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Tema: Os desafios enfrentados pelos catadores de materiais recicláveis no Brasil. Pontuação: 920. Em “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, Carolina Maria de Jesus discorre sobre seus dias como catadora de lixo, com longas jornadas de trabalho e baixa remuneração. Tal cenário, quando comparado à realidade brasileira contemporânea, ainda é relevante, uma vez que a invisibilidade dos desafios enfrentados coletores de materiais recicláveis ainda é um panorama nacional. Nessa perspectiva, esse quadro deriva do menoscabo da sociedade civil em consonância com a omissão do Estado brasileiro, urgindo, portanto, intervenção. Em primeira análise, ressalta-se que o descaso social com a segurança dos coletores de lixo reciclável resulta na contaminação ou acidentes desse coletivo. Sob essa ótica, o teórico Thomas Hobbes afirma que o homem é o lobo do próprio homem, ou seja, que o ser humano é o responsável por causar mazelas àqueles da sua espécie. Nesse sentido, quando o cidadão brasileiro, ciente do trabalho de coleta no país, escolhe não setorizar seu descarte — em papel, vidro ou alumínio, por exemplo — ele coloca em risco o trabalhador que recolherá esse despejo; ao manusear uma sacola com detritos variados, o coletor pode se cortar ou entrar em contato com substâncias potencialmente maléficas, como resíduos de medicamentos. Dessa maneira, constata-se como a ausência de preocupação da população apresenta-se como um desafio para o coletivo social em questão. Outrossim, observa-se como a ação ineficaz do governo do Brasil em combater a desigualdade social submete indivíduos às precárias condições trabalhistas discorridas por Carolina Maria. Sob esse viés, Hobbes ainda disserta que o Estado é responsável por garantir o bem-estar do corpo social, filosofia que evidencia o descuido do poder público brasileiro com os coletores de recicláveis, uma vez que, por exemplo, estes, apesar de serem fundamentais para o consumo circular no âmbito nacional, possuem uma jornada trabalhista maior do que a estabelecida pela Consolidação das Leis Trabalhistas. Desse modo, é constatável a relação intrínseca da postura do governo brasileiro vigente e as problemáticas enfrentadas por quem trabalha com a coleta de resíduos recicláveis. Infere-se, portanto, que os desafios enfrentados pelos catadores de materiais recicláveis precisam ser mitigados. Para tanto, o Ministério da Educação, responsável pela formação do cidadão brasileiro, deve aliar-se a instituições educacionais para promover feiras culturais que discutam o trabalho dos coletores do país. Através de palestras e rodas de conversa, a comunidade escolar deve ser instigada a refletir sobre o valor da coleta de recicláveis no país e adotar métodos para apoiar o trabalho dos coletores, como a separação do lixo. Assim, em médio e longo prazo, com o apoio da população civil, situações como a de Carolina serão atenuadas.
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