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Modalidades Especiais das Obrigações

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Modalidade� Especiai� da� Obrigaçõe�
● Obrigações alternativas:
↳ Nesse tipo de obrigação, os objetos estão ligados pela conjunção “OU”.
↳ Podem existir duas ou mais opções.
↳ Por convenção das partes, apenas um objeto será prestado, por força da
escolha.
↳ É uma obrigação única, com várias prestações, que com o poder da escolha
promove-se a concentração em apenas uma dela, tornando-a simples.
↳ Nessa modalidade, tudo se resumo no poder da escolha.
↳ A obrigação é indivisível, isto é, um dos objetos da obrigação deve ser
prestado por inteiro, sem fracionamento.
⇘ Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra
coisa não se estipulou.
§ 1 o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação
e parte em outra.
↳ No caso de obrigações periódicas, o devedor pode, a cada período, optar
pelo cumprimento da obrigação que preferir.
⇘ poder de escolha se renova a cada período.
⇘ Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra
coisa não se estipulou.
§ 2 o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção
poderá ser exercida em cada período.
↳ Apenas após a escolha a obrigação estará em condições de ser cumprida, já
que antes o objeto aida está indefinido.
↳ A escolha torna a obrigação simples e uma vez cientificada, dá-se a
concentração.
⇘ a concentração retroage ao momento da formação do vínculo
obrigacional, tornando a obrigação simples - como se fosse desde o início.
↳ A cientificação da escolha não exige forma especial, bastando apenas a
declaração unilateral da vontade.
↳ A escolha deve ser feita pelo devedor, credo ou ainda um terceiro.
⇘ quando o terceiro não quiser ou não puder, caberá ao juiz fazê-la.
⇘ Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra
coisa não se estipulou.
§ 4 o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder
exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.
↳ Do mesmo modo, caberá ao juiz se na pluralidade de optantes, não houver
acordo unânime.
⇘ Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra
coisa não se estipulou.
§ 3 o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre
eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
➔ obrigação alternativa X obrigação de dar coisa incerta:
a) alternativa:
● indeterminação do objeto afastada pela escolha;
● há vários objetos e a escolha deve recair sobre um deles.
b) dar coisa incerta:
● indeterminação do objeto afastada pela escolha;
● há apenas um objeto, indeterminado quanto à sua
qualidade;
↳ Pode ocorrer a conjugação entre as duas espécies, sendo, ao
mesmo tempo, uma obrigação alternativa e de dar coisa incerta.
⇘ obrigação de dar dez sacas de milho ou dez sacas de café,
com qualidades indeterminadas
↳ Elas oferecem maiores perspectivas de cumprimento pelo
devedor, já que é possível escolher a menos onerosa, dentre os
vários objetos que compõe a obrigação
➔ momento da escolha:
↳ No momento em que a obrigação é assumida entre as partes, o prazo
para o exercício da opção deve ser estabelecido.
↳ Se o prazo não for estabelecido, o devedor deverá ser notificado para
ser constituído em mora.
⇘ após isso, o credor poderá propor ação para obter sentença
judicial alternativa.
⇘ Art. 800. Nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao
devedor, esse será citado para exercer a opção e realizar a prestação
dentro de 10 (dez) dias, se outro prazo não lhe foi determinado em lei ou
em contrato.
↳ Caso, aquele que deve fazer a escolha deixar de fazê-la, sofrerá a
decadência desse direito.
↳ A escolha é irrevogável e indivisível e provoca a concentração.
↳ A escolha cabe:
● devedor (regra geral);
● credor (havendo convenção e ao terceiro entre as partes);
● ao juiz (se o terceiro não puder ou não quiser);
➔ impossibilidade de cumprimento da obrigação:
a) impossibilidade material de cumprimento de uma das
alternativas:
↳ um dos objetos não pode ser prestado ,por causa não
imputável, a uma das partes.
↳ a obrigação se concentra na prestação remanescente,
independentemente da vontade das partes.
↳ a obrigação se torna simples.
⇘ Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de
obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto
à outra.
b) impossibilidade jurídica:
↳ o ato é nulo.
↳ ambas as prestações são inexigíveis, em face da ilicitude do
objeto.
c) impossibilidade física:
↳ se haviam apenas duas prestações, a obrigação será simples -
sendo alternativa apenas na aparência.
↳ se haviam mais de duas prestações, a obrigação é alternativa.
➔ impossibilidade superveniente, que surge depois da existência da
obrigação alternativa:
1) de uma das prestações:
a) sem culpa do devedor:
↳ concentração do débito na outra, ou nas outras,
prestação, independentemente da manifestação de
vontade das partes.
⇘ Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser
objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá
o débito quanto à outra.
b) com culpa do devedor, cabendo a ele a escolha:
↳ poderá concentrar a prestação remanescente.
⇘ Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser
objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá
o débito quanto à outra.
c) com culpa do devedor, cabendo a escolha ao credor:
↳ ele pode pedir a prestação remanescente OU o
equivalente em dinheiro relativo à outra + perdas e danos.
⇘Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das
prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o
credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o
valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do
devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis,
poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas,
além da indenização por perdas e danos.
2) de todas as prestações:
a) sem culpa do devedor:
↳ exaure-se a obrigação por falta de objeto.
⇘ Art. 256. Se todas as prestações se tornarem
impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a
obrigação.
b) com culpa do devedor, cabendo a ele a escolha:
↳ deverá prestar o valor do objeto que pereceu por último
(pois nele concentra-se o débito) + perdas e danos.
⇘ Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder
cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao
credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor
da que por último se impossibilitou, mais as perdas e
danos que o caso determinar.
c) com culpa do devedor, cabendo a escolha ao credor:
↳ ele pode exigir o valor de qualquer uma das prestações +
perdas e danos.
⇘ Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma
das prestações tornar-se impossível por culpa do
devedor, o credor terá direito de exigir a prestação
subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se,
por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem
inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de
qualquer das duas, além da indenização por perdas e
danos.
● Questões controvérsias:
➔ Obrigação Facultativa - Flavio Tartuce:
↳ “Possui apenas uma prestação acompanhada por uma faculdade a ser
cumprida pelo devedor de acordo com sua opção e conveniência.”
↳ Caso tenha a impossibilidade de cumprimento da obrigação sem
culpa do devedor, ela se resolve sem incidência de perdas e danos.
↳ Como o credor não pode exigir essa escolha, trata-se de uma
obrigação simples.
↳ Essa modalidade não está presente no Código Civil, por isso Tartuce
defende que é preciso analisar caso a caso o instrumento obrigacional.
➔ Pluralidade de Sujeitos:
↳ Pode acontecer no polo ativo, passivo ou em ambos.
↳ Será simples se cada um dos polos for ocupado por uma única
pessoa.
↳ Caso tenha a multiplicidade de sujeito, deve-se verificar o objeto pode
ou não ser dividido.
a) divisíveis: objeto pode ser dividido entre os sujeitos.
b) indivisíveis: objeto não pode ser dividido entre os sujeitos.
c) solidárias: indivisibilidade existe sempre, mesmo que o objeto
seja divisível.
↳ a solidariedade se realiza entre os sujeitos da relação jurídica
por vontade deles ou por determinação dalei.
↳ a solidariedade nunca é presumida.
● Obrigações divisíveis e indivisíveis:
↳ O que é ou não divisível é a PRESTAÇÃO.
↳ Divisão: natureza do objeto deve ser levada em consideração, porque se ela
fizer o objeto perder a sua substância, essência ou valor econômico, será
indivisível.
⇘ diamante, carro desmontado, fazenda loteada.
⇘ Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua
substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se
destinam.
⇘ Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por
determinação da lei ou por vontade das partes.
↳ A obrigação é divisível quando pode ser cumprida de maneira fracionada.
⇘ Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação
divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas,
quantos os credores ou devedores.
↳ Será indivisível quando o objeto não puder ser cumprido parceladamente,
por conta de sua natureza (indivisibilidade natural), vontade da lei, vontade
das partes (indivisibilidade intelectual) ou por perder ser valor ou utilidade
(indivisibilidade econômica).
⇘ Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma
coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de
ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.
⇘ Art. 1.386. As servidões prediais são indivisíveis, e subsistem, no caso de
divisão dos imóveis, em benefício de cada uma das porções do prédio
dominante, e continuam a gravar cada uma das do prédio serviente, salvo se,
por natureza, ou destino, só se aplicarem a certa parte de um ou de outro.
➔ divisibilidade nas obrigações de dar, fazer e não fazer:
↳ depende da possibilidade de fracionamento do objeto de sua
prestação, podendo ser divisível ou indivisível.
⇘ obrigações de dar e fazer.
⇘ dar 10 canetas ou 1 casa; fazer 1 escultura ou 10 esculturas com a
entrega de uma por mês.
↳ as obrigações de não fazer são indivisíveis, já que a abstenção se
quebra pela prática do ato do devedor.
⇘ qualquer que seja a prática do devedor, mesmo que seja parcial,
implica no descumprimento da obrigação.
⇘ exemplo: obrigação de não construir acima de três andares; assim
que começa a construção o quarto andar, o devedor se torna
inadimplente.
➔ efeitos da divisibilidade e da indivisibilidade:
↳ se houver um devedor e um credor, o objeto deve ser prestado por
inteiro, salvo disposição em contrário.
↳ caso tenha pluralidade de credores ou devedores, haverá a divisão
desses objetos.
⇘ Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em
obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações,
iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
a) indivisibilidade com pluralidade de devedores:
↳ cada um é obrigado pela dívida toda, ficando, quem pagar
sub-rogado (substituído) em todos os direitos do credor
(concurso passivo).
⇘ Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não
for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no
direito do credor em relação aos outros coobrigados.
b) indivisibilidade com pluralidade de credoras:
↳ cada um dos credores poderá exigir a dívida toda os devedores
ou devedor (concurso ativo).
↳ pode o(s) devedor(es) pagar o credor conjuntamente OU
apenas um realizar o pagamento, exigindo que este preste
caução de ratificação para garantir o pagamento do outro (s)
credor (es).
⇘ se apenas um dele recebe, será devedor junto aos outros
credores, que precisam receber a parte que lhes é devido.
⇘ caução de ratificação: documento escrito e expresso pelos
credores chancelando o pagamento a apenas aquele credor,
confirmando o pagamento realizado a um dos devedores.
➔ outros artigos:
⇘ Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes
exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão,
pagando:
I - a todos conjuntamente;
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
⇘ Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a
cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a
parte que lhe caiba no total.
⇘ Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará
extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a
quota do credor remitente.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação,
novação, compensação ou confusão.
⇘ Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver
em perdas e danos.
§ 1 o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os
devedores, responderão todos por partes iguais.
§ 2 o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros,
respondendo só esse pelas perdas e danos.
● Obrigações Solidárias Ativas:
↳ Nessa modalidade de obrigação, participam:
a) vários credores;
b) vários devedores;
c) vários credores E devedores.
↳ Cada credor tem o direito de exigir a obrigação de forma INTEIRA.
⇘ assim como, cada devedor tem o direito de prestar a obrigação de forma
INTEIRA.
↳ Cada um está obrigado pela dívida toda, como se fossem um único devedor
ou um único credor.
↳ Não pode existir solidariedade sem que haja a INDIVISIBILIDADE DO OBJETO.
⇘ Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de
um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida
toda.
→ De acordo com Flávio Tartuce, esse artigo está em sintonia com o princípio
da operabilidade já que esse dispositivo facilita a aplicação da solidariedade.
⇘ Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das
partes.
→ isso significa que, a solidariedade precisa ser expressamente convencionada
no contrato pelas partes ou estar presumida em lei.
⇘ Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos
co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar
diferente, para o outro.
→ princípio da variabilidade da natureza da obrigação solidária.
→ precisa estar pré-estabelecida no contrato.
→ o que importa é a unidade subjetiva e a pluralidade de sujeitos
simultaneamente.
→ também de acordo com Tartuce, esse dispositivo propõe a consequência da
presença de elementos incidentais:
a) obrigação solidária pura e simples: possui efeitos imediatos e não
possui condição, termo ou encargo.
b) obrigação solidária condicional: efeitos da obrigação estão sujeitos a
um evento futuro e incerto (condição).
c) obrigação solidária a termo: efeitos da obrigação dependem de um
evento futuro e certo (termo).
d) obrigação solidária modal: não existe vedação para ela desde que haja
“possibilidade de compatibilidade do encargo com uma obrigação
solidária”.
→ CJF Enunciado 347 - “Art. 266: A solidariedade admite outras disposições de
conteúdo particular além do rol previsto nesse artigo.”.
➔ Indivisibilidade X Solidariedade:
↳ Em ambas essas modalidades, o credor tem o direito de exigir a
obrigação por inteiro assim como o devedor tem o direito de prestar o
objeto da obrigação por inteiro.
a) indivisibilidade: depende da natureza do objeto, vontade das
partes ou por motivos econômicos.
b) solidariedade: indivisibilidade do objeto é condição de sua
existência, independentemente se o objeto é naturalmente
indivisível ou não, ou seja, o objeto é indivisível por força de lei ou
contrato.
↳ Diferenças:
INDIVISIBILIDADE SOLIDARIEDADE
Quando a obrigação se converte em
perdas e danos, o objeto perde a sua
qualidade de indivisível e passa a ser
divisível, já que o objeto foi
substituído pelo seu equivalente
(art. 263).
Quando a obrigação se converte em
perdas e dano, SUBSISTE a
solidariedade, permanecendo o
objeto indivisível.
(arts. 271 e 279).
É baseada em uma relação jurídica
OBJETIVA, ou seja, se relaciona com
o objeto da prestação.
É baseada na relação jurídica
SUBJETIVA, decorrendo da lei ou da
vontade das partes.
Devedor se OBRIGA ao TODO pela
impossibilidade de fracionamento do
objeto, mas DEVE apenas a SUA
PARTE.
Devedor DEVEo TODO.
Não cessa com a morte do credor, já
que o objeto não se reparte entre os
sucessores por sua natureza (art. 270).
Se extingue com a morte do credor,
tendo o crédito repartido entre os
herdeiros.
➔ Solidariedade Ativa:
↳ Concorrência de dois ou mais credores, cada um com o direito de
receber todo o objeto da prestação.
⇘ Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do
devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
⇘ Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem
o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.
→ Caso haja a demanda judicial, acontece a PREVENÇÃO JUDICIAL,
desse modo a obrigação só será cumprida mediante o pagamento do
credor que promoveu a ação.
⇘ Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a
dívida até o montante do que foi pago.
→ traz a regra de que qualquer um dos credores pode receber o
pagamento, não só na sua integralidade, mas de forma parcial.
→ caso o devedor pague parcialmente a um dos co-credores, a
solidariedade se extingue apenas na proporção do pagamento,
permanecendo todos os credores, inclusive o que recebeu a parcela,
com direito de exigir todo o restante da dívida.
→ credor não é obrigado a receber em partes se assim não foi
convencionado.
⇘ Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação
divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a
pagar, por partes, se assim não se ajustou.
⇘ Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros,
cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que
corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for
indivisível.
→ os herdeiros do credor falecido só poderão reclamar a parte no
crédito solidário cabível ao de cujus, e não a totalidade do crédito,
cessando a solidariedade ativa em relação aos sucessores.
ATENÇÃO!
→ Essa regra não se aplica quando o objeto da obrigação for
NATURALMENTE INDIVISÍVEL.
→ Dessa forma, o cumprimento da obrigação ocorrerá diante da
entrega do objeto INTEIRO a QUALQUER UM dos credores, inclusive dos
sucessores do falecido.
⇘ Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste,
para todos os efeitos, a solidariedade.
→ acontece a manutenção da solidariedade ativa, diferentemente do
que acontece na obrigação indivisível.
→ a natureza do objeto não interfere na solidariedade.
→ o montante poderá ser cobrado por qualquer credor, mantendo-se a
solidariedade.
⇘ Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o
pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
→ quando a prestação é cumprida, a solidariedade se extingue
externamente.
→ dessa forma, a relação subsiste apenas entre os co-credores, já que
aquele que recebeu o valor total ou perdoou a dívida, responderá
perante os demais.
→ no caso de remissão de forma integral por um dos credores
solidários, ele responderá perante os outros pelas suas cotas.
→ se o credor “A” perdoar a dívida por inteiro ou receber o montante de
R$ 30.000, deverá pagar aos demais (credores “B” e “C”) as suas partes
correspondentes, ou seja, R$ 10.000 para cada um deles
⇘ Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as
exceções pessoais oponíveis aos outros.
→ exceções pessoais: só podem ser dirigidas exclusivamente a
determinadas pessoas.
⇘ não podem ser aproveitadas pelos demais credores e nem pelos
demais devedores, já que são de natureza personalíssima.
⇘ exemplo: vícios da vontade e falta de legitimação.
→ exceções comuns: podem ser arguidas contra qualquer um dos
co-credores.
⇘ exemplo: prescrição.
⇘ “A” e “B” são credores de “C”; porém, “A” também é devedor de “C”, ao
mesmo tempo são credores e devedores um do outro. Assim, se o
co-credor “A” cobrar a dívida de “C”, esse pode alegar, a seu favor, a
existência de seu crédito e exigir compensação.
→ nessa situação, a anulabilidade do negócio jurídico só poderá ser
arguida em relação ao credor “A” que sofreu a coação, não em relação
aos demais.
⇘ Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não
atinge os demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem
prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha direito de invocar em
relação a qualquer deles.
→ esse dispositivo foi alterado com o CPC de 2015.
→ ele faz referência aos limites subjetivos da coisa julgada.
→ os credores que não participam do processo podem ser apenas
beneficiados com a coisa julgada, jamais prejudicados.
→ se o credor vai a juízo e ganha, essa decisão irá beneficiar os demais,
SALVO se o devedor tiver exceções pessoas que possam ser oponíveis a
outro credor não participante do processo, já que em relação àquele
que promoveu o processo, o devedor não pode mais opor nada (art. 474
CPC).
⇘ Art. 474. As partes terão ciência da data e do local designados pelo
juiz ou indicados pelo perito para ter início a produção da prova.
● Obrigações Solidárias Passivas:
↳ Relação obrigacional com a concorrência de dois ou mais devedores, cada
um com o prestar a dívida toda.
⇘ Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das
partes.
→ relembrando: a solidariedade não se presume, decorre da vontade da lei ou
das partes.
↳ A lei estabelece a solidariedade com a finalidade de promover maior garantia
e segurança nas relações jurídicas.
⇘ Exemplo: Art. 585. Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente
comodatárias de uma coisa, ficarão solidariamente responsáveis para com o
comodante.
⇘ Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos
devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido
parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo
resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de
ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
→ como dito anteriormente, o fim da solidariedade é promover segurança e
garantia, permitindo que o credor escolha o devedor de quem cobrará toda a
dívida, já que cada um dos devedores é devedor do todo.
→ a quitação parcial da obrigação, após se descontar a parte de quem já
pagou, faz com que todos os devedores permaneçam responsáveis pela dívida
inteira remanescente.
→ Enunciado 348 do CJF/STF: “O pagamento parcial não implica, por si só,
renúncia à solidariedade, a qual deve derivar dos termos expressos da
quitação ou, inequivocamente, das circunstâncias do recebimento da
prestação pelo credor.”.
→ § único: pela natureza da obrigação solidária passiva, se for proposta a
ação somente contra um ou alguns devedores, não haverá renúncia à
solidariedade.
→ STJ: “Conforme o art. 275, caput e parágrafo único, é faculdade do credor
escolher a qual ou a quais dos devedores direcionará a cobrança do débito
comum, sendo certo a propositura da ação de conhecimento contra um deles
não implica a renúncia à solidariedade dos remanescentes que permanecem
obrigados ao pagamento da dívida. Ressalta-se que essa norma é de direito
material, restringindo-se sua aplicação ao momento de formação do processo
cognitivo, quando, então o credor pode incluir no polo passivo da demanda
todos, alguns ou um específico devedor sob essa perspectiva, a sentença
somente terá eficácia em relação aos demandados, não alcançando aqueles
que não participaram da relação jurídica processual, nos termos do art. 472
do CPC e conforme jurisprudência do STJ.”
⇘ Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum
destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu
quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos
serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais
devedores.
→ ocorre da mesma maneira na solidariedade ativa.
→ caso um dos devedores faleça, a solidariedade cessa em relação aos seus
herdeiros, ficando responsáveis até os limites da herança e suas quotas
correspondentes, salvo se a obrigação foi indivisível.
⇘ desse modo, ocorre a refração, ou seja, a redivisão do débito da
solidariedade entre os devedores ou credores.→ é sempre importante lembrar que a morte extingue a solidariedade e não a
obrigação.
⇘ Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por
ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da
quantia paga ou relevada.
→ o credor não é obrigado a receber em parte, porém pode optar por cobrar a
dívida parcialmente, com base nas quotas dos devedores solidários.
→ caso faça isso, os demais continuarão obrigados pelo todo remanescente.
→ o pagamento parcial e o perdão da dívida não atingem os demais
devedores, eles apenas são beneficiados com o desconto da dívida total.
⇘ Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada
entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição
dos outros sem consentimento destes.
→ não pode um dos devedores solidários agravar a situação dos demais com
uma pactuação posterior.
⇘ diminuição do prazo de pagamento, aumento da taxa de juros etc.
→ caso isso aconteça, apenas o que assumiu a situação mais gravosa
responderá pelo acréscimo.
→ desse modo, os demais continuarão sob a condição inicial, pois não
participaram do segundo acordo.
→ é necessário respeitar o princípio da relatividade dos efeitos contratuais.
⇘ Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores
solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas
perdas e danos só responde o culpado.
→ impossibilidade de cumprir a prestação por perda do objeto SEM CULPA
dos devedores: a obrigação é extinta.
→ impossibilidade por culpa de TODOS os devedores: TODOS pagarão perdas
e danos + equivalente.
→ impossibilidade por culpa de APENAS UM: o culpado arca sozinha com as
PERDAS E DANOS, porém o EQUIVALENTE deverá ser pago por todos os
devedores.
→ exemplo: Caso um imóvel seja locado a dois devedores e tenha um débito em
aberto de 10 mil reais, o credor poderá cobrar esse valor de qualquer um, de
acordo com a sua vontade. Mas se um dos locatários causou um incêncio no
imóvel, gerando um prejuízo de 30 mil reais, apenas ele responderá por esse
valor perante o credor, além do valor da dívida. Entretanto, o valor da dívida
pode ser cobrado de qualquer um dos dois devedores solidários.
⇘ Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a
ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos
outros pela obrigação acrescida.
→ juros de mora: juros cobrado perante o atraso no cumprimento da
obrigação.
→ perante o credor, todos os devedores respondem pelos juros de mora, mas
na relação interna (entre os devedores), aquele que deu causa ao atraso
ressarcirá os demais pelo acréscimo necessário.
→ IMPORTANTE: não existe contradição entre os artigos 278 e 280.
⇘ 278: externamente, somente o que deu causa às perdas e danos responde
por elas.
⇘ 280: externamente, todos respondem pelo acréscimo da mora e
internamente o que deu causa à ela responderá.
⇘ Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe
forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções
pessoais a outro co-devedor.
→ seguindo a lógica do art. 273, as exceções/defesas pessoais e comuns podem
ser apresentadas, mas somente as comuns são aproveitadas pelos outros
devedores.
⇘ exceções comuns: pagamento parcial ou total, prescrição da dívida etc.
⇘ exceções pessoais: vícios da vontade, incapacidades etc.
⇘ Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns
ou de todos os devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais
devedores, subsistirá a dos demais.
→ o perdão da solidariedade não significa que o credor tenha renunciado
totalmente ao seu benefício.
→ a renúncia pode ser a todos, a um ou alguns dos devedores.
→ obs1: renunciar o efeito da solidariedade não exclui a dívida.
→ obs2: renúncia e remissão não se confundem, possuindo também efeitos
diferentes.
→ Enunciado 350 CJF/STJ: “A renúncia à solidariedade diferencia-se da
remissão, em que o devedor fica inteiramente liberado do vínculo
obrigacional, inclusive no que tange ao rateio da quota do eventual
co-devedor insolvente.”.
→ “A renúncia à solidariedade em favor de determinado devedor afasta a
hipótese de seu chamamento ao processo”.
⇘ Art. 130 - CPC /2015. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo
réu:
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de
alguns o pagamento da dívida comum.
⇘ Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de
cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a
do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos
os co-devedores.
→ se um dos devedores solidários por INSOLVENTE, a sua quota será dividida
igualmente pelos demais.
→ no exemplo acima, caso um dos devedores seja declarado insolvente, a sua
quota será dividida de forma proporcional entre os devedores restantes.
⇘ essa divisão proporcional constitui uma presunção relativa, que admite
prova e previsão em contrário.
⇘ Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os
exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação
incumbia ao insolvente.
→ se algum dos devedores tiver sido perdoado da solidariedade, retornará à
obrigação de forma solidária, para dividir com os demais devedores a quota
do insolvente.
⇘ Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores,
responderá este por toda ela para com aquele que pagar.
→ quando existir uma relação jurídica na qual os devedores sejam solidários,
mas somente a um deles interessa o pagamento, o interessado será
responsabilizado sozinho por todo o débito junto aos demais devedores, já
que estes prestaram um favor jurídico, sem qualquer benefício na obrigação
original.
Feito por: Clara Alves Bittar Barbosa
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Email: estudedireitocomclara@gmail.com

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