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RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 1 www.gabaritojuridico.com.br RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 2 www.gabaritojuridico.com.br ÍNDICE Princípios Básicos 03 Poderes Administrativos 10 Uso e Abuso de Poder 12 Serviços Públicos 19 Ato Administrativo 22 Administração Direta e Indireta 35 Autarquias 37 Empresas públicas e sociedades de economia mista 37 Fundações Públicas 40 Processo Administrativo 47 Direitos e deveres dos administrados 49 Responsabilidade Civil do Estado 55 Teoria do risco administrativo x Teoria do risco integral 56 Pressupostos da responsabilidade civil do Estado 56 Causas excludentes do nexo causal 57 Responsabilidade civil do Estado por omissão 58 Responsabilidade civil por atos legislativos 61 Responsabilidade civil por atos judiciais 62 Responsabilidade do Estado, dos notários e registradores 62 Responsabilidade civil por dano ambiental 63 Responsabilidade do parecerista 64 Improbidade Administrativa 71 Sujeitos da improbidade administrativa 71 Dos atos de improbidade 75 Acordo de não persecução civil 78 Licitação 86 Contratos Administrativos 116 RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 3 www.gabaritojuridico.com.br PRINCÍPIOS BÁSICOS CF, Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDADE E EFICIÊNCIA e, também, ao seguinte: PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: comporta dois desdobramentos: Supremacia da lei: a lei prevalece e tem preferência sobre os atos da Administração. A lei representa uma limitação para a atuação do administrador. “Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo o que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza” e; Reserva de lei: o tratamento de certas matérias deve ser formalizado necessariamente pela legislação, excluindo a utilização de outros atos com caráter normativo. Em outras palavras, trata-se de uma vinculação positiva, que condiciona a validade da atuação dos agentes públicos à prévia autorização legal. O Estado está necessariamente submisso à lei. Por meio de norma geral, abstrata e impessoal, editada pelo Poder Legislativo, a atuação da Administração objetiva a concretização da vontade geral. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE: possui duas acepções possíveis: Igualdade (ou isonomia): a Administração Pública deve dispensar tratamento impessoal e isonômico aos particulares, com o objetivo de atender a finalidade pública, sendo vedada a discriminação odiosa ou desproporcional, salvo tratamento diferenciado entre pessoas que estão em posição fática de desigualdade, com o objetivo de efetivar a igualdade material. Proibição de promoção pessoal: as realizações públicas não são feitos pessoais dos seus respectivos agentes, mas da entidade administrativa, motivo pelo qual a publicidade dos atos do Poder Público deve ter caráter educativo, informativo ou de orientação social. Art. 37, § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 4 www.gabaritojuridico.com.br Sobre o tema, assim já decidiu o STF em sede de controle concentrado de constitucionalidade: “Está em desconformidade com a Constituição Federal a previsão contida na Lei Orgânica do Distrito Federal que autoriza que cada Poder defina, por norma interna, as hipóteses pelas quais a divulgação de ato, programa, obra ou serviço públicos não constituirá promoção pessoal. Essa delegação conferida viola o § 1º do art. 37 da CF/88, que não admite flexibilização por norma infraconstitucional ou regulamentar.” STF. Plenário. ADI 6522/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 14/5/2021 (Info 1017). PRINCÍPIO DA MORALIDADE: exige que a atuação administrativa, além de respeitar a lei, seja ética, leal e séria. A atuação deve se pautar segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé. Exemplo é a Súmula Vinculante 13 que veda o nepotismo: SV-13:A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. OBS: o STF afasta a aplicação da referida Súmula para os cargos políticos. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE: impõe a divulgação e exteriorização dos atos do Poder Público. No Estado Democrático de Direito a regra é a publicidade dos atos estatais, sigilo é exceção. A transparência guarda estreita relação com o princípio democrático. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA: tem como objetivo substituir a Administração Pública BUROCRÁTICA pela Administração Pública GERENCIAL. A ideia de eficiência está intimamente ligada com as necessidades de efetivação célere das finalidades públicas elencadas no ordenamento jurídico. A medida administrativa será eficiente quando implementar, com maior intensidade e com os menores custos possíveis, os resultados legitimamente esperados. Exemplos: duração razoável dos processos administrativos e judiciais, contrato de gestão, etc. RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 5 www.gabaritojuridico.com.br Tese fixada na ADPF 620 (julgamento em 24/02/2021): Os recursos públicos vinculados a convênios não podem ser bloqueados ou sequestrados por decisão judicial para pagamento de débitos do Estado estranhos ao objeto do convênio, em virtude do disposto no art. 167, VI e X, da CF, e dos princípios da legalidade orçamentária (art. 167, VI, da CF), da separação dos poderes (arts. 2°, 60, § 4°, III, da CF) e da eficiência da administração pública (art. 37, caput, da CF). PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE: são princípios que indicam diretrizes. A razoabilidade vem sendo utilizada como forma de valoração da constitucionalidade das leis e dos atos administrativos. A proporcionalidade indica que o ato estatal será adequado quando contribuir para a realização do ato pretendido, devendo o Poder Público adotar a medida menos gravosa aos direitos fundamentais. PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO: trata-se de pilar do Direito Administrativo. Mas a supremacia aqui se refere apenas ao interesse público PRIMÁRIO. Interesse público primário: necessidade de satisfação de necessidades coletivas (justiça, segurança e bem-estar). Interesse público secundário: interesse do próprio Estado enquanto sujeito de direitos e obrigações (interesse do erário). PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE: está ligado à prestação de serviços públicos não podendo, em regra, sofrer solução de continuidade. Exceções: possibilidade de interrupção em caso de inadimplemento do usuário; reconhecimento do direito de greve dos servidores públicos estatutários; concessionário não pode paralisar a prestação do serviço em caso de inadimplência do Poder Público, salvo em situações específicas e autorizadas judicialmente. PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA: a Administração possui o poder-dever de rever os seus próprios atos, seja para anulá-los (vício de legalidade), seja para revogá-los (por conveniência ou oportunidade). Súmula 473 do STF: ''A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que ostornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.'' RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 6 www.gabaritojuridico.com.br Tese fixada no Tema 839 da Repercussão Geral do STF: No exercício do seu poder de autotutela, poderá a Administração Pública rever os atos de concessão de anistia a cabos da Aeronáutica com fundamento na Portaria nº 1.104/1964, quando se comprovar a ausência de ato com motivação exclusivamente política, assegurando-se ao anistiado, em procedimento administrativo, o devido processo legal e a não devolução das verbas já recebidas (RE 817338, julgado em 16/10/2019). Autotutela x autoexecutoriedade: enquanto o primeiro enseja o poder-dever de corrigir ilegalidades e/ou garantir o interesse público, o segundo compreende a prerrogativa de imposição da vontade administrativa independente de manifestação do Poder Judiciário. Como é cobrado? 1) FGV - Analista (MPE GO)/Jurídico/2022 O Estado Beta, por meio de emenda a sua Constituição, editou norma que estabelece: “A divulgação feita por autoridade de ato, programa, obra ou serviço públicos de sua iniciativa, incluídos os decorrentes de emendas à lei orçamentária anual, não caracteriza promoção pessoal, quando atenda os critérios previstos em norma interna de cada poder”. Em matéria de princípio da impessoalidade, de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, a norma editada é A) inconstitucional, por violar a norma da Constituição da República que dispõe que da publicidade de atos programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos não podem constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, sendo que tal dispositivo da Carta Magna não admite flexibilização por norma infraconstitucional ou regulamentar. B) inconstitucional, por violar a norma da Constituição da República que dispõe que da publicidade de atos programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos não podem constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, sendo que tal dispositivo da Carta Magna admite flexibilização apenas por lei federal. C) constitucional, porque a Constituição da República dispõe que da publicidade de atos programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos podem constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, exceto se restar comprovado efetivo benefício direto ao agente público envolvido. D) constitucional, porque a autonomia federativa de cada ente lhe permite regulamentar a norma da Constituição da República que dispõe que da publicidade de atos programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos não podem RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 7 www.gabaritojuridico.com.br constar quaisquer nomes, símbolos ou imagens de autoridades ou servidores públicos. E) constitucional, porque a Constituição da República dispõe que da publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos podem constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, exceto se restar comprovado benefício eleitoral ou patrimonial ao agente público envolvido. 2) FGV - Estagiário Forense (MPE RJ)/2020/X O vereador João nomeou sua filha Maria, pessoa sem qualquer qualificação profissional ou experiência na área, para exercer o cargo em comissão de assessor parlamentar em seu gabinete. A Promotoria de Tutela Coletiva da Cidadania local instaurou inquérito civil e confirmou a ilegalidade na conduta do vereador por ofensa direta ao princípio constitucional expresso da administração pública da: A) especialidade, pois Maria não detém conhecimento para exercer a função pública; B) transcendência, que proíbe a nomeação de parentes até o terceiro grau para exercer qualquer cargo público; C) autotutela, eis que o sistema de controle externo deve levar o Executivo municipal a anular o ato de nomeação de Maria; D) impessoalidade, diante do nepotismo decorrente da clara intenção de beneficiar determinada pessoa; E) isonomia, haja vista que os cargos em comissão devem ser providos necessariamente por concurso público. 3) FGV - Analista do Ministério Público (MPE RJ)/Administrativa/2016 A organização governamental brasileira, em um processo de integração ao movimento da Nova Administração Pública, incorporou em seu marco constitucional um princípio inspirado em trecho do discurso de Margareth Thatcher, no início da década de 80, no qual ela afirma: “Nós temos o dever de garantir que cada centavo que arrecadam com a tributação seja gasto bem e sabiamente.” Esse trecho exemplifica a influência internacional para a incorporação à Constituição da República Federativa do Brasil do princípio da: A) eficiência; B) impessoalidade; C) legalidade; RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 8 www.gabaritojuridico.com.br D) moralidade; E) publicidade. 4) FGV - Auditor (ALBA)/Auditoria/2014 A administração, ao realizar uma despesa com a compra de equipamentos de informática para modernizar a administração tributária, que não estava prevista no orçamento e, consequentemente, não pode ser empenhada, incorre no descumprimento do princípio da: A) legitimidade. B) legalidade. C) eficiência. D) prudência. E) competência. 5) FGV - Procurador do Município de Niterói/2014 Sobre os princípios do processo administrativo, segundo a Constituição Federal, assinale a afirmativa correta. A) A moralidade administrativa é sinônimo de exação, lisura e fins de interesse público. B) A eficiência significa que a Administração deverá se pautar pela presteza com resultados positivos e uma atuação rápida para o serviço público, ainda que não atenda ao interesse público. C) O direito fundamental de acesso à informação, no tocante aos dados relativos ao indivíduo em si, constantes de registros ou de bancos de dados de entes governamentais ou de caráter público, é reflexo do princípio da autotutela. D) O princípio da proporcionalidade dá azo a que a Administração Pública tome decisões sem necessidade de adequar os meios aos fins. E) Nada obsta a que a Administração Pública, na busca de um resultado, tome a providência mais gravosa, em desatenção à coletividade. 6) FGV - Analista Técnico-Administrativo (SUDENE)/Área 4/2013 A Administração Pública é regida por uma série de princípios. Em relação ao princípio da publicidade, assinale a afirmativa correta. A) Em um Estado Democrático como o Brasil, o princípio da publicidade é completamente irrestrito. B) Por instrumentos, como o direito de certidão, é concretizado o princípio da publicidade. C) O princípio da publicidade é um princípio implícito. RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 9 www.gabaritojuridico.com.br D) O princípio da publicidade é um princípio absoluto. E) O princípio da publicidade permite realizar a promoção pessoal de agentes públicos. 7) FGV - Procurador do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro/2008 A assertiva “que os atos e provimentos administrativos são imputáveis não ao funcionário que os pratica, mas ao órgão ou entidade administrativa em nome do qual age o funcionário” encontra respaldo, essencialmente: A) no princípio da eficiência. B) no princípio da moralidade. C) no princípio da impessoalidade. D) no princípio da unidade da Administração Pública. E) no princípio da razoabilidade. 8) FGV - Analista (TJ SC)/Administrativo/2018 A Administração Pública tem entre seus fundamentos o princípio da supremacia do interesse público, garantidor de prerrogativas que possibilitam o cumprimento de objetivos necessários à atuação estatal. Esse princípio é adequadamente evidenciado quando: A) governador remove servidor como formade punição; B) estado aluga prédio de particular para alocar a secretaria de fazenda; C) administrador público pode fazer tudo aquilo que não é considerado ilícito; D) prefeito desapropria imóveis para a construção de viaduto, garantindo indenização prévia; E) polícia civil decide discricionariamente sobre interceptação telefônica. 9) FGV - Analista Judiciário (TJ RJ)/Comissário de Justiça da Infância, da Juventude e do Idoso/2014/LVIII Maria, diretora de determinada creche municipal, recusou o pedido de matrícula do menor Caio, de 3 anos, com o argumento de que a criança não tinha idade para ser matriculada. Na semana seguinte, a direção da creche foi modificada, assumindo Fernanda. A nova diretora, argumentando que a Constituição da República estabelece que o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade, declarou a invalidade do ato administrativo que indeferiu a matrícula e matriculou Caio na creche. A Administração Pública é autorizada a rever seus próprios atos, inclusive declarando a nulidade dos ilegais, pelo princípio administrativo da: RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 10 www.gabaritojuridico.com.br A) nulidade; B) autotutela; C) segurança jurídica; D) eficiência; E) moralidade. PODERES ADMINISTRATIVOS PODER HIERÁRQUICO: A hierarquia é a ordenação de elementos conforme a distribuição de poderes. Portanto, o poder hierárquico atinge aqueles que possuem algum GRAU DE SUBORDINAÇÃO com outro agente público ou órgão. São atividades do poder hierárquico: emitir ordens, delegar competências, avocar atribuições, aplicar sanções, etc. Condições para uso do poder hierárquico: deve se dar dentro da mesma pessoa jurídica; deve haver subordinação (diferente de vinculação); não se fala em hierarquia entre os Poderes (Executivos, Legislativos e Judiciários). PODER DISCIPLINAR: poder-dever de punir as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas a disciplina de órgãos públicos. Poder disciplinar x poder punitivo: O poder punitivo é a capacidade do Estado em punir os crimes e contravenções penais. O poder disciplinar, por sua vez, atinge os servidores públicos e os particulares que estejam ligados por algum vínculo jurídico com a administração. PODER REGULAMENTAR (OU NORMATIVO): é a prerrogativa conferida à Administração Pública para editar atos gerais para complementar as leis e permitir a sua efetiva aplicação. A prerrogativa, registre-se, é apenas para complementar a lei; não pode, pois, a Administração alterá-la a pretexto de estar regulamentando. Decreto autônomo: a EC 31/01 introduziu o instituto do DECRETO AUTÔNOMO, que se traduz na possibilidade de o Presidente da República editar decreto que trate de matéria não versada por lei, ou seja, que não regulamente uma lei existente e apenas pode ser utilizado em duas hipóteses: organização e funcionamento da Administração Federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 11 www.gabaritojuridico.com.br PODER DE POLÍCIA: compreende toda e qualquer atuação estatal restritiva à liberdade e à propriedade que tem por objetivo a satisfação de necessidades coletivas. Envolve tanto a atividade legislativa quanto a atividade administrativa. CTN, Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Ciclo de polícia: o exercício do poder de polícia compreende quatro fases (ou ciclos): Ordem: é a norma legal que estabelece as restrições e condições para o exercício das atividades privadas; Consentimento: é a anuência do Estado para que o particular desenvolva determinada atividade ou utilize a propriedade particular e pode ser subdividido em licença e autorização. Licença: trata-se de ato vinculado por meio do qual é reconhecido o direito do particular (licença para dirigir veículo); Autorização: é ato discricionário onde se analisa a conveniência e oportunidade, facultando o exercício de determinada atividade privada ou a utilização de bens particulares (autorização para porte de arma). Fiscalização: verificação do cumprimento, pelo particular, da ordem e do consentimento de polícia. Sanção: é a medida coercitiva aplicada ao particular que descumpre a ordem de polícia ou os limites impostos no consentimento de polícia. Características do poder de polícia: discricionariedade, coercibilidade e autoexecutoriedade. Discricionariedade: em regra, o poder de polícia se caracteriza pela liberdade conferida ao administrador para escolher o melhor momento de sua atuação ou a sanção mais adequada no caso concreto, quando há previsão de duas ou mais sanções para determinada infração. RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 12 www.gabaritojuridico.com.br Coercibilidade: os atos de polícia são coercitivos na medida em que impões restrições ou condições que devem ser obrigatoriamente cumpridas pelos particulares. Autoexecutoriedade: é a prerrogativa conferida à Administração para implementar os seus atos, sem necessidade de manifestação prévia do Poder Judiciário. Todavia, alguns atos de polícia não possuem esse atributo, como é o caso da multa. É possível a delegação do poder de polícia? Em regra, doutrina e jurisprudência entendem pela impossibilidade de delegação do poder de polícia a particulares. A jurisprudência, por sua vez, está dividida: O STJ já se posicionou pela possibilidade de delegação da fiscalização e do consentimento de polícia para empresas públicas e sociedades de economia mista, não sendo possível, todavia, a delegação da imposição de sanções. Para o STJ, por exemplo, o clico de polícia denominado “sanção” não é passível de delegação, somente podendo ser exercido pelo Estado (Administração Direta). O STF, por sua vez, no julgamento do RE 633782/MG, sob a sistemática da repercussão geral, entendeu ser constitucional a delegação do poder de polícia, POR MEIO DE LEI, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial. USO E ABUSO DE PODER O USO DE PODER é uma prerrogativa do agente público. Concomitantemente à prerrogativa de "fazer" o agente atrai o "dever" de atuar, que se chama de “poder-dever”. O agente público só pode fazer aquilo que a lei determina e o que a lei não veda, ou seja, não pode atuar contra legem (de forma contrária à Lei), ultra legem (além da Lei), mas exclusivamente secundum legem (de acordo com a Lei). O ABUSO DE PODER corresponde a um desvio de conduta, à inobservância, por parte do agente público, de seu poder-dever de agir secundum legem. RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 13 www.gabaritojuridico.com.br Há 3 (três) formas de expressão do chamado abuso de poder: Excesso: quando a autoridade competente vai além do permitido na legislação, ou seja, atua ultra legem; Desvio de finalidade: quando o ato é praticado por motivos ou com fins diversos dos previstos na legislação, ou seja, contra legem, normalmente com violação de atuação discricionária. A remoção como forma de punição é exemplo clássico na doutrina para caracterizar o desvio de poder; Omissão: quando se constata a inércia da Administração em fazer o que lhe compete, injustificadamente (com violação de seu poder-dever).Como é cobrado? 10) FGV - Advogado (Pref Paulínia)/CREAS/2021 A Lei Orgânica do Município Alfa e uma lei municipal específica estabelecem que o Município assegurará e estimulará, em órgãos colegiados, nos termos de decreto a ser editado pelo chefe do Executivo, a participação da coletividade na formulação e execução de políticas públicas e na elaboração de planos, programas e projetos municipais na área de assistência social. Diante do recente aumento da população em situação de rua, o Prefeito Municipal editou decreto instituindo a Política Municipal para a População em Situação de Rua e seu Comitê Gestor Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento, e dando outras providências. No caso em tela, em tema de poderes administrativos, o Prefeito agiu com base direta no poder A) hierárquico, pois pode disciplinar políticas públicas em nível municipal, eis que é a autoridade máxima local; B) coercitivo, pois tem competência para editar normas com caráter de imperatividade e coercibilidade; C) normativo, pois se trata de norma complementar à lei, para permitir sua efetiva aplicação; D) disciplinar, pois tem competência para editar normas específicas e concretas para assegurar direitos sociais; E) legislativo, pois tem competência para editar lei, excepcionalmente, em matéria de direitos humanos. 11) FGV - Analista Judiciário (TRT 12ª Região)/Judiciária/"Sem Especialidade"/2017 A Resolução Administrativa nº 12/2016 do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região regulamenta, no âmbito daquele Tribunal, a aplicação da resolução conjunta nº 04/2014, dos presidentes do CNJ e CNMP, que autoriza o porte de arma de fogo para os servidores que efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, conforme permissivo legal do Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/03). RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 14 www.gabaritojuridico.com.br Em tema de poderes administrativos, é correto afirmar que a citada resolução foi editada com base no poder: A) de polícia do Judiciário, que tem competência legal para estabelecer os parâmetros internos para reger o porte de arma e demais questões afetas à segurança pública dos cidadãos e de seus servidores e magistrados; B) discricionário, uma vez que cabe ao Presidente do respectivo Tribunal, no regular exercício da autonomia organizacional e administrativa de cada Tribunal, estabelecer regras internas sobre segurança pública; C) normativo, que é aquele conferido à Administração Pública para expedição de normas gerais, abstratas e com efeitos erga omnes, para, no caso concreto, complementar a Lei nº 10.826/03, observados seus limites e visando à sua efetiva aplicação; D) hierárquico, que é aquele exercido verticalmente, no topo da pirâmide administrativa do Tribunal por seu Presidente, que possui a competência legal para regulamentar atividades de segurança previstas na Lei nº 10.826/03; E) disciplinar, que é a prerrogativa de direito público, para regulamentar e condicionar direitos e liberdades individuais, tendo por fundamento a supremacia do interesse público e, no caso concreto, ampliar as normas da Lei nº 10.826/03. 12) FGV - Analista Técnico-Administrativo (SUDENE)/Área 4/2013 Dentre os poderes inerentes à Administração Pública encontra-se o poder regulamentar. Com relação a esse poder, analise as afirmativas a seguir. I. O poder regulamentar sofre controle por parte do poder legislativo. II. O poder regulamentar sofre controle judicial. III. A Constituição Federal veda completamente a figura do Decreto Autônomo. Assinale: A) se apenas afirmativa I estiver correta. B) se apenas a afirmativa II estiver correta. C) se apenas a afirmativa III estiver correta. D) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. E) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. 13) FGV - OAB UNIFICADO - Nacional/2017/XXIV Exame João foi aprovado em concurso público promovido pelo Estado Alfa para o cargo de analista de políticas públicas, tendo tomado posse no cargo, na classe inicial da respectiva carreira. Ocorre que João é uma pessoa proativa e teve, como gestor, RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 15 www.gabaritojuridico.com.br excelentes experiências na iniciativa privada. Em razão disso, ele decidiu que não deveria cumprir os comandos determinados por agentes superiores na estrutura administrativa, porque ele as considerava contrárias ao princípio da eficiência, apesar de serem ordens legais. A partir do caso apresentado, assinale a afirmativa correta. A) João possui total liberdade de atuação, não se submetendo a comandos superiores, em decorrência do princípio da eficiência. B) A liberdade de atuação de João é pautada somente pelo princípio da legalidade, considerando que não existe escalonamento de competência no âmbito da Administração Pública. C) João tem dever de obediência às ordens legais de seus superiores, em razão da relação de subordinação decorrente do poder hierárquico. D) As autoridades superiores somente podem realizar o controle finalístico das atividades de João, em razão da relação de vinculação estabelecida com os superiores hierárquicos. 14) FGV - Analista (IBGE)/Auditoria/2016 Em tema de poderes administrativos, o vínculo que coordena e subordina uns aos outros os órgãos da Administração Pública, graduando a autoridade de cada um, decorre do chamado pela doutrina de poder: A) vinculado; B) normativo; C) hierárquico; D) disciplinar; E) regulamentar. 15) FGV - Advogado (SEN)/2022 A sociedade de economia mista municipal Beta possui capital social majoritariamente público e presta exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial. No Município Alfa, o serviço público em matéria de trânsito nas vias públicas municipais é prestado pela sociedade de economia mista Beta, que, de acordo com lei local, é competente, inclusive, para aplicação das multas de trânsito. De acordo com a atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a lei do Município Alfa que promoveu a delegação do poder de polícia à sociedade de economia mista Beta, inclusive da fase de sanção de polícia, mediante a possibilidade de aplicação de multas, é RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 16 www.gabaritojuridico.com.br A) inconstitucional, pois a sociedade de economia mista Beta é pessoa jurídica de direito privado, razão pela qual não pode exercer o poder de polícia, em quaisquer fases de seu ciclo. B) inconstitucional, pois somente as atividades de apoio ao poder de polícia (consentimento e fiscalização de polícia) podem ser delegadas à pessoa jurídica de direito privado. C) inconstitucional, pois somente lei federal, editada pelo Congresso Nacional, pode prever a possibilidade de delegação do poder de polícia na modalidade sanção de polícia. D) constitucional, pois o fato de a sociedade de economia mista Beta ser pessoa jurídica de direito privado não a impede de exercer a função pública de polícia administrativa, na modalidade de sanção de polícia, com base em lei local. E) constitucional, pois o fato de a sociedade de economia mista Beta ser integrante da administração indireta já viabiliza o exercício do poder de polícia, em quaisquer de suas fases, independentemente de lei local promovendo a delegação. 16) FGV - Advogado (Pref Paulínia)/CREAS/2021 Para enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, emergência de saúde pública de importância internacional, determinada autoridade pública adotou regularmente, com base em lei e no âmbito de suas competências, a medida de restrição excepcional e temporária, por rodovias, da locomoção intermunicipal. A medida somente foi determinada com base em evidências científicas e em análises sobre as informações estratégicas em saúde e foi limitada no tempo e no espaço, ao mínimo indispensável à promoção e à preservação da saúde pública, observada a proporcionalidade. No caso em tela, de acordo com a doutrina de DireitoAdministrativo, em tema de poderes administrativos, a medida adotada foi calcada diretamente no chamado poder A) de polícia. B) de segurança pública. C) de saúde pública. D) disciplinar. E) hierárquico. 17) FGV - Auditor Fiscal Tributário (Paulínia)/2021 A Vigilância Sanitária do Município Alfa recebeu denúncia de que o Supermercado Beta estaria expondo à venda produtos alimentícios impróprios para consumo. Por determinação da autoridade competente, servidores públicos municipais da vigilância sanitária realizaram fiscalização no mencionado supermercado e constataram que, de fato, estavam sendo vendidos produtos alimentícios com RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 17 www.gabaritojuridico.com.br validade vencida e visivelmente estragados. Com base em lei municipal, os produtos foram imediatamente apreendidos para fins de perícia e, findo o processo administrativo, foram aplicadas as sanções administrativas previstas em lei ao supermercado. Na situação narrada, o Município Alfa agiu: A) no regular uso do poder regulamentar, sendo desnecessária prévia intervenção judicial para apreensão do produto, em razão do atributo da imperatividade do ato administrativo. B) com abuso de poder, eis que a aplicação de sanções administrativas apenas poderia ocorrer após processo judicial, assegurados o contraditório e a ampla defesa. C) no regular uso do poder hierárquico, sendo desnecessária prévia intervenção judicial para apreensão do produto, em razão do atributo da imperatividade do ato administrativo. D) com abuso de poder, eis que a diligência de fiscalização apenas poderia ocorrer mediante a exibição ao mercado de mandado judicial de busca e apreensão; E) no regular uso do poder de polícia, sendo desnecessária prévia intervenção judicial para apreensão do produto, em razão do atributo da autoexecutoriedade do ato administrativo. 18) FGV - OAB UNIFICADO - Nacional/2019/XXX Exame Após comprar um terreno, Roberto iniciou a construção de sua casa, sem prévia licença, avançando para além dos limites de sua propriedade e ocupando parcialmente a via pública, inclusive com possibilidade de desabamento de parte da obra e risco à integridade dos pedestres. No regular exercício da fiscalização da ocupação do solo urbano, o poder público municipal, observadas as formalidades legais, valendo-se da prerrogativa de direito público que, calcada na lei, autoriza-o a restringir o uso e o gozo da liberdade e da propriedade privada em favor do interesse da coletividade, determinou que Roberto demolisse a parte irregular da obra. O poder administrativo que fundamentou a determinação do Município é o poder A) de hierarquia, e, pelo seu atributo da coercibilidade, o particular é obrigado a obedecer às ordens emanadas pelos agentes públicos, que estão em nível de superioridade hierárquica e podem usar meios indiretos de coerção para fazer valer a supremacia do interesse público sobre o privado. B) disciplinar, e o particular está sujeito às sanções impostas pela Administração Pública, em razão do atributo da imperatividade, desde que haja a prévia e imprescindível chancela por parte do Poder Judiciário. RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 18 www.gabaritojuridico.com.br C) regulamentar, e os agentes públicos estão autorizados a realizar atos concretos para aplicar a lei, ainda que tenham que se valer do atributo da autoexecutoriedade, a fim de concretizar suas determinações, independentemente de prévia ordem judicial. D) de polícia, e a fiscalização apresenta duplo aspecto: um preventivo, por meio do qual os agentes públicos procuram impedir um dano social, e um repressivo, que, face à transgressão da norma de polícia, redunda na aplicação de uma sanção. 19) FGV - Analista Judiciário (TJ AL)/Oficial de Justiça Avaliador/2018 Poder de polícia pode ser conceituado como uma atividade da Administração Pública que se expressa por meio de seus atos normativos ou concretos, com fundamento na supremacia geral do interesse público para, na forma da lei, condicionar a liberdade e a propriedade individual, mediante ações fiscalizadoras preventivas e repressivas. De acordo com ensinamentos da doutrina de Direito Administrativo, são características ou atributos do poder de polícia: A) a hierarquia, a disciplina e a legalidade; B) a imperatividade, a delegabilidade e a imprescritibilidade; C) a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilidade; D) a indelegabilidade, a hierarquia e o respeito às forças de segurança pública; E) a imposição da força policial, a voluntariedade e a disciplina. 20) FGV - OAB UNIFICADO - Nacional/2016/XIX Exame Fulano, servidor público federal lotado em órgão da administração pública federal no Estado de São Paulo, contesta ordens do seu chefe imediato, alegando que são proibidas pela legislação. A chefia, indignada com o que entende ser um ato de insubordinação, remove Fulano, contra a sua vontade, para órgão da administração pública federal no Distrito Federal, para exercer as mesmas funções, sendo certo que havia insuficiência de servidores em São Paulo, mas não no Distrito Federal. Considerando as normas de Direito Administrativo, assinale a afirmativa correta. A) A remoção de Fulano para o Distrito Federal é válida, porque configura ato arbitrário da Administração. B) Não é cabível a remoção do servidor com finalidades punitivas, por se ter, em tal hipótese, desvio de finalidade. C) A remoção pode ser feita, uma vez que Fulano não pautou sua conduta com base nos princípios e regras aplicáveis aos servidores públicos. D) O ato de insubordinação deveria ter sido constatado por meio de regular processo administrativo, ao fim do qual poderia ser aplicada a penalidade de remoção. RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 19 www.gabaritojuridico.com.br 21) FGV - Analista Judiciário (TJ PI)/Judiciária/Oficial de Justiça e Avaliador/2015 Marcela, servidora pública estadual, foi removida da Capital do Estado para outro órgão estadual da mesma Secretaria no interior do Estado. A autoridade que determinou a remoção era a competente para o ato, mas não o motivou de forma específica. Marcela ajuizou ação judicial pleiteando a nulidade do ato de remoção, alegando e comprovando que a remoção, em verdade, ocorreu por retaliação, já que a autoridade que praticou o ato é seu antigo desafeto. No caso em tela, a pretensão de Marcela: A) merece prosperar, porque a remoção é ato administrativo vinculado e a autoridade competente não motivou o ato de forma específica, dando causa a vício de legalidade que leva à nulidade absoluta do ato; B) merece prosperar, porque, apesar de a remoção ser ato administrativo discricionário, ocorreu abuso de poder por desvio de poder, afastando-se a autoridade da finalidade pública do ato; C) merece prosperar, porque, apesar de a remoção ser ato administrativo vinculado, ocorreu abuso de poder por excesso de poder, uma vez que a autoridade não motivou corretamente o ato; D) não merece prosperar, porque a remoção é ato administrativo vinculado e a autoridade competente não precisa motivar de forma específica o ato, que já traz implícita a cláusula geral de cometimento para atender ao interesse público; E) não merece prosperar, porque a remoção é ato administrativo discricionário e, por tal razão, a autoridade competente não precisa expor motivação específica para o ato, tendo liberdade para decidir de acordo com critérios de oportunidade e conveniência. SERVIÇOS PÚBLICOS Conceito: serviço público é toda atividade prestacional voltada ao cidadão, independentemente da titularidade exclusiva do Estado e da forma de remuneração. Em outras palavras, serviço público é uma atividade desenvolvida com a participação do Estado (direta ou indiretamente). É a prestação de serviços que tem a finalidade de atender necessidades da sociedade. No serviço público sempre existe a participação do Estado no fornecimento dos serviços, aindaque de forma indireta. Os serviços públicos podem ser gerais ou individuais. Os gerais são os destinados ao atendimento da população em geral e são financiados pelos valores RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 20 www.gabaritojuridico.com.br dos impostos. Exemplos: fornecimento de iluminação pública e segurança pública. Os serviços individuais são os que são prestados a cada pessoa individualmente e devem ser cobrados por taxas. São exemplos os serviços de fornecimento de energia elétrica e de água. Princípios dos serviços públicos: Continuidade: prestação ininterrupta. Regularidade com observância das normas vigentes. Não impõe que todos os serviços sejam prestados diretamente e de forma integral, vez que a continuidade depende da necessidade da população. Igualdade: dever de prestar o serviço de maneira igualitária a todos os particulares que satisfaçam as condições técnicas e jurídicas, sem qualquer distinção de caráter pessoal. Igualdade material. Mutabilidade (ou atualidade): os serviços devem se adaptar à evolução social e tecnológica. Generalidade (ou universalidade): a prestação dos serviços deve beneficiar o maior número possível de beneficiários. O prestador deve levar as comodidades materiais para as pessoas que ainda não recebem o serviço público. Modicidade: salvo as exceções previstas em lei, os serviços públicos são remunerados pelos usuários. A modicidade significa que o valor cobrado do usuário deve ser proporcional ao custo do respectivo serviço, com o objetivo de viabilizar o acesso pelo maior número de pessoas. Autorização x Permissão x Concessão AUTORIZAÇÃO é ATO administrativo por meio do qual a Administração possibilita ao particular a realização de alguma atividade de predominante interesse deste, ou a utilização de um bem público. É ato unilateral, discricionário, precário e sem licitação, cujo interesse é predominantemente privado. PERMISSÃO é ATO administrativo discricionário e precário mediante o qual é consentida ao particular alguma conduta em que exista interesse predominante da coletividade. Se traduz em ato unilateral, discricionário, precário, mas com licitação (qualquer modalidade), cujo interesse é predominantemente público. Na permissão não há indicação da modalidade de licitação a ser observada, dependendo do valor a ser contratado. RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 21 www.gabaritojuridico.com.br Lei 8.987/95, Art. 2º. (...) IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. CONCESSÃO é CONTRATO celebrado entre a Administração Pública e o particular, pelo qual o Poder Público transfere ao segundo a execução de um serviço público, para que este o exerça em seu próprio nome e por sua conta e risco, mediante tarifa paga pelo usuário, em regime de monopólio ou não. Trata- se de contrato administrativo bilateral, mediante prévia licitação (concorrência ou diálogo competitivo), por prazo determinado e cujo interesse é preponderantemente público. Lei nº 8.987/93, art. 2º: (...) II - CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade concorrência ou diálogo competitivo, a pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado; III: CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO PRECEDIDA DA EXECUÇÃO DE OBRA PÚBLICA: a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegados pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade concorrência ou diálogo competitivo, a pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado. Na concessão a delegação ocorre nas modalidades CONCORRÊNCIA ou DIÁLOGO COMPETITIVO (tomada de preços e convite são modalidades que não mais existem ante a nova legislação que rege as licitações - Lei 14.133/21). RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 22 www.gabaritojuridico.com.br ATO ADMINISTRATIVO Conceito: trata-se da manifestação unilateral de vontade da Administração Pública e de seus delegatários, no exercício da função delegada que, sob o regime de direito público, pretende produzir efeitos jurídicos com o objetivo de implementar o interesse público. Requisitos (ou elementos): são as partes componentes do ato administrativo e, para a doutrina tradicional, são 5 os elementos: Competência: o ato administrativo deve ser editado por agente público competente. No Direito Privado a validade do ato jurídico pressupõe a capacidade do sujeito, no Direito Público exige-se, para além da capacidade, a competência. A competência decorre sempre de lei, é IMPRORROGÁVEL E IRRENUNCIÁVEL. Acerca da competência eis o que dispõe o art. 11 da Lei 9.784/1999 (Lei de Processo Administrativo Federal): “Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos”. Além de improrrogável e irrenunciável, a competência é inderrogável, imprescritível e, excepcionalmente, pode ser objeto de delegação ou de avocação. Delegação e avocação de competência: a competência pode ser modificada, desde que não se trate de competência exclusiva. Na delegação a transferência é precária, total ou parcial, conferidas pelo delegante para outro agente público. Na avocação ocorre o chamamento, pela autoridade superior, das atribuições inicialmente outorgadas pela lei ao agente subordinado. A delegação decorre do poder hierárquico e não do poder regulamentar. Não podem ser objeto de delegação: a edição de atos de caráter normativo; a decisão de recursos administrativos; as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade (art. 13 da Lei 9.784/99). Finalidade: é o resultado do ato e deve atender o interesse público. A finalidade é elemento vinculado do ato, vez que o interesse público sempre será o fim da atuação administrativa. A discricionariedade se restringe ao objeto do ato (fim imediato), que é o conteúdo do ato. A finalidade é invariável e o objeto é variável. RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 23 www.gabaritojuridico.com.br A finalidade pode ser subdividida em MEDIATA e IMEDIATA. A finalidade mediata será sempre o interesse público a ser alcançado, enquanto a finalidade imediata é o objeto propriamente dito, que pode ser traduzido na aquisição, transformação ou extinção de direitos. Por exemplo, na licença-gestante a finalidade MEDIATA é garantir o interesse público à proteção da criança e da maternidade, enquanto a finalidade IMEDIATA é permitir o afastamento da servidora. Forma: é o revestimento externo do ato administrativo e as formalidades que devem ser cumpridas. No Direito Administrativo vigora o princípio da solenidade das formas, exigindo-se a edição de atos escritos e o atendimento de formalidades legais. Excepcionalmente os atos administrativos podem ser praticados sob a forma não escrita. Exemplos: sinais, gestos, sons, ordens verbais, etc. Por sua vez, de acordo com o princípio da simetria das formas, a forma utilizada na edição do ato deve ser a mesma usada para a sua alteração ou revogação. Motivo: é a situação de fato ou de direito que justifica a edição do ato administrativo. É a causa do ato. Exemplo: infração funcional é o motivo que justifica a edição do ato administrativo punitivo. Motivo de fato: a escolha é do administrador, pois a lei elenca diversos motivos que podem justificar a edição do ato (ex: dispensa de licitação). Motivo de direito: a escolha é do legislador,pois a lei menciona os motivos que acarretarão, necessariamente, a edição do ato (ex: aposentadoria compulsória). Teoria dos motivos determinantes: a validade do ato administrativo depende da correspondência entre os motivos nele expostos e a existência concreta dos fatos que ensejaram a sua edição. Ainda que, excepcionalmente, a lei não exija motivação, se esta for exteriorizada, a validade do ato dependerá da correspondência com a realidade. Exemplo: exoneração de agente ocupante de cargo em comissão. Objeto: é o efeito jurídico e material que será produzido pelo ato, é a própria alteração no mundo jurídico que o ato provoca. É o conteúdo do ato. Ex: conteúdo do ato de demissão é punir quem cometeu infração funcional; o objeto da licença profissional é habilitar o exercício de determinada profissão pelo interessado. Objeto é o fim imediato, a finalidade é o fim mediato. Atributos dos atos administrativos RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 24 www.gabaritojuridico.com.br Presunção de legitimidade e de veracidade: os atos administrativos presumem-se editados em conformidade com o ordenamento jurídico, bem como as informações neles contidas presumem-se verdadeiras. Trata-se de presunção relativa (iuris tantum). Os principais efeitos desse atributo são a autoexecutoriedade e a inversão do ônus da prova. Imperatividade: a Administração tem a prerrogativa de impor condutas positivas ou negativas aos particulares. Os atos administrativos são, em regra, imperativos ou coercitivos. Imperatividade x exigibilidade: enquanto a imperatividade é a qualidade de se impor a terceiros independentemente da sua vontade, a exigibilidade se traduz na noção de que o particular é obrigado a cumprir a obrigação imposta. Exemplo de exigibilidade: pagamento de taxas em razão do efetivo exercício do poder de polícia; pagamento de multa; ou a impossibilidade de licenciamento do veículo enquanto não pagas as multas de trânsito. Autoexecutoriedade: prerrogativa conferida à Administração de executar diretamente a sua vontade, inclusive com o uso moderado da força, independentemente de manifestação do Poder Judiciário. Extinção do ato administrativo Anulação: é a invalidação do ato administrativo editado em desconformidade com a ordem jurídica. A ilegalidade é originária e acarreta efeitos ex tunc, exceto em relação a terceiros de boa-fé. Entre as partes, não gera direitos ou obrigações, não constitui situações jurídicas definitivas, nem admite convalidação. A anulação é, em regra, um ato vinculado, porque a Administração tem o DEVER de anular atos ilegais. Todavia, a anulação não pode ser feita a qualquer tempo, pois o direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé (Lei 9.784/99). Revogação: é a extinção do ato por razões de conveniência e oportunidade (ex: revogação da autorização de uso privativo da calçada por restaurante). Incide apenas sobre atos discricionários, porque se trata de uma revisão do mérito administrativo. Pressupõe que o ato seja válido, mas que se tornou inconveniente ou inoportuno. Diferentemente da anulação, a revogação não possui limite temporal, mas possui limite material, pois deve respeitar os direitos adquiridos. RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 25 www.gabaritojuridico.com.br STF – Súmula 473: “A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. Convalidação: é o salvamento do ato administrativo que apresenta vícios sanáveis. O ato de convalidação produz efeitos ex tunc, preservando o ato originariamente ilegal editado. Teoria da aparência: são considerados válidos, perante terceiros de boa- fé, os atos praticados por agentes de fato (que ingressaram na Administração de forma irregular). Discricionariedade x Vinculação: a atuação discricionária do administrador é admitida quando há certo grau de liberdade na sua atuação, podendo variar de intensidade a depender da opção adotada pelo legislador (ex: autorização de uso de bem público). Por outro lado, a norma pode descrever todos os elementos do ato administrativo que deverão ser observados pelo agente, sem qualquer margem de liberdade tratando-se, nesse último caso, de atuação vinculada (ex: licença para dirigir veículo automotor). Como é cobrado? 22) FGV - Analista Judiciário (TRT 12ª Região)/Judiciária/Oficial de Justiça Avaliador Federal/2017 João foi nomeado e empossado no cargo de Oficial de Justiça do Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina. Após um ano em exercício das funções públicas inerentes ao cargo e mediante regular processo administrativo, foi declarada a nulidade de seu ato de nomeação, por vícios insanáveis consistentes em burla pelo servidor às regras do concurso público. Os atos praticados por João na Vara do Trabalho onde estava lotado, como certidões por ele expedidas, serão: A) igualmente declarados nulos, pois a anulação de seu ato de investidura por burla às regras do concurso público opera efeitos ex tunc, isto é, retroage à data de origem do ato, aniquilando todos os efeitos produzidos; B) igualmente declarados nulos, pois a nulidade absoluta no caso decorre de norma cogente e opera efeitos ex nunc, ou seja, retroage à data da prática do ato ilícito, a partir da qual nenhum efeito poderá ser convalidado; RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 26 www.gabaritojuridico.com.br C) válidos, eis que a anulação de seu ato de investidura opera efeitos ex tunc, isto é, produz efeitos a partir da data da decisão administrativa que declarou a nulidade, não retroagindo à data de origem do ato; D) válidos, pois, pela teoria da aparência, a nomeação de servidor com burla às regras do concurso público é nula, mas os atos por ele praticados são válidos, em atenção ao princípio da segurança jurídica e para resguardar os terceiros interessados de boa fé; E) válidos, desde que haja decisão jurisdicional determinando e especificando quais atos devem ser convalidados, com escopo de aproveitar os atos por ele praticados para atender aos princípios da eficiência e celeridade. 23) FGV - Advogado (ALERO)/2018 O Presidente de uma Assembleia Legislativa, por estar sobrecarregado de trabalho, delegou para o 1º Vice Presidente, com a concordância deste, competência para decidir de recurso hierárquico interposto contra decisão de Presidente de Comissão, em questão de ordem por este resolvida. O mencionado ato administrativo de delegação é A) lícito, eis que o Presidente da Assembleia agiu no regular exercício de seu poder regulamentar, na medida em que editou norma geral e abstrata. B) lícito, eis que o Presidente da Assembleia agiu no regular exercício de seu poder hierárquico, delegando competência de ato devidamente especificado para inferior hierárquico. C) lícito, eis que o Presidente da Assembleia agiu no regular exercício de seu poder disciplinar, pois possui prerrogativa para regulamentar o exercício de suas próprias atribuições. D) nulo, eis que causará vício de competência, por excesso de poder para o 1º Vice Presidente, pois a decisão de recurso hierárquico é indelegável. E) nulo, eis que causará vício de hierarquia, pois o ato apenas poderia ser delegado para autoridade hierarquicamente superior ao agente delegante. 24) FGV - Especialista Legislativo Municipal (CM Salvador)/Advogado Legislativo/2018 Dentre os elementos do ato administrativo, a doutrina de Direito Administrativo elenca a competência, que é a atribuição normativa de legitimação para a prática de determinado ato. Nesse contexto, é característica da competência administrativa a sua: RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO27 www.gabaritojuridico.com.br A) prorrogabilidade, pois a competência relativa se prorroga, caso o administrado não se oponha na primeira oportunidade processual; B) irrenunciabilidade, apesar de o agente público poder delegá-la ou avocá-la, nos casos permitidos pela lei; C) delegabilidade, como regra geral, como nos casos de edição de atos normativos; D) avocabilidade, quando se chama para si competência originariamente de agente de hierarquia superior; E) discricionariedade, eis que ao agente público é facultada a possibilidade de atuar quando for provocado. 25) FGV - Analista (IBGE)/Auditoria/2016 Em matéria de elementos do ato administrativo, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, é correto afirmar que a competência: A) decorre da lei, razão pela qual não pode o próprio órgão estabelecer, por si, as suas atribuições; B) é derrogável, seja pela vontade da Administração, seja por acordo com terceiros; C) não pode ser, em qualquer hipótese, objeto de delegação, sob pena de nulidade absoluta; D) não pode ser, em qualquer hipótese, objeto de avocação, sob pena de nulidade relativa; E) pode ser objeto de delegação somente no que se refere à edição de atos de caráter normativo. 26) FGV - Analista Judiciário (TJ AM)/Leiloeiro/2013 (e mais 1 concurso) Com relação aos elementos do ato administrativo, assinale a afirmativa correta. A) A finalidade pode ser considerada sob o ponto de vista mediato ou imediato. B) A incapacidade do sujeito não compromete a validade do ato administrativo. C) A motivação do ato administrativo integra o elemento finalidade. D) O ato administrativo não pode ser criado sem definir sua finalidade. E) O ato administrativo não pode ser criado sem definir sua competência. 27) FGV - Especialista em Saúde (SEMSA Manaus)/Advogado/2022 RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 28 www.gabaritojuridico.com.br João, proprietário de imóvel situado ao lado de um Hospital Municipal, realizou construção irregular em sua propriedade, ocupando parte de área pública em frente ao hospital, com risco iminente de desabamento, sem obter qualquer licença para tal e ao arrepio dos ditames legais sobre a matéria. O Município, observadas as cautelas e as formalidades legais, diante da manifesta situação de urgência, promoveu a imediata demolição da construção. O atributo do ato administrativo que fez valer a decisão de demolição, sem necessidade de prévia intervenção do Poder judiciário, é a A) imperatividade, como meio direto de execução do ato administrativo, não devendo ser oportunizado a João o contraditório diferido. B) exigibilidade, como meio direto de execução do ato administrativo, devendo ser oportunizado a João o prévio contraditório. C) autoexecutoriedade, como meio direto de execução do ato administrativo, devendo ser oportunizado a João o contraditório diferido. D) tipicidade, como meio indireto de execução do ato administrativo, devendo ser oportunizado a João o prévio contraditório. E) coercibilidade, como meio indireto de execução do ato administrativo, devendo ser oportunizado a João o contraditório diferido. 28) FGV - Advogado (FunSaúde CE)/2021 João estacionou seu veículo em local proibido, qual seja, na calçada em frente à entrada de veículos do Hospital estadual Alfa. Avalie as duas providências distintas que podem ser adotadas pelo poder público, observadas as cautelas e procedimentos legais cabíveis: 1ª - Agentes públicos competentes aplicam multa a João, como meio indireto de coação. 2ª - Agentes públicos competentes guincham o carro de João, como meio direto de execução do ato administrativo. De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, assinale a opção que apresenta os atributos ou características do ato administrativo que diretamente ensejaram as duas providências. A) Imperatividade e exigibilidade. B) Tipicidade e executoriedade. C) Autoexecutoriedade e presunção de legitimidade. D) Exigibilidade e autoexecutoriedade. RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 29 www.gabaritojuridico.com.br E) Presunção de veracidade e imperatividade. 29) FGV - Oficial (TJ SC)/Justiça e Avaliador/2018 Em situações pontuais e emergenciais, justificadas pelo interesse público, em que a aplicação de meios indiretos de coerção não seja suficiente, o poder público pode pôr em prática imediatamente o ato administrativo. Tal providência decorre do atributo ou característica desse ato administrativo, qual seja: A) imperatividade, mediante prévia decisão judicial, para observância do devido processo legal; B) coercibilidade, mediante prévio processo administrativo, assegurados o contraditório e a ampla defesa; C) autoexecutoriedade, sem prévia decisão judicial, mas com contraditório diferido; D) exigibilidade, mediante prévia decisão judicial, para observância da inafastabilidade do controle jurisdicional; E) tipicidade, sem prévia decisão judicial, mas com indispensável prévio processo administrativo. 30) FGV - Procurador do Município de Niterói/2014 Sobre ato administrativo, assinale a afirmativa correta. A) A edição de atos administrativos cabe somente aos órgãos do Executivo. B) Avocação é o deslocamento de competências e ocorre quando um órgão ou autoridade, titular de determinados poderes e atribuições, transfere a outro órgão ou autoridade uma parcela desses poderes e atribuições. C) Objeto do ato administrativo significa o efeito prático pretendido com a edição do ato administrativo ou a modificação por ele trazida ao ordenamento jurídico. D) Autoexecutoriedade ou autoridade da coisa decidida consiste na força obrigatória do ato administrativo em relação àqueles a que se destina. E) Os atos administrativos já nascem com a presunção de legalidade, o que exime a administração de motivá-los. 31) FGV - Delegado de Polícia (PC MA)/2012 RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 30 www.gabaritojuridico.com.br A respeito da autoexecutoriedade dos atos da Administração Pública, analise as afirmativas a seguir. I. É vedada a autoexecutoriedade dos atos administrativos que imponham ao particular a obrigação de pagar dinheiro, devendo a Administração valer-se da via judicial para a cobrança. II. A remoção de construções de áreas de risco iminente de desabamento somente pode ser feita após autorização judicial. III. Admite-se, excepcionalmente, que a Administração execute seus atos, assegurando o exercício do contraditório e da ampla defesa apenas posteriormente. Assinale: A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. D) se somente a afirmativa II estiver correta. E) se somente a afirmativa III estiver correta. 32) FGV - Juiz Estadual (TJ MG)/2022 A Administração Pública pode: A) anular os próprios atos, se estiverem eivados de nulidade, desde que isso não atinja a segurança jurídica. B) anular os próprios atos, se estiverem eivados de nulidade, a qualquer tempo. C) revogar os próprios atos, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. D) revogar os próprios atos, por motivo de conveniência ou oportunidade, sem que isso possa gerar quaisquer direitos. 33) FGV - Analista do Ministério Público (MPE RJ)/Processual/2016 Sociedade empresária concessionária do serviço público estadual de transporte intermunicipal coletivo de passageiros deseja, com base no contrato administrativo, reajustar o valor da tarifa, alegando que está defasado em razão dos atuais custos do serviço. O poder concedente, pressionado por manifestações populares, não autorizou o aumento pretendido, argumentando que os serviços devem ser remunerados a preços razoáveis, levando em consideração o poder aquisitivo do usuário para que, por dificuldades financeiras, não seja ele alijado do universo de RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO31 www.gabaritojuridico.com.br beneficiários do serviço. Assim, a concessionária ajuizou ação judicial pretendendo obter autorização para o reajuste das tarifas pagas pelos usuários. Instado a se manifestar, o Ministério Público deverá emitir parecer analisando as peculiaridades do caso concreto e levando em conta a harmonização entre os seguintes princípios acima alegados, respectivamente, pelo concessionário e poder concedente: A) princípio da continuidade do serviço público e princípio da economicidade; B) princípio da exceção do contrato não cumprido e princípio da isonomia; C) princípio do equilíbrio econômico-financeiro do contrato e princípio da modicidade; D) princípio da competitividade e princípio da supremacia do interesse público; E) princípio da universalidade do serviço público e princípio da segurança jurídica. 34) FGV - Analista da Procuradoria (PGE RO)/Processual/2015 Serviço público é toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que a exerça diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente às necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente público. Dentre os princípios que se aplicam ao serviço público, destaca-se: A) generalidade, segundo o qual o serviço deve ser prestado a todos os usuários, de forma impessoal e gratuita; B) continuidade, segundo o qual o serviço não pode ser paralisado em qualquer hipótese; C) modicidade, segundo o qual o serviço público deve ser remunerado a preços módicos; D) eficiência, segundo o qual o serviço público deve ser prestado com qualidade superior a serviço equivalente oferecido pela iniciativa privada; E) economicidade, segundo o qual o serviço público deve ser subsidiado pelo poder público, a fim de que a tarifa seja acessível a todos. 35) FGV - Analista Judiciário (TJ PI)/Judiciária/Analista Judicial/2015 Serviço público é toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que a exerça diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente às necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente de direito público. Nesse contexto, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, destaca-se o princípio regedor dos serviços públicos da: RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 32 www.gabaritojuridico.com.br A) especificidade, segundo o qual o serviço público é prestado para determinada parcela da sociedade que tenha condições específicas para arcar com seus custos e gozar de seus benefícios; B) continuidade, segundo o qual o serviço público não deve, em regra, sofrer interrupção, ou seja, sua prestação deve ser contínua para evitar que a paralisação provoque prejuízo à população; C) supremacia do interesse privado, segundo o qual o serviço público deve visar ao bem estar do cidadão, individualmente considerado, pois é o destinatário final dos compromissos legais do Estado; D) modicidade, segundo o qual o serviço público deve ser prestado de forma eficiente, mas visando ao lucro máximo, a fim de que a atividade seja rentável a seu executor e atenda ao interesse público; E) economicidade, segundo o qual o serviço público deve ser remunerado a preços públicos mínimos, de maneira que a tarifa seja acessível a toda população e gratuita para os comprovadamente hipossuficientes. 36) FGV - Analista Judiciário (TJ RO)/Oficial de Justiça/2021 O Estado Alfa pretende contratar a reforma de determinada obra de interesse público, por meio de licitação, na modalidade concorrência ou diálogo competitivo, para delegação à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da contratada seja remunerado e amortizado mediante a exploração da obra por prazo determinado. No caso em tela, a contratação ocorrerá por: A) concessão de serviço público precedida da execução de obra pública, cujo contrato deve estipular os cronogramas físico-financeiros de execução das obras vinculadas à concessão e exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessionária, das obrigações relativas às obras vinculadas à concessão; B) permissão de serviço público, cujo contrato deve estipular as penalidades administrativas a que se sujeita a permissionária e exigir garantia do fiel cumprimento, pela permissionária, das obrigações relativas às obras vinculadas à concessão; C) concessão de serviço público, cujo contrato deve estipular os cronogramas físico- financeiros de execução das obras vinculadas à concessão e os critérios para o cálculo e a forma de pagamento das indenizações devidas à concessionária; D) autorização de uso de bem público, cujo contrato deve estipular a exigência da publicação de demonstrações financeiras periódicas da concessionária e prever o foro e o modo amigável de solução das divergências contratuais; E) permissão de uso de bem público, cujo contrato deve prever os critérios para o cálculo e a forma de pagamento das indenizações devidas à permissionária, e as condições para prorrogação do contrato. RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 33 www.gabaritojuridico.com.br 37) FGV - Auditor (ALBA)/Auditoria/2014 Sobre a natureza jurídica dos instrumentos de delegação da prestação de serviços públicos, assinale a afirmativa correta. A) A concessão é sempre ato administrativo. B) A autorização é sempre contrato administrativo. C) A permissão é sempre contrato administrativo. D) A concessão ocorre de forma unilateral. E) A concessão é sempre contrato administrativo. RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 34 www.gabaritojuridico.com.br GABARITO DAS QUESTÕES QUESTÃO GABARITO 1 A 2 D 3 A 4 B 5 A 6 B 7 C 8 D 9 B 10 C 11 C 12 E 13 C 14 C 15 D 16 A 17 E 18 D 19 C 20 B 21 B 22 D 23 D 24 B 25 A 26 A 27 C 28 D 29 C 30 C 31 B 32 C 33 C 34 C 35 B 36 A 37 E RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 35 www.gabaritojuridico.com.br ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA A Administração Pública Direta compreende os Entes federativos (União, Estados, DF e Municípios) e seus respectivos órgãos. O Ente atua por meio de seus órgãos e de maneira CENTRALIZADA. Os órgãos estatais, que decorrem da DESCONCENTRAÇÃO interna de funções administrativas, serão os instrumentos dessa atuação centralizada. Entidades políticas são a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (Administração Direta), são todas pessoas jurídicas de direito público dotadas de poder e autonomia políticas e de capacidade legislativa. Entidades administrativas são as autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista (Administração Indireta), apenas autarquias são pessoas jurídicas de direito público (algumas fundações também), não possuem autonomia política e nem capacidade legislativa. CF, Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. Os órgãos públicos são centros de competência especializada criados por lei, sem personalidade jurídica, com escopo de garantir maior eficiência no exercício de suas funções. Teoria do órgão: por essa teoria, adotada pelo nosso ordenamento jurídico, a vontade do agente público é imputada ao respectivo órgão e, por sua vez, se traduz na vontade do próprio Estado que, ao final, deverá ser responsabilizado por eventuais prejuízos causados a terceiros, o que não impede o exercício do direito de regresso. Em outras palavras, o agente público atua em nome do Estado e do órgão. Portanto, os órgãos são entes despersonalizados (sem personalidade jurídica própria), surgem pela técnica da desconcentração, podem estar presentes tanto na Administração Direta quanto na Indireta e, em regra, não possuem capacidade processual. Câmaras Municipais e Assembleias Legislativas:apesar de não possuíram personalidade jurídica, possuem PERSONALIDADE JUDICIÁRIA, de modo que podem atuar em juízo apenas para defender os seus interesses estritamente institucionais, ou seja, aqueles relacionados ao funcionamento, autonomia e independência do órgão. STJ: RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 36 www.gabaritojuridico.com.br 2. A Câmara Municipal não possui personalidade jurídica, mas apenas personalidade judiciária, a qual lhe autoriza apenas atuar em juízo para defender os seus interesses estritamente institucionais, ou seja, aqueles relacionados ao funcionamento, autonomia e independência do órgão, não se enquadrando, nesse rol, o interesse patrimonial do ente municipal. (REsp n. 1.429.322/AL, relator Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 20/2/2014, DJe de 28/2/2014.) A Administração Indireta, por sua vez, compreende as entidades administrativas que exercem funções administrativas a partir da DESCENTRALIZAÇÃO legal e que estão vinculadas ao respectivo Ente federativo. São entidades integrantes da Administração Pública Indireta: autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. As autarquias e fundações são pessoas jurídicas de direito público, instituídas diretamente pela lei, enquanto as empresas públicas e sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado e criadas por autorização legal, por meio do registro dos respectivos atos constitutivos, como se exige para as pessoas jurídicas privadas em geral. Princípio do controle: as entidades administrativas, apesar de serem autônomas, estão vinculadas ao Ente federativo respectivo. O controle pode ser dividido em controle político e controle administrativo/finalístico. Pelo controle político significa dizer que os dirigentes das entidades administrativas são escolhidos e nomeados pela autoridade da Administração Direta. Pelo controle administrativo e finalístico, as entidades administrativas devem atender as finalidades que justificaram a sua instituição e que constam da respectiva legislação. Pelo controle financeiro entende-se que as contas das entidades devem ser controladas pelos órgãos competentes (Tribunais de Contas). Vinculação (controle ou tutela) x Subordinação (hierarquia): a vinculação não pode se confundir com subordinação. Em outras palavras, os entes da Administração Indireta não são hierarquicamente inferiores aos entes da Administração Direta, pois a subordinação (hierarquia) existe apenas entre os órgãos de uma mesma pessoa jurídica. Hierarquia existe em toda e qualquer DESCONCENTRAÇÃO, mas não na DESCENTRALIZAÇÃO. RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 37 www.gabaritojuridico.com.br O controle não se presume, dependendo sempre de lei. A hierarquia se presume, pois depende da organização interna da entidade. A tutela pressupõe a existência de duas pessoas jurídicas; a hierarquia existe no interior de uma mesma pessoa jurídica. A tutela é condicionada pela lei, apenas admitindo os instrumentos de controle nela previstos; a hierarquia é incondicionada, pois é inerente a uma série de poderes administrativos. AUTARQUIAS Autarquia significa autogoverno. Se traduz em pessoa jurídica de direito público, criada por lei e integrante da Administração Pública Indireta, desempenhando atividade típica de Estado. Sua personalidade jurídica se inicia com a vigência da lei criadora (a extinção também depende de lei). O objeto da autarquia é o exercício de atividades típicas de Estado e o regime de pessoal é estatutário. Os bens das autarquias seguem o regime jurídico dos bens públicos, sendo inalienáveis (ou alienabilidade condicionada), podendo serem alienados se respeitados os seguintes requisitos: desafetação, justificativa, avaliação prévia, licitação (concorrência para imóveis e leilão para móveis) e autorização legislativa para os bens públicos imóveis. Os bens autárquicos são impenhoráveis, ou seja, os bens públicos não são passíveis de constrição judicial, pois os pagamentos decorrentes de decisões judiciais devem observar a ordem cronológica dos precatórios. Ainda quanto aos bens autárquicos, estes são imprescritíveis (não admitem usucapião) e são caracterizados pela não onerabilidade (não podem ser onerados com garantia real). As autarquias sujeitam-se à responsabilidade civil em sua modalidade OBJETIVA, fundada na teoria do risco administrativo (art. 37, §6º, da CF), sendo necessário comprovar a conduta, o dano e o nexo causal. Incidem, ainda, sobre as autarquias as prerrogativas da imunidade tributária e as prerrogativas processuais. EMPRESAS PÚBLICAS e SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA Empresa pública é pessoa jurídica de direito privado, integrante da Administração Pública Indireta, criada por autorização legal, sob qualquer RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 38 www.gabaritojuridico.com.br forma societária, cujos bens são oriundos de pessoas administrativas e que presta serviço público ou executa atividade econômica. Sociedade de economia mista é pessoa jurídica de direito privado, integrante da Administração Pública Indireta, criada por autorização legal sob a forma societária de sociedade anônima, cujos bens são oriundos de pessoas administrativas e de particulares, com controle acionário do Estado e que presta serviço público ou executa atividade econômica. Diferenças entre empresas públicas e sociedades de economia mista Composição: formação do capital das empresas públicas decorre das pessoas administrativas e das sociedades de economia mista decorre tanto de pessoas administrativas quanto de particulares, mas o controle societário permanece com o Estado. Forma societária: empresa pública adota qualquer forma societária; sociedade de economia mista é S/A, devendo o Poder Público deter a maioria das ações com direito a voto. Foro competente para julgamento: empresa pública federal se submete à Justiça Federal; sociedade de economia mista se submete à Justiça Estadual. Tese fixada no Tema 992 da Repercussão Geral do STF: Compete à Justiça Comum processar e julgar controvérsias relacionadas à fase pré- contratual de seleção e de admissão de pessoal e eventual nulidade do certame em face da Administração Pública, direta e indireta, nas hipóteses em que adotado o regime celetista de contratação de pessoas. (RE 960429, julgado em 05/03/2020). Criação: tanto as EP quanto às SEM dependem de lei autorizativa específica, cuja iniciativa é do chefe do Poder Executivo. Por sua vez, o nascimento da EP e da SEM apenas ocorrerá com a inscrição dos atos constitutivos no respectivo Registro (art. 45 do Código Civil). Pelo princípio da simetria, a extinção também depende de autorização legislativa. Objeto: as EP e SEM podem desempenhar tanto atividades econômicas quanto prestar serviços públicos. O art. 173 da CF admite a exploração DIRETA da atividade econômica pelo Estado, desde que cumpridos dois requisitos: a intervenção deve ser necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo e a formalização deve ser feita por meio da criação de empresas públicas ou sociedades de economia mista. RESUMO DIREITO ADMINISTRATIVO 39 www.gabaritojuridico.com.br A aplicação do regime próprio das empresas privadas às EP e SEM não significa que o tratamento entre essas entidades será absolutamente igual, visto que as estatais integram a Administração Indireta e submetem-se, parcialmente, às normas de direito público (concurso público, licitação, controle pelo tribunal de contas, etc). Nesse sentido, o regime jurídico pode ser considerado como HÍBRIDO. “Os empregados das empresas públicas e das sociedades de economia mista têm suas relações empregatícias regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Como o vínculo decorre de uma relação de trabalho, eventuais litígios entre essas entidades e seus empregados devem ser processados e julgados na Justiça do Trabalho (art.
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