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CAPÍTULO 1 HISTÓRICO, DEFINIÇÃO E OBJETIVOS DA CARTOGRAFIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ANIMAIS 
CURSO DE ECOLOGIA 
DISCIPLINA: CARTOGRAFIA AMBIENTAL 
PROFESSOR: FRANCISCO DE ASSIS DE OLIVEIRA 
 
 
HISTÓRICO, DEFINIÇÃO E OBJETIVOS DA CARTOGRAFIA 
 
 
1- CONCEITO E CAMPOS DE APLICAÇÃO DA CARTOGRAFIA 
 
Representação gráfica que facilita a compreensão espacial dos objetos, conceitos, condições, processos e fatos do 
mundo humano”; 
“A ciência que se ocupa da elaboração de mapas de toda espécie. Abrange todas as fases dos trabalhos, desde os 
primeiros levantamentos até a impressão final dos mapas” (Nações Unidas – 1949); 
“Cartografia é o conjunto de estudos e operações científicas, artísticas e técnicas, baseado nos resultados de 
observações diretas ou de análise de documentação, com vistas à elaboração e preparação de cartas, projetos e outras 
formas de expressão, assim como a sua utilização” (Associação Cartográfica Internacional de Geografia – 1964). 
A cartografia pode não constituir uma ciência, como é, por exemplo, a geografia, a geodesia, a geologia, etc., 
tampouco representa uma arte, de elaboração criativa, capaz de produzir diferentes emoções, conforme a sensibilidade 
de cada um. Então, pode-se dizer que “é um método científico que se destina a expressar fatos e fenômenos observados 
na superfície da Terra, ou qualquer outra superfície mensurável”. 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): “Cartografia é a arte de levantamento, construção e edição 
de mapas e cartas de qualquer natureza”. 
Conceito Moderno de Mapa: “Apresentação ou abstração da realidade geográfica, ferramenta para apresentação 
da informação geográfica nas modalidades visual, digital e tátil”. 
Dentre os vários conceitos de Cartografia compilados da literatura pertinente destacamos a definição abaixo que 
sintetiza os aspectos mais importantes da disciplina. Cartografia é a Ciência e Arte que se propõem a representar 
através de mapas, cartas e outras formas gráficas (computação gráfica) os diversos ramos do conhecimento do homem 
sobre a superfície e o ambiente terrestre. Ciência quando se utiliza do apoio científico da Astronomia, da Matemática, 
da Física, da Geodésia, da Estatística e de outras Ciências para alcançar exatidão satisfatória. Arte, quando recorre 
às leis estéticas da simplicidade e da clareza, buscando atingir o ideal artístico da beleza 
Pela definição, todo documento cartográfico seja ele em papel ou no formato digital deve guardar um 
compromisso com a exatidão. Esta exatidão deve ser compatível com a escala de representação e/ou com outros 
aspectos específicos. 
Quando extraímos uma informação do documento cartográfico, podemos quantificar o erro em termos de 
posição geográfica, comprimento ou área. De forma similar, as informações apresentadas na carta devem ser claras, 
logicamente organizadas e de fácil leitura e interpretação. 
A Cartografia destaca-se como uma das mais antigas ciências de que se tem conhecimento, pode-se dizer que ela 
teve origem na mais remota antigüidade, quando o homem primitivo já sentia necessidade de registrar o espaço em sua 
volta a fim de marcar os lugares mais importantes para a sua sobrevivência. 
Ao registrar nas paredes das cavernas os locais onde havia abundância de água e alimentos, situações de perigo, 
redutos de outras tribos, etc., utilizando-se de instrumentos rudimentares, o homem primitivo estaria desenvolvendo um 
trabalho de cartografia na sua forma mais primitiva. 
Desde então a Cartografia tem evoluído em seus métodos e instrumentos, de tal sorte que nos dias atuais lança 
mão de inúmeras ferramentas tecnológicas como medidores a laser, sensores remotos e satélites artificiais para produzir 
documentos cartográficos com as mais diferentes finalidades e para as mais diversas áreas de aplicações. 
A Cartografia tem, nos dias atuais, aplicação em praticamente todas as áreas que lidam com recursos 
geograficamente distribuídos e para não tornar estas notas enfadonhas, citaremos apenas algumas das áreas mais 
comuns, como Engenharia, Geografia, Geologia, Pedologia, Agricultura, Arquitetura, Navegação, Transportes, 
Turismo, Meteorologia, Urbanismo, e por aí vai seguindo uma extensa e crescente lista. 
Mesmo considerando todos os avanços científicos e tecnológicos produzidos pelo homem através dos tempos, é 
possível, nos dias de hoje, entender a condição de perplexidade de nossos ancestrais, no começo dos dias, diante da 
complexidade do mundo a sua volta. Podemos também intuir de que maneira surgiu no homem a necessidade de 
conhecer o mundo que ele habitava. 
O simples deslocamento de um ponto a outro na superfície de nosso planeta, já justifica a necessidade de se 
visualizar de alguma forma as características físicas do "mundo". É fácil imaginarmos alguns dos questionamentos que 
surgiram nas mentes de nossos ancestrais, por exemplo: como orientar nossos deslocamentos? Qual a forma do planeta? 
etc.. 
O conceito de Cartografia tem suas origens intimamente ligadas às inquietações que sempre se manifestara m no 
ser humano, no tocante a conhecer o mundo que ele habita. 
O vocábulo CARTOGRAFIA, etmologicamente - descrição de cartas, foi introduzida em 1839, pelo segundo 
Visconde de Santarém - Manoel Francisco de Barros e Souza de Mesquita de Macedo Leitão, (1791 - 1856). A despeito 
de seu significado etimológico, a sua concepção inicial continha a idéia do traçado de mapas. No primeiro estágio da 
evolução o vocábulo passou a significar a arte do traçado de mapas, para em segui da, conter a ciência, a técnica e a arte 
de representa a superfície terrestre. 
Em 1949 a Organização das Nações Unidas já reconhecia a importância da Cartografia através da seguinte 
assertiva, lavrada em Atas e Anais: 
 
"CARTOGRAFIA - no sentido lato da palavra não é apenas uma das ferramentas básicas do 
desenvolvimento econômico, mas é a primeira ferramenta a ser usada antes que outras ferramentas possam ser 
postas em trabalho."(1) 
(1) ONU, Departament of Social Affair. MODERN CARTOGRAPHY - BASE MAPS FOR WORLDS 
NEEDS. Lake Success. 
O conceito da Cartografia, hoje aceito sem maiores contestações, foi estabelecido em 1966 pela Associação 
Cartográfica Internacional (ACI), e posteriormente, ratificado pela UNESCO, no mesmo ano: "A Cartografia 
apresenta-se como o conjunto de estudos e operações científicas, técnicas e artísticas que, tendo por base os 
resultados de observações diretas ou da análise de documentação, se voltam para a elaboração de mapas, cartas 
e outras formas de expressão ou representação de objetos, elementos, fenômenos e ambientes físicos e 
socioeconômicos, bem como a utilização." 
O processo cartográfico, partindo da coleta de dados, envolve estudo, análise, composição e representação de 
observações, de fatos, fenômenos e dados pertinentes a diversos campos científicos associados a superfície terrestre. 
Os mapas sempre existiram, ou, pelo menos, o desejo de balizar o espaço sempre esteve presente na mente 
humana. A apreensão do meio ambiente e a elaboração de estruturas abstratas para representá-lo foram uma constante 
na visa em sociedade desde os primórdios da humanidade até os nossos dias. Mas a história da cartografia teve início 
com o primeiro testemunho tangível de representação cartográfica (o fato de desenhar um mapa sobre o primeiro 
suporte disponível), dando existência concreta à antiga abstração. 
Ao substituírem o espaço real por um espaço analógico (processo básico da cartografia), os homens adquiriram 
um domínio intelectual do universo que trouxe inumeráveis consequências. Os mapas precederam à escritura e a 
notação matemática em muitas sociedades, mas somente no século XIX foram associados às disciplinas modernas cujo 
conjunto constitui a cartografia. Mas isso não impede que os de época anteriores remontem às próprias raízes de nossa 
cultura. 
O mapa autêntico mais antigo foi elaborado a cerca de 6000 a.c., descoberto em 1963, durante umaescavação 
arqueológica em Çatal Höyük, na região centro-ocidental da Turquia, representa o povoado neolítico do mesmo nome. 
O traçado das ruas e casas, conforme os vestígios resgatados tinham ao fundo o vulcão Hasa Dag em erupção. Esse 
mapa primitivo guarda alguma semelhança com as plantas das cidades modernas, mas sua finalidade era totalmente 
distinta. O sítio em que foi encontrado era um santuário ou local sagrado e ele foi criado como parte de um ato ritual 
como um “produto de momento” sem a intenção de ser preservado após o comprimento do rito. 
Somente Há alguns anos, mapas como os de Çatal Höyül, e as gravações similares em rochas da Àfrica, da 
América, da Àsia e da Europa, começaram a ser estudadas como uma categoria da pré-história cartográfica. Isto reflete 
não apenas as dificuldades para identificar mapas das sociedades primitivas, mas também a tendência na história da 
cartografia a tornar mais rígidos os cânones dos mapas consideráveis “aceitáveis”. 
Os mapas eram considerados marcos significativo da evolução da humanidade; por consequência, aqueles que 
não indicassem algum processo rumo à objetividade deixaram de ser seriamente estudados. Esmo alguns dos primeiros 
mapas produzidos pela cultura européia, como os grandes planisférios da Idade Média Cristã, eram considerados 
indignos de atenção científica. 
Os mapas das culturas não Européias eram considerados ainda mais estranhos ao epicentro da cartografia. Estes 
mapas só recebiam certa atenção da parte dos historiadores ocidentais quando apresentavam alguma semelhança com os 
mapas europeus. 
Nessa história comparada da cartografia, dava-se muita atenção aos aspectos matemáticos do traçado dos mapas, 
à condição dos princípios metodológicos cartográficos, e ao surgimento de inovações técnicas, como planos 
quadriculados, escalas regulares, signos abstratos convencionais e até curvas de nível. 
Partindo da convicção de que cada sociedade tem ou teve sua própria forma de perceber e de produzir imagens 
espaciais, chegando a esta simples definição de mapa: “representação gráfica que facilita a compreensão espacial dos 
objetos, conceitos, condições, processos e fatos o mundo humano”. 
O motivo de uma definição tão ampla é facultar sua aplicação a todas as culturas de todos os tempos, e não 
apenas às da era moderna. Além disso, ao considerar os mapas de uma forma de “saber” em geral, ao invés de meros 
produtos de uma prolongada difusão tecnológica a partir de um foco europeu, tal definição permite escrever uma 
história muito mais completa. 
O conceito da Cartografia, hoje aceito sem maiores contestações, foi estabelecido em 1966 pela Associação 
Cartográfica Internacional (ACI), e posteriormente, ratificado pela UNESCO, no mesmo ano: "A Cartografia apresenta-
se como o conjunto de estudos e operações científicas, técnicas e artísticas que, tendo por base os resultados de 
observações diretas ou da análise de documentação, se voltam para a elaboração de mapas, cartas e outras formas de 
expressão ou representação de objetos, elementos, fenômenos e ambientes físicos e sócio-econômicos, bem como a sua 
utilização." 
A Associação Cartográfica Internacional de Geografia, reunida em Londres, em 1964, veio pela primeira vez, 
estabelecer, em síntese, mas com precisão, o campo das atividades intimamente ligadas à cartografia: “Cartografia é o 
conjunto de estudos e operações científicas, artísticas e técnicas, baseado nos resultados de observações diretas ou de 
análise de documentação, com vistas à elaboração e preparação de cartas, projetos e outras formas de expressão, assim 
como a sua utilização”. 
O processo cartográfico, partindo da coleta de dados, envolve estudo, análise, composição e representação de 
observações, de fatos, fenômenos e dados pertinentes a diversos campos científicos associados à superfície terrestre e 
produzem produtos como: Globo, Atlas, Mapas, Cartas e Plantas. 
O produto cartográfico é de grande importância, pois é o primeiro material a ser usado antes que outras 
ferramentas possam ser postas em prática. Serve de base para: 
 
• Localização e Orientação Espacial 
• Obtenção de Informação Georreferenciada 
• Modelagem Digital de Terreno e Ortoretificação 
• Mapeamento Temático 
• Projetos Aplicados e Integrados por SIGs 
 
1. Mapas analíticos ou de referência, representam a extensão e a repartição de um dado fenômeno, de um grupo de 
fenômenos interligados ou de um aspecto particular de um fenômeno (mapas geológicos, hidrográficos, hipsométricos, 
etc.) 
2. Mapas sintéticos ou de correlação, geralmente são mais complicados e integram os dados de vários mapas 
analíticos para expor as consequências daí decorrentes (mapas geomorfológicos detalhados, mapa de ocupação do solo, 
etc.). 
 
A simbologia empregada na representação de tantos e diversificados assuntos é a mais variada que existe no 
âmbito da comunicação cartográfica. Diferentemente da cartografia sistemática, onde a terceira dimensão expressa a cota 
do terreno, na cartografia temática conforme Martinelli (1991) esta terceira dimensão expressa e é explorada pelo tema, 
permitindo mostrar modulações de apenas um atributo. Assim a manifestação do tema pode se dar de forma linear, 
pontual ou zonal. 
A história das representações temáticas tem início com uma predominância dos enfoques essencialmente 
qualitativos , tipológicos. 
A abaixo apresenta um exemplo de mapa temático representando a classe solos. 
 
 
2. CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS DE SUPORTE 
 
Para bem cumprir seus objetivos a Cartografia se apóia em varias tecnologias e ciências, algumas já bem 
consolidadas e outras em constante evolução. Destacamos aqui as mais significativas. 
 
2.1 Astronomia 
 
A astronomia é a mais antiga ciência de suporte à Cartografia. Utilizada para determinar a posição geográfica 
(latitude, longitude e orientação) de pontos e feições da superfície terrestre. Os observatórios astronômicos, desde 
remotas datas, determinam e divulgam as coordenadas das estrelas em relação à Esfera Celeste. Um observador na Terra, 
ao observar uma estrela de coordenadas já conhecidas e utilizando trigonometria esférica, pode determinar as 
coordenadas geográficas de sua posição terrestre. 
Em 27 de abril de 1500, mal haviam sido enrolados os panos das caravelas ancoradas na Terra de Vera Cruz, João 
Emenelaus, físico da esquadra de Cabral, desceu a terra e por meio do astrolábio tomou a altura do Sol ao meio dia e 
determinou a latitude de 17 graus para o local de desembarque (Cêurio de Oliveira, 1993). Nos dias atuais as medições 
astronômicas de posição foram praticamente substituídas por metodologias mais modernas que serão abordadas ao longo 
destas notas. 
 
2.2 Topografia e Agrimensura 
 
Estas técnicas são utilizadas para determinar a posição tridimensional relativa de pontos terrestres. A Topografia e 
a Agrimensura atuam em pequenas extensões, por isso consideram a Terra plana. Utilizam instrumentos que medem 
ângulos e distâncias e calculam posições utilizando geometria e trigonometria plana. Com o recente desenvolvimento das 
estações topográficas automáticas (Estações Totais) estas técnicas ganharam bastante produtividade na aquisição de 
dados sendo largamente utilizadas. 
 
2.3 Geodésia 
 
A Geodésia é a ciência que estuda a forma e as dimensões da Terra e estabelece o apoio geodésico básico (malha 
de pontos geodésicos com latitude, longitude e altitude de alta precisão) para dar suporte a elaboração de mapas. A 
Geodésia utiliza instrumentos semelhantes aos de Topografia, porém, dotados de alta precisão e associados a métodos 
sofisticados. Calcula posições utilizando cálculos geodésicos complexos, considerando a Terra como um elipsóide de 
revolução. 
 
2.4 Posicionamento Global por Satélites (GPS) 
 
O Sistema de Posicionamento Global - GPS foi projetado de forma que em qualquer lugar do mundo e a qualquer 
instante existam pelo menos quatro satélitesGPS acima do horizonte do observador. Esta situação garante a condição 
geométrica mínima necessária à determinação de posição em tempo real. Assim, qualquer usuário equipado com um 
receptor/processador de sinais GPS poderá determinar sua posição em tempo real. O Sistema GPS é constituído por 3 
segmentos distintos a saber: Segmento Espacial, Segmento de Controle e Segmento do Usuário. 
O segmento espacial é composto por 24 satélites, orbitando a uma altitude aproximada de 20.000 km, distribuídos 
em seis planos orbitais com inclinação de 55° em relação ao plano do Equador e com um período de revolução de 12 
horas siderais. A função do segmento espacial é gerar e transmitir os sinais GPS (códigos, portadoras e mensagens de 
navegação). 
O segmento de controle é responsável pela operação do Sistema GPS. Este segmento é constituído por estações de 
monitoramento espalhadas pelo mundo que rastreiam continuamente todos os satélites visíveis, a função principal deste 
segmento é atualizar a mensagem de navegação transmitida pelos satélites. 
O segmento do usuário refere-se a tudo que se relaciona com a comunidade usuária para determinação de posição, 
velocidade ou tempo. São os receptores, algoritmos, programas, metodologias e técnicas de levantamento, etc. O sistema 
GPS é capaz de fornecer posições geográficas com baixa, média ou alta precisão de acordo com o instrumental e a 
metodologia utilizados na coleta e processamento dos sinais 
 
2.5 Fotogrametria 
 
A Fotogrametria é a técnica utilizada para obtenção de medidas terrestres precisas através de fotografias especiais, 
obtidas com câmaras métricas e com recobrimento estereoscópico. É largamente utilizada em Cartografia para elaboração 
de mapas e cartas topográficas, bem como, para produção de modelos digitais de terreno. 
 
2.6 Sensoriamento Remoto 
 
Ciência e técnica que se utiliza de modernos sensores, equipamentos e programas de processamento e transmissão 
de dados, aeronaves e espaçonaves para fins de estudo do ambiente terrestre por meio do registro e da análise das 
interações entre a radiação eletromagnética e as substâncias componentes do planeta em suas mais diversas 
manifestações. O Sensoriamento Remoto veio complementar o método fotogramétrico, principalmente para atualização 
de mapas e mostrou seu grande valor na obtenção de informações temáticas. 
 
2.7 Ciência da Computação 
 
O advento e desenvolvimento da computação nas últimas décadas veio contribuir para um grande salto qualitativo 
da Cartografia. Dentro deste tópico podem ser destacados os seguintes avanços: desenvolvimento das ferramentas de 
computação gráfica, algoritmos para processamento digital de imagens, sistemas de gerenciamento de bancos de dados, 
Softwares para sistemas de informações geográficas, mesas digitalizadoras, scanners de grande formato, plotters e 
fotoplotters de alta resolução, dentre outros. 
 
 
2.8 Cartografia Digital 
 
 
Atualmente, a cartografia entra na era da informática. Com o auxílio de satélites e de computadores, a cartografia 
torna -se um verdadeiro sistema de informações geográficas, visando a coleta, o armazenamento, a recuperação, a 
análise e a apresentação de informações sobre lugares ao longo do tempo, além de proporcionar simulações de eventos e 
situações complexas da realidade, tendo em vista a tomada de decisões. Assim, não basta que os mapas respondam 
apenas à pergunta "onde?". Hoje, eles precisam responder também a outras questões, como "por quê?", "quando?", "por 
quem?", "para que finalidade?" e "para quem?". 
Com o desenvolvimento da informática, surgiu uma nova modalidade de mapeamento, através da utilização de 
computadores, o que, de uma certa forma, viria a revolucionar a cartografia tradicional. Devido a este novo panorama, 
após a década de 60 e principalmente na década de 70, surgiram novos conceitos, como os termos CAD (Computer Aided 
Design) CAM (Aided Design), AM/FM (Automated Mapping/Facility Management ), que nada mais são do que sistemas 
voltados para a transformação do mapa analógico para o meio digital, transformando uma base cartográfica impressa em 
papel, em uma base cartográfica magnética. 
Detalhando um pouco mais, um CAD, pode ser entendido como sistemas de desenho auxiliado por computador, 
que apesar de não serem Softwares específicos para a cartografia, é basicamente o principal meio de conversão 
analógico/digital de mapas. 
Os sistemas de mapeamento assistido por computador (CAM), partem da tecnologia CAD, diferenciando destes 
no fato de os dados neste sistema serem organizados em níveis (layer), possuindo ainda a capacidade de georreferenciar 
os elementos da realidade física. Os softwares do tipo AM/FM, também partem da tecnologia CAD. 
Estes sistemas trabalham com a noção de rede, sendo capazes de identificá-las, preservando suas interseções, 
gerando arquivos separados com as relações de conectividade, que descrevem a geometria do sistema. Outra importante 
característica destes sistemas são os arquivos de dados alfanuméricos, que são ligados aos arquivos gráficos. Estes 
arquivos descrevem as características dos componentes do sistema ou rede tais como, tamanho, capacidade, entre outras 
informações (KORTE, 1994). 
O processo evolutivo da cartografia digital saltou para um patamar superior na medida que foram desenvolvidos 
os sistemas de gerenciamento de banco de dados, que serão descritos posteriormente, tornando possível à ligação da base 
cartográfica digital ao banco de dados descritivo, surgindo assim os Sistemas de Informação Geográfica (SIG). 
O DVP (Digital Video Plotter), lançado no Brasil em outubro de 93, é a mais recente novidade da Cartografia 
Digital. O sistema possui um programa com funções idênticas as de um restituidor analítico, mas trabalha com imagens 
digitais, podem estas ser obtidas através de câmaras digitais ou capturada via scanner. 
O DVP, baseado em PC, deverá revolucionar a técnica de obtenção e atualização de mapas digitais, simplificando 
operações e reduzindo custos. Outro processo existe para geração de produtos cartográficos digitais que é a digitalização. 
A digitalização não é propriamente um processo de obtenção de bases cartográficas, e sim de conversão de dados 
analógicos em dados digitais. Portanto, pressupõe-se a existência de bases cartográficas convencionais (mapas 
impressões) que serão convertidas para meios digitais por dois métodos, a digitalização vetorial ou a digitalização raster. 
A digitalização vetorial consiste em transportarem-se os dados representados num mapa de linhas para um 
computador, mediante a utilização de mesas digitalizadoras e programas computacionais capazes de efetuarem esta 
operação. As mesas digitalizadoras são periféricos eletrônicos compostos de uma malha metálica, tal como uma tela de 
arame, e um cursor dotado de um solenóide em s eu centro geométrico. O seu funcionamento baseia-se no registro das 
posições ocupadas pelo cursor em relação a esta malha. 
A digitalização raster, também converte informações analógicas, contidas num mapa de linhas, em digitais. As 
diferenças com o método vetorial, situam-se no periférico utilizado, um scanner, que executa a digitalização de forma 
automática, e as imagens obtidas estão sob a forma raster. 
Os mapas ocupam um importante lugar entre os recursos de que a civilização moderna pode lançar mão. A 
produção de mapas cresce proporcionalmente ao crescimento da população, de forma a atender seus interesses nos mais 
variados ramos de atividade. 
A história dos mapas é mais antiga que a própria história, isto se pensarmos na história como a documentação 
escrita sobre fatos passados. A elaboração de mapas precede a escrita. Isto pode ser concluído do fato comprovado por 
muitos exploradores dos vários povos primitivos que embora eles não houvessem alcançado a fase de escrita, 
desenvolveram a habilidade para traçar mapas. A base do sistema cartográfico atual é atribuída portodos aos gregos. 
Admitiram a forma esférica da Terra, com seus pólos, equador e trópicos. 
Desenvolveram o sistema de coordenadas geográficas, desenharam as primeiras projeções e calcularam o 
tamanho do nosso planeta. 
Para elaborar um mapa deve-se conhecer muito bem o modelo, a Terra, e ter-se o discernimento científico para 
se suprimir detalhes de menor importância de acordo com a escala e o objetivo do mesmo. O técnico deve ter, também, 
o discernimento artístico na escolha de símbolos e cores para representar os diversos elementos que irão compor o 
mapa. 
Tanto o profissional que elabora o mapa, como aquele que se utiliza dele, devem ter noções básicas que os 
orientem tanto no seu uso, como na sua execução. Uma intensa discussão tem ocorrido, internacionalmente, a respeito 
de definições básicas em Cartografia, em 1964, visando estudar a padronização de termos técnicos, a Associação 
Cartográfica Internacional (ACI) estabeleceu uma Comissão, o que levou à constituição de Grupos de Trabalhos nos 
diversos países-membros, resultando, assim, na publicação do Dicionário Multilíngue de Termos Técnicos em 
Cartografia . 
São várias as definições de Cartografia encontradas na literatura ao longo do tempo e é interessante observar que 
o avanço tecnológico vem provocando constantes evoluções em tal conceito. 
A cartografia é considerada como a ciência e a arte de expressar (representar), por meio de mapas e cartas, o 
conhecimento da superfície terrestre. É ciência porque, para alcançar exatidão, depende basicamente da astronomia, 
geodesia e matemática. É arte porque é subordinada as leis da estética, simplicidade, clareza e harmonia. 
A palavra mapa é de origem cartaginesa e significa "toalha de mesa", uma vez que na época os navegadores e os 
negociantes ao discutir sobre suas rotas, caminhos e localidades, rabiscavam diretamente sobre as toalhas (mapas), 
surgindo daí a denominação "mapa". A palavra carta parece ser de origem egípcia, e significa papel, que vem 
diretamente do papiro. 
Nos países de língua inglesa há uma nítida diferença entre mapa e carta. Em português, como os dois vocábulos 
coexistem, carta e mapa tem praticamente o mesmo significado. No Brasil há uma certa tendência em empregar o termo 
mapa quando se trata de um documento mais simples, ao contrário, o documento mais complexo ou mais detalhado 
costuma -se denominar de carta. 
Segundo a ABNT mapa é "representação gráfica, em geral uma superfície plana e numa determinada escala, com 
a representação de acidentes físicos e culturais da superfície da Terra, ou de um planeta ou satélite" já, a palavra carta é 
a "representação dos aspectos naturais e artificiais da Terra, destinada a fins práticos da atividade humana, permitindo a 
avaliação precisa de distâncias, direções e a localização plana, geralmente em média ou grande escala, de uma 
superfície da Terra, subdividida em folhas, de forma sistemática, obedecido um plano nacional ou internacional". 
Outra definição polêmica proposta pela Associação Cartográfica Internacional é a de cartógrafo, considerado 
como aquele que pratica a Cartografia, sem menção alguma à educação cartográfica. O profissional habilitado, 
atualmente, a praticar a Cartografia, é o engenheiro cartógrafo, aquele que se especializa em uma área que se insere 
entre as Engenharias e as Geociências, ou seja, a Engenharia Cartográfica, a qual pode ser considerada como a área do 
conhecimento voltada às atividades de planejamento, aquisição, processamento, utilização e comunicação da 
informação espacial. 
Assim como ocorreu com a Cartografia, o conceito de produtos cartográficos também tem evoluído para o de 
produtos de informação, em parte em função dos avanços tecnológicos, mas principalmente, devido a uma maior 
preocupação do cartógrafo com seu papel social e político no atual cenário mundial. Tradicionalmente, e em particular 
no nosso país, a definição e classificação de produtos cartográficos têm se prendido ao aspecto quantitativo, 
considerando características tais como escala e precisão; entretanto, o aspecto qualitativo tem grande relevância e não 
pode ser desprezado, uma vez que leva em conta o tipo de informação que se quer transmitir, qual o seu propósito, por 
quem é produzida e a quem é dirigida. 
 
 
3. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CARTOGRAFIA 
 
O objeto da cartografia consiste em reunir e analisar dados das diversas regiões da terra, e representar 
graficamente em escala reduzida, os elementos da configuração que possam ser claramente visíveis. Para pôr em 
evidência a configuração da superfície terrestre, o instrumento principal do cartógrafo é o mapa. Mas, outras 
representações, tais como modelos de relevo, globos, fotografias aéreas, imagens de satélite e cartogramas, são assuntos 
próprios para serem tratados em cartografia. 
Um mapa é, no seu conceito mais elementar, uma representação convencional da superfície terrestre, vista de 
cima, na qual se colocam letreiros para a identificação. Alguns mapas são tão abstratos e convencionais que dificilmente 
se reconhece neles uma representação do quadro original. 
Definimos um mapa como uma representação convencional da configuração da superfície da terra. Toda a 
representação está numa proporção definida com o objeto representado. Esta proporção é chamada de escala. Ou ainda, 
pode-se definir um mapa como um desenho seletivo, convencionado e generalizado de alguma região de uma grande 
área, comumente da superfície terrestre, como se vista de cima e numa escala muito reduzida. 
A maioria dos mapas recebe inscrições, isto é, são dados nomes as feições representadas, e são relacionados a 
um sistema de coordenadas. 
De forma geram, os mapas apresentam as seguintes características: 
a) Desenhados numa escala predeterminada. Cada forma ou acidente do terreno é colocada exatamente na direção 
apropriada em relação a outros pontos e numa distância horizontal proporcional à escala do mapa; 
b) Seletivos, somente são incluídos os acidentes ou formas importantes para a finalidade do mapa; 
c) Convencionados, todos os acidentes são apresentados por convenções ou símbolos padronizados; 
d) Generalizados, detalhes intrincados são simplificados, particularmente nos mapas de pequena escala; 
e) Geralmente relacionados a um sistema de paralelos e meridianos. 
Os mapas não estão necessariamente limitados a representar a superfície terrestre, pois existem mapas celestes, 
da lua, etc.; porém em todos os casos uma grande extensão horizontal apresenta-se reduzida a um tamanho menor. 
O cartógrafo deve ser ao mesmo tempo um homem de ciência e um artista. Deverá conhecer perfeitamente o 
assunto e o modelo que vai representar, isto é, a Terra. Deverá discernir para suprimir mais ou menos detalhes, segundo 
o sistema de projeção, a escala, e a finalidade de seu mapa. A representação dos elementos é feita mediante linhas, 
símbolos e cores, cujo uso acertado depende do conhecimento científico e do sentido artístico. 
Interpretar é "ler" um mapa. E saber interpretar um mapa é uma excelente forma de conhecermos uma cidade, 
um município, uma região, um estado, um país, etc. Por exemplo, um mapa físico retrata as altitudes de um território, os 
recursos hídricos, os diferentes tipos de solo, os aspectos geológicos, etc. Um mapa político mostra a divisão dos 
municípios, dos estados, as principais cidades. 
O mapa é uma representação convencional da superfície da Terra, trata-se de um meio de comunicação, e sua 
leitura requer o conhecimento da linguagem utilizada na sua elaboração. Os mapas podem ser de diversos tipos, 
transmitindo informações de natureza variada. Grande parte da simbologia empregada nos mapas obedece a convenções 
aceitas universalmente. Os diferentes profissionais procuram compreender a linguagem empregada nos mapas, a fim de 
obter muitas informações para seus estudos. Estes profissionais podem apenas interpretar os mapas elaborados pelos 
cartógrafos,bem como criarem seus próprios mapas, para ilustrar seus estudos e pesquisa. 
 
 
Em geral, os mapas têm as seguintes finalidades: 
 
a) Obter informações sobre a distribuição espacial dos fenômenos, como solos, precipitação, uso da terra, densidade 
demográfica, etc.; 
b) Discernir relações espaciais entre os vários fenômenos; 
c) Coletar, através de medições, dados necessários às análises geográficas, propiciando informações para a descrição 
e análises estatísticas. 
 
 
4. A CARTOGRAFIA MO BRASIL 
 
A Cartografia, no Brasil, teve seu desenvolvimento a partir da Segunda Guerra Mundial em função dos 
interesses militares. Instituições como os atuais Instituto Cartográfico da Aeronáutica (ICA), Diretoria do Serviço 
Geográfico do Exército (DSG) e Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), foram as principais responsáveis pela 
execução da Cartografia Sistemática do País, objetivando mapear todo o território nacional, em escalas de 1:50.000 a 
1:250.000. 
1922 – Foi organizado o Serviço Geográfico do Exército. Este ano ainda marca o aparecimento da Carta do 
Brasil ao Milionésimo (primeiro "retrato cartográfico de corpo inteiro" do país), editada pelo Clube de Engenharia, em 
comemoração ao centenário da Independência. 
 
Considerações sobre a Coordenação do Sistema Cartográfico Nacional: 
 
1938 – Instituto Nacional de Estatística e o Conselho Brasileiro de Geografia foram incorporados ao Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística – 
IBGE. O primeiro projeto do IBGE: "Determinação das Coordenadas das Cidades e Vilas". 
1940 – Pela primeira vez na história da Estatística Brasileira os dados de coleta e tabulações do censo foram 
referenciados a uma base cartográfica sistematizada, pelo menos quanto às categorias administrativas: Municipais e 
Distritais – Cidades e Vilas. A partir de então estava assegurado o georreferenciamento das estatísticas brasileiras. 
1962 – O IBGE passa a atuar nas escalas maiores de 1:250.000, ou seja, em paralelo aos trabalhos nas escalas ao 
milionésimo; 1:500.000 e 1:250.000. 
Passou a conduzir as atividades necessárias a produção dos documentos nas escalas de 1:50.000 e :100.000, 
antes restritos a atuação do Serviço Geográfico do Exército. 1966/1967 – O Presidente Castelo Branco estabelece outro 
grupo de trabalho para definir as Diretrizes e Bases da Política Cartográfica Nacional. 
Mantém a atuação descentralizada das instituições cartográficas do governo federal e explicita a coordenação da 
Política Cartográfica Nacional como atribuição da Comissão de Cartografia (COCAR) inserida na estrutura do IBGE. A 
COCAR foi estruturada de modo a que todos os Ministérios que desenvolvessem ou demandassem serviços 
cartográficos lá estivessem representados, pois o objetivo principal do Decreto se resumia em Organizar o Sistema 
Cartográfico Nacional no que dizia respeito a União. 
O elenco de representantes era complementado por assentos atribuídos à iniciativa privada, através da atual 
Associação Nacional das Empresas de Levantamentos Aeroespaciais (ANEA), e ao IBGE, que constituíram exceção à 
representação ministerial. 
 
1972 – Projeto RADAM – Radar da Amazônia, aplicação pioneira de sensores aerotransportados. Posteriormente 
o projeto foi estendido a todo território nacional – RADAMBRASIL. Em 1985 o projeto foi extinto. 
1975 a 1985 – Pode-se afirmar que foi o período de mais intensa produção cartográfica, fruto da modernização 
dos equipamentos e processos de produção. 
1994 – O Governo Federal cria a Comissão Nacional de Cartografia (CONCAR) em moldes semelhantes àquela 
dos anos 60. Mantém a estrutura da representação ministerial com as mesmas exceções, IBGE, como provedor de apoio 
administrativo, e ANEA. E a subordinação retorna a área do planejamento, agora no Ministério do Planejamento e 
Orçamento. 
2000 - Mudança sistema referência cartográfica. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) 
estuda uma mudança na elaboração dos mapas no Brasil, substituindo o sistema topocêntrico empregado hoje pelo 
geocêntrico. 
 
Considerações Sobre o Sistema, Política e Plano Cartográfico Nacional 
 
O Plano Cartográfico Nacional é composto pelos Planos Cartográficos Terrestre Básico, Náutico e Aeronáutico. 
O Plano Cartográfico Terrestre Básico contém o Geodésico e abrange as escalas vinculadas a abordagem sistemática do 
território nacional: 
Séries de: 1:1.000.000, 1:500.000, 1:250.000, 1:100.000, 1:50.000 e 1:25.000. 
Em termos da representação básica, de uso geral, o Plano é suficientemente explícito, contudo se mostra 
deficiente em regular a apresentação temática, que vem ganhando importância crescente com a racionalização das 
preocupações para com o ambiente natural e os processos de organização social comprometedores da qualidade de vida. 
A omissão também é observada com relação às escalas grandes, também ditas cadastrais, onde se mostra crescente a 
demanda e se observa a necessidade de normalização. 
 
O Mapa Mental 
 
Muitas pessoas são fascinadas pelos mapas. Eles excitam a imaginação ao se ver milhares de quilômetros 
quadrados da terra num desenho sobre uma pequena folha de papel. 
As pessoas gostam de pendurar mapas em paredes, devido às suas qualidades artísticas e científicas. Pode-se 
considerar o interesse das pessoas pelos mapas, mas os dados constantes nos mesmos tem de ser apresentados de forma 
verdadeira e harmoniosa, com clareza, simplicidade e ainda um toque de beleza. Tudo isso depende da habilidade do 
autor do mapa em planejar e desenhar; esses dois aspectos estão intimamente inter-relacionados. 
Planejar significa estabelecer o plano geral e o estilo do mapa, a ser decidido antes do traçado da primeira linha; 
desenhar significa dispor no papel o que foi planejado. Essas duas atividades não podem ser separadas. 
Ao explicar a um estranho como chegar à estação rodoviária, traduzimos em palavras o mapa que esta na nossa 
me nte (mapa mental), e somos levados a acompanhar nossas palavras com gestos semelhantes aos usados no desenho 
de um mapa. Uma pessoa cega, que se move em torno de um quarto sem bater em qualquer móvel, usa um mapa mental 
formado pelas várias batidas anteriores. Em cada um desses casos, o mapa foi formado por experiência pessoal, 
sintetizando numa imagem mental, centenas de impressões de distâncias, direções, voltas e marcas terrestres. Há 
grandes diferenças entre as pessoas em sua habilidade para figurar mapas mentais. O processo é mais complexo quando 
temos de figurar mentalmente o mapa de uma vasta região, na sua maior parte desconhecida por nós. 
A melhor forma de nos orientarmos numa área desconhecida é desenhar o local que queremos explorar. Por 
exemplo, para explicar um endereço a alguém, muitas vezes fazemos o desenho do local com as ruas, praças ou 
avenidas próximas. Esses tipos de desenho podem ser considerados esboços de mapas, porque não mostram a área com 
exatidão e, principalmente, não têm escala. Os mapas primitivos eram mais ou menos assim, esquemas sem escala e 
sem as convenções cartográficas que usamos hoje. 
A maioria dos mapas elaborados hoje apresentam muita exatidão e muito rigor em relação a áreas, limites, 
distâncias, etc. Mas, para elaborar um mapa, é preciso antes de tudo fazer um levantamento. Levantamento é o estudo 
preparatório para mapear uma região. É um trabalho muito minucioso, envolve a aplicação de diversos tipos de 
produtos e recursos tecnológicos, especialmente as técnicas de sensoriamento remoto, cartografia digital e 
geoprocessamento. As fotografias aéreas e as imagens obtidas por satélite, hoje em dia, são excelentes fontes de 
informação para a elaboração de mapas. 
Todo planejamento, notadamente aquele voltado ao desenvolvimento de um país, estado, município ou área de 
interesse qualquer, necessita de uma quantidade muito grande de informações. Estas informações devem ser as mais 
variadas possíveis, confiáveis e estar ao alcance dos planejadores semo que, os planos não passam de condutas 
fantasiosas dos “especialistas”. Pela importância e variedade dos dados que oferece, destaca-se de forma especial o 
mapeamento ou base cartográfica. Sem mapas e sem estatísticas é impossível planejar com seriedade e segurança. “O 
Mapeamento é pré condição do desenvolvimento” (CUNHA, 1983). 
 
 
5. APLICAÇÕES E TENDÊNCIAS FUTURAS 
 
A Cartografia, cuja função essencial é representar a realidade através de informações espaciais de uma forma 
organizada e padronizada incluindo acuracidade, precisão, recursos matemáticos de projeções cartográficas, 
datum para a determinação de coordenadas e ainda recursos gráficos de símbolos e textos, têm tido suas 
aplicações estendidas à todas as atividades que de alguma forma necessitem conhecer parte da superfície 
terrestre. Assim, o mapa será sempre necessário, por exemplo, nos projetos de engenharia (Construções de Estradas, 
Usinas, Cidades, Parques) e no planejamento e monitoramento regional do meio ambiente (Recursos Naturais, 
Agricultura, Florestas, Hidrografia, etc. 
Atualmente, os conhecimentos de cartografia, necessários à tecnologia SIG, desfrutam de um grande 
desenvolvimento na habilidade de se construir mapas digitais que efetivamente comuniquem as idéias e questões 
geográficas de um mapa analógico. Para isto, softwares apropriados são desenvolvidos e objetivam ainda, viabilizar a 
utilização de produtos resultantes das novas tecnologias de captação e processamento da informação espacial, como é o 
caso das imagens de satélites, dos dados obtidos por levantamentos com GPS e das imagens retificadas de fotografias 
aéreas (as ortofotos digitais). 
 
5.1 Renovações aos métodos cartográficos 
 
a) Utilização de Imagens de Satélite 
 
A tomada de imagens a partir de plataformas espaciais, com sensores montados a bordo de satélites artificiais, 
capazes de gravitar no entorno da Terra, tem gerado expectativas e experiências capazes de provocar novas revoluções 
no processo cartográfico. Embora as expectativas ainda não tenham sido atendidas (o que justifica-se no fato dos 
satélites artificiais de observação terrestre não terem sido projetados para aplicações cartográficas), os cartógrafos vêm 
se utilizando das imagens decorrentes das aplicações dos sistemas de sensores LANDSAT e SPOT. 
As imagens utilizadas para o desenvolvimento de técnicas de monitoramento de ações sobre a superfície 
terrestre, atualização cartográfica, produção de fotomapas e, no caso do SPOT, compilação estereofotogramétrica em 
mapeamentos topográficos em escalas pequenas. 
 
b) Utilização de GPS 
 
A tecnologia GPS começa a concretizar o sonho dos cartógrafos de se libertarem das injunções dos 
levantamentos terrestres, através de sistemas de mapeamento que, a partir de fotos aéreas, dispensam os custosos e 
demorados levantamentos de campo. A integração dos posicionadores GPS com as câmaras fotogramétricas em 
plataformas inerciais permite a determinação da posição do centro ótico da câmara, no instante de tomada da imagem, 
através da obtenção das coordenadas X, Y, Z e das atitudes da mesma, com precisão suficiente para satisfazer às 
especificações para todos os tipos de mapas em escalas médias e grandes. 
 
c) Utilização de Ortofotos Digitais 
 
A utilização de ortofotos pode ser valorosa em muitos aspectos da cartografia. A exemplo disto, pode ser citado 
o trabalho "Atualização Cartográfica com o Uso de Ortofotos Digitais" – GIS BRASIL 96. Este trabalho 
desenvolveu-se visando a atualização de uma carta topográfica referente a uma área urbana da região de Curitiba - PR, 
em formato digital com a utilização de ortofotos digitais. O trabalho partiu de uma carta topográfica desatualizada 
(1990) na escala 1:2.000 (arquivo digital no formato vetorial), e de um vôo aerofotogramétrico recente (1995) da 
mesma área. 
As fotos serviram de fonte para a produção de ortofotos digitais. A atualização cartográfica do arquivo vetorial 
foi realizada através da sobreposição deste à imagem da ortofoto, e da utilização de um software apropriado (TemapW). 
Os resultados mostram satisfatoriamente a viabilidade técnica desta metodologia. 
Os mapas digitais estarão, nos próximos anos, substituindo rapidamente os mapas convencionais em papel 
(analógicos), utilizados por séculos. A evolução dos sistemas digitais de registro iconográfico, em substituição aos 
analógicos em base de filme, começa a apontar, em futuro próximo, à processos de compilação cartográfica que 
poderão se desenvolver inteiramente em ambiente computacional, eliminando as custosas instalações de laboratórios 
fotográficos. Faz-se oportuno ressaltar que estas inovações revelam a necessidade de se rever a base conceitual dos 
processos de produção cartográfica.

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