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Feminismo_e_Logoterapia

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As possíveis interseções entre os arquétipos da mulher sábia, da mulher selvagem, o feminismo e a logoterapia 
Mísia Carolyne Pereira de Morais
Graduanda em psicologia pela UEPB
Resumo
O artigo em questão faz passeio pelos arquétipos da mulher sábia e da mulher selvagem, expostos nos livros “Ciranda das mulheres sábias” e “Mulheres que correm com os lobos”, se direcionando, em seguida, para uma breve exposição sobre os ideais do movimento feminista, seguindo, por fim para uma explanação sobre a logoterapia fazendo uma série de interseções entre os três assuntos. 
Palavras chave: Arquétipo da mulher sábia; Arquétipo da mulher selvagem; Feminismo; Logoterapia; Silêncio.
1. INTRODUÇÃO
O presente artigo objetiva fazer uma breve reflexão sobre a interseção que existe entre o resgate dos arquétipos da mulher sábia e da mulher selvagem, o movimento feminista e a o pensamento de Viktor Frankl. 
A discussão se inicia com uma rápida consideração sobre o silenciamento da mulher, passando, em seguida para aclaração do conceito de arquétipos que, segundo Jung, são símbolos, personagens, figuras que tendem a se repetir independente de localização ou cultura. O texto trata especificamente dos arquétipos da mulher sábia e da mulher selvagem, descritos por Clarissa Pinkola Estés, arquétipos estes, que quando resgatados podem de certa forma, fazer ecoar a voz da mulher. 
O movimento feminista e a logoterapia de Viktor Frankl são introduzidos como ferramentas que tanto podem contribuir para a quebra do silêncio da mulher que foi sistematicamente privada de voz quanto para o resgate da essência, da identidade desta mulher que pode também ser considerada o resgate dos arquétipos da mulher sábia e da mulher selvagem.
A quebra do silêncio, os arquétipos já mencionados, o feminismo e a logoterapia, vão, ao longo do texto, se interligando, se encaixando e formando novas possibilidades de se pensar a prática na psicologia e na própria logoterapia de maneira a fomentar mais discussões sobre o tema e trazer uma contribuição no que diz respeito ao dever do psicólogo como agente e facilitador de mudanças e transformações sociais. 
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. O silêncio
A história da humanidade é uma história repleta de silêncios. Entenda-se por silêncio aqui, aquilo que cala, que priva alguém da palavra, do poder de dizer. É este o silêncio que foi imposto à mulher durante anos a fio: “...o oceano do não dito, do indizível, do reprimido, do apagado, do não dito, do não ouvido. Ele cerca as ilhas dispersas formadas pelos que foram autorizados a falar, pelo que pode ser dito, pelos ouvintes.” (SOLNIT, 2017, p.27)
O silêncio nesta forma - sua forma mais perigosa -, faz dizimar culturas, histórias, pessoas e subjetividades. As palavras impostas pelos outros - aqueles que detém o poder na sociedade - produz e evidencia silêncios, silêncios estes que desumanizam, fazem invisíveis aqueles que por eles são dominados, faz sofrer aqueles a quem lhes são impostos. 
O rompimento deste silêncio vem, obviamente através da palavra, do dizer, do contar, porque como diz Brandão (2007) “a palavra é um ato de poder, o que equivale afirmar que ela não é apenas um entre os seus outros símbolos, mas o seu exercício”. Ironicamente, a palavra, instrumento usado incontáveis vezes para reprimir, pode e deve torna-se uma aliada na luta pelo direito à voz. 
É falando, contando sua história, impondo sua subjetividade, lutando e gritando por seus direitos, se fazendo ser ouvida, ou seja, usando a palavra como instrumento de transformação de sua própria história que a mulher tem a oportunidade de transbordar, romper com esse tão doloroso silêncio e exercer o direito de ser quem é, quem quer ser, quem pode ser. 
E o que é este rompimento de silêncio, se não, o contar, o desabafar de uma história? “A libertação, sempre é, em parte, um processo de contar uma história: romper histórias, romper silêncios, criar novas histórias. Uma pessoa livre conta sua história própria. Uma pessoa valorizada vive numa sociedade em que sua história ocupa um lugar” (SOLNIT, 2017, p. 29).
2.2. A essência
Carl Gustav Jung, suíço, fundador da Psicologia Analítica se mostra peça importante neste texto, ao conceber a ideia do inconsciente coletivo e concomitante a isto, fazer uma explanação sobre o conceito de arquétipo. 
Jung conceituará o chamado inconsciente coletivo como um depósito de relíquias passadas, um conjunto de conteúdos que “são universais e não estabelecidos em nossa experiência pessoal” (FADIMAN & FRAGER, 1939, p. 45). Dentre esses tantos conteúdos adormecidos no ser humano, estão os arquétipos que seriam materiais, estruturas psíquicas que permeiam todas as culturas e “tendem a aparecer como determinadas regularidades – tipos recorrentes de situações e figuras” (FADIMAN & FRAGER, 1939, p. 50), figuras estas que incluem personagens como o herói, o velho sábio e a mãe primordial.
Dentre tantos símbolos, figuras, personagens que tendem a se repetir com certa frequência em todo o globo terrestre, destaca-se neste texto, o arquétipo da Mulher Selvagem, arquétipo este muito bem descrito em “Mulheres que correm com os lobos” de Clarissa Pinkola Estés, psicóloga, analista junguiana, contadora de histórias americana. 
Clarissa faz em seu livro um resgate minucioso de contos que apresentam o arquétipo da Mulher Selvagem. Na tentativa de romper com uma psicologia que reduz, negligencia e limita a mulher, Estés expõe a essência desta figura que tem um potencial criativo, de ação e de crescimento (pessoal e espiritual) enormes. 
Trata-se então de um resgate da forma natural das mulheres, quer dizer, de sua natureza psicológica inata: 
“Uma vez que as mulheres a tenham perdido e a tenham recuperado, elas lutarão com garra para mantê-la, pois com ela suas vidas criativas florescem; seus relacionamentos adquirem significado, profundidade e saúde; seus ciclos de sexualidade, criatividade, trabalho e diversão são reestabelecidos; elas deixam de ser alvos para as atividades predatórias dos outros; segundo as leis da natureza, elas têm igual direito a crescer e vicejar. Agora, seu cansaço do final do dia tem como origem o trabalho e esforços satisfatórios, não o fato de viverem enclausuradas num relacionamento, num emprego, ou num estado de espírito pequenos demais. Elas sabem institivamente quando as coisas devem morrer e quando devem viver; elas sabem como ir embora e como ficar.” (ESTÉS, 1994, p.21)
Sendo assim, nasce a proposta de um “reavivar” da mulher não só o arquétipo da Mulher Selvagem, mas também o da Mulher Sábia descrita na “Ciranda das mulheres sábias”: de uma mulher de energia jovem, porém sábia, de uma mulher disposta a aprender tanto quanto é disposta a ensinar, uma mulher que conhece suas raízes, mas está pronta para se aventurar no novo, no desconhecido, de uma mulher intuitiva, porém cheia de bom-senso, de uma mulher que luta, conquista, porém tem em si, um quê de cuidado e proteção para com quem lhe rodeia, com quem ela ama. 
Mas o resgate destes dois arquétipos não poderia ser também considerado um rompimento do silêncio, da repressão e da invisibilidade impostos à mulher? 
O libertar da Mulher Sábia e Selvagem na mulher contemporânea é um grito de liberdade, de revolta, uma revolução que traz consigo também o resgate do direito a palavra, a voz, a visibilidade, direito este que o Movimento Feminista vem lutando, por décadas, para ser de fato, posto em prática. 
2.3. O feminismo
	O feminismo, movimento social e político que tem suas origens no fim do século XIX surge com o objetivo de superar as assimetrias existentes nas relações entre homens e mulheres, focando inicialmente na luta por direitos igualitários. Acaba se direcionando, consequentemente a um repensar da identidade da mulher, a um questionamento dos modelos vigentes no que diz respeito ao “feminino” e ao “masculino”. 
Como Betty Friedan bem pontua numa América que começava a dar seus primeiros passos na luta pela igualdade de direitos: “a mulher só tinha uma função: agradar ao homem. Era totalmentedependente de sua proteção num universo que não ajudara a criar. Era incapaz, portanto, de formular a simples interrogação humana: Quem sou eu? Que desejo?” (FRIEDAN, 1963, p. 72). É com a descoberta de que sua subjetividade e seus anseios estavam sendo reprimidos e apagados por uma cultura que privilegiava e reproduzia a lógica do patriarcado, que a mulher resolve iniciar sua luta por uma liberdade e educação que lhe dariam as potencialidades para criar, descobrir, se projetar, traçar planos e acima de tudo, de se reinventar. 
Para além da gama de direitos conquistados até hoje, o movimento feminista dá a mulher, a possibilidade do uso da palavra ao seu favor. A mulher passa a ser um ser humano com tanta voz quanto o homem, e hoje, se é privada deste direito, tem uma perspectiva maior de perceber-se acompanhada por uma outra mulher que pode, com ela, lutar por esta voz que lhe foi tomada. 
“O que se costuma chamar de segunda onda do feminismo, traz inúmeros relatos de opressões que antes não eram nomeadas nem descritas, expondo também a alegria em reconhecer até mesmo a opressão: o diagnóstico é o primeiro passo para a cura e para a recuperação. Ao falar, encontrar definições para o que as afligiam, as mulheres saiam do isolamento e adquiriam o poder.” (SOLNIT, 2017, p.73)
O que a segunda onda do feminismo promove e que persiste até hoje, é o rompimento do silêncio da mulher, mulher esta que como a própria Friedan frisa, estava presa em um estágio de evolução inferior a suas potencialidades pelo fato de ter sido submetida às regras ditadas pelos preceitos cristãos da época. 
A quebra do silêncio significa também a reinvenção do feminino, o repensar das questões de gênero, o relembrar, o resgate de uma mulher com atributos diferentes do que o status quo da época ditava. 
Inicia-se com o feminismo um trabalho de reinvenção da mulher. Ou por que não, um trabalho de resgate dos arquétipos da Mulher Sábia e Selvagem. Um processo de transformação contínua, uma caminhada que se estende durante a vida de toda mulher: 
“A grande perspicácia, a grande capacidade de premonição, a grande paz, expansividade, sensualidade, a grande criatividade, argúcia e coragem para o aprendizado, ou seja, ser sábia não chega de repente perfeitamente formada e se amolda como uma capa sobre os ombros de uma mulher de determinada idade
A grande clareza e percepção, o grande autoconhecimento que tem profundidade e amplitude a expansão da aplicação refinada da sabedoria... tudo isso, é sempre uma “obra em andamento”, não importa quantos anos de vida uma mulher tenha acumulado.” (ESTÉS, 2007, p. 12)
O feminismo coloca - talvez sem perceber - a mulher nesta interminável busca por si mesma. O interminável aqui tem uma conotação positiva, pois denota movimento, mudança, transformação, elementos que foram retirados do cotidiano da mulher ocidental por muito tempo e que agora, quando reincorporados em seu vocabulário lhe dão a esperança, a possibilidade de um modo de viver diferente do que lhe foi imposto.
A mulher passa a ter a percepção que pode manusear o lápis que escreve a história de sua vida e que esta história pode e deve ser protagonizada por ela mesma. 
2.4. A logoterapia
	A terapia, neste caso, mais especificamente a logoterapia, é, sem dúvidas, uma possível porta de acesso à palavra. O encontro existencial, quando entendido como uma relação de troca entre duas pessoas que coloca em transformação, em movimento tais existências, pode ser considerado uma oportunidade de se dar voz a mulher, que ao falar, é afetada tanto quanto afeta, é escutada tanto quanto pode afetar. O encontro é afinal, o ponta pé inicial para que a mulher possa se ver como ser humano digno de ser escutado, capaz de se transformar e ser transformado. 
	A Logoterapia pode ser também uma ferramenta de resgate da essência da Mulher Selvagem, do arquétipo da Mulher Sábia. Tanto Viktor Frankl quanto Carl Jung acreditavam na existência de uma espiritualidade humana inconsciente. Jung, segundo Frankl, cometeu o erro de ter atribuído esta espiritualidade para a região do Id, tendo assim, apontado sua localização de forma errônea. Para Frankl (2007), esta religiosidade inconsciente estaria, na verdade, “na esfera das decisões pessoais”, sendo assim algo que parte do próprio “eu”. 
	Discordâncias a parte, quando se volta estritamente para a prática, tanto Frankl quanto Jung parecem tentar resgatar nas pessoas uma série de valores que muito se assemelham. 
No discurso de Estés sobre a arte, por exemplo, pode-se facilmente encontrar o estímulo a valores criativos e de atitude: “A arte é importante porque ela celebra as estações da alma, ou algum acontecimento trágico ou especial na trajetória da alma. A arte não é só para o indivíduo. Ela é também um mapa para aqueles que virão depois de nós” (ESTÉS, 1994, p.29). Ao estimular suas pacientes a entrarem em contato com a arte, Estés está também as estimulando a entrarem em contato com seus valores de criação, lhes fazendo perceber que são capazes “de dar algo ao mundo” (PAREJA, 2007). Quando ela trabalha, o que chama de acontecimentos trágicos da vida, está levando as pacientes a desenvolverem valores de atitude e terem uma postura ativa e autônoma diante destes acontecimentos. 
Clarissa Estés diz também que o “ofício de perguntar, o ofício de contar histórias, o ofício de ocupar as mãos – todos esses representam a criação de algo, e esse algo é a alma. Sempre que alimentamos a alma, ela garante a expansão” (ESTÉS, 1994, p.30). É perceptível na fala da autora essa necessidade de se expansão da alma, o que nos termos de Frankl poderíamos tranquilamente chamar de transcendência, esta capacidade que o ser humano tem de transformar a si mesmo. Estés parece estar fazendo nada mais que incentivar a prática de valores criativos e de experiência, - recebendo algo do mundo - o que de fato, leva suas pacientes a chamada autotranscedência.
É possível fazer o processo contrário. Partir do pensamento de Frankl para fazer uma ponte com os textos de Estés. Na Logoterapia, tem-se uma gama de recursos - os recursos noéticos - que são capacidades inerentes ao ser humano que se distribuem em duas dimensões específicas, a autotranscedência - já citada anteriormente - e a capacidade de se distanciar de si mesmo. O resgate do arquétipo da Mulher Sábia pode ser concebido como uma maneira de autotranscedência:
“... quando uma criatura resolve se dedicar a viver de modo mais pleno possível, muitas outras que estiverem por perto se “deixarão contagiar”. Apesar das barreiras, do confinamento, até mesmo das lesões, se alguém se determinar a superar tudo para viver plenamente, a partir daí outros também o farão, e esse outros incluem filhos, companheiros, amigos, colegas de trabalho, desconhecidos, animais e flores. “Quando uma pessoa vive de verdade, todos os outros também vivem.” Esse é o principal imperativo da mulher sábia. Viver para que os outros também se inspirem. Viver do nosso próprio jeito brilhante para que os aprendam conosco.” (ESTÉS, 2007, p.16)
“Quando os uma pessoa vive de verdade, todos os outros também vivem”. Esta frase, segundo Estés algo que sua vó dizia e que ela usa para demonstrar esse ditame sobre a mulher sábia, que vive plenamente para que os outros possam se inspirar. Para além disso a grande avó, encarnação da mulher sábia, abençoa, diverte, ensina, cuida, e fala da alma. E não seria isto mais uma dentre tantas formas de transcender? 
A transcendência ganha força quando o sujeito é capaz de se autocompreender, “ver a si mesmo em sua situação e suas circunstâncias particulares” (ORTIZ, 2013), de se autorregular, de se “tomar distância e regular seus próprios processos cognitivos e emotivos” (ORTIZ, 2013), e de se autoprojetar, quer dizer, se ver e se planejar de uma outra forma que a atual. Ao livrar a mulher das amarras do silêncio, o pensamento feminista entrega a mulher as ferramentas para se auto distanciar. 
A mulher, ao conhecer sua história, conhece a si mesma, ao perceber que foi sistematicamente silenciada,tende a melhor se regular, ao entender que tem o direito de viver de forma plena e autêntica pode finalmente traçar e planejar seu próprio futuro, se autoprojetar. Solnit (2017) ao discorrer sobre a vida de Virgínia Woolf resume com maestria o que o feminismo tem perseguido para além do que está na superfície do discurso do movimento: ela diz que Woolf aspira para a mulher “o ideal de uma libertação que também deve ser interna, emocional e intelectual”. Todo este processo não seria também um encontro da mulher com os arquétipos da mulher sábia e da mulher selvagem?
O rompimento de cada silêncio, o encontro com cada um desses arquétipos, a influência do feminismo. Cada um destes elementos tem o poder de não só arrancar a mulher da inercia e da frustação existencial descrita por Frankl e leva-la a busca e realização do sentido, uma realização plena que tem um carácter dinâmico. 
Lukas (1986), diz que “toda psicoterapia deve ao menos pôr-se de acordo sobre uma certeza básica, isto é, de que paciente é capaz de mudança”. É este o ponto primordial deste texto, seja quando se trata sobre se dar voz a mulher, quando se discorre sobre o resgate de todo e qualquer arquétipo ou quando se disserta sobre o feminismo e a Logoterapia de Viktor Frankl. 
A vida humana só tem sentido se for dinâmica. Nos termos de Frankl, pode-se chamar isto de noodinâmica. O ser humano vive plenamente, quando se coloca entre a tensão do “ser” e o “dever ser”. É esta capacidade de mudar, de superar a si mesma que a mulher incorpora ao entrar em contato seja com o feminismo ou com a essência da mulher sábia e selvagem, seja com a logoterapia ou com a interseção de todos esses elementos, isto por sua vez, só acontece efetivamente se esta mulher estiver livre de tudo o que a silencia. 
É preciso lembrar, que o psicólogo, seja ele psicanalista, logoterapeuta ou de qualquer outra abordagem psicoterápica, tem para com a sociedade um compromisso ético e político. Portanto, seu fazer, é sempre um fazer político e social. Sendo o psicólogo um agente de mudanças sociais, é importante frisar seu dever para com a mulher que é silenciada, que é violentada, que é reprimida. É de responsabilidade do profissional em psicologia trabalhar e contribuir para que estes silêncios sejam apontados, quebrados e refletidos. Esquivar-se deste dever é contribuir para a perpetuação de tais silêncios. 
Ao dar ao silenciado a consciência de que ele tem direito à palavra, à voz, o psicoterapeuta se torna porta-voz da mudança e é nela que está contida a revolução que o psicólogo pode promover na sociedade. Como o próprio Paulo Freire disse uma vez “Na verdade se dizer a palavra é transformar o mundo”, deste modo, que o psicólogo se torne cada vez mais um distribuidor de palavras. 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O mundo está mudando, nossas concepções sobre gênero estão se transformando, a identidade da mulher está sendo reinventada, a sua subjetividade renovada e o psicólogo, o psicanalista, o logoterapeuta precisam estar preparados para suprir as necessidades dessa mulher que está perdida, que está em sofrimento psíquico, que anseia pelo seu encontro consigo mesma e com o mundo. 
A prática na logoterapia também deve entrar na noodinâmica que o próprio Frankl propõe. Ela precisa reinventar-se constantemente e para que isso aconteça efetivamente, é necessário que o logoterapeuta esteja aberto a novidade. Isto se aplica a toda e qualquer prática na dentro da psicologia. 
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, Branca Moreira; PINTANGUY, Jacquelane. O que é feminismo? São Paulo: Editora Brasiliense, 1981.
BRANDÃO, R. Carlos. O que é educação popular. São Paulo: Editora Brasiliense, 2006. ESTÉS, Clarissa Pinkola. Mulheres que correm com os lobos: mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1994. 
ESTÉS, Clarissa Pinkola. A ciranda das mulheres sábis: ser jovem enquanto velha, velha enquanto jovem. Rio de Janeiro: Rocco, 2007.
FRANK, Viktor, E. A presença ignorada de Deus. 10. Ed. São Leopoldo: Sinodal; Petrópolis; Vozes, 2007.
FRIEDAN, Betty. Mística Feminina. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1971.
FADIMAN, James; FRAGER, Robert. Teorias da Personalidade. São Paulo: HARBRA, 1986.
LUKAS, Elizabeth. Logoterapia: a força desafiadora do espírito. Métodos de logoterapia. São Paulo: LOYOLA, 1989.
SOLNIT, Rebecca. A mãe de todas as perguntas: reflexões sobre os novos feminismos. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. 
SOLNIT, Rebecca. Os homens explicam tudo para mim. São Paulo: Cultrix, 2017. 
ORTIZ, E. M. Manual de Psicoterapia con enfoque logoteapeutico. Bogotá: Manuel Moderno, 2013
PAREJA, H. Guilhermo. Viktor Frankl, comunicación y resistência. 1ª ed. Buenos Aires: San Pablo, 2007.

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