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4 - Proclamação da República

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Desde que a República brasileira começou, em menos de 100 anos já foram 6 governos e 6 constituições diferentes…
A República brasileira tem uma trajetória centenária. Começou com o movimento dos militares em 1889 e perdura até os dias de hoje. Sucessivos presidentes assumiram o comando do país e também algumas ditaduras ocorreram pelo caminho.
Como aconteceu o início da República no Brasil?
A Proclamação da República aconteceu no dia 15 de novembro de 1889 e foi resultado de uma articulação entre militares e civis insatisfeitos com a monarquia. Havia insatisfação entre os militares com salários e com a carreira, além de eles exigirem o direito de manifestar suas posições políticas (algo que tinha sido proibido pela monarquia).
Havia também descontentamento entre elites emergentes com a sub-representação na política da monarquia. Grupos na sociedade começavam a exigir maior participação pela via eleitoral. A questão abolicionista também somou forças ao movimento republicano. Esses grupos se uniram em um golpe que derrubou a monarquia e expulsou a família real do Brasil.
Monarquia em crise
A Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, foi o resultado de um longo processo de crise da monarquia no Brasil. O regime monárquico começou a entrar em decadência logo após o fim da Guerra do Paraguai, em 1870, o que resultou da incapacidade da monarquia de atender aos interesses e as demandas da sociedade brasileira.
Uma série de novos atores e novas ideias políticas surgiu e ganhou força por meio do movimento republicano, estruturado oficialmente a partir de 1870, quando foi lançado o Manifesto Republicano. Ao redor das ideias republicanas, formou-se um grupo consistente que organizou um golpe contra a monarquia em 1889.
Disputas políticas e a consolidação do Exército como uma instituição profissional são dois fatores de peso nessa crise da monarquia. A exigência pela modernização do país fez com que muitos civis e militares enxergassem na república a solução para o país, uma vez que a monarquia começou a ser considerada como incapaz para as demandas existentes.
Militares
A insatisfação dos militares está diretamente relacionada com a profissionalização da corporação. Depois disso, eles começaram a exigir melhorias em sua carreira como reconhecimento aos serviços prestados no Paraguai. As principais exigências eram melhorias salariais e no sistema de promoção.
Outra forte insatisfação tem relação com o envolvimento do Exército brasileiro com a política. Os militares entendiam-se como tutores do Estado brasileiro e, por isso, queriam ter o direito de manifestar suas opiniões políticas publicamente. Um caso simbólico aconteceu em 1884, quando o oficial Sena Madureira foi punido por mostrar apoio aos abolicionistas do Ceará.
A monarquia também procurou censurar os militares, proibindo que eles manifestassem suas opiniões em jornais e nas corporações militares. Havia também exigências entre os militares para que o Brasil se convertesse em um país laico. Internamente, as insatisfações militares se reuniram ao redor da ideologia positivista.
A partir do positivismo, os militares passaram a reivindicar a ideia de que a modernização que o Brasil necessitava se daria por meio de um governo republicano ditatorial. Assim, eles acreditavam que era necessário escolher um governante que fosse conduzir o país no caminho da modernização e, se necessário, esse governante poderia se afastar das vontades populares. 
Política e sociedade
A política no Segundo Reinado sempre foi complicada, sobretudo pela briga ferrenha entre conservadores e liberais Essa situação se agravou com a crise de sub-representação de algumas províncias. Na segunda metade do século XIX, o eixo econômico do país tinha consolidado sua mudança do Nordeste para o Sudeste.
A província de São Paulo já havia se colocado como o grande centro econômico do Brasil, mas as elites políticas dessa província se incomodavam pelo fato de que sua representação na política era pequena. Outras províncias economicamente decadentes, como o Rio de Janeiro e a Bahia, gozavam de grande representatividade política.
Essa situação indispôs as elites dessa província com a monarquia, e isso nos ajuda a entender, por exemplo, porque a província de São Paulo teve o maior partido republicano do Segundo Reinado, o Partido Republicano Paulista (PRP).
Havia também sub-representação da sociedade no sistema político. As cidades cresciam e novos grupos sociais se estabeleciam. Esses grupos emergentes demandavam maior participação na política brasileira, e o caminho tomado foi o inverso. Os liberais defendiam ampliação do voto para enfraquecer os conservadores e os grandes fazendeiros, mas os conservadores conseguiram aprovar a Lei Saraiva, em 1881.
Essa lei determinou novos critérios para estipular quem teria direito ao voto e, após sua aprovação, o número de eleitores no Brasil caiu de 1.114.066 pessoas para 157.296 pessoas. Isso correspondia a apenas 1,5% da população brasileira, ou seja, as demandas por participação não foram atendidas e a exclusão existente foi ampliada.
Essas novas elites passaram a ocupar os espaços políticos de outras formas e manifestavam suas opiniões por meio de jornais, associações e manifestações públicas em defesa de causas como o Estado laico. Essa insatisfação com os problemas da monarquia, obviamente, reforçou a causa republicana no país.
Em 1870, foi lançado o Manifesto Republicano, documento que criticava a centralização do poder na monarquia e exigia um modelo federalista no Brasil (modelo que dá autonomia às províncias). Essa manifesto também atribuía à monarquia a responsabilidade dos problemas do país e indicava a república como a solução. O manifesto foi um norteador do movimento republicano no fim do Império.
Outra causa que reforçou muito o movimento republicano foi a defesa da abolição. O abolicionismo mobilizou a sociedade brasileira na década de 1880, e grande parte dos abolicionistas defendia a república.
De forma geral, a socióloga Ângela Alonso resume que a monarquia brasileira se estruturou no seguinte tripé:
participação política restrita;
escravismo (e exclusão do elemento africano); 
ecatolicismo como defensor das hierarquias sociais.
As décadas de 1870 e 1880 vieram justamente a questionar esse tripé, pois havia demandas por maior participação social, o abolicionismo exigia a inserção do negro na sociedade e o laicismo procurou estabelecer uma sociedade laica.
Proclamação da República
Havia então insatisfações com a monarquia em diferentes camadas da nossa sociedade. Elites emergentes, militares, políticos, classes populares, escravos eram todos grupos com críticas à monarquia. Todas essas insatisfações, em algum momento na década de 1880, tornaram-se uma conspiração.
Ao longo dessa década, as manifestações públicas começaram a se tornar comuns, e críticas ao imperador cresciam. Um atentado contra o carro do imperador em julho de 1889 motivou o Império a proibir manifestações públicas em defesa da república, mas o Brasil estava em um caminho sem volta, pois o grupo de insatisfeitos era muito grande.
Em novembro de 1889, a conspiração estava em curso e contava com nomes como Aristides Lobo, Benjamin Constant, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Sólon Ribeiro, entre outros. O que faltava para os conspiradores era a adesão do marechal Deodoro da Fonseca, um militar influente e primeiro presidente do Clube Militar.
Em 10 de novembro, os defensores do golpe contra a monarquia se reuniram com Deodoro para convencê-lo a tomar participação no movimento. Nos dias seguintes, os boatos de que uma conspiração estava em curso começaram a ganhar força e, no dia 14, informações falsas sobre a monarquia começaram a ser anunciadas em público com o objetivo de arregimentar apoiadores.
O golpe contra a monarquia seguiu no dia 15, quando o marechal Deodoro da Fonseca e tropas foram até o quartel-general
localizado no Campo do Santana. Foi exigida a demissão do Visconde de Ouro Preto da presidência do gabinete ministerial. O visconde se demitiu e foi preso por ordem de Deodoro da Fonseca.
Entretanto, o marechal estava à espera de que o imperador fosse organizar um novo gabinete e, por isso, deu vivas a D. Pedro II e então retornou para seu domicílio. A derrubada do gabinete não colocou fim aos acontecimentos do dia 15, e as negociações políticas seguiram. Republicanos decidiram realizar uma sessão extraordinária na Câmara Municipal do Rio de Janeiro para que fosse realizada uma solenidade de Proclamação da República.
A Proclamação da República aconteceu na Câmara, sendo anunciada pelo vereador José do Patrocínio. Houve celebração nas ruas do Rio de Janeiro, com os envolvidos na proclamação puxando vivas à república e cantando A Marselhesa (canção revolucionária produzida durante a Revolução Francesa) nas ruas da capital.
Durante essa sucessão de acontecimentos, foi organizada uma tentativa de resistência sob a liderança de André Rebouças e Conde d’Eu, marido da Princesa Isabel, mas essa resistência fracassou. O imperador D. Pedro II permaneceu crente de que a situação seria facilmente resolvida, mas não foi assim que aconteceu.
Um governo provisório foi formado, o marechal Deodoro da Fonseca foi nomeado como presidente do Brasil (o primeiro de nossa história) e outros envolvidos com o golpe assumiram pastas importantes no governo. A família real foi expulsa no dia 16 de novembro e, no dia seguinte, embarcaram com seus bens para a cidade de Lisboa, em Portugal.
Quais foram as consequências?
A Proclamação da República mudou radicalmente a história brasileira. Trocaram-se os símbolos nacionais e novos heróis, como Tiradentes, foram estabelecidos. Além da mudança da forma de governo, o Brasil passou a ser uma nação com poder descentralizado, pois foi implantado o federalismo. Mudanças aconteceram no sistema eleitoral, pois o critério censitário foi abandonado, e foi estabelecido o sufrágio universal masculino para homens com mais de 21 anos.
O Brasil se tornou um Estado laico, e o presidencialismo tornou-se o sistema de governo. A organização da república tomou forma quando foi promulgada uma nova Constituição no ano de 1889. A década de 1890 ficou marcada por ser um período de disputa entre republicanos e monarquistas e deodoristas e florianistas.
Qual o período da República brasileira?
A República Brasileira começou a partir de um golpe e, na sua história centenária, ela enfrentou vários outros. Conheça as distintas fases que passou a república:
Primeira República ou República Velha (1889–1930)
A Primeira República brasileira é dividida em dois períodos: a República da Espada e a República Oligárquica. Os militares governaram no primeiro momento e depois passaram o poder para presidentes civis, que eram eleitos pelo povo.
Entre 1889 e 1894, a República brasileira foi governada por dois presidentes militares, o Marechal Deodoro da Fonseca e depois o Marechal Floriano Peixoto.
Deodoro foi apontado pelos militares e políticos republicanos para comandar o país após a Proclamação. O governo foi regido em caráter provisório e os decretos do Marechal tinham força de lei.
Pelo país, alguns locais resistiram à imposição da República. Deodoro se ocupou em exterminar os opositores.
Por dois anos governou com sua palavra sendo a lei, mas aqueles que lhe entregaram o governo não esperavam uma ditadura militar. 
Os republicanos passaram a reivindicar maior importância e autonomia para o Congresso, exigindo também uma Constituição para o país.
Deodoro da Fonseca convocou uma Constituinte e apontou delegados para compô-la. Em fevereiro de 1891 foi promulgada a primeira Constituição da República brasileira. Seus principais pontos são:
federalismo;
presidencialismo;
separação do Estado e Igreja;
voto censitário.
Esta foi a primeira constituição da República brasileira, outras 5 vieram depois. Em lugar algum constava que o regime adotado seria republicano, Benjamin Constant propôs que se fizesse um plebiscito para a população escolher qual modo de governo desejam.
Mas o plebiscito só viria um século depois, no dia 21 de abril de 1993.
Deodoro pavimentou o caminho para um governo constitucional, mas esta nunca foi sua vontade. Desentendeu-se várias vezes com o Congresso e decretou seu fechamento, no dia 03 de novembro de 1891.
A reação dos republicanos foi imediata: os políticos pressionavam a renúncia do marechal. Somado a esse problema, a Marinha tentou reagir ao golpe e promoveu a Primeira Revolta da Armada.
No dia 23 de novembro de 1891, renunciou Deodoro ao posto de chefe do governo. Em seu lugar assumiu o Marechal Floriano Peixoto.
Floriano teve o governo marcado pela sua violência contra os opositores. Conquistou a alcunha de “Marechal de ferro” após reprimir dois grandes conflitos:
 A Revolução Federalista;
 A Revolta da Armada.
Outro ponto importante de seu governo foi a política econômica do Encilhamento. Empréstimos foram feitos para desenvolver a indústria nacional.
A política foi pouco eficaz, alguns credores não utilizaram os empréstimos em empreendimentos que geram valor para o país. O que causou inflação e aprofundou a crise econômica.
No dia 1º de março de 1894, foi eleito o primeiro presidente civil da República brasileira: Prudente de Morais. Ele pôs fim à República da Espada.
Com a chegada dos civis no poder, as oligarquias do café passaram a ditar boa parte dos rumos da política brasileira.
Entre 1894 e 1930 a sucessão de políticas da República brasileira se mostraram focadas em atender às demandas do café.
Funding Loan;
Convênio de Taubaté;
Política dos Governadores;
Coronelismo;
Política do café com leite.
Estes foram os principais mecanismos que favoreceram o poder das oligarquias cafeeiras.
O Partido Republicano Mineiro e o Partido Republicano Paulista revezavam na presidência. A cada ano era escolhido um presidente de cada estado, alternando um presidente mineiro e um paulista.
O poder era dominado pelas duas elites cafeeiras mais poderosas, mantendo a população neste sistema por 20 anos.
Durante a República oligárquica, o Brasil viveu a Semana de Arte Moderna de 1922. Este foi um dos investimentos do governo na cultura nacional, saiba mais sobre o evento.
Tudo mudou quando o Presidente da época, Washington Luís (Presidente de 1926 a 1930), indicou um paulista ao governo, quando deveria ter indicado um mineiro. Ele quebrou o acordo das oligarquias republicanas.
Por causa disso, Minas Gerais resolveu unir-se aos paraibanos e gaúchos para derrubar os paulistas nas eleições. Esta foi a Aliança Liberal.
Este novo grupo político lançou um candidato que entrou para a história, mudando o rumo das relações políticas no Brasil: Getúlio Vargas.
Era Vargas (1930–1945)
O governo Vargas tradicionalmente é tido como uma parte do período republicano. Mas, dos 15 anos de poder, em apenas 3 Getúlio Vargas governou como presidente eleito. Além disso, em duas ocasiões ele fechou o Congresso e concentrou os poderes em suas mãos.
Junto da Aliança Liberal e dos tenentes, promoveu um golpe que tirou do poder Júlio Prestes. Instalou um governo provisório que durou 4 anos.
O Governo Provisório ficou conhecido pelo fortalecimento e centralização do Estado. Vargas suspendeu os mandatos de deputados, senadores, prefeitos e governadores. No lugar deles, nomeou interventores para presidir o governo.
Em 1932 São Paulo reagiu. Exigiam que uma Constituição fosse criada para reger o novo governo. A revolta foi reprimida, mas conquistou o que desejava: em 1933 Vargas escolheu deputados de confiança para uma Constituinte.
A nova constituição previa eleições indiretas para presidente: assim Vargas foi reeleito e deu início ao Governo Constitucional.
Suas novas políticas se concentraram na divulgação dos feitos do novo governo nas rádios, na estatização da educação e dos bens naturais nacionais.
Mas a República
brasileira sofreria outro golpe. Em 1935, um levante de tenentes comunistas promoveu uma insurreição e tentou tomar o poder.
Mal organizado, o movimento fracassou e o exército reprimiu as tropas revolucionárias. Em resposta, Vargas convoca estado de sítio, fecha o Congresso e aumenta seus poderes.
A Constituição de 1934 foi anulada. O caminho estava livre para Vargas iniciar a ditadura mais rígida que o Brasil conheceu em sua história.
Em 10 de novembro de 1937, Getúlio Vargas, agora ditador, dirigiu-se ao povo brasileiro com o “Manifesto à Nação”, promulgando uma nova Constituição e instaurando o Estado Novo.
Somente em 29 de outubro de 1945 que Vargas renunciou ao governo da nação.
Quarta República (1945–1964)
A quarta República brasileira também é conhecida como o período populista. Ela começa com um presidente eleito com o apoio de Getúlio Vargas: Eurico Gaspar Dutra. Os presidentes que se seguiram foram:
Eurico Gaspar Dutra (1946-1951);
Getúlio Vargas (1951-1954);
Café Filho (1954-1955);
Carlos Luz (1955);
Nereu Ramos (1955-1956);
Juscelino Kubitscheck (1956-1961);
Jânio Quadros (1961);
João Goulart (1961-1964).
Em 18 de setembro de 1946 foi promulgada a quinta Constituição da República brasileira.
Dois eventos se destacam nesse período: a construção de Brasília, nova capital do Brasil, e os turbulentos momentos que antecederam o governo militar.
A construção de Brasília foi realizada na segunda metade da década de 1950, durante o governo de Juscelino Kubitscheck. Foi um período de agitação política e de desenvolvimento econômico para o Brasil.
A Construção de Brasília foi feita em apenas 3 anos, entre 1957 e 1960. A cidade foi inaugurada em 21 de abril de 1960.
Para compreender a ascensão do governo de 1964, é necessário rever dois governos: o de Jânio Quadros e João Goulart.
O discurso “Varre, varre, vassourinha” para combater a corrupção ganhou uma proporção enorme no país e Jânio Quadros foi eleito presidente.
Por causa de sua tentativa de fechar o Congresso, Carlos Lacerda ofereceu que Jânio renunciasse ou que fosse denunciado nos jornais. Jânio renunciou pensando que o povo iria às ruas pedir seu retorno e que o Congresso não aceitaria seu pedido.
Porém, sua renúncia foi aceita no dia seguinte e ninguém saiu às ruas. Assim, Jânio perdeu seu cargo.
Com a renúncia de Jânio, quem assumiu foi seu vice, João Goulart, que tinha ligações com as outras ditaduras populistas latino-americanas. Ele estava na China comunista de Mao Tsé-Tung quando Jânio Quadros renunciou.
Com a presença da KGB aqui no Brasil, com guerrilheiros treinados em Cuba e com a ajuda da STB, as tensões só aumentaram.
Em 1962, já se sabia da existência de pelo menos oito campos de treinamento das ligas camponesas do Brasil que tiveram treinamento de guerrilha em Cuba. Esta era a semente do que mais tarde viria a se tornar o MST.
Em março de 64 houve o ápice da agitação nas ruas, das greves e da crise em que o país se encontrava. Junto com Prestes, grupos comunistas e militares insubordinados, João Goulart organizou comícios em todo Brasil pressionando o Congresso a aprovar as Reformas de Base.
João Goulart e Leonel Brizola (político brasileiro que era referência na liderança da esquerda) ainda discursavam em público contra a Constituição e a favor de um plebiscito para a dissolução do Congresso.
Naquele momento, para comunicar seu desgosto com o que se passava na Central do Brasil, a população do Rio de Janeiro protestou acendendo velas nas janelas.
O movimento foi uma das maiores manifestações da história do Brasil: A Marcha da Família com Deus pela Liberdade.
O país sofria uma de suas piores crises, greves, ameaças de guerra civil, caos quase incontrolável, deterioração econômica e financeira, indisciplina nos quartéis e inflação muito alta.
Segundo a Constituição de 46, se o Presidente da República se ausentasse do país sem comunicação oficial com a sede do governo, ele estaria impedido. João Goulart estava ainda em território nacional voando de Brasília para Porto Alegre, quando Auro de Moura Andrade (presidente do Congresso Nacional) declarou a vacância do cargo.
Houve um golpe parlamentar nesta declaração de 1º de abril. O Golpe de 64 começou como um movimento civil.
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Governo Militar (1964–1985)
Naquele momento, os militares entraram com o apoio da sociedade, da Igreja Católica, da OAB, da imprensa, da UDN e de vários sindicatos.
Goulart foi para São Borja, pouco tempo depois Brizola também foi e juntos partiram para o Uruguai. Não houve resistência ou pedido de restauração. Nem opositores de esquerda pediram o retorno de Jango ao poder, pois queriam alguém com o perfil de Brizola.
Do ponto de vista da historiografia recente, tem-se aí o golpe militar.
Para continuar a revolução que começaram, os líderes das forças armadas formaram uma junta militar, o Supremo Comando da Revolução, que eram os generais.
A primeira medida da nova força supraconstitucional foi o Ato Institucional Número 1. Estes atos eram decretos com força constitucional para fazer valer novas leis imediatamente.
O número 1 convocava o Congresso para eleger o próximo Presidente da República. Com 98% dos votos, os deputados federais elegeram Humberto de Alencar Castelo Branco, com amplo apoio da população, da classe política e da imprensa.
O governo militar não era republicano. A Junta Militar delibera as ações de governo a partir de Atos Institucionais. Quando o grupo da linha dura chegou ao poder, em 1967, o regime foi ainda mais concentrado nas mãos destes governantes.
Em 1974, Ernesto Geisel é eleito pelo Congresso, o que marca o fim dos governos de “Linha Dura” na presidência e também o fim do Milagre Econômico. Ele permaneceu no poder até 1979.
João Figueiredo assumiu a presidência com a missão de acabar com a Ditadura Militar. Governou de 1979 a 1985.
A Ditadura Militar no Brasil terminou em 1985. O parlamento optou por uma transição gradual, elegendo Tancredo Neves, ainda de forma indireta. Há 21 anos, um civil não assumia a Presidência da República.
Nova República (1985–)
Três anos após o fim do regime militar, a nova República brasileira ganhou sua Constituição que perdura até os dias de hoje. No governo Sarney foi elaborada a carta e promulgada no dia 05 de outubro de 1988.

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