS ..................................................... 228 
as sobrancelhas ....................................................................................... 228 
PRatICaNDo a LeItURa .................................................................... 229 
GLoSSÁRIo ....................................................................................... 233 
CaPítULo 14 ............................................................................................ 235 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ........................................................ 236 
MoVIMeNtoS De GIRo Do aNteBRaÇo .................................... 238 
DINÂMICa De MoVIMeNto ............................................................. 238 
tensão ..................................................................................................... 238 
 
 
27 
28 Escrita de Sinais sem mistérios 
o conceito de Pressão ......................................................................... 240 
eSCReVeNDo UM CLaSSIFICaDoR .............................................. 241 
eXPReSSÕeS NÃo MaNUaIS ...................................................... 242 
a boca ................................................................................................. 242 
PoNtUaÇÃo ............................................................................................. 245 
Interrogação .............................................................................................. 245 
PRatICaNDo a LeItURa .................................................................... 247 
GLoSSÁRIo ......................................................................................... 251 
CaPítULo 15 ............................................................................................ 253 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ........................................................ 254 
eXPReSSÕeS NÃo MaNUaIS ..................................................... 255 
os olhos ................................................................................................... 255 
Direção do olhar ....................................................................................... 256 
DINÂMICaS De MoVIMeNto ............................................................ 258 
Rápido ...................................................................................................... 258 
Lento......................................................................................................... 258Relaxado ................................................................................................... 259 
PRatICaNDo a LeItURa .................................................................... 260 
GLoSSÁRIo ........................................................................................ 264 
CaPítULo 16 ............................................................................................ 265 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ........................................................ 266 
MoVIMeNtoS oRIGINaDoS No PULSo ........................................ 267 
Movimentos Circulares ............................................................................ 267 
Movimentos Retos .................................................................................... 268 
eXPReSSÕeS NÃo MaNUaIS ..................................................... 270 
Bochechas e respiração............................................................................. 270 
Dentes e lábios.......................................................................................... 271 
PRatICaNDo a LeItURa .................................................................... 273 
GLoSSÁRIo ........................................................................................ 276 
CaPítULo 17 ............................................................................................ 277 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ........................................................ 278 
 
 
MoVIMeNtoS No PLaNo DIaGoNaL ........................................... 279 
28 
Sumário 29 
Diagonal para frente ou para trás ............................................................. 279 
eXPReSSÕeS NÃo MaNUaIS....................................................... 281 
Movimentos do tronco ............................................................................. 281 
Giro do tronco ......................................................................................... 282 
Inclinação do tronco ................................................................................ 282 
Visão do corpo por cima .......................................................................... 283 
a língua ............................................................................................... 283 
PoNtUaÇÃo ............................................................................................ 284 
os Parênteses ........................................................................................... 284 
PRatICaNDo a LeItURa .................................................................... 286 
GLoSSÁRIo ........................................................................................ 288 
CaPítULo 18 ............................................................................................ 289 
oS SINaIS NoMe e oS toPÔNIMoS ................................................ 290 
CoNFIGURaÇÕeS De MÃo ......................................................... 291 
tIPoS De CoNtato .............................................................................. 292 
Grafemas de Superfície ............................................................................ 292 
PRatICaNDo a LeItURa .................................................................... 295 
GLoSSÁRIo ........................................................................................ 298 
CoNSIDeRaÇÕeS FINaIS .................................................................... 299 
ReFeRÊNCIaS BIBLIoGRÁFICaS ......................................................... 303 
aPÊNDICe a: Configurações de Mão da Libras ............................................... 321 
aPÊNDICe B: Glossário editorial em Libras .................................................... 331 
aNeXo a: Relação de todos os trabalhos brasileiros sobre a escrita de Sinais 
(SignWriting) como citados por Campos (2012) ...............................................333 
aNeXo B: envelope e carta de aniversário de Madson Barreto para Raquel 
Barreto em 2011 .............................................................................. 341 
aNeXo C: Professores de surdos do centro de apoio pedagógico de Ipiaú e a 
alfabetização em SignWriting ........................................................... 343 
aNeXo D: a perspectiva dos surdos sobre o SignWriting na cidade de 
Ipiaú/ Ba .............................................................................................. 347 
aNeXo e: o SignWriting na educação brasileira de surdos: de 1996 até hoje ... 351 
aNeXo F: ensinando e aprendendo o SignWriting em um curso on-line: as 
 
 
experiências do professor e dos alunos ............................................. 355 
aNeXo G: a mágica por trás das câmeras: ensinando o SignWriting em um 
curso on-line .................................................................................... 359 
29 
30 Escrita de Sinais sem mistérios 
aNeXo H: a relevância do SignWriting como recurso para a transcrição fonológica 
das línguas de sinais ......................................................................... 363 
aNeXo I: “escrita de Sinais sem mistérios”: o primeiro livro brasileiro para 
o ensino do SignWriting.................................................................... 367 
aNeXo J: a produção linguístico terminológica da Língua Brasileira de Sinais 
(Libras) e o SignWriting .................................................................... 371 
aNeXo K: tradução para o SignWriting de resumos de teses de doutorado 
e artigos: um novo paradigma ........................................................... 375 
íNDICe ReMISSIVo De PaLaVRaS oU eXPReSSÕeS CHaVe ........ 379 
íNDICe ReMISSIVo DoS GRaFeMaS Da eSCRIta De SINaIS ...... 389 
orientações da Palma................................................................................ 389 
Configurações de Mão .............................................................................. 390 
Movimentos .............................................................................................. 394 
Dinâmica e tempo .................................................................................. 398 
outras Partes do Corpo ............................................................................ 399 
Pontuação ................................................................................................. 402 
íNDICe ReMISSIVo DoS SINaIS eSCRItoS No LIVRo .................... 403 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
 
 
ListA de QuAdros 
Quad. 01: Sinal de “casa” (1) e de “carro” (2) em Libras ................... 40 
Quad. 02: alguns grafemas utilizados na Mimographie..................... 63 
Quad. 03: Configurações de Mão na Notação de Stokoe .................. 64 
Quad. 04: Língua de Sinais na Notação de Stokoe ............................ 64 
Quad. 05: algumas Configurações de Mão no HamNoSys ................ 65 
Quad. 06: Sinal de Ball (Bola) na LS alemã escrita em HamNoSys ........................ 65 
Quad. 07: texto escrito em D’Sign ......................................................................... 65 
Quad. 08: Notação de François Neve ...................................................................... 66 
Quad. 09: texto em eLiS e sua respectiva tradução livre para o Português ............ 67 
Quad. 10: SignWriting Detalhado (1974-1976). Sentença em LS Dinamarquesa 
“De ter far” (“É pai” ou “Que é pai” em português) ............................................... 71 
Quad. 11: Escrita de Sinais Moderna. Sentença em LS Dinamarquesa 
“De ter far” (“É pai” ou “Que é pai” em português) .............................................. 73 
Quad. 12: escrita Impressa X escrita Cursiva .......................................................... 75 
Quad. 13: Grafemas para algumas das Locações na cabeça .................................... 77 
Quad. 14: Sinais indígenas. aldeia CoroaVermelha (Santa Cruz Cabrália/ Ba) ... 81 
 
 
 
 
 
 
Fig. 05: tela da função “editor de sinais/ SignMaker” no SignPuddle 2.0 ................ 74 
Fig. 06: Diferença entre desenhos e sistemas de escrita ........................................... 78 
Fig. 07: envelope da carta de aniversário para Raquel Barreto .............................. 341 
Fig. 08: Carta de aniversário para Raquel Barreto em 2011 ................................... 342 
ListA de FigurAs 
 
Fig. 01: Captura de tela com a quantidade de materiais estudados .... 43 
Fig. 02: toalha de mão bordada com o sinal da Raquel e seu 
nome em eLS ............................................................................... 45 
Fig. 03: Cartão de felicitação pelo aniversário de casamento 
em 2011 .............................................................................................. 46 
Fig. 04: DanceWriting (SUttoN, 1973) .......................................... 70 
 
 
 
PreFácio À 2ª ediÇÃo 
Valerie Sutton1 
Sinto-me muito honrada em testemunhar a publicação desta 
segunda edição do clássico “escrita de Sinais sem mistérios”. 
Por 19 anos eu tive o privilégio de trabalhar à distância, via 
internet, com pesquisadores brasileiros, programadores, educadores e 
membros da comunidade surda brasileira. todos têm sido pessoas amáveis, 
graciosas, otimistas. eu aprendi muito com os meus contatos brasileiros. 
e me sinto grata àqueles no Brasil que estão tomando a iniciativa de 
escrever a sua língua de sinais, a Libras. 
a Libras agora é uma língua escrita, e isto é possível por causa dos bravos 
brasileiros que aproveitaram a oportunidade, sendo pioneiros de uma nova 
ideia. 
e Madson e Raquel Barreto, os autores deste livro, são dois desses 
pioneiros. 
obrigada, Madson e Raquel, por seu trabalho duro e dedicação ao 
princípio de que quem fala em Libras merece uma forma de ler e escrever sua 
própria língua. 
alfabetização em todas as línguas, orais ou sinalizadas, abre as portas da 
comunicação e do conhecimento para todos. todas as línguas são aprimoradas 
quando podem ser escritas, traduzidas e publicadas, e as línguas de sinais não 
são exceção. 
o SignWriting começou no Brasil em 1996 quando o Dr. antônio 
Carlos da Rocha Costa, um professor da Pontifícia Universidade Católica do 
Rio Grande do Sul em Porto alegre, entrou em contato comigo e veio me 
visitar na minha casa em La Jolla, Califórnia. Daquele momento em diante, o 
SignWriting começou a se espalhar pelo Brasil. 
em 18 de agosto de 2011, o jovem entusiasmo do Madson Barreto 
pelo SignWriting me saltou aos olhos subitamente na Lista de Discussão 
do SignWriting. Fiquei impressionada com as mensagens de Madson sobre 
 
1 Center for Sutton Movement Writing. Criadora do SignWriting (escrita de Sinais) e das outras 
quatro seções do Sutton Movement Writing, um sistema para ler e escrever movimentos do 
corpo. 
 
 
34 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
como escrever as Configurações de Mãos brasileiras. eu podia sentir que algo 
importante estava acontecendo. aqui estava um jovem brilhante ansioso para 
documentar e ensinar a leitura e escrita da Libras com novos materiais de 
instrução. 
No dia 5 de julho de 2012, minha campainha tocou e um pacote do Brasil 
estava em minha porta! ao abri-lo, encontrei um belo novo livro intitulado 
“escrita de Sinais sem mistérios, Volume 1”. Junto ao livro estava um adorável 
pacote de papel que era uma obra de arte, com pequenos sinais escritos nele 
todo. eu sempre vou guardar a memória de abrir este livro pela primeira vez e 
ver a Libras escrita em colunas verticais escrita de forma tão clara e bela. 
De 21 a 24 de julho de 2014, nós celebramos o aniversário de 40 anos do 
SignWriting com o Simpósio online, transmitido ao vivo via Google Hangouts 
e Youtube. Foram 40 apresentações de 12 países. Dezesseis dos 42 palestrantes 
eram do Brasil. e muito do sucesso do Simpósio, com tantos apresentadores do 
Brasil, pode ser atribuído a Madson Barreto. Madson apresentou e coordenou 
9 das 40 apresentações. ele e sua adorável esposa Raquel devem ser aplaudidos 
por contribuir tanto com o sucesso do SignWriting Symposium 2014. 
este importante novo livro é uma contribuição valiosa para a educação 
em Libras, e para todos aqueles que usam o SignWriting no Brasil em todo o 
mundo. 
 
Valerie Sutton 
La Jolla, Califórnia 
10 de fevereiro de 2014 
www.SignWriting.org 
sutton@signwriting.org 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
http://www.signwriting.org/
mailto:sutton@signwriting.org
 
 
Prefácio à 2ª Edição 35 
PreFAce (originAL) 
Valerie Sutton2 
I feel very honored to witness the publication of this second edition of the 
classic book, “escrita de Sinais sem mistérios”. 
For 19 years I have had the privilege of working from afar, over the 
internet, with Brazilian researchers, software developers, educators and 
members of the Brazilian Deaf Community. all have been kind, gracious, 
optimistic people. I have learned much from my Brazilian acquaintances. 
and I am grateful to those in Brazil who are taking the initiative to write 
their sign language, LIBRaS. 
LIBRaS is now a written language, and this is possible because of brave 
Brazilians who took the chance, pioneering a new idea. 
and Madson and Raquel Barreto, the authors of this book, are two of 
these pioneers. 
Thank you, Madson and Raquel, for your hard work and dedication to 
the principle that those who use LIBRaS deserve a way to read and write 
their own language. 
Literacy in all languages, spoken or signed, opens the doors of commu- 
nication and knowledge for everyone. all languages are enhanced when they 
can be written, translated and published, and sign languages are no exception. 
SignWriting began in Brazil in 1996 when Dr. antônio Carlos da Rocha 
Costa, a professor at the Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do 
Sul in Porto alegre, contacted me and came to visit me in my home in La 
Jolla, California. From that time on, SignWriting began to spread in Brazil. 
on august 18th, 2011, Madson Barreto’s youthful enthusiasm for 
SignWriting leaped out at me by surprise on the SignWriting List. I was 
impressed with Madson’s messages about writing Brazilian handshapes. I 
could feel something important was happening. Here was a brilliant young 
man eager to document and teach the reading and writing of LIBRaS with 
new instruction materials. 
 
 
2 Center for Sutton Movement Writing. Inventor of SignWriting and all the other four sec- 
tions of Sutton Movement Writing, a system for reading and writing body movement. 
35 
 
 
36 Escrita de Sinais sem mistérios 
on July 5th, 2012, my doorbell rang and a package from Brazil was on 
my doorstep! I opened it to find a beautiful new book entitled “escrita de 
Sinais sem mistérios, Volume 1”. Included with the book was a lovely paper 
bag that was a piece of art, with small written signs all over the bag. I will 
always treasure the memory of opening the book for the first time and seeing 
written LIBRaS in vertical columns so clearly and beautifully written. 
on July 21-24, 2014, we celebrated SignWriting’s 40th birthday with 
the SignWriting Symposium online, broadcast live on Google Hangouts and 
Youtube. There were 40 presentations from 12 countries. Sixteen of the 42 
presenters were from Brazil. and much of the success of the Symposium, 
with so many presenters from Brazil, can be attributed to Madson Barreto. 
Madson presented and coordinated 9 of the 40 presentations. He and his 
lovely wife Raquel should be commended for contributing so much to the 
success of the SignWriting Symposium 2014. 
This important new book is a valuable contribution to LIBRaS educa- 
tion, and for all those who use SignWriting in Brazil, and around the world. 
 
Valerie Sutton 
La Jolla, California 
February 10, 2014 
www.SignWriting.org 
sutton@signwriting.org36 
http://www.signwriting.org/
mailto:sutton@signwriting.org
 
 
 
 
PreFácio À 1ª ediÇÃo 
Marianne Rossi Stumpf, Dra.3 
 
em um artigo que escrevi em 2002 conto como iniciamos em 1996, em 
Porto alegre, as pesquisas sobre o SignWriting aqui no Brasil. Como 
fiquei surpresa ao reconhecer naquela escrita os sinais de uma língua 
de sinais e feliz ao compreender que ela podia ser escrita. após três 
anos de pesquisa, a tradução parcial e adaptação do Inglês/ aSL (Língua de 
Sinais americana) para Português/ Libras do livro “Lessons in SignWriting”, de 
Valerie Sutton, publicado originalmente pelo DaC – Deaf Action Committee 
for SignWriting, resultaram na construção do “Lições sobre o SignWriting” e do 
primeiro software SW-Edit para escrita da Língua de Sinais Brasileira pelo 
sistema SignWriting que foi colocado no site. a partir daí, a escrita dos sinais da 
Libras pelo sistema SignWriting começou a poder ser desenvolvida no Brasil. 
em 2006, com o início do 1º Curso Letras/ Libras a distância, foi dado um 
grande impulso a nossa escrita, ele levou aos surdos brasileiros, de 18 estados, 
esses conhecimentos como parte do seu currículo. 
a publicação do livro: Escrita de Sinais sem mistérios utiliza grande parte 
da metodologia e é construído a partir dos materiais da disciplina de escrita 
dos sinais que compõe o Curso Letras/ Libras. Parabenizo aos organizadores 
Madson e Raquel Barreto pela dedicação e iniciativa de realizar esse trabalho 
e ao CeFet-MG, com seu Grupo de estudos da escrita de Sinais, pelos 
avanços acrescentados ao estudo da escrita de Sinais pelo sistema SignWriting. 
a educação Bilíngue brasileira e, em particular o estado de Minas Gerais, 
um estado possuidor de uma forte cultura que muitas vezes impulsionou os 
avanços conquistados pelos surdos brasileiros, ficam enriquecidos com essa 
publicação. 
“A cultura não trabalha, move, muda ou transforma, mas é trabalhada, 
movida, mudada, ou transformada. São as pessoas que fazem coisas...” Lynd, 1939. 
 
 
 
3 Doutora em Informática na educação (UFRGS). Pós-doutora pela Universidade Católica 
Portuguesa. Professora adjunta da UFSC. Membro da comissão de educação bilíngue do MeC. 
Membrodacomissãotécnicado Pro-Libras(MeC).Primeirasurdano Brasilapesquisaraescrita 
de Sinais como membro da equipe do prof. Dr. antônio Carlos da Rocha Costa no projeto 
SignNet iniciado em 1996. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o que você tem em mãos não é apenas mais um livro. Mas uma porta que te 
guiará ao caminho para elevar sua experiência pessoal e sua atuação profissional 
com a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Independentemente do nível que 
você se encontra atualmente, nós acreditamos que você pode ir além. 
Se você é surdo (a), já imaginou fazer anotações de aulas, palestras diretamente 
em Libras, sem depender do Português? 
Já imaginou poder deixar um recado importante escrito diretamente em 
Libras, sem passar pelo Português? Já imaginou poder escrever um livro ou história 
completa em Libras? 
Se você está aprendendo a Libras, já imaginou poder memorizar sinais com 
facilidade? Já pensou em fazer suas anotações sem ter que usar o Português? Já 
imaginou poder escrever qualquer sinal da Libras com praticidade? Já se imaginou 
conseguindo conversar em Libras fluentemente com um surdo? 
Se você é intérprete, professor ou pesquisador da Libras, já pensou em 
encontrar uma forma de aprofundar-se na Libras com facilidade? Já pensou em 
poder preparar suas traduções sem ter que fazer anotações em glosas? Já pensou em 
poder preparar um plano de aula todo em Libras escrevendo com facilidade no papel 
ou no computador? Já imaginou a liberdade de fazer anotações e transcrições de 
sinais ou sinalizações diretamente em Libras escrita, sem passar pelo Português? 
Se você conseguiu se imaginar em qualquer uma destas situações, temos 
uma ótima notícia para você: isto é completamente possível com a escrita de 
Sinais (SignWriting4). este é um sistema completo e extremamente poderoso 
que lhe permitirá aprofundar em 6 níveis seus conhecimentos da Libras, 
sinalizar de forma ainda mais clara, memorizar sinais com muito mais facili- 
dade, fazer anotações diretamente em Libras e assim adquirir novos conheci- 
mentos com maestria. Isto está ao seu alcance neste livro de forma simples, 
organizada e prática. 
 
4 em todo o livro, usaremos os termos “escrita de Sinais”, “escrita das Línguas de Sinais” ou 
“eLS” como nome em Português para o sistema SignWriting, salvo indicação em contrário. 
algumas vezes utilizaremos “a escrita de Sinais pelo SignWriting” enfatizando ao que nos 
referimos. 
APresentAÇÃo 
 
Como AprofundAr-se em 06 níveis nA LibrAs AtrAvés do 
estudo deste Livro 
 
 
40 Escrita de Sinais sem mistérios 
Imagine que um surdo veja o sinal de ‘casa’ (1) como escrito abaixo. ele 
acharia que é o sinal de ‘carro’ (2)? Não, pois este sinal é escrito de forma 
diferente. a escrita de ambos representa diretamente como o sinal é feito. 
Mesmo sem ter estudado a escrita de Sinais, é possível perceber o significado 
de várias partes da escrita. 
 
Quad. 01: Sinal de “casa” (1) e de “carro” (2) em Libras 
Contudo, quando o surdo se confronta com essas duas palavras no portu- 
guês, pode não estar tão claro. Isto acontece porque as escritas das Línguas 
orais não conseguem registrar com precisão as Línguas de Sinais (LS), pois 
seus fonemas são visuais, não sonoras. Quando um surdo lê uma palavra 
escrita em Português, isto não lhe ajuda a lembrar como é feito o sinal. Porém 
a escrita de Sinais consegue fazer o registro da Libras com precisão, como 
você mesmo viu acima. 
Por onde passamos, temos visto grandes transformações acontecerem na 
vida daqueles que estudam o SignWriting passo a passo.É o caso das professoras 
Ma. Jorgina Souza, Maria Luiza Nascimento e tatiana Coelho que mostram 
os relatos de seus alunos surdos que têm se aprofundado cada vez mais na 
Libras. eles se sentem livres e têm prazer em escrever diretamente em Libras 
suas ideias, opiniões, emoções, enfim, o que quiserem. as professoras percebem 
também que esta escrita contribui para o desenvolvimento intelectual dos 
surdos5. 
eva Barbosa e Silvana Pereira, ouvintes, relatam que tiveram sua visão da 
Libras ampliada e aprofundaram seus estudos nesta língua pelo SignWriting. a 
eLS facilitou-lhes a memorização de sinais e a compreensão dos parâmetros 
fonético-fonológicos, isto é, das partes que constituem cada sinal6. 
Você encontrará neste livro os resultados de inúmeras pesquisas 
realizadas por surdos e ouvintes em nosso país: Dr. antônio Carlos da 
Rocha, Dr. Fernando Capovilla, Dr. Vilmar da Silva, Dra. Márcia Campos, 
 
5 Saiba mais nos anexo C (p. 343) e D (p. 347). 
6 Saiba mais no anexo F (p. 355). 
40 
(1) 
(2) 
 
 
Apresentação 41 
Dra. Marianne Stumpf, Dra. Ronice Quadros, Ma. Débora Wanderley, Me. 
edivaldo Costa, Ma. Érika Silva, Me. Fábio Silva, Ma. Lisiane Mallmann, 
Ma. Maria Salomé Dallan, Me. Rundesth Nobre e Ma. Walkiria Raphael, 
dentre muitos outros. 
ao estudar este livro você será capaz de escrever a Libras sem depender 
do Português. Nele você vai descobrir como ter uma visão ampla (de sinais, 
frases e textos em Libras) e ao mesmo tempo específica (analisando as partes 
dos sinais) de forma simples e rápida com base na linguística da Libras. Verá 
também como escrever novos sinais aprendidos e fazer suas próprias anotações 
em Libras. 
 
Como ChegAmos Até Aqui 
Eu, Madson Barreto (pode me chamar de Madson), sou pesquisador, tradutor 
intérprete da Libras há mais de 14 anos, palestrante, empreendedor, escritor e pastor. 
Estas ações se combinam em minha vida. Sou apaixonado por fotografia e sempre 
gosto de inventar algo novo. 
 
Eu, Raquel Barreto (pode me chamar só de Raquel) sou instrutora de Libras, 
pesquisadora da Escrita de Sinais, notadora de LS, escritora e atuo como bolsista do 
CEFET-MG7 nos projetosde Glossário da Libras nas áreas de eletrônica e química. 
Sou apaixonada por dança. 
Nos últimos anos criamos e ministramos diversas oficinas presenciais e cursos 
tanto presenciais quanto à distância. Demos inúmeras palestras presencialmente e 
também via Internet. Publicamos a primeira edição deste livro e duas edições do 
Libras em Jogo8, fizemos tradução de inúmeros materiais para a Escrita de Sinais. 
Atualmente administramos um site, além das áreas de membros de nossos cursos à 
distância e de nossa fanpage9 no Facebook que já ultrapassou 30.306 seguidores. 
 
este é um resumo de nossa vida hoje. Mas nem sempre foi assim. abaixo, 
vamos compartilhar um pouco de nossas histórias. 
 
7 Centro Federal de educação tecnológica do estado de Minas Gerais. 
8 Jogo de cartas bilíngue com 111 Configurações de Mão da Libras. Saiba mais em: <http:// 
www.librasescrita.com.br>. 
9 Faça parte desta comunidade. acesse: <http://www.facebook.com/Librasescrita>. 
41 
http://www.librasescrita.com.br/
http://www.facebook.com/Librasescrita
http://www.facebook.com/Librasescrita
 
 
42 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
Eu, Madson, comecei a aprender a Libras por volta dos meus 13 anos de idade. 
Depois fiz um outro curso mais longo. Fazia anotações e mais anotações dos sinais 
igual meus colegas do curso (daquele tipo descritivo: mão para cima, mão para baixo. 
Dá duas voltas ao redor da outra mão, toque no peito, e por aí vai), mas nós não 
conseguíamos memorizá-los direito. Às vezes nem eu entendia minhas próprias 
anotações. 
Até que, anos mais tarde, comecei a coordenar, numa empresa, 55 funcionários 
surdos, homens e mulheres, que tinham de 18 a 73 anos de idade! Nunca esqueci de 
minha frustração em não entender os surdos direito. Via eles fazendo aquela cara de 
quem não está entendendo nada. Era muito angustiante. Tive, literalmente, muita 
dor de cabeça. Mas o pior foi quando eu estava numa reunião com todos eles e tinha 
uns dois surdos explicando para os demais o que eu estava falando em Libras. Eu 
me senti impotente. 
Eu espero que você não precise passar por uma situação assim para resolver se 
aprofundar na Libras. Decidi assumir um compromisso comigo mesmo: nunca mais 
vivenciaria esse tipo de problema. 
Investi mais de 2 anos observando como os surdos se comunicavam. Estudei 
muito sobre técnicas de aprendizado e aquisição de idiomas. Fui desconstruindo todo 
meu aprendizado para então reaprender no caminho certo. Deu muito trabalho. O 
cansaço mental foi inevitável. 
Num final de tarde, quando saí do trabalho com um amigo, nos encontramos 
com amiga dele. Ela lhe deu um belo presente: o chamado Dicionário Capovilla10 
(CAPOVILLA, RAPHAEL & LUZ, 2001). Nesse dia tive meu primeiro contato 
com a Escrita de Sinais pelo sistema SignWriting. 
Na hora eu entendi que se eu aprendesse esta escrita não precisaria mais nem 
olhar para aqueles desenhos das apostilas de Libras que na maioria das vezes eu não 
compreendia direito. Minhas anotações de novos sinais seriam infinitamente mais 
rápidas também, afinal escreveria diretamente em Libras, não em Português. 
Porém, só comecei a estudar a Escrita de Sinais na faculdade de Letras com 
habilitação em Libras pela UFSC11. A partir disso, fundei e coordenei um grupo de 
estudos sobre a ELS no CEFET-MG12, onde era nosso polo. 
 
 
10 Denominado oficialmente por Dicionário enciclopédico Ilustrado trilíngue da Libras 
(DeIt-Libras). 
11 Universidade Federal de Santa Catarina. 
12 Centro Federal de educação tecnológica de Minas Gerais. 
42 
 
 
Apresentação 43 
Pesquisei muito por conta própria, aprofundei-me ainda mais e isto acelerou o 
processo de reaprendizagem da Libras que eu estava. 
Apliquei essas técnicas que aprendi comigo mesmo e com minha mãe. 
Conseguimos alcançar o objetivo de sermos fluentes na Libras. Finalmente passei 
a entender quais eram os segredos para se aprender um novo idioma e como se 
aprofundar. Detanto estudarmos (eu e Raquel), acabamos desenvolvendoum método 
para estudar e se aprofundar na Libras através da Escrita de Sinais (SignWriting) 
com base em pesquisas das neurociências cognitivas. 
Aplicamos este método em cursos, oficinas, e palestras, com centenas de alunos. 
Foram muitas e muitas horas investidas em pesquisas nos últimos anos. Fiquei 
assustado ao descobrir recentemente que, para esta 2ª edição, estudamos mais de 
2260 arquivos, totalizando 17,1 GB13, sem contar em todos os demais livros e 
materiais impressos. Veja: 
Fig. 01: Captura de tela com a quantidade de materiais estudados 
O método apresentado neste livro fará você se aprofundar na Libras em 6 
níveis, como demonstraremos mais à frente. 
Esta é minha história. Agora chegou a vez da Raquel falar. 
 
Oi! Eu, Raquel, fiquei surda aos 10 meses, devido à medicação para a meningite, que 
é tóxica aos ouvidos. Comecei a ter contato com a Libras apenas quando entrei para 
a escola aos meus 08 anos. Adquiri naturalmente interagindo com outros surdos. 
 
13 Incluindo documentos de texto, arquivos PDF (Portable Document Format - Formato Portá- 
til de Documento), tabelas, vídeos, páginas de sites, imagens, fotos, etc. 
43 
 
 
44 Escrita de Sinais sem mistérios 
Como mudávamos muito de casa, passei por várias escolas. Em muitas delas os 
professores eram bimodalistas14. Somente a partir do 6º ano do Ensino Fundamental 
(antiga 5ª série) é que tive intérprete em sala. 
Algumas vezes tirei nota Zero em atividades ou provas. Tudo era em 
Português (minha Segunda Língua). Não conseguia conectar aquelas palavras ao 
meu pensamento, ao que havia aprendido em minha Primeira Língua (L1). Isso 
machucava lá dentro de mim. Mas na época eu não entendia porque isto acontecia. 
O tempo passou... 
Em 2007, Madson e eu começamos a namorar. Ele gostava de me dar 
cartõezinhos com mensagens e pequenos poemas. Mas tudo era em português e eu 
entendia pouco do que estava ali. Quando percebia meu sorriso amarelo, pegava 
o cartãozinho e então ia traduzindo tudo para a Libras. Riamos juntos. Mas lá 
no fundo era frustrante para nós dois ter que traduzir tudo. Com o tempo, ele foi 
parando de escrever seus cartões. 
Quando o Madson começou a aprender a Escrita de Sinais, logo me mostrou. 
Para mim não tinha significado. Ele deixou muitos materiais para eu estudar. Mas 
acho que nunca abri. Mesmo assim ele continuou estudando e sempre me apresentava 
algo. 
Com o passar do tempo, ele voltou a me entregar mensagens. Mas agora 
estavam escritas em Libras! O engraçado é lembrar que eu não sabia a ELS, mas 
mesmo assim eu conseguia entender muito do que estava ali. Depois, passei a 
compreender mais e não dependia tanto das explicações dele. 
Uma alegria começou a brotar em meu coração, porque agora eu mesma via a 
possibilidade de ler e escrever minha própria língua. Meu sorriso agora era sincero... 
Nosso aprofundamento na ELS se deu só depois de nos casarmos, pois agora 
estávamos juntos. Dedicamos muito tempo estudando a Escrita de Sinais. Nosso 
nível linguístico na Libras mudou exponencialmente. 
Em 2011, meus amigos prepararam uma festa de aniversário surpresa. 
Depois de eu soprar as velinhas, o Madson me entregou um envelope estilizado 
muito bonito. 
 
14 o Bimodalismo consiste no uso simultâneo da Libras e do Português. a comunicação não é 
fluente, pois essa prática rompe a estrutura de ambas as línguas restando apenas fragmentos que 
na maioria das vezes são desconexos. É como “chupar cana e assoviar ao mesmo tempo”: não 
dá certo. Infelizmente ainda hoje é possível ver profissionais (e familiares de surdos) que fazem 
uso do bimodalismo tanto em ambientes formais quanto nos informais, tornando a mensagem 
incompreensível aos surdos. 
44 
 
 
Apresentação 45 
Abri. Pedi que uma amiga segurasse a carta. Estava em Escrita de Sinais15. 
Todos olharam assustados! Li toda a carta diretamente em Libras. Meus amigos 
ficaram impressionados. 
Quandochegamos em casa, o Madson me disse que enquanto eu lia a carta em 
Libras era nítido o brilho no meu olhar. 
Como minha vida teria sido diferente se eu tivesse aprendido a escrever a Libras 
em minha infância! Quantas oportunidades teriam sido melhor aproveitadas. Eu 
teria aprendido muito, muito mais na escola, nos cursos, no trabalho. Quem me dera 
que os outros surdos tivessem esta oportunidade que só agora eu passei a ter! 
Percebemos que seríamos egoístas se ficássemos com todo este conhecimento para 
nós. Refletimos muito sobre como extrair desta experiência um método passo a passo 
que pudesse ajudar outras pessoas. 
Foi então que surgiu a ideia do livro ‘Escrita de Sinais sem mistérios’ e de todas 
as ações já realizadas por nós desde então. 
Até minha sogra, a Maria, aprendeu a Escrita de Sinais. Como ela se 
aprofundou na Libras nos últimos anos! A ELS potencializou o aprendizado dela. 
Sempre que encontra surdos – mesmo os outro estado, sem medo algum ela conversa 
alegremente com eles. 
Duas coisas que me emocionaram muito foram uma toalhinha onde ela bordou 
meu sinal e meu nome, e um cartão nos parabenizando pelo nosso aniversário de 
casamento. Veja: 
 
Fig. 02: toalha de mão bordada com o sinal da Raquel e seu nome em eLS 
 
15 Veja no anexo B (p. 341). 
45 
 
 
46 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
Fig. 03: Cartão de felicitação pelo aniversário de casamento em 2011 
Já tive oportunidade de ensinar a ELS para crianças, adolescentes, jovens e 
adultos. É impossível dizer a sensação que tenho ao ver outros surdos aprendendo 
a escrever sua própria língua. Agora entendo o brilho no olhar que o Madson tanto 
falava que eu tinha. Vejo este brilho quando os surdos leem sua língua. Vejo este 
brilho quando escrevem os sinais. É fantástico como aprendem rápido! 
Isto é prova daquilo que Capovilla et al. (2006, p. 1492) identificou. O 
problema na escrita do surdo não tem nada a ver com a cognição, mas com o sistema 
de escrita que é obrigado a escrever: a Língua Portuguesa. Como escrever a L2 sem 
a base necessária? 
Desde quando comecei a estudar a Escrita de Sinais de verdade, passei a 
compreender o Português com mais facilidade também. Aprendi muitas palavras 
novas e passei a ter mais facilidade em estruturar frases também, mesmo sem ter 
parado para estudar esta língua. A Escrita de Sinais é a base cognitiva que meu 
cérebro tanto precisava para adquirir a escrita da minha Segunda Língua. 
Hoje, quando Madson e eu precisamos deixar algum bilhete um para o outro, 
o fazemos em Escrita de Sinais. Levo também meu caderno por onde vou. Agora sei 
escrever minhas ideias e tenho certeza que estou escrevendo exatamente aquilo que 
está em minha mente. 
Mas até chegarmos neste ponto, sofremos muito, gastamos muito tempo e 
dinheiro. Aqui está a essência deste conhecimento. Através deste livro você também 
será capaz de ler e escrever a Libras e aprofundar seus conhecimentos em 6 níveis na 
Libras. Agora é com você. 
46 
 
 
Apresentação 47 
É por tudo isto e muito mais que nós acreditamos que ao ensinar técnicas 
inovadoras e altamente eficazes de estudo e escrita da Libras, estamos colabo- 
rando para a transformação de pessoas e da sociedade propiciando uma nova 
forma de acesso ao mundo. 
antes de falarmos sobre o livro, vamos responder uma pergunta que deve 
estar aí em sua mente: “como assim me aprofundar na Libras em 6 níveis”? 
 
um pouCo do que AConteCe no Cérebro 
a escrita de Sinais contribui para a memorização, aprendizagem e organização 
do pensamento em Libras de maneira mais rápida. Isto acontece porque 
ela registra os sinais de forma visual direta, parte por parte, com grafemas16 
altamente icônicos. Isto envolve diversas áreas do cérebro, criando inúmeras 
conexões ao mesmo tempo. 
Para se aprofundar mais na Libras, é necessário entender o todo, mas é 
necessário também conhecer as partes. Quem faz isto consegue alcançar uma 
alta performance muito mais rápido que as outras pessoas. 
Incrivelmente, a escrita de Sinais pelo sistema SignWriting nos permite 
este tipo de análise da estrutura da Libras de forma muito natural. Você 
começa a observar detalhes da língua que não observaria de outra forma. Por 
isto, a escrita de Sinais pode te levar a se aprofundar na Libras em pelo menos 
6 níveis linguísticos. 
ao aprender, utilizar ou ensinar a escrita de Sinais, seu cérebro faz uma 
aprofundada análise (1) fonético (2) fonológica17 da Libras. Isto acontece à 
medida em que, consciente ou inconscientemente, você vai observando a estru- 
tura das Configurações de Mão, das orientações da Palma, dos padrões das 
Locações – isto é, onde os sinais são feitos – dos Movimentos e das expressões 
Não Manuais, que são as expressões faciais e expressões corporais. 
ao mesmo tempo, seu cérebro assimila (3) a morfologia da Libras. ou 
seja, a estrutura interna dos sinais, quais são as menores partes com significado. 
Você começa a perceber também porque o sinal tem uma determinada Confi- 
guração de Mão, uma Locação específica, e assim por diante. 
 
16 Símbolos. 
17 Nas Línguas de Sinais, a Fonética e a Fonologia estudam as unidades mínimas que consti- 
tuem os sinais e que isoladamente não apresentam nenhum significado (QUaDRoS & KaR- 
NoPP, 2004). 
47 
 
 
48 Escrita de Sinais sem mistérios 
ela abre sua percepção para uma visão ampla da Libras permitindo que 
assimile com facilidade como esta língua está organizada. Você se apropria 
também de sua (4) sintaxe18, (5) semântica19 e (6) pragmática20 e ainda adquire 
mais vocabulário da Libras muito mais rápido que os métodos tradicionais. 
assim, de forma muito natural, o cérebro vai associando conhecimentos 
novos com os antigos. Novas conexões são estabelecidas. e o estudo e aprofun- 
damento da Libras fica muito mais fácil. 
Contudo, ainda existem muitos mitos em torno da escrita de Sinais. 
Muitas pessoas, por não conhecê-la, afirmam que ela não é capaz de registrar 
as Línguas de Sinais com todas as suas características. Para muitos, o primeiro 
contato ou o estudo desta escrita foi superficial e envolto de mistérios. 
Neste livro, você aprenderá a Escrita de Sinais sem Mistérios e descobrirá 
como é simples escrever as Línguas de Sinais. Para isto, estudaremos a escrita 
de Sinais passo a passo, trazendo como exemplos léxicos21 e textos em Libras. 
Reconhecemos a diversidade cultural dos surdos brasileiros e os regiona- 
lismos da Libras, assim, buscamos utilizar como exemplos sinais comuns 
às diversas regiões do país. Contudo, quando não foi possível identificar ou 
utilizar estes sinais, foi adotada a variante de Belo Horizonte/ MG. em outros 
momentos apresentamos sinais utilizados em cidades ou regiões específicas do 
país, fazendo esta indicação entre parênteses. 
 
Como o Livro está orgAnizAdo 
os quatro primeiros capítulos apresentam resultados de pesquisas sobre a 
escrita de Sinais no Brasil e no mundo associados a pesquisas na área da 
linguística. No capítulo 01, você descobrirá a importância crucial da escrita, 
a relação entre as LS e os surdos com a escrita. Verá também um panorama 
histórico sobre diversos sistemas de notação e escrita das Línguas de Sinais. 
No capítulo 02, você aprofundará na história do sistema SignWriting, 
conhecerá suas principais características e como ele faz o registro preciso das 
Línguas de Sinais. Descobrirá ainda muitos usos e benefícios que esta escrita 
traz a seus usuários surdos e ouvintes. 
 
18 a Sintaxe é um conjunto de regras que determinam a ordem e as relações das palavras sinais 
na frase. 
19 a Semântica é o estudo do significado das palavras numa língua. 
20 a Pragmática estuda como os enunciados comunicam significados diferentes num contexto. 
21 Sinais. 
48 
 
 
Apresentação 49 
Já no capítulo 03, você entenderá mais sobre o processo de aquisição da 
leitura e escrita em SignWriting tanto por surdos (crianças, jovens e adultos) 
quantopor ouvintes. 
No capítulo 04, você vai absorver as principais pesquisas e criações empre- 
endidas no Brasil sobre o SignWriting desde 1996. São mais de 152 trabalhos 
desenvolvidos nas áreas de informática, lexicografia, estudos linguísticos, lite- 
ratura em Libras, educação de surdos, alfabetização, aquisição da L2, acessibi- 
lidade, etc. São incontáveis contribuições brasileiras com resultados fantásticos. 
Do capítulo 05 ao 18, você estudará a escrita de Sinais passo a passo. 
aprenderá seus grafemas e Regras ortográficas com base em Parkhurst & 
Parkhurst (2001, 2008); Roald (2006) e Sutton (S/D; 1998c; 1999a; 1999b; 
2000; 2003; 2009; 2011; 2012a; 2012b; 2012c; 2014), Sutton & Frost (2011), 
Thiessen (2011) e Barreto (2013a), dentre outros. 
Na escrita de Sinais, os grafemas estão organizados em sete categorias: 
Mãos, Movimentos, Dinâmica e tempo, Cabeça e Face, Corpo, Locação 
Detalhada e Pontuação (SUttoN, 2011). a Locação Detalhada é utilizada 
por pesquisadores e linguistas para o desenvolvimento de glossários,dicionários 
de LS ou softwares diversos. 
Nosso estudo está organizado de acordo com os parâmetros fonológicos 
da Libras, grafemas relacionados a eles e grafemas de Pontuação. 
Cada um desses grafemas será introduzido aos poucos. Primeiro você 
aprenderá as Configurações de Mão mais usadas na Libras, bem como os 
grafemas utilizados com mais frequência na escrita, juntamente com exemplos 
da Língua Brasileira de Sinais e Regras Ortográficas aplicadas à sua gramática. 
as principais regras estão marcadas com este símbolo: 
 
No capítulo 08, inicia-se uma história em escrita de Sinais que terá 
continuidade nos capítulos seguintes. esta história foi composta diretamente 
em escrita de Sinais. Não foi feita uma tradução ou versão dela em Língua 
Portuguesa, nem mesmo uma versão digital em Libras. 
Na história serão utilizados preferencialmente grafemas já estudados até 
o capítulo em que a mesma está inserida. Contudo, vários grafemas, princi- 
palmente as expressões Não Manuais e os de Dinâmica, mesmo que ainda 
não tenham sido ensinados, foram utilizados quando se fizeram necessários. 
Nosso objetivo é que você treine também a leitura em Libras e possa 
escrever suas próprias histórias nesta língua. 
49 
 
 
50 Escrita de Sinais sem mistérios 
Desta forma, recomendamos que, ao terminar o estudo de todo o livro, 
você retome a leitura da história capítulo por capítulo para que fixe melhor o 
conhecimento apreendido. 
 
sobre A 2ª edição e suAs novidAdes 
o livro Escrita de Sinais sem mistérios em sua 2ª edição foi revisto, atualizado 
e ampliado. Buscamos facilitar ainda mais o uso e manuseio desta obra que se 
constitui livro de cabeceira, e consequentemente, alavancar ainda mais o seu 
aprendizado. 
as melhorias aqui providas são resultado de nosso relacionamento com 
nossos leitores, alunos e amigos. São fruto também de um maior aprofunda- 
mento em nossas pesquisas sobre a escrita de Sinais e de técnicas de ensino e 
aprendizado das neurociências cognitivas (DRYDeN & VoS, 1999; aLVeS, 
2005; KeLLeY, 2008; KeLLeY & WHatSoN, 2013). 
Quem comparar a 1ª edição com esta, perceberá várias mudanças. os 
capítulos estão ainda mais aprofundados. Se você tem a 1ª edição do livro 
Escrita de Sinais sem mistérios, leia a presente edição comparando com ela. 
Desta forma você atualizará seus conhecimentos com mais facilidade. 
Retiramos algumas pequenas partes do livro, alteramos, simplificamos ou 
complementamos algumas Regras ortográficas. acrescentamos outros grafe- 
mas e conceitos da eLS que percebemos ser extremamente relevantes.observe, 
por exemplo, as regras sobre o uso do Movimento Simultâneo, Datilologia e 
os grafemas de Superfície. 
No final do livro, você encontrará também 02 apêndices e vários anexos. 
o Apêndice A traz as 111 Configurações de Mão da Libras numeradas e 
organizadas em grupos. assim, em todos os capítulos elas estão identificadas 
por este mesmo número a fim de facilitar sua consulta. No Apêndice B, está um 
Glossário Editorial em Libras. em seguida vem uma seção com vários anexos. 
o Anexo A traz a relação dos 111 trabalhos brasileiros sobre a escrita 
de Sinais (SignWriting) como elencados na pesquisa de Campos (2012). o 
Anexo B, traz o envelope e a carta de aniversário que o Madson escreveu para 
a Raquel, como ela relatou anteriormente. 
Do Anexo C ao K estão os resumos dos trabalhos que apresentamos e 
publicados junto com outros pesquisadores brasileiros no SignWriting Sympo- 
sium 2014 transmitido online. 
50 
 
 
Apresentação 51 
Para facilitar a busca no livro e seu uso em pesquisas, aulas, cursos, etc., 
incluímos 03 Índices Remissivos: Índice Remissivo por Palavras e Expressões 
Chave, Índice Remissivo dos Sinais Escritos no Livro e Índice Remissivo dos 
Grafemas da eLS. 
 
Supere seus recordes! 
 
 
Madson e Raquel Barreto 
 
 
P.S: No capítulo 05, você encontrará mais algumas orientações que potencia- 
lização ainda mais seu aprendizado da escrita de Sinais e seu aprofundamento 
em 06 níveis na Libras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CApítuLo 1 
 
 
54 Escrita de Sinais sem mistérios 
A HumAnidAde e A escritA 
 
a história pode ser dividida em antes e depois da escrita. Segundo Higounet 
(2003), até hoje, sua origem é um mistério. Diferentes civilizações utilizaram 
diversas formas e artifícios para escrever suas mensagens. Seu desenvolvimento 
se deu ao longo de muitos séculos até chegar à imprensa. e desde então tem se 
desenvolvido cada vez mais. 
através da fala (oral ou sinalizada), nos comunicamos no momento 
imediato, mas pela escrita podemos nos comunicar em tempos e lugares dife- 
rentes. É fato que hoje dispomos de tecnologias que nos permitem facilmente 
nos comunicar através de áudio e vídeo. Mas para isto é necessário utilizar 
equipamentos tais como telefones fixos ou móveis, computadores, conexão 
com a Internet, etc. que, por vezes, pode não ser prático ou até mesmo inaces- 
sível em determinadas situações (RoGeRS, 2005). 
a escrita desvela a vida dos povos e gerações passadas. É o meio mais 
usado na comunicação, pois possibilita tanto o registro quanto a recuperação 
do conhecimento e da própria história. a escrita é também um suporte para 
nossa memória. É através dela que organizamos nossa vida, registramos nossos 
sonhos, projetos, descobertas e ainda expomos sentimentos e ideias nos mais 
diversos gêneros, possibilitando a consulta individual posterior e deixando 
também nosso legado para as gerações futuras. 
Colocar o que pensamos e entendemos em um material perene e estático 
proporciona a chance de refletirmos sobre a própria linguagem e sobre os 
nossos pensamentos, permite que revisitemos formas antigas de expressão 
e possibilita reflexão sobre a forma como nos expressamos e sobre a 
adequação da nossa linguagem em expressar os nossos sentimentos 
(PeReIRa & FRoNZa, 2006, p. 01). 
Se não fosse a praticidade da escrita e seu poder de registro e perpetuação 
do conhecimento, a cada um ou dois séculos precisaríamos de novos(as) Curies, 
Einsteins, Drummonds, Dumonts, Meireles, Newtons, e de tantos outros homens 
e mulheres que nos deixaram contribuições inefáveis nas mais diversas áreas 
do conhecimento. 
Se a humanidade caminhou em passos tão largos nos últimos séculos e 
agora parece correr, é porque, tal qual reconheceu Isaac Newton, estamos “de 
pé sobre os ombros de gigantes” e, em grande medida, isto se deve à escrita. É 
imensurável o desenvolvimento social, neurológico e linguístico, dentre tantos 
outros aspectos, que a escrita traz ao ser humano. 
54 
 
 
Capítulo 1 55 
As LínguAs de sinAis X A esCritA 
Por muitos séculos, as Línguas de Sinais foram consideradas gestos, mímica, 
comunicação arcaica, ineficaz, diabólica, representação das Línguas orais e 
tantos outros termoserrôneos. É fato que o II Congresso Internacional de 
Milão22, ocorrido em 1880, rompeu com o desenvolvimento de pesquisas nas 
áreas de surdez, Línguas de Sinais, e afins. a história que conhecemos hoje 
poderia ser muito diferente. 
as comunidades surdas tiveram seu processo de busca e criação de uma 
escrita interrompida pelos mais de cem anos da exclusão de suas línguas 
que, de tão desqualificadas, nem eram cogitadas para objeto de pesquisas 
sérias (StUMPF, 2005, p. 46). 
a partir dos trabalhos de Stokoe (1960), as Línguas de Sinais receberam 
seu justo reconhecimento enquanto língua. Desde então, muitas pesquisas 
têm sido realizadas em todo o mundo. Com isso, houve grandes descobertas e 
conquistas. No Brasil, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi reconhecida 
por lei somente em 200223, com regulamentação em 200524. Contudo, o que 
está no papel não se tornou realidade no dia a dia das comunidades surdas. 
Processos judiciais ainda circulam em todo o país para efetivar o que já é lei. 
Pinker (1994) considera as Línguas de Sinais um mundo fantástico e 
afirma: 
 
Contrário às preconcepções populares, as línguas de sinais não são 
pantomimas e gestos, invenções de educadores, ou cifras das línguas orais 
da comunidade circundante. elas são encontradas onde quer que haja uma 
comunidade de pessoas surdas, e cada uma delas é uma língua distinta 
 
 
22 Com o objetivo de debater tópicos relacionados à educação de surdos, este segundo congresso 
foi realizado em 1880 em Milão, Itália. Contudo, o foco do debate foram as questões do oralismo, 
filosofia educacional que enfatiza o uso da fala em detrimento da Língua de Sinais. arbitra- 
riamente apenas um surdo estava presente (KUCHeNBeCKeR, 2006). Na votação final, o 
uso da Língua de Sinais foi oficialmente proibido e estigmatizado alegando-se “destruía a capa- 
cidade da fala dos surdos, argumentando que os surdos são “preguiçosos” para falar, preferindo 
usar a língua de sinais” (VeLoSo; MaIa Filho; 2009, p. 39). a partir de então, as Línguas de 
Sinais foram perseguidas nas instituições que trabalhavam com surdos. Contudo, tais línguas 
não morreram,pois às escondidas as crianças continuavam a usá-las.tais fatos trouxeram grandes 
implicações até os dias atuais na educação e no dia a dia dos sujeitos surdos em todo o mundo. 
23 Lei 10.436/2002. 
24 Decreto Lei 5.626/2005. 
55 
 
 
56 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
e completa, que utiliza os mesmos tipos da maquinaria gramatical encon- 
trada em todas línguas orais do mundo. Por exemplo, a Língua de Sinais 
americana, usada pela comunidade surda dos estados Unidos, não se 
assemelha ao inglês, ou à Língua Britânica de Sinais, mas se baseia em 
sistemas de concordância e de gênero de uma forma que é reminiscente 
do Navajo e do Bantu (PINKeR, 1994, p. 36, trad. nossa). 
Historicamente,não houve o desenvolvimento natural de qualquer tipo de 
escrita para as Línguas de Sinais, pelo menos não noticiado. Por uma ou outra 
razão, as comunidades surdas estiveram satisfeitas apenas com sua comunica- 
ção face a face. a cultura surda, por consequência, permaneceu essencialmente 
apenas em sua via expressiva, isto é, sinalizada, o que seria equivalente às demais 
línguas em sua modalidade oral. 
Por esta razão, não temos registro escrito em Língua de Sinais do teste- 
munho de pessoas surdas, seus diários, relatórios, literatura (contos, poesia, 
piadas, etc.) ou qualquer outra forma de esforço em documentar, via escrita, 
a experiência de vida surda do ponto de vista de um surdo em sua própria 
língua. Com o avanço das tecnologias, esta comunicação face a face migrou-se 
também para a Internet e telefonia móvel através das mais variadas formas. 
a escrita que os surdos usam em seu dia a dia não é de sua própria língua, 
mas da língua majoritária usada em seu país. Porém, em geral não é proficiente. 
Isto se deve a inúmeros fatores linguísticos, sociais e educacionais, dentre 
outros, cujo principal, apontado por Capovilla et al. (2006), é a descontinuidade 
entre o pensamento em Língua de Sinais, a expressão sinalizada nesta língua 
e, arbitrariamente, a escrita na Língua oral, sobre a qual falaremos com mais 
detalhes adiante. 
a educação bilíngue tão apregoada pelos movimentos sociais das comu- 
nidades surdas só será efetivamente plena quando incluir o ensino da Libras 
sinalizada e escrita e do Português Brasileiro escrito, possibilitando ao aluno 
desenvolvimento integral. o novo documento de educação Bilíngue dos 
Surdos do Ministério de educação e Cultura (MeC) diz que as crianças 
surdas devem adquirir a escrita de sinais no Brasil (tHoMa et al., 2014). 
Muitas pessoas argumentam que é difícil adquirir a Língua de Sinais e 
que mais difícil ainda seria o aprendizado da sua escrita. Contudo, o quadro é 
maior que apenas a particularidade de alguns frente ao desconhecido.os alunos 
surdos em idade escolar têm dificuldade na retenção de muitos conhecimentos, 
pois,arbitrariamente,sempre têm de fazer oregistro de seu aprendizado na Língua 
Portuguesa, sua Segunda Língua. Se recebem o conhecimento em Libras (via 
56 
 
 
Capítulo 1 57 
professor bilíngue ou intérprete de Libras), seria mais do que sensato propiciar- 
-lhe o registro de suas anotações, ideias, comentários e rascunhos escrevendo 
diretamente em Libras. 
ainda nesta linha, muitos surdos e ouvintes que estão no processo de 
aquisição da Libras permanecem fadados aos mesmos métodos de ensino. tais 
métodos geralmente associam-na tão diretamente ao Português, que culminam 
no empobrecimento da viva estrutura semântico sintática dessa língua, o no 
chamado Português Sinalizado. 
alcançar a fluência em uma língua implica em desenvolver a capacidade 
de pensar nesta língua, o que dispensaria traduções mentais de uma língua 
para outra. Mas a dependência do Português nos cursos e disciplinas de Libras 
leva os alunos a terem dificuldade em desenvolver esta aptidão. 
Muitos aprendizes ouvintes estudam de três a cinco anos (ou mais!) em um 
curso aqui, outro acolá, e grande parte desiste ou simplesmente não chega à 
fluência na Libras. Isto é frustrante para o aluno, para o professor e, principal- 
mente, para as comunidades surdas que deixam de ter mais um amigo ou profis- 
sional habilitado em Libras e, pior ainda, perdem a confiança nestas pessoas. 
a dificuldade que algumas pessoas têm em aprender o SignWriting (a 
escrita da Língua de Sinais assunto deste livro) em grande medida se deve à 
metodologia de ensino adotada, não à estrutura do sistema em si. tudo deve 
ser passo a passo, conforme veremos nesta obra. 
em todo o mundo, ao fazerem o registro escrito das Línguas de Sinais 
muitos pesquisadores usam transcrições em glosas. Nesta modalidade, escreve- 
-se em MaIÚSCULaS o termo da Língua oral cujo significado equivale 
ao sinal. Usa-se, por exemplo, CaSa para representar o sinal cujo significado 
é casa, moradia, local de habitação e, em alguns casos, o local de repouso. Muitas 
outras convenções são adotadas. 
Determinadas modalidades transcritivas são extremamente complexas 
na tentativa de abarcar o máximo de detalhes de um sinal ou discurso em LS. 
este é um uso inadequado para as glosas, como evidenciam Pizzuto, Rossini 
& Russo (2006): 
o termo “glosa” é uma nomeação errônea para a operação de etiquetagem 
que ocorre nas pesquisas das LS. De fato, glosas são apropriadamente 
usadas para auxiliar a anotação de dados de línguas orais/ escritas, não para 
substituir, mas para acompanhar, numa referência a uma língua conhecida 
 
57 
 
 
58 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
para o autor e para o leitor de um dado estudo, uma representação inde- 
pendente dos dados da língua investigada. o exemplo em (1) abaixo, extraído 
da Pulleyblank (1987: 988) ao descrever o Yoruba (uma língua nigeriana) 
ilustra este ponto. 
(1) ó gbé e wá 
ele/ela transportar isto veio 
‘ele/ela trouxe’ 
(PIZZUto, RoSSINI& RUSSo, 2006, p. 4, trad. nossa) 
Neste exemplo, vemos que a primeira linha tem uma representação 
escrita para o Yoruba. a segunda, uma correspondência um a um em glosas do 
Português. este é o uso adequado para glosas. Mas o que vemos nas pesquisas 
das LS é completamente diferente. 
as glosas são usadas como registro primário numa tentativa de representar 
os sinais numa forma escrita. Como em: INDeX
a 
INDeX
b a
eNtReGaR
b
. 
onde INDEX sinaliza a direção e a locação no espaço. Mas eNtReGaR não 
está mostrando o deslocamento no espaço nem como este sinal é feito, afinal, 
existem diversos léxicos na Libras que expressam este sentido evidenciando, 
inclusive, o que e como está sendo entregue. assim, McCleary & Viotti (2006) 
e Rodrigues (2012) apontam que este é um caminho limitado tanto no registro 
quanto na recuperação da informação em Língua de Sinais. 
atualmente, diversos autores entendem a escrita de Sinais (SignWriting) 
como um sistema de escrita para o dia a dia capaz também de transcrever 
qualquer Língua de Sinais. estudaremos isto na p. 80. 
o exemplo a seguir apresenta uma frase escrita em Libras, em glosas e 
com o original em Português25. observe que somente através das glosas não 
seria possível sabermos exatamente a sinalização em Libras. 
 
 
 
 
 
 
25 transcrever em glosas nesta seção demonstrou-se um trabalho extremamente árduo, e por 
fim, optamos por uma frase cuja versão em Libras fosse mais fácil de usar as glosas. Quadros & 
Karnopp (2004, p. 38), ao explanar sobre o uso de glosas em sua obra, embora sejam tradutoras 
intérpretes de Libras, encontraram “dificuldade em expressar através da transcrição e da tradu- 
ção exatamente o que estava exposto nas fotos” de sinais e sentenças em Libras. Logo, glosas 
são limitadas para a transcrição sobretudo das línguas sinalizadas. 
58 
 
 
Capítulo 1 59 
Frase em Escrita de Sinais: 
 
Transcrição em glosas: (HoMeM <JUSCeLINo-SILVa>
sinal-nome 
J-U-S-C-e-L-I-N-o S-I-L-V-a): eSCURo++ PRoBLeMa++. 
CoRaGeM-DeteRMINaÇÃo <LeVaNtaR>
com firmeza
, 
<CLaReaR>
lentamente
. 
 
Original em Português: “a luz só nasce quando a gente pisa na escuridão” 
( Juscelino Silva) 
Nas últimas décadas, surgiram vários sistemas de notação para as Línguas 
de Sinais, conforme veremos posteriormente. Contudo, muitos estudantes de 
Libras e até mesmo surdos (crianças e adultos) pensam que as glosas são a 
escrita da Libras. outros, que escrever nesta língua é simplesmente usar fontes 
de datilologia, o que também não é verdade. 
também mostram-se impotentes as anotações Descritivas muito utili- 
zadas por estudantes e professores de Libras. Por exemplo: CASA: em frente 
ao corpo, duas mãos uma do lado da outra, perpendiculares na diagonal, palmas 
concêntricas, dois contatos na ponta dos dedos. 
Por vezes, nem mesmo quem fez esse tipo de anotação consegue lembrar 
depois como o sinal era feito. Sem contar no tempo que isso demora e nas 
59 
 
 
60 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
informações que são perdidas num ambiente de curso de Libras, por exemplo. 
o professor geralmente apresenta uma sequência de sinais e, por iniciativa 
própria, os alunos vão fazendo anotações descritivas que os afastam da essência 
da Libras, que é visoespacial, fadando-os ao esquecimento dos sinais por se 
apoiarem pura e simplesmente na escrita da Língua Portuguesa. 
escrever diretamente em Libras através do SignWriting permite a 
associação rápida e direta entre o sinal escrito e o sinal expresso, isto é, falado 
em LS, e, consequentemente, um aprendizado mais rápido. as Línguas de 
Sinais são visoespaciais e não seguem a linearidade das Línguas orais, mas são 
línguas multidimensionais e seus fonemas são articulados simultaneamente 
(QUaDRoS & KaRNoPP, 2004). 
as escritas das Línguas orais registram-nas, permitindo aos seus usuários 
fazer a correspondência entre os grafemas26 e os fonemas que são emitidos 
oralmente um a um de forma linear e sequencial. 
Se as Línguas de Sinais têm atributos multidimensionais e simultâneos, 
como registrá-las linearmente de forma eficaz? escritas alfabéticas deste tipo, 
mesmo as criadas com essa intenção, não conseguem registrar as Línguas de 
Sinais de forma ideal. É preciso um sistema de escrita visual e direta, um 
sistema de escrita que seja de traços Não arbitrários, como veremos mais à 
frente, e que permita leitura e escrita proficientes e visuais independente de 
qualquer Língua oral, como o SignWriting o faz. 
 
os surdos e A esCritA 
tomaremos como ponto de partida a relação da criança com a escrita, pois, 
dentre tantos outros fatores, parte-se do princípio de que uma escrita é 
funcional se puder ser adquirida também por crianças em fase de alfabetização 
escolar. 
os processos cognitivos envolvidos na aquisição da leitura e escrita por 
uma criança até sua proficiência, em grande parte, são também os que um 
jovem ou adulto percorrerá ao adquirir um sistema de escrita. Mais à frente 
 
26 Segundo Crystal (2006, p. 105, trad. nossa), o termo grafema é análogo ao fonema: “Grafema 
é a menor unidade em um sistema de escrita capaz de causar um contraste no entendimento”. 
No português um contraste assim acontece, por exemplo, entre o <g> e o <p> em gato e pato, 
assim, <g> e <p> representam diferentes grafemas. outros grafemas das Línguas orais incluem 
as marcas de pontuação: <.>, <;>, etc., e outros símbolos especiais como <@>, <&>, e <$>. Po- 
dem ser também designados por símbolos. 
60 
 
 
Capítulo 1 61 
falaremos da aquisição de escrita das Línguas de Sinais por adolescentes, 
jovens e adultos surdos também. 
Como vimos, a escrita alfabética das Línguas orais permite aos ouvintes 
representar de forma bem intuitiva as propriedades fonológicas destas línguas. 
Pesquisas demonstram que a alfabetização aumenta a consciência dos sons da 
fala (MoRaIS, 1996 apud CaPoVILLa et al., 2006). 
Neste processo, é ensinado à criança ouvinte fazer codificação e deco- 
dificação fonológica, isto é, associar os grafemas com os fonemas de sua Língua 
oral, e vice versa. Durante esta etapa, é muito comum a criança escrever 
como ela fala. este aprendizado permite à criança ouvinte desenvolver seu 
pensamento estruturado em palavras. Dessa forma, existe uma continuidade 
entre o que a criança ouvinte pensa, fala e escreve, tudo em sua própria língua. 
este é um processamento intuitivo que faz uso das propriedades fonológicas 
de sua fala interna em auxílio à leitura e à escrita (CaPoVILLa et al., 2006). 
No entanto, com a criança surda tem sido diferente. ela pensa e fala em 
Língua de Sinais, cuja modalidade é gestual e visual, mas ao escrever espera-se que 
utilize palavras de uma Língua oral,cuja modalidade é auditiva e fonoarticulatória. 
ainda segundo este autor, a escrita é estruturada com base no processa- 
mento interno, desta forma, é natural que a criança surda procure utilizar sua 
sinalização interna como auxílio para a leitura e escrita. esta descontinuidade 
faz com que ela tenha pouco proveito da escrita alfabética [das Línguas orais], 
apresentando erros que não são de cunho fonológico, mas visual. 
Quadros (2000) corrobora com esta afirmação ao declarar que a escrita 
das Línguas orais não capta as relações de significado das Línguas de Sinais 
e, portanto, não consegue expressar a língua em que a criança surda processa 
seu pensamento. a autora afirma ainda que se o processo de aquisição de 
escrita for em sua Primeira Língua, a criança se desenvolverá muito mais e 
terá a oportunidade também de adquirir a escrita de sua Segunda Língua com 
mais facilidade. 
ao ler um texto escrito numa Língua oral, Stumpf (2005, p. 44) ressalta 
que mesmo se a criança surda for capaz de “[...] converter as letras na soletração 
digital correspondente, ela não vai obter o sinal lexical que ela está acostumada 
a usar no dia a dia em sua Língua de Sinais, e essa é uma crucial diferença em 
relaçãoà criança ouvinte”. Para que ela compreenda “a função social da leitura e da 
escrita, precisa sentir a necessidade e o prazer de ler e escrever, fato que raramente 
se observa entre crianças, jovens e adultos surdos” (SILVa, 2009a, p. 54). 
 
61 
 
 
62 Escrita de Sinais sem mistérios 
Segundo Capovilla et al. (2006), a continuidade pode ser restabelecida 
buscando outro sistema de escrita que seja mais apropriado ao surdo do que o 
alfabético das Línguas orais, pois a escrita deve ser capaz de mapear as pro- 
priedades da língua que ela se propõe a representar. 
Do mesmo modo que a criança ouvinte pode beneficiar-se do uso de uma 
escrita alfabética para mapear os fonemas de sua língua falada, a Surda 
poderia beneficiar-se sobremaneira de uma escrita visual capaz de mapear 
os quiremas27 de sua Língua de Sinais (Capovilla et al., 2006, p. 1494). 
Isto propiciaria à criança surda um maior desenvolvimento linguístico 
e cognitivo e, consequentemente, o fortalecimento da identidade e cultura 
surda, dentre incontáveis outros aspectos, conforme apontado por Barreto et 
al. (2014a, 2014b)28, Capovilla et al. (2006), Silva (2009a) e Stumpf (2005). 
 
sistemAs de esCritA ou de notAção dAs LínguAs de sinAis 
Num sentido mais amplo,um sistema de notação é constituído por uma série de 
símbolos que denotam pensamentos de determinado campo de conhecimento, 
incluindo a matemática, a música, etc. 
Um sistema de escrita é uma notação para representar a estrutura da 
língua (MaRtIN, 2001). É utilizado por uma comunidade linguística com o 
propósito de comunicar e relembrar o entendimento que se tem acerca de 
algum evento linguístico (uma conversação, um poema, uma aula, uma lista 
de compras, etc.). 
Notações, ao contrário dos registros escritos, intencionalmente abstraem 
da linguística original eventos de maneira não ditada pelas limitações do 
processo de registro escrito ou “licença artística”, mas por (mais ou menos) 
decisões sistemáticas para fazer anotações ou simbolizam apenas alguns 
(discretos) elementos do sinal original, em quase todos os casos, eles são 
parte de uma vertente analítica de algum tipo, mas eles diferem uns dos 
outros, o que eles representam, como eles fazem isso, e seus objetivos 
(HULSt & CHaNNoN, 2010, p. 151, trad. nossa). 
Nesse sentido, os sistemas de notação são utilizados por uma pequena 
 
27 alguns autores utilizam este termo para designar os fonemas das Línguas de Sinais. Fo- 
nemas são as unidades mínimas que constituem os morfemas de uma língua. Nas línguas de 
sinais são: Configuração de Mão, orientação da Palma, Locação (ou Ponto de articulação), 
Movimento e expressões Não Manuais (QUaDRoS & KaRNoPP, 2004). 
28 Disponível nos anexos C (p. 341) e D (p. 347). 
62 
 
 
Capítulo 1 63 
comunidade, geralmente só por pesquisadores e cientistas, com o objetivo de lem- 
brar e analisar melhor, sob determinados aspectos, a forma de alguma expressão. 
É importante saber também que existem vários tipos de escritas, e, nestes 
capítulos iniciais, trataremos disso quando necessário. antes de nos aprofun- 
darmos no SignWriting, veremos a seguir os principais sistemas de escrita e de 
notação criados para registrar as Línguas de Sinais. 
a) notação Mimographie: foi publicada em 1822 por Roch ambroise auguste 
Bébian (1789-1839), educador francês. Conforme oviedo (2007), esta é a mais 
importante obra de Bébian e trata de seu método para transcrição fonética das 
Línguas de Sinais. 
Bébian já havia identificado a necessidade de um sistema assim três anos 
antes em outra publicação, afirmando que o registro da Língua de Sinais era 
essencial para que se pudesse usá-la como veículo para o ensino. “a ideia de 
Bébian era revolucionária: os sinais podiam se decompor em cinco elementos 
básicos: a forma da mão, sua posição no espaço, o lugar onde se executava o 
sinal, a ação29 executada e a expressão facial usada” (oVIeDo, 2007, p. 3, trad. 
nossa), os quais eram registrados através da Mimographie juntamente com 
outros grafemas. observe que Bébian, antes mesmo de Stokoe (1960), já havia 
identificado alguns dos fonemas das Línguas de Sinais: Configuração de Mão, 
Locação, Movimento e expressão Facial30. 
 
Quad. 02: alguns grafemas utilizados na Mimographie (BÉBIaN, 1825, p. 16, adapt.) 
 
29 Isto é, o Movimento. 
30 embora o parâmetro fonológico seja “expressões Não Manuais”, o que vai além das expres- 
sões faciais, pois engloba qualquer ação do corpo que tenha significado para o sinal ou frase, 
mas não foi produzida pela(s) mão(s). É interessante notar que este parâmetro não foi contem- 
plado na lista de Stokoe (1960), conforme veremos a seguir. 
63 
 
 
64 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
b) Notação de Stokoe: William C. Stokoe (1919-2000), linguista e pesquisador 
norte-americano, foi o primeiro a reconhecer as Línguas de Sinais enquanto 
línguas naturais. Seu sistema de notação fonética para estas línguas foi 
desenvolvido com dois objetivos principais (StoKoe, 1960): trazer a Língua 
de Sinais usada por centenas de milhares de americanos para a atenção dos 
linguistas que a ignoravam ou desconheciam, e servir como instrumento de 
análise ao transcrever os sinais desta língua. 
este sistema descreve os três parâmetros formadores dos sinais segundo o 
autor: Configuração de Mão, Localização e Movimento. É interessante notar 
que esta é praticamente a mesma linha básica proposta por Bébian, a qual é 
mencionada por Stokoe em sua obra. 
Quad. 03: Configurações de Mão na Notação de Stokoe (StUMPF, 2005, p. 48, adapt.) 
 
Quad. 04: Língua de Sinais na Notação de 
Stokoe (DaLLaN, S/D, slide 6) 
 
c) Hamburg Notation System (HamNoSys): baseado na notação de Stokoe, o 
HamNoSys é um sistema de notação fonética para uso de linguistas, não um 
sistema de escrita para o uso cotidiano. Sua primeira versão foi definida em 
1984 na Universidade de Hamburgo – alemanha. o HamNoSys distingue 
principalmenteas Configuraçõesde Mãos,asorientaçõesde Mãos,as Locações, 
as ações (trajeto das mãos e movimentos dos dedos) e os Componentes Não 
Manuais. esse sistema dispõe de um software computacional através do qual 
os sinais podem ser escritos (HaNKe, 2004). 
64 
 
 
Capítulo 1 65 
 
Quad. 05: algumas Configurações de Mão no HamNoSys (HaNKe, 2004, p. 1) 
 
Quad. 06: Sinal de Ball (Bola) na LS alemã escrita em HamNoSys (HaNKe, 2009, slide 59) 
 
d) Sistema D’Sign: Paul Jouison (1948-1991) criou o D’sign em meados de 
1990. a ideia dele era ampliar a proposta de Stokoe (1960), aplicar o método 
à Língua de Sinais Francesa, porém, faleceu antes de apresentar seu trabalho. 
Posteriormente, a Dra. Brigitte Garcia recuperou suas anotações e 
escreveu uma tese doutoral sobre a pesquisa. Garcia (2000 apud StUMPF, 
2005) afirma que o método de Jouison não apresenta a escrita como uma 
simples notação, mas como um sistema muito elaborado e capaz de transcrever 
em D’Sign frases inteiras da Língua de Sinais Francesa. 
 
Quad. 07: texto escrito em D’Sign (StUMPF, 2005, p. 51, adapt.) 
 
e) Notação de François Neve: como pesquisador na Universidade de Liége na 
Bélgica, Neve também desenvolveu um sistema de notação em 1996, a partir 
do sistema de Stokoe (1960). Sua escrita, que também foi informatizada, 
65 
 
 
66 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
é feita em colunas verticais de cima para baixo, sendo em uma só coluna 
quando a mão dominante sinaliza e em duas, quando as duas mãos sinalizam 
(StUMPF, 2005). 
Quad. 08: Notação de François Neve (StUMPF, 2005, p. 49, adapt.) 
 
f ) sistema de Escrita das Línguas de Sinais (ELiS): foi criado em 1997 pela 
Dra. Mariângela estelita Barros e aprimorado em 2008. a eLiS é um sistema 
de escrita linear da esquerda para a direita. Possui uma série de grafemas para 
representar quatro parâmetros da Língua de Sinais identificados pela autora. 
São eles: Configuração de Dedos, orientação da Palma, Ponto de articulação 
e Movimento.Veja a seguir o trecho de um texto escrito em eLiS: 
 
 
Quad. 09: texto em eLiS e sua respectiva tradução livre para o Português (BaRRoS, 2008, p. 119) 
 
66 
em um jardim, um gato estava brincando e pulando quando 
viu uma borboleta. Foi para pegá-la, mas não conseguiu. a 
borboleta saiu voando, fugiu. 
o gato falou: 
- Puxa! 
FIM. 
 
 
Capítulo 1 67 
o sistema eLiS adotou os parâmetros identificados por Stokoe (1960) 
e, além dos três, foi acrescentado mais um: a orientação da Palma, e um 
diacrítico31, que é a orientação das Pontas dos Dedos (BaRRoS, 2008). 
 
a maioria destes sistemas exige muito treino e não são adequados para o 
uso diário por não serem intuitivos em sua codificação. Muitos são utilizados 
somente por pesquisadores ou, até mesmo, somente por aqueles que os criaram. 
alguns foram objeto de estudo ou referência por pesquisadores de alguns países, 
como a Notação de Bébian e a de Stokoe. 
Percebe-se, como apontado por Thiessen (2011), que a maioria absoluta 
destes sistemas imitam as convenções das escritas das Línguas orais ao fazer 
o registro de sinais usando sequências lineares de símbolos. o problema é 
que estes arranjos lineares exigem que o leitor remonte mentalmente o sinal 
tridimensional que representa. Sua linearidade pode parecer amigável do 
ponto de vista computacional, mas é dispendiosa para o falante da língua. 
Diferentemente dos demais sistemas de escrita propostos, o SignWriting 
faz uso de relações espaciais de seus grafemas em uma “caixa” bidimensional 
para representar cada sinal. São registrados com precisão todos os articuladores 
dos sinais, inclusive as expressões Não Manuais, quando necessárias ao 
entendimento. 
então, os sinais são escritos em colunas verticais de cima para baixo 
representando a sinalização. assim, os grafemas são organizados de acordo 
com a estrutura do corpo humano (SUttoN, 1998c; RoaLD, 2006; 
tHIeSSeN, 2011). a Coerência e Coesão Visual das LS ficam muito mais 
nítidas também. 
estes conceitos referem-se ao uso que o sinalizador faz dos sinais e como 
são articulados entre si na produção de sentido. À medida em que a sinalização 
vai sendo construída, referentes dêiticos vão sendo estabelecidos nesse espaço 
e podem ser retomados depois. a escrita de Sinais feita em colunas verticais 
de cima para baixo facilita muito este processo32. 
o que sistemas computacionais precisam é de uma representação de uma 
dimensão, isto é, de sua encodificação interna. Desta forma, computadores 
podem facilmente armazenar e usá-la para recriar a bidimensionalidade do 
 
31 Diacrítico é um sinal que se coloca sobre a escrita para alterar o fonema. No Português, por 
exemplo, os acentos gráficos <´>, <`>, <^> e <~> são diacríticos, pois modificam a maneira como 
pronunciamos as palavras escritas. 
32 Nos aprofundaremos mais neste tópico no cap. 09. 
67 
 
 
68 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
SignWriting tanto na tela quanto no papel, podendo ser usada também para 
outros processamentos autômatos como correção ortográfica, ordenação, 
análise e tradução automática. 
Como estudaremos a partir deste ponto, percebe-se que o sistema Sign- 
Writing, no Brasil e no mundo, é o que mais tem sido utilizado para o uso diário 
das comunidades surdas, seus familiares e dos profissionais que trabalham 
com surdos, além de ser utilizado em pesquisas e também como objeto de 
estudos acadêmicos33. 
assim, suas características o permitem escrever de forma concisa desde 
um sinal isolado até um livro inteiro diretamente em Língua de Sinais, sem 
passar por uma Língua oral. Pode ser escrito tanto no papel, quanto no 
computador, como veremos a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 a partir do próximo capítulo, e mais profundamente no cap. 04, apresentaremos o trabalho 
de inúmeros pesquisadores brasileiros. Dentre os quais: Barth (2008); Brito (2012); Campos 
(2012); Capovilla et al. (2006); Costa & Dimuro (2002); Costa (2001); Costa (2013); Costa 
(2014); Dallan (2012); Fernandes (2011); Hautrive & Souza (2010); Lima (2014); Loureiro 
(2004); Macedo (1999); Mallmann (2009); Nobre (2011); oliveira & Stumpf (2013); oliveira 
e Mourão (2012); Pereira & Fronza (2006); Rocha (2003); Silva (2009a); Silva (2009b); Souza 
& Pinto (2003); Strobel (1997); Stumpf (2005); torchelsen (2002) e Wanderley (2012). 
68 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CApítuLo 2 
 
 
70 Escrita de Sinais sem mistérios 
o sistemA de escritA SIGNWRITING34 
 
Hábil notadora de movimentos, Valerie Sutton havia criado em 1972 um 
fantástico sistema para notação da dança chamado DanceWriting. algum 
tempo depois, ela foi à Dinamarca ensiná-lo em uma escola de balé. 
Fig. 04: DanceWriting (SUttoN, 1973) 
Um jornal local publicou um artigo sobre esta escrita e isto chegou ao 
conhecimento dos pesquisadores da Língua de Sinais Dinamarquesa da 
Universidade de Copenhagen, os quais estavam em busca de uma forma de 
escrever essa língua. assim, solicitaram a Sutton que escrevesse as sinalizações 
 
34 a partir deste capítulo, usaremos os termos “escrita de Sinais”, “escrita das Línguas de 
Sinais” ou “eLS” como nome em português para o sistema SignWriting. 
70 
 
 
Capítulo 2 71 
– disponíveis em vídeo – de alguns surdos. Foi então que, adaptando seu 
sistema de escrita com o objetivo de escrever uma Língua de Sinais, nasceu 
em 1974 o SignWriting, um sistema específico para escrever as Línguas de 
Sinais (SUttoN, 1999a). 
Numa entrevista (SUttoN, 2013b), Valerie Sutton enfatiza que o Sign- 
Writing é uma escrita internacional, não norte-americana, até mesmo porque 
não foi criada nos estados Unidos. o desenvolvimento desta escrita não foi 
influenciado por este país mais que por outros, visto que, após a sua criação, o 
sistema tem sido implementado por diversos países.Sutton se considera cosmo- 
polita, isto é, cidadã do mundo. 
Humildemente,a notadora enfatiza que não é dona do SignWriting,apenas 
sua inventora. esta escrita é de todos os surdos e ouvintes que a utilizam ao 
redor do planeta. 
Na figura a seguir, vemos o SignWriting Detalhado, usado de 1974-1976, 
quando Sutton ainda não trabalhava diretamente com pessoas surdas. Como o 
próprio nome diz, seu objetivo era escrever todo detalhe possível. Desta forma, 
iniciaram-se transcrições dos primeiros corpora vídeo com fins de investigação. 
era uma simples adaptação do DanceWriting e via-se ali características dele, 
tais como as pautas, o “boneco”, a escrita horizontal da esquerda para a direita 
usando a Perspectiva Receptiva35, etc. 
Naquela época, Sutton não conhecia as diferentes perspectivas de escrita 
que só vieram a ser descobertas mais tarde (SUttoN, 2014). Como vemos 
no Quad. 10, cada sinal era separado por uma linha vertical. Uma linha grossa 
marcava o início e o fim de uma sentença. Pequenos números indicavam qual 
dedo era projetado. Na imagem abaixo, o número 2 representa o dedo indicador 
(SUttoN, 1998b). Mais à frente, ainda neste capítulo, você verá esta frase na 
escrita de Sinais Moderna (Quad. 11). 
 
Quad. 10: SignWriting Detalhado (1974-1976). Sentença em LS Dinamarquesa 
“De ter far” (“É pai” ou “Que é pai” em português) (SUttoN, 1998a, trad. nossa) 
 
35 a Perspectiva Receptiva refere-se a como você vê outra pessoa sinalizando. Hoje esta pers- 
pectiva é raramente utilizada. Como estudaremos no cap. 05, para a escrita diária é adotada 
atualmente somente a Perspectiva expressiva (Ponto de Vista do Sinalizador), isto é, você lê e 
escreve os sinais como se você mesmo estivesse os executando. a mão direita escrita no papel, 
é sua mão direita, e assim por diante. 
71 
 
 
72 Escrita de Sinais sem mistérios 
observe que o trunfo de Sutton era escrever movimentos. “Quando 
aplicou isto para registrar Línguas de Sinais, foi que percebeu que registrar o 
movimento é também registrar a língua” (MaRtIN, 2001, p. 8, trad. nossa). 
Chama-nos atençãoo fato de que, naquela época, Sutton não sabia nada 
de Língua de Sinais, nem perguntava aos pesquisadores o que significavam 
aqueles sinais, apenas tentava escrever como eram executados quadro a quadro. 
atualmente, a notadora sabe aSL, mas lá no início não tinha conhecimento 
de nenhuma Língua de Sinais (SUttoN, 1999b). Isto não a impediu de 
escrever estas línguas, Sutton estava escrevendo os movimentos do corpo ao 
realizar os sinais. 
ao retornar da Dinamarca para os estados Unidos, Valerie Sutton fez 
contato com sujeitos surdos, professores e pesquisadores da Língua de Sinais 
americana, que a ajudaram a desenvolver o sistema para que se adequasse por 
completo às LS. Por 12 anos, o sistema restringia-se ao manuscrito em papel. 
À medida em que foi se expandindo pelo mundo, passou a ser escrito 
não só no papel, mas também no quadro negro, em escolas. a partir de 1981, 
ganhou sua primeira versão para escrita via computador. 
Nos anos seguintes à sua criação, o sistema SignWriting foi evoluindo e 
sendo simplificado, até chegar ao padrão estável que temos hoje. em 1996, 
ficou disponível na Internet pela primeira vez e, desde então, foi crescendo sua 
popularidade e uso em muitos países. Foi desta forma que se tornou conhecido 
no Brasil também. 
este é o sistema de escrita das Línguas de Sinais mais usado em nosso 
país e em todo o mundo. Muitos pesquisadores e falantes de 40 Línguas de 
Sinais36 (BUtLeR, 2012) viram neste sistema as características necessárias 
para escrever suas Línguas de Sinais. 
em todo o mundo, são incontáveis as publicações técnico-científicas, os 
glossários, os dicionários, os livros literários, os programas computacionais, os 
site, os blogs, os artigos científicos, os trabalhos de conclusão de curso, as disser- 
tações de mestrado e as teses de doutorado, etc. em eLS ou sobre este sistema. 
 
36 Lista completa das Línguas de Sinais (LS) que atualmente utilizam o SignWriting em sua 
escrita: L. Gestual Portuguesa; LS alemã; LS americana; LS arábica; LS australiana; 
LS Boliviana; LS Brasileira; LS Britânica; LS Catalã; LS Checa; LS Colombiana; LS Sul 
africana; LS Neozelandesa; LS de taiwan; LS Dinamarquesa; LS Nepalesa; LS Nicaraguense; 
LS espanhola; LS etíope; LS Filipina; LS Finlandesa; LS Flamenca e LS Franco-belga 
(Bélgica); LS Francesa; LS Grega; LS Holandesa; LS Irlandesa; LS Italiana; LS Japonesa; LS 
Malasiana; LS Malawi; LS Maltesa; LS Mexicana; LS Norueguesa; LS Peruana; LS Polonesa; 
LS do Quebec; LS Sueca; LS Suíça; LS tunisiana. Disponível em: <http://www.signwriting. 
org/about/who/> acesso em: 08 fev. 2012. 
72 
 
 
Capítulo 2 73 
Dentre estes, destacamos o Projeto Wikipedia ASL37. estão disponíveis 
50 artigos em aSL escrita em SignWriting traduzidos da versão em inglês 
da Wikipedia38. É uma coletânea fantástica de conhecimento disponível em 
Língua de Sinais escrita. o projeto utiliza os plugins39 desenvolvidos pelo DaC 
para facilitar o uso do SignWriting em plataformas web. 
em algumas LS, são necessários mais grafemas que em outras. É possível 
notar também regras ortográficas diferentes entre uma língua e outra (MaRtIN, 
2007). Desta forma, o sistema se adapta à necessidade de cada Língua de Sinais, 
respeitando suas especificidades (RoaLD, 2006; MaRtIN, 2007). 
Sutton ressalta que não importa que os surdos de um país usem o Sign- 
Writing de forma um pouco diferente que os de outro país, o importante é que 
possam escrever suas Línguas de Sinais (tRUMPoLD, 2013). 
A escrita de corpo inteiro que vimos no Quad. 10 já não é utilizada. 
Sutton afirma que, desde que se conheça a Língua de Sinais, pode-se 
simplificar ainda mais. Neste exemplo, assevera que poderíamos retirar os dois 
semicírculos da face, mas que são necessários para ler principalmente Línguas 
de Sinais estrangeiras (SUttoN, 2014). 
Comoqualqueroutrosistemadeescrita,o SignWriting nãotemporobjetivo 
capturar todas as nuances de um sinal (embora existam símbolos para 
proporcionar uma transcrição razoavelmente precisa), mas capturar apenas 
os elementos necessários para que a sinalização possa ser reproduzida de 
formacompreensível.Àmedidaemqueaescritafoisepadronizando,asregras 
ortográficas foram sendo convencionadas e menos detalhadas porque 
os leitores podem suprir as informações necessárias a partir de seu 
conhecimento da língua (tHIeSSeN, 2011, p. 14, trad. nossa). 
Vejaabaixoamesmasentençaescritaanteriormenteagoracomaescritade 
Sinais Moderna. 
 
Quad. 11: Escrita de Sinais Moderna. Sentença em LS Dinamarquesa 
“De ter far” (“É pai” ou “Que é pai” em português) (SUttoN, 2014, trad. nossa) 
 
37 Disponível em: <http://ase.wikipedia.wmflabs.org/wiki/Main_Page>. acesso em 27 dez. 2014. 
38 Disponível em: <http://en.wikipedia.org/>. acesso em 27 dez. 2014. 
39 Disponíveis em: <www.signpuddle.com> acesso em: 20 ago. 2014. 
73 
http://ase.wikipedia.wmflabs.org/wiki/Main_Page
http://en.wikipedia.org/
http://www.signpuddle.com/
 
 
74 Escrita de Sinais sem mistérios 
o SignWriting é difundido pelo DaC (Deaf Action Committee for Sign- 
Writing) que faz parte do Center for Sutton Movement Writing, Inc., uma 
organização educacional sem fins lucrativos dirigida por Sutton e sediada em 
La Jolla, Califórnia, nos estados Unidos. Sutton desenvolveu ainda sistemas 
de escrita para vários tipos de esportes, mímica, pantomima e ginástica, 
movimentos de animais, dentre outros40. 
o DaC publicou também sistemas computacionais para a escrita do 
SignWriting, dentre os quais destacam-se o SignWriter (lançado em 1986, 
empregava o teclado para realizar a escrita) e o SignPuddle (publicado em 
2004, utiliza uma interface do tipo arrastar e soltar). 
 
Fig. 05: tela da função “editor de sinais/ SignMaker” no SignPuddle 2.0 
(Disponível em: <http://www.signpuddle.org> acesso em: 16 dez. 2014) 
 
 
40 Disponível em <http://www.signwriting.org/forums/sponsors/help001.html> acesso em: 08 fev.2012. 
74 
http://www.signpuddle.org/
http://www.signwriting.org/forums/sponsors/help001.html
http://www.signwriting.org/forums/sponsors/help001.html
 
 
Capítulo 2 75 
atualmente, somente o SignPuddle (SLeVINSKI, 2012b) é utilizado. 
em sua plataforma gratuita on-line41, é possível – em inúmeras Línguas de 
Sinais – construir dicionários bilíngues, escrever textos, realizar buscas de 
sinais (via Língua oral, via Língua de Sinais escrita, ou por grafema), escrever 
sinais, textos e ainda enviar e-mails diretamente em SignWriting. entendendo 
a estrutura básica do SignWriting e como o ISWa 201042 está organizado, 
torna-se fácil aprender e utilizar esta plataforma. 
o uso do SignWriting via computador contribuiu para que se espalhasse 
pelo mundo. Muitas pessoas conhecem apenas a forma de escrita realizada via 
computador e sua versão manuscrita ou cursiva.talvez por este motivo, pensem 
que é a única forma possível tornando esta escrita impraticável no dia a dia. 
Contudo, é importante salientar que, por mais de uma década, a eLS foi 
escrita somente à mão. e que a maioria dos sistemas de escrita, como o alfabeto 
latino, tem sua versão impressa/ digital e também a forma cursiva, que é mais 
fácil de escrever. Veja abaixo alguns exemplos da escrita de Sinais cursiva: 
Quad. 12: escrita Impressa X escrita Cursiva (FRoSt, 2014, slide 45) 
em 2006, o SignWriting foi reconhecido pelo comitê do International 
Organization for Standardizations (mais conhecido como ISo)43 como escrita 
das Línguas de Sinais. Desde então foi incluído no Registro das escritas do 
Mundo44, o que contribuiu também para o status linguístico destas línguas. 
 
41 Disponível em <http://www.signpuddle.org>.Na versão 2.0,utilize o navegador Mozilla Firefox. 
Versões posteriores estarão disponíveis em outros navegadores. BÔNUS: preparamos um tutorial 
(em Libras e em Português) especialmente para você, ensinando como utilizar as principais funções 
do SignPuddle. acesse a Área de Membros Exclusivapara você, leitor:<http://www.Librasescrita. 
com.br/escritaDeSinaisSemMisterios>. 
42 o ISWa (Internacional SignWriting Alphabet) é o conjunto de grafemas e demais símbolos que 
compõe esta escrita. 
43 organização Internacional para Padronização. 
44 ISO 15924 Registry of World Scripts. Disponível em <http://www.unicode.org/iso15924/ 
iso15924-codes.html> acesso em 03 dez. 2012. 
75 
http://www.signpuddle.org/
http://www.unicode.org/iso15924/
 
 
76 Escrita de Sinais sem mistérios 
Foram submetidos centenas e centenas de textos em SignWriting tanto 
manuscritos quanto computadorizados dos países usuários deste sistema 
provando como ele vem sendo utilizado de maneira funcional para o registro 
de inúmeras LS. está prevista para meados de 2015 sua inclusão no padrão 
Unicode, o que facilitará ainda mais sua utilização nas mais diversas plataformas. 
o SignWriting possui também uma Lista de Discussão45 via e-mail na 
qual usuários e pesquisadores desta escrita de todo o mundo podem interagir, 
esclarecer dúvidas e dar contribuições uns aos outros. até fevereiro de 2015, o 
número de membros ultrapassava 200 representando 20 países. 
 
CArACterístiCAs dA esCritA de sinAis 
o SignWriting é uma escrita visual direta e uma solução completa para escrever 
as Línguas de Sinais. Cada grafema desta escrita representa diretamente um 
fonema das Línguas de Sinais e nos mostra como ele é realizado46. 
Grande parte destes grafemas são visualmente icônicos, possibilitando 
uma rápida associação com os respectivos fonemas. as principais categorias de 
grafemas representam de maneira visual a cabeça, a face, o tronco, os membros, 
as mãos e os movimentos, outros grafemas representam as dinâmicas e o 
tempo. Seus tamanhos são proporcionais entre si. 
assim, o SignWriting é uma escrita de traços Não arbitrários (featural 
alphabets) (MaRtIN, 2007; HULSt & CHaNNoN, 2010; CaPoVILLa, 
SUttoN & WÖHRMaNN, 2012). a maioria dos sistemas de escritas são 
arbitrários, isto é, são acordados socialmente. Por exemplo, o grafema <a> não 
nos faz lembrar os movimentos da boca, da língua, das pregas vocais, etc. 
na produção do fonema representado por ele. Mas, foi convencionado para 
representar o fonema /a/ do Português. 
observe que este mesmo grafema <a> representa fonemas diferentes no 
Inglês. Isto não ocorre no SignWriting. Seus grafemas representam de forma 
direta como os fonemas das Línguas de Sinais são realizados. ao ler um sinal 
 
 
45 Disponível em <http://www.signwriting.org/forums/swlist/> acesso em 06 jun. 2011. 
46 Bissingularidade(Bi-single): conceitobasedasescritasqueprezapelaequivalênciaum-para-um 
entre grafemas e fonemas, mas que na prática, devido a inúmeros fatores sociolinguísticos, morfo 
lógicos, etc. não se vê em todos os grafemas. No Português Brasileiro, por exemplo, o grafema 
<x> representa inúmeros sons: /ks/ (ex.: táxi), /s/ (ex.: texto), /z/ (ex.: exato), /ʃ/ (ex.: abacaxi) ou 
simplesmente tem valor etimológico e não sonoro (ex.: exceção). 
76 
http://www.signwriting.org/forums/swlist/
http://www.signwriting.org/forums/swlist/
 
 
Capítulo 2 77 
ou texto de qualquer LS do mundo, o leitor proficiente em eLS é capaz de 
reproduzir com precisão como o sinal é realizado, mesmo sem entender o que 
significa, pois para isto seria necessário saber essa Língua de Sinais. 
o termo featural alphabets foi introduzido por Geoffrey Sampson em 1985 
descrevendo o Hangul, escrita coreana, e também a Pitman Shorthand, usada 
para taquigrafia. ambas foram criadas para apresentar diagramas esquemáticos 
das partes do corpo que emitem os sons. Contudo, o autor salienta que não 
existe uma escrita realmente pura. Muitos outros autores discordam da análise 
do Hangul feita por Sampson (RoGeRS, 2005). assim, o mundo ainda não 
conhecia bons exemplos de uma escrita realmente detraços Não arbitrários,tal 
qual o SignWriting o é (MaRtIN, 2007). 
Na eLS, os sinais são registrados em duas dimensões onde os grafemas 
são organizados para formar um ou mais morfemas47. Desta forma, mostram 
o posicionamento de como o sinal é feito. Cada sinal escrito é denominado 
cluster (SLeVINSKI, 2012a) e é organizado seguindo a mesma lógica 
estrutural do corpo humano, ou seja, o posicionamento dos grafemas também 
não é arbitrário e contribui para o melhor e mais rápido entendimento dos 
morfemas e consequentemente, dos sinais das LS. 
assim, os parâmetros fonológicos destas línguas são lidos simultanea- 
mente. Muitos destes clusters têm características visualmente icônicas também. 
Por exemplo, um círculo representa a cabeça do sinalizador. Subsímbolos são 
arranjados segundo esta lógica. Desta forma, os semicírculos que representam 
os olhos são colocados dentro do círculo da cabeça em sua posição análoga, tal 
qual o são os grafemas das sobrancelhas, nariz, boca, orelhas e do cabelo (veja 
no quadro abaixo, respectivamente), conforme estudaremos passo a passo nos 
capítulos seguintes. 
 
Quad. 13: Grafemas para algumas das Locações na cabeça 
os grafemas de pontuação são usados quando escreve-se sentenças ou 
textos. Visualmente, distinguem dos utilizados na Língua Portuguesa, por 
exemplo, mas têm significados semelhantes48. 
 
 
47 Menor unidade de significado em uma língua. 
48 Veja às páginas 157, 185, 245, etc. 
77 
 
 
78 Escrita de Sinais sem mistérios 
embora exista esta relação não arbitrária e visualmente icônica entre os 
grafemas do SignWriting e os órgãos49 emissores das Línguas de Sinais, esta 
escrita não é ideográfica50. Pois não representa semantemas, isto é, unidades 
fixas de significado, mas sim a visoespacialidade das Línguas de Sinais através 
de seus fonemas (CaPoVILLa et al. 2006; SILVa, 2009a). Nesse aspecto, 
entende-se que a escrita de Sinais registra cada uma das partes do sinal que 
são relevantes linguisticamente. Nenhum sinal escrito é estático. Novos sinais 
podem ser escritos a qualquer momento. 
Por não estarem acostumadas a escritas de traços Não arbitrários, muitas 
pessoas se confundem chamando a escrita de Sinais (SignWriting) de desenho. 
Desenhos são traços realizados para representar a realidade ou a imaginação. 
Se fôssemos chamar os grafemas da escrita de Sinais ou os sinais escritos 
de desenhos, teríamos também que dizer que as palavras grafadas <água>, 
<cachorro>, etc. e as letras <a>,<b>,<c> e todos os demais grafemas das Línguas 
orais também são desenhos. Mas não os classificamos assim. o registro gráfico 
de uma língua é denominado de escrita. Veja: 
 
Desenho, ilustração eSCRIta das Línguas 
 
Fig. 06: Diferença entre desenhos e sistemas de escrita 
(Capovilla, Raphael & Maurício, 2012, p. 321, adapt.) 
 
 
 
49 Dedos, mãos, antebraços, braços, cabeça (e seus órgãos constituintes), pescoço, ombros e tronco. 
50 Uma escrita Ideográfica é aquela que se utiliza de signos pictóricos para representar objetos, 
ideias e ainda os sons com que tais objetos ou ideias são nomeados em determinado idioma. a 
escrita ideográfica não representa entidades linguísticas, mas ideias. ex.: Kanji (usado no Japão), 
Dongba (usado em parte da China) e o Mandarim (também usado na China) que é tido por 
muitos autores uma escrita ideográfica. 
78 
de Sinais (SignWriting) 
Desenho da Datilologia (Fonte gráfica) 
eSCRIta (Português/ Inglês) 
 
 
Capítulo 2 79 
embora outros sistemas de escrita ou de notação das Línguas de Sinais 
apresentem alguns grafemas icônicos, seu registro é linear e arbitrário, numa 
ordem preestabelecida de fonemas (geralmente: Configuração de Mão, 
Locação e Movimento, seguindo a ordenação da Notação de Stokoe) em apenas 
uma dimensão. 
as escritas alfabéticas das Línguas orais são coerentes em sua linearidade, 
pois registram línguas que emitem sequências de sons da voz que também têm 
essa característica. Contudo, a ordenação linear no registro das Línguas de 
Sinais, como alguns sistemas de escrita fazem, é simplesmente um artefato 
desses sistemase não uma representação da ordenação natural dos fonemas 
das Línguas de Sinais em um dado sinal. 
Martin (2001) faz uma extensa e acurada comparação entre dois sistemas 
de escritas para as Línguas de Sinais: o SignWriting e a Notação de Stokoe. Para 
o autor, a linearidade desta é simplesmente uma continuidade da histórica 
linearidade das escritas de grande parte das Línguas orais e uma tentativa de criar 
um alfabeto para as Línguas de Sinais. o autor demonstra com muitos exemplos 
e aprofundada pesquisa teórica que estas línguas não seguem a lógica daquelas. 
Porém, são línguas visuais, realizadas num espaço tridimensional e seus fonemas 
são articulados simultaneamente (QUaDRoS & KaRNoPP, 2004). 
Se a Libras e as demais LS são línguas visoespaciais, é coerente que sua 
escrita registre clara e intuitivamente este fenômeno. Isto promove com noto- 
riedade ainda maior a tão importante continuidade entre o pensamento, fala e 
escrita apontada por Capovilla, et al. (2006). 
Na escrita de Sinais, as Configurações de Mão de mais de 40 Línguas de 
Sinais são organizadas em 10 grupos baseados nos números de 1-10 na Língua 
de Sinais americana51. Mas, diferentemente de outros sistemas de escrita ou 
transcrição de sinais, a eLS é capaz de registrar não só as Configurações de 
Mãos (e orientações da Palma), os Movimentos e Locações, mas também as 
expressões Não Manuais (eNM) produzidas pela cabeça, face e tronco com 
precisão, o inventário de grafemas para este fim é bem detalhado. as eNM 
devem ser escritas quando forem necessárias para o entendimento de um sinal 
ou frase. 
as eNM, conforme Quadros & Karnopp (2004), têm valor semântico 
e sintático nas Línguas de Sinais. Xavier (2006) acrescenta que têm valor 
 
51 as 111 Configurações de Mão que encontramos na Libras estão disponíveis no apêndice a 
(p. 321) classificadas desta forma. 
79 
 
 
80 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
morfológico e Costa (2013), que também possuem valor fonológico. Portanto, 
é fundamental que um sistema que se propõe a escrever as Línguas de Sinais 
registre este importantíssimo parâmetro fonológico, porém a maioria deles 
não o fazem, conforme enfatizado também por Thiessen (2011) e Dallan 
(2012). 
o SignWriting, devido às características supracitadas, pode ser utilizado 
também como sistema de transcrição fonética das Línguas de Sinais assim como 
o alfabeto Fonético Internacional (IPa)52 é capaz de transcrever os fonemas das 
Línguas orais (BUtLeR & CHaNNoN, 2010; CaPoVILLa, SUttoN & 
WÖHRMaNN, 2012; CoSta & BaRReto, 201453; FRISHBeRG, 1983; 
GaLea, 2006; MaRtIN, 2001; PIZZUto, RoSSINI, & RUSSo, 2006). 
o SignWriting pode ser usado em diferentes níveis de detalhamento fonético 
através dos quais podemos transcrever com precisão qualquer Língua de Sinais 
do mundo. Pizzuto, Rossini & Russo (2006) afirmam que notações baseadas no 
sistema de Stokoe conseguem fazer o registro de um sinal isolado e descontex- 
tualizado como os que aparecem em algumas pesquisas e em dicionários. Porém, 
esse tipo de notação encontra dificuldades ao transcrever sequências de sinais que 
ocorrem em uma sinalização fluente e todas as modificações morfo-lógicas que 
acontecem em um discurso. a maioria destes sistemas que foram descritos no 
capítulo anterior não consegue fazer o registro das expressões manuais e não 
manuais que as Línguas de Sinais têm. 
Contudo, diferentemente do IPa, onde se faz necessário saber a língua a ser 
transcrita, cujos símbolos são arbitrários, precisam ser memorizados e requerem 
muito estudo e treino para memorização e utilização correta, como vimos, grande 
parte dos grafemas do SignWriting e demais símbolos associados são icônicos 
e por serem também de traços Não arbitrários, tem seu aprendizado e uso 
facilitado. 
Seja qual for a necessidade do usuário, basta-lhe assimilar (e praticar) a 
estrutura interna desta escrita e então estará apto a transcrever foneticamente 
qualquer Língua de Sinais, tal qual Raquel Barreto ao fazer o registro escrito 
de sinais utilizados na aldeia Coroa Vermelha, da etnia Pataxó (Santa Cruz 
Cabrália/ Ba)54. Veja alguns exemplos: 
 
 
52 International Phonetic Alphabet. 
53 Disponível no anexo H (p. 363). 
54 Pesquisa em desenvolvimento por Letícia Damasceno, como requisito para conclusão do pro- 
grama de mestrado em Língua e Cultura da UFBa, Salvador/ Ba. 
80 
 
 
Capítulo 2 81 
 
 
 
 
 
 
 
Camarão Frio Milho Sal 
Quad. 13: Sinais indígenas. aldeia Coroa Vermelha (Santa Cruz Cabrália/ Ba) 
as características supramencionadas do SignWriting permitem-lhe ser 
usado para a transcrição fonética sem a necessidade de conhecer a língua fonte. 
É necessário apenas dominar o SignWriting e sua relação grafema-fonema. 
Percebe-se isto desde o nascimento desta escrita na década de 1970 quando, 
sem saber nada de Língua de Sinais, Valerie Sutton começou a transcrever a 
Língua de Sinais Dinamarquesa, conforme vimos anteriormente. 
Para a escrita, no entanto, faz-se necessário conhecer a língua e sua 
estrutura linguística, bem como as regras ortográficas adotadas por aquela 
comunidade linguística. a escrita espontânea pressupõe o domínio linguístico. 
É como ao escrever inglês, alemão, francês ou qualquer outra língua. Pois, 
enquanto escrita, o SignWriting procura representar aquilo que é funcional- 
mente significativo, estabelecendo um sistema de regras próprias. 
Como não falantes de aSL55, podemos transcrever seus corpora vídeo 
com precisão, mas não somos capazes de escrever uma frase de forma direta 
por não ter conhecimento o suficiente desta língua. 
Mediante observações e reflexões sobre o uso da escrita de Sinais, análise 
do conteúdo disponível no site oficial do SignWriting e ainda de sites e blogs 
afins, e também de CaPoVILLa (2001, 2006), KaSteRLINDeN (S/D), 
NoBRe (2011), SILVa (2009), StUMPF (2005), SUttoN (1999a, 2003), 
podemos elencar outras aplicações e benefícios da escrita de Sinais além das 
já citadas. a escrita das Línguas de Sinais: 
 Permite ao surdo expressar-se livremente, mostrando sua 
fluência na Língua de Sinais, ao contrário da escrita da Língua oral; 
 aumenta o status social da Língua de Sinais quando mostra 
que o surdo tem uma escrita própria; 
 
55 American Sign Language (Língua americana de Sinais). 
81 
 
 
82 
 ajuda a melhorar a 
comunicação; 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 Contribui com o desenvolvimento cognitivo dos surdos, 
estimulando sua criatividade, organizando seus pensamentos e facilitando sua 
aprendizagem; 
 Mostra as variações regionais da Libras, enriquecendo-a; 
 Permite aprender outras Línguas de Sinais; 
 auxilia a pesquisa das Línguas de Sinais; 
 Pode ser usada na construção de dicionários e glossários 
diretamente em Língua de Sinais; 
 É mais prática do que a gravação de uma sinalização em vídeo, pois 
permite escrever e ler textos em Língua de Sinais em qualquer lugar, basta 
papel e lápis; 
 Pode ser usada em qualquer disciplina escolar ou universitária: 
geografia, matemática, ciências, etc.; 
 Preserva a Língua de Sinais, registrando a história, cultura e 
literatura, através de roteiros de teatros, poesias, histórias, contos, humor, etc.; 
 Pode ser usada por professores para ensinar a Língua de Sinais e sua 
gramática para iniciantes e também pelos próprios aprendizes de Língua de 
Sinais para relembrar o que foi estudado em sala de aula, com muito mais 
eficácia e praticidade do que desenhos ou anotações em Português; 
 auxilia os tradutores intérpretes de Libras na preparação para a inter- 
pretação e também no registro de novos sinais aprendidos; 
 Permite também que o aluno surdo faça anotações enquanto assiste a 
uma aula, palestra, etc. e não fique apenas como expectador; 
 torna mais fiel a transcrição56 de sinalizações em corpora vídeo por 
pesquisadores, do que o uso de glosas da Língua oral como em [eU IR CaSa 
P-e-D-R-o],além do que,tornasigilosa a identidade do sinalizador – o que não 
acontece na utilização de vídeos, onde o sinalizador muitas vezes já é conhecido, 
fator que pode influenciar as análises. 
estas são só algumas das inúmeras possibilidades. Nos estados Unidos, 
por exemplo, adam Frost, surdo, publicou um blog57 bilíngue que utiliza a 
 
56 “transformação dos aportes orais (falados ou sinalizados) sob uma forma gráfica para estudo” 
(StUMPF, 2005, p. 169). 
57 Disponível em: <http://www.frostvillage.com/> acesso em: 30 jun. 2011 
http://www.frostvillage.com/
http://www.frostvillage.com/
 
 
82 
 
 
Capítulo 2 83 
aSL58 escrita e o inglês de forma alternada, à escolha do usuário. 
Sutton (2013a) afirma que os benefícios que o SignWriting oferece para 
seus usuários surdos e ouvintes são os mesmos propiciados pelas escritas de 
outras línguas como o Português, Inglês, espanhol, etc. a seus respectivos 
usuários. 
Nós corroboramos com este pensamento, juntamente com todos os que 
são proficientes nesta escrita e a utilizam no dia a dia. Nossos alunos surdos 
e ouvintes das oficinas, cursos presenciais ou à distância, e também nossos 
leitores são prova viva dos avanços que tiveram em seus estudos da Libras, na 
organização do pensamento, em suas anotações e até mesmo na sinalização 
do dia a dia59. 
o SignWriting possibilita ler, escrever ou transcrever as Línguas de Sinais 
de forma visual direta sem passar por outra língua (oral ou sinalizada) nem 
mesmo por uma transcrição em glosas. Como o alfabeto latino, que é usado 
para escrever o Português, o Inglês, o Francês e tantas outras Línguas orais, o 
alfabeto de traços Não arbitrários do SignWriting é internacional e pode ser 
usado para escrever qualquer Língua de Sinais do mundo (SUttoN, 2003; 
BaRReto & BaRReto, 2012; BaRReto, 2013). 
“enquanto escrita, SignWriting é um sistema secundário de representação 
de informação, baseado no sistema primário que é a Língua de Sinais” 
(CaPoVILLa et al., 2006, p. 1495). As características tridimensionais das 
Línguas de Sinais são preservadas neste sistema, pois registra precisamente 
seus parâmetros fonológicos (Configuração de Mão, Orientação da Palma, 
Locação, Movimento e Expressões Não Manuais) e sintáticos, tais como o 
uso do espaço de sinalização, referentes dêiticos e anafóricos (QUADROS, 
S/D; QUADROS & KARNOPP, 2004; SUTTON, 2003). enfim, não 
importa o tipo de projeto ou nível do texto, a escrita de Sinais nos possibilita 
ler e escrever aquilo que quisermos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
58 American Sign Language (Língua americana de Sinais). 
59 Veja o relato de duas alunas do curso eaD no trabalho de Barreto, Pereira & Barbosa (2014) 
disponível no anexo F (p. 355). 
83 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CApítuLo 3 
 
 
86 Escrita de Sinais sem mistérios 
AQuisiÇÃo dA LeiturA e escritA em SIGNWRITING 
 
Parece ser receio de algumas pessoas que a escrita de Sinais substitua a moda- 
lidade sinalizada das Línguas de Sinais. outros questionam que aprender a 
Libras, por exemplo, já é difícil o bastante para ter que aprender sua escrita, 
conforme discutimos anteriormente. Contudo, o SignWriting, como qualquer 
outro sistema de escrita, não é a língua em si, mas, como disse Leonard Bloom- 
field (trad. nossa), “é meramente uma forma de registrar o entendimento de 
uma língua através de marcas visíveis”. 
a escrita não substitui o discurso oral ou sinalizado e vice versa, pois 
cada um preenche necessidades específicas. Um não é melhor que o outro. “as 
diferenças de estrutura e uso entre língua falada e escrita são inevitáveis, porque 
elas são o produto de tipos radicalmente diferentes de situações comunicativas” 
(CRYStaL, 2006, p. 149, trad. nossa). 
Seja em qualquer língua,o discurso é fluido,a escrita estática e permanente. 
Contudo, fala e escrita possuem funções complementares. Geralmente, quando 
temos a oportunidade de falar (de forma oral ou sinalizada),não usamos a escrita 
(exceto em dinâmicas em salas de aula, por exemplo). Mas numa comunicação 
à distância usamos a escrita (exceto em casos especiais utilizando equipamentos 
tecnológicos) (CRYStaL, 2006). 
Ler e escrever são habilidades com as quais não nascemos. Na verdade, 
nem mesmo viemos ao mundo sabendo falar, andar, gesticular. Não tínhamos o 
domínio de uma gama enorme de outras coisas.Para adquirir um conhecimento, 
é necessário sair de seu status quo. É preciso agir! e isto pode ser desafiador para 
muitos. 
ao olhar para o passado,por vezes ficamos nos perguntando como a huma- 
nidade sobreviveu tantos séculos sem computador, Internet e o celular, mesmo 
aquelequeerausadosóparafazeroureceberligações.aquestãoé:selereescrever 
as Línguas de Sinais realmente é tão necessário, por que aprendê-la só agora? 
Nogeral,quemsabelereescrevero Português,ouéfluenteno Inglês,ousabe 
cozinhar muito bem não consegue se imaginar de outra forma. É como se per- 
guntássemos a nós mesmos como conseguimos viver tanto tempo sem determi- 
nada habilidade ou conhecimento. 
É difícil para si mesmo descrever o quase infinito mundo de possibilidades 
que se abrem ao adquirir uma nova aptidão. a escrita é a base das mais impor- 
tantes descobertas e invenções da humanidade há séculos. e, como vimos, em 
grande medida, só temos acesso a isto através dela. 
86 
 
 
Capítulo 3 87 
este é o tempo em que surdos e ouvintes falantes das Línguas de Sinais 
têm o privilégio de aprender a fazer o registro escrito dessas línguas por um sis- 
tema altamente funcional. Novas oportunidades se descortinarão àqueles que 
atravessarem esta porta. Inclusive, a aquisição da escrita de Sinais pode ocorrer 
simultaneamente à aquisição da Língua de Sinais. Uma complementa a outra. 
Silva (2009a) equipara o SignWriting às demais escritas, mas afirma que 
por desconhecimento, muitos surdos ainda não têm como registrar no papel 
seus pensamentos em sua própria língua: 
o uso do sistema de escrita SignWriting, assim como outras escritas, se 
constitui como estratégia de construção de significados e método de estudo, 
pois facilita a lembrança e a recuperação da informação guardada na memó- 
ria. atualmente a maioria dos surdos tem acesso aos conteúdos escolares 
através da tradução por um intérprete de Libras; porém, os conteúdos são 
escritos em Língua Portuguesa, o que não contribui para memorização, 
lembrança e associação com outros conhecimentos. Não há uma forma de 
registro acessível que se possa consultar (SILVa, 2009a, p. 53). 
Na alfabetização, é ensinado ao estudante associar os grafemas da escrita 
com os fonemas de sua língua.assim,o aluno começa a refletir sobre sua própria 
língua consciente ou inconscientemente. Porém, isto ainda não tem sido reali- 
dade para a maioria dos surdos, devido à chamada descontinuidade identificada 
por Capovilla et al. (2006) sobre a qual falamos anteriormente. 
Como pode o surdo compreender os grafemas da Língua Portuguesa (sua 
Segunda Língua) comosfonemasdesua Línguade Sinais(sua Primeira Língua) 
sendo seus pensamentos estruturados nesta língua? o processo de aquisição da 
escrita poderia ser natural se a criança surda estivesse assimilando os grafemas 
da escrita de Sinais com os fonemas de sua Língua de Sinais para, só depois 
disto, partir para a aquisição de sua Segunda Língua. 
Neste sentido, Silva (2009a) e Stumpf (2005) identificam que, por muitas 
vezes, a escrita da Língua Portuguesa tem sido usada como a forma escrita da 
Língua de Sinais, causando um confronto linguístico no pensamento da criança. 
Stumpf (2005) afirma também que, ao ensinar a escrita de Sinais para 
criançassurdas,muitasdizemquepensavamqueo Portuguêsescritoeraaregistro 
gráfico de sua língua.tal barreira pode ser rompida facilmente através do Sign- 
Writing, como defendem e evidenciam os autores. 
Para Silva (2009a, p. 53), as “vantagens que a leitura e escrita oferecem só 
terão efeito se o código linguístico utilizado fornaturalmente acessível”.Isto nos 
87 
 
 
88 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
chama atenção no SignWriting. a simultaneidade e iconicidade deste sistema 
somadas às demais características supraditas e as que estudaremos passo a passo 
nos capítulos seguintes,contribuem para sua rápida compreensão e aprendizado 
por surdos e ouvintes falantes das Línguas de Sinais. 
ao utilizarmos o SignWriting em ambientes sociais, educacionais, acadê- 
micos e religiosos, dentre outros, observamos fenômenos incríveis! Surdos de 
diferentes faixas etárias – mesmo não fluentes na Libras ou com baixo nível de 
escolarização e até os que não mantêm contato direto com outros surdos no 
dia a dia – conseguem com impressionante facilidade: identificar incontáveis 
grafemas da eLS; entender o que está escrito; desinibir-se; por iniciativa própria, 
de pé na frente de todos do grupo, ler sinais – cujos significados são conhecidos 
ou não – e textos em escrita de Sinais, mesmo sem estudo prévio desse sistema. 
Pivetta, Saito & Ulbricht (2014) também observam que os surdos conse- 
guem rapidamente fazer a conexão da eLS com a Libras, mesmo sem conheci- 
mento prévio da escrita. Galea (2006) ressalta que, ao ministrar oficinas de SW 
para surdos fluentes na LS Maltense, seus alunos aprenderam muito desta 
escrita em um curto período de tempo. 
Da mesma forma, é memorável que, a partir do início do acesso ao Sign- 
Writing, o nível de proficiência linguística destes sujeitos é ampliado. eles 
sentem prazer ao utilizá-lo. 
observe que, não estamos falando aqui do ensino formal do SignWriting, 
mas simplesmente do uso e aplicação desta escrita em um determinado con- 
texto para pessoas que, em sua grande maioria, sequer conheciam este sistema 
anteriormente. 
Quandoensinadoformalmente,emambientepresencialouvirtual,nogeral 
também testemunhamos rápida assimilação desta escrita, como veremos mais 
profundamente à frente. Barreto et al. (2014a e 2014b)60 têm identificado estas 
características também nos surdos atendidos no Centro de apoio Pedagógico 
de Ipiaú (CaPI) na Bahia. 
as pesquisas de Stumpf (2005) têm demonstrado que a escrita de Sinais 
ajuda a desenvolver a percepção do surdo quanto à Língua de Sinais de seu país. 
as experiências da autora no ensino da eLS no Brasil e na França evidenciam 
que as crianças se apropriam com muita facilidade do sistema e que, desde as 
primeiras aulas, escrevem sinais em sua língua materna sem passar pela escrita 
da Língua oral. 
 
60 Disponíveis nos anexos C (p. 343) e D (p. 347). 
88 
 
 
Capítulo 3 89 
elas têm muitas ideias e variações em sua escrita, pois se sentem à vontade 
para expressar seus pensamentos, “sem a insegurança de tentar encontrar a 
palavra da Língua oral, que procura, e não encontra, quando encontra não sabe 
bem se era aquela a palavra certa” (StUMPF, 2005, p. 44). as crianças têm 
vontade de continuar as aulas de escrita de Sinais, demonstrando expectativa 
pelos próximos conteúdos e anseio em escrever e ler textos em eLS. 
No início da aprendizagem, as crianças fazem os sinais antes de escrevê- 
los e também ao ler textos em escrita de Sinais, o que estimula a consciência 
fonético-fonológica da língua. Cometem alguns erros na escrita, mas natural- 
mente vão corrigindo à medida que se apropriam deste sistema ou com orien- 
tação direta do professor, tal qual as crianças ouvintes aprendendo a escrita das 
Línguas orais. 
a autora supracitada afirma ainda que os períodos de evolução da escrita 
infantil identificados por Ferreiro (1982, 1985 e 1999 apud StUMPF, 2005) 
são iguais em crianças ouvintes e surdas quando estas são expostas à escrita 
de Sinais. 
Quando a criança escreve, ela expressa suas idéias [sic] graficamente, por 
meio de um sistema cujo uso supõe a compreensão da sua forma de constru- 
ção. Construir a escrita significa conseguir criar os elementos adequados à 
expressão das idéias [sic] e estabelecer entre eles a relação apropriada que 
reflita no texto a gramaticidade da língua. Para o usuário natural de uma 
língua,nocasoascriançassurdasusuáriasdaslínguasdesinais,essacompre- 
ensão da estrutura da língua acontece naturalmente ao ser posta em contato 
com a LS, como acontece com a criança ouvinte quando adquire a língua 
oral de seu país (StUMPF, 2005, p. 214). 
Defendendo que a escrita de Sinais permite aos surdos (e acrescentamos: 
aos demais usuários deste sistema) uma consciência semantossêmica dos sinais, 
Capovilla, Sutton & Wöhrmann (2012, p. 168) afirmam que o “SignWriting 
promoveodesenvolvimento do léxico dos sinais (permitindo enriquecer o léxico 
semântico e o léxico SemantosÊmicos [sic])e especialmente a representação, a 
análise e a reflexão sistemática sobre a estrutura morfológica e a composição 
linguística” . ainda segundo os autores, isto contribuirá com a alfabetização 
desses sujeitos, pois lhes permitirá, também, compreender com mais facilidade 
a estrutura da Língua oral que estiverem estudando. 
os pesquisadores franceses, depois da experiência de ensino da escrita de 
Sinais a crianças e adolescentes surdos de seu país por Stumpf (2005), enten- 
deram que os alunos aprenderão melhor a Língua Francesa se compreenderem 
como é a estrutura de sua Língua de Sinais e souberem como escrevê-la. 
89 
 
 
90 Escrita de Sinais sem mistérios 
em depoimento,os próprios alunos disseram que a escrita de Sinais auxilia 
o desenvolvimento e apropriação da LS e uso do espaço de sinalização, pois a 
escrita implica na reflexão sobre a língua.Muitos disseram ainda que não sabiam 
que a Língua de Sinais Francesa possuía regras estruturais, isto é, sintáticas. 
a pesquisa de Wanderley (2012) corrobora com o pensamento desses 
pesquisadores. a autora percebeu que universitários ouvintes utilizaram a base 
cognitiva que têm da escrita de sua Primeira Língua (o Português), para apren- 
derem a escrita das Línguas Sinais (sua Segunda Língua). 
Por isto,a mesma afirma que este é um processo natural e que os surdos que 
adquirirem primeiramente a escrita de sua Primeira Língua (a Libras) também 
a utilizarão como base para a aquisição de sua Segunda Língua (o Português). 
Finau(2004) tambémentendequeseriamaisfácilaosurdocompreenderaescrita 
da Língua oral a partir da escrita de sua Língua de Sinais. 
Stumpf (2005) identificou dois componentes fundamentais ao processo 
de aquisição da escrita frente à escrita de Sinais que habitualmente não se 
evidenciam quando a alfabetização em Língua oral é desenvolvida com as 
crianças surdas: 
1 – o aspecto afetivo - a criança surda quando se depara com a aprendiza- 
gem do SignWriting sente-se gratificada, sente-se feliz. o reconhecimento 
de que sua Língua de Sinais também é importante, também pode ser 
escrita, a relação que se estabelece entre os colegas para cooperar e trocar 
conhecimentos, as produções animadas, o poder contar em casa que são 
possuidores de um conhecimento reconhecido pela escola, são fatores entre 
outros, de apropriação de um sentimento de auto-estima [sic], do qual elas 
muitas vezes carecem e de empenho [sic] em aprender. 
2 – o aspecto de evolução na aprendizagem - a rapidez com que elas 
conseguem adquirir o sistema, começam a ampliar seu sinalário61 e a 
construir mensagens faz com que se sintam estimuladas a avançar. as difi- 
culdades que encontram são dificuldades possíveis de serem superadas, ao 
contrário das encontradas na escrita da língua oral,que ensinada aos surdos, 
com os mesmos métodos que aos ouvintes, não respeita o raciocínio nem a 
lógica da criança surda (StUMPF, 2005, p. 220). 
a experiência realizada por Stumpf (2005, p. 221) com os familiares de 
surdos da escola de ensino Fundamental Frei Pacífico (RS) propiciando a eles 
o aprendizado básico da escrita de Sinais fez com que passassem “a valorizar 
mais a Libras e a reforçar as aprendizagens da língua e a comunicação em sinais 
 
61 Conjunto de expressões que compõe o léxicode uma determinada Língua de Sinais. 
90 
 
 
Capítulo 3 91 
com seus filhos”. Para eles, ficou nítido como seus filhos estavam se desenvol- 
vendo e eles queriam participar disso também. 
Silva (2009a) investigou a compreensão da leitura de textos em escrita 
de Sinais por sujeitos surdos fluentes em Libras e conhecedores desse sistema. 
todos os sujeitos pesquisados fizeram uma leitura direta em Língua de Sinais, 
sem a necessidade de tradução e/ou mediação da Língua Portuguesa escrita. 
eles conseguiram ler e expor sua compreensão acerca do que tinha sido lido. 
avariação da coerência e coesão62 apresentada“está diretamente ligada aos 
conhecimentos de vida de cada um, das informações percebidas ao seu redor” 
(SILVa, 2009a, pp. 97, 98). a variação de coesão está ligada ao nível de fluência 
na Língua de Sinais,o que se deve à escassez de professores devidamente forma- 
dos com conhecimentos linguísticos e científicos sobre a Língua de Sinais. 
os resultados das análises mostram que ao ler em SignWriting, o leitor é 
capaz de associar informações já adquiridas às novas informações. acres- 
centar, interpretar, resumir, tudo é possível nesta troca de informações 
entre o texto e o leitor na Língua de Sinais (SILVa, 2009a, pp. 99-100). 
o autor afirma igualmente que tanto o tempo de leitura como o de 
exposição, isto é, o comentário do leitor sobre o texto, “não definem se o leitor 
é não fluente ou vacilante. ‘Um leitor lento não é necessariamente impreciso’” 
(McGUINNeSS, 2006 apud SILVa, 2009a, p. 100). a compreensão do 
texto depende de vários fatores complexos e inter-relacionados. o sistema 
SignWriting “faz com que se reflita sobre determinado assunto, manifeste 
pensamentos adormecidos, e se exercite o pensamento diferentemente de 
apenas sinalizar” (SILVa, 2009a, p. 100). 
Crystal (2006) aponta que ao ler, em Língua oral escrita, um material 
difícil,o leitor faz movimentos com os lábios.Écomo se a fonologia fosse a ajuda 
necessária para o entendimento. Desde nosso primeiro contato com a eLS e, 
posteriormente, ao ensinarmos este sistema em palestras, oficinas e cursos, 
tambémobservamosqueaprendizeseusuáriosdaescritade Sinaisaotercontato 
pela primeira vez com o SignWriting, ou ao ler um sinal desconhecido ou texto 
difícil também sinalizam em Libras. 
em entrevista (NaSCIMeNto & CoeLHo, 2013), as professoras 
Maria Luiza Campos do Nascimento etatiana Coelho também observam estes 
 
62 Para Silva (2009a, p. 7), coerência diz respeito à “estruturação do sentido entre os conheci- 
mentos ativados pelas expressões do texto”. Coesão é a “utilização de recursos gramaticais e 
léxicos da Língua de Sinais”. 
91 
 
 
92 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
fenômenos em alunos surdos fluentes ou não na Libras ao se apropriarem da 
escrita de Sinais. Crystal (2006) chama este fenômeno apontado por ele de 
“suporte para os ouvidos”por se tratar de Línguas orais. Nas Línguas de Sinais, 
poderíamos chamá-lo de “um suporte para os olhos”. 
Crystal (2006) afirma também que em qualquer sistema de escrita, as 
pessoas escrevem e leem mais devagar quando estão em fase de aprendizado. 
Isto é absolutamente normal. Mesmo usuários já proficientes, ao escrever uma 
palavra pela primeira vez, movem os lábios ou até mesmo pronunciam-na para 
então escrever. 
o autor identifica fato semelhante no processo de leitura. Segundo 
Crystal (2006), estudos demonstram que, ao ler um texto e encontrar palavras 
usadas raramente, ou palavras grandes ou cujo significado é desconhecido, 
o leitor geralmente parte a palavra em fonemas ou sílabas, como ao ler 
oftalmotorrinolaringologista. 
Crystal (2006) assinala ainda outro mecanismo cerebral que temos 
observado no dia a dia também com os usuários da eLS: depois de múltiplas 
exposições a uma palavra escrita, neste caso os sinais escritos, o cérebro produz 
uma espécie de atalho mental para leitura, escrita e compreensão do mesmo, 
tornando a leitura e escrita significativamente mais rápida. 
É importante notar que as tarefas de ler e escrever requerem habilidades 
distintas. “Ler é reconhecer e interpretar a língua que foi escrita; escrever é 
planejar e produzir língua de modo que possa ser lido” (CRYStaL, 2006, p. 
128, trad. nossa). o autor afirma também que um bom leitor nem sempre é 
um bom escritor. o mesmo se aplica a crianças em idade escolar. 
a escrita é mais consciente e deliberada e requer conhecimento da estru- 
tura linguística. Na leitura, esquecer ou pular uma letra pode não trazer prejuízo 
ao entendimento, mas na escrita sim. Isto também ocorre com a escrita de 
Sinais. Por vezes, as pessoas treinam somente a leitura de sinais e desenvolvem 
grande habilidade nela, mas não na escrita, e vice versa. 
Crystal (2006) afirma que não se pode argumentar somente dizendo que 
a escrita é mais difícil. Isto não basta, pois as crianças geralmente conseguem 
escrever melhor do que ler. o que precisamos observar é que estas duas habili- 
dades requerem estratégias diferentes de aprendizagem. 
enquanto a leitura exige uma associação mais direta entre a expressão 
gráfica e o entendimento, a escrita parece envolver um componente fonológico 
desdeocomeço.Istopodeserpercebidoquandoumacriançaescreveumapalavra 
como B-O-I e “pronuncia o nome de cada letra dos sons que escreveu, ou um 
92 
 
 
Capítulo 3 93 
escritor adulto pronuncia palavras (principalmente grandes palavras) enquanto 
escreve-as no papel” (CRYStaL, 2006, p. 29, trad. nossa). 
Qualquer nível de escrita exige planejamento,como aponta Crystal (2006), 
precisamospensarnoquenossoleitorlerá.Étambémporistoqueseafirmaquea 
escrita é rígida. É preciso reflexão, e isto ajuda a ordenar o pensamento e, direta 
ou indiretamente, refletimos também sobre a língua e assim a escrita nos leva ao 
aprofundamento linguístico em diversos níveis: fonético, fonológico, morfo- 
lógico, sintático, semântico e pragmático, dentre outros. 
a reescrita faz parte da escrita, pois ela traz reflexão também. Crystal 
(2006) aponta que as pausas feitas durante a escrita de um texto refletem o 
planejamento mental e também a difícil tarefa de escrever. o autor afirma ainda 
que o que a pessoa vê ao escrever pode afetar sua maneira de pensar. Logo, 
escrevernãoéuma“tarefameramentemecânica,umasimplesquestãodecolocar 
o discurso no papel.Éuma exploração no uso do potencial gráfico de uma língua 
– um processo criativo, um ato de descoberta” (p. 128, trad. nossa). 
Para escrever bem, é necessário ter boa consciência fonológica e boa 
consciência visual. Na escrita de Sinais, isto é ainda mais real. a associação 
grafema-fonema é feita de forma mais direta, pois, como vimos, a escrita de 
Sinais é um alfabeto de traços Não arbitrários e isto permite ao usuário fazer 
associações entre a visualidade da escrita e da sinalização em LS tanto ao ler 
quanto ao escrever. 
Leitores proficientes conseguem ler longos textos apenas com os olhos, 
sem precisarem pronunciar, isto é, expressar sinal por sinal. Neste sentido, é 
importante notar que, assim como nas Línguas orais, a velocidade de leitura 
depende de inúmeros fatores, dentre os quais está o nível de pré-conhecimento 
do assunto. 
Mesmo com tantas regras ortográficas para as equivalências entre grafema 
e morfema,na Língua Portuguesa e na inglesa (como em qualquer outra) encon- 
tramos escritas alternativas para uma mesma palavra. É o caso de itapuã, itapuá, 
itapuan, itapoan e itapoã (MIGUeZ, 2013) ou do inglês yogurt, yoghourt e 
yoghurt (CRYStaL, 2006) todas essas formas estão corretas. Por vezes, este 
fenômeno acontece na escrita de Sinais também e, como nas Línguas orais, é 
perfeitamente aceitável e não compromete o entendimento nem da leitura nem 
da escrita. 
assim, concluímos que o processo de aquisição da leitura e escrita das 
Línguasde Sinaisatravésdo SignWriting,tantoparasurdosquantoparaouvintes, 
mediante suas características estudadas nesta obra,pode se dar pelo meio 
informal (contato direto) e pelo formal (através de cursos e livros texto). 
93 
 
 
94 Escrita de Sinais sem mistérios 
Quanto mais exemplos de sua Língua de Sinais o aprendiz tiver e quanto 
mais praticar as habilidades de leitura e escrita, tanto mais rápido assimilará o 
sistema alcançando a proficiência. 
Destacamos que, para uma aquisição mais rápida, o ensino da escrita de 
Sinais deve ser feito passo a passo. Primeiramente, devem ser estudados os gra- 
femas mais utilizados na Libras, iniciando-se pelos grafemas base e partindo-se 
para os mais elaborados. 
estudar as categorias de grafemas, mesmo com exemplos, tem demonstra- 
do ineficácia para o aprendizado dos alunos. eles aprendem grafemas isolados, 
mas por não terem adquirido os demais grafemas que precisam para escrever 
um sinal ou frase, sentem-se desmotivados, bloqueando sua aprendizagem. 
a iconicidade de seus grafemas, por ser uma escrita de traços Não arbi- 
trários, permite que o aprendiz não precise decorar centenas de grafemas, mas 
apenas apreender sua estrutura fundamental. escrever uma Língua de Sinais 
exige conhecimento desta língua, o que ocorre também com as Línguas orais. 
Depoisdeaprender,você tambémpode(e deve!) ensinar a escritade Sinais 
em faculdades, cursos, oficinas ou até mesmo informalmente. Recomendamos 
que utilize a mesma metodologia adotada neste livro. Comece ensinando do 
capítulo 05 até o último, em sequência. adapte os exemplos que considerar 
necessário para sua região. Veja outras orientações que podem lhe auxiliar 
neste processo e facilitar seu trabalho na apresentação desta obra e no início 
do cap. 05. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
94 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CApítuLo 4 
 
 
96 Escrita de Sinais sem mistérios 
A escritA de sinAis no BrAsiL 
 
Neste capítulo, vamos conhecer os primórdios da escrita de Sinais63 em nosso 
país e seus desdobramentos. a pesquisa e escrita deste capítulo constitui-se 
numa árdua tarefa, pois muito do conhecimento e pesquisas brasileiras sobre 
esta temática está nas esquinas dos labirintos da Internet e por isto é necessário 
tempo, técnicas de pesquisa e olhar criterioso para garimpar o conteúdo que é 
realmente relevante para nossos propósitos aqui. 
Nosso objetivo não é esgotar o assunto, embora estejamos apresentando 
aqui praticamente tudo que encontramos de pesquisas e produções brasileiras 
sobre a escrita de Sinais ou que fizeram uso dela, além das inúmeras citações de 
pesquisadores brasileiros já feitas nos capítulos anteriores. 
Dentre as mais diversas abordagens, optamos por expor os fundamentos 
da escrita de Sinais plantados em nosso país em 1996, partindo então para 
os segmentos que tiveram maior desdobramento à medida em que ocorreram. 
assim, queremos demonstrar como a fundação lançada delineou os aconteci- 
mentos dos anos seguintes e como estão inter-relacionados. 
Campos (2012) fez um levantamento e analisou as produções científicas 
brasileiras relacionadas ao sistema SignWriting entre os anos 2001 e 2011, 
totalizando 111 trabalhos64. a autora conclui que estes abordam o tema com 
profundidade, tornando evidente a necessidade que a comunidade científica 
tem percebido de entender e discutir essa escrita e seu papel na educação de 
surdos. Defende que dessa forma o Brasil se aproxima do efetivo bilinguismo 
onde se tem acesso às duas formas de expressão da LS: a sinalização no espaço e 
a sua representação gráfica. 
Dallan (2012) faz uma análise discursiva sobre a escrita de Sinais nos 
livros da série estudos Surdos (ed. arara azul). Identifica que muitos autores 
remetem-se, utilizam, recomendam ou reconhecem o sistema SignWriting 
enquanto possibilidade escrita para a Libras: avelar (2008, p. 381); Campelo 
(2007, 129); Leite & McCleary (2008, pp. 255, 268); Marques (2007, p. 139); 
Marques & oliveira (2008; pp. 420-421); Nicoloso & Silva (2008, p. 97); Perlin 
(2007, p. 11); Quadros, Cerny & Pereira (2008, pp. 49, 50); Silveira (2007, pp. 
158, 159, 170); Silveira e Rezende (2008, p. 78); Sousa (2008, p. 210); Stumpf 
(2008a, p. 18; 2008b, pp. 427-451) e Vieira-Machado (2008, p. 223). 
 
63 Como falamos anteriormente, utilizamos este termo como equivalente em Português para o 
SignWriting. 
64 Veja a lista completa no anexo a (p. 333). 
96 
 
 
Capítulo 4 97 
estes são alguns dos desdobramentos do que começou a ser plantado na 
década de 1990. No Brasil, as pesquisas da escrita de Sinais pelo SignWriting 
iniciaram-se em 1996 na PUC-RS65, em Porto alegre, através do Dr. antônio 
Carlos da Rocha Costa que formou um grupo de trabalho do qual participaram 
a profa. Márcia de Borba e a profa. Marianne Stumpf, surda, ambas doutoras 
hoje. este grupo deu início ao projeto SignNet realizado de 1996 a 2006 e finan- 
ciado pelo CNPQ/ProteM66, FINeP – Inovação e Pesquisa, FaPeRGS67 e 
pela UCPel68. 
o SignNet foiumprojetocomváriossubprojetos.Seuobjetivoprincipalera 
criar ferramentas para o processamento de Línguas de Sinais na Internet. Foi 
desenvolvido em quatro instituições: escola de Informática da UCPel, Museu 
de Ciência e tecnologia da PUC-RS, Faculdade de Informática da PUC-RS e 
Colégio ULBRa69 especial Concórdia, especializado na educação de surdos. 
Um de seus subprojetos foi o SignNet/PLN70 dedicado às pesquisas acerca 
do Processamento de Línguas de Sinais com base na escrita de Sinais. Foram 
investigados como determinar a igualdade ou similaridade entre dois sinais 
escritos, possibilitando de modo adequado o processo mais elementar de busca 
de sinais em textos e em dicionários. 
arealização destes projetos contou com a participação de inúmeros surdos 
como colaboradores ou bolsistas, além de graduandos, mestres e doutores 
surdos e ouvintes. 
 
progrAmAs ComputACionAis e informátiCA 
o projeto SignNet trouxe incontáveis contribuições para a escrita de Sinais no 
Brasil nas mais diversas áreas, como resultado de seu empenho em desenvolver 
linguagenseprogramascapazesdefazeroprocessamentodas LSnocomputador 
(CoSta, 2001). 
tantos outros sistemas foram criados a partir destes.os autores de todos os 
estes programas e suas equipes de trabalho relatam que suas obras foram testadas 
 
65 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. 
66 Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e tecnológico/ Programa temático Multi- 
institucional em Ciência da Computação. 
67 Fundação de amparo à Pesquisa do estado do Rio Grande do Sul. 
68 Universidade Católica de Pelotas. 
69 Universidade Luterana do Brasil. 
70 Processamento de Línguas Naturais. 
97 
 
 
98 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
por surdos e ouvintes falantes da Libras. a seguir, identificamos com “SignNet” 
seus subprojetos, programas e também outros trabalhos que tiveram sua 
influência direta: 
sWmL: (SignNet) linguagem padrão eXtensible Markup Language (XML) a 
fim de prover um formato de dados flexível e independente de software que pode 
ser facilmente analisado sintaticamente.objetiva tornar possível a realização de 
operações de troca, armazenamento e processamento de textos escritos em 
Língua de Sinais por diversos sistemas. Descreve basicamente os grafemas que 
compõe um sinal, seu posicionamento no espaço e as transformações a que os 
grafemas devem ser submetidos desta forma, armazena códigos ao invés de 
imagens (CoSta & DIMURo, 2002). este padrão trouxe grande desenvol- 
vimentoao SignWriting anível internacional.Muitosartigosforampublicadosa 
seu respeito e influenciou inclusive a criação do SignPuddle dois anos mais tarde. 
SW-Webmail: (SignNet) sistema para envio e recebimento de e-mail escritos em 
LS baseado em VML71 e HtML72 Dinâmico (CoSta, 2001). 
sW-ocX: (SignNet) componente ActiveX habilitando a renderização de 
sinais em sites com páginas HtML (CoSta, 2001). 
SignTalk: (SignNet) sistema de sala de bate papo virtual em ambas as Línguas 
oral e de Sinais, permitindoconversa em tempo real entre surdos e entre surdos 
e ouvintes (MaCHaDo & GoNZaLeZ, 2003). 
SignSim: (SignNet) um tradutor semiautomático de sinais para glosas. Possui 
ainda um editor/ visualizador dos sinais em 3D com opções de zoom e mudança 
do ângulo de visualização (CaMPoS, GIRaFFa & SaNtaRoSa, 2000). 
SignEd: (SignNet) um editor para a escrita de Sinais usado principalmente nos 
sistemas Signtalk e SignSim (CaMPoS, 2001). 
SignDic: (SignNet) dicionário on-line com a possibilidade de traduções entre 
Línguas de Sinais e Línguas orais usando um sistema de recuperação de dados 
embancodedados.organizaossinaisdeduasmaneiras: deacordocomascarac- 
terísticas gestuais dos sinais e alfabeticamente de acordo com seus respectivos 
significados em uma Língua oral (MaCeDo, 1999). 
SignHQ: (SignNet) sistema de autoria para criação e leitura de Histórias em 
Quadrinhos com suporte à Língua de Sinais. Permite a inserção de cenários, 
personagens, textos, balões de diálogos, etc. (CaMPoS, MaIoCCHI & 
BoRtoLIN, 2004). 
 
71 Vector Markup Language.Formato de arquivo baseado em XML para vetores gráficos bidimensionais. 
72 Hypertext Markup Language. Linguagem de marcação usada para produzir páginas web. 
98 
 
 
Capítulo 4 99 
 
SignHTML: (SignNet) permite edição e publicação de páginas na Internet com 
um editor de escrita de Sinais incorporado (MaZUttI, FaRIa & PIReS, 
2001). 
interface de Software: (SignNet) proposta de interface orientada à Língua de 
Sinais fazendo o uso de sua escrita (PoNteS & oRtH, 1999). 
SignSMS: (SignNet) protótipo de sistema para a escrita, envio e recebimento de 
mensagens em Língua de Sinais através do SignWriting em celulares com sistema 
android (KRaUSe & CUNHa, 2012). 
SignWebEdit: (SignNet) ferramenta on-line para construção coletiva de textos, 
que suporta a escrita de Sinais, com níveis de usuários diferentes (CaMPoS, 
oLIVeIRa & SaNtoS, 2006). 
SWService: (SignNet) biblioteca on-line no padrão SWML que permite a 
programas computacionais baseados na Web possam utilizar a Libras em forma 
escrita pelo SignWriting sem a necessidade de desenvolvimento ou instalação 
local (SoUZa, 2005). 
reconhecimento de Padrão manuscrito: (SignNet) proposta de padrão 
manuscrito para reconhecimento automático dos grafemas da eLS (RoCHa, 
2003). 
AGA-Sign: (SignNet) animador de Gestos aplicado à Língua de Sinais em 
ambiente web. tem por objetivo auxiliar na prática da escrita de Sinais e na 
familiarização com a língua. o protótipo gera automaticamente animações 
da sinalização a partir de sinais escritos em eLS (arquivos usando o formato 
SWML) (DeNaRDI, 2006). 
SW-Edit: (SignNet) programa computacional para aescrita de Sinais73 que utiliza 
a interface gráfica do Windows com base no uso do mouse (toRCHeLSeN, 
2002). este programa foi um divisor de águas, pois até então a escrita de Sinais 
no computador contava apenas com o SignWriter, que operava no modo DoS, 
com interface de texto com base no teclado.o SW-Edit foi o primeiro programa 
no mundo a instrumentalizar a escrita de Sinais utilizando interface gráfica 
e mouse. Desta forma, este programa e o padrão SWML foram amplamente 
difundidos por todo o mundo e influenciaram a criação do SignPuddle em 2004. 
 
73 Devido ao tempo, a evoluções e simplificações da escrita de Sinais, o SW-Edit está desa- 
tualizado, a escrita de vários grafemas está errada ou antiquada. Faltam-lhe também algumas 
importantes funcionalidades já contempladas no SignPuddle on-line. Por isto, recomendamos o 
uso deste, conforme orientação no rodapé da p. 75 (veja lá também o BÔNUS que preparamos 
para você). 
99 
 
 
100 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
sWdB: (SignNet) sistema de dicionários para as Línguas de Sinais usando o 
SignWriting (FReItaS & CoSta, 2004). 
SignWriting Journal: (SignNet) uma revista eletrônica criada e hospedada no 
siteda UCPeLcomumconselhoeditorialcompostoporváriosmembrosrepre- 
sentativos da comunidade internacional do SignWriting (CoSta, 2001). 
informativo“sWinforma”: (SignNet) boletim informativo on-line escrito em 
eLS veiculado de 2005 a 2006 (CoSta, 2001). 
Sign Webmessage: protótipo de um ambiente para envio e recebimento de e-mails 
no sistema SignWriting (SoUZa & PINto, 2003). 
Campos (2001) investigou as características que um ambiente computa- 
cional deve ter para suporte à construção da leitura e escrita da Primeira 
Língua (L1) e Segunda Língua (L2) para surdos. assim, desenvolveu um 
pacote de ferramentas computacionais que utilizam a escrita de Sinais. este 
pacote, desenvolvido especialmente para a tese, é composto pelos programas 
supracitados: SignEd, o SignSim e o SignTalk. tais ferramentas dispõe de um 
dicionário bilíngue, um mecanismo de predição de sinais para a resolução de 
ambiguidade entre os sinais, e um visualizador com boneco tridimensional para 
a representação espacial dos sinais Libras. 
Guimarães et al. (2014) propõe um sistema para reconhecimento auto- 
máticoda Escritade Sinaisàmãofeitaemtablets. otrabalho está em desenvol- 
vimento e demonstra ser muito promissor, pois valoriza o uso da escrita à mão, 
ao mesmo tempo que traz praticidade na escrita digital. o sistema captará os 
padrões de escrita do usuário adotando-os como referencial no reconhecimento 
dos grafemas. 
Guimarães, Guardezi & Fernandes (2014) desenvolveram um software 
educacional para auxiliar a alfabetização em Escrita de Sinais usando tablets. 
o aplicativo utiliza imagens, vídeos em Libras (com legenda em Português) e a 
eLS. Depois de visualizar estes itens em sequência, o sistema mostra ao usuário 
a CM utilizada no sinal e sua escrita correspondente. 
em outra tela, ele deve praticar a escrita das CMs utilizadas e, em seguida, 
o sinal completo que acabou de ver. Nos testes realizados com crianças surdas e 
seus professores, ambos não conhecedores da eLS, os participantes da pesquisa 
adjetivaram o aplicativo como lindo e divertido.Demonstraram motivação para 
continuar “jogando” e ficavam perguntando por mais sinais e frases, ainda não 
disponíveis nesta primeira versão. 
Iatskiu (2014) desenvolveu um protótipo de serviço web para a interpre- 
taçãodasdescriçõesdesinais através do Modelo de Descrição Computacional 
100 
 
 
Capítulo 4 101 
da Fonologia da Libras para os grafemas da escrita de Sinais, constituindo o 
primeiro passo para a geração automática desta escrita. Faltam várias funcio- 
nalidades a serem implementadas, mas este programa nos parece promissor. 
 
A esCritA de sinAis nA LeXiCogrAfiA e nos estudos LinguístiCos 
 
a escrita de Sinais tem sido utilizada também na lexicografia74 da Libras 
em diversas obras e projetos. o Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue 
da Língua de Sinais Brasileira (DeIt-Libras) de Capovilla, Raphael & Luz 
(2001) foi o pioneiro ao fazer uso desta escrita para documentar os sinais da 
Libras e propiciar explicações formais sobre seu uso desde sua primeira edição. 
Contribuiu para que muitas pessoas tomassem conhecimento da escrita de 
Sinais. atualmente, o DeIt-Libras é referência no Brasil e no mundo. 
o Glossário de Sinais acadêmicos e também o ambiente Virtual de 
ensino aprendizagem da UFSC também utiliza esta escrita das mais diversas 
formas e todos os sinais do glossário estão disponíveis em escrita de Sinais 
(oLIVeIRa & StUMPF,2013). É mais rápido ler o sinal e sua acepção escrita 
do que assistir um vídeo. 
Faria-do-Nascimento (2009) fez uma proposta lexicográfica para a 
representação lexical da Libras. a autora identifica dois caminhos: represen- 
tação digital ou impressa. Defende que para a representação terminográfica 
impressa em glossários, dicionários, etc. (independente da faixa etária ou nível 
educacional) o SignWriting é o ideal porque é um sistema que vem atendendo 
satisfatoriamente como registro gráfico das LS no mundo todo.Recomenda que 
publicações deste tipo tragam também um manual de instruções básico sobre 
estaescrita ou até acompanhado de um curso digital em Libras sobre a escrita 
de Sinais. Sua tese traz ainda dois anexos contendo materiais instrutivos sobre 
esta escrita. 
os glossários de Desenho arquitetônico (LIMa, 2014), eletrônica e 
Química do CeFet-MG75 também fazem uso da escrita de Sinais e serão 
incorporados no Glossário da UFSC supracitado. atualmente, a equipe do 
glossário do CeFet-MG dispõe de uma bolsista surda, Raquel Barreto, 
responsável por fazer a escrita de todos os sinais a partir dos vídeos com as 
sinalizações em Libras. 
 
74 Lexicografia é estudo científico e analítico das técnicas de produção dos dicionários. 
75 Centro Federal de educação tecnológica de Minas Gerais. 
101 
 
 
102 Escrita de Sinais sem mistérios 
Lima (2014), ao desenvolver uma proposta terminológica da Libras para a 
área de Desenho arquitetônico, faz uso da escrita de Sinais permitindo acesso 
direto e fluente aos sinais em sua tese, sem a necessidade de qualquer outro 
veículo (vídeo, foto, desenho, etc.) e destaca seu poder e precisão no registro 
escrito dessa língua, constituindo-se em um importante meio para o registro e 
transmissão de ideias. 
Costa (2014) pesquisou o ensino de química mediado pela Libras. 
Registrou em eLS todos os sinais de sua pesquisa e os novos sinais produzidos 
para a área de Química. estes servirão como suporte à construção de conceitos 
científicos por e para surdos. 
enfatiza que os desenhos e imagens geralmente utilizadas em apostilas, 
glossários e dicionários de Libras não permitem uma compreensão exata do 
sinal, por vezes tornando a leitura confusa. Mas a escrita de Sinais permite 
tanto o registro quanto a recuperação da informação com facilidade. 
em sua tese de doutorado, Quadros (1999) fez uso extensivo da escrita 
de Sinais para não ser dependente do uso de glosas, embora as utilize em seu 
trabalho junto com a eLS. argumenta ainda que a direção do olhar, posição 
do corpo e demais expressões Não Manuais são muito difíceis de se escrever 
através de glosas. Desta forma, permitiu ao leitor fazer a leitura dos sinais em 
Libras diretamente nesta língua. 
outro autor, Costa (2013), desenvolveu uma proposta de instrumento 
para a avaliação fonológica da Libras denominada FoNoLIBRaS. Realizou a 
transcrição dos dados coletados para a pesquisa, isto é, os sinais realizados por 
crianças surdas e os padrões de sinalização de surdos adultos da região metro- 
politana de Salvador/ Ba. 
a análise comparativa dos dados, revelou como foi vital a transcrição da 
Libras através da escrita de Sinais. Pois facilitou a coleta e registro dos dados 
preservando a imagem dos sinalizadores e,devido à sua iconicidade,permitiu que 
até mesmo pessoas que não conhecem esta escrita percebam com facilidade as 
diferenças e/ ou semelhanças entre os dados coletados. em seu trabalho, o autor 
incluiu ainda um apêndice, traduzido e adaptado de Galea (2006), como uma 
breve introdução aos grafemas básicos da eLS e seu uso. 
Conforme citado e exemplificado anteriormente76, Damasceno (pesquisa 
em andamento) também optou por transcrever foneticamente, usando a escrita 
de Sinais, os dados coletados em sua pesquisa dos sinais empregados na aldeia 
 
76 Veja na p. 81. 
102 
 
 
Capítulo 4 103 
Coroa Vermelha, da etnia Pataxó, com benefícios semelhantes aos identifi- 
cados acima, dentre outros. 
 
A esCritA de sinAis nA LiterAturA em LibrAs 
No Brasilforampublicadasváriashistóriasinfantiseoutrosmateriaisemescrita 
de Sinais como: Uma menina chamada Kauana (StRoBeL, 1997); Livrinho 
do Betinho (2002); As Cigarras surdas e as formigas (oLIVeIRa & BoLDo, 
2004); Cachos Dourados (StUMPF, 2003); Rapunzel Surda (HeSSeL, 
RoSa & KaRNoPP, 2003); A árvore surda (LIBRaS, 2005a); adão e eva 
(LIBRaS, 2005b); Ivo (LIBRaS, 2005c); Viva as diferenças (LIBRaS, 2005d); 
Davi (RIBeIRo, 2006a); O menino, o pastor e o lobo (RIBeIRo, 2006b); Noé 
(RIBeIRo, 2007); Cinderela Surda (HeSSeL, RoSa & KaRNoPP, 2007); 
O Feijãozinho Surdo (KUCHeNBeCKeR, 2009); Manoelito o palhaço tristonho 
(FIGUeIRÓ, 2009); Sol e as ovelhas (FIGUeIRÓ, 2010); Negrinho e Solimões 
(MoNteIRo, 2014), dentre outros. 
Ribas (2008) considera que os elementos mais representativos da cultura 
surda são a Língua de Sinais e sua escrita. Pois esta permite estudos aplicados às 
LS e o acesso à cultura escrita da população surda. 
Segala (2010) reconhece que a eLS, a gravação de vídeos e até mesmo a 
Língua Portuguesa têm contribuído com o desenvolvimento da cultura surda, 
pois anteriormente os surdos comunicavam-se apenas presencialmente e de 
forma síncrona. ao falar do campo da tradução, o autor menciona o SW 
enquanto forma de escrita da Libras. 
Santana (2010), em sua análise sobre a literatura, as experiências e 
performances dos tradutores e intérpretes, aponta a importância do SignWriting 
na produção literária em Libras além do uso de vídeos. 
Morais (2010) demonstra a importância da escrita de Sinais na produção 
literária em LS no Brasil. enfatiza que são inúmeros ganhos, dentre os quais a 
perpetuação do conhecimento e vivências,e reflexão sobre a vida e a própria língua. 
É interessante notar que mesmo a autora considerando seus conheci- 
mentos da eLS como básicos, desenvolveu um trabalho muito bom. Defende 
que “a mesma comunidade surda que, por anos, reivindicou o reconhecimento 
da língua de sinais, deve promover ações para o reconhecimento da escrita de 
sinais” (MoRaIS, 2010, p. 139). 
 
 
103 
 
 
104 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
A esCritA de sinAis nA eduCAção de surdos 
Stumpf (2005)77 foi pioneira ao demonstrar que as crianças surdas conseguem 
com facilidade, interesse e incrível motivação adquirir a escrita de Sinais tanto 
manuscrita quanto no computador. 
Destacamos que o programa computacional utilizado pela autora em sua 
pesquisa foi o SignWriter DOS citado anteriormente78. Mesmo com os inúme- 
ros graus de dificuldade de uso e limitação que este programa apresenta, elas 
conseguiram se desenvolver muito bem. Stumpf identificou ainda incontáveis 
aplicabilidades para a escrita de Sinais nas mais diversas áreas. 
Capovilla et al. (2006)79, como vimos, aponta que a escrita de Sinais é 
fundamental na educação de surdos ao possibilitar que leiam e escrevam sua 
Primeira Língua, promovendo continuidade entre pensamento, fala e escrita. 
Inúmeras outras publicações suas como o DeIt-Libras (CaPoVILLa, 
RaPHaeL & LUZ, 2001) levaram a escrita de Sinais a um alto patamar 
mostrando sua eficácia no registro da Libras. 
Pontin & Silva (2010) demonstram como a escrita de Sinais está em 
diversos âmbitos da educação de surdos e como oportuniza a escrita da Primeira 
Língua destes sujeitos. 
oliveira e Mourão (2012) defendem o uso da escrita de Sinais como 
parte da pedagogia visual adequada para a educação surdos. Nobre (2011, p. 
28) afirma que “a escrita de sinais em sala de aula aparece como característica 
da Cultura Surda, assim como o estabelecimento da Literatura Surda80”. 
Nas atividades escolares a leitura e a escrita de Língua de Sinais permitirão, 
segundo Stumpf (2005, pp. 46, 100),“um trabalho muito mais consistente com 
a Língua de Sinais que precisa ser completa e bem construída,para possibilitar ao 
surdo o acesso a todo conhecimento,[...] o que pode levar ao bilinguismo pleno”. 
Neste sentido, Quadros (2003 apud StUMPF, 2005) afirma que: 
a escrita da Língua de Sinais capta as relações que a criança estabelece com 
a Língua de Sinais. Se as crianças (surdas) tivessem acesso a essa forma de 
escrita para construir suas hipóteses a respeito da escrita, a alfabetização 
 
77 Nos capítulos anteriores citamos os trabalhos de Stumpf (2005) diversas vezes. este parágrafo 
apresenta um breve resumo. 
78 Confira na p. 74. 
79 Veja mais sobre os trabalhos e considerações deste autor nos capítulos anteriores. 
80 Literatura Surda“refere-se a obras que discorrem e discutemsobre Cultura e Identidade Surda, 
considerando as produções voltadas a Comunidade Surda”(NoBRe, 2011, p. 28, nota de rodapé). 
104 
 
 
Capítulo 4 105 
 
seria uma consequência do processo. a partir disso, poder-se-ia garantir 
o letramento do aluno ao longo do processo educacional (QUaDRoS, 
2003 apud StUMPF, 2005, p. 106). 
a literatura em Língua de Sinais oportuniza aos alunos surdos refletirem e 
valorizarem sua própria língua, dentre incontáveis outros aspectos. as escolas 
que trabalham com a escrita de Sinais fazem uso constante de várias das obras 
literárias em eLS supracitadas. 
a professora de surdos Maria Luiza Campos do Nascimento, em entre- 
vista (NaSCIMeNto, 2014), agradece com ênfase aos autores destas obras 
literárias e pede encarecidamente que mais e mais livros sejam publicados em 
eLS, pois este é um ganho inefável à educação de surdos. 
o curso de Letras com habilitação em Libras de três instituições de ensino 
vem oportunizando aos seus alunos surdos e ouvintes a aquisição da escrita 
de Sinais: UFSC81 modalidades ensino à Distância – eaD (turmas 2006 – 
licenciatura - e 2008 – licenciatura e bacharelado) e posteriormente na presen- 
cial; UFPB82 modalidade eaD (2009 – licenciatura) e a Faculdade eficaz 
(Maringá/ PR) no curso presencial (2011 – licenciatura). 
Fernandes (2011), por meio de um estudo de caso, buscou descrever, 
analisar e discutir a aprendizagem da escrita de Sinais da Libras nas produções e 
depoimentos de universitários ouvintes sinalizantes no curso de Bacharelado em 
Letras/ Libras nas modalidades de ensino à distância e presencial da UFSC. 
os participantes da pesquisa demonstraram muito interesse no apren- 
dizado da eLS e desejam continuar os estudos. a autora recomenda que esta 
escrita seja ensinada e utilizada durante todo o curso, e não somente em alguns 
períodos ou disciplinas, a fim de fortalecer seu aprendizado e uso. 
Gomes (2009) investigou o uso de fóruns para o estudo da escritade Sinais 
no curso de Licenciatura em Letras/ Libras modalidade eaD ofertado pela 
UFSC no polo UFC83. afirma que os fatores motivadores ou desmotivadores 
no processo de aprendizagem são os mais diversos e que metodologia e 
tecnologia devem unir-se para oportunizar um melhor aprendizado. 
Versões mais recentes do SignPuddle e plugins a ele associados84 permitem 
este tipo de integração, desenvolvimento de ferramentas, plataformas e sites 
bilíngues com muito mais facilidade. 
 
81 Universidade Federal de Santa Catarina. 
82 Universidade Federal da Paraíba. 
83 Universidade Federal do Ceará. 
84 Disponíveis em: <http://www.signpuddle.com> acesso em: 20 ago. 2014. 
105 
http://www.signpuddle.com/
 
 
106 Escrita de Sinais sem mistérios 
ao ensinar e fazer uso da escrita de Sinais, o curso de Letras/ Libras da 
UFSC trouxe inúmeras implicações para a educação de surdos no Brasil. além 
das graduações supramencionadas, hoje a eLS faz parte também da grade 
curriculardealgumaspósgraduações(váriasdestaspossuempolosemdiferentes 
regiões do país) em araguaína/ to85, Belo Horizonte/ MG86, Curitiba/ PR87, 
Fortaleza/ Ce88, Salvador/ Ba89 e em terezina/ PI90. em sua maioria, os profes- 
sores desta disciplina formaram-se na UFSC. 
Muitos pesquisadores da escrita de Sinais foram alunos daquele curso. 
atuam também como tradutores intérpretes de Libras ou como professores de 
Libras ou ainda como professores para surdos, dentre outros, nos mais diversos 
ambientes, transformando para melhor a educação de surdos no Brasil e propi- 
ciando mais acessibilidade. 
Desde a década de 1990, a escrita de Sinais tem sido ensinada a crianças 
e adolescentes surdos brasileiros em projetos associados a escolas, alcançando 
excelentes resultados, como temos visto. Nobre (2011) defende que a escrita 
de Sinais é muito importante para as comunidades surdas. 
Barth (2008) observou os processos e estratégias utilizadas por crianças 
surdas para construção da escrita/ leitura na Língua de Sinais. Desenvolveu 
um teclado virtual para a escrita de Sinais com recursos que tornam a escrita 
mais rápida. o aplicativo desenvolvido conta ainda com uma tela onde os sinais 
podem ser manuscritos através da ferramenta pincel do próprio programa. 
a pesquisadora constatou que a cada período de participação as crianças 
descobriamalgosignificativoparaelas,podendoserdeformaintuitivaeprimária 
ou com consciência desse significado. ao final da pesquisa, cada uma delas 
conseguiu compreender melhor a forma de registro condizente com sua forma 
de pensar em Libras. 
Silva (2009b) considera a eLS um poderoso instrumento de reflexão das 
 
85 especialização em Libras: Faculdade eSea. 
86 Faculdade Pitágoras. 
87 “especialização em Libras e educação para Surdos”: Centro Universitário Uninter;“especia- 
lização em Libras e educação para surdos”: Faculdade atualize. 
88 “especialização em Libras: ensino e tradução”: Faculdade 7 de setembro; “especialização em 
Libras”: FateCI - Faculdade de tecnologia Intensiva. 
89 “especialização em Libras com Ênfase em educação de Surdos” e “especialização em Libras 
com Ênfase em tradução e Interpretação”: Faculdade Montessoriano; “especialização em Libras”: 
Faculdade Dom Pedro II. 
90 “especialização em Libras”: UniNassau. 
106 
 
 
Capítulo 4 107 
Comunidades Surdas, pois possibilita o registro de sua cultura, língua e 
história. o autor traz o relato de vários intelectuais91 surdos sobre esta escrita. 
todos são unânimes ao afirmar que ela traz liberdade aos surdos ao pode- 
rem registrar seus pensamentos em sua própria língua.Refletem ainda sobre seu 
uso em sala de aula com alunos surdos, sobre seu uso em cursos de Libras para 
ouvintes e na preparação do plano de aula diretamente em eLS. 
Um destes intelectuais ressalta com alegria o relato de quando descobriu 
que a eLS faz o registro dos regionalismos da Libras possibilitando aquisição 
de mais vocabulário. Isto demonstra que não é uma escrita ideográfica. 
a pesquisa de Mallmann (2009) evidencia que o uso da escrita de Sinais 
e de Mapas Conceituais alavancou o aprendizado dos alunos surdos sobre a 
educação sexual. ao final, eles responderam de forma muito bem estruturada 
perguntas sobre a temática. afirmaram também que a escrita da Libras por este 
sistema facilitou a aquisição de novos conceitos, a recuperação das ideias e a 
construção do saber. Novos sinais foram criados e registrados em escrita de 
Sinais pelos próprios alunos. 
Como vimos, Silva (2009a)92 verificou a compreensão da leitura de 
textos em eLS por surdos fluentes em Libras e conhecedores deste sistema. 
o pesquisador conclui que através da escrita de Sinais, o leitor é capaz de 
associar conhecimentos novos e antigos, adquirir novas habilidades, refletir 
sobre sua língua e sobre a leitura, discutir, explicar e inferir o sentido do texto, 
tudo sem passar pela Língua Portuguesa. 
Nobre (2011) investigou o processo de grafia da Libras por meio da análise 
fonomorfológica da escrita em SignWriting. Identificou padrões e vantagens na 
escrita de sujeitos surdos fluentes na Libras e na eLS. Propôs a padronização da 
escrita de alguns sinais a partir do estudo bibliográfico de publicações brasi- 
leiras, da prática e das pesquisas realizadas com esses sujeitos. 
Wanderley (2012) procurou detectar os elementos que constituem a 
compreensão e a produção dos textos em escrita de Sinais. Dentre vários 
aspectos, comparou o processo de aprendizado da eLS por crianças surdas 
com adultos universitários surdos. também comparou universitários surdos e 
ouvintes adquirindo esta escrita. 
a pesquisa da autora evidencia que existem muitas semelhanças na escrita 
destes três públicos, que o aprendizado da eLS contribui para a consciência 
fonológica da LS e que o lúdico facilita o aprendizado da escrita de Sinais. 
 
91 Denominação usada pelo autor. 
92 Veja mais nos capítulos anteriores. 
107 
 
 
108 Escrita de Sinais sem mistériosSilva (2013b) reconhece a eLS como marca cultural surda. a autora 
analisou as narrativas de nove professores de surdos sobre a escrita de Sinais. 
a maioria afirma que esta escrita deveria ser ensinada prioritariamente na 
educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, pois promove a 
autonomia da criança surda. ela consegue executar as tarefas de casa sozinha, 
sem a interferência do adulto responsável. 
Destaca ainda que algumas famílias veem a importância da eLS na educa- 
ção de seus filhos e demonstram interesse em aprender a escrita de Sinais para 
acompanhá-los em suas atividades. 
os professores entrevistados enfatizaram que esta escrita possibilita aos 
alunos uma aprendizagem rápida, tornam-se mais participativos e conseguem 
expressar suas ideias nesta escrita. Querem e sentem prazer em utilizá-la. os 
alunos não esquecem os conteúdos trabalhados em sala. Identificaram também 
que a escrita do Português não traz este resultado, pois não está relacionada à 
língua visoespacial utilizada pela criança, mas sim à Língua oral e isto retrai 
a aprendizagem dos educandos. 
Já a eLS potencializa sua aprendizagem, trazendo-lhe o empoderamento 
linguístico.esses educadores defendem que a escrita das Línguas de Sinais“não 
pode ser pensada ou limitada ao ensino da Libras, ela precisa ser pensada como 
parte dentro e fora da Libras, que é a língua natural dos surdos [...]. É impor- 
tante pensar na eLS como parte integrante do currículo e não como estratégia” 
(SILVa, 2013b, pp. 105-106). 
aautoraconcluiqueaeLSfavoreceaaprendizagemda Língua Portuguesa 
enquanto Segunda Língua, afinal este aprendizado se dá pela língua de uso. 
Conclui que esta escrita é muito importante no processo da aprendizagem dos 
alunos surdos e que deve ser inserida no currículo escolar. 
Silva (2013a) aplicou o ensino da escrita de Sinais para alunos surdos 
no atendimento educacional especializado (aee) de uma escola inclusiva. 
Surpreende-secomosresultadosalcançadosecomafacilidadedeaprendizagem 
dos alunos surdos desde o primeiro sinal escrito pela pesquisadora no quadro. 
o desenvolvimento deles foi além desta disciplina, e começaram a usar a 
eLS em outros momentos do dia a dia escolar, inclusive em aulas de Língua 
Portuguesa, de forma intuitiva e natural. a autora conclui que a eLS contribui 
muito para o desenvolvimento linguístico e educacional dos surdos. 
 
 
 
108 
 
 
Capítulo 4 109 
 
A esCritA de sinAis nA ALfAbetizAção e no proCesso de Aquisição dA L2 
Loureiro (2004) investigou como se dá o processo de apropriação da eLS e da 
escrita da LP em atividades mediadas por ambientes digitais de aprendizagem. 
osalunosescreveramsinaisetextosemeLS,emoutrafase,escreverampalavrase 
textos em LP.Vários programas computacionais foram utilizados num processo 
complexo para muitos, por não conhecê-los ou não dominá-los. 
Hoje seria muito mais fácil aplicar este tipo de ensino (mediado por 
tecnologias digitais) através do SignPuddle, por exemplo. Contudo, o resultado 
final da análise aponta que, mesmo com fatores limitadores ou desafiadores, os 
estudantes surdos aprenderam a escrita de Sinais e tiveram aumento significa- 
tivo de vocabulário na compreensão da LP, sua segunda língua. 
as pesquisas de Stumpf (2005) no Brasil e na França, como já mencio- 
namos, também apontam que crianças e adolescentes surdos terão mais 
facilidade na aquisição da escrita da Língua oral de seu país se adquirirem 
primeiramente a escrita de Sinais. Quadros (2003 apud StUMPF, 2005) 
corrobora com este apontamento afirmando que nestas condições os surdos 
terão mais facilidade na apreensão da estrutura da escrita da Língua oral que 
estiverem aprendendo. 
também, como já citado nos capítulos anteriores, Capovilla et al. (2006) 
enfatiza que a eLS traz incontáveis ganhos na estruturação do pensamento, fala 
e sua expressão escrita em Língua de Sinais,servindo de base para a aquisição da 
escrita da Segunda Língua. 
Pereira & Fronza (2006) veem a escrita de Sinais como uma possibilidade 
na alfabetização de pessoas surdas. as autoras identificam inúmeras barreiras 
que têm atrapalhado os surdos de adquirirem a escrita da Língua Portuguesa. 
Destacam que o principal fator, sem dúvida, é o fato de não aprenderem escrever 
primeiramente sua Primeira Língua, a Libras. 
estas autoras enfatizam que ler e escrever esta língua proporcionará às 
Comunidades Surdas um novo status social, linguístico, etc. Defendem que a 
escrita da Segunda Língua é muito importante, mas o atual sistema de ensino 
para surdos deve mudar: “devemos reconhecer o valor das línguas de sinais por 
si mesmas, sem a necessidade de justificarmos a sua existência apenas como 
ferramenta para a aprendizagem da língua oral” (PeReIRa & FRoNZa, 
2006, p. 2). 
Hautrive & Souza (2010) percebem a eLS como meio natural para a alfa- 
betização de crianças surdas. as autoras investigaram o processo de aquisição 
109 
 
 
110 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
desta escrita por crianças surdas no ambiente escolar. Concluem que a criança 
adquire a escrita em fases semelhantes às identificadas por Ferreiro e teberosky 
(1989 apud Hautrive & Souza, 2010). Porém, realizam a transposição do nível 
pré-silábico (o primeiro período) diretamente para o nível alfabético. Segundo 
as autoras, os níveis silábico e silábico-alfabético não foram observados. 
 
A esCritA de sinAis Como fAtor de ACessibiLidAde 
a acessibilidade aos surdos implica no uso da Língua de Sinais nos mais diversos 
espaços. o intérprete de Libras é, na maioria das vezes, o profissional que faz 
a ponte comunicacional entre as Línguas oral e de Sinais. 
traduzir para a Libras o que antes estava disponível apenas em Português 
é romper paradigmas, escrever nova história, trazer vida a um texto aparente 
morto.Não que a vida lhe tivesse escapado,mas os olhos dos surdos muitas vezes 
não conseguem lhes capturar o sentido devido aos fatores supramencionados. 
Seu olhar, seu pensamento, suas mãos se constroem sobre outro paradigma. 
traduzir é abrir portas para um novo mundo. 
Nobre (2011, p. 28) afirma que a aquisição da escrita de Sinais possibilita 
a “tradução para a Língua de Sinais de um volume quase infinito de informa 
ções. ao mesmo tempo a escrita é importante para a comunicação em qualquer 
nível”, desde um bilhete, anotação, agendamento de atividades, e-mail, carta 
ou convite, “podendo ser registrado de um pensamento a um livro”. 
Brito (2012) desenvolveu um plugin para o Moviemasher93 que possibilita 
criar legendas em escrita de Sinais para vídeos, promovendo acessibilidade 
aos surdos. 
Compreendendo a escrita de Sinais como meio de acessibilidade e 
manifestação da cultura surda, vários pesquisadores surdos e ouvintes têm 
traduzido o resumo de seus artigos, monografias, dissertações ou teses para a 
Libras em sua forma escrita. Veja abaixo a lista destes trabalhos: 
ReIS, Flaviane. Pedagogia dos Surdos. Professor Surdo: a política e a poética 
da transgressão pedagógica, Dissertação de mestrado em educação. Florianó- 
polis: UFSC, 2006. 
GoMeS, Gerarda N. C. Uso de fóruns para o estudo da escrita da língua de sinais. 
 
93 o Moviemasher é uma coleção de projetos de código aberto que adiciona recursos de edição de 
vídeos para o seu site. 
110 
 
 
Capítulo 4 111 
Dissertação de mestrado em tecnologia da Informação e Comunicação na 
Formação de eaD. Londrina: UNoPaR, UFC, 2009. 
FeRReIRa, Priscilla Leonnor a. Negros Surdos: o desafio do acesso ao ensino 
superior.trabalho de conclusão de curso licenciatura em Pedagogia. Faculdade 
evangélica de Salvador. Salvador, 2010. 
NoBRe, Rundesth S. Processo de grafia da língua de sinais: uma análise fono- 
morfológica da escrita em SignWriting. Dissertação de Mestrado em Linguís- 
tica aplicada. Florianópolis: UFSC, 2011. 
RIBeIRo, Maria Clara M. a. O discurso acadêmico-científico produzido por 
surdos: entre o fazer acadêmicoe o fazer militante.tese de doutorado em estudos 
Linguísticos. Belo Horizonte: UFMG, 2012. 
SaNtoS,Veranet.“Vejo vozes”:a relaçãodoprofessor fluenteem Librascomos 
estudantes surdos no contexto da escola bilíngue. Monografia de conclusão do 
curso de Pedagogia. Salvador: UNeB, 2013. 
SILVa, Érika Vanessa de L. Narrativas de professores de surdos sobre a Escrita de 
Sinais. Dissertação de mestrado em educação. Porto alegre: UFRGS, 2013b. 
aZeVeDo, omar B. Significado e comunicação: compreendendo as mediações 
linguísticas entre professoras e alunos surdos pela vias da tradução e da etno- 
narrativa implicada. tese de doutorado em educação. Salvador: UFBa, 2013. 
 
Barreto, oliveira & Barreto (2014)94 realizaram a tradução dos resumos 
dos trabalhos de Santos (2013) e azevedo (2013) enquanto Barreto & Barreto, 
traduziram o resumo de Ribeiro (2012), já relacionados acima. ao analisar as 
traduções e descrever a metodologia adotada, compreendem este fenômeno 
como um novo paradigma na acessibilidade aos surdos. 
Bochernitsan & Vianna (2014) propõe que os softwares educativos sejam 
acessíveis aos surdos. os menus e a interface devem estar em Língua de Sinais 
em vídeo ou na escrita e utilizarem ícones que permitam fácil entendimento 
da função. 
as pesquisas de Pivetta,Saito & Ulbricht (2014) e Gomes (2009) apontam 
que usuários surdos de um ambiente Virtual de ensino aprendizagem sentem 
a necessidade do uso da escrita de Sinais em diferentes contextos trazendo mais 
acessibilidade e valorizando a Língua de Sinais. É interessante notar que o 
 
 
 
94 Disponível no anexo L (p. 375). 
111 
 
 
112 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
trabalho de Pontes & orth (1999), citado anteriormente, propõe uma interface 
gráfica acessível através da eLS. 
Silva (2011) também identifica e defende a escrita de Sinais como um 
importante instrumento de acessibilidade aos surdos. Cita ainda sites e aplica- 
tivos cujo menu é bilíngue (Língua Portuguesa e Língua de Sinais escrita). 
afirmaqueousoda LS,rótulosemeLSevocabuláriovoltadoparaacomu- 
nidade surda são critérios para a construção de um repositório educacional que 
atenda às necessidades dos surdos acadêmicos. 
o site da editora Libras escrita95 tem conteúdos em Português e em Libras 
direcionados a ouvintes e surdos, respectivamente, além de fazer uso da em 
escrita de Sinais. 
Como fenômeno da era da Informação, as redes sociais também têm 
contribuído com a difusão da eLS. Zappe (2010) investigou o uso e discussões 
sobre a escrita de Sinais na extinta rede social orkut em quatro comunidades 
que totalizavam 376 membros naquela época. em sua pesquisa, identifica esta 
escrita como um marcador cultural na educação de surdos. 
Desde 2012 existe um espaço semelhante na rede social Facebook, o grupo 
SignWriting Brasil 96, onde mais de 1.055 membros de todo o Brasil comparti- 
lham informações, materiais e tiram dúvidas sobre o sistema. 
a eLS é instrumento de acessibilidade também na expressão escrita 
de surdos e ouvintes. Stumpf & Quadros (CaDeRNoS, 2010/2) percebem 
esta potencialidade ao escrever um artigo científico todo em eLS intitulado 
“tradução e interpretação da Língua Brasileira de Sinais: formação e pesquisa”, 
o artigo apresenta uma síntese da evolução da formação dos tradutores e 
intérpretes da Libras como um processo de conquistas e qualificação desses 
profissionais no Brasil. 
Domingos (2013) investigou os elos coesivos na tradução para o Português 
Brasileiro deste artigo acadêmico. Identificou inúmeras variações regionais, 
características da eLS, aplicações em contextos diferentes, uso e escrita de 
expressões Não Manuais, questões de pontuação, redundância e omissão, 
marcas de formalidade e informalidade, dentre outros. 
Pensando na acessibilidade, numa educação de surdos efetivamente 
bilíngue, no aprofundamento linguístico na Libras por surdos e ouvintes, 
dentre tantos outros aspectos, em 2011 fundamos a editora Libras escrita. 
 
95 acesse: <http://www.Librasescrita.com.br/>. 
96 Participe! acesse: <http://www.facebook.com/groups/SignWritingBrasil/>. 
112 
http://www.librasescrita.com.br/
http://www.librasescrita.com.br/
http://www.facebook.com/groups/SignWritingBrasil/
http://www.facebook.com/groups/SignWritingBrasil/
 
 
Capítulo 4 113 
Na época já estávamos pesquisando a eLS há alguns anos,porém sentindo 
falta de publicações com maior nível de profundidade, nos embrenhamos 
pelos labirintos da pesquisa em busca de um conhecimento que satisfizesse 
nossas necessidades. 
ao encontrar, organizar e estudar milhares de arquivos97, percebemos 
como estávamos nos aprofundando na linguística da Libras. Vimos um mundo 
de possibilidades diante de nós. Não poderíamos ser egoístas. Precisávamos 
compartilhar. 
Nós acreditamos que ao ensinar técnicas inovadoras e altamente eficazes 
de estudo e escrita da Libras, estamos colaborando para a transformação de 
pessoas e da sociedade propiciando uma nova forma de acesso ao mundo. 
assim surgiu o Libras em Jogo98 (BaRReto & BaRReto, 2011) e 
no ano seguinte o livro “escrita de Sinais sem mistérios” (BaRReto & 
BaRReto, 2012), primeira publicação brasileira específica do tema. 
através de uma metodologia inovadora de ensino passo a passo focada 
na Libras, esta obra levou a milhares de pessoas pelo Brasil o conhecimento da 
eLS atualizado com as pesquisas mais recentes a nível internacional. 
Seu lançamento foi realizado em 04 cidades: Belo Horizonte/ MG 
(Biblioteca Pública estadual Luiz de Bessa), São Paulo/ SP (FeNeIS-SP99), 
Salvador/ Ba(VI encontro Nacional de estudantes de Letras/ Libras -eNeLL) 
e em Uberaba/ MG (I Seminário Nacional de educação de Surdos). 
o canal principal de divulgação e comercialização tem sido a Internet 
por tornar o conhecimento acessível a grandes e pequenas cidades. Nossos 
leitores, que adquiriram essa 1ª edição do livro via Internet, estão em mais de 
222 cidades de 25 dos 27 estados brasileiros (incluindo o Distrito Federal). 
Publicamos também a 2ª edição do Libras em Jogo100 (BaRReto & 
BaRReto, 2012), agora com 111 CMs da Libras (BaRReto & 
BaRReto, 2012), com novo layout e completamente bilíngue. Da emba- 
lagem ao manual de instruções tudo é acessível aos surdos. 
este manual possui informações sobre o jogo, seu objetivo, aplicações e 
informações sobre as CMs da Libras. além disso, possui 04 dicas de jogos e 
 
97 Saiba mais na apresentação (p. 43). 
98 1ª edição. Jogo de cartas com 99 Configurações de Mão da Libras, mais uma carta com 
sugestões de jogos. 
99 Federação Nacional de educação e Integração de Surdos, regional São Paulo/ SP. 
100 Na 2ª edição, atualizamos e corrigimos todo o conteúdo, totalizando 111 Configurações de 
Mão da Libras conforme Barreto & Barreto (2012). 
113 
 
 
114 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
também um exemplo de uso de cada CM. todas as informações estão dispo- 
níveis em Português e em Libras na forma escrita. 
em janeiro de 2013, lançamos a 2ª edição de site da Libras escrita, o 
primeiro completamente acessível em Libras no país utilizando a escrita de 
Sinais e tradução em vídeo, como mencionamos. 
ainda neste ano, criamos o “escrita de Sinais 2.0”101 (BaRReto, 2013), 
um curso on-line em vídeos com 70h/ aula que ensina passo a passo como 
escrever a Libras. o curso direciona suas aplicações para as mais diversas áreas e 
profissões. tem inúmeros bônus que alavancam ainda mais o aprendizado dos 
alunos, além de uma Comunidade VIP no Facebook exclusiva para os alunos. 
Publicamos também o curso on-line em vídeo “7 passos para a Fluência na 
Libras” (BaRReto, 2014) que, dentre inúmeros aspectos, trabalha técnicas 
práticasdememorizaçãoeaprendizagembaseadasnasneurociênciascognitivas, 
com foco na Libras e introduz a escrita de Sinais por meio de vídeo aulas e 
também através de Cartões de Memorização Ilustrados Bilíngues (Português/ 
Libras), ambos bônus destecurso. Conta ainda com uma Comunidade no 
Facebook exclusiva para os alunos do curso interagirem. 
Foram realizados ainda diversos trabalhos de tradução do Português para 
a Libras em sua forma escrita,como citado anteriormente.traduzimos também 
o livro “Negrinho e Solimões” (MoNteIRo, 2014) para a escrita de Sinais. 
Ministramos oficinas, cursos e palestras presenciais em Belo Horizonte/ 
MG (2012), João Monlevade/ MG (2012), Manhuaçu/ MG (2013), Salvador/ 
Ba (2012, 2014), Vitória da Conquista/ Ba (2013) e Ipiaú/ Ba (2014). 
Promovemos também inúmeras palestras gratuitas ou pagas via Internet reali- 
zadas pela Libras escrita ou por parceiros totalizando mais de 7.080 pessoas. 
Participamos de congressos, seminários, simpósios, encontros, feiras e 
outros eventos nacionais e internacionais difundindo a eLS em estande próprio, 
tais como nos X e XI Congresso Internacional/ XVI e XVII Seminário 
Nacional do INeS102 (Rio de Janeiro/ RJ, 2011 e 2012) e na XII Feira Interna- 
cional de tecnologias em Reabilitação,Inclusão e acessibilidade – ReateCH 
(São Paulo/ SP, 2013). 
Com o objetivo de propagar ainda mais a escrita de Sinais, criamos uma 
página na rede social do Facebook103 – que está com mais de 26.013 seguidores – 
 
 
101 Saiba mais nos anexos F (p. 355) e G (p. 359). 
102 Instituto Nacional de educação de Surdos. 
103 Disponível em: <http://www.facebook.com/Librasescrita> acesso em 01 mar. 2015. 
114 
http://www.facebook.com/Librasescrita
http://www.facebook.com/Librasescrita
 
 
Capítulo 4 115 
e um blog104 (lançado em 2013). ambos trazem inúmeras dicas e informações 
seriadas em Libras105 ou em Português sobre a aquisição da Libras, educação de 
surdos, aquisição e uso da escrita de Sinais no âmbito geral (para surdos e 
ouvintes) e para tradutores intérpretes de Libras. 
a escrita de Sinais tem se espalhado pelo Brasil. a partir de 2014 
(tHoMa et al.), o novo documento de educação Bilíngue dos Surdos do 
Ministério de educação e Cultura (MeC) diz que as crianças surdas devem 
adquirir aprendizagem pela escrita de Sinais em nosso país. 
Corroboramos com o pensamento de Thiessen (2011).enquanto a decisão 
final por usar ou não esta escrita é de cada comunidade falante das Línguas 
de Sinais, o fato é que agora têm a possibilidade de escrever sua língua, o que 
antes sequer existia. Desde a criação do SignWriting e mediante tudo que já 
vimos até agora e o que será abordado nos capítulos seguintes, ninguém mais 
pode afirmar com honestidade e integridade: “as Línguas de Sinais são ágrafas”. 
Isto é página virada. 
todo o trabalho que já tem sido feito no Brasil por professores, tradu- 
tores intérpretes de Libras, pesquisadores, faculdades, universidades e escolas 
espalhadas por todo o território nacional somado ao trabalho da Libras escrita 
através de cada uma de suas publicações, cursos, palestras e plataformas web, tem 
contribuído para que a escrita de Sinais avance mais e mais em nosso país. 
Isto oportuniza aos surdos escreverem sua Primeira Língua, a Libras; 
colabora com uma efetiva educação bilíngue para surdos e com melhores 
condições de acessibilidade e comunicação através de profissionais e famílias 
mais bem equipadas. 
Promove também a produção de diversas publicações bilíngues, contribui 
com o avanço das pesquisas de Língua de Sinais e multiplica o aprofundamento 
linguístico da Libras tanto em surdos quanto em ouvintes, dentre muitos 
outros benefícios. 
ofuturo que esta geração está construindo com muito ardor será celebrado 
por séculos. São incontáveis e benéficas as transformações sociais, linguís- 
ticas, psicológicas, educacionais (em todos os seus âmbitos), etc. que a eLS traz 
a um sujeito, surdo ou ouvinte. elas irradiam para os que estão ao seu redor, 
como uma pedra lançada na água.Porta para um novo mundo de possibilidades. 
 
 
104 Disponível em: <http://www.Librasescrita.com.br>. 
105 a frase bilíngue disponível no cap. 01 (p. 59) faz parte da série “Frases em Libras” publicadas 
primeiramente em nossa fanpage na rede social do Facebook em 2012. 
115 
http://www.librasescrita.com.br/
http://www.librasescrita.com.br/
 
 
116 Escrita de Sinais sem mistérios 
É indescritível ver o brilho nos olhos daqueles que estão descobrindo de 
maneira intuitiva ou formal como escrever a Libras pela escrita de Sinais. Você 
também pode. estude este livro. treine. Use a escrita de Sinais e seja por ela 
impactado. Multiplique este conhecimento para cinco amigos. 
Faça parte dessa grande comunidade que está nascendo no Brasil. Você 
pode fazer história conosco e ter seu nome lembrado por pessoas que certamente 
levarão em seus corações e mentes sua gratidão. Inscreva-se e participe como 
membro de nossa Comunidade VIP “escrita de Sinais sem mistérios” no 
Facebook106. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
106 o link de acesso está dentro do portal de nossa Área de Membros exclusiva para você, 
leitor: <http://www.Librasescrita.com.br/escritaDeSinaisSemMisterios>. 
116 
http://www.librasescrita.com.br/escritaDeSinaisSemMisterios
http://www.librasescrita.com.br/escritaDeSinaisSemMisterios
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CApítuLo 5 
 
 
118 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
PAre! não leia este livro... 
 
 
[Veja a versão em Libras desta seção na Área de Membros Exclusiva 
para você, leitor: <http://www.Librasescrita.com.br/escritaDeSinaisSemMisterios>]. 
 
...não leia este livro sem primeiro ler estas orientações: 
Parabéns por sua decisão de aprender a escrita de Sinais e se aprofundar 
ainda mais na Libras. Seja bem-vindo(a) à esta comunidade que está crescendo 
cada vez mais no Brasil.Novos tempos estão por vir e você também pode contri- 
buir. Participe como membro de nosso grupo no Facebook107.tire suas dúvidas e 
interaja conosco e com outros leitores surdos e ouvintes também. 
Se você ainda não leu os capítulos de 1 a 4, reserve um tempo para 
isto. Pois eles sintonizarão você com todos os resultados mais recentes das 
pesquisas no Brasil e no mundo sobre a escrita de Sinais. o ajudarão também 
a desmistificar vários conceitos sobre as línguas de sinais e também sua escrita. 
importante: mesmo que você já saiba a escrita de Sinais, já tenha lido a 
1ª edição deste livro, seja nosso aluno ou até mesmo seja professor ou pesqui- 
sador desta escrita, leia todo este livro com atenção. Por vezes, detalhes passam 
despercebidos por nós quando consideramos já saber algo. Mas com você será 
diferente, certo? 
esta 2ª edição revista, atualizada e ampliada é resultado de 05 anos 
de intensa pesquisa e estudo sobre a escrita de Sinais a nível internacional. 
Pesquisamos também técnicas de ensino e aprendizagem. Durante este 
período, aplicamos a eLS nos mais diversos meios e formas. Vimos no dia 
a dia as dúvidas de surdos e ouvintes de diferentes faixas etárias. No que 
diz respeito a técnicas de ensino aprendizagem, percebemos também o que 
funciona ou não. 
Descobrimos e aperfeiçoamos metodologias para o ensino da escrita de 
Sinais com foco na Libras. Nós acreditamos que ao ensinar técnicas inovadoras 
e altamente eficazes de estudo e escrita da Libras, estamos colaborando para 
a transformação de pessoas e da sociedade propiciando uma nova forma de 
acesso ao mundo. 
 
107 o link de acesso está dentro do portal de nossa Área de Membros exclusiva para você, 
leitor. 
118 
http://www.librasescrita.com.br/escritaDeSinaisSemMisterios
http://www.librasescrita.com.br/escritaDeSinaisSemMisterios
 
 
Capítulo 5 119 
Tudo foi feito pensando em você, querido leitor. Lembre-se que você só 
alcançará o resultado desejado se seguir algumas orientações básicas: 
• Independentemente de seu nível de conhecimento da Libras, através 
deste livro você vai conseguir aprender a escrever a Libras; 
• Leia todo o livro como se fosse a primeira vez que estivesse estudando a 
escrita de Sinais; 
• Se vocêtem a 1ª edição do “escrita de Sinais sem mistérios”, leia a presente 
edição comparando página a página com ela. Desta forma você atualizará 
com mais facilidade seus conhecimentos. e, independente disto, siga todas as 
orientações aqui presentes; 
• Sim, este livro parece com outros materiais que talvez você já tenha visto 
ou lido sobre a escrita de Sinais. Devido ao tempo e como temos mergulhado 
nesta escrita, temos quase certeza que já estudamos esse(s) material(is) que 
você conhece. analisamos até mesmo materiais em norueguês, alemão e árabe. 
Porém podemos afirmar que, a metodologia utilizada nesse livro é muito 
diferente. 
Nosso objetivo não é ensinar classes ou grupos de grafemas, mas promover 
o ensino passo a passo com foco na Libras. Seja receptivo para tirar o máximo de 
proveito possível; 
• Lembre-se: tudo é passo a passo. Não pule páginas ou capítulos. Inicie 
seus estudos neste capítulo. Para subir uma escadaria é necessário ir degrau 
por degrau. o primeiro degrau lhe dará força e impulso necessários para ir 
para o segundo e assim por diante. o mesmo acontece na metodologia passo 
a passo adotada aqui; 
• Este não é um livro apenas para ser lido, mas para ser copiado. Lembre- 
-se: só se aprende ler, lendo; só se aprende escrever, escrevendo, como vimos nos 
capítulos iniciais. 
Pegue um caderno sem pautas ou encaderne folhas tamanho a4 brancas. 
Use canetas coloridas, elas multiplicam exponencialmente seu aprendizado. 
À medida em que for lendo o livro, copie com muita atenção todos os 
sinais escritos, mesmo que um ou outro não sejam usados em sua região. Com 
certeza tem sinais bem parecidos e seu cérebro assimilará isto naturalmente. 
Copie também as histórias em ELS. 
em nossas pesquisas, descobrimos que as pessoas que fazem isto apren- 
dem a escrever sinais muito, muito mais rápido. 
119 
 
 
120 Escrita de Sinais sem mistérios 
Não diga: “ah, mas eu não sei desenhar...”. a escrita de Sinais não é 
desenho, como já vimos. Releia o capítulo 02 (com ênfase na p. 78). Cada 
pessoa tem sua própria caligrafia, como ao escrever o Português. No decorrer 
do livro, daremos algumas dicas para facilitar sua escrita no papel. 
• antes de prosseguir o estudo do livro, releia a apresentação. Lá tem muitas 
orientações complementares que farão toda a diferença em seu aprendizado. 
Se você já executou todos os passos acima e está com seu caderno pronto 
para copiar o livro, vá para a próxima página. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
120 
 
 
Capítulo 5 121 
duAs PersPectiVAs 
ao escrever uma Língua de Sinais, a primeira coisa que precisamos nos atentar 
é o ponto de vista, isto é, a perspectiva que iremos utilizar. existem duas: 
 
perspeCtivA reCeptivA 
Quando a pessoa que sinaliza está à sua 
frente, você está vendo os sinais como um 
observador108. 
 
 
perspeCtivA eXpressivA 
Quando é você quem está sinalizan- 
do, você vê os sinais de sua própria 
perspectiva. este ponto de vista é 
chamado também de Perspectiva do 
Sinalizador. É nela que a Escrita de 
Sinais para uso no dia a dia se baseia. 
 Por definição, sinais escritos sem nenhuma identificação do tronco 
(regras especiais para o centro do peito), braços, cabeça ou pescoço 
ocorrem no espaço neutro, isto é, à frente do tronco. Cada uma destas 
partes serão escritas somente quando necessárias ao entendimento do 
sinal. 
Um importante conceito nas Línguas de Sinais é a lateralidade. esta 
propriedade indica o uso de uma mão mais do que a outra.existem muitos sinais 
feitos somente com uma mão. outros são feitos com as duas. Grande parte 
destes sinais possuem uma mão dominante. em ambos os casos, esta é a mão 
mais utilizada pelo sujeito no dia a dia. a mão direita pelos destros e a mão 
esquerda pelos canhotos. 
 
108 optou-se nesta obra por não atribuir a numeração e nomeação de figuras para as imagens que 
se referem à explicação da escrita de Sinais porque entendemos que neste contexto tornaram-se 
desnecessárias, haja vista que o próprio texto ou título da seção as descreve ou nomeia. 
121 
 
 
122 Escrita de Sinais sem mistérios 
Na sinalização cotidiana é possível notar que falantes fluentes da Libras 
muitas vezes utilizam as mãos de forma intercambiável. Às vezes isto acontece 
de forma espontânea, outras, de forma consciente. em ambos, é possível notar 
traços marcantes de mão dominante. Nada disso compromete o entendimento 
da sinalização, desde que os padrões linguísticos sejam seguidos. 
Praticamente toda a literatura disponível em eLS no Brasil e no mundo, 
principalmente a de cunho formal como livros e dicionários, está escrita do 
ponto vista do destro. Parece haver um consenso natural que a nível formal 
deveria ser este o ponto de vista adotado na escrita. 
também optamos por esta perspectiva. assim, todos os sinais deste livro 
estão escritos da perspectiva do destro, sempre utilizando a mão direita como 
dominante. 
Pessoas canhotas também podem escrever como sinalizam. também 
já observados o que foi identificado por Thiessen (2011): independente da 
lateralidade em que os sinais estão escritos, os leitores tipicamente leem 
conforme sua própria lateralidade, isto é, como destros ou canhotos. É o 
mesmo fenômeno que também ocorre em uma conversação em tempo real. 
Você interage no dia a dia com destros e canhotos e compreende naturalmente 
a fala de ambos. 
Quando é você quem está sinalizando, você vê os sinais de sua própria 
perspectiva. este ponto de vista é chamado também de perspectiva do 
sinalizador. É nela que a Escrita de Sinais se baseia. 
 
orientAÇÕes de mÃo 
ao ler e escrever os sinais é como se estivesse vendo suas próprias mãos. 
 
A pALmA dA mão 
Se ao sinalizador você pode ver a palma de sua 
40109 mão, o grafema que a representa será branco. 
 
 
 
 
 
109 o número abaixo da CM é o mesmo utilizado para identificá-la no apêndice a “Configu- 
rações de Mão da Libras” (p. 321). 
122 
 
 
Capítulo 5 123 
 
 
o dorso dA mão 
Quando você vê o dorso de sua mão, o grafema 
que a representa será preto. 
 
 
 
 
 
o LAdo dA mão 
ao sinalizar e ver o lado de sua mão, o grafema 
será metade branco, metade preto. 
a parte branca mostra para que lado a 
palma está virada. a parte preta, o dorso da 
mão. 
 
 
Veja: 
 
Mão esquerda 
 
 
 
 
Mão direita 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
123 
 
 
124 
rotAção dA mão 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
Você pode girar um grafema em qualquer direção. 
 
 
tiPo de contAto 
a escrita de Sinais possui grafemas que representam o contato produzindo 
em alguns sinais. Vejamos um deles: 
 
toCAr 
Refere-se ao contato suave de uma mão com a outra ou com outra parte do 
corpo. este contato é representado por um asterisco, dois asteriscos represen- 
tam dois toques. No geral, quando ocorre contato deste tipo, não precisamos 
escrever as setas de movimento. 
Veja: 
 
 
tempo (futebol) Casa orar, rezar 
 este e os demais grafemas de contato devem ser colocados próximo de 
onde as mãos se tocam, mas não devem ficar entre duas configurações de 
mãos nem entre a mão e uma parte do corpo a não ser em casos específicos. 
 
 
124 
 
 
Capítulo 5 125 
conFigurAÇÕes de mÃo 
Identificamos 111 Configurações de Mão na Libras110. Vamos estudá-las pouco 
a pouco, começando com CMs mais utilizadas no dia a dia. 
ao aprender cada CM, observe sua iconicidade na escrita de Sinais. a 
mesma regra vale para todas: se ao sinalizar você vê a palma de sua mão, o gra- 
fema que a representa será branco. 
 Carro 
 Solidão, sozinho (a) 
111 01 
Quando o que você vê ao sinalizar é o lado de sua mão, o grafema para a 
mão será metade branco, metade preto. 
Dar sinal (onibus)111 Silêncio 
Se o que você vê é o dorso de sua mão, o grafema que a representa será preto. 
 
Fechar (loja) 
Não110 Veja no apêndice a (p. 321). 
111 estudaremos este grafema de Dinâmica no cap. 14. 
125 
 
 
126 
 
 
A CAbeçA 
 
LocAÇÃo 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
Utiliza-se um círculo com fundo branco para representar a cabeça vista por 
trás. escrevemos esta locação quando o sinal for realizado na cabeça ou 
próximo a ela. Quando a mão direita está perto do lado direito de sua cabeça, 
os grafemas da mão e do contato são colocados à direita: 
 
 
Surdo (a) avô, avó
112 
entender 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
112 a linha representa a posição que o antebraço está em relação à mão. 
126 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CApítuLo 6 
 
 
128 Escrita de Sinais sem mistérios 
orientAÇÕes dA PALmA 
 
visão de frente 
Mão paralela à parede de frente 
 
No capítulo anterior vimos que quando a mão 
está na vertical escrevemos desta forma. 
 
 
 
visão de CimA 
Mão paralela ao chão 
 
Quando a mão está na horizontal é representada como 
se você estivesse olhando suas próprias mãos por cima. 
Para isto utilizamos um pequeno espaço na altura dos 
dedos. 
Não importa se você realmente pode ou não vê-la 
de cima. 
 
 
ou escreve-se: 
 
Da mesma forma, este grafema pode ser girado em qualquer direção. 
 
 
 
 
128 
 
 
Capítulo 6 129 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
também (variante usada 
em Salvador/ Ba) 
 
 
 
Porque, por que também 
 
 
 
 
 
 
Combinar ele (a) 
(apontação discreta) Criança 
 
 
129 
 
 
130 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
abrir (gaveta)113 
Cabo
 
Dar descarga (sanitário)114 
 
escritA de sinAis À mÃo 
 
 Simplifique sua escrita à mão. Quando escrevemos no computador, todos 
os grafemas são bem retos, perfeitamente proporcionais, o dorso da mão é 
complemente preto, etc. Mas ao escrevermos no papel o que queremos é agili- 
dade, certo? então simplifique. 
a escrita deve ser legível. esteja atento ao seguinte: se estiver fazendo 
anotações pessoais tem que ficar legível para você (mesmo daqui a 10 anos...), 
mas se estiver escrevendo algo que será lido por outros, certifique-se que sua 
escrita será bem entendida com facilidade. 
estas são algumas das convenções que usuários da escrita de Sinais em 
todo o mundo têm adotado para facilitar a escrita no dia a dia: 
esCritA no ComputAdor esCritA à mão 
 
 
 
113 estudaremos esta seta de Movimento no próximo capítulo. 
114 estudaremos este grafema de Dinâmica no cap. 14. 
130 
 
 
Capítulo 6 131 
esCritA no ComputAdor esCritA à mão 
 
 
 
 
 
 
 
 
escreva proporcionalmente. tenha como referência as dimensões do 
corpo humano. Por exemplo: a cabeça deve ser maior que as mãos, mas a linha 
do ombro115 é maior que a cabeça, etc. 
Preste atenção ao copiar. escreva exatamente como está no livro usando a 
escrita simplificada, como explicamos acima. observe o tamanho, a proporção 
dos grafemas, o posicionamento deles, etc. 
esCritA no 
ComputAdor 
esCritA à mão 
 
Saber 
 
 
 
 
 
Casa 
 
 
 
115 estudaremos este grafema no cap. 7. 
131 
 
 
132 Escrita de Sinais sem mistérios 
Revise as anotações que já fez até agora. Corrija o necessário. 
 
setAs BásicAs de moVimento 
 
pLAno pArede 
Na escrita de Sinais usamos setas para indicar os caminhos percorridos pelo 
movimento. Quando o movimento é paralelo à parede imaginária que está à 
frente do sinalizador, é representado por uma seta dupla: 
Para cima 
Diagonal para cima 
e para esquerda 
Diagonal para cima 
e para direita 
 
 
 
Para esquerda Para direita 
 
 
 
Diagonal para baixo 
e para esquerda 
 
 
Para baixo 
Diagonal para baixo 
e para direita 
 
movimento dA mão esquerdA 
o movimento da mão esquerda é 
representado por setas com ponta 
branca: 
movimento dA mão direitA 
o movimento da mão direita, por 
setas com ponta preta: 
 
 
132 
 
 
Carro 
Capítulo 6 133 
Move-se somente a mão esquerda. 
Veja: 
Move-se somente a mão direita. 
 
 
 
Crescer Sul Cego/ não ver 
 
 existem tamanhos diferentes de setas correspondendo a movimentos 
curtos, médios, longos e muito longos (setas de movimentos circulares no 
geral possuem apenas dois tamanhos: padrão e grande). ao escrever, escolha o 
que se aplica melhor ao sinal desejado. 
 
 
Distanciar-se um pouco 
de uma pessoa (CL) 
Distanciar-se de uma 
pessoa (CL) 
Distanciar-se muito 
de uma pessoa (CL) 
 Quando há mais de uma seta por mão, sempre se começa a ler do centro 
para fora e de cima para baixo. 
 
Psicólogo (a) Depender 
(condicional) 
 
tiPo de contAto 
esCovAr 
 
É o contato em que a mão se arrasta brevemente numa superfície e depois 
se separa. É representado por um círculo com um ponto preto no centro. 
exemplos: 
 
Gastar entrar116 Partir ao meio/ metade 
116 estudaremos este grafema de Superfície no cap. 18. 
133 
 
 
134 Escrita de Sinais sem mistérios 
conFigurAÇÕes de mÃo 
ConfigurAção esCreve-se eXempLo 
 
 
 
 
 
10 
 
11 
 
12 
 
13 
 
14 
134 
Provisório 
 
 
 
 
Quinta-feira 
 
 
 
 
 
Nome 
 
 
 
 
 
Cadeira 
 
 
 
 
 
Novela 
 
 
Capítulo 6 135 
ConfigurAção esCreve-se eXempLo 
 
 
 Restaurante 
15 
 
 Sexta-feira 
50 
 
 
 Não saber 
nada 51 
 
 
 Culpa 
52 
 
 
 Julgar, 
justiça 84 
 
135 
 
 
136 
outros exemplos: 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
Segunda-feira Futebol de salão ajoelhar-se 
Norte 
 
 
 
 
 
Real 
(moeda brasileira) 
oeste 
tentar/ experimentar 
 
Relógio 
 
regrAs ortográFicAs 
 
posição do ContAto 
 
 a maioria das regras ortográficas da eLS são tão diretas, devido à sua 
iconicidade, que nem mesmo é necessário falar delas. Basta usar a escrita 
e então nosso cérebro as assimila. Regras ortográficas, na escrita de qualquer 
língua, nascem de forma natural mediante o uso de sua escrita. Com a eLS 
ocorre da mesma forma. 
ao escrever um sinal em que ocorre qualquer tipo de contato, é necessário 
estar atento a algumas regras que facilitam tanto a escrita quanto a leitura. 
Princípio geral: SEMPRE escreva a posição de contato. Desta forma, os 
olhos conseguirão localizar com facilidade onde o contato está ocorrendo. e 
então, os grafemas de contato e as setas de movimento mostrarão como é este 
contato. os grafemas de contato devem ser posicionados próximos ao local 
onde ocorre o contato. NUNCA devem ficar entre a mão e a parte tocada. 
Certo errAdo 
 
 
 
 
136 
Casa 
 
Gastar 
 
 
Capítulo 6 137 
Certo errAdo 
entender 
Provisório 
Quando ocorrem três ou mais toques em locações próximas. Pode ser 
necessário escrever o Tocar entre a CM e região tocada. Isto acontece porque 
são movimentos repetitivos. estes casos são raras exceções. Por exemplo: 
tópicos, lista Regras 
 
 
Burocracia 
Na grande maioria das vezes, os contatos do tipo Tocar dispensam o uso 
de setas de movimento. escrevê-las tornaria o sinal redundante, pois para que 
ocorra o toque está implícito que um movimento existe. 
Certo errAdo 
 
também 
 
tocar campainha 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
137 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CApítuLo 7 
 
 
140 Escrita de Sinais sem mistérios 
conFigurAÇÕes de mÃo 
ConfigurAção esCreve-se eXempLo 
 
 
 
Meia 
 
06 
 
 
 Mentira 
07 
 
 
Letras 
(curso superior) 
92 
 Revólver 
94 
as duas Configurações de Mão a seguir (93a e 93b) são pares alofônicos117 
na Libras. ambas as formas são válidas tanto na sinalização quanto na escrita, 
sem alterar o significado. 
 
117 alofone: “[...] os alofones são as realizações fonéticas de um mesmo fonema, variação essa 
que é condicionada por fatores contextuais (inerentes à vizinhaça fonética ou coarticulação),dialetas (em função da variedade geográfica que é falada) ou que semplesmente decorre de 
opções estilísticas individuais”. alofone. In infopédia [em linha]. Porto: Porto editora, 2003- 
2012. Disponível em: <http://www.infopedia.pt/$alofone> acesso em: 13 mar. 2012. 
140 
http://www.infopedia.pt/%24alofone
http://www.infopedia.pt/%24alofone
 
 
Capítulo 7 141 
ConfigurAção esCreve-se eXempLo 
 
 
 
 
 
93a 
 
 
93b 
 
 
 
Genro 
 
 
 
Barbear 
98 
 
 
 oi, olá / tchau, 
35 
despedir-se 
 Rico 
36 
 
 
37 
Coçar-se, coceira 
 
141 
 
 
142 
Mais exemplos: 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
Duro 
Peixe/ Sexta-feira 
antiquado
 
 
 
 
Gêmeo (a) Lupa Item 5 (tópico) 
 
setAs BásicAs de moVimento 
 
pLAno Chão 
 
este movimento, que é paralelo ao chão, é representado com uma seta simples: 
 
Para frente 
Diagonal para frente 
e para esquerda 
Diagonal para frente 
e para direita 
 
 
 
Para a esquerda Para a direita 
 
 
 
Diagonal para trás e 
para esquerda 
 
Para trás 
Diagonal para trás e 
para direita 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
142 
 
 
Capítulo 7 143 
exemplos: 
Superfície 
Responder 
Planejar, preparar encontrar 
estes dois grupos de setas representam os movimentos em dois planos 
distintos: 
 
Movimento paralelo à parede Movimento paralelo ao chão 
 
Veja as diferenças entre estes pares de sinais: 
 
Para cima Você 
 
Levantar (ordem) Colocar o bolo no 
forno (CL118) 
 
 
 
118 Classificador, também em todo o livro. 
143 
 
 
144 Escrita de Sinais sem mistérios 
Quando os dois planos se cruzam, vemos que algumas setas representam 
os movimentos para os lados. 
 
estes movimentos podem ser escritos usando setas simples ou duplas. 
ambas representam o mesmo movimento. ou seja, estas setas são alógrafos. 
Veja: 
 
Setas simples são iguais às setas duplas 
 
Cano 
ou
 
 
 
Cano 
Quando a mão aponta para os lados, o grafema que a representa pode 
ser escrito de dois pontos de vista. Isto significa que nestes casos há duas 
maneiras de escrever a mesma configuração. estes grafemas e outras CMs em 
semelhantes são sinógrafos. 
 
144 
 
 
Capítulo 7 145 
esCrevendo perCursos sobrepostos 
Como vimos, as setas indicam os caminhos percorridos pelo movimento. 
Quando o percurso (seta) da mão direita se sobrepõe ao da esquerda, as duas 
setas se misturam formando uma só cuja ponta é incompleta, isto é, não 
fechada. ela é denominada ponta de seta geral. 
 
 Muitas vezes, as mãos estão em contato quando se deslocam por 
caminhos sobrepostos, mas esta seta não é usada somente nestes casos. 
Por exemplo, quando as mãos estão frente a frente, sem contato, e se movem 
para o mesmo lado sobrepondo as setas de movimento, usamos uma seta geral 
(SUttoN, 2009; 2012b) – veja o sinal de METRÔ abaixo. 
exemplos: 
 
 
 
Mostrar 
Semana ajudar 
 
 
Campeonato 
Metrô 
 enfatizamos que este tipo de seta deve ser usado somente ao escrever 
percursos sobrepostos. É como se uma seta estivesse sobre a outra. Se 
as mãos percorrem caminhos diferentes, são necessárias uma seta para cada 
mão. Veja: 
Certo errAdo 
 
Dois carros lado a lado (CL) 
 
 
145 
 
 
146 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
Certo errAdo 
 
Um carro seguindo o outro (CL) 
 
Crescer junto com alguêm 
 
elevador de obras subindo (CL) 
LocAÇÕes 
 
os ombros e o peito 
 Quando uma mão toca o centro do peito, o grafema de contato é escrito 
abaixo do grafema que representa a mão. 
 
 
Meu, minha 
ter 
 
 
Feio (a)119 
Gostar120 
 Quando a(s) mão(s) toca(m) um lado do peito ou dos ombros, ou se 
move(m) ao lado do corpo, usa-se uma linha grossa para representar os 
ombros. o lado esquerdo da linha representa o seu ombro esquerdo e o direito, 
seu ombro direito. 
 
119 estudaremos esta eNM no cap. 13. 
120 estudaremos este grafema de Contato no cap. 9. 
146 
 
 
Capítulo 7 147 
Número amigo 
Polícia 
 
 
Bom amigo, 
amicíssimo 
 Quando o contato ocorre nas duas laterais do peito, o grafema dos 
ombros deve ser omitido permitindo escrita e leitura mais limpas. Veja: 
 
 
 
A 
fACe 
Saúde121 
orgulho 
 
aniversário/ festa 
 
Às vezes é difícil ver a Configuração de Mão quando ela toca o rosto, como 
no exemplo abaixo: 
 
 Neste caso, escreve-se um pequeno semicírculo na parte da face 
 onde a mão toca. a Configuração de Mão e o grafema de contato 
ficam perto do semicírculo. 
 
 
 
exemplos: 
Quinta-feira 
 
 
alemanha 
todo dia 
Verde (RS, SC, algumas 
regiões de SP) 
 
 
 
 
 
 
121 estudaremos esta CM (82) no cap. 11. 
147 
 
 
148 Escrita de Sinais sem mistérios 
regrAs ortográFicAs 
 
uso ou omissão do grAfemA toCAr 
 
 temos visto que muitas pessoas utilizam o grafema Tocar de forma errada 
e isto dificulta tanto a escrita quanto a leitura. assim, esta breve seção 
tem por objetivo apresentar o que tem sido discutido a nível internacional há 
alguns anos e as convenções que temos adotado no uso deste importantíssimo 
grafema. 
Regra geral: todo sinal que tiver contato do tipo Tocar deve usar o < >. 
Se você escrever desta forma, sempre estará correto. Contudo, se for possível 
escrever as mãos perfeitamente juntas, sem causar ambiguidades, o Tocar pode 
ser omitido. Isto é muito válido do ponto de vista da economia na escrita. 
Veja: 
 
aldeia Morar 
Pirâmide 
Dois contatos nunca podem ser omitidos. 
 
orar Casa 
entender 
Sinais realizados com contato na frente ou atrás: da cabeça, em frente 
alguma parte do corpo (exceto mãos em contato uma com a outra, sem contato 
com o tronco) devem usar o Grafema Tocar < >. Nestes casos ele não pode 
ser omitido. 
 
 
Meu, minha 
 
Bom amigo, amicíssimo 
 
Silêncio 
Nos exemplos abaixo, se não for usado o grafema Tocar quer dizer que 
não houve contato, mas que a mão está apenas próxima ao corpo (rosto, 
pescoço, tronco, etc.). em alguns casos, isto não traz mudança de significado. 
em outros, sim. 
148 
 
 
Capítulo 7 149 
 
 
Madson Barreto122 
(autor) 
 
Dono (a)/ senhor (a), diretor (a) 
 
 
Mão toca no pescoço 
 
Mão toca no rosto 
 
 
Mão toca na 
lateral do peito 
 
 
 
(Mão na frente do 
rosto - sem contato) 
 
(Mão na frente da lateral 
da testa - sem contato) 
 
(Mão na frente do 
pescoço - sem contato) 
 
(Mão na frente do 
rosto - sem contato) 
 
(Mão na frente da lateral do 
peito - sem contato) 
 
 
 
(Visão lateral) 
 
 
(Visão lateral) 
 
 
(Visão lateral) 
 
 
(Visão lateral) 
 
(Visão lateral) 
 
Sinais realizados com as duas mãos em frente ao rosto não precisam ser 
escritos com Tocar por dois motivos: economia na escrita e porque nesse tipo 
de sinal quer aconteça o contato ou não, o significado é o mesmo. 
Neste caso, os semicírculos do rosto também podem ser ocultados e a 
mão pode ser escrita em frente ao rosto, caso necessário e se for possível. Veja: 
 
obedecer 
 
 
 
 
Na frente de todos 
 
122 estudaremos este grafema de Locação no próximo capítulo. 
 
149 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CApítuLo 8 
 
 
152 Escrita de Sinais sem mistérios 
conFigurAÇÕes de mÃo 
ConfigurAção esCreve-se eXempLo 
 
 
 
Fio 
 
64 
 
 
exemplo 69 
 
 
 telefone 67 
 
 
 eu te amo123 
68 
 
 
 
 
 
 71 
123 este grafema de Dinâmica será estudado no cap. 14. 
152 
Instituto Nacional educação 
de Surdos (INeS) 
 
 
Capítulo 8 153 
ConfigurAção esCreve-se eXempLo 
 
 Perto 
107 
estas duas Configurações de Mão (108a e 108b) são pares alofônicos 
usados na Libras para a datilologia do [a]. Na escrita pode ser utilizado 
qualquer um destes grafemas, sem mudar o sentido. o leitor sinalizará 
utilizando a forma com que está acostumado.Junto 
108a 108b 
 
 
 
109 
 
110 
Mais exemplos: 
 
 
 
Isqueiro 
 
 
 
 
economizar 
 
 
 
triste Desculpar-se 
Cheque 
 
 
 
153 
 
 
154 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Mulher 
Detonador124 Sovina (pão duro) 
 
outrAs setAs de moVimento 
existem movimentos mais complexos que também podemos escrever. a seta 
dupla é usada para representar os movimentos do Plano Parede. estes são 
apenas alguns exemplos: 
 
Z (letra)125 
 
Ler 
 
Cancelar 
 
 
Sistema 
 
 
Lousa, quadro 
 
 
 
124 estudaremos este grafema de Dinâmica no cap. 14. 
125 este sinal pode ser escrito também com a CM 09 que estudaremos no cap. 12. 
154 
 
 
Capítulo 8 155 
mudAnÇA de conFigurAÇÃo de mÃo 
e de orientAÇÃo dA PALmA 
Quando um sinal começa com uma Configuração de Mão e termina com 
outra, se não for perceptível quais são as configurações, escrevemos tanto a 
primeira quanto a segunda. 
 acidente de carro126 
Pavão 
esperteza/ 
ampla acuidade visual 
Quando um sinal começa com uma Orientação da Palma termina com 
outra, se isto não estiver claro. escrevemos a orientação de mão inicial e a 
final. 
 
 
Um dia 
 
 
 
 
As sobrAnCeLhAs 
 
 
Mesa 
 
 
LocAÇÕes 
 
 
acreditar 
 
Quando um sinal é feito nas sobrancelhas, escrevemos dois pares de linhas 
retas para representa-las. o grafema contato deve ser colocado do lado da face. 
 
Sobrancelha127 
 
 
 
126 estudaremos esta CM (41) no cap. 12. 
127 este grafema de Contato será abordado no próximo capítulo. 
155 
 
 
156 
os oLhos 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
Quando um sinal é feito perto dos olhos, escrevemos dois pequenos 
semicírculos para representá-los. o grafema de contato é colocado 
do lado em que o sinal é realizado, quando necessário. 
exemplos: 
 
 
 
o nAriz 
olhos Ver 
 
Quando um sinal tiver em contato com o nariz ou for feito próximo 
a ele, escrevemos uma linha vertical para representa-lo. Se houver 
contato, o grafema de contato é colocado sobre essa linha ou o mais 
perto possível do rosto para facilitar a leitura. Veja: 
 
 
 
A boCA 
Biscoito Rinoceronte 
 
Quando a mão toca ou se aproxima da boca, utilizamos este grafema 
 para representar a locação. Quando necessário podemos colocar o 
grafema tocar sobre o traço da boca. 
 
 
Silêncio 
Restaurante 
 
 
 
 
 
 
 
156 
 
 
Capítulo 8 157 
escreVendo em coLunAs (i) 
Como vimos, as Línguas de Sinais não se organizam da mesma forma que as 
orais. assim também, a escrita de Sinais é diferente, pois atende às especi- 
ficidades daquelas línguas. 
Rogers (2005) destaca que cada escrita tem sua própria estrutura. 
escrevemos o Português da esquerda para a direita, em linhas horizontais de 
cima para baixo. Isto é tão natural para nós que podemos até pensar que em 
todo o mundo se faz assim também. 
Contudo,o Hebraico e o Árabe,por exemplo,são escritos horizontalmente 
da direita para a esquerda. o Chinês, tradicionalmente em colunas começando 
no canto superior direito, e o Mongoliano em colunas iniciadas no canto 
superior esquerdo. 
existem muitos textos em escrita de Sinais feitos na horizontal da 
esquerda para a direita. Foi assim que tudo começou. atualmente apenas um 
país em todo o mundo permanece usando a eLS apenas na horizontal: a 
alemanha. Isto se deve à sua perspectiva educacional para surdos que privilegia 
o estudo do alemão. Todos os demais países têm escrito a maioria absoluta 
de seus textos somente na vertical. 
esta mudança ocorreu por volta do ano 2000. estudos realizados na 
década de 1990 com muitos usuários surdos apontam que escrever em colunas 
de cima para baixo, começando da esquerda, permite uma leitura muito mais 
rápida. Desta forma os grafemas são organizados de acordo com a estrutura do 
corpo humano (SUttoN, 1998c; RoaLD, 2006; tHIeSeN, 2011). a 
coesão visual das LS fica muito mais nítida também, conforme estudaremos 
mais à frente. 
 
PontuAÇÃo 
Do ponto de vista prático, cada um dos grafemas de pontuação exige específicas 
alterações nos elementos não manuais. Isto inclui: mudanças na postura do 
corpo, na direção do olhar, numa expressão facial diferente, numa pequena 
pausa ou longa pausa ao terminar uma frase, etc. este processo é semelhante 
ao que ocorre nas Línguas orais. a pontuação registra pausas e entonações 
de nossa fala. 
Na escrita de Sinais há vários tipos de pontuação. Vamos estudá-los 
pouco a pouco. em seguida, você terá a oportunidade de praticar a leitura. 
observe sempre o uso da pontuação. 
157 
 
 
158 
trAço finAL 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
Quando escrevemos uma frase completa, para indicar que ela terminou, coloca- 
mos este grafema no final. equivalente ao ponto no Português. Na sinalização 
ocorre uma pausa.observe que esta linha é um pouco maior que a linha do ombro 
(p. 147), que vimos anteriormente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
158 
 
 
Capítulo 8 159 
PrAticAndo A LeiturA 
Leia o texto a seguir sinalizando. Se precisar, utilize o glossário128 da p. 161. 
 
 
128 Veja mais orientações na apresentação do livro (p. 48). 
 
 
 
159 
 
 
160 
 
 
 
160 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Capítulo 8 161 
gLossário 
 
 
À tarde 
 
 
 
ano (s)/ ano 
(duração) 
 
 
aqui 
 
 
 
Cancelar 
 
 
Cão latindo (CL)129 
 
 
Cão pastor 
alemão 
 
 
Comprar 
 
 
 
Dar, entregar 
 
 
 
errado 
(sinalização 
infantil) 
 
 
Goiás130 
 
 
 
 
Idade 
 
 
 
Inteligente 
 
 
 
Mãe 
 
 
 
Passado 
 
 
Reservar 
 
 
 
Saudade131 
 
 
 
Segurar um 
cachorro pela 
corrente (CL)132 
 
 
 
 
129 estudaremos o grafema de Movimento dos Dedos no próximo capítulo e a seta de Movimento 
no cap. 10. 
130 este Movimento será estudado no cap. 13. 
131 este grafema de Contato será abordado no próximo capítulo. 
132 este grafema de Dinâmica será estudado no cap. 14. 
161 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CApítuLo 9 
 
 
164 Escrita de Sinais sem mistérios 
conFigurAÇÕes de mÃo 
ConfigurAção esCreve-se eXempLo 
a seguinte Configuração de Mão (59) pode ser escrita na forma quadrada ou 
circular, sem alterar o significado. estas escritas são sinógrafos. 
 
 
 
 
 
59a 
 
60 
 
61 
terceiro 
 
 
 
 
Centro de 
educação para Surdos 
Rio Branco (SP) 
 
 
 
 
Marrom 
 
 
 
 
 
62 
 
164 
Minuto 
59b 
 
 
Capítulo 9 165 
 
 Quarta-feira 
30 
 
 
Brasil 32 
as configurações 34a e 34b também são pares alofônicos na Libras. as 
duas formas são válidas tanto na sinalização quanto na escrita, sem mudar o 
significado. 
 
 
 
34a 34b 
 
78 
 europa133 
 
 
 
 
Só 
 
 
 
 
133 Movimento a ser estudado neste capítulo (p. 168). 
165 
 
 
166 
Mais exemplos: 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
terça-feira Metolologia 
Mestrado, mestre 
 
Conhecer 
 
 
 
 
Soldado 
esquerda 
especial 
 
quAndo A direção dos dedos é importAnte 
existem duas formas de se escrever este tipo de posição. a Visão de Cima do 
dorso da mão pode ser escrita de forma inclinada. Muitos escritores sentem-se 
mais confortáveis assim por acreditarem que esta escrita se parece mais com a 
vida real,pois os dedos estão apontando para baixo.Isto vale para todas as Confi- 
gurações de Mãos cujos dedos estejam apontando para baixo e cuja escrita não 
demonstre isto de forma tão direta (SUttoN & FRoSt, 2011). 
Veja os exemplos abaixo: 
14134 
 
28 
 
62 
 
38 
 
134 o número abaixo destes grafemas indica o número da Configuração de Mão (confira no 
apêndice a – p. 321). a CM 14 foi estudada no cap. 06, a CM 28 será no cap. 12 e a CM 38 
no cap. 15. 
166 
 
 
Capítulo 9 167 
 
ArtiCuLAção médiA feChAQuando a articulação média do dedo flexiona, representa-se 
este movimento com um ponto preto. 
o ponto é colocado perto do dedo que faz o movimento. 
Dois pontos representam dois movimentos de flexão. 
 
 
exemplos: 
 
 
 
 
 
Lesma 
aspas/ tema, título 
aprender Difícil 
 
ArtiCuLAção médiA Abre 
Quando a articulação média do dedo se estende, 
representa-se este movimento com um ponto branco. 
assim como no primeiro caso, o ponto é colocado 
perto do dedo que faz o movimento de extensão. 
 
 
 Se uma configuração é mais importante que a outra, escrevemos a mais 
importante. 
Nestes exemplos, a configuração mais importante é a inicial: 
 
 
Novo 
ensinar 
 
Pouco 
 
 
Bom 
 
Medo 
 
 
167 
 moVimentos dos dedos 
 
 
168 
Nestes, a final é a mais importante: 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
ouvinte 
absurdo 
Sábado/ laranja 
 
 
Buscar, 
pegar algo (direcional) 
Freada brusca de 
bicicleta (CL)135 
 
moVimentos circuLAres 
Na Libras existem vários tipos de movimentos circulares. a escrita de 
Sinais utiliza grafemas diferentes para cada um deles. No primeiro tipo, a mão 
e o antebraço se movem juntos, num movimento que começa no cotovelo. a 
ponta da seta indica o lugar de início e a direção do movimento. 
Neste tipo de movimento circular, vamos distinguir três planos: 
 
 
 
 
Plano 1 
Movimento circular136 
 
 
Quando a mão se move em círculo semelhantemente ao movimento feito 
para limpar uma janela, o movimento é representado por esta seta (Plano 1). 
 
135 estudaremos o grafema de Movimento do tronco no cap. 17 e o de Dinâmica no cap. 12. 
136 De acordo com Sutton (2012b) os círculos pontilhados não são mais utilizados. o mesmo 
se aplica às setas do Plano 2 e 3 da página seguinte. 
168 
 
 
Capítulo 9 169 
este movimento é feito todo o tempo na mesma distância do corpo. 
 
 
Ásia 
 
 
Usar 
 
 
Domingo 
 
 
Solteiro 
 
 
 
 
 
 
Plano 2 
Movimento circular 
 
 
 
Quando a mão se move em círculo com um movimento semelhante ao 
que é feito para limpar uma mesa com um pano, este movimento é representado 
com esta seta (Plano 2). Sua haste é mais grossa quando a mão se aproxima do 
corpo e mais fina quando se afasta. 
 
 
Mudar, transformar Solidão, sozinho (a) 
 
Plano 3 
azeite Região/ Área/ bairro 
Movimento circular 
169 
 
 
170 Escrita de Sinais sem mistérios 
ao mover a mão em círculo com um movimento semelhante ao que é 
feito quando se rema num barco, representa-se o movimento com esta seta 
(Plano 3). a haste é mais grossa quando a mão se aproxima do corpo e mais 
fina quando se afasta. 
 
 
 
trem 
todo dia 
Sorvete 
Internet 
 
 
 
este grafema, que indica união, é usado quando as duas mãos se movem simul- 
taneamente. Contudo, seu uso tem diminuído muito nos últimos anos tanto a 
nível internacional quanto no Brasil. Há algum tempo temos identificado este 
fenômeno no SignPuddle de vários países e também em publicações interna- 
cionais recentes, como a Wikipedia em aSL. Nossos alunos e leitores quase 
não fazem uso deste grafema como anteriormente. Wanderley (2012) também 
identificou sua pouca ocorrência tanto em crianças quanto jovens brasileiros 
adquirindo a escrita de Sinais. 
Isto ocorre devido a fatores como: (1) de forma muito intuitiva, a escrita 
tende a ser o mais econômica possível. este princípio vale para todas as línguas, 
tanto é que na Língua Portuguesa caiu o uso da trema < ¨ >; (2) a maioria dos 
sinais feitos por duas mãos são simultâneos, mesmo aqueles cujas setas estão 
em sentido contrário umas às outras. Quando não o são, existe outro grafema 
para indicar isto. 
Quando utilizá-lo então? o mínimo possível. Somente quando for extre- 
mamente necessário para não causar ambiguidades, para permitir uma leitura 
mais rápida ao seu leitor137 quando o sinal utilizar muitos grafemas. Veja a 
seguir: 
 
 
 
137 Mesmo que esteja fazendo uma anotação pessoal, pois, com o tempo, o sinal escrito pode 
estar ambíguo para você mesmo. 
170 
temPos do moVimento 
 
movimento simuLtâneo 
 
 
Capítulo 9 171 
 
 
estar bem 
 
 
Passeata, movimento 
 
 
Disfarçar 
 
Quando as duas mãos se movem simultaneamente, usamos este grafema 
de união. 
 
movimento ALternAdo 
Quando as mãos se movem alternadamente, usamos este grafema. as mãos e 
os grafemas de movimento devem ser levemente deslocados uns dos outros, 
isto é, um fica um pouco mais acima que o outro. 
este grafema de tempo também tem sido muito menos usado que antes, 
pois percebeu-se que seu uso não é necessário ao se escrever movimentos circu- 
lares. as próprias setas podem ser escritas em sentido contrário uma à outra 
indicando que são alternadas. Veja abaixo como este grafema era usado antes: 
esCritA AntigA esCritA de sinAis modernA 
 
Brincar 
 
almoçar 
No entanto, seu uso é vital em sinais cujo movimento é reto. Nestes casos, 
a ênfase do movimento pode ser em uma determinada direção (ex.: ênfase 
para fora, como em Olhar em várias direções) e este grafema preserva este sentido. 
 
 
171 
 
 
172 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
Podem ocorrer casos de movimentos originados no pulso138 onde se faz neces- 
sário o uso deste grafema também. 
 
 
 
 
olhar em várias direções 
acessibilidade 
Pegar várias coisas 
 
 
 
esfregAr em CírCuLo 
Representado por um espiral, esfregar refere-se ao movimento circular em 
que se mantém o contato em todo o momento, permanecendo na superfície. 
Neste caso, não é preciso acrescentar setas de movimento circular, pois este 
movimento faz parte deste tipo de contato: esfregar em círculo. 
 
 
Conversar 
 
esfregAr LineAr 
Gostar Remédio 
Vinho 
 
este contato é representado pelo grafema espiral junto com uma ou várias 
setas. este movimento é em linha reta e mantém o contato com o corpo, isto é, 
aqui também a mão permanece na superfície. a(s) seta(s) indica(m) o sentido 
do movimento. 
 
 
Branco 
 
 
Bravo (a) 
Faca 
tomar banho 
 
 
 
138 estudaremos estes Movimentos no cap. 16. 
172 
tiPos de contAto 
 
 
Capítulo 9 173 
escreVendo em coLunAs (ii) 
Comovimosantes,as Línguasoraisede Sinaisdiferem-seprinci- 
palmentedevidoàmodalidade.Nestaslínguas,osfonemassãoarticuladossimul- 
taneamente, naquelas linearmente (QUaDRoS & KaRNoPP, 2004). assim, 
a produção e organização discursiva está ligada ao uso da língua por meio de 
sua modalidade. 
todas as línguas dispõem de recursos para estabelecer e retomar referentes. 
Nas Línguas orais isto ocorre linearmente através de diversos pronomes e outros 
recursos linguísticos. Mas nas Línguas de Sinais acontece de forma visual. 
a simultaneidade das LS perpassa também os níveis morfológicos e sintá- 
ticos. Devido a estas características, por vezes, os sinais podem ser realizados ao 
mesmo tempo quando produzimos uma sentença em Libras. 
a sinalização é realizada no espaço disponível próximo ao corpo do sinali- 
zador,onde suas mãos podem alcançar.assim,o discurso é tecido e sua produção 
deve ter, como denominamos, Coerência e Coesão Visual. 
a Coerência e Coesão Visual dizem respeito ao uso que o sinalizador fará 
dos sinais e como estarão articulados entre si na produção de sentido. À medida 
em que a sinalização vai sendo construída, referentes dêiticos vão sendo estabe- 
lecidos nesse espaço. 
os referentes dêiticos indicam “os participantes (dêixis de pessoa), o lugar 
(dêixis de lugar) e o tempo de uma comunicação (dêixis de tempo)”(FIoRIN, 
2002b apud MoReIRa, 2007, p. 32). 
Depois de estabelecidos os referentes, a qualquer momento podem ser 
retomados (pela anáfora139) no discurso através do uso de sinais, apontações 
manuais,classificadores,direçõesecomportamentosdoolhar,giroouinclinação 
do tronco, dinâmica – isto é, a forma – de sinalizar, etc. ao escrevermos as LS, 
é preciso atenção ao fazer o registro desses processos. 
Dentre inúmerosbenefícios, escrever verticalmente de cima para baixo 
contribui também com estes processos: (1) o corpo humano está naturalmente 
na vertical. Podemos usar a simetria da linha central da eLS (trilha 0) 
posicionando sinais de forma mais natural. os olhos lerão os sinais com mais 
facilidade, como na vida real; (2) é mais fácil registrar e retomar as alterações 
de posição do corpo e também os referentes estabelecidos. 
 
139 anáfora é a apontação “ou para um signo anterior (anáfora propriamente dita) ou para um 
signo posterior (catáfora), dentro de um mesmo discurso” (MoReIRa, 2007, p. 94). 
173 
 
 
174 Escrita de Sinais sem mistérios 
Sua característica escrita de Traços não arbitrários também traz uma 
contribuição inefável no registro do processo de indexação e anáfora. 
2 1 0 1 2 Na eLS, cada coluna é dividida por três linhas 
imaginárias. a “linha 0” marca o centro do corpo. as mãos, 
a cabeça e o tronco estão localizados nela, assim as mudanças 
na posição do corpo são facilmente percebidas. as faixas 1 e 
2 são os espaços para as mãos e corpo, à esquerda e à direita 
da linha central. Quando o sinal é feito no centro do corpo, 
é escrito no centro da coluna. 
a faixa 1 é usada quando a cabeça 
e o corpo permanecem no centro, mas as 
mãos se movem para a esquerda ou para a 
direita. Quando o tronco se desloca para 
fora do centro e a cabeça fica na faixa 1, as mãos se movem 
para a faixa 2 (SUttoN, 1998c). 
Isto facilita a percepção do uso do espaço de sinalização 
tanto na leitura quanto na escrita de referentes dêiticos, uso 
da anáfora e consequentemente de comparações espaciais 
nas Línguas de Sinais. Por estas razões, enfatizamos que a 
Escrita de Sinais deve ser feita sempre na vertical trazendo 
altíssimos ganhos tanto para a leitura quanto para a escrita. 
2 1 0 1 2 
 
 
existem ainda muitos outros recursos na escrita de Sinais no que se 
refere à Coerência e Coesão Visual. estudaremos vários deles nos capítulos 
seguintes. 
Veja: 
 
174 
 
 
PrAticAndo A LeiturA 
Capítulo 9 175 
 
 
175 
 
 
176 
 
 
 
176 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Capítulo 9 177 
 
 
 
 
 
 
 
 
Banheiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
esperar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Novíssimo 
 
Beber 
Levantar-se 
o dia todo 
 
 
 
Beber muito 
 
 
Carro se amassou 
muito (CL) 
 
 
Chover muito 
Melhor 
 
 
Nada, nenhum, 
ninguém 
 
 
Nós três 
 
Perigoso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
177 
gLossário 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CApítuLo 10 
 
 
180 Escrita de Sinais sem mistérios 
conFigurAÇÕes de mÃo 
 
 
 
Grupo 38 
 
 
45 
Bola grande 
 
 
 
 
 
46 
 
 
53 
 
 
54 
 
180 
Copo 
 
 
 
 
 
Verba 
 
 
 
 
Verba pequena 
 
 
Capítulo 10 181 
 
 
 
55 
 
 
57 
 
 
58 
 
 Disciplina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comunicação 
 
 
 
 
em breve 
 
 
 
 
 
tópicos, lista 
 
 
 
 
Misturar 
 
 
 
Cabeça 
 
 
 
 
aconselhar140 
Secretário (a) 
Lanchar 
 
 
 
 
 
 
 
 
140 este grafema de Dinâmica será estudado no cap. 14, e o de Contato, no cap. 13. 
181 
 
 
182 
 
 
 
 
Veja: 
Escrita de Sinais sem mistérios 
moVimentos curVos 
São os movimentos que não fazem um círculo completo. Para 
isso utilizamos três grupos de setas que correspondem a três 
planos diferentes. 
 
 
 
 
Plano 1 
Movimento curvo 
 
 este grupo de setas representa as partes do mesmo movimento circular que 
vimos antes,o de limpar a janela.Nele a mão curva para um lado mantendo 
a mesma distância do corpo. Se ocorrer algum contato na realização do sinal, 
sempre escrever a posição do contato e então coloque as setas mostrando o 
caminho já percorrido ou a ser percorrido pelas mãos. 
 
 
Paris (França) Música/ reger arco-íris 
Características 
 
 
182 
 
 
 
Plano 2 
Movimento curvo 
 
 
Capítulo 10 183 
estas setas representam as partes do mesmo movimento circular que já 
estudamos, o de limpar a mesa. Neste movimento curvo as mãos podem ficar 
mais perto ou mais afastadas do corpo. 
a haste de seta é mais grossa quando a mão se aproxima do corpo e mais 
fina quando se afasta. 
 
 
Caridoso (a) 
 
 
Vocês 
 
 
abrir (janela) 
 
 
Geladeira 
 
 
 
 
fLeXão do dedo nA ArtiCuLAção proXimAL 
Quando o dedo se flexiona na articulação proximal, 
isto é, na junta dos dedos com a palma, este movi- 
mento é representado com uma pequena ponta de 
seta que aponta para baixo. 
 
 
 este grafema é colocado perto do(s) dedo(s) que faz(em) o movimento. 
Duas pontas de seta indicam duas flexões. 
 
 
 
 
 
Muito tempo atrás 
travesseiro 
Saber 
Pedir 
 
 
 
 
183 
moVimentos dos dedos 
 
 
184 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
eXtensão do dedo nA ArtiCuLAção proXimAL 
 
 Quando o dedo se estende na articulação proximal, 
este movimento é representado com uma pequena 
ponta de seta que aponta para cima. 
 
 
 
 
 
 
Não adiantar 
expulsar Inaugurar acima 
 
fLeXão e eXtensão dos dedos nA ArtiCuLAção proXimAL 
os dedos se movem juntos na mesma direção como se 
fossem uma unidade. as articulações proximais dos 
dedos flexionam-se e se estendem juntas. este movi- 
mento é representado por uma linha formada por 
várias pequenas pontas de seta unidas que apontam 
para cima, para baixo e novamente para cima. 
 
 
 
Coelho 
Comer 
 
 
Falar oralmente 
tranquilo 
 
 
 
Uma mão se move depois da outra, isto é, enquanto a mão direita se move, a 
esquerda permanece parada.então a esquerda se move e a direita não.Uma mão 
deve ser escrita um pouco mais acima que a outra. 
184 
temPo de moVimento 
movimento ConseCutivo 
 
 
Capítulo 10 185 
 
 
Sair (muita gente)141 
 
 
Construir 
 
 
Patinar142 
 
 
SignPuddle 
 
 
a estas duas linhas grossas denominamos enunciação. São 
semelhantes aos dois pontos < : > no Português e são usadas 
antes de uma lista de itens que serão discutidos ou citados. 
este par de linhas finas indica uma pausa curta. São 
usadas entre os itens de uma lista ou entre ideias relacionadas 
assim como uma vírgula < , >. Usar este grafema nos ajuda 
a separar visualmente uma ideia da outra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
141 estudaremos esta Configuração de Mão no cap. 16. 
142 alguns grafemas utilizados neste sinal serão estudados nos caps. 15 e 17. 
185 
PontuAÇÃo 
 
enunCiAção e pAusA CurtA 
 
 
186 
 
 
 
 
186 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 10 187 
 
 
187 
 
 
188 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Batata 
 
 
Bem-vindo (a), 
boas vindas 
 
 
 
Cardápio 
 
 
 
Começar 
 
Crescer junto 
com alguém 
 
 
Cupuaçu 
 
 
Distanciar-se de 
uma pessoa 
 
 
 
escrever 
 
Muitos anos 
 
 
Não conhecer 
 
 
 
Perguntar 
 
 
 
Querer 
tomar conta, cuidar 
 
 
 
 
 
 
188 
 
 
Convidar 
 
Jogo de xadrez 
 
 
Mudar-se (de um 
lugar para outro) 
(direcional) 
 
 
Refrigerante/ 
guaraná/ amazonas 
(estado) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CApítuLo 11 
 
 
190 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
190 
Escrita de Sinais sem mistérios 
conFigurAÇÕes de mÃo 
 
 
 
 adoecer 
79 
 
 acabar por completo/ 
ser destruído 
 
 
oficial/ original/ 
verdadeiro 
81 
 
 
 Fácil 
82 
 
 Camisa de botão 
85 
80 
 
 
Capítulo 11 191 
 
86 
algemas143
 
 Líder 
87 
 
 
 Faculdade 
88 
 
 
 texto 
89 
 
 
 
 
 90 
143 estudaremos este grafema de Contato na p.227.Salário 
 
 
 
191 
 
 
192 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 amante 
66 
 
 
Saúde 
Currículo Lattes144 Seguro 
 
 
Família 
trabalho escolar 
ou acadêmico145 
Costurar à mão 
 
 
 
fLeXão e eXtensão dos dedos ALternAdAmente 
nA ArtiCuLAção proXimAL 
alguns dedos se movem para cima e outros para baixo.este movimento é repre- 
sentado por duas linhas de pontas de setas viradas para cima e para baixo. 
 
 
 
Piano 
Irmão (ã) aranha 
 
 
144 estudaremos este grafema de Superfície no cap. 18. 
145 estudaremos esta seta de Movimento no cap. 13. 
192 
moVimentos dos dedos 
 
 
3 
2 
Capítulo 11 193 
 
 
Cor 
 
 
Mergulhar 
 
 
Neve 
 
fLeXão dos dedos ALternAdAmente nA ArtiCuLAção proXimAL 
os dedos se flexionam alternadamente uma vez, um 
depoisdooutro,começandopelodedomínimoetermi- 
nando no indicador. Representamos este movimento 
com duas pequenas pontas de seta, uma dentro da 
2 
outra, apontando para baixo. 
 
 
 
 
 
 
 
Mundo 
 
 
Perfeito (a) 
 
todos/ todo mundo 
 
Bonito (a) 
Roubar 
 
eXtensão dos dedos ALternAdAmente nA ArtiCuLAção proXimAL 
os dedos se estendem alternadamente uma vez, 
um após o outro, começando pelo dedo indica- 
dor e terminando no dedo mínimo. 
este movimento é representado por duas 
pontas de seta uma dentro da outra viradas 
1 para cima. 
 
 
 
193 
3 
1 
 
 
194 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
alguns Muitas vezes 
Na Libras às vezes este tipo de movimento começa no dedo mínimo, 
não no indicador. Para demonstrar isto, coloque este grafema perto do dedo 
mínimo. 
Fórmula (Glossário de 
Química CeFet-MG) Madrugada 
 
 
pegAr 
este contato é representado por um grafema de adição e indica que a mão 
pega e segura uma parte do corpo ou da roupa. 
 
 
 
toCAr entre 
Pessoalmente 
 
 
Roupa 
Queixo 
 
Representado por um asterisco entre duas linhas verticais, este contato indica 
que um toque acontece entre duas partes do corpo, geralmente os dedos. 
 
 
Dentro 
Cavalgar 
 
Confusão 
Votar 
 
 
194 
tiPos de contAto 
 
 
Capítulo 11 195 
 
este grafema é usado quando a mão toca ou se aproxima do cabelo. 
 
 
Cabelo 
Cabelereiro (a) 
 
Lavar o cabelo 
 
Cabelo cacheado 
 
este outro é usado quando a mão toca ou se aproxima da orelha. 
 
 
 
Fone de ouvido 
 
 
 
Barulho 
 
 
 
Brinco 
 
 
estetoscópio 
 
 
 
este grupo de setas representa as partes do mesmo movimento em 
círculo que já estudamos, o de remar num barco. 
Plano 3 
Movimento curvo 
195 
 LocAÇÕes 
o CAbeLo e A oreLhA 
moVimentos curVos 
 
 
196 Escrita de Sinais sem mistérios 
estas setas representam o mesmo movimento, mas em direção contrária: 
 
 
o par de setas abaixo representam os movimentos curvos em arco por 
cima: 
 • a seta 1 indica um movimento que se aproxima do sinalizador; 
1 2 
• a seta 2, um movimento que se afasta. 
Usa-se a seta simples porque o movimento principal vai da frente para 
trás ou de trás para frente. a haste é mais grossa quando a mão se aproxima do 
corpo e mais fina quando se afasta. 
 
 
Futuro 
Depois 
Bombeiro 
Chamar 
 
estas duas outras setas representam os movimentos curvos em arco por 
baixo: 
 • a seta 1 indica um movimento que se aproxima do sinalizador; 
1 2 
• a seta 2, um movimento que se afasta. 
aqui também se usa a seta simples porque o movimento principal vai da 
frente para trás ou de trás para frente. a haste é mais grossa quando a mão se 
aproxima do corpo, e mais fina quando se afasta.146 
 
 
Nascer entrar Sucesso146 
 
Incentivar-me 
(direcional) 
 
 
146 este grafema de Dinâmica será estudado no cap. 14. 
196 
 
 
Capítulo 11 197 
este par de setas representam o movimento para cima ou para 
baixo que se curva em direção ao corpo. Usa-se a seta de haste 
dupla porque o movimento principal é de cima para baixo ou de 
baixo para cima. 
o ponto preto entre as hastes indica que a mão se aproxima do corpo 
durante o movimento e depois se afasta. 
 
 
Susto 
 
 
apelar/ revoltar-se 
 
 
Descansar/ calma/ devagar147 
 
Já estas setas representam o movimento para cima ou para 
baixo que se curva para frente. Usa-se a seta de haste dupla porque 
o movimento principal é de cima para baixo ou de baixo para cima. 
a linha que cruza as hastes das setas representa o horizonte e indica que 
a mão se afasta do corpo durante seu movimento e depois se aproxima. 
 
 
Grávida 
espanha 
 
 
Barrigudo (a)/ grávida148 
 
 
Abrir e feChAr entre duAs superfíCies 
Já estudamos os principais grafemas usados para a escrita dos movi- 
mentos feitos pelos dedos. Contudo, um detalhe adicional tem se 
demonstrado muito útil no dia a dia. trata-se do movimento que 
ocorre entre os dedos. Para escrevê-lo, utilizamos o grafema de 
flexão, extensão ou flexão e extensão dos dedos na articulação proximal 
entre duas barras que representam os dois dedos. 
 
147 estudaremos este grafema de Dinâmica no cap. 15. 
148 estudaremos esta expressão Não Manual no cap. 16. 
 
 
 
 
 
197 
moVimentos dos dedos 
 
 
198 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
 
 
 
Desenhar/ figura 
 
 
Cortar com tesoura 
 
 
Igual, idêntico 
 
 
Cupuaçu 
 
 
Vários, diversos 
 
 
Parecer 
 
 
Diferente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
198 
 
 
Capítulo 11 199 
 
 
 
199 
 
 
200 
 
 
200 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Capítulo 11 201 
 
 
201 
 
 
202 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
202 
 
 
Capítulo 11 203 
 
 
 
amanhã, 
no dia seguinte 
 
 
 
ao amanhecer 
 
 
 
 
Digitar mensagem 
no celular 
 
 
enviar mensagem 
de celular 
 
 
 
 
ouvir 
 
 
Pressionar um 
pote de cola e aplicá-la 
em círculos (CL) 
 
 
 
 
aranha movendo 
as patas com dificuldade 
(relaxadamente) (CL)149 
 
 
 
avisar/ 
falar a alguém 
 
 
 
Descansar150 
Febre 
 
 
Hospital 
 
 
 
Melhorar/ restabelecer-se 
Sair, ir embora151 
 
 
 
tirar 
 
 
 
Vestir uma roupa 
 
 
 
 
 
 
149 este grafema de Dinâmica será abordado no cap. 15. 
150 estudaremos esta seta de Movimento no cap. 17. 
151 Veremos esta Configuração de Mão no cap. 16. 
 
203 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CApítuLo 12 
 
 
206 Escrita de Sinais sem mistérios 
conFigurAÇÕes de mÃo 
 
 
 Domingo 
02 
 
 
 Roteador (informática) 05 
 
 
 Vender 
25 
 
as duas Configurações de Mão a seguir (08 e 09) apresentam graus diferentes 
de flexão da CM 01 que estudamos no cap. 5. Na maioria das vezes, esta CM 
pode ser usada para escrever estes mesmos sinais sem alterar seu significado. No 
entanto, vários sinais são feitos com estas configurações e, por isto, utilizá-las 
também na escrita torna o sinal mais claro e fácil de ser lido. Veja os exemplos: 
 
 
 
Combinar 
 
08 
206 
 
 
Capítulo 12 207 
 
 Mil 
09 
 
 
 Procurar 
28 
 
 
 Pagar à vista 
44 
 
 
 
 
 
 
74 
 
 em muitos casos o significado do sinal 
permanece o mesmo se o dedo estiver 
estendido ou não. Por isso, representamos 
essas duas CMs com este mesmo grafema, 
pois são alofônicos. 
Droga (aL, SC) 
 
 
 
 
 
 
Casa 
207 
 
 
208 
 
 
 
No entanto, noutros sinais é importante 
indicar a extensão do dedo, por isso 
Escrita de Sinais sem mistérios 
usamos outro grafema para representar esta 
configuração de mão. 
Veja: 
 41 
Sapato 
 
 
 
Direita eu Z (letra) 
 
 
 
 
São Paulo (SP) 
Ética (Curitiba/ PR) 
Homossexual (chulo) 
 
 
 
 
bAter 
Representado por umacerquinha, refere-se ao contato em que uma mão bate 
na outra ou numa parte do corpo. este contato é parecido com o tocar, porém 
é mais forte. Veja: 
 
 
Duro Duríssimo 
 
 
 
acidente de carro 
 
Susto Susto muito grande 
 
Mais 
 
 
208 
tiPos de contAto 
 
 
Capítulo 12 209 
 
este grafema é usado quando a mão toca ou se aproxima do pescoço. 
 
 
Morrer 
 
Atrás dA CAbeçA 
 
Sede 
 
Vontade 
Minas Gerais 
 
Quando a mão se coloca atrás da cabeça, estas linhas 
 curvas são escritas à direita e à esquerda do círculo que 
a representa para indicar que a mão está atrás da cabeça. 
 
 
Nestes dois exemplos, a orientação de Mão é a 
mesma: no sinal (1), o dorso da mão toca o rosto; no 1 2 
sinal (2), a palma toca a parte de trás da cabeça. 
Falar mal 
pelas costas Implante coclear 
Costas Meningite 
os ombros e A CinturA 
Para representar a cintura, usamos duas linhas grossas paralelas 
na horizontal, uma representa o ombro e a outra a cintura. 
Usamos este grafema quando as mãos se movem perto da 
cintura, tocam nela ou próximo a ela. 
 
 
Fome 
 
 
empregado (a) 
doméstico (a) 
 
 
Sofrer 
 
 
abade l’Épée 
 
 
Corpo 
 
 
 
209 
LocAÇÕes 
o pesCoço 
 
 
210 Escrita de Sinais sem mistérios 
eXPressÕes nÃo mAnuAis 
as expressões Não Manuais (movimento da face, dos olhos, 
da cabeça e do tronco) são um dos parâmetros fonológicos 
das Línguas de Sinais, conforme vimos no cap. 2. Segundo 
Quadros & Karnopp (2004) elas exercem dois papéis nestas 
línguas: marcação de construções sintáticas e diferenciação 
de itens lexicais. Na escrita de Sinais elas devem ser usadas 
somente nestes casos, não sendo necessário escrever a prosódia, isto é, o jeito 
de uma pessoa sinalizar, a não ser se estiver transcrevendo um vídeo para fins 
de pesquisa. Deste capítulo em diante veremos as principais expressões Não 
Manuais, divididas em segmentos. 
 
movimento dos ombros pArA CimA ou pArA bAiXo 
estes grafemas indicam que os ombros se levan- 
taram ou se abaixaram. 
 
 
Minha nossa152 
 
Muito cansado (a)153 
 
 
Desconhecido/ 
não saber 
 
Levantar peso 
(atividade física) 
 
Quando somente um ombro se levantar ou se 
abaixar, escrevemos desta forma: 
 
 
Colocar a bolsa 
no ombro 
Muita 
responsabilidade 
Carregar 
no ombro 
 
Desprezar, 
preconceito 
 
 
 
 
152 estudaremos esta CM (56) no cap. 14. 
153 estudaremos este grafema de Dinâmica no cap. 14. 
210 
 
 
Capítulo 12 211 
 
Movimentos paralelos ao chão: 
 
 
Movimentos paralelos à parede lateral: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Crianças 
 
 
 
 
 
Caminho 
 
Limpar uma vidraça 
de cima para baixo (CL) 
 
 
 
 
 
 
Descendência 
 
Montanha russa 
(parque de diversões) 
Sempre observe o formato das setas básicas e que tipo de movimento 
representam.Fazendo isto,quando precisar escrever movimentos mais comple- 
xos, você estará apto a fazer combinações de setas para representar movimentos 
mais complexos. Veja estas setas: 
 
 
211 
outros tiPos de moVimento 
estas setas descrevem movimentos parecidos com os que já 
estudamos. Muitas delas são usadas em classificadores. 
Movimentos paralelos à parede de frente: 
 
 
212 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
Cabelo cacheado 
Importante
 
existem muitas outras combinações. tantas quantas forem necessárias 
para escrever uma Língua de Sinais. Várias combinações estão disponíveis no 
SignPuddle. outras o próprio usuário pode montar com facilidade, como no 
caso das setas abaixo,usadas para escrever classificadores.observe que a escrita e 
leitura do sinal são extremamente rápidas. Isto acontece devido ao alto grau de 
iconicidade da escrita de Sinais eo arranjo de seus grafemas bidimensionalmente. 
 
Carro passando 
por várias ruas (CL) 
 
Percurso de um helicóptero 
ao decolar (CL) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
212 
 
 
Capítulo 12 213 
 
 
 
213 
 
 
214 
 
 
 
214 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Capítulo 12 215 
 
 
215 
 
 
216 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
acontecer 
 
 
ajudar-me 
(direcional) 
 
 
ambiente sem 
ninguém, 
nada, vazio154 
 
 
 
Cama 
 
 
 
estar deitado 
 
 
Feliz, felicidade 
 
 
 
Ideia 
 
 
Ir 
 
 
Levar alguém, guiar 
 
 
 
Manhã 
 
 
Muito quente155 
 
obrigado (a), 
agradecer 
 
 
Preocupação, 
preocupado (a) 
 
 
 
Quarto, cômodo/ 
área 
 
 
 
Seu, sua156 
 
 
 
trabalhar, trabalho 
 
 
154 esta expressão Facial será estudada no cap. 16. 
155 estudaremos este grafema de Dinâmica no cap. 15. 
156 esta seta de Movimento será abordada no cap. 13. 
216 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CApítuLo 13 
 
 
218 
 
 
 
 
 
 
99 
 
100 
 
101157 
 
 
102 
Escrita de Sinais sem mistérios 
conFigurAÇÕes de mÃo 
 
 Remédio
 Inglês
 Pessoa 
 
Brasília/ DF 
 
 
 
 
 
103 
 
157 Compare com a CM 46 que estudamos no cap. 10. 
218 
Régua 
 
 
Capítulo 13 219 
 
 
 
104 
 
 
105 
 
106 
 
 
 
 
Pouquíssimo 
 
 
 
 
Sétima série 
 
 
 
 
o que 
 
 
 
 
 
 
 
 
escolher 
 
Sol 
 
Fazer a sobrancelha 
Óculos 
 
 
 
 
Sete 
triângulo 
 
 
Vacina 
 
o ALFABeto mAnuAL 
Já aprendemos todas as Configurações de Mão usadas na datilologia. 
observe que todo o alfabeto datilológico também está escrito no 
ponto de vista do sinalizador e que estamos vendo o dorso da mão. 
Muitas pessoas afirmam que determinadas letras do alfabeto manual 
219 
 
 
220 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
são realizadas de lado (C, D, F, o, P e t). Geralmente aparece assim nas 
conhecidas folhas de alfabeto manual. Contudo, ao utilizarmos a datilologia 
para soletrarmos algo, todas as letras são feitas com o dorso da mão para 
dentro. a escrita de Sinais reflete isto. 
É comum dizerem (como técnica de memorização) que para realizar as 
letras Q e N basta virar as Configurações de Mão G e U, respectivamente, com 
a palma para baixo. Porém na utilização da datilologia, acontece transformação 
na realização destas letras. 
abaixo você tem disposto todo o alfabeto manual escrito. Sobre a escrita 
das CMs M, N, P e Q, reveja as orientações da p. 166. 
Você pode baixar a fonte Libras escrita para seu computador158 também. 
a a J j S s 
B b K k t t 
C c L l U u 
D d M m V v 
e e N n W 
w
 
F f o o X 
G g P p Y y 
H h Q q Z z
 
I i R r 
158 acesse a Área de Membros exclusiva para você, leitor: <http://www.Librasescrita.com.br/ 
escritaDeSinaisSemMisterios>. 
220 
http://www.librasescrita.com.br/
http://www.librasescrita.com.br/
 
 
Capítulo 13 221 
ao escrevermos a datilologia, não é necessário colocarmos a acentuação, 
pois ela geralmente é omitida no dia a dia do uso da Libras. Caso considere 
necessário ou a acentuação faça parte do sinal, como nos monossílabos tônicos, 
você deve escrevê-la deslocada para a direita. 
´ (acento agudo): ´ 
 
` (acento grave): ` 
 
~ (til): 
~
 
 
^ (circunflexo): 
^
 
 
 
Fé 
 
 
À 
 
 
Não 
 
 
 
 
 
tênue 
É comum que ao realizar a soletração manual de palavras terminadas em 
–Ão o til seja feito, o “o” omitido e a CM usada na acentuação sofra altera- 
ção fonético-morfológica para , incorporando a CM do “o”. Se você estiver 
transcrevendo um vídeo para análise linguística, escreva estes detalhes. Porém, 
para a escrita formal ou a do dia a dia, não recomendamos isto, pois poderia 
confundir o leitor. Veja na página seguinte: 
 
221 
 
 
222 
formA reComendAdA 
 
Casarão 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
formAs não reComendAdAs 
 
 
 
 
Não 
Como você tem visto, assim como em inúmeros outros países, adotamos a 
escrita da datilologia também na vertical. Desta forma economiza-se o espaço 
horizontal das colunas além de seguir o mesmo padrão de um texto escrito. 
Isto não indica que a mão vai descer ao fazera datilologia. testamos isto com 
vários surdos aprendizes iniciantes da eLS. ao assimilarem rapidamente que 
a forma escrita se tratava de soletração manual, fizeram a sinalização com a 
mão no mesmo lugar, sem deslocamento no espaço. 
 Palavras compostas ou nomes completos devem ser escritos também na 
vertical em colunas paralelas. assim: 
 
 
Couve-flor 
 
Madson Barreto 
 
 
Raquel Barreto 
 existe ainda a soletração rítmica (sinais soletrados), uma soletração 
rápida, curta e abreviada que incorpora na Libras sinais que surgiram da 
soletração. Nestes casos, escreva exatamente como o sinal é realizado. Quando 
nãohouvermovimentoparafrenteouparatráseosinalforfeitonoespaçoneutro 
222 
 
 
Capítulo 13 223 
à frente do corpo, escreva a datilologia na horizontal e coloque uma seta para 
a direita (Plano Chão) abaixo dela. Veja: 
Uva 
Sim 
Suco 
É claro que, se na sua região houver outros sinais (não soletrados) para 
estes termos, você deve escrever como utiliza em seu dia a dia. 
 
 Quando o antebraço está na vertical e ele gira,o movimento é representado 
pela seta abaixo. As duas linhas verticais mostram que o antebraço 
está paralelo à parede assim como as setas de haste dupla significam que o 
movimento é feito paralelo à parede no eixo para cima/ para baixo. Portanto, 
ao escrever um sinal que utiliza o braço, não o substitua por estas setas. Nestes 
casos, é necessário escrever os dois grafemas (braço e seta com eixo). Já as setas 
simples (semicirculares) indicam que a rotação da mão é feita paralela ao chão. 
 
estas são as formas básicas deste tipo de seta: 
 
223 
moVimentos do AnteBrAÇo 
 
rotAção pArALeLA à pArede 
 
 
224 Escrita de Sinais sem mistérios 
as setas a seguir devem ser escritas abaixo da Configuração de Mão, pois 
o movimento está sendo realizado pelo antebraço. 
aqui a mão está de lado. o polegar “guia” o movimento e passa 
em frente ao corpo. 
 
academia 
estranho entender
 
 
a mão está de lado aqui também. Mas agora o movimento é 
 “guiado” pelo dedo mínimo. em ambos os exemplos abaixo foi escrito 
a posição final da mão, permitindo uma leitura mais rápida. 
 
 
Portas se fecharam 
olhar-me (direcional) 
 
Quando vemos o dorso ou a palma da mão, podemos escrever de duas 
formas, pois são equivalentes. Isto fica à escolha do escritor. 
 
trair trair 
 
(Ênfase no movimento do polegar) (Ênfase no movimento do dedo mínimo) 
 
estas outras setas devem ser escritas acima ou abaixo da 
 Configuração de Mão, conforme o caso. elas indicam que ao se 
deslocarem, os antebraços giram. 
 
 
Frente e verso 
 
224 
Congresso/ 
comunidade Social, sociedade 
Prato/ pizza 
 
 
Capítulo 13 225 
rotAção pArALeLA Ao Chão: brAço estendido 
 
 Quando o antebraço está na horizontal 
e gira, o movimento é representado por 
esta seta. A linha simples mostra que o ante- 
braço está paralelo ao chão assim como as 
setas simples significam que o movimento é 
feito neste plano. Ao escrever um sinal que 
utiliza o braço, não o substitua por estas 
setas. Já as setas duplas indicam que a mão se 
move paralela à parede. 
 
estas são as formas básicas deste tipo de seta: 
 
as setas a seguir devem ser escritas abaixo da Configu- 
 ração de Mão, pois o movimento é realizado pelo antebraço. 
 
 
Livro 
 
Interpretar, 
intérprete 
Quebrar 
outra vez, repetir, mais 
Neste outro caso, escreva a seta acima ou abaixo da 
Configuração de Mão. Geralmente esta seta é usada em 
classificadores de forma. 
 
 
 Pão com forma arredondada159 
159 esta expressão Facial será estudada no cap. 16. 
 
 
 
 
 
 
225 
 
 
226 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
rotAção pArALeLA Ao Chão: brAço pArALeLo à frente do tórAX 
Quando o antebraço está na horizontal em frente ao corpo e ele gira, o Movi- 
mento é representado por esta seta: 
 
estas são as quatro formas básicas deste tipo de seta. elas devem ser posi- 
cionadas próximo ao braço que realiza o Movimento. 
 
 
 
Chave de fenda 
Beber 
trancar à chave 
 
adesivo 
movimento de Agito do AntebrAço 
Quando você gira/ agita seu antebraço repetidas vezes como se estivesse 
sacudindo a água das mãos, usamos estes grafemas conforme a orientação do 
antebraço. Na maioria dos casos, eles devem ser escritos na posição em que o 
antebraço está em relação à mão. 
 
 
Movimentos de giro/ vibração com o 
antebraço paralelo à parede frontal 
226 
Movimentos de giro/ vibração com 
o antebraço paralelo ao chão 
 
 
Capítulo 13 227 
aplaudir 
Porto alegre (RS) 
Dólar 
 
 
Árvore 
 
 
Mais ou menos 
 
 
Não ter160 
 
 
Chave 
Às vezes faz-se necessário indicar para que lado o movimento de agito 
começa. Nestes casos colocamos uma ponta de seta no primeiro semicírculo 
deste grafema de Movimento. Veja: 
 
 
Sócio/ carteira de 
identidade/ 
impressão digital 
 
 
Lucinda Ferreira Brito 
(autora) 
 
Letras/ Libras 
(curso superior) 
Paraná 
 
 
outros ContAtos entre 
os demais tipos de contato além do Tocar também podem ocorrer entre duas 
superfícies. Nestes casos, utilizamos as mesmas barras nas laterais do grafema 
principal. 
 
escovar entre Bater entre esfregar entre Pegar entre 
 
 
acidente de carro 
aconselhar 
Carlos Skliar, Dr. (autor) 
Processar 
 
160 estudaremos a expressão Não Manual movimento da cabeça no próximo capítulo. 
227 
tiPos de contAto 
 
 
228 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
apontador 
Consertar 
 
ajuntar duas coisas 
 
Levar/ guiar 
 
eXPressÕes nÃo mAnuAis 
 
As sobrAnCeLhAs 
Cada sobrancelha é representada por um par de linhas curtas, 
viradas para baixo ou para cima conforme a expressão facial 
desejada. estes são os principais grafemas de sobrancelha usadas 
na escrita de Sinais. 
 
 
 
Posição neutra Sobrancelhas 
erguidas 
Sobrancelhas 
arqueadas 
(esperançoso) 
Sobrancelhas 
para baixo 
observe o uso destes e de outros grafemas de sobrancelhas na história 
a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
228 
 
 
Capítulo 13 229 
 
 
 
229 
 
 
230 
 
 
 
230 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Capítulo 13 231 
 
 
231 
 
 
232 
 
 
 
 
232 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Capítulo 13 233 
 
 
 
ajudar-me 
(direcional) 
 
 
Banco 
 
 
Coisas, objetos/ 
diversos 
 
 
Colocar os óculos (CL) 
 
 
Compensar 
 
 
Conseguir 
 
 
Demorar 
 
 
 
 
Fila diminuindo (CL) 
 
 
Mês 
 
 
olhar o tamanho 
de uma fila (CL) 
 
 
Paciência 
 
 
 
Presente 
 
 
Próxima semana 
 
 
 
 
Receber salário/ 
sacar dinheiro/ 
perceber 
 
 
telefonar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
233 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CApítuLo 14 
 
 
236 Escrita de Sinais sem mistérios 
conFigurAÇÕes de mÃo 
 
 
 Dinamarca 
16 
 
 
 
Lagartixa161 23 
 
 américa 
Latina 24 
 
 
26 
Clipes 
 
 
 
 
27 
161 este Movimento será estudado neste capítulo (p. 238). 
236 
Pato 
 
 
Capítulo 14 237 
 
 Rádio comunicador
162
 
47 
 
 
abacate 48 
 
49 Coração partido (CL) 
 Barco 
56 
 
 
Item 3 (tópico) 
 
Suicídio 
Broche 
Caranguejo163 
 
 
 Patos de Minas/ MG 
Noite 
telha 
Pêssego tocantins 
162 Veja este Grafema de Dinâmica na p. 238. 
163 estudaremos este grafema de Movimento dos dedos no cap. 18. 
237 
 
 
238 Escrita de Sinais sem mistérios 
moVimentos de giro do AnteBrAÇo 
estas setas representam um movimento em linha reta com o giro 
simultâneo do antebraço. 
Neste primeiro grupo elas mostram um movimento único na direção 
apontada pela seta principal. 
Movimento no Plano Parede 
 
Movimento no Plano Chão 
 
 
 
estas outras setas representam um movimentoem que as mãos se agitam 
rapidamente e se movem na direção apontada pela seta. 
Movimento no Plano Parede Movimento no Plano Chão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Seguir 
 
 
 
Vício/ hábito 
 
 
 
 
Churrasco 
 
 
 
 
 
enorme 
 
Promoção 
 
 
 
 
 
ouro 
 
 
 
Brilhar 
 
 
este grafema é importantíssimo. tem várias aplicações diferentes na escrita 
de Sinais. Seu uso demonstra como é muito mais fácil escrever as Línguas de 
Sinais através do SignWriting, uma escrita de Traços Não Arbitrários de duas 
dimensões. 
238 
dinÂmicA de moVimento 
tensão 
 
 
Capítulo 14 239 
Quando um sinal é feito com os músculos mais tensos que o normal, 
utilizamos este grafema. Duplicá-lo indica um movimento mais tenso ainda. 
acidente de carro 
 
 
Raio muito forte 
 
 
Muita experiência 
 
 
Grande explosão 
 
Para evitar ambiguidade, o grafema de tensão é usado para indicar qual 
é a mão passiva em um sinal. Nos exemplos abaixo, a mão esquerda não se 
move. Para tornar isto bem claro, o grafema de tensão deve ser posicionado 
próximo a ela. Veja: 
 
 
Base, básico Descobrir 
 
Prato muito cheio (CL) 
Próton (Glossário de 
Química do CeFet/ MG) 
 
É usado também para indicar uma parada brusca no final do sinal. Veja 
a diferença entre os sinais abaixo: 
 
 
tarde 
 
a mão desce de 
forma contínua. 
Fique aqui! 
 
Desce e para de 
uma vez. 
atacar uma mosca 
 
Desce rapidamente164 
e para também 
de uma vez. 
 
 
 
 
 
164 este grafema de Dinâmica será estudado no próximo capítulo. 
239 
 
 
240 
Veja estes outros exemplos: 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Levantar-se 
abruptamente 
 
 
abandonar 
Colocar um quadro 
na parede (CL) 
 
Salvador/ Ba 
 
Pode ser usado ainda para indicar que a (s) mão (s) está (ão) parada (s). 
 
 
 
tudo bem 
 
 
Bola grande 
 
Rádio comunicador 
Convite 
 
o ConCeito de pressão 
existem inúmeras situações em que se faz necessário indicar a pressão que 
a mão exerce ao fazer um contato e também que a(s) mão(s) permanece(m) 
em contato como se estivesse(m) colada(s) em uma superfície. Nestes casos, 
usamos o grafema Tocar junto com o de dinâmica Tensão. Veja: 
 
 
 
 
abraço muito 
forte (despedida) 
Recife (Pe) Porta (Glossário de 
Desenho arquitetônico 
do CeFet- MG) 
 
 
 
 
 
240 
Querido (a), amado (a), 
estimado (a) 
Muita vontade 
ajuntar duas 
coisas 
 
 
Capítulo 14 241 
escreVendo um cLAssiFicAdor 
os classificadores são um recurso linguístico presente em algumas 
línguas165. Permite classificar, isto é, indexar, um substantivo ou 
verbo quanto à sua forma, uso, ação, etc. Nas Línguas de Sinais isto 
ocorre de maneira visual. Portanto, escrevê-los implica em utilizar diversos 
grafemas para cada um dos parâmetros fonológicos. 
Nas LS, “o conceito de classificador diz respeito aos 
diferentes modos como um sinal é produzido, dependendo das 
propriedades físicas específicas do referente que ele representa. 
[...] como seu tamanho e forma, ou seu comportamento ou 
movimento, o que confere grande flexibilidade denotativa 
e conotativa nos sinais” (CaPoVILLa, RaPHaeL & 
MaURíCIo, 2012, p. 58). 
ao realizarmos classificadores é muito comum que uma 
mão fique parada, isto é, tensionada, enquanto a outra realiza 
uma ação. Neste caso, utilizamos um grafema de Tensão 
junto à CM, indicando que uma mão se mantém firme 
para representar algo enquanto a outra faz os sinais. este 
recurso, associado à escrita de Sinais na vertical, contribui de 
maneira inefável para a escrita de textos Coerentes e Coesos 
Visualmente, conceitos que abordamos no cap. 9. 
Veja os exemplos a seguir166. observe o uso de vários 
grafemas que já estudamos167: 
 
 
a família real mudou-se do Brasil para Portugal. 
 
 
 
165 Quanto às Línguas orais existem: Línguas de Classificador numeral: Thai; de Classificador 
concordante: Bantu, Semi-bantu e australianas; de Classificador Predicativo: Navajo, Hoijer 
(1945), e Verbos Classificadores em outras línguas athapaskan; de Classificador Intra-locativo: 
toba, uma língua sul-americana, eskimo e Dyirbal, uma língua do noroeste da austrália (Fe- 
LIPe, 2002). 
166 Depois, releia o trecho da história que começa na p. 229 analisando o uso de classificadores. 
167 as expressões Não Manuais, esse grafema de Dinâmica e o de Pontuação utilizados nestes 
exemplos serão estudados no cap. 15. 
241 
 
 
242 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
“Na caverna que você tem medo de entrar está o tesouro que você procura” ( Joseph Campbell) 
 
eXPressÕes nÃo mAnuAis 
 
A boCA 
Quando for importante mostrar o que a boca está fazendo, 
escrevemos a expressão dentro do círculo que representa o rosto 
existem muitos outros grafemas para este tipo de expressão 
abordaremos aqui os mais utilizados. 
 
 
 
Sorriso 
242 
Grande sorriso Boca fechada (ou “triste”) Boca aberta (ou “lamento”) 
 
 
Capítulo 14 243 
 
 
 
Boca aberta 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gostoso 
 
 
 
Boca beijo 
 
 
 
Rir 
 
 
 
Boca tensa 
 
 
triste 
 
 
 
Desesperado168 
 
 
movimentos dA CAbeçA 
 
admirador 
o que? Limão 
Quando a cabeça se move para cima ou para baixo, utilizamos pequenas setas 
duplas sobre o círculo que a representa indicando o movimento correspondente. 
existem inúmeras combinações estudaremos abaixo as principais. 
 
 
a cabeça se move para 
cima e para baixo 
 
Sim169 
a cabeça se levanta 
 
 
Muito alto 
a cabeça se abaixa 
 
 
Cabisbaixo 
(muito triste) 
 
 
168 estudaremos esta seta de Movimento no cap. 16. 
169 esta seta de Movimento também será estudada no cap. 16. 
243 
 
 
244 Escrita de Sinais sem mistérios 
Quando a cabeça vira para a esquerda ou para a direita, também utiliza- 
mos pequenas setas duplas em cima do círculo que a representa. 
 
 
a cabeça vira para a direita 
e para a esquerda 
 
 
 
Não 
 
 
 
Nada, nenhum 
 
Quando a cabeça se move para frente e para trás ou para um lado e para 
o outro, o movimento é escrito com pequenas setas simples em cima do círculo 
que a representa. 
 
 
a cabeça se move 
para frente e para trás 
 
 
 
 
 
a cabeça se move para 
o lado direito 
 
 
 
Pássaro andando (CL) 
 
olhar pela janela 
do carro (CL) 
 
 
Pica-pau bicando 
uma árvore (CL) 
 
abrir o portão um 
pouco para espiar (CL) 
 
Quando a cabeça se inclina para a lateral de modo que o nariz fica na 
diagonal, estes grafemas são escritos sobre a cabeça. Veja: 
 
 
a cabeça inclinada para 
o lado esquerdo 
 
244 
a cabeça inclinada 
para o lado direito 
 
Não saber, 
desconhecido 
 
 
Capítulo 14 245 
observe a diferença entre estes três tipos de movimentos: 
 
 
 
 
 
o grafema de interrogação na escrita de Sinais é representado 
por uma linha fina e uma grossa. 
Porém, somente usar este grafema não é o suficiente. Para se escrever 
frases interrogativas são utilizadas as expressões Faciais correspondentes a 
cada tipo no início da frase, e então no final é usado este grafema. 
Na Libras existem basicamente dois tipos de frases interrogativas 
(QUaDRoS & KaRNoPP, 2004): 
a) Interrogativas QU: normalmente são associadas às palavras interrogativas 
o QUe, CoMo, oNDe, PoR QUe, QUeM e QUaL. elas utilizam a 
expressão QU: 
 
 
Qual o seu nome? 
 
onde você vai?170 
 
 
170 estudaremos no cap. 16 a seta de Movimento usada no 2º sinal desta frase. 
245 
PontuAÇÃo 
interrogAção 
 
 
246 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
b) Interrogativa S/N: são aquelas que esperam como resposta sim ou não. elas 
utilizam a expressão S/N: 
 
 
 
Você mora em 
São Paulo? 
Você gosta de 
melancia? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
246 
 
 
Capítulo 14 247 
 
 
247 
 
 
248 
 
 
 
248 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Capítulo 14 249 
 
 
249 
 
 
250 Escrita de Sinais sem mistérios250 
 
 
Capítulo 14 251 
 
 
Duas pessoas se 
assentam (CL) 
 
 
 
Janela 
 
 
 
Logotipo/ marca 
 
 
 
Sentir 
 
 
 
Irmão (ã) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
251 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CApítuLo 15 
 
 
254 Escrita de Sinais sem mistérios 
conFigurAÇÕes de mÃo 
 
 
 Injeção 17 
 
 
 
Botão direito do mouse 
(informática) 
18 
 
 
Castor roendo um 
tronco (CL) 
 
 
Veneno 22 
 
 
 
 
31 
254 
arado 
21 
 
 
Capítulo 15 255 
 
 
 
72 
 
73 
 
abrir a espingarda para 
recarregá-la (CL)171 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bactéria 
 
 
 
 
Hipopôtamo 
 
 
 
 
 
Satélite 
 
 
Vírus Brega Lhama/ Bolívia 
 
 
 
 
171 estudaremos esta seta de Movimento no próximo capítulo. 
255 
eXPressÕes nÃo mAnuAis 
os oLhos 
Já estudamos os grafemas usados para escrever sinais quando as 
mãos tocam ou se aproximam dos olhos. agora vamos aprender 
os grafemas que representam o que os olhos fazem. 
 
 
256 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
olhos abertos olhos fechados 
 
 
olhos semiabertos 
olhos apertados 
 
 
olhos semifechados 
olhos arregalados 
 
 
 
 
 
 
 
Cílios 
 
 
 
abrir os olhos 
 
Defunto 
Pouquíssimo 
 
Coruja 
 
 
Clarear 
 
direção do oLhAr 
Sono Rímel 
 
Na Libras, a direção do olhar do sinalizador faz referência a entidades pré- 
estabelecidas do discurso, sendo direcionado a pontos específicos no espaço de 
sinalização. além disso, invoca atenção para uma informação importante do 
texto (CaRNeIRo & oLIVeIRa, 2011). 
Na escrita de Sinais a direção do olhar também é representada por setas 
duplas ou simples. elas são escritas no mesmo lugar que os grafemas dos olhos. 
256 
 
 
Capítulo 15 257 
as setas simples indicam que a direção do olhar é para frente, para a direita, 
para a esquerda ou nas diagonais pra frente. É utilizada a ponta de seta geral 
porque as mãos não estão envolvidas. 
Já as setas duplas indicam que a direção do olhar é para cima/ para baixo, 
na diagonal para cima/ para baixo ou para os lados. 
 
 escrever as Línguas de Sinais implica em registrar aquilo que traz signifi- 
cado a um sinal ou frase. alguns sistemas de escrita ou notação das LS não 
fazem o registro das eNM, um importantíssimo parâmetro fonológico destas 
línguas. observe a diferença de significado nos exemplos abaixo simplesmente 
pela omissão ou uso da eNM direção do olhar. 
257 
 
 
258 
 
 
 
 
 
Matar mosca 
sem olhar 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
Perseguir a mosca com o 
olhar e então matá-la 
 
 
este grafema é usado para indicar que um sinal é feito mais rapidamente ou 
com mais ênfase do que o normal. Geralmente está associado ao tempo de exe- 
cução do sinal. Dois grafemas deste representam um movimento feito mais 
rápido ainda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lento 
 
 
olhar rapidamente 
para a direita 
 
 
Bater com mais força 
 
 
Correr rápido 
 
Bater com mais força 
e mais rapidamente 
 
 
 
Bater 
 
Já este outro grafema indica que um sinal é feito de forma mais lenta que o 
normal. É muito utilizado na escrita de classificadores quando se quer enfatizar 
uma ação. ele deve abranger todo o sinal ou somente a parte que for feita de 
forma lenta. 
 
258 
dinÂmicAs de moVimento 
rápido 
 
 
Capítulo 15 259 
 
 
 
 
 
reLAXAdo 
 
 
Lesma se 
locomovendo (CL) 
 
 
 
Ninar um neném 
suavemente 
 
 
andar de 
salto alto (CL) 
 
 
Muito quente 
 
este grafema representa um movimento feito de modo relaxado, frouxo, 
uma suavização das características do movimento e também um pequeno 
relaxamento da mão. Dois grafemas deste representam um movimento mais 
relaxado ainda. 
 
Preguiça 
 
 
Conversa informal172 
 
Bicho preguiça 
então 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
172 estudaremos esta seta de Movimento e a usada no sinal de “preguiça” no próximo capítulo. 
259 
 
 
260 
 
 
 
260 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
 
 
Capítulo 15 261 
 
 
261 
 
 
262 
 
 
 
262 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Capítulo 15 263 
 
 
263 
 
 
264 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
 
Caixa 
 
 
 
Chegar 
Já 
 
 
Lugar/ onde/ 
bairro 
 
 
 
 
esquecer 
 
 
 
Hoje, atual, o 
momento presente 
 
 
 
Ir (muitas pessoas 
vão a algum lugar) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
264 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CApítuLo 16 
 
 
266 Escrita de Sinais sem mistérios 
conFigurAÇÕes de mÃo173 
 
 
 
 Sair 
97 
 
 
 
 
Vencer 20 
 
 
 
 
 
39 
 
42 
 
 43 
Mexer 
 
 
Fugir 
 
 
 
Maconha 
173 Compare a CM 97 com a CM 92 (cap. 7), a CM 20 com a CM 16 (cap. 14) e a CM 42 
 
 
com a CM 41 (cap. 12). 
266 
 
 
Capítulo 16 267 
 
 
 
 Intervalo entre aulas 33 
 
 
 
 
enfermeiro (a) 
Particular, individual 
Lobo 
Pirâmide 
 
 
 
alguns movimentos circulares são originados no pulso. Neles o antebraço 
permanece imóvel e a mão gira em um círculo. estas setas devem ser colocadas 
próximo ao pulso ou à Configuração de Mão. 
Nestes três tipos, a direção da seta mostra onde o movimento começa. 
o círculo que constitui o grafema abaixo é completamente redondo, pois a 
mão não se aproxima nem se afasta do sinalizador. 
Plano 1 
Rotação paralela à parede de frente ao sinalizador 
 
 
Uma hora (duração) Cobra Movimentos da cabeça 
267 
 moVimentos originAdos no PuLso 
movimentos CirCuLAres 
 
 
268 Escrita de Sinais sem mistérios 
Já este círculo é achatado, pois indica que o movimento é feito no Plano 
Chão. a parte grossa do círculo está mais próxima do sinalizador. 
Plano 2 
Rotação paralela ao chão 
 
 
Cozinhar Muitas horas 
Rio Grande do Sul 
 
a parte achatada do círculo está virada para a lateral do Plano Parede, 
sua parte grossa está mais próxima do sinalizador, mas pode ser tanto à direita 
quanto à esquerda. 
Plano 3 
Rotação paralela à parede lateral 
 
 
 
advogado (a) 
 
movimentos retos 
Sinal 
Dar sinal a algo ou 
alguém/ denominar 
 
os movimentos retos em que o antebraço permanece parado e a mão se move 
para trás e para frente ou para cima e para baixo, são escritos com uma barra. 
esta pequena linha representa que o pulso permanece imóvel e que as setas 
268 
 
 
Capítulo 16 269 
de movimento aplicam-se apenas à mão, não ao braço ou antebraço. As setas 
devem ser colocadas próximas ao pulso. 
Movimento para os lados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Moto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sino 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vídeo conferência 
 
Movimento para baixo ou para cima 
 
 
 
 
atrasar 
Fisgar um peixe 
tampa do vaso sanitário 
estes movimentos são pouco utilizados na Libras. Muitas vezes aparecem 
como reducionismos dos movimentos feitos por todo o antebraço. São mais 
usados em classificadores, assim como os grafemas de Dinâmica174. 
Veja no exemplo ao lado, extraído de uma situação 
real que presenciamos, o uso destas duas classes de 
grafemas em conjunto. observe também como é fácil ler 
o sinal devido ao posicionamento de seus grafemas em 
duas dimensões. 
 
 
 
174 estudados no capítulo anterior. 
Relógio com defeito (o ponteiro sobe 
normalmente, mas desce de uma vez) (CL) 
 
269 
 
 
270 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Bochechas infladas Bochechas sugadas Bochechas com 
tensão muscular 
 
 
 
aspirando o ar 
 
Soprando o ar 
Inspirar expirar Respirar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Soprar uma vela/ 
aniversário 
 
 
Gordo (a) 
 
Beber com canudinho 
 
 
Magro (a) 
 
 
 
ar 
 
 
amargo 
 
 
 
 
 
ofegante270 
eXPressÕes nÃo mAnuAis 
 
boCheChAs e respirAção 
estes são os grafemas que representam as bochechas e a respira- 
ção durante a execução do sinal: 
 
 
Capítulo 16 271 
dentes e Lábios 
 
 
 
Dentes 
 
 
 
 
Dentes inferiores 
tocam lábio superior 
 
 
 
 
Dentes superiores 
tocando a língua 
 
 
 
Lábios sugados 
 
 
 
 
Dentes superiores 
tocam lábio inferior 
 
 
 
Boca aberta 
franzido ao redor (‘uh’) 
 
Lembre-se que os dois grafemas a seguir estão escritos na Perspectiva 
do Sinalizador. 
 
 
 
Dentes mordem lado 
esquerdo dos lábios 
Canto esquerdo do 
lábio para cima 
 
 
 
 
271 
 
 
272 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
 
 
Ficar nervoso (a) 
 
Ser pego de 
surpresa 
Banguelo (a) 
índio (a) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
272 
 
 
Capítulo 16 273 
 
 
 
273 
 
 
274 
 
 
274 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Capítulo 16 275 
 
 
275 
 
 
276 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Bahia 
 
 
Casar 
 
 
Continuar 
estado 
 
 
Florianópolis (SC) 
 
 
Fortaleza (Ce) 
 
treinar 
 
 
Vôlei 
 
 
 
Conversar em Libras Férias 
 
 
 
Conversar 
informalmente 
 
 
 
esperto, esperteza 
 
276 
 
 
Pará 
 
 
Recife (Pe) 
 
 
Rio de Janeiro 
(estado) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CApítuLo 17 
 
 
278 
 
 
 
 
 
 
 
04 
 
 
19176 
 
 
 
83 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
conFigurAÇÕes de mÃo 
 
 
 
 
Dinossauro175 
 
 
 Chutar (CL luta) 
 
 
 
 
Saci/ deficiente 
 
 
 
 
96 
espingarda 
 
 
175 Movimento feito apenas pelo dedo indicador, por isto a seta é pequena e pontilhada. 
176 Compare com a CM 16 estudada no cap. 14. 
278 
 
 
Capítulo 17 279 
 
 
 
75 
 
76177 
 
77 
 
 
 
 
Noivo (a) 
(usado em algumas 
regiões de SP) 
 
 
 
 
Noivo (a) 
 
 
 
 
 
ecumenismo 
 
 
 
Já estudamos setas que representam movimentos em três planos 
distintos. Vimos também que a linha que cruza as duas setas ao lado 
representa o horizonte. Quando um movimento é feito para cima ou 
para baixo e se curva para o horizonte, esta linha nos lembra que o 
movimento se afasta do corpo na horizontal e se aproxima outra vez. 
 
 
 
177 a escrita desta CM foi convencionada pelos usuários da eLS, não apresentando uma iconi- 
cidade tão grande como as outras. 
279 
 moVimentos no PLAno diAgonAL 
Diagonal para frente ou para trás 
 
 
280 Escrita de Sinais sem mistérios 
esta mesma linha é usada para indicar o movimento diagonal para 
frente/ para cima a partir do peito, ou para trás/ para baixo a partir do peito. 
Quando a seta é reta, o movimento também é reto. 
 
Diagonal para cima em 
direção ao horizonte 
 
Diagonal para baixo em 
direção ao horizonte 
 
 
 
 
 
escada rolante 
Matar 
(com faca) 
 
 
Mandar, ordenar 
Sonhar 
 
Vimos que o ponto preto entre estas setas indicam que a mão se 
 aproxima do corpo. este ponto é usado para representar movimentos 
na diagonal que se aproximam do corpo ao mesmo tempo em que 
sobem ou abaixam. Quando a seta é reta, o movimento também é reto. 
 
Diagonal para baixo em 
direção ao corpo 
 
Diagonal para cima em 
direção ao corpo 
 
 
 
 
280 
 
 
Capítulo 17 281 
 auditório 
Levar o canudinho à boca 
(segurando o copo) (CL) 
 
 
Claraboia (Glossário de Desenho 
arquitetônico do CeFet/ MG) 
 
eXPressÕes nÃo mAnuAis 
 
movimentos do tronCo 
Quando escrevemos um texto, às vezes precisamos mostrar o 
movimento do tronco. Se estiver virado, indicamos sua posição 
com a linha grossa, que representa o ombro inclinada para o lado 
correspondente. esta é uma marcação comum nas LS para indicar a alteração 
de interlocutores em um discurso. 
 
 
Virado para a esquerda 
Normal 
Virado para a direita 
 
 
 
 
281 
 
 
282 
giro do tronCo 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
Quando o movimento de giro do tronco faz parte do sinal, é 
 escrito uma linha grossa inclinada para o lado correspondente 
com uma seta indicando a direção do movimento. 
 
 
 
inCLinAção do tronCo 
Dar um soco muito forte (CL) 
 
Quando o tronco se inclina para o lado, para frente ou para trás, utilizamos 
um pequeno grafema formado por um ponto em cima de uma linha, ao lado 
da linha grossa que representa os ombros ou sobre a cabeça. este grafema 
pode ser inclinado conforme a direção do movimento do tronco. observe que 
existem duas formas de utilizá-lo. 
 
 
 
 
 
 
 
Inclinando o corpo para a direita 
 
 
 
 
 
282 
 
Moto acelerando 
(o corpo vai para trás) (CL) 
 
Patinar 
Pinguim 
 
 
Capítulo 17 283 
visão do Corpo por CimA 
em alguns sinais é importante indicar a distância entre as 
mãos e o corpo, os movimentos em direção ao corpo e ainda 
os sinais feitos na parte superior da cabeça ou em frente 
ao rosto. Isto pode ser representado com um grafema que mostra a cabeça 
e os ombros, vistos por cima. esta visão poderá ser utilizada em qualquer 
momento em que o sinal fique mais claro sendo escrito desta forma. este 
grafema também pode indicar que os ombros giraram para algum lado. 
 
 
Influenza a 
(H1N1 - gripe suína) 
 
 
A LínguA 
Porta batendo 
ao longe (CL) 
Uma onda gigante 
está vindo (CL) 
 
estas expressões Faciais representam a língua. os grafemas que indicam 
lateralidade, isto é, que se referem à direita ou esquerda, foram escritos na 
Perspectiva do Sinalizador. 
 
 
 
Língua para fora e 
para baixo 
Se vê a língua dentro da 
boca, ao lado esquerdo 
Não se vê a língua, mas ela 
toca a bochecha esquerda 
este último grafema para a língua pressionando a bochecha tem duas 
formas: 
 
 
Forma padrão Forma enfática 
283 
 
 
284 Escrita de Sinais sem mistérios 
o grafema que representa a boca pode ser girado em outras direções para 
representar a posição da língua. Veja estes exemplos: 
 
os dois grafemas abaixo representam movimentos feitos pela língua: 
 
 
a língua é vista dentro da boca 
e se move para cima e para baixo 
repetidas vezes 
a língua é vista dentro da boca 
e se move de um lado para o outro 
repetidas vezes 
outra expressão Não Manual bem curiosa é a língua escovando a boche- 
cha. Veja: 
 
 
 
 
 
Sorvete 
 
acidente de automóvel 
muito grave 
 
Babar 
 
 
 
 
Ladrão (a) 
Bala 
 
 
este grafema é usado para indicar ao leitor que os sinais desta 
seção são feitos com a postura que é utilizada quando o sinali- 
zador interrompe o que estava dizendo para explicar ou dizer 
outra coisa e depois volta ao tema principal.ouso dos parênteses 
evita que tenhamos que escrever todas as alterações na postura. 
284 
PontuAÇÃo 
os pArênteses 
 
 
Capítulo 17 285 
No exemplo abaixo, você verá uma frase escrita usando alterações de 
postura. esta é a forma INCoRReta de se escrever. 
 
 
o uso dos parênteses evita que tenhamos que escrever todas as alterações 
de postura. esta é a forma CoRReta. 
 
285 
 
 
286 
 
 
 
 
286 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
 
 
Capítulo 17 287 
 
 
287 
 
 
288 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
Caminhão 
 
 
 
ensinar-me 
(direcional) 
 
 
 
explicar 
 
 
 
Ficar, permanecer 
 
 
 
Piada, engraçado 
 
 
 
Ótimo 
 
 
 
288 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CApítuLo 18 
 
 
290 Escrita de Sinais sem mistérios 
os sinAis nome e os toPÔnimos 
Culturalmente as comunidades surdas atribuem sinais 
aos surdos e seus familiares, aos aprendizes de Libras, 
aos tradutores intérpretes e demais profissionais que 
atuam diretamente com surdos e também a personali- 
dades nacionais ou internacionais tais como políticos, 
artistas, personagens de filmes e da literatura, dentre 
outros. estes sinais são conhecidos também por sinais 
nome. 
Diversas característicaspessoais podem originar 
metonimicamente estes sinais. Conforme Wilcox, 
Wilcox e Jarque (2005 apud aLBReS, 2012), a meto- 
nímia é o uso de uma entidade específica para se referir 
a outra. Nos sinais nome isto ocorre identificando 
algum destaque pessoal. 
Podem ser de vários tipos de características, dentre as quais: físicas 
(estatura; porte físico; cor dos olhos, da pele ou do cabelo; pintas, manchas 
ou cicatrizes; tipo de cabelo ou penteado etc.), hábitos, cacoetes, número de 
chamada na escola, letras ou parte do nome, um feito histórico ou grande 
realização em sua vida, objetos de uso contínuo, trocadilhos com palavras em 
Língua Portuguesa, etc. 
aguiar (2012) identifica que na Libras os topônimos, isto é, sinais para 
lugares, também podem se originar de diversas formas. Dentre elas, destacamos 
a iconicidade física. alguma característica do local é tomada, também metoni- 
micamente, para representar a entidade em si. Por vezes, esta motivação é tão 
direta que facilmente identificamos seu significado. Noutras, nem tanto. É 
possível notar também que os sinais podem se modificar com o passar do 
tempo. o que foi icônico há alguns anos ou décadas pode não ser mais hoje 
e a motivação do sinal ficou perdida na história, por geralmente não ter sido 
registrada. 
Devido a estas características, as Configurações de Mão utilizadas em 
muitos destes sinais também assumem iconicidade. Surgem novas CMs até 
mesmo da composição de outras. Isto acontece também com vários sinais 
atribuídos também a instituições públicas ou privadas, dentre outros. 
as configurações que estudaremos a seguir são utilizadas em algum destes 
casos. É possível que existam outros sinais que utilizem estas CM fazendo 
com que não se enquadrem apenas nesta categoria. 
290 
 
 
Capítulo 18 291 
conFigurAÇÕes de mÃo 
 
 
 
 Presidenta Dilma Roussef 03 
 
 
 Chaves 
29 
 
 
 
ex-presidente Luis Inácio 
Lula da Silva 
63 
 
 
 oi (empresa de telefonia) 
65 
 
 Itaquaquecetuba/ SP 
70 
 
 
291 
 
 
292 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Pico Dedo de Deus 
(teresópolis/ RJ) 
95 
 
 
 Messias Ramos 
(surdo de Brasília/ DF) 
RIa-Do-NaSCIMeNto, 2009) 
 
 
 
grAfemAs de superfíCie 
alguns sinais são difíceis de ler devido ao posicionamento de seus articuladores. 
osgrafemasdesuperfícietêmporobjetivoclarearessarelaçãoquandoasdemais 
regras da escrita de Sinais os tiverem deixado ambíguos. 
Se for possível escrever a posição dos articuladores de um sinal como 
feito na vida real, faça-o sem utilizar os grafemas de superfície. Sempre analise 
o sinal tentando escrevê-lo sem usar estes símbolos. Os grafemas de superfície 
devem ser usados somente quando estritamente necessários. Isto é, quando 
não houver outra forma de tornar a escrita entendível. Por isto, estes são 
grafemas usados raramente. 
estes grafemas indicam como as mãos estão posicionadas entre si ou 
com outra parte do corpo. Conforme Sutton (2012c) e Thiessen (2011) estes 
grafemas também estão organizados em dois planos. 
em ambos, a pequena “bolha” indica a posição que está sendo destacada. 
 
 
292 
tiPos de contAto 
91 (Fa 
 
 
Capítulo 18 293 
• Plano chão 
Nestes grafemas a linha simples representa que as mãos estão no Plano 
Chão. 
 
 
 
 
À esquerda 
encima 
 
 
Entre o topo e a parte de baixo, através, ou 
uma encima outra embaixo – sem contato 
 
 
 
embaixo 
 
• Plano Parede 
 
Entre a direita e a esquerda, através, ou uma 
de um lado outra de outro – sem contato 
a linha dupla representa que estão no Plano Parede. 
 
Na frente (mais longe do corpo) 
 
 
 
À esquerda 
 
 
 
atrás (mais perto do corpo) 
Entre a frente e a parte de trás, através, ou 
uma na frente outra atrás – sem contato 
 
 
Entre a esquerda e a direita, através, ou uma 
de um lado outra de outro – sem contato 
 
 
 
 
enviar mensagem 
de celular 
Hábito, 
vício 
tartaruga 
 
 
293 
À direita 
À direita 
 
 
294 
 
 
 
Hipopótamo 
 
 
 
Banheira de hidromassagem 
(Glossário de Desenho arquitetônico 
do CeFet- MG) 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
Cara a cara 
 
Garagem 
 
 
 
 
 
Currículo Lattes 
Identidade 
Metáfora 
 
 
 
telhado 
 
 
 
 
espingarda 
 
 
 
opor-se, adversário (a) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
294 
 
 
Capítulo 18 295 
 
 
 
295 
 
 
296 
 
 
 
296 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Capítulo 18 297 
 
 
 
297 
 
 
298 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
Chef 
 
 
Convite 
 
 
 
e-mail 
 
 
enviar carta 
 
 
 
enviar e-mail 
 
 
 
 
Famoso (a) 
 
 
Fundar, criar 
 
 
 
Garçom, garçonete 
 
 
 
Luxuoso, chique 
 
 
 
Muita saudade 
 
 
 
 
Nutrição, nutricionista 
 
 
 
operador de caixa 
 
 
 
Resolver, decidir 
 
 
298 
 
 
 
 
 
 
a nível internacional, as comunidades surdas obtiveram muitas conquistas 
desde 1960, quando as Línguas de Sinais tiveram seu status linguístico reco- 
nhecido através dos trabalhos de Stokoe (1960). tais vitórias ocorreram nos 
mais diversos âmbitos, a começar pelo educacional, passando pelo eixo familiar 
e culminando nas relações sociais e profissionais. Contudo, ainda existem 
muitos desafios a serem superados. 
em 1974, com a criação da escrita de Sinais por Valerie Sutton, mais 
um status é modificado: de línguas ágrafas, agora as LS podem ser grafadas 
preservando cada uma de suas características, sem passar por qualquer outra 
língua ou escrita. 
as implicações que escrever as LS trazem,ultrapassam nossa compreensão 
atual. assim como há pouco mais de um século voar – dentre incontáveis 
outros desafios – era impossível ao homem e hoje se tornou algo tão factível 
e, para muitos, corriqueiro. escrever as Línguas de Sinais traz contribuições 
inefáveis aos falantes e pesquisadores destas línguas. 
Desde 1996, no Brasil, foram desenvolvidas inúmeras pesquisas e 
aplicações da eLS nos mais diversos âmbitos, dentre os quais citamos: 
educação, computação, lexicografia, estudos linguísticos, estudos surdos178, 
literatura em Língua de Sinais, alfabetização, aquisição de Segunda Língua 
e acessibilidade179. 
assim, o SignWriting é o sistema de escrita para as Línguas de Sinais 
mais usado diariamente pelos sujeitos e comunidades surdas, seus familiares, 
profissionais e pesquisadores da área. atualmente, em todo o mundo, são mais 
de 40 LS escritas por este sistema (BUtLeR, 2012). 
a eLS corrobora para a efetiva educação bilíngue para surdos e com 
melhores condições de acessibilidade e comunicação através de profissionais e 
 
 
178 “o campo acadêmico dos estudos Surdos é composto de abordagem, interdisciplinares para 
a exploração de indivíduos surdos, comunidades e culturas e como eles evoluíram dentro de um 
contexto maior de poder e ideologia” (BaUMaN & MURRaY, 2014, p. 67). 
179 Barth (2008); Brito (2012); Campos (2012); Capovilla et al. (2006); Costa & Dimuro 
(2002); Costa (2001); Costa (2013); Costa (2014); Dallan (2012); Fernandes (2011); Hautrive 
& Souza (2010); Lima (2014); Loureiro (2004); Macedo (1999); Mallmann (2009); Nobre 
(2011); oliveira & Stumpf (2013); oliveira e Mourão (2012); Pereira & Fronza (2006); Rocha 
(2003); Silva (2009a); Silva (2009b); Souza & Pinto (2003); Strobel (1997); Stumpf (2005); 
torchelsen (2002 e Wanderley (2012, dentre inúmeros outros, conforme estudamos no cap. 04. 
considerAÇÕes FinAis 
 
 
300 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
famílias mais bem equipadas. Promove ainda publicações em LS ou bilíngues, 
potencializa o avanço das pesquisas das Línguas de Sinais e multiplica o 
aprofundamento linguístico da Libras, tanto em surdos quanto em ouvintes, 
dentre incontáveis outros benefícios. 
ao estudarmos a escrita de Sinaispasso a passo como fizemos nesta obra, 
é fácil perceber porque esta escrita tem despertado interesse em inúmeros 
pesquisadores no Brasil e no mundo e porque é crescente o número de usuários. 
através do SignWriting, as Línguas de Sinais podem ser lidas, escritas 
ou transcritas de forma visual direta sem passar por outra língua (oral ou 
sinalizada) nem mesmo por sistemas de transcrição em glosas. Seu alfabeto de 
traços Não arbitrários é internacional e pode ser usado para escrever qualquer 
Língua de Sinais desde um sinal isolado até um livro completo (SUttoN, 
2003; BaRReto & BaRReto, 2012; BaRReto, 2013a). 
a tridimensionalidade e cada um dos parâmetros fonológicos dessas 
línguas (as Configurações de Mão, a orientação da Palma, a Locação, o Movi- 
mento e as expressões Não Manuais) são registrados e preservados sem 
máscaras ou tentativas de empréstimos de outros sistemas de escrita ou notação. 
Como vimos, este último parâmetro é escrito apenas quando necessário ao 
entendimento do sinal ou frase, o que, em incontáveis casos é vital. 
o posicionamento dos grafemas da eLS numa “caixa” bidimensional 
permite o uso de relações espaciais entre os mesmos. os sinais são escritos 
em colunas verticais de cima para baixo representando a sinalização. Desta 
maneira, os grafemas são organizados de acordo com a estrutura do corpo 
humano (SUttoN, 1998c; RoaLD, 2006; tHIeSSeN, 2011). 
a Coerência e Coesão Visual das LS tornam-se evidentes utilizando-se 
a escrita de Sinais. este sistema registra o uso de referentes dêiticos e sua 
retomada (anáfora) de forma visual direta por meio do posicionamento de 
seus grafemas e da escrita em colunas. 
a encodificação computacional por detrás da escrita de Sinais no Sign- 
Puddle permite que sinais e textos completos sejam facilmente armazenados e 
recuperados tanto na tela do computador quanto no papel. outros processos, 
tais como: ordenação, correção ortográfica, análise e tradução automática 
também podem ser realizados. 
Seus benefícios, para surdos e ouvintes, são os mesmos propiciados 
pelas escritas de outras línguas como o Português, Inglês, espanhol, etc. a 
seus respectivos usuários (SUttoN, 2013). Contudo, percebemos também 
300 
 
 
Considerações Finais 301 
inúmeros ganhos neurolinguísticos e sociais, dentre outros: aprofundamento 
nos estudos da Libras, facilidade na organização do pensamento em LS, 
praticidade nas anotações diretamente em Libras e até mesmo sinalização 
mais fluente no dia a dia, como relatado por Barreto et al. (2014a, 2014b) e por 
Barreto, Pereira e Barbosa (2014). tais ganhos irradiam para todos que estão 
ao seu redor, como uma pedra lançada na água. Porta para um novo mundo 
de possibilidades. 
Vimos que o processo de aquisição da leitura e escrita das Línguas de 
Sinais pelo SignWriting por surdos e ouvintes, independente da faixa etária, 
possui incontáveis semelhanças com o mesmo processo para aquisição da 
leitura e escrita das Línguas orais, identificados por Crystal (2006). 
Ressaltamos que para a aquisição mais rápida, o ensino da eLS deve ser 
feito passo a passo. Primeiro devem ser estudados os grafemas mais utilizados 
na Libras, começando dos grafemas base e partindo para os mais elaborados, 
como sistematizado neste livro. 
Como falamos anteriormente, estudar categorias de grafemas, mesmo 
com exemplos, tem demonstrado não colaborar muito com o aprendizado 
dos alunos. eles aprendem grafemas isolados, mas por não terem adquirido 
os demais grafemas que precisam para escrever um sinal ou frase, sentem-se 
desmotivados, bloqueando sua aprendizagem. 
É notável que, por ser uma escrita de traços Não arbitrários com grafemas 
icônicos, o aprendiz não precisa decorar centenas de grafemas. Basta-lhe 
assimilar sua estrutura fundamental. Contudo, escrever uma Língua de Sinais 
exige conhecimento desta língua, o que ocorre também com as Línguas orais. 
todo o trabalho e pesquisas sobre a escrita de Sinais que têm sido reali- 
zadas em nosso país tem, oportunizado aos surdos escreverem sua Primeira 
Língua, a Libras. estudantes desta língua, profissionais e pesquisadores, 
surdos e ouvintes, agora podem fazer o registro preciso e direto da Libras, sem 
depender de qualquer outra língua ou de engenhosos sistemas de descrição e 
glosas. Não importa o tipo de projeto ou nível do texto, a escrita de Sinais nos 
possibilita ler e escrever aquilo que quisermos. 
É indescritível ver o brilho nos olhos daqueles que estão descobrindo de 
maneira intuitiva ou formal como escrever a Libras pela escrita de Sinais. Use 
a escrita de Sinais e seja por ela impactado. Multiplique este conhecimento. 
Você também pode ensinar a escrita de Sinais em faculdades, cursos, 
oficinas ou até mesmo informalmente para seus amigos. Recomendamos que 
301 
 
 
302 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
utilize a mesma metodologia adotada neste livro. Comece ensinando do 
capítulo 05 e vá até o último, em sequência. adapte os exemplos que considerar 
necessário para sua região. Veja outras orientações que podem lhe auxiliar 
neste processo e facilitar seu trabalho na apresentação desta obra e no início 
do cap. 05. 
Você é nosso convidado especial a fazer parte dessa grande comunidade 
que está crescendo no Brasil. Você pode fazer história conosco e ter seu nome 
lembrado por pessoas que certamente levarão em seus corações e mentes sua 
gratidão. acesse a Área de Membros Exclusiva para você, leitor, e participe 
como membro também do nosso Grupo VIP no Facebook “escrita de Sinais 
sem mistérios”180. 
Supere seus recordes! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
180 acesse a Área de Membros exclusiva para os leitores do livro (nela tem o link de acesso ao 
Grupo VIP do Facebook): <http://www.Librasescrita.com.br/escritaDeSinaisSemMisterios>. 
302 
http://www.librasescrita.com.br/escritaDeSinaisSemMisterios
http://www.librasescrita.com.br/escritaDeSinaisSemMisterios
 
 
 
 
 
 
 
 
 
grupo símboLo do grupo 
1. Indicador 
 
2. Indicador e médio 
3. Indicador, médio e polegar 
4. Quatro dedos 
5. Cinco dedos 
6. Dedo mínimo 
7. Dedo anelar 
8. Dedo médio 
9. Indicador e polegar 
10. Polegar 
APÊndice A 
 
ConfigurAções de mão dA LibrAs 
Na escrita de Sinais as Configurações de Mão estão 
organizadas em dez grupos de acordo com os principais dedos 
utilizados tendo como base os números de 1 a 10 em aSL. 
Por exemplo, todas as Configurações de Mão que têm o dedo 
indicador estendido estão no Grupo 01. Veja: 
 
 
Apêndice A 305 
Identificamos 111 Configurações de Mão da Língua Brasileira de 
Sinais181 organizadas de acordo com o ISWa 2010 (SUttoN, 2011). as 
CMs 04, 67, 70, 72, 94 e 95 não constam na classificação de Sutton. assim, 
foram escritas conforme as regras estabelecidas para novas configurações de 
mão (SUttoN, 2000) e alocadas próximas a CMs parecidas. 
as CMs 34, 59, 93 e 108 apresentam alofonia na Libras podendo ser 
sinalizadas e escritas de duas formas. assim foram denominadas 34a/ 34b, 
59a/ 59b etc. 
Sete Configurações de Mão (03, 29, 63, 65, 70, 91182 e 95) são utilizadas 
na Libras para realização de sinais nome de pessoas públicas, membros das 
comunidades surdas (ouvintes e surdos) e profissionais a ela relacionados, ou 
ainda em sinais de empresas, lugares, cidades ou empréstimos da Língua Por- 
tuguesa conforme estudamos no cap. 18. 
Nos quadros a seguir as Configurações de Mão estão distribuídas em 
grupos. À esquerda do quadro temos o número do grupo, entre parênteses seu 
símbolo internacional e à direita a quantidade de CMs do grupo encontradas 
na Libras. 
 
 
 
Número do grupo 
 
 
Símbolo internacional 
do grupo 
 
Quantidade de CMs da 
Libras no grupo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
181 exclui-se desta contagem as variações alofônicas das CMs 34, 59, 93 e 108. 
182 Conforme Faria-do-Nascimento (2009). 
305 
 
 
0102 03 04 
05 06 07 08 
09 
306 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 11 
306 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 13 
 
 
Apêndice A 307 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 17 18 
 
 
 
20 21 22 
 
 
 
24 25 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
23 
 
 
 
 
27 
307 
14 15 
 
 
30 31 32 33 
34a 34b 
308 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
308 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 37 38 
28 29 
 
 
Apêndice A 309 
 
 
 
 
 
39 40 
 
 
 
43 44 
 
 
 
47 48 
 
 
 
51 52 
 
 
 
41 42 
 
 
45 46 
 
 
 
 
49 50 
 
 
 
53 54 
 
 
309 
 
 
310 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
310 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
59a 
 
 
 
62 
 
 
 
66 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
59b 
 
63 
 
 
 
 
67 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
60 61 
 
 
64 65 
 
 
 
 
 
 
 
68 69 
 
 
Apêndice A 311 
 
 
 
311 
70 71 72 73 
74 75 76 77 
78 79 80 81 
82 83 
 
 
312 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
84 85 
 
 
 
88 89 
86 87 
 
 
 
90 91 
 
 
92 93a 93b 94 
 
 
 
 
95 96 
312 
 
 
 
97 98 
 
 
Apêndice A 313 
 
 
 
 
 
313 
99 100 101 102 
103 104 105 106 
107 108a 108b 109 
110 111 
 
 
 
 
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valenciacollege.edu> Mensagens recebidas em: 24 fev. 2012a. 
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surdas capixabas: o outro surdo no processo de pensar uma pedagogia. In: 
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XaVIeR, andré N. Descrição fonético-fonológica dos sinais da Língua de Sinais 
Brasileira (Libras). Dissertação de mestrado em Linguística. São Paulo: USP, 
2006. 
ZaPPe, Carla tatiana. Escrita da Língua de Sinais em comunidades do Orkut: 
marcador cultural na educação de surdos. Dissertação de mestrado em 
educação. Santa Maria: UFSM, 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
330 
 
 
 
 
APÊndice B 
 
gLossário editoriAL em LibrAs 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª edição 
 
 
1º volume 
 
 
2ª edição 
 
 
2º volume 
 
 
agradecimentos 
 
 
anexo 
anexos 
 
 
apêndice 
 
 
 
apresentação 
 
 
autor (a) 
 
 
Capítulo 
 
Coleção 
 
 
Considerações finais, 
conclusão/ resumo 
 
 
Dedicatória 
 
 
editora 
 
 
egíprafe 
 
 
 
 
Ficha técnica 
Glossário 
 
 
 
Gráfica 
 
 
 
 
índice remissivo 
 
 
 
Introdução 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lista de Figuras 
 
 
332 
 
Lista de Quadros 
 
 
Página 
 
 
 
Referências 
bibliográficas 
 
 
Sumário 
Escrita de Sinais sem mistérios 
 
 
 
 
 
Prefácio 
 
 
Qual volume? 
 
 
Quantos livros 
na coleção? 
332 
trilogia 
 
 
 
 
 
 
 
1. aNDRaDe, W. t. L. et. al. O uso de marcadores discursivos na Escrita 
pelos Surdos como uma possibilidade de Otimização da sua coesão textual. 
2. aNtUNeS, D. R. Um modelo de descrição computacional da fonologia da 
língua de sinais brasileira. 
3. aVeLaR, t. F. A Questão da Padronização Linguística de Sinais nos 
Atores-Tradutores Surdos do Curso de Letras - Libras da UFSC: estudo. 
4. BaRtH, C. Construção da Leitura/Escrita em Língua de Sinais de Crianças 
Surdas em Ambientes Digitais. 
5. BaRtH, C. et. al. Ferramentas Digitais: Suporte para aprendizagem da 
escrita da Língua de Sinais e a apropriação da escrita da Língua Portuguesa. 
6. BaSSo, I. M. S. Mídia e educação de surdos: transformações reais ou uma 
nova utopia?. 
7. BatISta, a. S. et. al. Abordagens comunicativas e os impasses na construção 
da escrita do português por crianças surdas. 
8. BatISta, L. L. S. et. al. Notação Coreográfica: aplicação do Sistema 
DanceWrite - Shorthand de Valerie Sutton na Notação da Dança do Ventre. 
9. BeRtÓ, S. F. F. et. al. Problematizando a Escrita de Sujeitos Surdos na L2 
- Língua Portuguesa. 
10. BISoL, C. a. et. al. Blogs de adolescentes surdos: escrita e construção de 
sentido. 
11. BISoL, C. a. et. al. Contribuições da Psicologia Brasileira para o Estudo 
da Surdez. 
12. BReGa, J. R. F. et. al. Um Sistema Interpretador para Datilologia com 
Saída Tridimensional. 
13. CaMaRGo, L. S. a. et. al. Uma Estratégia de Avaliação em Repositórios 
Digitais. 
14. CaMPoS, M. B. et. al. Ambiente telemático de interação e comunicação 
para suporte à educação bilíngue de surdos. 
 
183 a autora identifica apenas o sobrenome dos autores dos trabalhos, juntamente com os títu- 
los dos mesmos, não explicitando os demais dados bibliográficos. 
AneXo A 
 
reLAção de todos os trAbALhos brAsiLeiros sobre AesCritA 
de sinAis (SignWriting) Como CitAdos183 por CAmpos (2012) 
 
 
334 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
15. CaMPoS, M. B. et. al. SignWebEDIT: uma oportunidade para a 
criação coletiva de textos escritos em Língua de Sinais. 
16. CaMPoS, M. B. et. al. Tecnologia em Apoio à Educação Bilíngue de 
Surdos: Comunicação e aprendizagem. 
17. CaMPoS, M. B. SIGNHQ: sistema de autoria para criação e leitura de 
Histórias em Quadrinhos com suporte à Língua de Sinais. 
18. CaPoVILLa, F. C. et. al. Educação da Criança Surda: o Bilinguismo e 
o Desafio da Descontinuidade entre a Língua de Sinais e a escrita alfabética. 
19. CaPoVILLa, F. C. Principais achados e implicações do maior programa 
do mundo em avaliação do desenvolvimento de competências linguísticas de surdos. 
20. CoNeGLIaN, a. L. o. et. al. Análise do Comportamento Informacional 
de Pós-graduandos Surdos. 
21. CoRDoVa, B. C. Concepções de Intérpretes de Língua de Sinais acerca de 
sua atuação em contextos educacionais. 
22. CoRRaDI, J. a. M. Ambientes informacionais digitais e usuários surdos: 
questões de acessibilidade. 
23. CoRRaDI, J. a. M. et. al. Ambientes Informacionais Digitais Acessíveis 
a Minorias Linguísticas Surdas: cidadania e/ou responsabilidade social. 
24. CoRReIa, a. t. et. al. Datilologia, tradução ou “oralização sinalizada”?. 
25. CoSta, a. C. R. et. al. Um Convite ao Processamento de Línguas de 
Sinais. 
26. DaLLaN, M. S. S. et. al. A escrita de libras (SignWriting): um olhar para 
o desenvolvimento linguístico do aluno surdo e para a formação do professor 
de línguas. 
27. DaLLaN, M. S. S. SignWriting: escrita Visual para Língua de Sinais 
- o Processo de Sinalização escrita. 
28. DaNtaS, M. M. Práticas cotidianas de ensino da língua escrita em classe 
especial para surdos. 
29. DeLPRetto, B. M. L. et. al. A aplicabilidade social do Signwriting. 
30. DeMoLY, K. et. al. Escrituras de Professores na Convergência de Mídia. 
31. DeMoLY, K. et. al. O escrever no encontro com tecnologias informáticas. 
32. DeNaRDI, R. M. AGA-Sign: animador de gestos aplicado à língua de 
sinais. 
33. FaQUetI, C. G. et. al. InfoLIBRAS–O Uso da Web para o Aprendizado 
da Língua de Sinais com Termos da Informática. 
334 
 
 
Anexo A 335 
34. FaRIa, S. P. Metáfora na LSB: debaixo dos panos ou a um palmo 
debaixo dos nossos narizes. 
35. FINaU, R. A Aquisição de Escrita por Pessoas Surdas em uma Proposta de 
Bilinguismo Diglóssico. 
36. FReItaS, J B. et. al. Um Léxico para as Línguas de Sinais dos Surdos 
usando a Notação SignWriting. 
37. FReItaS, J. B. et. al. SWDB: Um Sistema de Dicionários para as 
Línguas de Sinais Usadas pelos Surdos. 
38. FReItaS, o. C. R. Efeitos de pistas contextuais em língua de sinais sobre 
recordação livre e compreensão de texto narrativo. 
39. GaRCIa, D. F. et. al. Um Software de Apoio à Melhoria da Interação de 
Crianças com Características Autistas. 
40. GIaCoMet, a. Análise de paragrafias do surdo na nomeação de sinais 
por escrita livre: teste de nomeação de sinais por escrita de palavras. 
41. GoeBeL, M. et. al. Ferramenta para a Tradução da Sintaxe da Língua 
Portuguesa para a Língua Brasileira de Sinais. 
42. GoMeS, G. N. C. Uso de fóruns para o estudo da escrita da língua de 
sinais. 
43. HaUtRIVe, G. M. F. et. al. A escrita da língua de sinais como meio 
natural para a alfabetização de crianças surdas. 
44. JUNIoR, e. B. S. Convergência Digital para Apoio ao Ensino de Libras, 
com Ênfase na Web e no Sistema Brasileiro de TV Digital. 
45. JUNIoR, H. a. et. al. Matemática para Pessoas Surdas: Proposições para 
o ensino Médio. 
46. KaRNoPP, L. B. Literatura Surda. 
47. LeaL, C. L. Estratégias de Referenciação na Produção Escrita de Alunos 
Surdos. 
48. LIMa, t. F. S. A tribo dos surdos no ciberespaço. 
49. LoDI, a. C. B. et. al. Gêneros discursivos da esfera acadêmica e práticas de 
tradução-interpretação Libras-português: reflexões. 
50. LoUReIRo, C. de B. C. et. al. O Processo deApropriação da Escrita da 
Língua de Sinais e da Escrita da Língua Portuguesa no enfoque da Informática na 
Educação de Surdos. 
51. MaCHaDo, M. B. et. al. Inserção do deficiente auditivo ou surdo no 
Ensino Superior da Universidade do Oeste de Santa Catarina- campus de São 
Miguel do Oeste. 
335 
 
 
336 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
52. MaCHaDo, P. C. Diferença Cultural e Educação Bilíngue: as narrativas 
dos professores surdos sobre questões curriculares. 
53. MaLLMaNN, L. et. al. (Re)pensando o uso de mapas conceituais: um 
estudo de caso com libras e signwriting na educação sexual. 
54. MatoS, H. a. V. Algumas considerações sobre o desenvolvimento da 
atividade de leitura e a constituição do leitor surdo. 
55. McCLeaRY, L. et. al. Descrição das Línguas Sinalizadas: a questão da 
transcrição dos Dados. 
56. MoRaeS, C. D. Tecido na Língua de Sinais: B-R-a-N-C-a D-e 
N-e-V-e e o-S S-e-t-e a-N-Õ-e-S. 
57. MoReIRa, J. R. et. al. Rumo a um sistema de tradução Português- 
LIBRAS. 
58. MoURÃo, C. H. N. Literatura surda: produções culturais de surdos 
em língua de sinais. 
59. oLIVeIRa, D. L.et. al. Educação a Distância para Pessoas com Deficiência 
Auditiva. 
60. oLIVeIRa, t. C. B. C. A escrita do aluno surdo: interface entre a libras e 
a língua portuguesa. 
61. PeReIRa, M. C. P. et. al. SignWriting como uma Possibilidade na 
Alfabetização de Pessoas Surdas. 
62. PeReIRa, M. C. P. Interpretação Interlíngue: as especificidades da 
Interpretação de Língua de Sinais. 
63. PeReIRa, M. C. P. Reflexões a partir da observação de uma aula de 
Língua de Sinais Brasileira como primeira língua. 
64. PeReIRa, M. C. P. Testes de Proficiência Linguística em Língua de 
Sinais: as possibilidades para os interpretes de libras. 
65. PeReS, S. M. et. al. Concepção de Ambiente Computacional Assistivo para 
Apoio ao Ensino: administrando Necessidades e Restrições. 
66. PIReS, V. o. D. A Fala-Em-Interação em sala de aula de Língua de 
Sinais como Segunda Língua. 
67. PIVetta, e. M. et. al. Tradutores Automáticos da Linguagem Português 
Oral e Escrita para uma Linguagem Visual-Espacial da Língua Brasileira de 
Sinais. 
68. PIZZIo, a. L. et. al. Língua Brasileira de Sinais VI. 
336 
 
 
Anexo A 337 
69. PoNteS, a. M. et. al. Uma Proposta de Linguagem de Interação voltada 
a Usuários Surdos. 
70. PoNtIN, B. R. et. al. Língua Escrita: Português/Sinais (SW). 
71. RaMoS, C. R. LIBRAS: a Língua de Sinais dos Surdos Brasileiros. 
72. RaNGeL, G. M. M. História do povo surdo em Porto Alegre: imagens e 
sinais de uma trajetória cultural. 
73. ReILY, L. O papel da Igreja nos primórdios da educação dos surdos. 
74. RoCHa, F. Z. F. Proposta de um Padrão Manuscrito para Reconhecimento 
Automático dos Símbolos do Sistema SignWriting (SW). 
75. RoCHa, F. Z. F. Reconhecimento dos Símbolos Manuscritos do Sistema 
SignWriting. 
76. RoSa, a. S. et. al. Internet: fator de inclusão da pessoa surda. 
77. RoSSI, D. Sign WebForum: um fórum de discussão que possibilita troca 
de mensagens em Libras. 
78. RUSSo, a. Intérprete de língua brasileira de sinais: uma posição 
discursiva em construção. 
79. SaBaNaI, N. L. A criança surda escrevendo na língua portuguesa: 
questões de interlíngua. 
80. SaNtaNa, J. e. R. S. et. al. Dicionário Virtual Bilíngue: Uma Proposta 
para o ensino e aprendizagem de Lógica de Programação para Surdos. 
81. SaNtoS, R. e. S. et. al. PROGLIB: Uma Linguagem de Programação 
Baseada na escrita de LIBRaS. 
82. SCHaLLeNBeRGeR, a. Ciberhumor nas comunidades surdas. 
83. SCHNeIDeR, a. R. de a. et. al. Sistema de Animação de Humanos 
Virtuais Voltada para o Ensino de Libras. 
84. SeCCo, R. L. et. al. Proposta de um Ambiente Interativo para 
Aprendizagem em LIBRAS Gestual e Escrita. 
85. SILVa, a. M. et. al. Um Estudo sobre o Processo de Tradução de um Texto 
em Língua de Sinais Escrita para a Língua Portuguesa: Desafios e estratégias. 
86. SILVa, F. I. Analisando o processo de leitura de uma possível escrita da 
língua brasileira de sinais: Signwriting. 
87. SILVa, G. M. Lendo e Sinalizando Textos: uma análise etnográfica das 
práticas de leitura em Português de uma turma de alunos surdos. 
88. SILVa, J. F. C. et. al. O Ensino de Física para Surdos no Brasil: Barreiras, 
Perspectivas e Desafios. 
337 
 
 
338 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
89. SILVa,t. S. a. A Aquisição da Escrita pela Criança Surda desde a Educação 
Infantil. 
90. SILVeIRa, C. H. O Currículo de Língua de Sinais na Educação de Surdos. 
91. SILVeIRa, C. H. O ensino de libras em escolas gaúchas para surdos: um 
estudo de currículos. 
92. SIoLa, F. B. Desenvolvimento de um Software para Reconhecimento de 
Sinais em Libras através de Vídeo. 
93. SoUZa, J. L. F. Inclusão Digital - Estado da arte das ferramentas de 
informática para o portador de necessidades educacionais especiais, o surdo. 
94. SoUZa, R. M. Intuições “linguísticas” sobre a língua de sinais, nos séculos 
XVIII e XIX, a partir da compreensão de dois escritores surdos da época. 
95. SoUZa, V. C. et. al. Customizando Ambientes na Web para Língua 
Brasileira de Sinais Usando WebServices. 
96. SoUZa, V. C. SWService: uma biblioteca para a escrita da Língua 
Brasileira de Sinais baseada em Web Services. 
97. SoUZa, V. C. et. al. O Aprimoramento do SignWebMessage como Base 
para o Desenvolvimento da SWService: uma Biblioteca para a escrita da Libras 
na Internet Baseada em Web Services. 
98. SoUZa, V. C. et. al. Sign WebMessage: uma ferramenta para 
comunicação via web através da Língua Brasileira de Sinais – Libras. 
99. StUMPF, M. R. Aprendizagem de escrita de língua de sinais pelo sistema 
SignWriting: línguas de sinais no papel e no computador. 
100. StUMPF, M. R. Construindo espaço para uma escrita de língua de sinais 
dentro da educação bilíngue dos surdos. 
101. StUMPF, M. R. Práticas de bilinguismo: relato de experiência. 
102. taMBaSCIa, C. a. et. al. Solução para comunicação e interação com 
deficientes auditivos em sala de aula. 
103. taVaReS, J. e. da R. et. al. SensorLibras: tradução automática 
Libras-Português através da Computação Ubíqua. 
104. taVaReS, J. e. R.B. et. al. Uma aplicação para o ensino da língua 
portuguesa para surdos utilizando o SensorLibras. 
105. tHoMa, a. S. et. al. As novas tecnologias como mediadoras nos processos 
de in/exclusão dos surdos na escola e na sociedade. 
106. toRCHeLSeN, R. P. et. al. Editor para Textos em Língua de Sinais 
Escritos em SignWriting: editor para textos em Língua de Sinais escritos em 
SignWriting. 
338 
 
 
Anexo A 339 
107. toRCHeLSeN, R. P. et. al. Editor para Textos em Língua de Sinais 
Escritos em SignWriting. 
108. tRaSeL, a. t. et. al. Inclusão Social e Digital dos Surdos: Iniciativas e 
tecnologias. 
109. ZaPPe, C. t. Escrita da Língua de Sinais em Comunidades do Orkut: 
Marcador Cultural na educação de Surdos. 
110. ZaPPe, C. t. No Contexto Educacional a Educação de Surdos: Uma 
Discussão Necessária. 
111. ZaPPe, C. t. SignWriting: Possibilidades de Marcar a Diferença na 
educação de Surdos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
339 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 07: envelope da carta de aniversário para Raquel Barreto 
 
 
184 observe que na época ainda não tínhamos completo domínio de todos os grafemas da es- 
crita de Sinais, mesmo assim, é possível compreender muito bem a mensagem. 
AneXo B 
 
enveLope e CArtA de Aniversário de mAdson bArreto pArA 
rAqueL bArreto em 2011184 
 
 
342 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
Fig. 08: Carta de aniversário para Raquel Barreto em 2011 
 
 
 
 
 
 
342 
 
 
 
 
 
 
Madson Barros Barreto 
madson@librasescrita.com.br 
www.librasescrita.com.br 
Co-fundador e Professor na Libras escrita 
Jorgina de Cássia tannus Souza 
jc_tannus@hotmail.com 
Coordenadora da área de surdez no Centro de apoio 
Pedagógico de Ipiaú (CaPI) 
MariaLuiza Campos Borges Nascimento 
mluizacbn@hotmail.com 
Professora no Centro de apoio Pedagógico de Ipiaú (CaPI) 
tatiana almeida Gavião Coelho 
tatigaviao@bol.com.br 
Professora no Centro de apoio Pedagógico de Ipiaú (CaPI) 
 
Dentre tantos outros sistemas criados para a notação ou escrita das línguas 
de sinais, o que mais tem ganhado notoriedade em todo o mundo é o sistema 
SignWriting criado por Valerie Sutton, norte-americana, em 1974. Segundo 
Buttler (2012) atualmente é utilizado em mais de 40 países em todo o 
mundo. Chegou ao Brasil em 1996 com o trabalho de Costa, Stumpf e Borba 
(BaRReto & BaRReto, 2012), e desde então tem se expandido cada vez 
mais. o SignWriting é um sistema de escrita visual direta de sinais capaz de 
fazer o registro escrito e possibilitar a leitura precisa desde um sinal isolado ou 
anotação diária até um livro completo (CaPoVILLa, et al., 2006; SUttoN, 
2009; BaRReto & BaRReto, 2012). assim, desde o ano 2010, no Centro 
de apoio Pedagógico de Ipiaú (CaPI), localizado no estado da Bahia (Brasil), 
 
 
185 apresentado e publicado (em Inglês e Português Brasileiro) originalmente no SignWri- 
ting Symposium. [evento on-line]. La Jolla: Deaf action Committee for SignWriting, 2014. 
Disponível em: <http://www.SignWriting.org/symposium/presentation0017.html> acesso 
em 01 ago. 2014. 
AneXo c 
 
professores de surdos do Centro de Apoio pedAgógiCo de 
ipiAú e A ALfAbetizAção em SignWriting185 
mailto:madson@librasescrita.com.br
http://www.librasescrita.com.br/
mailto:jc_tannus@hotmail.com
mailto:mluizacbn@hotmail.com
mailto:tatigaviao@bol.com.br
http://www.signwriting.org/symposium/presentation0017.html
http://www.signwriting.org/symposium/presentation0017.html
 
 
344 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
as professoras da área de surdez tem pesquisado e estudado a leitura e escrita de 
sinais através deste sistema utilizando como referência os trabalhos de Sutton 
(S/D), Capovilla et al. (2001) e torchelsen & Costa (2002), dentre outros. a 
partir de 2012, com a publicação do livro “escrita de Sinais sem mistérios” 
(Barreto & Barreto), esta obra foi adotada como referência. ao todo, mais de 
40 alunos com idades entre 07 e 35 anos tiveram acesso direto ao SignWriting 
e 20 o estudaram formalmente com as professoras Nascimento & Coelho. 
o objetivo do CaPI ao alfabetizar os alunos surdos pelo SignWriting é de 
investigar a aceitação e funcionalidade desse sistema de escrita por pessoas 
surdas, refletir e fortalecer a identidade, comunidade e cultura, como também 
desenvolver a competência comunicativa nas diversas situações em que essa 
pessoa estiver envolvida, seja utilizando a Libras sinalizada ou a escrita e leitura 
de sinais. No ano seguinte, três professoras do CaPI mais a coordenadora 
da área da surdez ingressaram no curso Escrita de Sinais 2.0 (BaRReto, 
2013), da editora Libras escrita, um curso de modalidade ensino à Distância 
totalmente via Internet mediado por tecnologias da informação. Desde então, 
tem sido aperfeiçoado o trabalho desenvolvido pelo CaPI na alfabetização 
dos alunos surdos pelo SignWriting. o trabalho em sala de aula com os alunos 
consiste em aulas expositivas utilizando como recursos visuais, slides, quadro 
branco, livros com textos em escrita de Sinais, Dicionários, Libras em Jogo 
(BaRReto & BaRReto, 2013) – jogo de cartas com 111 Configurações 
de Mãos da Libras –, jogos com exemplos em SW. as atividades práticas 
são treino da escrita, associação grafema-fonema, escrita espontânea de sinais, 
ditado de sinais, completar sinais com o tópico estudado no momento. Isto 
permite que os alunos construam o aprendizado de forma lúdica e interativa. 
os resultados alcançados com este projeto indicam que os alunos surdos, 
mesmo os que estão em idade adulta que estão no nível básico de proficiência 
linguística, se identificam com a escrita de sinais pelo sistema SignWriting, 
têm prazer ao realizar atividades de leitura e escrita associando corretamente 
grafema-fonema e comparando com sinais que já conhecem. Isto está de 
acordo com Stumpf (2005), Capovilla et al.(2006), Silva (2009), Nobre (2011) 
e Barreto & Barreto (2012, p. 49) que diz: “a escrita das Línguas de sinais 
[...] contribui com o desenvolvimento cognitivo dos surdos, estimulando sua 
criatividade, organizando seu pensamento e facilitando sua aprendizagem”. 
 
 
Palavras chave: educação de surdos; SignWriting; ensino-aprendizado. 
344 
 
 
Anexo C 345 
referênCiAs 
BaRReto, Madson. Curso Escrita de Sinais 2.0. Belo Horizonte: Libras 
escrita, 2013. 
BaRReto, Madson; BaRReto, Raquel. Escrita de Sinais sem mistérios. 
Belo Horizonte: edição do autor, 2012. 
BaRReto, Madson; BaRReto, Raquel. Libras em Jogo. Jogo de cartas. 2ª 
ed. Belo Horizonte: Libras escrita, 2013. 
BUtLeR, Charles. Re: Who we are?/ How many? Disponível em: <sw-l@ 
listserv.valenciacollege.edu> Mensagem recebida em: 08 fev. 2012. 
CaPoVILLa, Fernando C.; et al. a escrita visual direta de sinais SignWriting 
e seu lugar na educação da criança Surda, 2006. In: CaPoVILLa, F. C.; 
RaPHaeL, W. D. Dicionário enciclopédico ilustrado trilíngue da língua de 
sinais brasileira. Vol. II: Sinais de M a Z. 3ed. São Paulo: edusp, 2006, pp. 
1491-1496. 
CaPoVILLa,Fernando C.; RaPHaeL,Walkiria. D; LUZ,R.D.Dicionário 
enciclopédico ilustrado trilíngüe da Língua de Sinais Brasileira. São Paulo: edusp, 
2001. 
NoBRe, Rundesth S. Processo de grafia da língua de sinais: uma análise fono- 
morfológica da escrita em SignWriting. Dissertação de Mestrado em Linguística 
aplicada. Florianópolis: UFSC, 2011. 
SILVa, Fábio Irineu da. Analisando o processo de leitura de uma possível escrita da 
língua brasileira de sinais: SignWriting. Dissertação de Mestrado em educação. 
Florianópolis: UFSC, 2009. 
StUMPF, Marianne R. Aprendizagem de Escrita de Língua de Sinais pelo 
sistema SignWriting: línguas de sinais no papel e no computador. tese de 
Doutorado em Informática na educação. Porto alegre: UFRGS, 2005. 
SUttoN, Valerie. Lições sobre o SignWriting: um sistema de escrita para 
língua de sinais. tradução e adaptação: StUMPF, Marianne R.; CoSta, 
antônio C. da Rocha. S/D. Disponível em <http://rocha.c3.furg.br/arquivos/ 
download/licoes-sw.pdf>. acesso em: 30 jan. 2009. 
SUttoN, Valerie. SignWriting - sign languages are written languages! Part 1: 
SignWriting basics. La Jolla, Ca: Center for Sutton Movement Writing, Inc. 
2009. 
toRCHeLSeN, Rafael P.; CoSta, antônio Carlos da R. SW Edit. Projeto 
SignNet. Pelotas: Universidade Católica de Pelotas, 2002. 
345 
http://rocha.c3.furg.br/arquivos/
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Madson Barros Barreto 
madson@librasescrita.com.br 
www.librasescrita.com.br 
Co-fundador e Professor na Libras escrita 
Jorgina de Cássia tannus Souza 
jc_tannus@hotmail.com 
Coordenadora da área de surdez no Centro de apoio 
Pedagógico de Ipiaú (CaPI) 
Maria Luiza Campos Borges Nascimento 
mluizacbn@hotmail.com 
Professora no Centro de apoio Pedagógico de Ipiaú (CaPI) 
tatiana almeida Gavião Coelho 
tatigaviao@bol.com.br 
Professora no Centro de apoio Pedagógico de Ipiaú (CaPI) 
 
Um dos maiores desafios na educação de surdos é possibilitar aos alunos 
maior autonomia em seus estudos. Identificando este desafio e propondo 
uma efetiva educação bilíngue, desde 2012 o Centro de apoio Pedagógico de 
Ipiaú (CaPI) localizado no estado da Bahia (Brasil) trabalha a alfabetização 
dos alunos surdos através do sistema SignWriting. este é um sistema de 
escrita específico para as línguas de sinais, capaz de escrever sinais, frases e 
textos completos em qualquer língua de sinais do mundo (BaRReto & 
BaRReto, 2012). Criado em 1974, este sistema chegou ao Brasil em 1996 
e muitas pesquisas e trabalhos foram desenvolvidos tais como Stumpf (2005), 
Capovilla et al. (2006), Silva (2009), Nobre (2011) e Barreto & Barreto (2012). 
o trabalho do CaPIconsiste no apoio pedagógico para alunos com surdez 
 
 
186 apresentado e publicado (em Inglês e Português Brasileiro) originalmente no SignWriting 
Symposium. [evento on-line]. La Jolla: Deaf action Committee for SignWriting, 2014. Dispo- 
-nível em: <http://www.SignWriting.org/symposium/presentation0018.html> acesso em 01 
ago. 2014. 
AneXo d 
 
A perspeCtivA dos surdos sobre o SignWriting nA CidAde de 
ipiAú/ bA186 
mailto:madson@librasescrita.com.br
http://www.librasescrita.com.br/
mailto:jc_tannus@hotmail.com
mailto:mluizacbn@hotmail.com
mailto:tatigaviao@bol.com.br
http://www.signwriting.org/symposium/presentation0018.html
http://www.signwriting.org/symposium/presentation0018.html
 
 
348 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
ou outras deficiências inclusos na rede regular de ensino. Na área da surdez, 
a especificidade é a Língua Brasileira de Sinais (Libras) reconhecida pela Lei 
nº 10.436/2002 que determina que o ensino deve ser feito diretamente nesta 
língua ou por intermédio de um tradutor Intérprete, conforme o Decreto 
Lei 5.626/2005. No CaPI, o ensino é promovido por professores bilíngues 
(Português/ Libras). o objetivo desta instituição ao implantar a alfabetização 
pelo sistema SignWriting é investigar a aceitação e funcionalidade desse 
sistema de escrita por pessoas surdas, refletindo e fortalecendo a identidade, 
comunidade e cultura, assim como desenvolver a competência comunicativa 
nas diversas situações em que essa pessoa estiver envolvida, seja utilizando a 
Libras sinalizada ou a escrita e leitura de sinais. assim, desde o início deste 
projeto, já foram atendidos mais de 40 alunos surdos com idades entre 07 e 35 
anos. o trabalho tem como referência Barreto & Barreto (2012) e Capovilla, 
Raphael & Luz (2001), dentre outros. os resultados alcançados pelo projeto 
até o momento indicam que o aluno surdo identifica-se com a escrita de sinais 
pelo sistema SignWriting. ao se deparar com textos ou sinais escritos sempre 
faz tentativas de leitura e compreensão, mesmo os alunos em idade adulta 
que estão no nível básico de proficiência linguística demonstram facilidade 
em compreender o sistema SignWriting associando corretamente grafema- 
fonema. todos demonstram prazer ao realizar as atividades e apresentam 
interesse em identificar o sinal escrito comparando com os sinais que já 
conhecem. Isto contribui com a educação dos alunos surdos porque reforça o 
valor da identidade surda, amplia a capacidade cognitiva e a organização do 
pensamento. Para fins deste artigo foram entrevistados 10 alunos surdos do 
CaPI estudantes do SignWriting. Na visão deles, esta é uma oportunidade 
ímpar em suas vidas, pois a língua de sinais não pode ser só sinalizada, 
precisa ser escrita para que os surdos também possam registrar suas opiniões, 
ideias, emoções e intenções interativas usando a própria língua e fazer uma 
leitura mais fácil de ser compreendida pelas comunidades surdas e demais 
pessoas interessadas. aprender a escrita de sinais pelo sistema SignWriting 
é relevante para o desenvolvimento intelectual do surdo. o relato dos alunos 
indica que o surdo aceita facilmente a escrita de sua Primeira Língua por um 
sistema que registra fielmente a tridimensionalidade da Libras e por facilitar 
a compreensão dos sinais escritos e, por ser assim, o aprendizado acontece de 
forma tão natural quanto a aquisição da língua. 
 
Palavras chave: educação de surdos; SignWriting; ensino-aprendizado. 
348 
 
 
Anexo D 349 
referênCiAs 
BaRReto, Madson; BaRReto, Raquel. Escrita de Sinais sem mistérios. 
Belo Horizonte: edição do autor, 2012. 
BRaSIL. Decreto nº 10.436, de 24 de abril de 2002. 
BRaSIL. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. 
CaPoVILLa, Fernando C.; et al. a escrita visual direta de sinais SignWriting 
e seu lugar na educação da criança Surda, 2006. In: CaPoVILLa, F. C.; 
RaPHaeL, W. D. Dicionário enciclopédico ilustrado trilíngue da língua de 
sinais brasileira. Vol. II: Sinais de M a Z. 3ed. São Paulo: edusp, 2006, pp. 
1491-1496. 
CaPoVILLa, Fernando C.; RaPHaeL, Walkiria D.; LUZ, R. D. Dicio- 
nário enciclopédico ilustrado trilíngüe da Língua de Sinais Brasileira. São Paulo: 
edusp, 2001. 
NoBRe, Rundesth S. Processo de grafia da língua de sinais: uma análise fono- 
morfológica da escrita em SignWriting. Dissertação de Mestrado em Linguística 
aplicada. Florianópolis: UFSC, 2011. 
SILVa, Fábio Irineu da. Analisando o processo de leitura de uma possível escrita da 
língua brasileira de sinais: SignWriting. Dissertação de Mestrado em educação. 
Florianópolis: UFSC, 2009. 
StUMPF, Marianne R. Aprendizagem de Escrita de Língua de Sinais pelo 
sistema SignWriting: línguas de sinais no papel e no computador. tese de 
Doutorado em Informática na educação. Porto alegre: UFRGS, 2005. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
349 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Marianne Rossi Stumpf, Dra. 
stumpfmarianne@gmail.com 
Professora adjunta na UFSC 
Madson Barros Barreto 
madson@librasescrita.com.br 
www.librasescrita.com.br 
Co-fundador e Professor na Libras escrita 
 
Nas últimas décadas o SignWriting, sistema de escrita para as línguas de 
sinais criado em 1974, se expandiu por todo o mundo através de inúmeras 
pesquisas, publicações e softwares. Seu uso tem crescido cada vez mais no 
mundo e também no Brasil. Neste país, tudo começou em 1996 com o trabalho 
de Costa, Stumpf e Borba através do Projeto SignNet que contou com finan- 
ciamentos do CNPq/ ProteM, importante centro de fomento à pesquisa no 
Brasil. Foram desenvolvidas parcerias diversas instituições tais como univer- 
sidades e escolas para surdos (QUaDRoS, 2004; BaRReto & BaRReto, 
2012). o projeto resultou também na criação de um programa computacional, 
o SW-edit (toRCHeLSeN; CoSta, 2002), para edição de sinais e textos 
em língua de sinais com base no SignWriting. este foi o primeiro software do 
mundo, nesta categoria, a usar uma interface e possibilitar ao usuário 
construir os sinais e textos por meio do mouse, não pelo teclado. em 2001 
(CaPoVILLa, RaPHaeL & LUZ), foi publicada a primeira edição do 
Dicionário enciclopédico Ilustrado trilíngue (Português, Libras e Inglês) 
também fazendo uso desta escrita e ensinando alguns tópicos. Stumpf (2005) 
desenvolveu pesquisas no Brasil e na França em escolas de surdos aplicando o 
ensino do SignWriting. os resultados demonstram que os sujeitos surdos têm 
muita facilidade em seu aprendizado e uso, e que isto lhes permite ampliar a 
 
187 apresentado e publicado (em Inglês e Português Brasileiro) originalmente no SignWriting 
Symposium. [evento on-line]. La Jolla: Deaf action Committee for SignWriting, 2014. Dis- 
ponível em: <http://www.SignWriting.org/symposium/presentation0024.html> acesso em 01 
ago. 2014. 
AneXo e 
 
o SignWriting nA eduCAção brAsiLeirA de surdos: de 1996 
Até hoje
187
 
mailto:stumpfmarianne@gmail.com
mailto:madson@librasescrita.com.br
http://www.librasescrita.com.br/
http://www.signwriting.org/symposium/presentation0024.html
http://www.signwriting.org/symposium/presentation0024.html
 
 
352 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
percepção da língua de sinais de seus países. assim, desde 2006, a disciplina 
de SignWriting (chamado no Brasil de “escrita de Sinais”) compõe com 180h 
a grade curricular do curso de “Letras/ Libras” da UFSC. as duas primeiras 
edições deste curso (2006 e 2010) foram de educação à Distância, propiciou a 
mais de 1200 alunos surdos e ouvintes – de 17 do total de 26 estados Brasileiros 
mais o Distrito Federal – o conhecimento básico desta escrita. alguns progra- 
mas brasileiros de pós graduação nas áreas de informática, linguística, educação 
e estudos de tradução adotaram as pesquisas sobre SignWriting a partir de 
1996 e até este momento continua aumentando o número de pessoas que se 
interessam em investigar esta área. Foram publicadas também obrasliterárias 
em SignWriting (StRoBeL, 1997; StUMPF, 2003; HeSSeL, RoSa & 
KaRNoPP, 2003; RIBeIRo, 2006; MoNteIRo, 2012; etc.). em 2011 
surgiu a editora Libras escrita, que dentre outras publicações, editou o livro 
“escrita de Sinais sem mistérios”(BaRReto & BaRReto, 2012), primeira 
publicação brasileira específica sobre o SignWriting. Nesta obra, o ensino é 
feito passo a passo com muitos exemplos de sinais e textos escritos em Libras. 
No ano seguinte, lançou ainda o escrita de Sinais 2.0, um curso de educação à 
Distância com 70h/aula para o ensino passo a passo do SignWriting a ouvintes 
nesta primeira fase (o curso para surdos está em fase de estruturação). todo o 
trabalho que já tem sido feito no Brasil por professores, tradutores intérpretes 
de Libras, pesquisadores, universidades e escolas espalhadas por todo o país 
somado ao trabalho da Libras escrita através de seu site, blog, fanpage no 
Facebook, publicações e cursos tem contribuído para que esta escrita avance 
ainda mais no Brasil. a partir de 2014 (tHoMa et al.), o novo documento 
de educação Bilíngue dos Surdos do Ministério de educação e Cultura diz 
que as crianças surdas devem adquirir aprendizagem pela escrita de sinais 
no Brasil. estas progressões trazem inúmeras implicações e avanços para a 
educação de surdos conforme apontado por Stumpf (2005), Capovilla et al. 
(2006), Silva (2009), Nobre (2011), Barreto & Barreto (2012) e permite que 
os sujeitos surdos, estudantes ou não, tenham a possibilidade de escrever sua 
Primeira Língua: a Libras. 
 
 
Palavras chave: educação de surdos, Brasil, Língua Brasileira de Sinais, 
SignWriting. 
 
 
 
352 
 
 
Anexo E 353 
referênCiAs 
BaRReto, Madson. Curso Escrita de Sinais 2.0. Belo Horizonte: Libras 
escrita, 2013. 
BaRReto, Madson; BaRReto, Raquel. Escrita de Sinais sem mistérios. 
Belo Horizonte: edição do autor, 2012. 
CaPoVILLa,Fernando C.; RaPHaeL,Walkiria. D; LUZ,R.D.Dicionário 
enciclopédico ilustrado trilíngüe da Língua de Sinais Brasileira. São Paulo: edusp, 
2001. 
HeSSeL; Carolina; RoSa, Fabiano; KaRNoPP, Lodenir. Cinderela Surda. 
Canoas: ed. ULBRa, 2003. 
MoNteIRo, tatyana S. Negrinho e Solimões. tradução escrita para a Libras: 
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353 
http://www.signwriting.org/library/history/
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354 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
SeCaDI. Brasília: MeC/SeCaDI, 2014. Disponível em: <http://www. 
bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=56513> acesso em 07 mar. 
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toRCHeLSeN, Rafael P.; CoSta, antônio Carlos da R. SW Edit. Projeto 
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354 
http://www/
 
 
 
 
 
 
Madson Barros Barreto 
madson@librasescrita.com.br 
www.librasescrita.com.br 
Co-fundador e Professor na Libras escrita 
Silvana Langhi Pellin Pereira 
vanapellin@hotmail.com 
eva dos Reis araújo Barbosa 
evalibras@gmail.com 
Bolsista de Iniciação Científica na Faculdade de Letras da UFMG 
 
Com o intuito de difundir o SignWriting (doravante denominado por “SW”) 
no Brasil, sistema através do qual é possível escrever e ler qualquer língua 
de sinais do mundo, desde sinais isolados até livros completos (BaRReto 
& BaRReto, 2012), em 2011 foi fundada a editora Libras escrita, que 
publicou a primeira obra brasileira específica sobre este sistema, o livro 
“escrita de Sinais sem mistérios” (BaRReto & BaRReto, 2012), cujos 
autores criaram e ministraram oficinas e cursos presenciais no estado de Minas 
Gerais, neste mesmo ano. No ano seguinte, Madson Barreto lançou o curso 
escrita de Sinais 2.0, na modalidade de educação a Distância (BRaSIL, 
2005). o curso de 70h/aula, é organizado em cinco módulos e, nesta primeira 
fase, é oferecido somente para ouvintes, no entanto, a versão para surdos já 
está sendo estruturada. ainda em andamento, o Escrita de Sinais 2.0 atende a 
mais de 50 alunos oriundos de 16 dos 26 estados brasileiros mais uma aluna de 
Portugal promovendo, de acordo com Conforto (2010), a quebra de barreira 
do tempo e do espaço. Barreto (2013), criador e professor do curso, busca 
mediar o aprendizado com didática e metodologia que propiciem um nível de 
 
188 apresentado e publicado (em Inglês e Português Brasileiro) originalmente no SignWriting 
Symposium. [evento on-line]. La Jolla: Deaf action Committee for SignWriting, 2014. Dis- 
ponível em: <http://www.SignWriting.org/symposium/presentation0026.html> acesso em 01 
ago. 2014. 
AneXo F 
 
ensinAndo e Aprendendo o signWriting em um Curso on- 
Line: As eXperiênCiAs do professor e dos ALunos188 
mailto:madson@librasescrita.com.br
http://www.librasescrita.com.br/
mailto:vanapellin@hotmail.com
mailto:evalibras@gmail.com
http://www.signwriting.org/symposium/presentation0026.html
http://www.signwriting.org/symposium/presentation0026.html
 
 
356 Escrita de Sinais sem mistérios 
 
interação professor/aluno o mais semelhante possível ao de uma sala de aula 
presencial. através de aulas em vídeo, ensina passo a passo o SW, com mais 
de 800 exemplos da Língua Brasileira de Sinais (Libras), sempre associando 
esta escrita e sua ortografia a tópicos da linguística da língua de sinais, 
tais como: a fonética, a fonologia, a morfologia, a sintaxe, a semântica e a 
pragmática (QUaDRoS & KaRNoPP, 2004). À medida em que o curso 
avança, os alunos realizam atividades práticas que envolvem diferentes habili- 
dades como,por exemplo: atenção ao realizar cópias,transcrição ou escrita (com 
ênfase nesta); leitura de sinais e textos; tradução para a Libras ou para a língua 
portuguesa; análise textual e produção de textos em SW. essas atividades são 
realizadas em vídeo ou escritas em papel e fotografadas. após enviadas, são 
corrigidas individualmente pelo professor utilizando uma Mesa Digitalizadora 
e o aluno recebe feedback via e-mail ou áudio gravado. as atividades não são 
avaliativas e os alunos têm a oportunidade de fazer as correções necessárias. 
o curso conta ainda com um módulo Bônus para o ensino da escrita do SW 
no computador usando o SignPuddle 2.0 (SLeVINSKI, 2012), diversas aulas 
e entrevistas com profissionais e pesquisadores da área de Libras, sobre o SW, 
tópicos da linguística da Libras e temas afins.assim,compalavras motivadoras e 
reconhecendo os avanços do aluno (DRIDeN& VoS,1999),o aprendizado vai 
sendo construído ao longo do curso. Como apontado por duas alunas cursistas. 
Silvana Pereira & eva dos

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