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Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado - Unidade 4

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Economia
Teoria da Produção e dos Custos e o 
Estudo das Estruturas de Mercado
Desenvolvimento do material
William Rangel
1ª Edição
Copyright © 2022, Afya.
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, 
transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, 
mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia 
autorização, por escrito, da Afya.
Sumário
Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo 
das Estruturas de Mercado
Para início de conversa... ................................................................................ 3
Objetivos ......................................................................................................... 3
1. Conceitos ......................................................................................................... 4
2. Classificação dos Custos ............................................................................ 5
3. Custos no Curto Prazo e no Longo Prazo ............................................. 6
4. Estruturas de Mercado de Bens e Serviços e de 
Fatores de Produção .................................................................................... 7
Referências ......................................................................................................... 14
Para início de conversa...
Neste capítulo conheceremos mais sobre como a empresa organiza e 
controla os seus custos de produção e de que forma ela se comporta no 
mercado em função do grau de concorrência existente. Você acha que 
uma empresa, sozinha, tem o poder de decidir que preço vai cobrar por 
seus produtos? Como esses preços são definidos? De que maneira os 
custos influenciam na definição de preços e como esses preços, por sua 
vez, influenciam na competitividade da empresa?
Além disso, vamos conhecer a teoria dos custos, a forma como a empresa 
os administra e o equilíbrio das estruturas de mercados quanto à 
concorrência entre as empresas.
Objetivos
 ▪ Conhecer a teoria da produção;
 ▪ Reconhecer o conceito e a classificação dos tipos de custos da 
produção sob a ótica econômica, tanto para o curto quanto para o 
longo prazo;
 ▪ Caracterizar o ambiente concorrencial e as diferentes formas de 
composição dos mercados;
 ▪ Identificar as estruturas de mercado com as informações 
pertinentes à caracterização dos setores econômicos.
Economia 3
1. Conceitos
A produção de bens e serviços pelas empresas implica em custos de 
produção, que, no estudo econômico, são analisados na chamada teoria 
da firma. Esse estudo abrange a relação tecnológica entre a quantidade 
física de produtos e os fatores de produção, bem como a relação da 
quantidade física de produtos com os preços dos fatores de produção.
A teoria dos custos de produção envolve, portanto, a maximização da 
eficiência na combinação dos fatores de produção, tendo em vista os 
preços dos insumos.
É importante que você tenha em mente que, quando falamos em custo, 
não estamos nos referindo somente aos valores gastos na produção de 
bens ou serviços, pois devem ser considerados, também, os custos de 
manutenção da estrutura da empresa.
Além dessa diferenciação entre os custos ligados ao processo produtivo 
e os custos de manutenção, existem despesas que são consideradas 
custos sob a ótica da Economia, e todos esses custos são determinantes 
para as decisões de produção e determinação de preços.
O Teorema de Heckscher-Ohlin (dois economistas suecos, vencedores do 
prêmio Nobel de Economia) diz, em resumo, que é a abundância (ou a 
escassez) de fatores de produção que determinam os custos, que, por 
sua vez, determinam os preços, que finalmente vão refletir o grau de 
competitividade de uma empresa.
A otimização dos custos por parte da empresa, além de ser de 
fundamental importância para a formação dos seus preços, garante 
mais competitividade, além de proporcionar propensão à maximização 
do lucro, menor dependência financeira e maiores possibilidades de 
expansão e investimento em novos produtos.
Já vimos que o objetivo de uma empresa é maximizar a função lucro, 
enquanto que o objetivo do consumidor é maximizar a função utilidade 
dos bens e serviços que adquire no mercado.
Todo o montante de dinheiro arrecadado por uma empresa com a venda 
de seus produtos e serviços é chamado de Receita Total (RT).
Entende-se por custo a soma de todos os valores agregados aos bens 
ou serviços produzidos por uma empresa. Assim, o montante que 
a empresa paga pelos insumos (matéria-prima, salários, aluguéis, 
máquinas, juros sobre empréstimos etc.) é chamado de Custo Total 
(CT). O lucro da empresa é dado pela diferença entre a Receita Total e 
o Custo Total: 
LUCRO = RT - CT
Economia 4
2. Classificação dos Custos
Vejamos, agora, alguns tipos de classificação de custos empresariais e 
sua forma de apropriação contábil.
Apropriação: É o ato de atribuir, alocar e contabilizar valores ao resultado 
de um período de apuração.
Em uma empresa, os custos são apropriados contabilmente, e essas contas 
são agrupadas em centros de custos para fins de controle e apuração de 
resultados, que indicam o peso desses custos na composição do custo 
final de cada produto. Lembre-se que isso ajuda a definir o preço de 
venda dos produtos e, assim, você deve estar atento à vinculação desses 
custos aos níveis de produção. Podemos ter dois tipos de custo:
Vejamos as definições:
CV – Custos Variáveis, ou custos diretos: Podem ser apropriados diretamente 
aos produtos fabricados porque há uma medida objetiva de seu consumo. 
Eles dependem das quantidades de bens produzidos. Assim, quanto mais 
produtos forem fabricados, mais a empresa gasta com a aquisição desses 
insumos. Como exemplo, considere os custos com a aquisição de matéria-
prima, o pagamento da mão de obra direta, a compra de material de 
embalagem e acondicionamento, e até energia elétrica utilizada na fábrica. 
CF – Custos Fixos, ou custos indiretos: Não possuem relação direta com 
a quantidade de produtos fabricados e não há como medi-los de forma 
objetiva. A apropriação desses custos aos diferentes produtos fabricados 
depende de estimativas ou rateios. Pense na depreciação contábil dos 
ativos, no aluguel da fábrica, nos gastos com vigilância, manutenção e 
limpeza ou a energia elétrica que não pode ser associada diretamente à 
produção. Note que, nesse caso, a empresa incorre mensalmente nesses 
custos, esteja ela produzindo ou não.
Se você consegue identificar corretamente um custo e definir se ele é 
fixo ou variável, fica fácil apurar o custo total de produção. Este consiste 
na soma das despesas fixas e variáveis de uma empresa, destinadas a 
uma combinação eficiente do uso dos fatores de produção, que origina 
uma determinada quantidade do produto. Então, o custo total é igual à 
soma dos custos fixos totais com os custos variáveis totais: 
CT = CF + CV
Economia 5
3. Custos no Curto Prazo e no Longo Prazo
Para muitas empresas, essa divisão dos custos entre custos fixos e 
variáveis só faz sentido se o horizonte de tempo for considerado. Imagine 
uma montadora de automóveis: trata-se de um empreendimento de 
grande porte, com muitas atividades robotizadas, de alta complexidade. 
Se houver a possibilidade ou a necessidade de aumento significativo no 
número de veículos produzidos no prazo de apenas alguns meses para 
atender a um choque de demanda (expansão), por exemplo, o máximo 
que a empresa poderá fazer será ajustar a quantidade de trabalhadores 
para usar nas instalações que já estão disponíveis.
Ela estará alterando o fator de produção trabalho, mas o de produção 
capital (instalações, máquinas, equipamentos) não será alterado no 
curto prazo.
Em resumo: no curto prazo, o fator de produção capital é um custo fixo, 
e o fator de produção trabalho é um custo variável. E o custo total será a 
soma dos dois: CT= CF + CV.
Entretanto, há outras medidas de custos no curto prazo que podem ser 
apuradas para cada unidade produzida. Se você usar a expressão CT = CF 
+ CV, e dividir cada um dosmembros pela quantidade total produzida (q), 
obterá três informações importantes: 
Custo Médio (CMe): representa o custo total unitário, ou seja, o custo 
total atribuído a cada unidade produzida. É dado pela divisão entre o 
custo total (CT) e a quantidade total produzida (q):
Custo Fixo Médio (CFMe): Representa o custo fixo atribuído a cada 
unidade produzida. É dado pela divisão entre o custo fixo total (CFT) e a 
quantidade total produzida (q):
Custo Variável Médio (CVMe): Representa o custo variável atribuído a 
cada unidade produzida. É dado pela divisão entre custo variável total 
(CVt) e quantidade total produzida (q):
Custo Marginal (CMg): Muitas vezes, o empresário se pergunta se 
vale a pena aumentar a produção em uma unidade ou comprar mais 
Economia 6
um caminhão ou, ainda, transportar mais um passageiro, bem como 
acolher mais um aluno na escola, contratar mais um funcionário etc. Ele 
precisará saber como isso vai afetar o custo total da empresa caso decida 
aumentar a produção em uma unidade. A isto, damos o nome de custo 
marginal. Ele é dado pela variação do custo total (de quanto aumentou o 
custo total) dividida pela variação da quantidade produzida (q), e indica 
o custo de se acrescentar uma unidade a mais à produção: 
Agora, pense no longo prazo: a montadora não poderá dar respostas 
rápidas ao mercado no curto prazo, em virtude da limitação do fator de 
produção capital. Mas, no longo prazo, ela poderá construir outra fábrica 
ou ampliar as instalações existentes. Então, basta montar um projeto de 
investimento e avaliar a viabilidade das alternativas, considerando-se os 
riscos e os retornos projetados para o capital a ser investido. Esses são 
os combustíveis para a tomada de decisão e, dependendo da escolha, ao 
fim de alguns poucos anos, essa montadora estará com a sua capacidade 
de produção ampliada. 
Por essa razão, em economia, dizemos que em longo prazo todos os 
fatores de produção são variáveis. Em outras palavras, em longo prazo, 
o empresário tem flexibilidade para ajustar os fatores de produção 
às novas demandas. Além disso, ele poderá contratar muitos outros 
trabalhadores, investir na ampliação das instalações e adequá-las às 
necessidades de suprimento de matéria-prima ou estabelecer um novo 
patamar para a tecnologia e a inovação dos produtos ofertados. 
 ▪ Trabalhadores - Fator trabalho
 ▪ Instalações - Fator capital
 ▪ Matéria-prima - Fator terra
 ▪ Tecnologia e a inovação dos produtos ofertados - Fator tecnologia
4. Estruturas de Mercado de Bens e Serviços e 
de Fatores de Produção
Até aqui, você entendeu a forma como as empresas administram e 
controlam os seus custos, seja no curto, seja no longo prazo. A gestão 
desses custos é importante porque influenciará na determinação dos 
preços, e eles vão ter impacto direto no grau de competitividade da 
empresa. Logo, precisamos ver como a empresa tende a se comportar 
à medida que olha para os seus competidores e define a forma ética e 
sustentável para enfrentá-los.
O mercado é dividido em diferentes segmentos, em que podemos 
encontrar diferentes quantidades de empresas e maneiras distintas de 
elas agirem no mercado, dependendo da forma como elas influem ou são 
Economia 7
influenciadas no ambiente concorrencial. O nível de concorrência entre as 
empresas está diretamente relacionado ao tipo de estrutura de mercado 
em que elas estão inseridas, à política de formação de preços existente 
e, ainda, ao grau de dependência e ação dos consumidores. Quando você 
observa esse ambiente concorrencial, encontra características básicas, 
intrínsecas de cada estrutura e, então, será possível identificar qual é a 
estrutura de mercado em que estão inseridas as empresas, como elas se 
comportam e como se relacionam com os consumidores.
Assim, chamamos de estruturas de mercado às diferentes maneiras 
como as empresas de um mesmo setor ou segmento se organizam 
para disputar a atenção e a preferência dos consumidores. Em um dado 
segmento, pode haver uma única empresa atuando, poucas ou várias 
concorrendo entre si.
Com base nessas características, podemos dividir as estruturas de 
mercado em duas grandes categorias:
 ▪ As estruturas de mercado de bens e serviços – são a concorrência 
perfeita, o monopólio, o oligopólio e a concorrência monopolística.
 ▪ As estruturas de mercado dos fatores de produção (capital, 
terra, recursos humanos, recursos naturais e tecnologia) – são a 
concorrência perfeita, o oligopsônio e o monopsônio.
Você já percebeu que a estrutura de mercado da indústria automobilística, 
por exemplo, é diferente da estrutura de mercado da indústria de biscoitos, 
que, por sua vez, é diferente da estrutura do mercado de telefonia, porque 
esses diversos mercados possuem diferentes características.
Existem três características básicas e fundamentais nas estruturas de 
mercado que são utilizadas para identificá-las e classificá-las. São elas:
 ▪ Número de empresas participantes no mercado: É preciso observar se 
são muitas ou poucas em comparação ao número de consumidores 
do setor.
 ▪ Tipo de produto: Se os produtos são homogêneos (aqueles que são 
perfeitos substitutos entre si) ou não, se eles são iguais, diferentes, ou 
se há política de diferenciação dos produtos.
 ▪ Existência de barreiras: Se existem barreiras à entrada de novas empresas 
no setor, como controle de matérias-primas, concessões, necessidade de 
investimento inicial elevado, ou restrições governamentais etc.
Estruturas de mercado de bens e serviços 
Vejamos as diferentes estruturas de mercado e as implicações para as 
empresas e para os consumidores.
Concorrência pura ou perfeita: Nesse tipo de segmento, existe um 
número muito grande de vendedores. Nenhum deles, sozinho, interfere 
na quantidade ofertada no mercado nem no preço. Diz-se que é um 
mercado “atomizado” por ser composto por muitas empresas. Quanto às 
características analisadas, na concorrência perfeita, observa-se que:
Economia 8
1. O produto é homogêneo (são perfeitos substitutos entre si, e os 
consumidores são indiferentes quanto à firma da qual eles irão 
adquirir o produto);
2. É grande o número de empresas no setor;
3. Não existem barreiras à entrada de novas empresas.
Além disso, na concorrência perfeita, o mercado é transparente, ou 
seja, todos os concorrentes conhecem seus custos, preços e até lucros. 
Entretanto, cabe registrar que não existe um exemplo real perfeito 
de mercado tipicamente de concorrência perfeita. Os exemplos mais 
próximos são o mercado de produtos hortifrutigranjeiros e as feiras, que 
reúnem características muito semelhantes às inerentes ao mercado de 
concorrência perfeita.
Monopólio: No mercado monopolista, existe apenas um único vendedor 
dominando a oferta e atendendo a todos os consumidores. Logo, não 
existe concorrência entre empresas nem produto substituto. Então, na 
estrutura monopolista:
 ▪ Há apenas uma empresa;
 ▪ O produto é único e não há substitutos próximos;
 ▪ Existe várias barreiras à entrada de novas empresas, como o elevado 
capital necessário à implantação de empresas em alguns setores, a 
inviabilidade de se ter mais de uma empresa no mesmo setor (pelos 
rendimentos decrescentes) e o monopólio da matéria-prima.
Existem condições que garantem o poder de monopólio para uma 
empresa ou que impedem a entrada de novas empresas no setor. Veja 
esses exemplos:
 ▪ Existência de monopólio puro ou natural: Ocorre quando a instalação 
de uma empresa precisa ser feita em grandes plantas industriais. 
Nesses casos, os preços cobrados são relativamente baixos, e a 
entrada de outra concorrente inviabilizaria o ganho das duas, como 
na distribuição de energia elétrica.
 ▪ Necessidade de elevado volume de capital: Uma empresa que deseja 
entrar em um mercado pode necessitar de muito capital e alta 
capacitação tecnológica. Pode-se citar a mineração e a siderurgia, no 
início dessas atividades no Brasil, ou os mercados de gases industriais 
e medicinais, dominados por poucas empresas,que 
são verdadeiros gigantes transnacionais.
 ▪ Necessidade de registro de patentes: 
Imagine uma empresa sendo a 
única que detém a tecnologia ou o 
processo produtivo, e também o 
registro das patentes, a exemplo de 
alguns medicamentos: somente ela 
pode produzir ou autorizar outras 
empresas a fazê-lo, mediante o 
pagamento de royalties.
Economia 9
 ▪ Propriedade de matérias-primas: Ocorre quando a empresa é a única 
que pode explorar determinada matéria-prima utilizada na produção 
de algum bem. Quase que a totalidade das minas do gás Hélio, um 
gás raro e em processo de esgotamento de reservas, pertence a uma 
única empresa americana.
 ▪ Monopólios estatais: Ocorre com as empresas públicas que são as 
únicas a atuarem em determinado segmento. Como exemplo, citamos 
o monopólio sobre a extração e a produção de petróleo, que foi 
monopólio da Petrobras até 1995.
Oligopólio: Muitos dos produtos e serviços que você usa diariamente 
são fornecidos por segmentos econômicos altamente oligopolizados: 
companhias aéreas, serviços de telefonia, TVs a cabo, gases industriais e 
medicinais, redes de supermercados, automóveis, dentre outros.
O oligopólio é caracterizado por um pequeno número de empresas 
que dominam o mercado e os meios de produção. Também pode se 
apresentar em segmentos que possuem várias empresas, porém, com 
poucas dominando o mercado, ou seja: há um alto grau de concentração 
do mercado nas mãos de poucas empresas.
No oligopólio:
 ▪ Existem, geralmente, poucas empresas. Quando há muitas, apenas 
algumas dominam o mercado;
 ▪ Os produtos podem ser homogêneos (são perfeitos substitutos entre 
si, e os consumidores são indiferentes quanto à firma da qual eles 
irão adquirir o produto) ou diferenciados (cada produtor procura 
diferenciar o seu produto, a fim de torná-lo único);
 ▪ Existem barreiras à entrada de novas empresas.
Diferenciação de produtos: Caracteriza a maioria dos mercados existentes. 
Se você pensar nos perfumes, aparelhos de TV, restaurantes ou cremes 
dentais, por exemplo, vai perceber que não existem produtos homogêneos. 
A diferenciação é buscada por meio da composição química, dos acessórios 
tecnológicos, dos serviços ou especialidades. Essas características são 
exaustivamente trabalhadas pelo marketing e pela propaganda 
para criar em sua mente a ideia de diferenciação, de 
exclusividade.
No oligopólio, as quantidades ofertadas e os 
preços são fortemente influenciados pelas 
empresas que dividem o mercado ou que 
lideram o mercado. Como são poucas, exercem 
certo poder sobre os consumidores, que são 
apenas tomadores de preço e não conseguem 
influenciar essa variável.
Economia 10
Quando várias empresas participam de um 
setor oligopolizado, existe, geralmente, 
uma empresa líder, que fixa o preço, e 
as demais são empresas satélites, que 
seguem as regras ditadas pelas líderes.
Ainda existe, no oligopólio, a tentação 
à formação de acordos informais (e 
ilegais) entre as empresas, que derivam 
para o cartel. O cartel é uma organização 
(formal ou informal) de produtores dentro de 
um segmento que determina a política de preços 
para todas as empresas que a ele pertencem ou estabelecem uma 
manipulação sobre as cotas de produção, visando pressionar o 
mercado por aumentos de preço.
Cartel: Cabe registrar que, no Brasil, a formação de cartel é um crime 
contra a ordem econômica, previsto no Artigo 4º da Lei nº 8.137 de 
27/12/1990. 
Concorrência monopolística: Pense na enorme disponibilidade de 
marcas de shampoo, de biscoitos, de produtos de limpeza que você 
tem ao seu dispor.. . Isso deve te levar a pensar que a concorrência 
monopolística é bastante semelhante à concorrência perfeita, porém, 
nesse tipo de estrutura, as inúmeras empresas que compõem um 
setor monopolístico tentam adquirir certo poder concorrencial pela 
diferenciação de produto (embalagens, características físicas, serviços 
etc.). Elas vendem produtos similares, diferenciados em pequenos 
detalhes e, por isso, esses bens não são idênticos. Essa diferenciação, 
às vezes, proporciona um pequeno poder de monopólio para a 
empresa, mesmo o mercado sendo competitivo. São características da 
concorrência monopolística:
 ▪ Grande número de empresas;
 ▪ Os produtos são diferenciados (cada produtor busca diferenciar o seu 
produto, a fim de torná-lo único);
 ▪ Não há barreiras à entrada de novas empresas; 
 ▪ Outro exemplo típico está na indústria de sabão em pó: muitos 
fabricantes tentam diferenciar seus produtos, investindo em 
embalagens atraentes e formulações que prometem mais do que 
limpeza das roupas.
O Quadro 1 resume as quatro principais estruturas de mercado e indica 
as principais características de cada estrutura:
Economia 11
Estrutura de 
Mercado
Número de 
Empresas
Diferenciação
do Produto
Condição p/ 
Entrada e Saída
Influência 
sobre o Preço
Exemplos
Concorrência 
Perfeita
Muitas
Produto
homogêneo
Fácil
Nenhuma
(são tomadoras 
de preço)
Produtos agrícolas
Monopólio Uma
Produto único, 
sem substituto 
próximo
Difícil Forte
Mineração e a siderurgia (no início 
dessas atividades no Brasil), mercados 
de gases industriais e medicinais 
e monopólio sobre a extração e a 
produção de petróleo que foi monopólio 
da Petrobras até 1995, segundo 
especificidades desta estrutura de 
mercado.
Concorrência 
Monopolística
Muitas
Produto 
diferenciado
Fácil Leve
Comércio
varejista, restaurantes
Oligopólio Poucas
Homogêneo ou
diferenciado
Difícil Considerável
Homogêneo: alumínio. 
Diferenciado: automóveis
Quadro 1: Principais estruturas de mercado.
Estruturas de mercado de fatores de produção
Já vimos que os fatores de produção são o capital, a terra, os recursos 
naturais, os recursos humanos e a tecnologia. O mercado de fatores de 
produção apresenta estruturas que são opostas ao mercado de bens e 
serviços. Quando você pensa em monopólio, imagina um setor com uma 
única empresa ou vendedor para vários compradores. Se for oligopólio, 
você logo associa que há poucas empresas para muitos compradores. Já 
no mercado de fatores de produção, pensa-se no número de compradores 
que existe para os vendedores que estão operando no mercado. Temos 
três possibilidades:
Mercado de fatores de produção
 ▪ Monopsônio: É uma estrutura na qual há somente um comprador 
para muitos vendedores de serviços e de insumos. Pode-se pensar no 
exemplo de uma empresa montadora de carros que se instala em uma 
pequena cidade de um país periférico. Por ser a única grande empresa, 
ela se torna a demandante exclusiva da mão de obra da região ou das 
autopeças produzidas por empresas que ali se instalarem.
 ▪ Oligopsônio: É um mercado no qual há poucos compradores dominando 
um segmento que possui muitos vendedores. Existem exemplos no 
setor de laticínios, no de autopeças e na indústria do fumo, em que se 
encontram muitos vendedores (como os inúmeros produtores de leite) 
e poucos compradores (poucos laticínios existentes).
 ▪ Concorrência perfeita no mercado de fatores: Trata-se de um 
mercado em que existe uma oferta abundante de um fator de 
produção, tornando o preço desse fator constante. Como o número 
de fornecedores é grande, não existe a possibilidade de eles 
conseguirem melhores preços por seus serviços. Um exemplo pode 
ser a oferta de mão de obra não qualificada: há um número enorme 
Economia 12
de pessoas não qualificadas ou com baixa qualificação que se 
oferecem ao mercado de trabalho.
Finalizando este capítulo, vejamos o caso do chamado monopólio bilateral. 
Ele ocorre sempre que há um único ofertante monopolista e um único 
demandante monopsonista que adquire os bens produzidos pela ofertante 
monopolista. Essa estrutura se manifesta em atividades que demandam 
trabalho especializado e exclusivo ou cooperação mútua e, nesse caso, os 
preços de mercado serão formados apenas pelos dois agentes. 
Veja estes dois exemplos:
 ▪ Um fabricante de peças especiais ou de software bélico, que oferta 
a um único comprador, uma empresa do setor aeroespacial,como a 
americana NASA;
 ▪ Um fabricante de lã de aço, dessas que você usa para lavar louças, 
desenvolve, com uma siderúrgica, um processo fabril exclusivo para 
produzir o aço com uma liga especial, adequada aos fins a que a lã de 
aço se destina. Esse fabricante e a siderúrgica provavelmente terão 
um relacionamento comercial duradouro e cativo, como monopólio 
bilateral muito bem caracterizado. 
Neste capítulo, estudamos os custos de produção e identificamos a 
importância deles para a competitividade empresarial. Viu que, em 
economia, os custos podem ser fixos ou variáveis, a depender da sua 
vinculação ao volume de unidades produzidas. 
Para muitas empresas, o horizonte de tempo tem conotação especial 
e, por isso, se faz necessário identificar e classificar os custos como de 
curto ou de longo prazo. No primeiro, a empresa incorre em custos fixos 
e variáveis, mas, no segundo, só existem custos variáveis. 
Tal como no fluxo circular da renda, a estrutura dos mercados 
competitivos se divide em mercado de bens e serviços (concorrência 
perfeita, monopólio, oligopólio e concorrência monopolística) e em 
mercado de fatores de produção (concorrência perfeita, monopsônio e 
oligopsônio). Ao encontro de um monopolista com um monopsonista, se 
dá o nome de monopólio bilateral.
Economia 13
Referências
MANKIW, N. G. Introdução à economia. São Paulo: Cengage Learning, 
2005.
PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de economia. 5 ed. São Paulo: 
Cengage Learning, 2008.
PINHO, D. B.; VASCONCELLOS, M. A. S. de (org.). Manual de economia. 
Equipe de professores da USP. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
ROSSETI, J. P. Introdução à economia. 20 ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Economia: micro e macro. 4 ed. 
São Paulo: Atlas, 2009.
VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Fundamentos de economia. 3 ed. 
São Paulo: Saraiva, 2008.
Economia 14
	Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado
	Para início de conversa...
	Objetivos
	1. Conceitos
	2. Classificação dos Custos
	3. Custos no Curto Prazo e no Longo Prazo
	4. Estruturas de Mercado de Bens e Serviços e de Fatores de Produção
	Referências

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