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Ms.C. Wagner Araújo Médico Veterinário Centro Universitário Maurício de Nassau – UNINASSAU Disciplina: Parasitologia Veterinária Helmintos Apresentam 3 filos, sendo dois de importância m importância médica - Platyhelminthes (platelmintos) – Vermes achatados - Nemathelminthes (nematelmintos) - vermes cilíndricos Filo Platyhelminthes Vermes achatados dorsoventralmente Tubo digestivo incompleto Reprodução assexuada e sexuada (maioria hermafrodita) Classe Trematoda Classe Cestoda Filo Nemathelminthes Vermes cilíndricos: boca, cavidade bucal e ânus Sistema digestivo completo Filo Nemathelminthes Sistema reprodutor masculino Filo Nemathelminthes Ciclo biológico geral Larva L3 dentro do ovo ou livre Filo Nemathelminthes Filo Nemathelminthes – Nematodeos HELMINTOS DE PEQUENOS ANIMAIS Ancylostomatoidea ORDEM: STRONGYLIDA FAMÍLIA: ANCYLOSTOMATIDAE ESPÉCIES: Ancylostoma caninum – cães A. tubaeforme – gatos A. braziliense – cães e gatos A. duodenale - humanos LOCALIZAÇÃO: INTESTINO DELGADO Gênero Ancylostoma Presença de cápsula bucal na extremidade anterior Cão, gato e raposa A. caninum (Canideos) - 3 pares A. braziliense (Cães-Gatos) - 2 pares A. tubaeforme (Gatos) - 3 pares Mede em torno de 1 a 2 cm São vermes hematófagos e provocam grande perda de sangue – causam anemia Gênero Ancylostoma Ovos - Morfologia Casca dupla e fina, com várias células no seu interior Ancylostoma caninum Ancylostoma caninum FÊMEAS: 15 a 20 mm MACHOS: 12 mm CURVADOS DORSAMENTE https://www.youtube.com/watch?v=YUm1Ml8PcH8 CICLO BIOLÓGICO 1. Adultos liberam ovos nas fezes - ovos são liberados após 10 a 21 dias pós infecção; 2,3. Larva L1 --- L2 ---- L3 (ou - 5 DIAS) 6. Larva infectante (L3) pode penetrar na pele - Larva infectante (L3) pode ser Ingerida; - Hospedeiro paratênico com L3; https://www.youtube.com/watch?v=-kGJER7bUIo&t=11s CICLO BIOLÓGICO https://www.youtube.com/watch?v=-kGJER7bUIo&t=11s 6. LARVA INFECTANTE (L3) PODE PENETRAR NA PELE As L3 MIGRAM DO SANGUE PARA O PULMÃO L3 L4 NOS BRONQUIOS E NA TRAQUEIA. L4 É DEGLUTIDA E CHEGAM AO ID (intestino delgado) L5 (adultos) CICLO BIOLÓGICO https://www.youtube.com/watch?v=-kGJER7bUIo&t=11s 6. LARVA INFECTANTE (L3) DEGLUTIDA L3 INTESTINO DELGADO L4 L5 (adultos) PARTE DAS L3 pulmões INFECÇÃO TRANSMAMÁRIA CADELAS SUSCEPTÍVEIS: MUSCULATURA ESQUELÉTICA L3 – Permanece inativa (hipobiose) até a prenhez da cadela. Quando ocorre a gestação, elas são reativadas e são eliminadas no leite por um período de até 3 semanas após o parto L3 – ingerida no leite pelos filhotes L4 e L5 – ADULTO- Intestino dos filhotes Ancylostoma caninum Ancylostoma braziliense NÃO EVIDENCIADA INFECÇÃO TRANSMAMÁRIA Período pré- patente: 14 a 21 dias Vermes ovopositores prolíferos, cão pode eliminar milhões de ovos por dia; Infecção transmamária produz anemia grave em filhotes; L3 nos tecidos da cadela pode ser reativada meses ou anos depois (stress, corticosteróide) e migrar para o intestino voltando a produzir ovos. Ancylostoma caninum NÃO TEM EVIDÊNCIA TRANSPLACENTÁRIA SAÚDE PÚBLICA: Larva migrans cutânea “bicho geográfico” PRINCIPALMENTE: Ancylostoma braziliense Sinais clínicos da Ancilostomíase Irritação na pele no local de entrada da larva Os vermes são hematófagos – ANEMIA Dificuldade respiratória Pode haver pequenas lesões pulmonares – geralmente desapercebidas Emagrecimento Perda do apetite Diarréia (PODE CONTER MUCO E SANGUE) Enterite hemorrágica Ancylostoma braziliense Menos patogênica Filo Nemathelminthes – Nematodeos ORDEM ASCARIDIDA Toxocara sp. Espécie:Toxocara canis Localização: intestino delgado Hospedeiros: cães e gatos Características Microscopia de varredura da parte anterior de Toxocara canis Boca trilabiada Asas cervicais 238 Adultos de Toxocara canis de um único filhote Ovo de Toxocara spp Características Nascimento, 2017 Ovos com casca espessa DE COLOREÇÃO CASTANHO ESCURO Ciclo biológico:Toxocara spp 1. Adultos (hospedeiros) liberam ovos nas fezes; 2. Ovos imaturos se tornam ovos larvados (com a L3 dentro) L1 L2 L3 Ovos são ingeridos Larvas eclodem no Intestino delgado e atravessam a parede Larvas migram Para todos os órgãos via circulação OLHO SNC FÍGADO Adultos vivem no intestino delgado do cão e do gato Ciclo biológico:Toxocara spp Os ovos com a L3 ou hosp. Paratenicos (ex: rato) com a L3 no tecido são INGERIDOS. LARVAS (L3) liberadas no intestino delgado PELA CIRCULAÇÃO PORTA FÍGADO CORAÇÃO PULMÃO L3 L4 NOS ALVEOLOS PULMONARES. L4 CHEGA A GLOTE E É DEGLUTIDA L4 CHEGA A GLOTE E É DEGLUTID A L4 L5 (ADULTOS) Ovos são ingeridos Larvas eclodem no Intestino delgado e atravessam a parede Larvas migram Para todos os órgãos via circulação OLHO SNC FÍGADO Adultos vivem no intestino delgado do cão e do gato Ciclo biológico:Toxocara spp Esse deslocamento é chamado Ciclo de Loss Cães jovens (até 3 meses) EM CÃES ADULTOS O CICLO mais frequente acontece com a ingestão dos ovos larvados com L3 e as larvas alcançam os pulmões Porém não são deglutidas e adentram a circulação para as diferentes partes do corpo, onde se mantém nos tecidos EM HIPOBIOSE Podendo passar para o filhote por via TRANSPLACENTÁRIA* Alterações hormonais: REATIVAÇÃO DA LARVA VIA MAMÁRIA (Pelo leite é transferida L3 ao filhote) *Exceção: Toxocara cati SAÚDE PÚBLICA: Larva migrans visceral SINAIS CLÍNICOS DA TOXOCARIASE EM CÃES E GATOS Mais frequente em filhotes e dependem da carga parasitária, localização e estagio do parasito; PARASITOS ADULTOS podem causar: DIARREIA VÔMITOS; ABDOMEN VOLUMOSO OBSTRUÇÃO INTESTINAL ABDOMEN VOLUMOSO SINAIS CLÍNICOS DA TOXOCARIASE EM CÃES E GATOS Essa privação explica as crises convulsivas ocasionalmente apresentadas (hipoglicemia). Mais frequente em filhotes e dependem da carga parasitária, localização e estagio do parasito; MIGRAÇÃO DE LARVAS podem causar: PNEUMONIA CRISES CONVULSIVAS Toxocara não são hematófagos, mas consomem grandes quantidades de glicose, aminoácidos e vitaminas. Filo Nemathelminthes – Nematodeos ORDEM ENOPLIDA Trichuris sp. GÊNERO:Trichuris sp Localização: intestino grosso Hospedeiros: mamiferos Espécies e hospedeiros: Trichuris suis: suínos Trichuris vulpis: cães e raposas T. campanula: gatos T. ovis: ovinos T. discolor: bovinos e bubalinos T. trichiura: humanos e primatas T. muris: ratos, camundongos... GÊNERO:Trichuris sp VERME “CHICOTE” MORFOLOGIA MACHO (porção posterior em espiral) MACHO (um espiculo) GÊNERO:Trichuris sp MORFOLOGIA GÊNERO:Trichuris sp Macho Fêmea MORFOLOGIA OVO DE FORMATE DE BARRIL, CASCA LISA E COR CASTANHA APRESENTAM UM OPÉRCULO EM CADA POLO GÊNERO:Trichuris sp 1. Adultos liberam ovos nas fezes; 2.No ambiente o ovo se transforma em Larva (L1); OVO EMBRIONADO CICLO BIOLÓGICO:Trichuris sp 1 2 3. O hospedeiro ingere o ovo embrionado e a L1 é liberada no intestino delgado que migra para o grosso. 3 4. L1 invade a mucosa e muda para L2, L3, L4 e L5. 4 25 a 30° 10 dias Os adultos copulam e a fêmea faz a postura dos ovos. CICLO BIOLÓGICO:Trichuris sp 1 2 2 mil a 5 mil ovos/dia 3 PERIODO PRÉ PATENTE: 2 a 3 meses 4 ASSINTOMÁTICA INFECÇÕES MACIÇAS: diarreia aquosa, as vezes com sangue vivo. Enterite A infecção em gatos é rara e de pouca importância clínica Sinais clínicos da Tricuríase CARÁTER ZOONÓTICO Diagnóstico Cães devem ser testados quanto à presença de parasitos gastrointestinais pelo menos uma vez a cada 3 meses para monitorar a eficácia dos tratamentos e o comprometimento do proprietário com o programa de controle. TÉCNICA DE FLOTAC E MINI FLOTAC Laudo: Ovos de Ancyslostoma sp. Nascimento, 2017 Laudo: Ovos de Toxocara sp. Laudo: Ovos de Toxocara sp. Laudo: Ovos de Trichurissp. Toxocara sp Ancylostoma sp Controle Terapia anti-helmíntica e higiene adequada Vermifugação das fêmeas reprodutoras antes da cobertura e dez dias antes do parto; A primeira vermifugação dos filhotes pode ser feita a partir de 21 dias após o nascimento; Remoção das fezes diariamente; Toxocara sp: Lavar o ambiente com água quente e vassoura para desgruda- los - o sol desseca o ovo; Os ovos são muito resistentes à ação dos produtos químicos, mas logo perdem sua viabilidade se submetidos aos raios ultravioletas e a altas temperaturas. Controle Filo Nemathelminthes – Nematodeos ORDEM ENOPLIDA Gênero: Dioctophyme Dioctophyme renale Dioctophyma renale ('verme renal') é o maior nematóide parasitário conhecido em animais domésticos e é encontrado nos rins de carnívoros Dioctophyme renale Localização: Parênquima renal, cavidade abdominal (raro) HOSPEDEIROS DEFINITIVOS: Cão, raposa, furão, lontra, esporadicamente relatados em gatos, porcos, cavalos, bovinos e humanos HOSPEDEIROS INTERMEDIÁRIOS: Anelídeos, rãs e peixes dulcícolas Epidemiologia Os visons (Mustela vison) são considerados verdadeiros hospedeiros definitivos (HD) e reservatórios do D. renale na natureza, devido à presença de grande número de parasitos de ambos os sexos e por localizarem-se geralmente nos rins Assim, favorecem a liberação de ovos férteis para o meio ambiente e perpetuam o ciclo Epidemiologia Embora seja considerada uma afecção incomum em cães, no período entre 2000 e 2003, 30% dos 40 cães necropsiados, provenientes do distrito de São Cristóvão, Município de Três Barras – SC, estavam parasitados por D. renale; Conforme Neves et al. (1983) no Brasil, a dioctofimose, foi descrita pela primeira vez, em 1860, por Molin, em um lobo-guará (Chrysocyon brachyurus). Epidemiologia No Brasil, o parasitismo em hospedeiros definitivos foi descrito em cão, cachorro-vinagre, quati, furão, lontra, lobo-guará e gato. MORFOLOGIA Nematodeos de cor vermelha Fêmeas: até 1 m (comprimento) Machos: 40 cm, tem pequena bolsa copuladora em forma de sino Dioctophyme renale MORFOLOGIA Ovos bioperculados de casca grossa e enrrugada; Dioctophyme renale Os ovos são observados na urina. 1,2. Ovos saem na urina e no ambiente a L1 se desenvolve dentro (em torno de 35 dias) CICLO BIOLÓGICO O anelídeo aquático ingere o ovo contendo a L1, ao qual se transforma em L2 e L3 (100 dias) O peixe ou rã (Hospedeiro paratênico) ingere o anelídeo contendo a larva (L3) 5. O hospedeiro definitivo ingere o peixe ou rã com a L3 , essa atravessa o tubo digestivo e migra para o rim direito (preferencialmente) ou fica na cavidade abdominal e se transforma em L4 e adulto e recomeça o ciclo. CICLO BIOLÓGICO O homem pode adquirir o nematódeo ao ingerir peixe e rã pouco cozida e também ao comer anelídeos aquáticos infectados com a forma L3 É UMA ZOONOSE Hematúria, nefrite e dor intermitente no rim direito É UMA ZOONOSE ASSINTOMÁTICA - mesmo quando um rim foi completamente destruído Os principais sinais são: - Disúria com alguma hematúria; especialmente no final da micção; - Em alguns casos há lombar dor. Vermes na cavidade abdominal podem causar peritonite crônica; Sinais clínicos da Dioctofimose Diagnóstico Exame do sedimento urinário ou aspiração do líquido de rim ou cavidade abdominal (Measures, 2001) FLOTAC Diagnóstico A ULTRASSONOGRAFIA em corte transversal dos rins pode sugerir a presença do D. renale no parênquima renal (Measures, 2001) Ultrassonografia do abdome de cadela em plano transversal. Notam-se múltiplas estruturas com morfologia característica de Dioctophyma renale em rim direito (cabeça de seta). As estruturas são cilíndricas com parede hiperecoica e centro hipoecoico, envoltas por cápsula fibrosa. Diagnóstico Necropsia Fig.1 No rim direito de um cão observa-se espessamento da cápsula fibrosa e acentuada atrofia do parênquima renal (aspecto cístico) associados a exemplares de Dioctophyma renale. Fig.2 Na cavidade abdominal de um cão observa-se acentuada peritonite caracterizada por hiperemia da serosa, filamentos de fibrina aderidos na serosa dos órgãos associado a exemplares de Dioctophyma renale livres na cavidade. Tratamento REMOÇÃO CIRURGICA Controle Eliminação de peixe cru da dieta, rãs e anelídeos
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