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Gabarito-Juridico-RESUMO-DIREITO-ADMINISTRATIVO-v1

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RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
1 
www.gabaritojuridico.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
2 
www.gabaritojuridico.com.br 
ÍNDICE 
Princípios Básicos 03 
Poderes Administrativos 10 
Uso e Abuso de Poder 12 
Serviços Públicos 19 
Ato Administrativo 22 
Administração Direta e Indireta 35 
 Autarquias 37 
 Empresas públicas e sociedades de economia mista 37 
 Fundações Públicas 40 
Processo Administrativo 47 
 Direitos e deveres dos administrados 49 
Responsabilidade Civil do Estado 55 
 Teoria do risco administrativo x Teoria do risco integral 56 
 Pressupostos da responsabilidade civil do Estado 56 
 Causas excludentes do nexo causal 57 
 Responsabilidade civil do Estado por omissão 58 
 Responsabilidade civil por atos legislativos 61 
 Responsabilidade civil por atos judiciais 62 
 Responsabilidade do Estado, dos notários e registradores 62 
 Responsabilidade civil por dano ambiental 63 
 Responsabilidade do parecerista 64 
Improbidade Administrativa 71 
 Sujeitos da improbidade administrativa 71 
 Dos atos de improbidade 75 
 Acordo de não persecução civil 78 
Licitação 86 
Contratos Administrativos 116 
 
 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
3 
www.gabaritojuridico.com.br 
PRINCÍPIOS BÁSICOS 
 
CF, Art. 37. A administração pública direta e indireta de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios obedecerá aos princípios de LEGALIDADE, 
IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDADE E 
EFICIÊNCIA e, também, ao seguinte: 
 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: comporta dois desdobramentos: 
 Supremacia da lei: a lei prevalece e tem preferência sobre os atos da 
Administração. A lei representa uma limitação para a atuação do administrador. 
“Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo o que a lei não proíbe, 
na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza” e; 
 Reserva de lei: o tratamento de certas matérias deve ser formalizado 
necessariamente pela legislação, excluindo a utilização de outros atos com caráter 
normativo. Em outras palavras, trata-se de uma vinculação positiva, que 
condiciona a validade da atuação dos agentes públicos à prévia autorização legal. 
O Estado está necessariamente submisso à lei. Por meio de norma geral, abstrata 
e impessoal, editada pelo Poder Legislativo, a atuação da Administração objetiva 
a concretização da vontade geral. 
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE: possui duas acepções possíveis: 
 Igualdade (ou isonomia): a Administração Pública deve dispensar 
tratamento impessoal e isonômico aos particulares, com o objetivo de atender a 
finalidade pública, sendo vedada a discriminação odiosa ou desproporcional, 
salvo tratamento diferenciado entre pessoas que estão em posição fática de 
desigualdade, com o objetivo de efetivar a igualdade material. 
Proibição de promoção pessoal: as realizações públicas não são feitos 
pessoais dos seus respectivos agentes, mas da entidade administrativa, motivo 
pelo qual a publicidade dos atos do Poder Público deve ter caráter educativo, 
informativo ou de orientação social. 
Art. 37, § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e 
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, 
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, 
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades 
ou servidores públicos. 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
4 
www.gabaritojuridico.com.br 
Sobre o tema, assim já decidiu o STF em sede de controle concentrado de 
constitucionalidade: 
“Está em desconformidade com a Constituição Federal a previsão 
contida na Lei Orgânica do Distrito Federal que autoriza que cada 
Poder defina, por norma interna, as hipóteses pelas quais a divulgação 
de ato, programa, obra ou serviço públicos não constituirá promoção 
pessoal. Essa delegação conferida viola o § 1º do art. 37 da CF/88, que 
não admite flexibilização por norma infraconstitucional ou 
regulamentar.” STF. Plenário. ADI 6522/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, 
julgado em 14/5/2021 (Info 1017). 
PRINCÍPIO DA MORALIDADE: exige que a atuação administrativa, além de 
respeitar a lei, seja ética, leal e séria. A atuação deve se pautar segundo padrões 
éticos de probidade, decoro e boa-fé. Exemplo é a Súmula Vinculante 13 que veda 
o nepotismo: 
SV-13:A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, 
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade 
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo 
de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em 
comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na 
administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a 
Constituição Federal. 
OBS: o STF afasta a aplicação da referida Súmula para os cargos políticos. 
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE: impõe a divulgação e exteriorização dos atos 
do Poder Público. No Estado Democrático de Direito a regra é a publicidade dos 
atos estatais, sigilo é exceção. A transparência guarda estreita relação com o 
princípio democrático. 
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA: tem como objetivo substituir a Administração 
Pública BUROCRÁTICA pela Administração Pública GERENCIAL. A ideia de 
eficiência está intimamente ligada com as necessidades de efetivação célere das 
finalidades públicas elencadas no ordenamento jurídico. A medida 
administrativa será eficiente quando implementar, com maior intensidade e com 
os menores custos possíveis, os resultados legitimamente esperados. Exemplos: 
duração razoável dos processos administrativos e judiciais, contrato de gestão, 
etc. 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
5 
www.gabaritojuridico.com.br 
 Tese fixada na ADPF 620 (julgamento em 24/02/2021): Os recursos 
públicos vinculados a convênios não podem ser bloqueados ou sequestrados por 
decisão judicial para pagamento de débitos do Estado estranhos ao objeto do 
convênio, em virtude do disposto no art. 167, VI e X, da CF, e dos princípios da 
legalidade orçamentária (art. 167, VI, da CF), da separação dos poderes (arts. 2°, 
60, § 4°, III, da CF) e da eficiência da administração pública (art. 37, caput, da 
CF). 
PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE: são 
princípios que indicam diretrizes. A razoabilidade vem sendo utilizada como 
forma de valoração da constitucionalidade das leis e dos atos administrativos. A 
proporcionalidade indica que o ato estatal será adequado quando contribuir para 
a realização do ato pretendido, devendo o Poder Público adotar a medida menos 
gravosa aos direitos fundamentais. 
PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO: trata-se de pilar 
do Direito Administrativo. Mas a supremacia aqui se refere apenas ao interesse 
público PRIMÁRIO. 
 Interesse público primário: necessidade de satisfação de necessidades 
coletivas (justiça, segurança e bem-estar). 
 Interesse público secundário: interesse do próprio Estado enquanto sujeito 
de direitos e obrigações (interesse do erário). 
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE: está ligado à prestação de serviços públicos 
não podendo, em regra, sofrer solução de continuidade. 
 Exceções: possibilidade de interrupção em caso de inadimplemento do 
usuário; reconhecimento do direito de greve dos servidores públicos estatutários; 
concessionário não pode paralisar a prestação do serviço em caso de 
inadimplência do Poder Público, salvo em situações específicas e autorizadas 
judicialmente. 
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA: a Administração possui o poder-dever de 
rever os seus próprios atos, seja para anulá-los (vício de legalidade), seja para 
revogá-los (por conveniência ou oportunidade). 
Súmula 473 do STF: ''A administração pode anular seus próprios atos, 
quando eivados de vícios que ostornam ilegais, porque deles não se 
originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos 
os casos, a apreciação judicial.'' 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
6 
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Tese fixada no Tema 839 da Repercussão Geral do STF: No exercício do 
seu poder de autotutela, poderá a Administração Pública rever os atos de 
concessão de anistia a cabos da Aeronáutica com fundamento na Portaria nº 
1.104/1964, quando se comprovar a ausência de ato com motivação 
exclusivamente política, assegurando-se ao anistiado, em procedimento 
administrativo, o devido processo legal e a não devolução das verbas já recebidas 
(RE 817338, julgado em 16/10/2019). 
Autotutela x autoexecutoriedade: enquanto o primeiro enseja o poder-dever de 
corrigir ilegalidades e/ou garantir o interesse público, o segundo compreende a 
prerrogativa de imposição da vontade administrativa independente de 
manifestação do Poder Judiciário. 
Como é cobrado? 
1) FGV - Analista (MPE GO)/Jurídico/2022 
O Estado Beta, por meio de emenda a sua Constituição, editou norma que 
estabelece: “A divulgação feita por autoridade de ato, programa, obra ou serviço 
públicos de sua iniciativa, incluídos os decorrentes de emendas à lei orçamentária 
anual, não caracteriza promoção pessoal, quando atenda os critérios previstos em 
norma interna de cada poder”. 
 
Em matéria de princípio da impessoalidade, de acordo com o entendimento do 
Supremo Tribunal Federal, a norma editada é 
 
A) inconstitucional, por violar a norma da Constituição da República que dispõe que 
da publicidade de atos programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos 
não podem constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal 
de autoridades ou servidores públicos, sendo que tal dispositivo da Carta Magna não 
admite flexibilização por norma infraconstitucional ou regulamentar. 
 
B) inconstitucional, por violar a norma da Constituição da República que dispõe que 
da publicidade de atos programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos 
não podem constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal 
de autoridades ou servidores públicos, sendo que tal dispositivo da Carta Magna 
admite flexibilização apenas por lei federal. 
 
C) constitucional, porque a Constituição da República dispõe que da publicidade de 
atos programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos podem constar 
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou 
servidores públicos, exceto se restar comprovado efetivo benefício direto ao agente 
público envolvido. 
 
D) constitucional, porque a autonomia federativa de cada ente lhe permite 
regulamentar a norma da Constituição da República que dispõe que da publicidade 
de atos programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos não podem 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
7 
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constar quaisquer nomes, símbolos ou imagens de autoridades ou servidores 
públicos. 
 
E) constitucional, porque a Constituição da República dispõe que da publicidade de 
atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos podem constar 
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou 
servidores públicos, exceto se restar comprovado benefício eleitoral ou patrimonial ao 
agente público envolvido. 
 
2) FGV - Estagiário Forense (MPE RJ)/2020/X 
O vereador João nomeou sua filha Maria, pessoa sem qualquer qualificação 
profissional ou experiência na área, para exercer o cargo em comissão de assessor 
parlamentar em seu gabinete. A Promotoria de Tutela Coletiva da Cidadania local 
instaurou inquérito civil e confirmou a ilegalidade na conduta do vereador por 
ofensa direta ao princípio constitucional expresso da administração pública da: 
 
A) especialidade, pois Maria não detém conhecimento para exercer a função pública; 
 
B) transcendência, que proíbe a nomeação de parentes até o terceiro grau para exercer 
qualquer cargo público; 
 
C) autotutela, eis que o sistema de controle externo deve levar o Executivo municipal 
a anular o ato de nomeação de Maria; 
 
D) impessoalidade, diante do nepotismo decorrente da clara intenção de beneficiar 
determinada pessoa; 
 
E) isonomia, haja vista que os cargos em comissão devem ser providos 
necessariamente por concurso público. 
 
3) FGV - Analista do Ministério Público (MPE RJ)/Administrativa/2016 
A organização governamental brasileira, em um processo de integração ao 
movimento da Nova Administração Pública, incorporou em seu marco 
constitucional um princípio inspirado em trecho do discurso de Margareth 
Thatcher, no início da década de 80, no qual ela afirma: 
“Nós temos o dever de garantir que cada centavo que arrecadam com a tributação 
seja gasto bem e sabiamente.” 
 
Esse trecho exemplifica a influência internacional para a incorporação à 
Constituição da República Federativa do Brasil do princípio da: 
 
A) eficiência; 
B) impessoalidade; 
C) legalidade; 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
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D) moralidade; 
E) publicidade. 
 
4) FGV - Auditor (ALBA)/Auditoria/2014 
A administração, ao realizar uma despesa com a compra de equipamentos de 
informática para modernizar a administração tributária, que não estava prevista no 
orçamento e, consequentemente, não pode ser empenhada, incorre no 
descumprimento do princípio da: 
 
A) legitimidade. 
B) legalidade. 
C) eficiência. 
D) prudência. 
E) competência. 
 
5) FGV - Procurador do Município de Niterói/2014 
Sobre os princípios do processo administrativo, segundo a Constituição Federal, 
assinale a afirmativa correta. 
 
A) A moralidade administrativa é sinônimo de exação, lisura e fins de interesse 
público. 
B) A eficiência significa que a Administração deverá se pautar pela presteza com 
resultados positivos e uma atuação rápida para o serviço público, ainda que não 
atenda ao interesse público. 
C) O direito fundamental de acesso à informação, no tocante aos dados relativos ao 
indivíduo em si, constantes de registros ou de bancos de dados de entes 
governamentais ou de caráter público, é reflexo do princípio da autotutela. 
D) O princípio da proporcionalidade dá azo a que a Administração Pública tome 
decisões sem necessidade de adequar os meios aos fins. 
E) Nada obsta a que a Administração Pública, na busca de um resultado, tome a 
providência mais gravosa, em desatenção à coletividade. 
 
6) FGV - Analista Técnico-Administrativo (SUDENE)/Área 4/2013 
A Administração Pública é regida por uma série de princípios. Em relação ao 
princípio da publicidade, assinale a afirmativa correta. 
 
A) Em um Estado Democrático como o Brasil, o princípio da publicidade é 
completamente irrestrito. 
B) Por instrumentos, como o direito de certidão, é concretizado o princípio da 
publicidade. 
C) O princípio da publicidade é um princípio implícito. 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
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D) O princípio da publicidade é um princípio absoluto. 
E) O princípio da publicidade permite realizar a promoção pessoal de agentes 
públicos. 
 
7) FGV - Procurador do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro/2008 
A assertiva “que os atos e provimentos administrativos são imputáveis não ao 
funcionário que os pratica, mas ao órgão ou entidade administrativa em nome do 
qual age o funcionário” encontra respaldo, essencialmente: 
 
A) no princípio da eficiência. 
B) no princípio da moralidade. 
C) no princípio da impessoalidade. 
D) no princípio da unidade da Administração Pública. 
E) no princípio da razoabilidade. 
 
8) FGV - Analista (TJ SC)/Administrativo/2018 
A Administração Pública tem entre seus fundamentos o princípio da supremacia do 
interesse público, garantidor de prerrogativas que possibilitam o cumprimento de 
objetivos necessários à atuação estatal. 
 
Esse princípio é adequadamente evidenciado quando: 
 
A) governador remove servidor como formade punição; 
B) estado aluga prédio de particular para alocar a secretaria de fazenda; 
C) administrador público pode fazer tudo aquilo que não é considerado ilícito; 
D) prefeito desapropria imóveis para a construção de viaduto, garantindo indenização 
prévia; 
E) polícia civil decide discricionariamente sobre interceptação telefônica. 
 
9) FGV - Analista Judiciário (TJ RJ)/Comissário de Justiça da Infância, da Juventude 
e do Idoso/2014/LVIII 
 
Maria, diretora de determinada creche municipal, recusou o pedido de matrícula do 
menor Caio, de 3 anos, com o argumento de que a criança não tinha idade para ser 
matriculada. Na semana seguinte, a direção da creche foi modificada, assumindo 
Fernanda. A nova diretora, argumentando que a Constituição da República 
estabelece que o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia 
de educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade, 
declarou a invalidade do ato administrativo que indeferiu a matrícula e matriculou 
Caio na creche. A Administração Pública é autorizada a rever seus próprios atos, 
inclusive declarando a nulidade dos ilegais, pelo princípio administrativo da: 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
10 
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A) nulidade; 
B) autotutela; 
C) segurança jurídica; 
D) eficiência; 
E) moralidade. 
 
PODERES ADMINISTRATIVOS 
 
PODER HIERÁRQUICO: A hierarquia é a ordenação de elementos conforme a 
distribuição de poderes. Portanto, o poder hierárquico atinge aqueles que 
possuem algum GRAU DE SUBORDINAÇÃO com outro agente público ou 
órgão. São atividades do poder hierárquico: emitir ordens, delegar competências, 
avocar atribuições, aplicar sanções, etc. 
Condições para uso do poder hierárquico: deve se dar dentro da mesma 
pessoa jurídica; deve haver subordinação (diferente de vinculação); não se fala 
em hierarquia entre os Poderes (Executivos, Legislativos e Judiciários). 
PODER DISCIPLINAR: poder-dever de punir as infrações funcionais dos 
servidores e demais pessoas sujeitas a disciplina de órgãos públicos. 
Poder disciplinar x poder punitivo: O poder punitivo é a capacidade do 
Estado em punir os crimes e contravenções penais. O poder disciplinar, por sua 
vez, atinge os servidores públicos e os particulares que estejam ligados por algum 
vínculo jurídico com a administração. 
PODER REGULAMENTAR (OU NORMATIVO): é a prerrogativa conferida à 
Administração Pública para editar atos gerais para complementar as leis e 
permitir a sua efetiva aplicação. A prerrogativa, registre-se, é apenas para 
complementar a lei; não pode, pois, a Administração alterá-la a pretexto de estar 
regulamentando. 
 Decreto autônomo: a EC 31/01 introduziu o instituto do DECRETO 
AUTÔNOMO, que se traduz na possibilidade de o Presidente da República 
editar decreto que trate de matéria não versada por lei, ou seja, que não 
regulamente uma lei existente e apenas pode ser utilizado em duas hipóteses: 
organização e funcionamento da Administração Federal, quando não implicar 
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; extinção de 
funções ou cargos públicos, quando vagos. 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
11 
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PODER DE POLÍCIA: compreende toda e qualquer atuação estatal restritiva à 
liberdade e à propriedade que tem por objetivo a satisfação de necessidades 
coletivas. Envolve tanto a atividade legislativa quanto a atividade 
administrativa. 
CTN, Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração 
pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, 
regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse 
público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à 
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades 
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, 
à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos 
individuais ou coletivos. 
Ciclo de polícia: o exercício do poder de polícia compreende quatro fases (ou 
ciclos): 
 Ordem: é a norma legal que estabelece as restrições e condições para o 
exercício das atividades privadas; 
 Consentimento: é a anuência do Estado para que o particular desenvolva 
determinada atividade ou utilize a propriedade particular e pode ser subdividido 
em licença e autorização. 
 Licença: trata-se de ato vinculado por meio do qual é reconhecido 
o direito do particular (licença para dirigir veículo); 
 Autorização: é ato discricionário onde se analisa a conveniência e 
oportunidade, facultando o exercício de determinada atividade privada ou a 
utilização de bens particulares (autorização para porte de arma). 
 Fiscalização: verificação do cumprimento, pelo particular, da ordem e do 
consentimento de polícia. 
 Sanção: é a medida coercitiva aplicada ao particular que descumpre a 
ordem de polícia ou os limites impostos no consentimento de polícia. 
Características do poder de polícia: discricionariedade, coercibilidade e 
autoexecutoriedade. 
 Discricionariedade: em regra, o poder de polícia se caracteriza pela 
liberdade conferida ao administrador para escolher o melhor momento de sua 
atuação ou a sanção mais adequada no caso concreto, quando há previsão de 
duas ou mais sanções para determinada infração. 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
12 
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 Coercibilidade: os atos de polícia são coercitivos na medida em que 
impões restrições ou condições que devem ser obrigatoriamente cumpridas pelos 
particulares. 
 Autoexecutoriedade: é a prerrogativa conferida à Administração para 
implementar os seus atos, sem necessidade de manifestação prévia do Poder 
Judiciário. Todavia, alguns atos de polícia não possuem esse atributo, como é o 
caso da multa. 
 É possível a delegação do poder de polícia? Em regra, doutrina e 
jurisprudência entendem pela impossibilidade de delegação do poder de polícia 
a particulares. 
 A jurisprudência, por sua vez, está dividida: 
 O STJ já se posicionou pela possibilidade de delegação da fiscalização e 
do consentimento de polícia para empresas públicas e sociedades de economia 
mista, não sendo possível, todavia, a delegação da imposição de sanções. Para o 
STJ, por exemplo, o clico de polícia denominado “sanção” não é passível de 
delegação, somente podendo ser exercido pelo Estado (Administração Direta). 
 O STF, por sua vez, no julgamento do RE 633782/MG, sob a sistemática da 
repercussão geral, entendeu ser constitucional a delegação do poder de polícia, 
POR MEIO DE LEI, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da 
Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que 
prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em 
regime não concorrencial. 
 
USO E ABUSO DE PODER 
 
O USO DE PODER é uma prerrogativa do agente público. 
Concomitantemente à prerrogativa de "fazer" o agente atrai o "dever" de atuar, 
que se chama de “poder-dever”. 
O agente público só pode fazer aquilo que a lei determina e o que a lei não 
veda, ou seja, não pode atuar contra legem (de forma contrária à Lei), ultra legem 
(além da Lei), mas exclusivamente secundum legem (de acordo com a Lei). 
O ABUSO DE PODER corresponde a um desvio de conduta, à 
inobservância, por parte do agente público, de seu poder-dever de agir secundum 
legem. 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
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Há 3 (três) formas de expressão do chamado abuso de poder: 
Excesso: quando a autoridade competente vai além do permitido na 
legislação, ou seja, atua ultra legem; 
Desvio de finalidade: quando o ato é praticado por motivos ou com fins 
diversos dos previstos na legislação, ou seja, contra legem, normalmente com 
violação de atuação discricionária. A remoção como forma de punição é exemplo 
clássico na doutrina para caracterizar o desvio de poder; 
Omissão: quando se constata a inércia da Administração em fazer o que 
lhe compete, injustificadamente (com violação de seu poder-dever).Como é cobrado? 
10) FGV - Advogado (Pref Paulínia)/CREAS/2021 
A Lei Orgânica do Município Alfa e uma lei municipal específica estabelecem que 
o Município assegurará e estimulará, em órgãos colegiados, nos termos de decreto 
a ser editado pelo chefe do Executivo, a participação da coletividade na formulação 
e execução de políticas públicas e na elaboração de planos, programas e projetos 
municipais na área de assistência social. Diante do recente aumento da população 
em situação de rua, o Prefeito Municipal editou decreto instituindo a Política 
Municipal para a População em Situação de Rua e seu Comitê Gestor Intersetorial 
de Acompanhamento e Monitoramento, e dando outras providências. 
 
No caso em tela, em tema de poderes administrativos, o Prefeito agiu com base 
direta no poder 
 
A) hierárquico, pois pode disciplinar políticas públicas em nível municipal, eis que é 
a autoridade máxima local; 
B) coercitivo, pois tem competência para editar normas com caráter de imperatividade 
e coercibilidade; 
C) normativo, pois se trata de norma complementar à lei, para permitir sua efetiva 
aplicação; 
D) disciplinar, pois tem competência para editar normas específicas e concretas para 
assegurar direitos sociais; 
E) legislativo, pois tem competência para editar lei, excepcionalmente, em matéria de 
direitos humanos. 
 
11) FGV - Analista Judiciário (TRT 12ª Região)/Judiciária/"Sem Especialidade"/2017 
 
A Resolução Administrativa nº 12/2016 do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª 
Região regulamenta, no âmbito daquele Tribunal, a aplicação da resolução conjunta 
nº 04/2014, dos presidentes do CNJ e CNMP, que autoriza o porte de arma de fogo 
para os servidores que efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, 
conforme permissivo legal do Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/03). 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
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Em tema de poderes administrativos, é correto afirmar que a citada resolução foi 
editada com base no poder: 
 
A) de polícia do Judiciário, que tem competência legal para estabelecer os parâmetros 
internos para reger o porte de arma e demais questões afetas à segurança pública dos 
cidadãos e de seus servidores e magistrados; 
B) discricionário, uma vez que cabe ao Presidente do respectivo Tribunal, no regular 
exercício da autonomia organizacional e administrativa de cada Tribunal, estabelecer 
regras internas sobre segurança pública; 
C) normativo, que é aquele conferido à Administração Pública para expedição de 
normas gerais, abstratas e com efeitos erga omnes, para, no caso concreto, 
complementar a Lei nº 10.826/03, observados seus limites e visando à sua efetiva 
aplicação; 
D) hierárquico, que é aquele exercido verticalmente, no topo da pirâmide 
administrativa do Tribunal por seu Presidente, que possui a competência legal para 
regulamentar atividades de segurança previstas na Lei nº 10.826/03; 
E) disciplinar, que é a prerrogativa de direito público, para regulamentar e 
condicionar direitos e liberdades individuais, tendo por fundamento a supremacia do 
interesse público e, no caso concreto, ampliar as normas da Lei nº 10.826/03. 
 
12) FGV - Analista Técnico-Administrativo (SUDENE)/Área 4/2013 
Dentre os poderes inerentes à Administração Pública encontra-se o poder 
regulamentar. Com relação a esse poder, analise as afirmativas a seguir. 
 
I. O poder regulamentar sofre controle por parte do poder legislativo. 
II. O poder regulamentar sofre controle judicial. 
III. A Constituição Federal veda completamente a figura do Decreto Autônomo. 
 
Assinale: 
 
A) se apenas afirmativa I estiver correta. 
B) se apenas a afirmativa II estiver correta. 
C) se apenas a afirmativa III estiver correta. 
D) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. 
E) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. 
 
13) FGV - OAB UNIFICADO - Nacional/2017/XXIV Exame 
 
João foi aprovado em concurso público promovido pelo Estado Alfa para o cargo de 
analista de políticas públicas, tendo tomado posse no cargo, na classe inicial da 
respectiva carreira. Ocorre que João é uma pessoa proativa e teve, como gestor, 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
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excelentes experiências na iniciativa privada. Em razão disso, ele decidiu que não 
deveria cumprir os comandos determinados por agentes superiores na estrutura 
administrativa, porque ele as considerava contrárias ao princípio da eficiência, 
apesar de serem ordens legais. 
 
A partir do caso apresentado, assinale a afirmativa correta. 
 
A) João possui total liberdade de atuação, não se submetendo a comandos superiores, 
em decorrência do princípio da eficiência. 
B) A liberdade de atuação de João é pautada somente pelo princípio da legalidade, 
considerando que não existe escalonamento de competência no âmbito da 
Administração Pública. 
C) João tem dever de obediência às ordens legais de seus superiores, em razão da 
relação de subordinação decorrente do poder hierárquico. 
D) As autoridades superiores somente podem realizar o controle finalístico das 
atividades de João, em razão da relação de vinculação estabelecida com os superiores 
hierárquicos. 
 
14) FGV - Analista (IBGE)/Auditoria/2016 
 
Em tema de poderes administrativos, o vínculo que coordena e subordina 
uns aos outros os órgãos da Administração Pública, graduando a autoridade 
de cada um, decorre do chamado pela doutrina de poder: 
 
A) vinculado; 
B) normativo; 
C) hierárquico; 
D) disciplinar; 
E) regulamentar. 
 
15) FGV - Advogado (SEN)/2022 
 
A sociedade de economia mista municipal Beta possui capital social 
majoritariamente público e presta exclusivamente serviço público de atuação 
própria do Estado e em regime não concorrencial. No Município Alfa, o serviço 
público em matéria de trânsito nas vias públicas municipais é prestado pela 
sociedade de economia mista Beta, que, de acordo com lei local, é competente, 
inclusive, para aplicação das multas de trânsito. 
 
De acordo com a atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a lei do 
Município Alfa que promoveu a delegação do poder de polícia à sociedade de 
economia mista Beta, inclusive da fase de sanção de polícia, mediante a 
possibilidade de aplicação de multas, é 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
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A) inconstitucional, pois a sociedade de economia mista Beta é pessoa jurídica de 
direito privado, razão pela qual não pode exercer o poder de polícia, em quaisquer 
fases de seu ciclo. 
B) inconstitucional, pois somente as atividades de apoio ao poder de polícia 
(consentimento e fiscalização de polícia) podem ser delegadas à pessoa jurídica de 
direito privado. 
C) inconstitucional, pois somente lei federal, editada pelo Congresso Nacional, pode 
prever a possibilidade de delegação do poder de polícia na modalidade sanção de 
polícia. 
D) constitucional, pois o fato de a sociedade de economia mista Beta ser pessoa 
jurídica de direito privado não a impede de exercer a função pública de polícia 
administrativa, na modalidade de sanção de polícia, com base em lei local. 
E) constitucional, pois o fato de a sociedade de economia mista Beta ser integrante da 
administração indireta já viabiliza o exercício do poder de polícia, em quaisquer de 
suas fases, independentemente de lei local promovendo a delegação. 
 
16) FGV - Advogado (Pref Paulínia)/CREAS/2021 
 
Para enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, emergência de saúde 
pública de importância internacional, determinada autoridade pública adotou 
regularmente, com base em lei e no âmbito de suas competências, a medida de 
restrição excepcional e temporária, por rodovias, da locomoção intermunicipal. A 
medida somente foi determinada com base em evidências científicas e em análises 
sobre as informações estratégicas em saúde e foi limitada no tempo e no espaço, ao 
mínimo indispensável à promoção e à preservação da saúde pública, observada a 
proporcionalidade. No caso em tela, de acordo com a doutrina de DireitoAdministrativo, em tema de poderes administrativos, a medida adotada foi calcada 
diretamente no chamado poder 
 
A) de polícia. 
B) de segurança pública. 
C) de saúde pública. 
D) disciplinar. 
E) hierárquico. 
 
17) FGV - Auditor Fiscal Tributário (Paulínia)/2021 
 
A Vigilância Sanitária do Município Alfa recebeu denúncia de que o Supermercado 
Beta estaria expondo à venda produtos alimentícios impróprios para consumo. Por 
determinação da autoridade competente, servidores públicos municipais da 
vigilância sanitária realizaram fiscalização no mencionado supermercado e 
constataram que, de fato, estavam sendo vendidos produtos alimentícios com 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
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validade vencida e visivelmente estragados. Com base em lei municipal, os 
produtos foram imediatamente apreendidos para fins de perícia e, findo o processo 
administrativo, foram aplicadas as sanções administrativas previstas em lei ao 
supermercado. Na situação narrada, o Município Alfa agiu: 
 
A) no regular uso do poder regulamentar, sendo desnecessária prévia intervenção 
judicial para apreensão do produto, em razão do atributo da imperatividade do ato 
administrativo. 
B) com abuso de poder, eis que a aplicação de sanções administrativas apenas poderia 
ocorrer após processo judicial, assegurados o contraditório e a ampla defesa. 
C) no regular uso do poder hierárquico, sendo desnecessária prévia intervenção 
judicial para apreensão do produto, em razão do atributo da imperatividade do ato 
administrativo. 
D) com abuso de poder, eis que a diligência de fiscalização apenas poderia ocorrer 
mediante a exibição ao mercado de mandado judicial de busca e apreensão; 
E) no regular uso do poder de polícia, sendo desnecessária prévia intervenção judicial 
para apreensão do produto, em razão do atributo da autoexecutoriedade do ato 
administrativo. 
 
18) FGV - OAB UNIFICADO - Nacional/2019/XXX Exame 
 
Após comprar um terreno, Roberto iniciou a construção de sua casa, sem prévia 
licença, avançando para além dos limites de sua propriedade e ocupando 
parcialmente a via pública, inclusive com possibilidade de desabamento de parte 
da obra e risco à integridade dos pedestres. 
 
No regular exercício da fiscalização da ocupação do solo urbano, o poder público 
municipal, observadas as formalidades legais, valendo-se da prerrogativa de direito 
público que, calcada na lei, autoriza-o a restringir o uso e o gozo da liberdade e da 
propriedade privada em favor do interesse da coletividade, determinou que 
Roberto demolisse a parte irregular da obra. 
 
O poder administrativo que fundamentou a determinação do Município é o poder 
 
A) de hierarquia, e, pelo seu atributo da coercibilidade, o particular é obrigado a 
obedecer às ordens emanadas pelos agentes públicos, que estão em nível de 
superioridade hierárquica e podem usar meios indiretos de coerção para fazer valer a 
supremacia do interesse público sobre o privado. 
B) disciplinar, e o particular está sujeito às sanções impostas pela Administração 
Pública, em razão do atributo da imperatividade, desde que haja a prévia e 
imprescindível chancela por parte do Poder Judiciário. 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
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C) regulamentar, e os agentes públicos estão autorizados a realizar atos concretos para 
aplicar a lei, ainda que tenham que se valer do atributo da autoexecutoriedade, a fim 
de concretizar suas determinações, independentemente de prévia ordem judicial. 
D) de polícia, e a fiscalização apresenta duplo aspecto: um preventivo, por meio do 
qual os agentes públicos procuram impedir um dano social, e um repressivo, que, face 
à transgressão da norma de polícia, redunda na aplicação de uma sanção. 
 
19) FGV - Analista Judiciário (TJ AL)/Oficial de Justiça Avaliador/2018 
 
Poder de polícia pode ser conceituado como uma atividade da Administração 
Pública que se expressa por meio de seus atos normativos ou concretos, com 
fundamento na supremacia geral do interesse público para, na forma da lei, 
condicionar a liberdade e a propriedade individual, mediante ações fiscalizadoras 
preventivas e repressivas. 
 
De acordo com ensinamentos da doutrina de Direito Administrativo, são 
características ou atributos do poder de polícia: 
 
A) a hierarquia, a disciplina e a legalidade; 
B) a imperatividade, a delegabilidade e a imprescritibilidade; 
C) a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilidade; 
D) a indelegabilidade, a hierarquia e o respeito às forças de segurança pública; 
E) a imposição da força policial, a voluntariedade e a disciplina. 
 
20) FGV - OAB UNIFICADO - Nacional/2016/XIX Exame 
 
Fulano, servidor público federal lotado em órgão da administração pública federal 
no Estado de São Paulo, contesta ordens do seu chefe imediato, alegando que são 
proibidas pela legislação. A chefia, indignada com o que entende ser um ato de 
insubordinação, remove Fulano, contra a sua vontade, para órgão da administração 
pública federal no Distrito Federal, para exercer as mesmas funções, sendo certo 
que havia insuficiência de servidores em São Paulo, mas não no Distrito Federal. 
 
Considerando as normas de Direito Administrativo, assinale a afirmativa correta. 
 
A) A remoção de Fulano para o Distrito Federal é válida, porque configura ato 
arbitrário da Administração. 
B) Não é cabível a remoção do servidor com finalidades punitivas, por se ter, em tal 
hipótese, desvio de finalidade. 
C) A remoção pode ser feita, uma vez que Fulano não pautou sua conduta com base 
nos princípios e regras aplicáveis aos servidores públicos. 
D) O ato de insubordinação deveria ter sido constatado por meio de regular processo 
administrativo, ao fim do qual poderia ser aplicada a penalidade de remoção. 
 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
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21) FGV - Analista Judiciário (TJ PI)/Judiciária/Oficial de Justiça e Avaliador/2015 
 
Marcela, servidora pública estadual, foi removida da Capital do Estado para outro 
órgão estadual da mesma Secretaria no interior do Estado. A autoridade que 
determinou a remoção era a competente para o ato, mas não o motivou de forma 
específica. Marcela ajuizou ação judicial pleiteando a nulidade do ato de remoção, 
alegando e comprovando que a remoção, em verdade, ocorreu por retaliação, já que 
a autoridade que praticou o ato é seu antigo desafeto. No caso em tela, a pretensão 
de Marcela: 
 
A) merece prosperar, porque a remoção é ato administrativo vinculado e a autoridade 
competente não motivou o ato de forma específica, dando causa a vício de legalidade 
que leva à nulidade absoluta do ato; 
B) merece prosperar, porque, apesar de a remoção ser ato administrativo 
discricionário, ocorreu abuso de poder por desvio de poder, afastando-se a autoridade 
da finalidade pública do ato; 
C) merece prosperar, porque, apesar de a remoção ser ato administrativo vinculado, 
ocorreu abuso de poder por excesso de poder, uma vez que a autoridade não motivou 
corretamente o ato; 
D) não merece prosperar, porque a remoção é ato administrativo vinculado e a 
autoridade competente não precisa motivar de forma específica o ato, que já traz 
implícita a cláusula geral de cometimento para atender ao interesse público; 
E) não merece prosperar, porque a remoção é ato administrativo discricionário e, por 
tal razão, a autoridade competente não precisa expor motivação específica para o ato, 
tendo liberdade para decidir de acordo com critérios de oportunidade e conveniência. 
 
 
SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
Conceito: serviço público é toda atividade prestacional voltada ao cidadão, 
independentemente da titularidade exclusiva do Estado e da forma de 
remuneração. Em outras palavras, serviço público é uma atividade desenvolvida 
com a participação do Estado (direta ou indiretamente). É a prestação de serviços 
que tem a finalidade de atender necessidades da sociedade. No serviço público 
sempre existe a participação do Estado no fornecimento dos serviços, aindaque 
de forma indireta. 
Os serviços públicos podem ser gerais ou individuais. Os gerais são os 
destinados ao atendimento da população em geral e são financiados pelos valores 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
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dos impostos. Exemplos: fornecimento de iluminação pública e segurança 
pública. 
Os serviços individuais são os que são prestados a cada pessoa individualmente 
e devem ser cobrados por taxas. São exemplos os serviços de fornecimento de 
energia elétrica e de água. 
Princípios dos serviços públicos: 
 Continuidade: prestação ininterrupta. Regularidade com observância das 
normas vigentes. Não impõe que todos os serviços sejam prestados diretamente 
e de forma integral, vez que a continuidade depende da necessidade da 
população. 
 Igualdade: dever de prestar o serviço de maneira igualitária a todos os 
particulares que satisfaçam as condições técnicas e jurídicas, sem qualquer 
distinção de caráter pessoal. Igualdade material. 
 Mutabilidade (ou atualidade): os serviços devem se adaptar à evolução 
social e tecnológica. 
 Generalidade (ou universalidade): a prestação dos serviços deve 
beneficiar o maior número possível de beneficiários. O prestador deve levar as 
comodidades materiais para as pessoas que ainda não recebem o serviço público. 
 Modicidade: salvo as exceções previstas em lei, os serviços públicos são 
remunerados pelos usuários. A modicidade significa que o valor cobrado do 
usuário deve ser proporcional ao custo do respectivo serviço, com o objetivo de 
viabilizar o acesso pelo maior número de pessoas. 
Autorização x Permissão x Concessão 
AUTORIZAÇÃO é ATO administrativo por meio do qual a Administração 
possibilita ao particular a realização de alguma atividade de predominante 
interesse deste, ou a utilização de um bem público. É ato unilateral, 
discricionário, precário e sem licitação, cujo interesse é predominantemente 
privado. 
PERMISSÃO é ATO administrativo discricionário e precário mediante o qual é 
consentida ao particular alguma conduta em que exista interesse predominante 
da coletividade. Se traduz em ato unilateral, discricionário, precário, mas com 
licitação (qualquer modalidade), cujo interesse é predominantemente público. 
 Na permissão não há indicação da modalidade de licitação a ser 
observada, dependendo do valor a ser contratado. 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
21 
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Lei 8.987/95, Art. 2º. 
(...) 
IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário, 
mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder 
concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para 
seu desempenho, por sua conta e risco. 
CONCESSÃO é CONTRATO celebrado entre a Administração Pública e o 
particular, pelo qual o Poder Público transfere ao segundo a execução de um 
serviço público, para que este o exerça em seu próprio nome e por sua conta e 
risco, mediante tarifa paga pelo usuário, em regime de monopólio ou não. Trata-
se de contrato administrativo bilateral, mediante prévia licitação (concorrência 
ou diálogo competitivo), por prazo determinado e cujo interesse é 
preponderantemente público. 
Lei nº 8.987/93, art. 2º: 
(...) 
II - CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO: a delegação de sua 
prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na 
modalidade concorrência ou diálogo competitivo, a pessoa jurídica 
ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu 
desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado; 
III: CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO PRECEDIDA DA 
EXECUÇÃO DE OBRA PÚBLICA: a construção, total ou parcial, 
conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras 
de interesse público, delegados pelo poder concedente, mediante 
licitação, na modalidade concorrência ou diálogo competitivo, a pessoa 
jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua 
realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da 
concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do 
serviço ou da obra por prazo determinado. 
 Na concessão a delegação ocorre nas modalidades CONCORRÊNCIA ou 
DIÁLOGO COMPETITIVO (tomada de preços e convite são modalidades que 
não mais existem ante a nova legislação que rege as licitações - Lei 14.133/21). 
 
 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
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ATO ADMINISTRATIVO 
 
Conceito: trata-se da manifestação unilateral de vontade da Administração 
Pública e de seus delegatários, no exercício da função delegada que, sob o regime 
de direito público, pretende produzir efeitos jurídicos com o objetivo de 
implementar o interesse público. 
Requisitos (ou elementos): são as partes componentes do ato administrativo e, 
para a doutrina tradicional, são 5 os elementos: 
 Competência: o ato administrativo deve ser editado por agente público 
competente. No Direito Privado a validade do ato jurídico pressupõe a 
capacidade do sujeito, no Direito Público exige-se, para além da capacidade, a 
competência. A competência decorre sempre de lei, é IMPRORROGÁVEL E 
IRRENUNCIÁVEL. 
Acerca da competência eis o que dispõe o art. 11 da Lei 9.784/1999 (Lei de 
Processo Administrativo Federal): 
“Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos 
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de 
delegação e avocação legalmente admitidos”. 
 Além de improrrogável e irrenunciável, a competência é inderrogável, 
imprescritível e, excepcionalmente, pode ser objeto de delegação ou de 
avocação. 
 Delegação e avocação de competência: a competência pode ser 
modificada, desde que não se trate de competência exclusiva. Na delegação a 
transferência é precária, total ou parcial, conferidas pelo delegante para outro 
agente público. Na avocação ocorre o chamamento, pela autoridade superior, das 
atribuições inicialmente outorgadas pela lei ao agente subordinado. A delegação 
decorre do poder hierárquico e não do poder regulamentar. Não podem ser 
objeto de delegação: a edição de atos de caráter normativo; a decisão de 
recursos administrativos; as matérias de competência exclusiva do órgão ou 
autoridade (art. 13 da Lei 9.784/99). 
 Finalidade: é o resultado do ato e deve atender o interesse público. A 
finalidade é elemento vinculado do ato, vez que o interesse público sempre será 
o fim da atuação administrativa. A discricionariedade se restringe ao objeto do 
ato (fim imediato), que é o conteúdo do ato. A finalidade é invariável e o objeto 
é variável. 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
23 
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 A finalidade pode ser subdividida em MEDIATA e IMEDIATA. A 
finalidade mediata será sempre o interesse público a ser alcançado, enquanto a 
finalidade imediata é o objeto propriamente dito, que pode ser traduzido na 
aquisição, transformação ou extinção de direitos. 
 Por exemplo, na licença-gestante a finalidade MEDIATA é garantir o 
interesse público à proteção da criança e da maternidade, enquanto a finalidade 
IMEDIATA é permitir o afastamento da servidora. 
 Forma: é o revestimento externo do ato administrativo e as formalidades 
que devem ser cumpridas. No Direito Administrativo vigora o princípio da 
solenidade das formas, exigindo-se a edição de atos escritos e o atendimento de 
formalidades legais. Excepcionalmente os atos administrativos podem ser 
praticados sob a forma não escrita. Exemplos: sinais, gestos, sons, ordens verbais, 
etc. Por sua vez, de acordo com o princípio da simetria das formas, a forma 
utilizada na edição do ato deve ser a mesma usada para a sua alteração ou 
revogação. 
 Motivo: é a situação de fato ou de direito que justifica a edição do ato 
administrativo. É a causa do ato. Exemplo: infração funcional é o motivo que 
justifica a edição do ato administrativo punitivo. 
 Motivo de fato: a escolha é do administrador, pois a lei elenca 
diversos motivos que podem justificar a edição do ato (ex: dispensa de licitação). 
 Motivo de direito: a escolha é do legislador,pois a lei menciona os 
motivos que acarretarão, necessariamente, a edição do ato (ex: aposentadoria 
compulsória). 
 Teoria dos motivos determinantes: a validade do ato 
administrativo depende da correspondência entre os motivos nele expostos e a 
existência concreta dos fatos que ensejaram a sua edição. Ainda que, 
excepcionalmente, a lei não exija motivação, se esta for exteriorizada, a validade 
do ato dependerá da correspondência com a realidade. Exemplo: exoneração de 
agente ocupante de cargo em comissão. 
 Objeto: é o efeito jurídico e material que será produzido pelo ato, é a 
própria alteração no mundo jurídico que o ato provoca. É o conteúdo do ato. Ex: 
conteúdo do ato de demissão é punir quem cometeu infração funcional; o objeto 
da licença profissional é habilitar o exercício de determinada profissão pelo 
interessado. Objeto é o fim imediato, a finalidade é o fim mediato. 
Atributos dos atos administrativos 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
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 Presunção de legitimidade e de veracidade: os atos administrativos 
presumem-se editados em conformidade com o ordenamento jurídico, bem como 
as informações neles contidas presumem-se verdadeiras. Trata-se de presunção 
relativa (iuris tantum). Os principais efeitos desse atributo são a 
autoexecutoriedade e a inversão do ônus da prova. 
 Imperatividade: a Administração tem a prerrogativa de impor condutas 
positivas ou negativas aos particulares. Os atos administrativos são, em regra, 
imperativos ou coercitivos. 
 Imperatividade x exigibilidade: enquanto a imperatividade é a 
qualidade de se impor a terceiros independentemente da sua vontade, a 
exigibilidade se traduz na noção de que o particular é obrigado a cumprir a 
obrigação imposta. Exemplo de exigibilidade: pagamento de taxas em razão do 
efetivo exercício do poder de polícia; pagamento de multa; ou a impossibilidade 
de licenciamento do veículo enquanto não pagas as multas de trânsito. 
 Autoexecutoriedade: prerrogativa conferida à Administração de executar 
diretamente a sua vontade, inclusive com o uso moderado da força, 
independentemente de manifestação do Poder Judiciário. 
Extinção do ato administrativo 
Anulação: é a invalidação do ato administrativo editado em 
desconformidade com a ordem jurídica. A ilegalidade é originária e acarreta 
efeitos ex tunc, exceto em relação a terceiros de boa-fé. Entre as partes, não gera 
direitos ou obrigações, não constitui situações jurídicas definitivas, nem admite 
convalidação. A anulação é, em regra, um ato vinculado, porque a Administração 
tem o DEVER de anular atos ilegais. 
Todavia, a anulação não pode ser feita a qualquer tempo, pois o direito 
da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos 
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que 
foram praticados, salvo comprovada má-fé (Lei 9.784/99). 
Revogação: é a extinção do ato por razões de conveniência e 
oportunidade (ex: revogação da autorização de uso privativo da calçada por 
restaurante). Incide apenas sobre atos discricionários, porque se trata de uma 
revisão do mérito administrativo. Pressupõe que o ato seja válido, mas que se 
tornou inconveniente ou inoportuno. 
Diferentemente da anulação, a revogação não possui limite temporal, 
mas possui limite material, pois deve respeitar os direitos adquiridos. 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
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STF – Súmula 473: “A Administração pode anular seus próprios atos, 
quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se 
originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos 
os casos, a apreciação judicial”. 
Convalidação: é o salvamento do ato administrativo que apresenta vícios 
sanáveis. O ato de convalidação produz efeitos ex tunc, preservando o ato 
originariamente ilegal editado. 
Teoria da aparência: são considerados válidos, perante terceiros de boa-
fé, os atos praticados por agentes de fato (que ingressaram na Administração de 
forma irregular). 
Discricionariedade x Vinculação: a atuação discricionária do administrador é 
admitida quando há certo grau de liberdade na sua atuação, podendo variar de 
intensidade a depender da opção adotada pelo legislador (ex: autorização de uso 
de bem público). Por outro lado, a norma pode descrever todos os elementos do 
ato administrativo que deverão ser observados pelo agente, sem qualquer 
margem de liberdade tratando-se, nesse último caso, de atuação vinculada (ex: 
licença para dirigir veículo automotor). 
Como é cobrado? 
22) FGV - Analista Judiciário (TRT 12ª Região)/Judiciária/Oficial de Justiça 
Avaliador Federal/2017 
 
João foi nomeado e empossado no cargo de Oficial de Justiça do Tribunal Regional 
do Trabalho de Santa Catarina. Após um ano em exercício das funções públicas 
inerentes ao cargo e mediante regular processo administrativo, foi declarada a 
nulidade de seu ato de nomeação, por vícios insanáveis consistentes em burla pelo 
servidor às regras do concurso público. 
 
Os atos praticados por João na Vara do Trabalho onde estava lotado, como certidões 
por ele expedidas, serão: 
 
A) igualmente declarados nulos, pois a anulação de seu ato de investidura por burla 
às regras do concurso público opera efeitos ex tunc, isto é, retroage à data de origem 
do ato, aniquilando todos os efeitos produzidos; 
B) igualmente declarados nulos, pois a nulidade absoluta no caso decorre de norma 
cogente e opera efeitos ex nunc, ou seja, retroage à data da prática do ato ilícito, a 
partir da qual nenhum efeito poderá ser convalidado; 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
26 
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C) válidos, eis que a anulação de seu ato de investidura opera efeitos ex tunc, isto é, 
produz efeitos a partir da data da decisão administrativa que declarou a nulidade, não 
retroagindo à data de origem do ato; 
D) válidos, pois, pela teoria da aparência, a nomeação de servidor com burla às regras 
do concurso público é nula, mas os atos por ele praticados são válidos, em atenção ao 
princípio da segurança jurídica e para resguardar os terceiros interessados de boa fé; 
E) válidos, desde que haja decisão jurisdicional determinando e especificando quais 
atos devem ser convalidados, com escopo de aproveitar os atos por ele praticados para 
atender aos princípios da eficiência e celeridade. 
 
 
23) FGV - Advogado (ALERO)/2018 
 
 
O Presidente de uma Assembleia Legislativa, por estar sobrecarregado de trabalho, 
delegou para o 1º Vice Presidente, com a concordância deste, competência para 
decidir de recurso hierárquico interposto contra decisão de Presidente de Comissão, 
em questão de ordem por este resolvida. 
 
O mencionado ato administrativo de delegação é 
 
A) lícito, eis que o Presidente da Assembleia agiu no regular exercício de seu poder 
regulamentar, na medida em que editou norma geral e abstrata. 
B) lícito, eis que o Presidente da Assembleia agiu no regular exercício de seu poder 
hierárquico, delegando competência de ato devidamente especificado para inferior 
hierárquico. 
C) lícito, eis que o Presidente da Assembleia agiu no regular exercício de seu poder 
disciplinar, pois possui prerrogativa para regulamentar o exercício de suas próprias 
atribuições. 
D) nulo, eis que causará vício de competência, por excesso de poder para o 1º Vice 
Presidente, pois a decisão de recurso hierárquico é indelegável. 
E) nulo, eis que causará vício de hierarquia, pois o ato apenas poderia ser delegado 
para autoridade hierarquicamente superior ao agente delegante. 
 
24) FGV - Especialista Legislativo Municipal (CM Salvador)/Advogado 
Legislativo/2018 
 
Dentre os elementos do ato administrativo, a doutrina de Direito Administrativo 
elenca a competência, que é a atribuição normativa de legitimação para a prática de 
determinado ato. 
Nesse contexto, é característica da competência administrativa a sua: 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO27 
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A) prorrogabilidade, pois a competência relativa se prorroga, caso o administrado não 
se oponha na primeira oportunidade processual; 
B) irrenunciabilidade, apesar de o agente público poder delegá-la ou avocá-la, nos 
casos permitidos pela lei; 
C) delegabilidade, como regra geral, como nos casos de edição de atos normativos; 
D) avocabilidade, quando se chama para si competência originariamente de agente de 
hierarquia superior; 
E) discricionariedade, eis que ao agente público é facultada a possibilidade de atuar 
quando for provocado. 
 
 
25) FGV - Analista (IBGE)/Auditoria/2016 
 
Em matéria de elementos do ato administrativo, de acordo com a doutrina de Direito 
Administrativo, é correto afirmar que a competência: 
 
A) decorre da lei, razão pela qual não pode o próprio órgão estabelecer, por si, as suas 
atribuições; 
B) é derrogável, seja pela vontade da Administração, seja por acordo com terceiros; 
C) não pode ser, em qualquer hipótese, objeto de delegação, sob pena de nulidade 
absoluta; 
D) não pode ser, em qualquer hipótese, objeto de avocação, sob pena de nulidade 
relativa; 
E) pode ser objeto de delegação somente no que se refere à edição de atos de caráter 
normativo. 
 
 
26) FGV - Analista Judiciário (TJ AM)/Leiloeiro/2013 (e mais 1 concurso) 
 
Com relação aos elementos do ato administrativo, assinale a afirmativa correta. 
 
A) A finalidade pode ser considerada sob o ponto de vista mediato ou imediato. 
B) A incapacidade do sujeito não compromete a validade do ato administrativo. 
C) A motivação do ato administrativo integra o elemento finalidade. 
D) O ato administrativo não pode ser criado sem definir sua finalidade. 
E) O ato administrativo não pode ser criado sem definir sua competência. 
 
 
27) FGV - Especialista em Saúde (SEMSA Manaus)/Advogado/2022 
 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
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João, proprietário de imóvel situado ao lado de um Hospital Municipal, realizou 
construção irregular em sua propriedade, ocupando parte de área pública em frente 
ao hospital, com risco iminente de desabamento, sem obter qualquer licença para 
tal e ao arrepio dos ditames legais sobre a matéria. O Município, observadas as 
cautelas e as formalidades legais, diante da manifesta situação de urgência, 
promoveu a imediata demolição da construção. 
 
O atributo do ato administrativo que fez valer a decisão de demolição, sem 
necessidade de prévia intervenção do Poder judiciário, é a 
 
A) imperatividade, como meio direto de execução do ato administrativo, não devendo 
ser oportunizado a João o contraditório diferido. 
B) exigibilidade, como meio direto de execução do ato administrativo, devendo ser 
oportunizado a João o prévio contraditório. 
C) autoexecutoriedade, como meio direto de execução do ato administrativo, devendo 
ser oportunizado a João o contraditório diferido. 
D) tipicidade, como meio indireto de execução do ato administrativo, devendo ser 
oportunizado a João o prévio contraditório. 
E) coercibilidade, como meio indireto de execução do ato administrativo, devendo ser 
oportunizado a João o contraditório diferido. 
 
 
28) FGV - Advogado (FunSaúde CE)/2021 
 
João estacionou seu veículo em local proibido, qual seja, na calçada em frente à 
entrada de veículos do Hospital estadual Alfa. Avalie as duas providências distintas 
que podem ser adotadas pelo poder público, observadas as cautelas e 
procedimentos legais cabíveis: 
 
1ª - Agentes públicos competentes aplicam multa a João, como meio indireto de 
coação. 
 
2ª - Agentes públicos competentes guincham o carro de João, como meio direto de 
execução do ato administrativo. 
 
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, assinale a opção que apresenta 
os atributos ou características do ato administrativo que diretamente ensejaram as 
duas providências. 
 
A) Imperatividade e exigibilidade. 
B) Tipicidade e executoriedade. 
C) Autoexecutoriedade e presunção de legitimidade. 
D) Exigibilidade e autoexecutoriedade. 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
29 
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E) Presunção de veracidade e imperatividade. 
 
29) FGV - Oficial (TJ SC)/Justiça e Avaliador/2018 
 
Em situações pontuais e emergenciais, justificadas pelo interesse público, em que a 
aplicação de meios indiretos de coerção não seja suficiente, o poder público pode 
pôr em prática imediatamente o ato administrativo. 
 
Tal providência decorre do atributo ou característica desse ato administrativo, qual 
seja: 
 
A) imperatividade, mediante prévia decisão judicial, para observância do devido 
processo legal; 
B) coercibilidade, mediante prévio processo administrativo, assegurados o 
contraditório e a ampla defesa; 
C) autoexecutoriedade, sem prévia decisão judicial, mas com contraditório diferido; 
D) exigibilidade, mediante prévia decisão judicial, para observância da 
inafastabilidade do controle jurisdicional; 
E) tipicidade, sem prévia decisão judicial, mas com indispensável prévio processo 
administrativo. 
 
 
30) FGV - Procurador do Município de Niterói/2014 
 
Sobre ato administrativo, assinale a afirmativa correta. 
 
A) A edição de atos administrativos cabe somente aos órgãos do Executivo. 
B) Avocação é o deslocamento de competências e ocorre quando um órgão ou 
autoridade, titular de determinados poderes e atribuições, transfere a outro órgão ou 
autoridade uma parcela desses poderes e atribuições. 
C) Objeto do ato administrativo significa o efeito prático pretendido com a edição do 
ato administrativo ou a modificação por ele trazida ao ordenamento jurídico. 
D) Autoexecutoriedade ou autoridade da coisa decidida consiste na força obrigatória 
do ato administrativo em relação àqueles a que se destina. 
E) Os atos administrativos já nascem com a presunção de legalidade, o que exime a 
administração de motivá-los. 
 
 
31) FGV - Delegado de Polícia (PC MA)/2012 
 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
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A respeito da autoexecutoriedade dos atos da Administração Pública, analise as 
afirmativas a seguir. 
 
I. É vedada a autoexecutoriedade dos atos administrativos que imponham ao 
particular a obrigação de pagar dinheiro, devendo a Administração valer-se da via 
judicial para a cobrança. 
 
II. A remoção de construções de áreas de risco iminente de desabamento somente 
pode ser feita após autorização judicial. 
 
III. Admite-se, excepcionalmente, que a Administração execute seus atos, assegurando 
o exercício do contraditório e da ampla defesa apenas posteriormente. 
 
Assinale: 
 
A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
D) se somente a afirmativa II estiver correta. 
E) se somente a afirmativa III estiver correta. 
 
 
32) FGV - Juiz Estadual (TJ MG)/2022 
 
A Administração Pública pode: 
 
A) anular os próprios atos, se estiverem eivados de nulidade, desde que isso não atinja 
a segurança jurídica. 
B) anular os próprios atos, se estiverem eivados de nulidade, a qualquer tempo. 
C) revogar os próprios atos, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados 
os direitos adquiridos. 
D) revogar os próprios atos, por motivo de conveniência ou oportunidade, sem que 
isso possa gerar quaisquer direitos. 
 
 
33) FGV - Analista do Ministério Público (MPE RJ)/Processual/2016 
 
Sociedade empresária concessionária do serviço público estadual de transporte 
intermunicipal coletivo de passageiros deseja, com base no contrato administrativo, 
reajustar o valor da tarifa, alegando que está defasado em razão dos atuais custos 
do serviço. O poder concedente, pressionado por manifestações populares, não 
autorizou o aumento pretendido, argumentando que os serviços devem ser 
remunerados a preços razoáveis, levando em consideração o poder aquisitivo do 
usuário para que, por dificuldades financeiras, não seja ele alijado do universo de 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO31 
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beneficiários do serviço. Assim, a concessionária ajuizou ação judicial pretendendo 
obter autorização para o reajuste das tarifas pagas pelos usuários. Instado a se 
manifestar, o Ministério Público deverá emitir parecer analisando as peculiaridades 
do caso concreto e levando em conta a harmonização entre os seguintes princípios 
acima alegados, respectivamente, pelo concessionário e poder concedente: 
 
A) princípio da continuidade do serviço público e princípio da economicidade; 
B) princípio da exceção do contrato não cumprido e princípio da isonomia; 
C) princípio do equilíbrio econômico-financeiro do contrato e princípio da 
modicidade; 
D) princípio da competitividade e princípio da supremacia do interesse público; 
E) princípio da universalidade do serviço público e princípio da segurança jurídica. 
 
 
34) FGV - Analista da Procuradoria (PGE RO)/Processual/2015 
 
Serviço público é toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que a 
exerça diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer 
concretamente às necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente 
público. Dentre os princípios que se aplicam ao serviço público, destaca-se: 
 
A) generalidade, segundo o qual o serviço deve ser prestado a todos os usuários, de 
forma impessoal e gratuita; 
B) continuidade, segundo o qual o serviço não pode ser paralisado em qualquer 
hipótese; 
C) modicidade, segundo o qual o serviço público deve ser remunerado a preços 
módicos; 
D) eficiência, segundo o qual o serviço público deve ser prestado com qualidade 
superior a serviço equivalente oferecido pela iniciativa privada; 
E) economicidade, segundo o qual o serviço público deve ser subsidiado pelo poder 
público, a fim de que a tarifa seja acessível a todos. 
 
 
35) FGV - Analista Judiciário (TJ PI)/Judiciária/Analista Judicial/2015 
 
Serviço público é toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que a 
exerça diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer 
concretamente às necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente 
de direito público. Nesse contexto, de acordo com a doutrina de Direito 
Administrativo, destaca-se o princípio regedor dos serviços públicos da: 
 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
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A) especificidade, segundo o qual o serviço público é prestado para determinada 
parcela da sociedade que tenha condições específicas para arcar com seus custos e 
gozar de seus benefícios; 
B) continuidade, segundo o qual o serviço público não deve, em regra, sofrer 
interrupção, ou seja, sua prestação deve ser contínua para evitar que a paralisação 
provoque prejuízo à população; 
C) supremacia do interesse privado, segundo o qual o serviço público deve visar ao 
bem estar do cidadão, individualmente considerado, pois é o destinatário final dos 
compromissos legais do Estado; 
D) modicidade, segundo o qual o serviço público deve ser prestado de forma eficiente, 
mas visando ao lucro máximo, a fim de que a atividade seja rentável a seu executor e 
atenda ao interesse público; 
E) economicidade, segundo o qual o serviço público deve ser remunerado a preços 
públicos mínimos, de maneira que a tarifa seja acessível a toda população e gratuita 
para os comprovadamente hipossuficientes. 
 
36) FGV - Analista Judiciário (TJ RO)/Oficial de Justiça/2021 
 
O Estado Alfa pretende contratar a reforma de determinada obra de interesse 
público, por meio de licitação, na modalidade concorrência ou diálogo competitivo, 
para delegação à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre 
capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento 
da contratada seja remunerado e amortizado mediante a exploração da obra por 
prazo determinado. 
 
No caso em tela, a contratação ocorrerá por: 
 
A) concessão de serviço público precedida da execução de obra pública, cujo contrato 
deve estipular os cronogramas físico-financeiros de execução das obras vinculadas à 
concessão e exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessionária, das obrigações 
relativas às obras vinculadas à concessão; 
B) permissão de serviço público, cujo contrato deve estipular as penalidades 
administrativas a que se sujeita a permissionária e exigir garantia do fiel 
cumprimento, pela permissionária, das obrigações relativas às obras vinculadas à 
concessão; 
C) concessão de serviço público, cujo contrato deve estipular os cronogramas físico-
financeiros de execução das obras vinculadas à concessão e os critérios para o cálculo 
e a forma de pagamento das indenizações devidas à concessionária; 
D) autorização de uso de bem público, cujo contrato deve estipular a exigência da 
publicação de demonstrações financeiras periódicas da concessionária e prever o foro 
e o modo amigável de solução das divergências contratuais; 
E) permissão de uso de bem público, cujo contrato deve prever os critérios para o 
cálculo e a forma de pagamento das indenizações devidas à permissionária, e as 
condições para prorrogação do contrato. 
 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
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37) FGV - Auditor (ALBA)/Auditoria/2014 
Sobre a natureza jurídica dos instrumentos de delegação da prestação de serviços 
públicos, assinale a afirmativa correta. 
 
A) A concessão é sempre ato administrativo. 
B) A autorização é sempre contrato administrativo. 
C) A permissão é sempre contrato administrativo. 
D) A concessão ocorre de forma unilateral. 
E) A concessão é sempre contrato administrativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
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GABARITO DAS QUESTÕES 
 
QUESTÃO GABARITO 
1 A 
2 D 
3 A 
4 B 
5 A 
6 B 
7 C 
8 D 
9 B 
10 C 
11 C 
12 E 
13 C 
14 C 
15 D 
16 A 
17 E 
18 D 
19 C 
20 B 
21 B 
22 D 
23 D 
24 B 
25 A 
26 A 
27 C 
28 D 
29 C 
30 C 
31 B 
32 C 
33 C 
34 C 
35 B 
36 A 
37 E 
 
 
 
 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
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ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA 
 A Administração Pública Direta compreende os Entes federativos (União, 
Estados, DF e Municípios) e seus respectivos órgãos. O Ente atua por meio de 
seus órgãos e de maneira CENTRALIZADA. Os órgãos estatais, que decorrem 
da DESCONCENTRAÇÃO interna de funções administrativas, serão os 
instrumentos dessa atuação centralizada. 
Entidades políticas são a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios (Administração Direta), são todas pessoas jurídicas de direito público 
dotadas de poder e autonomia políticas e de capacidade legislativa. 
Entidades administrativas são as autarquias, fundações, empresas 
públicas e sociedades de economia mista (Administração Indireta), apenas 
autarquias são pessoas jurídicas de direito público (algumas fundações também), 
não possuem autonomia política e nem capacidade legislativa. 
CF, Art. 18. A organização político-administrativa da 
República Federativa do Brasil compreende a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos 
autônomos, nos termos desta Constituição. 
Os órgãos públicos são centros de competência especializada criados por 
lei, sem personalidade jurídica, com escopo de garantir maior eficiência no 
exercício de suas funções. 
Teoria do órgão: por essa teoria, adotada pelo nosso ordenamento 
jurídico, a vontade do agente público é imputada ao respectivo órgão e, por sua 
vez, se traduz na vontade do próprio Estado que, ao final, deverá ser 
responsabilizado por eventuais prejuízos causados a terceiros, o que não impede 
o exercício do direito de regresso. Em outras palavras, o agente público atua em 
nome do Estado e do órgão. 
Portanto, os órgãos são entes despersonalizados (sem personalidade 
jurídica própria), surgem pela técnica da desconcentração, podem estar presentes 
tanto na Administração Direta quanto na Indireta e, em regra, não possuem 
capacidade processual. 
Câmaras Municipais e Assembleias Legislativas:apesar de não 
possuíram personalidade jurídica, possuem PERSONALIDADE JUDICIÁRIA, 
de modo que podem atuar em juízo apenas para defender os seus interesses 
estritamente institucionais, ou seja, aqueles relacionados ao funcionamento, 
autonomia e independência do órgão. 
STJ: 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
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2. A Câmara Municipal não possui personalidade jurídica, mas 
apenas personalidade judiciária, a qual lhe autoriza apenas atuar 
em juízo para defender os seus interesses estritamente 
institucionais, ou seja, aqueles relacionados ao funcionamento, 
autonomia e independência do órgão, não se enquadrando, nesse 
rol, o interesse patrimonial do ente municipal. (REsp n. 
1.429.322/AL, relator Ministro Mauro Campbell Marques, 
Segunda Turma, julgado em 20/2/2014, DJe de 28/2/2014.) 
 A Administração Indireta, por sua vez, compreende as entidades 
administrativas que exercem funções administrativas a partir da 
DESCENTRALIZAÇÃO legal e que estão vinculadas ao respectivo Ente 
federativo. 
 São entidades integrantes da Administração Pública Indireta: autarquias, 
fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. As autarquias e 
fundações são pessoas jurídicas de direito público, instituídas diretamente pela 
lei, enquanto as empresas públicas e sociedades de economia mista são pessoas 
jurídicas de direito privado e criadas por autorização legal, por meio do registro 
dos respectivos atos constitutivos, como se exige para as pessoas jurídicas 
privadas em geral. 
 Princípio do controle: as entidades administrativas, apesar de serem 
autônomas, estão vinculadas ao Ente federativo respectivo. O controle pode ser 
dividido em controle político e controle administrativo/finalístico. 
 Pelo controle político significa dizer que os dirigentes das entidades 
administrativas são escolhidos e nomeados pela autoridade da Administração 
Direta. 
 Pelo controle administrativo e finalístico, as entidades administrativas 
devem atender as finalidades que justificaram a sua instituição e que constam da 
respectiva legislação. 
Pelo controle financeiro entende-se que as contas das entidades devem ser 
controladas pelos órgãos competentes (Tribunais de Contas). 
Vinculação (controle ou tutela) x Subordinação (hierarquia): a 
vinculação não pode se confundir com subordinação. Em outras palavras, os 
entes da Administração Indireta não são hierarquicamente inferiores aos entes 
da Administração Direta, pois a subordinação (hierarquia) existe apenas entre os 
órgãos de uma mesma pessoa jurídica. Hierarquia existe em toda e qualquer 
DESCONCENTRAÇÃO, mas não na DESCENTRALIZAÇÃO. 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
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 O controle não se presume, dependendo sempre de lei. A hierarquia se 
presume, pois depende da organização interna da entidade. 
 A tutela pressupõe a existência de duas pessoas jurídicas; a hierarquia 
existe no interior de uma mesma pessoa jurídica. 
 A tutela é condicionada pela lei, apenas admitindo os instrumentos de 
controle nela previstos; a hierarquia é incondicionada, pois é inerente a uma série 
de poderes administrativos. 
AUTARQUIAS 
Autarquia significa autogoverno. Se traduz em pessoa jurídica de direito 
público, criada por lei e integrante da Administração Pública Indireta, 
desempenhando atividade típica de Estado. Sua personalidade jurídica se inicia 
com a vigência da lei criadora (a extinção também depende de lei). 
O objeto da autarquia é o exercício de atividades típicas de Estado e o 
regime de pessoal é estatutário. 
Os bens das autarquias seguem o regime jurídico dos bens públicos, sendo 
inalienáveis (ou alienabilidade condicionada), podendo serem alienados se 
respeitados os seguintes requisitos: desafetação, justificativa, avaliação prévia, 
licitação (concorrência para imóveis e leilão para móveis) e autorização 
legislativa para os bens públicos imóveis. 
Os bens autárquicos são impenhoráveis, ou seja, os bens públicos não são 
passíveis de constrição judicial, pois os pagamentos decorrentes de decisões 
judiciais devem observar a ordem cronológica dos precatórios. 
Ainda quanto aos bens autárquicos, estes são imprescritíveis (não 
admitem usucapião) e são caracterizados pela não onerabilidade (não podem ser 
onerados com garantia real). 
As autarquias sujeitam-se à responsabilidade civil em sua modalidade 
OBJETIVA, fundada na teoria do risco administrativo (art. 37, §6º, da CF), sendo 
necessário comprovar a conduta, o dano e o nexo causal. 
Incidem, ainda, sobre as autarquias as prerrogativas da imunidade 
tributária e as prerrogativas processuais. 
EMPRESAS PÚBLICAS e SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 
 Empresa pública é pessoa jurídica de direito privado, integrante da 
Administração Pública Indireta, criada por autorização legal, sob qualquer 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
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forma societária, cujos bens são oriundos de pessoas administrativas e que presta 
serviço público ou executa atividade econômica. 
 Sociedade de economia mista é pessoa jurídica de direito privado, 
integrante da Administração Pública Indireta, criada por autorização legal sob a 
forma societária de sociedade anônima, cujos bens são oriundos de pessoas 
administrativas e de particulares, com controle acionário do Estado e que presta 
serviço público ou executa atividade econômica. 
 Diferenças entre empresas públicas e sociedades de economia mista 
 Composição: formação do capital das empresas públicas decorre 
das pessoas administrativas e das sociedades de economia mista decorre tanto 
de pessoas administrativas quanto de particulares, mas o controle societário 
permanece com o Estado. 
 Forma societária: empresa pública adota qualquer forma societária; 
sociedade de economia mista é S/A, devendo o Poder Público deter a maioria das 
ações com direito a voto. 
 Foro competente para julgamento: empresa pública federal se 
submete à Justiça Federal; sociedade de economia mista se submete à Justiça 
Estadual. 
Tese fixada no Tema 992 da Repercussão Geral do STF: Compete 
à Justiça Comum processar e julgar controvérsias relacionadas à fase pré-
contratual de seleção e de admissão de pessoal e eventual nulidade do certame 
em face da Administração Pública, direta e indireta, nas hipóteses em que 
adotado o regime celetista de contratação de pessoas. (RE 960429, julgado em 
05/03/2020). 
 Criação: tanto as EP quanto às SEM dependem de lei autorizativa 
específica, cuja iniciativa é do chefe do Poder Executivo. Por sua vez, o 
nascimento da EP e da SEM apenas ocorrerá com a inscrição dos atos 
constitutivos no respectivo Registro (art. 45 do Código Civil). Pelo princípio da 
simetria, a extinção também depende de autorização legislativa. 
 Objeto: as EP e SEM podem desempenhar tanto atividades econômicas 
quanto prestar serviços públicos. O art. 173 da CF admite a exploração DIRETA 
da atividade econômica pelo Estado, desde que cumpridos dois requisitos: a 
intervenção deve ser necessária aos imperativos da segurança nacional ou a 
relevante interesse coletivo e a formalização deve ser feita por meio da criação de 
empresas públicas ou sociedades de economia mista. 
RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 
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 A aplicação do regime próprio das empresas privadas às EP e SEM não 
significa que o tratamento entre essas entidades será absolutamente igual, visto 
que as estatais integram a Administração Indireta e submetem-se, parcialmente, 
às normas de direito público (concurso público, licitação, controle pelo tribunal 
de contas, etc). Nesse sentido, o regime jurídico pode ser considerado como 
HÍBRIDO. 
 “Os empregados das empresas públicas e das sociedades de economia 
mista têm suas relações empregatícias regidas pela Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT). Como o vínculo decorre de uma relação de trabalho, eventuais 
litígios entre essas entidades e seus empregados devem ser processados e 
julgados na Justiça do Trabalho (art.

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