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DIVINÓPOLIS 
2023 
ELDER ASSUNÇÃO DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UMA ANÁLISE DA IN(APLICABILIDADE) À LUZ DA DIGNIDADE DA 
PESSOA HUMANA. 
 ELDER ASSUNÇÃO DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
POSSIBILIDADE DE RESERVA: NÃO (APLICABILIDADE) 
EM TERMOS DE ANÁLISE DA DIGNIDADE HUMANA. 
 
 
 
 
 
Projeto apresentado ao Curso de Direito da 
Instituição Faculdade Pitágoras 
Orientador: Ana Melati 
 
 
 
 
 
 
Divinópolis 
2023 
 
ELDER ASSUNÇÃO DA SILVA 
 
 
POSSIBILIDADE DE RESERVA: NÃO (APLICABILIDADE) 
EM TERMOS DE ANÁLISE DA DIGNIDADE HUMANA. 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Faculdade Pitágoras, como requisito parcial 
para a obtenção do título de graduado em 
Direito. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Divinópolis, dia de mês de 2023 
 
 
SILVA, Elder Assunção da. UMA ANÁLISE DA IN(APLICABILIDADE) À LUZ DA 
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. 45 folhas. Trabalho de Conclusão de 
Curso (Curso de Direito) – Faculdade Pitágoras, Divinópolis, 2023. 
RESUMO 
Acerca de uma formação jurídica, não há consenso sobre o conceito específico de 
direitos, de modo que os direitos fundamentais se tornam uma opção necessária. 
Em última instância, os direitos fundamentais se relacionam com os direitos 
humanos, relação oportuna, mas é preciso distinguir os dois. Os direitos 
fundamentais estão relacionados com os direitos humanos porque os direitos 
fundamentais são direitos que se aplicam aos homens. Os direitos humanos são 
analisados no plano internacional. Na Constituição Federal de 1988, a dignidade da 
pessoa humana está consagrada nos artigos referentes aos direitos fundamentais. 
Todos devem levar uma vida digna, ser respeitados e exercer plenamente sua 
cidadania. O princípio da dignidade humana deve prevalecer em todas as áreas do 
direito. A lei brasileira não tem ascendência de outro país. A introdução de conceitos 
de outro ordenamento jurídico é admissível, mas tal introdução deve ser feita com 
cautela, levando em conta as realidades sociais do país originário do regime 
introdutório. O objetivo deste trabalho é lançar luz sobre uma instituição que foi 
entremeada ao nosso ordenamento jurídico, a Reserva do Possível. Apresenta sua 
origem, a forma como foi introduzido como argumento de defesa e analisa sua 
inaplicabilidade no ordenamento jurídico brasileiro. 
 
 
Palavras-chave: Ponderação de valor. Reserva do Possível. Dignidade da Pessoa 
Humana. Inaplicabilidade. Mínimo Existencial. 
 
 
 
SILVA, Elder Assunção da. UMA ANÁLISE DA IN(APLICABILIDADE) À LUZ DA 
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. 45 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso 
(Curso de Direito) – Faculdade Pitágoras, Divinópolis, 2023. 
 
ABSTRACT 
About legal training, there is no consensus on the specific concept of rights, so 
fundamental rights become a necessary option. Ultimately, fundamental rights are 
related to human rights, a timely relationship, but it is necessary to distinguish between 
the two. Fundamental rights are related to human rights because fundamental rights 
are rights that apply to men. Human rights are analyzed at the international level. In 
the Federal Constitution of 1988, the dignity of the human person is enshrined in 
articles referring to fundamental rights. Everyone must lead a dignified life, be 
respected and fully exercise their citizenship. The principle of human dignity must 
prevail in all areas of law. Brazilian law has no ancestry from another country. The 
introduction of concepts from another legal order is admissible, but such introduction 
must be made with caution, taking into account the social realities of the country 
originating from the introductory regime. The objective of this work is to shed light on 
an institution that was intertwined with our legal system, the Reserva do Possível. It 
presents its origin, the way it was introduced as a defense argument and analyzes its 
inapplicability in the Brazilian legal system. 
Keywords: Value weighting. Reservation of the Possible. Dignity of human person. 
Inapplicability. Existential Minimum. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1 
1. CONTEXTO HISTÓRICO ACERCA DA RESERVA DO POSSÍVEL ................ 5 
 1.1 Direitos Fundamentais e Reserva do Possível ................................................. 5 
1.2 Aspectos Gerais da Positivação......................................................................... 7 
1.3 Aspectos Específicos da Positivação em Forma de Princípio ............................ 9 
2. DIGNIDADE DA PESSOA .................................................................................. 12 
2.1 Ponderação de Valores .................................................................................... 14 
3. JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL SOBRE O TEMA . 16 
3.2 Princípio Do Mínimo Existencial ....................................................................... 18 
3.3 Aplicação Do Princípio Da Proporcionalidade .................................................. 19 
3.4 Princípio Da Reserva Do Possível ................................................................... 21 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 28 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
INTRODUÇÃO 
 
A dignidade da pessoa humana é o fundamento da República Federativa do 
Brasil e constitui a base de todo o arcabouço jurídico. Ao mesmo tempo, parece ser o 
ponto de partida para a garantia dos direitos fundamentais consagrados no texto 
constitucional. Por outro lado, temos possíveis teorias de reserva destinadas a lidar 
com os aspectos hereditários e econômicos das entidades estatais. 
A teoria acima visa definir as necessidades de algumas pessoas a fim de 
reservar um orçamento. A dignidade humana é incontornável (extra princípio) e, em 
última instância, os Estados reivindicam aspectos econômicos quando se deparam 
com a obrigação de observar os direitos fundamentais. 
Diante do exposto, delineiam-se os seguintes temas: Possibilidade de reserva: 
Não (aplicabilidade) em termos de análise da dignidade humana. O texto sugere que 
a tensão entre a efetivação concreta dos direitos humanos em escala internacional e 
os chamados obstáculos à soberania estatal decorre de tentativas de explicar os 
novos sistemas jurídicos em termos de princípios tradicionais que, se tivessem valor 
na época, poderiam deixarão de receber mais complexidades, respostas às 
necessidades das relações sociais contemporâneas. 
Desde a sua criação, o desenvolvimento da investigação foi pautado pelo 
entendimento a priori de que a soberania, baseada no princípio da igualdade soberana 
de todos os membros, continua sendo reconhecida como o poder supremo que 
qualifica determinado Estado perante os demais. 
No entanto, com o estabelecimento do direito internacional dos direitos 
humanos, o homem adquiriu a condição de sujeito de direitos não apenas dentro de 
seu próprio território, mas também perante toda a comunidade internacional, e desta 
forma, o Estado não pode mais justificar a violação de direitos humanos em seu 
espaço interno sob o argumento do exercício da soberania. 
Como sujeitos de direitos no âmbito da ordem jurídica internacional, os 
indivíduos são garantidos pela proteção do direito internacional público 
independentemente dos limites geográficos. Nesse tipo de pensamento, não se trata 
da limitação do poder soberano do Estado, mas a proteção dos direitos humanos está 
inserida no conceito de soberania. A descoberta desse tema levou à constataçãode 
que os conceitos de soberania e direitos humanos não são antagônicos, mas 
princípios fundamentais necessariamente interligados. 
2 
 
Ao enfatizar que o Estado é soberano, sem reconhecer a perda da soberania 
sem perder sua identidade, ou seja, a destruição do próprio ente estatal, espera-se 
inferir que a proteção da dignidade humana é uma função. Os interesses dos Estados 
soberanos traduzem-se no bem-estar dos cidadãos. Portanto, a violação dos direitos 
humanos pelo Estado significa uma afronta ao poder soberano, que não está acima 
da lei. Este é o direito internacional dos direitos humanos que assegura essas 
garantias fundamentais dos indivíduos. 
Em face do que foi aludido no tema, surge a seguinte questão: de que forma 
poderá ser aplicada a reserva do possível sem que seja causada ofensa a dignidade 
da pessoa humana? O mínimo de subsistência refere-se à base da vida humana e é 
um direito fundamental e fundamental consagrado na Constituição Federal. Portanto, 
sua obtenção nada tem a ver com a existência de lei, pois é considerada inerente ao 
ser humano. É impossível ao indivíduo levar uma vida digna sem um mínimo de 
existência, pois o princípio visa garantir as condições mínimas para isso. 
Portanto, entende-se que é responsabilidade do Estado garantir a efetiva 
implementação dos direitos fundamentais. A pertinência deste tema é articular a 
economia como a gestão escassa de recursos financeiros, enfatizando quais políticas 
públicas são alocadas. Pois, um estado não pode assumir responsabilidade pela qual 
não pode cumprir, mesmo que justifique o fracasso em cumprir uma responsabilidade 
irracional de proteger. 
A Constituição Federal de 1988 estipula que o Estado não pode deixar de 
garantir um mínimo de existência, porém, nem sempre pode cumprir suas funções, 
aumentando assim as demandas sobre o Judiciário, que deverá ser obrigado a 
fornecer poderes públicos além da lei orçamentária. Aspectos Sócio jurídicos 
Importante porque trata do princípio fundamental da cidadania (dignidade humana) e 
da reserva de possibilidade, que é utilizado de forma inadequada pelos entes estatais, 
privando muito a sociedade humana de direitos importantes como os direitos. 
Neste ínterim, o tema é importante porque traz discussões para o âmbito 
jurídico, e tem sido palco de debate na doutrina e tribunais superiores. 
Para responder as questões de problematização propôs-se como objetivo 
geral: Demonstrar a possibilidade de aplicação da reserva do possível sem que tal 
fato cause ofensa ao princípio da dignidade da pessoa humana. Quanto aos objetivos 
específicos ou secundários tangeu: conceituar a reserva do possível divergindo-a do 
mínimo existencial; analisar a dignidade da pessoa humana enquanto princípio/norma 
3 
 
e suas facetas jurídicas; demonstrar a distinção entre normas e princípios por meio de 
hermenêutica constitucional. 
A metodologia utilizada tem por finalidade apresentar detalhadamente os 
procedimentos realizados para atingir o objetivo do trabalho. A pesquisa é avançada 
quando se tem o interesse de apurar determinado assunto, com fim de se obter 
respostas para as indagações propostas, quando não se dispõe de informações 
necessárias para responder ao problema, faz-se necessário a utilização de métodos, 
técnicas e outros procedimentos científicos (GIL, 2007). 
Conforme preconiza Gil (2007), o tipo de pesquisa deve ser classificado em 
seus procedimentos metodológicos com base nos objetivos, bem como nos 
procedimentos técnicos utilizados de coleta e análise de dados, e que dentro de cada 
uma dessas tipologias existem diversas subdivisões, originando vários tipos de 
pesquisa, cada qual com suas características e peculiaridades próprias. Desta forma, 
a presente pesquisa a ser realizada será classificada como descritiva, bibliográfica e 
qualitativa. 
Em relação aos objetivos, a pesquisa será descritiva, uma vez que cuida dos 
elementos para o acontecimento do fato, utilizando métodos como padrões textuais, 
opiniões, atitudes e crenças de uma população ou segmento dela. 
Desse modo, (GIL, 2007, p. 28) afirma que: (as pesquisas deste tipo têm como 
objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou 
fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis). 
Quanto ao procedimento, primeiramente esta pesquisa será efetivada por meio 
da pesquisa bibliográfica em livros, artigos, sites de internet, jornais, revistas, livros, 
teses, material cartográfico, rádio, filmes, entre outros. Nesse sentido, (a pesquisa 
bibliográfica é aquela realizada a partir de registro disponível, decorrente de pesquisas 
anteriores, em documentos impressos). (SEVERINO, 2007, p. 122). 
No que tange à abordagem do problema, a análise será qualitativa, que de 
acordo com Lakatos e Marconi (2001) é vista como o meio de raciocínio a ser seguido, 
mencionando a complexidade de certa problemática, analisando a complementação 
de determinadas variáveis, com exame mais detalhado no tocante aos fenômenos em 
estudo. 
Neste estudo a finalidade é apresentar a revisão da bibliografia relacionada a 
Possibilidade da Reserva: Análise Da In (Aplicabilidade) à Luz da Dignidade da 
4 
 
Pessoa Humana envolvidos ordenamento jurídico brasileiro, bem como expor os 
conceitos teóricos necessários para a compreensão dos direitos humanos. 
A estrutura do trabalhado está organizada por capítulos, além das referências: 
Capítulo I – Contexto Histórico Acerca Da Reserva Do Possível: O Princípio 
da Reserva do Possível ou Princípio da Reserva de Consistência é uma construção 
jurídica germânica originária de uma ação judicial que objetivava permitir a 
determinados estudantes cursar o ensino superior público embasada na garantia da 
livre escolha do trabalho, ofício ou profissão. Capítulo II – Dignidade da Pessoa: 
Interpretar o princípio da dignidade humana como redutível às ideias de igualdade de 
consideração e de respeito à autonomia pessoal, permitindo que ele desempenhasse 
seu papel e evitando diversos dos abusos e imprecisões a que tem estado sujeito. 
Capítulo III – Jurisprudência Do Supremo Tribunal Federal Sobre O Tema: Daniel 
Wang, após analisar a jurisprudência do STF em torno da reserva do possível, 
constata que nos casos em que o pedido se refere a vagas em creches “não há debate 
mais detido a respeito dos custos dos direitos, da reserva do possível e da escassez 
de recursos, sendo que em todos os casos obrigou-se o Estado a concretizar o direito 
pedido”. Capítulo IV – Análise dos resultados obtidos: Este capítulo apresenta os 
resultados obtidos consequentes da análise, originando informações necessárias para 
a conclusão deste estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1. CONTEXTO HISTÓRICO ACERCA DA RESERVA DO POSSÍVEL 
 
Como apontam Schwabe e Martins (2005), a reserva do possível “Vorbehalt 
dês Möglichen” surgiu na Alemanha para dirimir a restrição do número de vagas 
“numerus- clausus” em algumas universidades. Caso o qual analisou o art. 12, § 1º da 
Lei Fundamental, de acordo com a Lei Fundamental alemã (2007), proferindo que: 
Alle Deutschen haben das Recht, Beruf, Arbeitsplatz und Ausbildungsstätte frei zu 
wählen “todos os alemães têm o direito de eleger livremente a sua profissão, o lugar 
de trabalho e o lugar de formação”. 
Nessa decisão, esses direitos violavam os princípios da igualdade e do estado 
de bem-estar. Discute a riqueza dos critérios de aprovação para o ensino superior, 
bem como os candidatos que se candidatam a várias universidades. Para acomodar 
determinadas decisões do Tribunal Constitucional alemão, Olsen (2008) conclui que 
os interesses das reivindicações estatais são considerados em termos de 
racionalidade e proporcionalidade, dada a necessidade de fazer valer as 
reivindicações de direitos. 
No Brasil, como aponta Sarlet (2001), Sempre que possível, procura validar o 
estado económico dasnações, as limitações dos recursos disponíveis face às 
necessidades muitas vezes imensuráveis que proporcionam. A primazia da economia 
sobre o direito se explica em termos de um sistema em que o sistema não é 
comunicável. 
Sarlet (2001) declara que, existem diferentes expressões para declarar 
sistemas econômicos, políticos e jurídicos. Assim, nesse halo, as reservas podem se 
tornar uma desculpa comum em processos judiciais envolvendo pessoas físicas que 
pleiteiam benefícios previstos na Constituição Federal sem execução. Então, as 
reservas possíveis precisam ser casadas com as reservas orçamentárias, princípio 
que tem dupla natureza, defensiva e temporária. 
 
1.1 Direitos Fundamentais e Reserva do Possível 
 
Assim como apontam Stephen Holmes e Cass Sunstein (2011), realizar e 
proteger os direitos consagrados na Constituição acarretará um ônus econômico. A 
reserva de possibilidade é fornecida por duas coisas, uma de fato e outra de direito. 
6 
 
Segundo Daniel Sarmento (2011), quanto ao conteúdo factual, deve ser 
melhorado (para testar a racionalidade da generalização dos serviços requeridos, 
tendo em conta os recursos existentes), ou seja, não se pode afirmar que o Estado 
fornece algo aos seus cidadãos, porque o mesmo não será capaz de dizer a todas as 
pessoas ao mesmo tempo. Os indivíduos fazem a mesma atribuição. Ainda de acordo 
com os estudiosos supracitados, analisando possíveis reservas do ponto de vista 
legal, observando que há uma polarização entre o orçamento em relação ao princípio 
da legitimidade das despesas e a possibilidade de o judiciário tomar decisões para 
designar despesas executivas para a realização dos direitos sociais. 
Diante destes apontamentos, Daniel Sarmento (2011) toma um partido um 
interveniente que entenda que os Estados destinados à legitimidade democrática são 
responsáveis pela escolha de suas eleições primárias. Mas, ao mesmo tempo, 
também discorda de vincular direitos sociais a orçamentos arrogantes, de modo que, 
qualquer que seja a discricionariedade dada aos legisladores e administradores 
públicos, não há como concordar com a discricionariedade absoluta na vontade da 
própria Constituição e de suas diretrizes máximas. 
Assim, no entendimento de Daniel Sarmento (2011), o epílogo é a especial 
possibilidade do judiciário fazer valer os direitos sociais consagrados na constituição, 
nos moldes e nos preceitos, ora expostos.) 
Na erudição do jurista de Kiel, Robert Alexy (1993) mantém o reconhecimento 
de que os legisladores democráticos são livres para decidir onde os recursos públicos 
serão aplicados, mas deve-se notar que os legisladores devem aderir 
consistentemente a isso. 
Dessa forma, para Alexy (1993, p. 90-91), 
 
A polêmica sobre este tipo de direitos baseia-se nas concepções de caráter 
e atribuições do Estado, da lei e da Constituição, inclusive os direitos 
fundamentais, bem como na avaliação da situação atual da sociedade. Os 
direitos fundamentais são posições tão importantes que sua concessão ou 
não concessão não pode ser deixada nas mãos de uma simples maioria 
parlamentar. (Alexy 1993, p. 90-91) 
 
 
Ressalta-se a compreensão levada a cabo hodiernamente pelo Supremo Tribunal 
Federal (STF) quanto ao julgamento da ADPF nº 45, na decisão o Min. Celso de Mello, 
dispôs o seguinte, 
 
7 
 
ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. A 
QUESTÃO DA LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL DO CONTROLE E DA 
INTERVENÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO EM TEMA DE IMPLEMENTAÇÃO 
DE POLÍTICAS PÚBLICAS, QUANDO CONFIGURADA HIPÓTESE DE 
ABUSIVIDADE GOVERNAMENTAL. DIMENSÃO POLÍTICA DA 
JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL ATRIBUÍDA AO SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL. INOPONIBILIDADE DO ARBÍTRIO ESTATAL À EFETIVAÇÃO 
DOS DIREITOS SOCIAIS, ECONÔMICOS E CULTURAIS. CARÁTER 
RELATIVO DA LIBERDADE DE CONFORMAÇÃO DO LEGISLADOR. 
CONSIDERAÇÕES EM TORNO DA CLÁUSULA DA "RESERVA DO 
POSSÍVEL". NECESSIDADE DE PRESERVAÇÃO, EM FAVOR DOS 
INDIVÍDUOS, DA INTEGRIDADE E DA INTANGIBILIDADE DO NÚCLEO 
CONSUBSTANCIADOR DO "MÍNIMO EXISTENCIAL". VIABILIDADE 
INSTRUMENTAL DA ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO NO PROCESSO 
DE CONCRETIZAÇÃO DAS LIBERDADES POSITIVAS (DIREITOS 
CONSTITUCIONAIS DE SEGUNDA GERAÇÃO). (STF – ADPF 45 DF, 
Relator: Ministro Celso de Mello, Julgado em 29/03/2014). (BRASIL, 2014). 
 
Entretanto, diante do conhecimento de Ronald Dworkin (2005), percebe-se 
claramente, a discussão completa das reservas mínimas possíveis ou existentes 
pretende obscurecer a questão da escolha política em relação à alocação de recursos 
orçamentários realizada pelo Executivo e pelo Legislativo. Oculta a falta de 
planejamento político de curto, médio ou longo prazo para a ação social. 
Para Álvaro Ricardo de Souza Cruz (2011), O obstáculo por trás do discurso 
do minimalismo existencial é que sua assimilação no Brasil se baseia em uma lógica 
trazida pela consideração de princípios. 
À luz do que foi dito acima sobre a reserva de possibilidades, vale notar que 
utilizá-la como argumento de racionalidade econômica afasta e obscurece o 
argumento jurídico, pois o conceito de livre utilização dos recursos financeiros públicos 
pelos administradores públicos continua sendo o norteador. 
 
1.2 Aspectos Gerais da Positivação 
 
Segundo Kappler e Konrad (2016) “A partir da ampla conceituação do princípio 
da dignidade e de sua unidade consagrado na Declaração Universal dos Direitos 
Humanos, percebe-se que os tratados de tolerância foram moldados desde sua 
proclamação em 1948”. E, graças à rebeldia do tratado e à posterior ativação do 
conceito de dignidade da pessoa humana nas constituições dos estados, criou-se 
pela democracia, único sistema político capaz de promover a vigência desses 
direitos (Silva), um sistema emancipatório e estado de busca de direitos 
8 
 
Por conseguinte, Silva (1998) Tratando da narrativa em torno da positivação 
de conceitos no ordenamento jurídico brasileiro, se ela é fundamental, é porque 
constitui o valor supremo, o valor fundamental da república, da federação, do estado, 
da democracia e do direito. um valor supremo, que atraiu outros direitos 
fundamentais para protegê-lo. Até aqui, compreendemos melhor o papel dos 
princípios no direito contemporâneo. A partir daí, podemos indagar sobre a sua 
perpetuação de direitos e qual o procedimento correto para a sua positivação. 
De acordo com Kappler e Konrad (2016): 
 
“a dignidade da pessoa humana está presente e tem grande importância 
teórica; entretanto, resta analisar o quanto essa teoria se transpõe para uma 
realidade específica, ao ordenamento jurídico, e como a jurisprudência é 
justificada com base no princípio. O traçado de sua delimitação essencial para 
que ele seja erguido como argumento confiável na base das decisões 
judiciais.” (Kappler e Konrad, 2016, pag. 356) 
 
A dignidade humana e seus vieses morais inerentes permitem que os direitos 
evoluam, então a positividade está sempre em pauta, como explicam Garcia et al. 
(2017), "As três primeiras gerações/dimensões são baseadas no lema francês da 
Revolução, ou seja, Liberdade, igualdade, fraternidade. Os direitos e necessidades 
dos homens mudaram e evoluíram ao longo dos anos, e outras gerações/dimensões 
podem surgir. outra classe de direitos. 
Haro (2006) enobrece a discussão com a seguinte afirmação: 
 
“Todas as hipóteses de conceituação de princípios acolhidas na doutrina e na 
jurisprudência por Guastini indicam seu caráter de normatividade, ou seja, 
demonstram que os “princípios” fazem parte do “mundo do dever-ser” e são 
espécie de norma jurídica, seja porque são vetores de aplicação de outras 
espécies de normas (regras), seja porque exercem influência sobre a 
interpretação de outros princípios de caráter inferior.” (Haro (2006) 
 
 
Nesse sentido, explicou que, por mais gerais que pareçam, o grau de 
normatividade contido nos princípios tem maior valor para julgar controvérsias ou 
fazer leis. Essa ordem superior de certos princípios (comoa dignidade humana) 
impõe um certo viés finalista e teleológico a outros princípios e normas. O respeito 
ao preencher uma lacuna legislativa ou ao se aplicar um princípio subsidiário ao invés 
de outro em determinado caso, deve sempre ser visto com a devida amplitude ética 
em que a dignidade da pessoa humana está inserida. 
 
9 
 
1.3 Aspectos Específicos da Positivação em Forma de Princípio 
 
Neste tópico, são discutidos aspectos relacionados à ativação e uso da 
dignidade da pessoa humana como princípio constitucional. 
Kant criou sua relação com a sociedade a partir do conceito de dignidade, da 
máxima e assegura que: 
 
 “A natureza humana é uma dignidade em si mesma, pois o homem não 
pode ser utilizado meramente como um meio por ninguém (seja pelos 
outros, seja mesmo por ele mesmo), mas deve sempre ser utilizado com o 
final". (KANT, 2003, p. 306). 
 
Aqui, ela é construída a partir da interpretação do pensamento kantiano e da 
positivação do conceito originário de dignidade humana nas constituições dos países 
modernos, da renúncia jurídica aos princípios máximos impostos pela constituição, 
inserindo novas ferramentas de verificação jurídica na contemporaneidade. 
sociedade. As leis, portanto, não existem apenas por meio de coerção e comando 
do estado, mas são apoiadas por uma constituição que é aplicada vigilantemente 
por um conjunto de princípios, dos quais, possuem em sua idealização o respeito ao 
princípio máximo constitucional, a dignidade da pessoa humana. 
Ao considerar essa suposição principiológica de respaldo constitucional, 
deve-se notar que, como observado nas democracias, a deferência ao processo 
legislativo é evidente e, portanto, a aplicação legal é devida; nesse sentido, tenta 
entender as democracias O status quo, não importa o quanto as democracias tentam 
se livrar de comparações com estados totalitários, permanece um estado subjacente 
de desrespeito aos direitos humanos, flertando com a possibilidade de criar um 
estado que legalmente viola direitos. Esta questão decorre da legitimidade conferida 
pela Constituição ao processo legislativo. 
Para exemplificar essa exigência legal, mergulhamos na história dos Estados-
nação e na proteção da situação atual; assim, o que significa para um país localizado 
no norte da Europa ter direitos fundamentais com base no princípio generalista, o 
princípio fundamental direitos introduzidos pela legislação brasileira em, possuem 
certa dificuldade de aplicação, em decorrência de aspectos sociais históricos. Da 
análise incorre-se a outro conceito Kantiano, a moral histórica, mas que será exposto 
10 
 
posteriormente; o que se pretende expor, advém do respeito à Constituição Federal 
no sentido mais amplo. 
Além da constitucionalidade de uma decisão judicial contra ou a favor de um 
fim determinado com base no respeito à ordem jurídica material e aos princípios 
constitucionais, a negação ou desrespeito ao conceito original pode ser inferida do 
processo legal geral e da burocracia para a constituição, incluindo a dignidade 
humana. 
Conforme citado por Garcia et al (2017) 
 
“(...) em 1689, surgiu o Bill of Rigths novamente na Inglaterra. Este diploma 
afirmava que o parlamento era o único órgão autorizado a sancionar leis e 
declarou como fundamentais o direito de liberdade de palavra, de imprensa e 
de reunião, o direito de não ser privado da vida, liberdade ou bens sem 
processo legal.” (Garcia et al 2017, pag. 248) 
 
 
Garcia explica ainda que: 
 
“Assim, os direitos fundamentais são aqueles reconhecidos e garantidos pela 
Constituição de um determinado Estado, ou seja, eles somente existem por 
força do texto constitucional e também possuem a dignidade da pessoa 
humana como centro e fundamento básico.” (Garcia et al 2017, pag. 248) 
 
 
Esta narrativa traduz-se na força e expressão dos princípios que os 
parlamentos de um determinado país trazem para o quotidiano dos seus pares; no 
entanto, se não existe uma ordem para o fazer, ou como alguns países observaram, 
a vontade de poder é direcionada para a sociedade Ativação do bem-estar e dos 
direitos fundamentais, o objetivo final não será mais alcançado e a legislação não 
será traduzida em um endereço constitucional. A convergência política na busca pelo 
poder social e na busca pelo capital político, como se vê no Brasil, acaba por 
demonstrar o que está sendo exposto. Pois, afinal, a criação legislativa obedece em 
muito os interesses daqueles que compõem a Política. 
Para deixar mais clara as indagações, busca-se Canotilho apud Garcia et al 
(2017), para quem: 
 
 
A função de direitos de defesa dos cidadãos sob uma dupla perspectiva: 1) 
constituem, num plano jurídico-objetivo, normas de competência negativa 
para os poderes públicos, proibindo fundamentalmente as ingerências destes 
na esfera jurídica individual; 2) implicam, num plano jurídico subjetivo, o poder 
de exercer positivamente direitos fundamentais (liberdade positiva) e de exigir 
11 
 
omissões dos poderes públicos, de forma a evitar agressões lesivas por parte 
dos mesmos (liberdade negativa). (Garcia et al 2017, pag. 248) 
 
 
A ênfase recai sobre o primeiro ponto citado por Cannotillo, afirmando que os 
meios de vedar a intervenção do poder público devem estender a objetividade 
jurídica às normas de capacidade positiva, onde os procedimentos relativos à 
criação e aplicação de normas devem respeitar diretrizes específicas de princípios 
constitucionais. Vincular narrativas à dignidade humana, Piovesan apud Garcia et al 
(2017) diz: 
 
O valor da dignidade da pessoa humana, impõe-se como núcleo básico e 
informador de todo e qualquer ordenamento jurídico, como critério e 
parâmetro de valoração a orientar a interpretação e compreensão de 
qualquer sistema normativo, mormente o sistema constitucional interno de 
cada país. (Garcia et al 2017, pag. 248) 
 
 
Consequentemente, tem sido sugerido que serve como um padrão para 
identificar os princípios constitucionais, estabelecendo diretrizes e procedimentos e 
fornecendo alguns meios para atingir o objetivo maior de perpetuar os princípios 
constitucionais nas leis sob a Constituição. 
"A dignidade deve ser descrita com a maior neutralidade política possível, 
cujos elementos podem ser compartilhados por liberais, conservadores ou 
socialistas", e que se aproxima da ideia de John Rawls em O Direito dos Povos (2004, 
p. 173), este que afirma a imprescindibilidade do afastamento de doutrinas totalitárias, 
que se esgotam em si mesmas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
2. DIGNIDADE DA PESSOA 
 
O princípio da dignidade da pessoa humana encontra previsão no artigo 1º, 
inciso III, da Constituição Federal de 1988, sendo o mesmo alçado a fundamento da 
República Federativa do Brasil. 
Para Sarlet (2001), na dimensão defensiva, a dignidade limita as ações do 
poder público. Portanto, a dignidade é um direito que pertence a todas as pessoas e 
às vezes é inalienável. Por outro lado, a partir de uma dimensão temporária, a 
dignidade impõe medidas positivas ao ente estatal para garantir sua preservação, bem 
como as condições necessárias para sua efetivação. 
De acordo com Sarlet (2001), nas situações em que a dignidade não poderá 
sobressair de forma fixa, além disso, tem-se observado que essa articulação dessa 
natureza não contraria a diversidade de valores e pluralismo expressos nas 
sociedades democráticas atuais, como estamos em o processo de evolução contínua. 
Na contemporaneidade, a dignidade é vista como um serviço inerente ao ser 
humano torna-se um atributo inevitável e inalienável, conferindo ao indivíduo um 
direito inalienável. 
Quanto aos insultos à dignidade, é necessária uma alta densidade jurídica de 
pesquisa, dado o potencial de conclusões inconsistentes ou mesmo conflitantes na 
validade subjacente desse princípio. 
Para Barroso (2003, p. 36), a dignidade da pessoa humana, 
 
Ainda vive, no Brasile no mundo, um momento de elaboração doutrinária e 
de busca de maior densidade jurídica. Procura-se estabelecer os contornos 
de uma objetividade possível, que permita ao princípio transitar de sua 
dimensão ética e abstrata para as motivações racionais e fundamentadas das 
decisões judiciais. Barroso (2003, p. 36) 
 
 
Diante do que foi mencionado, Sarlet (2001) afirma que a dignidade de todos 
os seres humanos não deve ser violada ou prejudicada, independentemente dos fatos 
daqueles que cometem atos imundos. 
Bonavides (1994) ressalta que, de acordo com as crenças constitucionais 
contemporâneas, entende-se que a dignidade é garantida quando assegurado o 
mínimo de existência individual, não se permitindo que o indivíduo seja violado em 
qualquer grau ou obsoleto em seu valor pelo Estado, pelo indivíduo ou pela instituição. 
13 
 
Nesse conceito, a dignidade humana é o fundamento originário dos direitos 
fundamentais. 
De acordo com Barroso (2011), O mínimo de existência pode ser conceituado 
como (conjunto de condições materiais básicas e fundamentais cuja existência é um 
pré-requisito para a dignidade de qualquer pessoa. Se alguém vive abaixo desse nível, 
os mandamentos constitucionais são desrespeitados). A alegação da sociedade de 
que é completamente incapaz de relacionar o tema de forma conjunta resultou no 
bloqueio dos direitos humanos e fundamentais, dificultando sua efetividade. 
Edilson Farias (1996), ressalta o princípio da dignidade da pessoa humana, 
diante de todos os seus volumes avaliados, exerce também como (interpretação de 
todo o conteúdo das normas de ordem constitucional). Face a todas as normas 
jurídicas, este princípio está mais ou menos enraizado, mas diz respeito a dois 
conjuntos de direitos, nomeadamente os direitos fundamentais e os direitos 
humanos. 
Para José Afonso da silva (1990), O termo direito fundamental não é 
consistente na doutrina, e para se ter uma argumentação para a mesma categoria 
desses direitos, outros termos são aplicados, a saber "direitos individuais", "direitos 
humanos", "liberdades fundamentais" e "direitos naturais". Na constituição federal de 
1988 vemos essa diversidade terminológica nos artigos 4º ii, 5º §1°, 5º lxxi, 5º xli, art. 
17, e art. 60, §4º iv. 
Para Scarlet (2001), as elocuções Direitos fundamentais e direitos humanos 
não devem ser usadas como sinônimos, pois é necessário separá-los. A expressão 
dos direitos fundamentais deve ser limitada aos direitos do indivíduo e afirmada 
dentro dos limites da própria constituição de um determinado país como direitos 
humanos devem ser usados em todos O status legal de reconhecimento, 
independentemente de como seu status está associado a qualquer ordem 
constitucional, tem validade universal para todos os povos e épocas. 
Edilson Farias (1996) compartilha do mesmo sentido, os direitos fundamentais 
estabelecem a positivação dos direitos humanos na constituição de um determinado 
país, fazendo com que reivindicações políticas sejam traduzidas em normas 
jurídicas. 
Para Scarlet (2001), como todos sabemos, o rol de direitos humanos é muito 
mais amplo do que os direitos fundamentais, embora alguns direitos fundamentais 
consagrados na constituição não tenham relação correspondente nos textos 
14 
 
internacionais. A relevância dessa distinção é inquestionável diante da ótica da 
validade dos direitos, pois a agregação explícita dos direitos humanos na 
constituição confere-lhes o contexto de maior validade. 
Por outro lado, dada a teoria da reserva da possibilidade, carecemos de 
mecanismos estatais para a aplicação universal dos direitos. Leal e Alves (2016) 
apreenderam que a teoria da reserva de possibilidade ganhou espaço no controle 
jurisdicional, principalmente em face dos direitos fundamentais, embora no Brasil 
tenha sido conceituada como caráter de reserva orçamentária, ao se deparar com um 
direito fundamental baseado pelo mínimo existencial, o estado recorre para a precisão 
de incorporá-lo na reserva orçamentária. 
Na implementação judicial dos princípios da dignidade humana, Alexy (1993) 
afirma que há uma necessidade considerável de concordar que os princípios 
explícitos ou implícitos também estabelecem normas jurídicas. Uma vez que 
princípios e regras estabelecem diferentes categorias de normas jurídicas, mesmo 
que difiram em caráter. 
Para Konrad Hesse (1991), uma constituição deve restaurar sua 
normatividade por meio do trabalho de interpretação, sem ignorar fatos concretos da 
vida, a fim de fazer cumprir seus princípios com prudência. 
O princípio da dignidade da pessoa humana não é, assim, apenas uma 
obrigação não cumprida, e Canotilho (1999) afirma ser de suma importância a sua 
concretização judicial, face ao constante trabalho de aplicação que visa maximizar a 
eficácia deste princípio. 
 
2.1 Ponderação de Valores 
 
De acordo com Alexy (2008, p. 90-91), a assimetria entre regras e princípios 
estaria no plano da estrutura da norma, retratando que: 
 
Princípios são normas que ordenam que algo seja realizado na maior medida 
possível dentro das possibilidades jurídicas e fáticas existentes. Princípios são, 
por conseguinte, mandamentos de otimização, que são caracterizados por 
poderem ser satisfeitos em graus variados e pelo fato de que a medida devida 
de sua satisfação não depende somente das possibilidades fáticas, mas 
também das possibilidades jurídicas. (Alexy, 2008, pg. 90-91) 
 
15 
 
Quanto as regras, para Alexy (2008), (Regras contêm, portanto, determinações 
no âmbito daquilo que é fática e juridicamente possível. Isso significa que a distinção 
entre regras e princípios é uma distinção qualitativa, e não uma distinção de grau). 
Todavia, Günther (1993), retrata que essa convicção falha, descreve o fracasso 
dessa crença parece sugerir que ambas as abordagens normativas passarão por um 
processo diferente de aplicação discursiva, pois as regras se aplicarão de forma 
inequívoca a todas as situações em que forem modificadas de acordo com sua 
hipótese de ocorrência, enquanto os princípios passarão por um processo 
argumentativo, reconhecendo que as razões baseadas em casos. 
Alexy (2008), declara que, declara que alguns princípios podem ser 
implementados em graus variados, e algumas regras precisam ser implementadas 
diretamente, pois indica a situação específica sob a qual ocorrem suposições. para o 
equilíbrio, um dos princípios A delimitação será superior até certo ponto, quanto mais 
proeminente for a importância relativa do princípio da contradição. 
Segundo Alexy (2008), a lei de colisão é fruto da necessidade de estabelecer 
relações de precedência guiadas que são consideradas decisões determinísticas que, 
quando verificadas as condições a serem utilizadas, permitirão ao intérprete ser 
preciso na aplicação ponderada do princípio da contradição. 
Ao constatar que a dinâmica ponderada visa estabelecer preferências 
condicionais, que atribuirão maior peso ao princípio do caso, e ao aceitar que a 
ponderação é aplicada onde são aplicados critérios factuais, avaliativos e normativos, 
Alexy (2008), expressa uma única a criação padrão do tempo não será absoluta, 
democraticamente controlável, e também ignorará a irreprodutibilidade dos contextos 
existentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
3. JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL SOBRE O TEMA 
 
O Supremo Tribunal Federal vem enfrentando alegações estaduais de que 
determinados benefícios não podem ser concedidos dadas as restrições criadas por 
uma possível reserva. Em geral, os tribunais têm se distanciado desse argumento, 
o que não prova que o Estado tenha descumprido suas obrigações no campo dos 
direitos sociais, especialmente quando os direitos reivindicados fazem parte da 
existência de um mínimo. Essa posição pode ser conferida no trecho a seguir da 
Portaria nº 45 do Ministro Celso de Mello, que previa a criação de vagas em creches 
e pré-escolaspara atendimento de crianças. (Jurisprudência do STF, p. 364. In 
SARLET) 
“(...)A CONTROVÉRSIA PERTINENTE À “RESERVA DO POSSÍVEL” E A 
INTANGIBILIDADE DO MÍNIMO EXISTENCIAL: A QUESTÃO DAS 
“ESCOLHAS TRÁGICAS”. ". - A destinação de recursos públicos é sempre 
muito escassa, gerando conflitos, seja com a implementação de políticas 
públicas consagradas no texto da Constituição, seja com a implementação 
de direitos sociais garantidos pela Constituição da República, levando ao 
antagonismo ambiental pela escolha de determinados valores O ônus 
imposto ao Estado para superá-los, em detrimento de outros valores 
igualmente relevantes, obriga os poderes públicos a uma verdadeira 
"escolha trágica" diante desse dilema causado pela insuficiente 
disponibilidade fiscal e orçamentária, por decisão governamental, tem como 
parâmetro a dignidade da pessoa humana, tendo em conta a existência de 
um mínimo de intangibilidade, para que as normas programáticas 
constantes da Lei Fundamental sejam verdadeiramente válidas por si.- A 
cláusula da reserva do possível - que não pode ser invocada, pelo Poder 
Público, com o propósito de fraudar, de frustrar e de inviabilizar a 
implementação de políticas públicas definidas na própria Constituição - 
encontra insuperável limitação na garantia constitucional do mínimo 
existencial, que representa, no contexto de nosso ordenamento positivo, 
emanação direta do postulado da essencial dignidade da pessoa humana.” 
(Jurisprudência do STF, p. 364. In SARLET) 
 
Para o STF, a retenção de conteúdo eventual aparece como questão de 
"disponibilidade financeira e orçamentária insuficiente" e não pode ser invocada "na 
própria Constituição" "para fins de fraudar, frustrar e inviabilizar a execução de 
política pública ". ém disso, na visão do STF, a reserva de possibilidade não pode 
servir de argumento para o não exercício de um direito que constitua um mínimo de 
subsistência. No entanto, ao julgar pedidos de intervenção federal, em casos 
envolvendo alegações de que poderia ser justificada a provisão para o não 
pagamento de adiantamentos, o STF considerou esse argumento procedente 
(Jurisprudência, pp. 364-368) porque, por exemplo, um ver Pedido de Intervenção 
IF n° 470/SP (IF 470/SP. INTERVENÇÃO FEDERAL.). 
17 
 
Nessa ação, alguns votos ministeriais mencionaram esse argumento, 
aceitando-o (Jurisprudência, p. 364-367). O relator, ministro Gilmar Mendes, referiu-
se explicitamente às "reservas financeiramente possíveis" e concluiu que a 
intervenção federal era inadequada. Vale ressaltar, portanto, que o STF aceita a 
possibilidade de invocar as reservas possíveis, vinculando esse termo à 
disponibilidade financeira. 
Da mesma forma, em decisão que reconheceu a repercussão geral no recurso 
especial, o STF referiu-se a “eventualmente provisões de reservas financeiras (RE 
580252 RG/MS)”. 
No presente caso, a possibilidade foi preservada tendo em vista o pedido de 
indenização por danos morais causados pela superlotação do presídio. Na decisão 
da ADPF n° 45 (Celso de Mello - ADPF 45 MC/DF - 2004), o STF considerou a 
possível retenção embora tenha julgado improcedente o pedido de perda do bem. 
Neste caso, porém, o Ministro Celso de Mello, relator, também se pronunciou 
sobre a necessidade de fundamentação da pretensão e os recursos para satisfazê-
la: 
 
“(...)Assim, verifica-se que os constrangimentos impostos pela cláusula " 
“reserva do possível" ao processo de concretização dos direitos de segunda 
geração - cuja concretização é sempre onerosa - traduzem-se num binómio, 
na medida em que, por um lado, (1) o indivíduo / Justificativa das 
reivindicações sociais, por outro lado, (2) Se o Estado tem capacidade 
financeira para efetivar os benefícios positivos dele reclamados. Escusado 
será dizer que, dada a responsabilidade dos governos pela efetiva 
implementação dos direitos econômicos, sociais e culturais, os elementos 
constitutivos do binômio acima (razoabilidade das reivindicações + 
disponibilidade fiscal do Estado) devem ser alocados de forma positiva no 
caso de acumulação, devido à ausência de qualquer um desses elementos, 
a probabilidade de o Estado realmente realizar esses direitos seria 
deturpada. " (Celso de Mello, ADPF 45 MC/DF – 2004). 
 
 
 
Nesta decisão, o STF trata da fundamentação da pretensão formulada, no 
sentido aqui defendido. 
Em julgamentos posteriores, no entanto, a Corte apenas examinou a Reserva 
de Possibilidade em termos de disponibilidade financeira, e a doutrina tende a 
sustentá-la. 
 
3.1 Reserva Do Possível Como Aquilo Que O Indivíduo Pode Requerer De 
Modo Razoável Da Sociedade 
18 
 
 
Embora haja amplo espaço para discussão sobre se existem recursos estatais 
suficientes para fazer valer os direitos fundamentais (HOLMES, Stephen; 
SUNSTEIN, Cass. The Cost of Rights—Why Liberty Depends on Taxes. New York: 
Norton, 1999, p. 48), especialmente direitos sociais (Cidadania Social na 
Constituição de 1988, p. 65), especialmente em tempos de crise financeira (J. 
Isensee, Apud TORRES, Ricardo Lobo, p. 105.2010), defende-se aqui, a 
possibilidade de A reserva deve incluir, em sua formulação original, verificação do 
que os indivíduos podem razoavelmente exigir do Estado e da sociedade. 
Assim, em nome das possíveis reservas, haverá mais do que apenas debates 
envolvendo os últimos constrangimentos financeiros do estado. A possível cláusula 
salvadora elaborada pelo Tribunal Constitucional Federal alemão é mais ampla e 
não diz respeito apenas aos aspectos financeiros das reclamações contra o Estado. 
A lição é a mesma para Ingo Sarlet, que afirma que “entendido de forma 
ampla, não inclui apenas a falta de recursos materiais, mas estritamente falando, os 
recursos materiais são indispensáveis para a realização dos aspectos positivos da 
existência de recursos em dinheiro. (Ingo Sarlet, p. 29, 2010)”. 
Assim sendo, a reserva do possível não compreende tão-somente a existência 
de destinação orçamentária e de recursos em caixa. A mera disponibilidade 
econômica não conduz necessariamente ao provimento dos benefícios esperados, 
deve-se examinar a razoabilidade da pretensão. ((Ingo Sarlet, p. 29, 2010). 
 
3.2 Princípio Do Mínimo Existencial 
O princípio do mínimo de subsistência está associado à pobreza absoluta, que 
é entendida como tendo de ser tratada pelo Estado, por oposição à pobreza relativa, 
que depende do estado da economia do país. 
O mínimo que existe não tem expressão constitucional própria e deve ser 
buscado em princípios como a ideia de liberdade, princípios de igualdade, devido 
processo legal, livre iniciativa, direitos humanos, imunidades e privilégios dos 
cidadãos. Requer conteúdo específico e pode abranger qualquer direito, como o 
direito à saúde e à alimentação, considerado essencial e inalienável em suas 
dimensões. (PORTELLA, 2007, p. 46) 
19 
 
 Ricardo Lobo Torres disse que o mínimo que existe é “o direito a uma 
condição mínima de dignidade que não pode ser objeto de intervenção do Estado e 
que ainda exige um interesse positivo do Estado para a existência humana”. 
(TORRES, 2005. v. III, p. 375) 
Portanto, o mínimo de subsistência é o mínimo de que todos precisam para 
sobreviver e deve ser garantido pelo Estado por meio da previdência estatal positiva. 
Por sua vez, o Estado obtém por meio da tributação os recursos necessários para 
garantir o mínimo de sobrevivência. 
Sem um mínimo de subsistência, não se pode falar em liberdade social e/ou 
igualdade social, pois a dignidade humana é a base e o ponto de partida para a 
concretização de qualquer direito fundamental. 
Nessa ponderação de valores, o princípio da proporcionalidade deve ser 
invocado para manter o equilíbrio entre as reservas possíveis e o mínimo de 
existência, evitando assim o retrocesso das conquistas sociais. Por fim, a fiel 
concretização dos direitos previdenciários depende ainda de padrões uniformes de 
atuação dos poderes estatais,para que a inércia do poder público e a adoção de 
medidas parciais não acabem por produzir o bem-estar universal. (ALMEIDA 
JÚNIOR, 2007 v. 12, n. 1522) 
 Maria de Fatima Ribeiro assegura que os direitos sociais requerem um mínimo 
de materialização em sua realização. Isso significa que as reservas sobre a 
possibilidade não podem ser usadas para justificar qualquer realização. (RIBEIRO, 
2011, v. 14, n. 93) 
 Os direitos mínimos garantidos pela constituição e as políticas públicas 
necessárias para implementá-los requerem recursos para serem implementados. 
Cabe ao Estado rever e aplicar adequadamente esses recursos arrecadados para 
atender às necessidades coletivas. 
Deve ser assegurado um mínimo de sobrevivência a cada cidadão, não a cada 
cidadão individualmente, mas como objeto de políticas públicas claramente definidas 
e compatíveis com o conceito de Estado Democrático de Direito. 
 
3.3 Aplicação Do Princípio Da Proporcionalidade 
A aplicação do princípio da proporcionalidade aos direitos fundamentais é 
necessária para limitar o alcance desses direitos. 
20 
 
Canotilho, citado por Maria Filchtiner Figueiredo, ensina que os conflitos entre 
os princípios de ensino são resolvidos com base em um critério de preponderância, 
peso ou valor, de acordo com o que se chama de "acordo real" que, dessa forma, 
constitui os princípios de interpretação constitucional. (CANOTILHO, 2007. p.120) 
 O escopo principal do princípio da proporcionalidade é impor "a coordenação 
e combinação de bens jurídicos" em conflito, de forma a evitar o sacrifício (total) de 
um em relação aos outros.” (CANOTILHO, 2007. p.120) 
 Nesse sentido, pode-se dizer que a proporcionalidade é o critério para avaliar 
a eficácia das limitações aos direitos fundamentais. 
João Agnaldo Donizeti Gandini, Samantha Ferreira Barione e Souza, 
Evangelista de André, citando Marga Inge Barth Tessler, ensinam que: 
 
 
[...] A proporcionalidade, vista a partir do padrão da estrita necessidade, 
também conhecido como princípio da proibição do excesso, pode evitar 
possíveis abusos com base no direito à saúde. Por exemplo, se um 
determinado tratamento médico pode ser realizado a um custo menor no 
Brasil, a decisão de levá-lo para o exterior violaria o princípio da 
proporcionalidade e, portanto, representaria um ônus maior para o poder 
público. Também não é razoável garantir o tratamento de pacientes 
estressados por um determinado período de tempo às custas do estado em 
um determinado ‘SPA’ em Gramado ou Campos de Jordão[...]. (GANDINI, 
2014, v. 14, n. 1, p. 241-264) 
 
 
 
Nesse sentido, pode-se dizer que a proporcionalidade é o critério para avaliar 
a eficácia das limitações aos direitos fundamentais. Outro exemplo relacionado à 
necessidade de adequação à proporcionalidade é a proibição do “consumo de 
bebidas alcoólicas nos carnavais com o objetivo de diminuir os casos de transmissão 
do HIV, uma vez que não há relação causal entre o álcool e a transmissão do HIV”. 
HIV, ou seja, suficiência insuficiente entre o meio empregado (proibir a venda de 
bebidas alcoólicas) e o fim pretendido (reduzir a propagação do HIV). (GANDINI, 
2014, v. 14, n. 1, p. 241-264) 
Também seria claramente inadequada “uma decisão judicial que obrigasse o 
Poder Público a fornecer um medicamento ineficaz a um paciente ou determinasse 
que o SUS arcasse com uma cirurgia imprópria ao tratamento de uma dada doença. 
A medida deve ser adequada e pertinente a atingir os fins almejados”. (GANDINI, 
2014, v. 14, n. 1, p. 241-264) 
21 
 
A proporcionalidade, portanto, diz respeito aos interesses comuns e ao bom 
senso nas relações humanas e nas relações entre Estado e seus particulares, em 
busca de soluções justas, adequadas e proporcionais entre si. 
 
3.4 Princípio Da Reserva Do Possível 
Os serviços de saúde de qualidade e eficazes prestados pelos países são 
muitas vezes marcados por dificuldades econômicas, ou seja, a situação financeira 
e orçamentária das instituições públicas esgota os recursos destinados à saúde 
pública. Mesmo assim, no entanto, eles são forçados a pagar por medicamentos 
e/ou cuidados médicos além de suas possibilidades. Pode-se dizer que “a reserva 
de possibilidade em relação às possibilidades fiscais do Estado confirma a 
disponibilidade de recursos materiais para cumprir qualquer condenação do poder 
público na prestação de assistência farmacêutica”. (GANDINI, 2014, v. 14, n. 1, p. 
241-264) 
A ideia central de tal princípio é a destinação de todo possível satisfazer as 
necessidades básicas dos indivíduos direitos até que sejam esgotados, porém, para 
não colocar em risco o orçamento público. Portanto, não é que o Estado negue 
direitos, ou negue os direitos de seus cidadãos, mas restringe direitos que ele não 
pode realizar. 
Segundo Aaron Hillel Swartz, "a questão da escassez se coloca de forma 
peculiar em termos de acesso à saúde. Há quem considere desagradável, até 
mesmo imoral, qualquer referência ao custo quando a saúde e a vida estão em jogo. 
Mas o aumento dos custos do tratamento torna essa posição insustentável." 
(SWARTZ, 2001, p. 136) 
O Estado, como principal parceiro na concretização dos direitos e segurança 
do povo, muitas vezes enfrenta défices orçamentais e não consegue efetivamente 
concretizar os direitos básicos dos cidadãos; a saúde do particular se depara com a 
“saúde” abalada, também, do Estado. 
Entretanto, não se pode esquecer que o direito à saúde é um direito 
fundamental, protegido pela Constituição, e que a "saúde" financeira do Estado não 
deve ser confundida com a "saúde" financeira do indivíduo, portanto, o direito à 
saúde deve ser consideravelmente respeitado, buscando sua melhor realização e 
otimização por país. No entanto, deve-se manter o equilíbrio na utilização da 
22 
 
validade e aplicação de um direito fundamental, utilizar o princípio da 
proporcionalidade na prestação de um direito fundamental em relação a outro direito 
fundamental, de modo a evitar considerar apenas um deles como mais absoluto e 
infinitamente diferente, e estes Deve haver harmonia entre os direitos. 
Canotilho revela que "os direitos sociais da 'reserva do tesouro nacional' 
equivalem, na prática, a nenhuma força vinculante legal", e entende que "os direitos 
sociais básicos contidos nas normas constitucionais têm força normativa 
constitucional vinculante". Afirma ainda que "as normas que garantem direitos 
sociais devem servir de argumento para o controle judicial quando estiver em jogo a 
constitucionalidade de medidas legais ou regulamentares limitantes desses direitos", 
acrescentando que "a tarefa constitucional do Estado é realizar O foco deve traduzir 
em emitir medidas concretas e firmes, ao invés de compromissos vagos e abstratos." 
(CANOTILHO, 2001, p. 481-482). 
Ingo Wolfgang Sarlet afirma que: 
 
 
Sendo os problemas colocados pelo “custo dos direitos” por sua vez 
indissociáveis das chamadas “reservas possíveis”, a cada vez mais aguda 
crise de validade vivida pelos direitos fundamentais em vários aspectos está 
diretamente relacionada com os direitos maiores ou menor carência de 
recursos disponíveis para atender às necessidades da política social. De 
fato, quanto mais limitada a disponibilidade de recursos, mais responsável 
é a consideração de sua alocação, levando diretamente à necessidade de 
buscar mecanismos aprimorados para a gestão democrática dos 
orçamentos públicos. SARLET, 2007, p. 355). 
 
[...] de salientar aqui que os princípios da ética e da eficiência que norteiam 
a atuação global da administração pública têm papel de destaque nessa 
discussão, em especial a efetividade dos direitos sociais na gestão de 
recursos escassos e na otimização de recursos [...] também consta em 
Entre as obrigações de todas as instituições estatais e agentes políticos 
está a tarefa de maximizar o uso dos recursos e minimizar o impacto das 
reservas possíveis [...] Portanto, levar a sério as "reservaspossíveis" 
também significa, especialmente considerando 5º, § 1º, da CF, o ônus da 
efetiva comprovação da indisponibilidade total ou parcial do recurso cabe 
ao poder público o ônus da comprovação efetiva da indisponibilidade total ou 
parcial de recursos e do não desperdício dos recursos existentes [...] 
(SARLET, 2007, p. 355). 
 
 
 
No entanto, os Estados Membros (responsáveis pela alocação de 
medicamentos específicos) não têm cumprido a Emenda Constitucional nº 29/2000, 
que prevê a alocação de recursos mínimos no orçamento para o setor saúde. 
(TAVARES, 2008. p. 143-154). 
23 
 
Nesses casos, o poder judiciário obriga o Estado a prestar esse serviço como 
garantia do cumprimento legal das normas fundamentais do direito à saúde. No 
entanto, o poder judiciário exerce sua função constitucional de julgar as políticas 
públicas como meio de efetivar progressivamente os direitos fundamentais à 
prestação e de garantia da dignidade humana, buscando alcançar o bem da vida 
àqueles que a ele recorrerem e não como prestação punitiva ao Estado. 
Ingo Sarlet citado por Zenaida Tatiana Monteiro Andrade, sobre o assunto, diz 
que que: 
 
 
[...] a possibilidade do titular desse direito (em princípio qualquer pessoa), 
com base nas normas constitucionais que lhe asseguram esse direito, exigir 
do Poder Público [sic] (e eventualmente de um particular) algum prestação 
material, tal como um tratamento médico determinado, um exame 
laboratorial, uma internação hospitalar, uma cirurgia, fornecimento de 
medicamentos, enfim, qualquer serviço ou benefício ligado à saúde [...] o 
direito à saúde [...] é também (e acima de tudo) um direito a prestações, ao 
qual igualmente deverá ser outorgada a máxima eficácia e efetividade. [...] 
Permanece, todavia, a indagação se o Poder Judiciário está autorizado a 
atender essas demandas e conceder aos particulares, via ação judicial, o 
direito à saúde como prestação positiva do Estado, compelindo o Estado ao 
fornecimento de medicamentos, leitos hospitalares, enfim toda e qualquer 
prestação na área da saúde. Na medida em que o poder público não tem 
logrado atender (e aqui não se está adentrando o mérito das razões 
invocadas) o compromisso básico com o direito à saúde, contata-se a 
existência de inúmeras ações judiciais tramitando nos Foros e Tribunais 
brasileiros [...] (ANDRADE, 2011 v. 14, n. 86). 
 
 
 
Assim, diante da insuficiência dos recursos financeiros do Estado, surgiu o 
princípio do mínimo de subsistência, e filósofos e juristas defenderam o argumento 
de que o Estado deve garantir um "mínimo de subsistência", ou seja, não se ferem 
os direitos básicos do povo. Além disso, não se esqueça da aplicação do binómio 
necessidades/capacidades, não só para os fornecedores, mas também para aqueles 
que se comprometem a satisfazer determinadas necessidades. 
Régis Oliveira afirmou que, quanto ao papel do judiciário na liberação de 
recursos financeiros para benefício individual ou coletivo, devem ser considerados 
os seguintes fatores: 
 
[...] descabe ao Judiciário, decisão de tal quilate. No entanto, se o fizer, 
determinando, por exemplo, a construção de moradias, creches, etc., e 
transitada em julgado a decisão, coisa não cabe ao Prefeito que cumprir a 
ordem. Para tanto, deverá incluir, no orçamento do próximo exercício, a 
previsão financeira. Esclarecerá à autoridade judicial a impossibilidade de 
cumprimento imediato da decisão com trânsito em julgado, diante da falta de 
24 
 
previsão orçamentária, e obrigar-se-á a incluir na futura lei orçamentária 
recursos para o cumprimento da decisão. (OLIVEIRA, 2008, p. 56). 
 
 
 
Além disso, de acordo com o princípio da dignidade humana, todo ser humano 
tem direito a um mínimo de subsistência, o que significa o direito de poder satisfazer 
as necessidades básicas, incluindo as necessidades de saúde. (KRAMER, 2014, v. 
14, n. 1, p. 241-264). 
este ápice, ainda deve ser aplicado o princípio da proporcionalidade para 
buscar a solução mais justa e equitativa em cada caso específico. 
Ressalte-se que o fornecimento de medicamentos com base em decisões 
judiciais comprometeria a distribuição gratuita e regular de medicamentos, pois o 
governo precisaria realocar recursos significativos para atender casos pontuais. 
Neste ponto, pode-se facilmente verificar que existe tanto uma enorme 
controvérsia entre o princípio do minimalismo e o princípio da reserva possível, 
quanto uma feroz batalha pela teoria da reserva possível, principalmente sobre a 
feroz batalha contra os fatos. Direitos fundamentais, neste caso o direito à saúde, e 
mais um direito que não se enquadra como fundamental, nomeadamente a situação 
económica e financeira do estado. Apenas exemplar, dado o grande número de 
decisões jurisprudenciais sobre a obrigação do Estado de fornecer medicamentos e 
tratamentos adequados por parte do Estado em cumprimento aos direitos 
fundamentais, trazem-se as seguintes decisões: 
 
 
CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL - MANDADO DE SEGURANÇA 
- MEDICAMENTO - FORNECIMENTO GRATUITO. DIREITO LÍQUIDO E 
CERTO A AMPARAR A PRETENSÃO AUTORAL. IMPETRANTE. 
PORTADORA DE MOLÉSTIA GRAVE. DESPROVIDA DE RECURSOS 
FINANCEIROS. DEVER DO ESTADO. PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL À 
VIDA E À SAÚDE - SEGURANÇA CONCEDIDA. PREJUDICIALIDADE DO 
AGRAVO REGIMENTAL. DECISÃO UNÂNIME. (BRASIL, Tribunal de Justiça 
de Pernambuco) 
 
 
E ainda no mesmo sentido: 
 
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. REPERCUSSÃO GERAL 
PRESUMIDA. SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE LOCAL. PODER 
JUDICIÁRIO. DETERMINAÇÃO DE ADOÇÃO DE MEDIDAS PARA A 
MELHORIA DO SISTEMA. POSSIBILIDADE. PRINCÍPIOS DA SEPARAÇÃO 
DOS PODERES E DA RESERVA DO POSSÍVEL. VIOLAÇÃO. 
25 
 
INOCORRÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA 
PROVIMENTO. 
1. A repercussão geral é presumida quando o recurso versar questão cuja 
repercussão já houver sido reconhecida pelo Tribunal, ou quando impugnar 
decisão contrária a súmula ou a jurisprudência dominante desta Corte (artigo 
323, § 1º, do RISTF). 
2. A controvérsia objeto destes autos-possibilidade, ou não, de o Poder 
Judiciário determinar ao Poder Executivo a adoção de providências 
administrativas visando a melhoria da qualidade, da prestação do serviço de 
saúde por hospital da rede pública - foi submetida à apreciação do Pleno do 
Supremo Tribunal Federal na SL 47-AgR, Relator o Ministro Gilmar Mendes, 
DJ de 30.4.10. 
3. Naquele julgamento, esta Corte, ponderando os princípios do “mínimo 
existencial” e da “reserva do possível”, decidiu que, em se tratando de direito 
à saúde, a intervenção judicial é possível em hipóteses como a dos autos, 
nas quais o Poder Judiciário não está inovando na ordem jurídica, mas 
apenas determinando que o Poder Executivo cumpra políticas públicas 
previamente estabelecidas. 
4. Agravo regimental a que se nega provimento. (BRASIL. Tribunal de Justiça 
do Amapá), 
 
 
 
Um fato interessante que precisa ser levantado é sobre o financiamento 
estatal de medicamentos e/ou assistência médica de alto custo porque, por exemplo, 
se um determinado tratamento ou medicamento para uma determinada doença já é 
fornecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), se o Valor for menor 
do que o que os indivíduos esperam, e não há razão para obrigar o estado a pagar 
mais para obter o mesmo resultado. 
No entanto, de acordo com o artigo 196 da Constituição Federal, "Saúde é 
direito de todo indivíduo e dever do Estado, por meio de políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de doenças e outros agravos e ao acesso 
universal e igualitário aos cuidados de saúde ações e serviços, proteção e 
restauração”. (BRASIL. Constituição (1988), op. cit., 2013). 
Assim, na nessa mesma linha, o artigo 198 da Carta Magna mostra que a 
assistência deve ser integral; portanto, na aplicação das normas constitucionais à 
mobilidade e aos serviços públicos de saúde, a negação de medicamentos gratuitos 
a pacientesgravemente enfermos e que não possuem condições financeiras para 
pagar os medicamentos necessários ao seu tratamento é um problema descartado, 
será punido pelo revés da sociedade. 
Portanto, mesmo que o Estado forneça medicamentos medicamente 
similares, é obrigado a fornecer o medicamento aos cidadãos, e fornecê-lo na forma 
a que se destina; somente se o Estado documentar que fornece "outros 
medicamentos" com a mesma eficácia e finalidade. 
26 
 
Ressalte-se, ainda, que havendo mais de um medicamento para determinado 
tipo de patologia, o dever do Estado é fornecer o medicamento mais eficaz, 
independente de disponibilidade ou preço, tudo como forma de cumprir seu dever 
constitucional de implementar seu direito à saúde adotando as melhores e 
necessárias medidas. Dessa forma, não há entraves e impedimentos na medida em 
que o Estado utilize o princípio da possibilidade reservada em sua defesa, porém, 
sua aplicabilidade e eficácia não se confundem com tentativas de evitar ou justificar 
a indisponibilidade orçamentária e, portanto, falta pública de aplicação adequada de 
políticas, pois não são exercidos direitos de serviço público sério que garantam e 
respeitem integralmente os direitos fundamentais consagrados na Constituição, o 
que, por sua vez, obriga o Estado a garantir e garantir esses direitos de forma plena 
e ampla, adequando-os ao mandato constitucional protetora constitucionalmente 
implantada. 
Mesmo porque o direito à saúde pública nas esferas federal, estadual e 
municipal representa uma prerrogativa legal inacessível garantida a todos os 
cidadãos como um bem jurídico constitucionalmente protegido que deve ser 
plenamente administrado pelo poder público de forma responsável e idônea e 
coberto de forma que garante aos cidadãos acesso digno, universal e igualitário a 
ela, além de qualificar como direito fundamental à vida. 
Pedro Lenza diz neste sentido: 
 
[...] Poder Público [sic], qualquer que seja a esfera institucional de sua 
atuação no plano de organização federativa brasileira não pode mostrar-se 
indiferente ao problema da saúde da população, sob pena de incidir, ainda 
que por censurável omissão em grave comportamento inconstitucional. A 
interpretação da norma programática não pode transformá-la em promessa 
constitucional inconsequente. O caráter programático da regra inscrita no 
artigo 196 da Carta Política – que tem por destinatário todos os entes políticos 
que compõem, no plano institucional, a organização federativa do Estado 
brasileiro – não pode converter-se em promessa constitucional 
inconsequente, sob pena de o Poder Público, fraudando justas expectativas 
nele depositadas pela coletividade, substituir, de maneira ilegítima, o 
cumprimento de seu impostergável dever, por um gesto irresponsável de 
infidelidade governamental ao que determina a própria Lei fundamental do 
Estado. (LENZA, 2011, p. 21) (grifo do autor) 
 
 
Assim, o “reconhecimento judicial da validade jurídica do esquema de 
distribuição gratuita de drogas" baseia-se, portanto, no cumprimento efetivo das 
normas constitutivas da lei. 
27 
 
Nesse sentido, não há dúvida de que são extensas as responsabilidades e o 
devido desempenho de todos os entes públicos da Federação que buscam observar 
as normas fundamentais da dignidade da pessoa humana e do direito fundamental 
à vida. 
 
 
 
28 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A atribuição de direitos fundamentais nas partes iniciais da Carta Magna 
revela sua importância. Os direitos fundamentais não podem ser discutidos sem 
invocar o princípio da dignidade humana. 
A dignidade da pessoa humana é a principal questão em um país democrático 
de direito, pois os cidadãos da sociedade precisam de dignidade pessoal, portanto 
uma vida digna não é apenas sobrevivência, mas também viver e exercer seus 
papéis como cidadãos. 
A Teoria da Reserva de Possibilidades está relacionada aos direitos 
fundamentais e, portanto, à dignidade humana. A reserva de possibilidades está 
relacionada a questões orçamentárias do Estado, teoria importada da Alemanha e 
que deve ser utilizada com cautela. 
Vale, portanto, observar que a reserva de possibilidade não se aplica em face 
dos direitos fundamentais. Porque, as instituições que impedem a realização dos 
direitos fundamentais e da dignidade humana não podem ser priorizadas porque são 
meios para que todo cidadão tenha uma vida digna. A reserva do possível veio de um 
país com cultura e realidade diferente da atual situação do nosso país. 
Diante dos fatos acima, as questões orçamentárias não necessariamente 
afetam a provisão de direitos, mas no Brasil essa teoria está sendo utilizada como 
justificativa para o Estado promover o princípio da dignidade da pessoa humana. 
O Brasil é um país ainda em desenvolvimento que arrecada alto valor 
monetário de seus cidadãos por meio de impostos todos os anos. Diante disso, não 
deve ser acolhida a alegação do Estado de que educação, saúde e vida dignam não 
podem ser proporcionadas por falta de orçamento. 
Às vezes, ao levantar ressalvas sobre a possibilidade, o Estado se esquiva de 
cumprir suas funções, deixando os cidadãos na violação de seus direitos 
fundamentais. Ao final concluiu-se que o principal problema não é a escassez de 
recursos financeiros, mas sim a falta de gestão governamental, sendo que os 
recursos arrecadados dos cidadãos devem ser alocados da melhor forma para 
serem devolvidos e investidos na sociedade. A prioridade do Estado deve está 
diretamente ligada aos direitos fundamentais e à dignidade da pessoa humana. 
 
29 
 
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São Paulo: Malheiros Editores, 2008. 
 
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BONAVIDES, P. Curso de direito constitucional. São Paulo: Malheiros, 1994. p. 
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BRASIL. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Arguição de Descumprimento de 
Preceito Fundamental n 45 DF. Ministro Celso de Mello, julgado em 29/04/2004. 
Disponível em: 
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BRASIL. Tribunal de Justiça de Pernambuco. Mandado de Segurança nº MS 
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Publicação 109. Disponível em: Silva e Vita - O princípio da reserva do possível e 
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BRASIL. Tribunal de Justiça do Amapá. Agravo nº RE 642536 AP. Relator: Luiz Fux. 
Primeira Turma. Acórdão eletrônico DJe-038, divulgado em 26/02/2013, publicado em 
27/02/2013. Silva e Vita - O princípio da reserva do possível e o direito 
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BRASIL. Constituição (1988), op. cit., 2013 
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4191689/mod_resource/content/1/Leitura%20Obrigat%C3%B3ria%20Semin%C3%A1rio%2007%20%28texto%202%29.pdfhttps://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4191689/mod_resource/content/1/Leitura%20Obrigat%C3%B3ria%20Semin%C3%A1rio%2007%20%28texto%202%29.pdf
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30 
 
 
CANOTILHO, J.J.G. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 1999. 
DWORKIN, R. Uma questão de princípio. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005. 
 
CANOTILHO, José Joaquim Gomes, 2001, apud FIGUEIREDO, Mariana Filchtiner. 
Direito fundamental à saúde: parâmetros para sua eficácia e efetividade. Porto 
Alegre: Livraria do Advogado, 2007. p.120. 
 
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Constituição dirigente e vinculação do 
legislador. 2. ed. Coimbra: Coimbra, 2001, p. 481-482. 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988 - A Cidadania Social na Constituição de 1988, p. 
65. Cf. também a obra Direitos Fundamentais Sociais, cujo próprio título expressa 
igual entendimento. Coordenadores: J. J. Gomes Canotilho, Marcus Orione Gonçalves 
Correia e Érica Paula Barcha Correia. São Paulo: Saraiva, 2010. 
 
DWORKIN, R. Uma questão de princípio. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005. 
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 
 
FARIAS, E. P. Colisão de Direitos. 1996, p. 54. 
 
______. Colisão de Direitos. 1996, p. 59/60. 
 
GANDINI, João Agnaldo Donizeti; Barione, Samantha Ferreira e Souza, André 
Evangelista de. A efetivação do direito à saúde e à assistência farmacêutica 
mediante intervenção do Poder Judiciário: critérios. Revista Jurídica Cesumar - 
Mestrado, v. 14, n. 1, p. 241-264, jan./jun. 2014 - ISSN 1677-64402 
 
GÜNTHER, K. Qual o Conceito de Pessoa de que Necessita a Teoria do Discurso 
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31 
 
 
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INTERVENÇÃO FEDERAL. Relator: Min. MARCO AURÉLIO. Relator p/ Acórdão: Min. 
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JURISPRUDÊNCIA - Daniel Wang, Escassez de recursos, custos dos direitos e 
reserva do possível na jurisprudência do STF, p. 368. 
 
JURISPRUDÊNCIA - Daniel Wang, Escassez de recursos, custos dos direitos e 
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