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Ciência Política (1)

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Na obra Ética a Nicômaco, Aristóteles nos faz pensar sobre a existência humana e racionalmente ele vai nos dá uma orientação sobre questões morais que dão sentido à vida e como devemos ou podemos nos estimular a desenvolver nossas virtudes em busca da felicidade em uma perspectiva ética em acordo ao ideal intelectual, moral, social e pessoal em vista de um bem comum. 
Para Aristóteles uma vida feliz é uma vida racional, equilibrada, moderada em que a pessoa não pode viver nos extremos pois lhe tira o equilíbrio haja vista que todo extremo é um problema. O indivíduo precisa encontrar a justa medida e para tal, ele lista algumas virtudes: coragem ( entre a covardia e a imprudência) , temperança (entre a indulgência e insensibilidade) , liberalidade ( virtude da caridade, entre a avareza e a prodigalidade, a generosidade), magnificência ( entre ser muito mesquinho e muito vulgar), magnanimidade ( tem a ver com o nosso orgulho e fica entre aquela pessoa que orbita entre os delírios de valores e não reconhece os valores que faz), paciência ( cuidado para não confundir paciência com ser passivo), veracidade ( entre o mentiroso e o verídico arrogante), esperteza ( entre a grosseria e ser simpático desnecessariamente), simpatia (amizade), vergonha ( timidez e sua falta), justiça ( entre o egoísmo e a abnegação- desprendimento dos próprios interesses).
O bem das coisas é o fim absoluto para o qual elas existem e há algumas formas de o encontrarmos, incondicional e auto-suficientemente. A pessoa feliz é uma pessoa desprovida de carência e esse preenchimento vai além do corpo e da alma. Uma das maiores virtudes que o homem apresenta é a excelência intelectual e a moral. Vale a pena ressaltar que não é por natureza que essas virtudes se geram no homem, ao contrário, é pela natureza que temos a capacidade de recebê-las e essa capacidade se aperfeiçoa com o hábito.
	Partindo do pressuposto de que a potência gera a atividade, entendemos que toda virtude é gerada e destruída pelas mesmas causas e pelos mesmos meios, pelos atos que praticamos em nas relações conosco ou com outras pessoas e destruída pela deficiência e pelo excesso das ações. Aqui entendemos a justa medida, o meio termo, o ponto de equilíbrio. O ponto onde devemos habitar onde há temperança e coragem observando que os fatos mostram que a virtude e o vício se relacionam com as mesmas coisas. O homem bom tende a agir certo e o homem mau a agir errado mas que o prazer e o sofrimento se originam sempre das mesmas coisas, dos mesmos atos. Para o desenvolvimento das virtudes, o conhecimento de nada adianta, porém as condições que resultam de atos justos e temperantes, são de fundamental importância. 
	Dialogando com o Direito, o homem não é mau por sentir raiva, cólera, medo ou qualquer outra virtude moral do ramo das paixões, dificuldades ou disposições mas pela maneira, pelo modo com que age e a forma com que suas ações podem interferir na sociedade pois o excesso e a falta são características do vício e a mediana é uma virtude. 
	Cuidemos para entender o ser ignorante com o ser que age com ignorância. Embriagado ou colerizado, o homem perverso ignora o que deve fazer e do que deve abster-se. Em geral, em razão desse estado, agem mal e involuntariamente se tornam injustos. A escolha pelos atos voluntários ou involuntários está ligada aos seres racionais e ao pensamento, pois não se identifica uma escolha entre o bem ou o mal, ou uma opinião de um ser irracional. Mas será que deliberamos sobre tudo ou quase tudo? Na verdade, não deliberamos sobre as ciências exatas ou algo que já está estabelecido, mas sobre algo que ainda cabe o entendimento. O homem bom avalia todas as coisas e em cada classe de coisas, a verdade lhe aparece com clareza. Está em suas mãos o objeto da escolha, do agir, do poder, quando algo é bom, nobre, como também está em suas mãos o não agir diante do vil, o que nos torna virtuosos ou viciosos. 
 	A coragem, que é o meio-termo entre o medo e a temeridade, é uma nobre virtude do homem corajoso, confiante. O homem que teme e que enfrenta as coisas, as circunstâncias, na maneira e ocasião certas, é um homem corajoso. A confiança é marca característica de disposição esperançosa, otimista. O destemido não tem recordação especial e são classificados como loucos ou insensíveis, pois desafiam até a natureza e seus fenômenos.
	A temperança e a intemperança relacionam-se com os prazeres do tato, do paladar, aos apetites, em conformidade ao princípio da razão, da obediência e da disciplina. O sofrimento transforma e destrói a natureza da pessoa que o sente ao passo que o prazer não tem nenhum efeito de covardia ou sofrimento. A liberalidade é o meio-termo entre a prodigalidade ( aquele que arruína sua própria culpa e esbanja as suas riquezas) e a avareza. Dar é uma ação nobre e significa fazer o bem. As ações de um homem nobre são ações virtuosas e ele as faz com prazer e sem sofrimento.
A magnificência ( entre a mesquinhez e a vulgaridade) é aquele que sabe gastar com eficiência. O homem magnificente pode se parecer o homem liberal pois esse sabe chegar ao resultado mais nobre possível e da maneira mais próxima de seu objeto, em sua grandiosidade. Magnânimas são as pessoas que têm disposição certa em relação à honra a desonra. É a honra que eles almejam em conformidade com seus méritos. Essa virtude torna os homens maiores, de caráter bom e nobre e não existem sem ela. O homem magnânimo não se expõe a perigos, pois dão valor a poucas coisas e são incapazes de viver de outras pessoas, pois isso é característico de escravos e de todos aqueles que não respeitam a si mesmos. Também não são propensos a admiração, pois nada é grande para ele.
Cada homem fala, age e vive de acordo com o seu caráter, ignorando ou evitando a mentira, a falsidade. O homem age com veracidade porque isso já é nato dele, pois assim lhe parece de bom gosto e nobre, visto que os exageros e a falsidade são desagradáveis. O homem polido e fino é como uma pessoa que tem suas próprias leis. 
Mas qual seria a virtude das virtudes? Aristóteles considera a justiça como aquela consideração justa praticada ao próximo como uma determinação de caráter. O homem não é justo ou injusto por governar conforme seus interesses, mas sob a ótica da lei e têm pessoas que são naturalmente sujeitas à lei, sendo portanto igualitárias a governar e serem governadas. Na visão aristotélica o homem só é virtuoso quando exerce sua visão em relação ao outro.

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