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Maceió - AL 2024 Classificação de Resíduos Sólidos e Operação de Aterros Sanitários Centro Universitário Mario Pontes Jucá Por Sarah Roberta Sarmento Rosa Siqueira Sob as orientações do Professor Roberto Monteiro Maceió - AL 2024 Classificação de Resíduos Sólidos e Operação de Aterros Sanitários Resumo: Operação de aterros sanitários, funcionamento de serviço de triagem, a existência de outros tipos de aterros, a adoção de cinturão verde e compostagem, bem como destinação final para resíduos animais e a implicação de seu descarte inadequado. Sendo esses regidos pelas classificações de Resíduos Sólidos segundo a NBR ABNT 10.004/2004 e a Resolução CONAMA 307/2002, respeitando o que prevê a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) – Lei 12.305/2010. Palavras-chave: aterro sanitário; cinturão verde; compostagem; lixão. 3 Sumário NBR ABNT 10004/2004 4 Resolução CONAMA 307/2002 5 Aterros Sanitários 6 Compostagem 8 Considerações Finais 9 Referências Bibliográficas 10 4 1. NBR ABNT 10004/2004 Essa norma objetiva a classificação dos resíduos sólidos tendo como primícia os riscos potenciais que esses oferecem não só ao meio ambiente, como também à saúde pública. Dessa forma, conhecida a devida classificação, os resíduos podem ser gerenciados da melhor maneira possível, seja a sua destinação final o reaproveitamento – reuso ou reciclagem –, ou o descarte adequado de maneira a minimizar as possíveis consequências danosas. Vale ressaltar que os resíduos radioativos não são objeto de estudo desta Norma, visto que compete a Comissão Nacional de Energia Nuclear o seu estudo. Segundo a Norma resíduos sólidos são resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Incluindo-se também nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas características tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água. Quanto aos riscos que esses resíduos podem apresentar, a Norma estabelece: a) risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices; b) riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada. Através do que é estabelecido pela Norma, busca-se identificar a origem processual e química dos resíduos, bem como compará-los com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto, de um modo geral, já é conhecido. Para que isso aconteça, foram estabelecidas classificações para esses resíduos, visando universalizar e facilitar o processo de destinação final deles. A Norma determina: a) resíduos classe I - Perigosos; Além da periculosidade já citada anteriormente – risco à saúde pública e ao meio ambiente –, a Norma também designa como periculoso o resíduo que apresentar quaisquer um dos seguintes atributos1: i) inflamabilidade ii) corrosividade iii) reatividade iv) toxicidade 1 a Norma estabelece a(s) característica(s) que o resíduo precisa ter para se encaixar nos atributos citados. 5 v) patogenicidade b) resíduos classe II – Não perigosos; É citado pela norma alguns exemplos desses resíduos2: resíduo de restaurante (restos de alimentos), resíduo de madeira, sucata de metais ferrosos, resíduo de materiais têxteis, sucata de metais não ferrosos (latão etc.), resíduos de minerais não- metálicos, resíduo de papel e papelão, areia de fundição, resíduos de plástico polimerizado, bagaço de cana, resíduos de borracha e outros resíduos não perigosos. i) Resíduos classe II A – não inertes: Esses resíduos podem apresentar características como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. ii) Resíduos classe II B – inertes: A Norma diz: “Quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa, segundo a ABNT NBR 10007, e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.” 2. Resolução CONAMA 307/2002 Em seu Art. 1º, a Resolução fixa o estabelecimento de diretrizes, critérios e procedimentos para gerir os resíduos gerado pela Construção Civil, fazendo o necessário para minimizar os impactos ambientais causados por eles. No Art. 3º, a Resolução expõe a seguinte classificação dos resíduos: i) Resíduos Classe A: resíduos para os quais ainda é possível o reuso, seja através da reciclagem ou do reaproveitamento, na própria construção civil. Ex.: agregados ii) Resíduos Classe B: resíduos recicláveis para outras destinações, que não a construção civil. Ex.: plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros. iii) Resíduos Classe C: resíduos para os quais ainda não foram desenvolvidas tecnologias economicamente viáveis que possibilitam o seu reuso e/ou recuperação. Ex.: gesso iv) Resíduos Classe D: são os resíduos da construção civil que possuem periculosidade. Ex.: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles resíduos contaminados como os de reformas de clínicas radiológicas, por exemplo. 2 exclui-se aqueles que forem contaminados com substâncias que os torne periculosos. 6 3. Aterros Sanitários A Lei 12.305/2010, no Art. 7º, inciso II, estabelece que é objetivo da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) a não geração, redução, reaproveitamento e o tratamento dos resíduos sólidos, bem como a disposição ambientalmente adequada dos rejeitos3. Sendo assim, o que a PNRS entende por disposição ambientalmente adequada dos rejeitos4, são os chamados Aterros Sanitários. O Aterro Sanitário é a infraestrutura utilizada para a disposição final dos resíduos sólidos mais conhecida ao redor do mundo. Em seu projeto, faz-se necessária a previsão do recebimento e do tratamento do lixo produzido pela população de uma cidade, intencionando a preservação da saúde pública e a redução máxima dos impactos causados ao meio ambiente. É exatamente a rigorosidade com a qual os aterros sanitários são planejados, operados e regulamentados que garante que o funcionamento no que concerne à preservação da saúde pública e à minimização dos impactos ambientais. a. Operação Rotineira do Aterro Sanitário Os resíduos são coletados e depositados no solo anteriormente preparado e impermeabilizado – para que o chorume5 não contamine o solo nem o lençol freático –, periodicamente são realizadas compactações desses resíduos, deposição de mais terra6 e mais compactações desse solo. Essas compactações frequentes permitem que o solo se torne menos poroso, com isso, reduz-se a infiltração de água da chuva, a proliferação de vetores e o espalhamento de materiais leves. Além disso, nos aterros existem drenos responsáveis por drenar o chorume, que são depositados em reservatórios para posteriormente serem tratados e despejados nas lagoas sem os componentes poluentes, e as águas superficiais residuais, que são as águas que infiltrou, mesmo com a compactação adequada. Ademais, os aterros possuem tubos de captação de gás metano (CH4); para esse gás existem duas destinações possíveis: ou ele é encaminhado para um local onde possa ser queimado, ou ele pode ser utilizado como Biogás para a geração de energia. 3resíduos os quais já foram esgotadas as possibilidades de reaproveitamento 4Lei 12.305/2010, Art. 3º, Inciso VII 5líquido proveniente da decomposição de matéria orgânico 6o material de cobertura, geralmente, é obtido na própria área a ser aterrada, buscando economia e agilidadepara a obra. 7 Por fim, quando o aterro atinge sua capacidade máxima de resíduos, recomenda-se que haja uma cobertura final com 60 cm de espessura e plantação de grama nos taludes definitivos e platôs, servindo essa, como proteção contra a erosão. b. Triagem Alguns aterros podem contar com o serviço de triagem, que consiste na prévia separação de materiais recicláveis ou perigosos, para que sejam destinados para células adequadas. Esse tipo de serviço, além de fazer com que o rejeito siga para sua destinação final adequada, possibilita que os resíduos que ainda possam ser reciclados, de fato sejam. c. Cinturão Verde De grosso modo, trata-se de uma área verde que cerca áreas urbanas. Podem ser chácaras, reservas ambientais, parques, jardins, corredores ecológicos ou até uma mistura de vários desses. Essa medida também costuma ser adotada para o derredor de Aterros Sanitários, servindo como uma barreira de poluição visual e minimiza os impactos causados pelos odores provenientes do aterro. (Meinerz et al., 2009). Por outro lado, sua importância não se resume a apenas isso, existindo motivos ambientais, sociais ou científicos para adoção de um cinturão verde: i) Funciona como um filtro de poluição, já que as plantas “respiram” CO2 e expelem O2. Isso possibilita a melhoria da qualidade do ar nas cidades; ii) Estabiliza o clima, impedindo as ilhas de calor. Isso ocorre porque as plantas “transpiram” vapor d’água no processo de fotossíntese; iii) Controlam deslizamentos, erosões, inundações e assoreamento dos rios. Isso se dá, pois, as raízes das plantas drenam e absorvem água, impedindo seu acúmulo; iv) Ecoturismo: maior contato do homem com a natureza, melhorando a qualidade de vida; v) Recursos biológicos para a área científica; vi) Solos férteis para cultivo. d. Resíduos de Serviços de Saúde: Animais Mortos É de pouco conhecimento da população, mas os Aterros Sanitários costumam ter uma área disponível para a designação de resíduo animal. Acontece que, por falta da desinformação da população, esse serviço é pouco requisitado e a célula disponibilizada para esse tipo de resíduo, majoritariamente, fica ociosa. 8 Atrelado a desinformação, existe o aspecto emocional de quem conviveu com o animal durante toda vida e não quer que o seu amigo pet seja enterrado junto aos resíduos de origem doméstica. Com isso, a população tende a enterrar os seus animais mortos por conta própria, em terrenos baldios ou, até mesmo, no quintal de casa. Acontece que, a decomposição de matéria orgânica proveniente de cadáveres o chamado necrochorume. Esse é o principal risco ambiental causado por essa prática de enterro inadequado de animais, já que a decomposição cadavérica produz substâncias altamente tóxicas e nocivas, que são a cadaverina e a putrescina. O perigo reside no fato de que, quando o resíduo animal tem sua destinação final inadequada – isto é, sem respeitar as regras ambientais – traz consigo vários tipos de poluição: atmosférica, hídrica e do solo. Em conseguinte a isso, fica fácil que vários tipos de doenças atinjam às pessoas que residam no local de onde esse animal foi enterrado inadequadamente, sendo algumas delas: amebíase, leptospirose, febre tifoide, cólera, meningite, hepatite e outras... e. Outros Tipos de Aterros i. Aterro Controlado: é uma solução prevista por lei para substituição dos lixões. No aterro controlado não é obrigatório que haja impermeabilização de base e são feitas coberturas diárias dos resíduos com terra ii. Lixões: prática de depositar o lixo em determinado local sem a preparação prévia do solo e sem tratamento de efluentes, o que além de gerar poluição do meio ambiente e dos lençóis freáticos, atrai animais, vetores de doenças e pessoas economicamente marginalizadas, que vê no lixão uma oportunidade de encontrar benefícios para sua subsistência. 4. Compostagem: uma alternativa para os resíduos orgânicos Já foi notado que a melhor destinação para os resíduos orgânicos, de fato são os aterros sanitários. Por outro lado, a Lei 12.305/2010, no Art. 36, inciso V, prevê a implementação de sistemas de compostagem para os resíduos sólidos orgânicos, de modo a utilizar o composto produzido. Esse tratamento é uma alternativa viável, pois não utiliza muitos recursos tecnológicos. Consiste em criar condições para que organismos decompositores degradem os resíduos orgânicos. A maneira correta de fazer uma composteira ocorro de modo que as condições sejam controladas e seguras para a saúde humana. 9 O resultado disso são fertilizantes e condicionadores de solo que, se utilizados, não provocam danos ao meio ambientes como os fertilizantes minerais provocariam. 5. Considerações Finais Exposto isso, fica fácil perceber que a operação de aterros sanitários exige grande competência técnica e profissional, além do que, devemos nos conscientizar enquanto cidadãos a respeito do reaproveitamento dos resíduos. 10 6. Referências Bibliográficas • NBR ABNT NBR 10.004. 30 jan. 2004. Disponível em: https://analiticaqmcresiduos.paginas.ufsc.br/files/2014/07/Nbr-10004-2004- Classificacao-De-Residuos-Solidos.pdf. Acesso em: 16 mar. 2024. • RESOLUÇÃO CONAMA Nº 307. 5 jul. 2002. Disponível em: https://cetesb.sp.gov.br/licenciamento/documentos/2002_Res_CONAMA_307.p df. Acesso em: 16 mar. 2024. • LEI 12.305: Política Nacional de Resíduos Sólidos. 2 ago. 2010. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm. Acesso em: 16 mar. 2024. • DICIONÁRIO Ambiental: Aterro Sanitário. 4 jul. 2023. Disponível em: https://semil.sp.gov.br/educacaoambiental/prateleira-ambiental/aterro-sanitario/. Acesso em: 16 mar. 2024. • TEIXEIRA, Silvana. Na prática, como funcionam os aterros sanitários?. 26 maio 2021. Disponível em: https://www.cpt.com.br/artigos/na-pratica-como- funcionam-os-aterros- sanitarios#:~:text=As%20camadas%20de%20res%C3%ADduos%20depositadas ,a%20drenagem%20desse%20l%C3%ADquido%20captado. Acesso em: 16 mar. 2024. • O QUE é um ATERRO SANITÁRIO?. 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=dPgTphrtxo8. Acesso em: 16 mar. 2024. • HISATOMI, Carolina. Cinturão verde: definição e importância. Disponível em: https://www.ecycle.com.br/cinturao-verde/. Acesso em: 16 mar. 2024.
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