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1 
 
 
 
CONHECIMENTOS REGIONAIS DO ESTADO DO 
PIAUÍ 
 
O território do Piauí: características gerais e socioeconômicas, formação histórica e dinâmicas 
recentes. 
 
O Piauí localiza-se no noroeste da Região Nordeste, englobando a Sub-Região Meio-Norte do 
Brasil. Limita-se com cinco estados: Ceará e Pernambuco a leste, Bahia a sul e sudeste, Tocantins 
a sudoeste e Maranhão a oeste. Delimitado pelo Oceano Atlântico ao norte, o Piauí tem o 
menor litoral do Brasil, com 66 km. Sua área é de 251 577,738 km²,[nota 1] sendo pouco maior 
que o Reino Unido, e tem uma população de 3 264 531 habitantes. 
A capital e cidade mais populosa do estado é Teresina. Está dividido em 4 mesorregiões e 
15 microrregiões, divididos em 224 municípios. Os municípios com população superior a oitenta 
mil habitantes são Teresina, Parnaíba e Picos. Tem um relevo moderado e a regularidade da 
topografia é superior a 53% inferiores aos 300m. Parnaíba, Poti, Canindé, Piauí e São Nicolau são 
os rios mais importantes e todos eles pertencem à bacia do rio Parnaíba. Possui clima tropical e 
semiárido. 
As principais atividades econômicas do estado são a indústria (química, têxtil, de 
bebidas), a agricultura (algodão, arroz, cana-de-açúcar, mandioca) e a pecuária. 
No Piauí, há vestígios da presença do homem que datam de há até 50 000 anos. Estes estão 
presentes no Parque Nacional da Serra da Capivara, na Serra das Confusões e em Sete Cidades. O 
Parque Nacional da Serra da Capivara é, sem dúvida, o mais importante. Lá, foram encontradas a 
cerâmica mais velha da América, um bloco de tinta de 10 000 anos, fósseis humanos e animais, 
pinturas rupestres e outros artefatos antigos. Os achados estão no Museu do Homem Americano. 
 
A Serra da Capivara foi descoberta por caçadores nas proximidades da cidade-sede: São 
Raimundo Nonato, os quais, sem saber de que se tratavam as pinturas rupestres, chamaram o 
prefeito que, surpreso, tirou fotos. Seis anos depois, em uma conferência em São Paulo, o 
mesmo prefeito, por coincidência, encontrou Niède Guidon e mostrou as fotos à pesquisadora. 
Esta tanto se interessou, que a levou a se mudar para a Serra, onde ainda reside, fazendo 
pesquisas. 
O "homem de Pedra Furada" viveu há cerca de 40 mil atrás (paleoíndio) na região onde hoje é o 
Piauí, e lá caçava e acendia fogueiras. 
 
Antes da independência do Piauí de Portugal, a sua economia se baseava na criação de gado, no 
cultivo do algodão, que era considerado o melhor do Brasil, na cana-de-açúcar, no fumo, entre 
outros. A Capitania do Piauí foi criada em 1718, desmembrando-se da Capitania do Maranhão, 
sendo uma capitania do Estado do Maranhão. Em 28 de fevereiro de 1821 torna-se uma província, 
que viria a ser o atual estado de Piauí com a Proclamação da República em 1889. 
 
2 
 
Com a independência do Brasil em 7 de setembro de 1822, algumas províncias continuaram 
como colônias portuguesas, dentre elas, o Piauí. 
3 
 
O Piauí compunha a nação portuguesa junto com Maranhão, Pará, Mato Grosso e Goiás. Era 
uma espécie de Portugal em plena caatinga piauiense. Oeiras, a capital imperial do Piauí, estava 
cheia de portugueses que queriam a todo custo continuar com a política colonialista. 
 
D. Pedro I, no dia 7 de setembro de 1822, às margens do Riacho Ipiranga, arrancou os laços que 
uniam o Brasil a Portugal com o grito “Independência ou Morte”. No Piauí, a noticia chegou no 
dia 30 de setembro, permanecendo sob domínio português até 24 de janeiro de 1823, quando o 
Brigadeiro Manoel de Sousa Martins declarou o estado independente em Oeiras. 
 
Com medo de perder a província do Piauí, a coroa portuguesa mandou a Oeiras, que era a capital 
da província, o brigadeiro português graduado João José da Cunha Fidié, que comandava uma 
tropa militar, a fim de manter o Piauí como colônia portuguesa. Em 19 de outubro de 1822, a 
Câmara Provincial de Parnaíba declarou a independência de Parnaíba. Para conter os revoltosos, 
Fidié e sua tropa militar foram a Parnaíba, onde ficaram por quase dois meses e depois voltaram 
a Oeiras. 
 
Corroborando o boato de que Portugal queria ficar com o norte do Brasil, que na época 
compreendia o Piauí, o Maranhão e o Pará, os portugueses enviaram para o Piauí uma quantidade 
enorme de armas por volta de 1820, alem da vinda de Fidié a Oeiras como Governador das Armas. 
 
Quinze anos antes de vir para o Piauí, defender a última esperança portuguesa de ter uma 
colônia lusitana nas Américas, Fidié, militar de alta patente, já era herói em Portugal, por ter 
lutado contra os exércitos napoleônicos quando a França invadiu Portugal em 1807. Lutou 
bravamente na defesa de Portugal contra as forças francesas do general Jean-Andoche Junot. 
 
Na volta para a capital, ao passar pela cidade de Piracuruca, viram que estava deserta. Isso 
serviu de sinal para o que aconteceu mais adiante: em Campo Maior, nas proximidades do Riacho 
do Jenipapo, houve um confronto entre portugueses e piauienses, no qual os portugueses 
possuíam armas avançadas, munição e alimento garantido, enquanto os piauienses tinham 
apenas equipamentos rudimentares. 
 
Essa batalha foi chamada de Batalha do Jenipapo. Com o fim desta, os piauienses que 
sobreviveram roubaram toda a munição e alimento dos portugueses que, desesperados, foram 
para União e, de lá para Caxias, no Maranhão, onde foram presos por Manuel de Sousa Martins. 
Fidié ficou preso em Oeiras por três meses. De lá, foi mandado ao Rio de Janeiro e, depois, a 
Lisboa. 
 
Colonização do Piauí 
No começo do século XVII, fazendeiros da região do rio São Francisco procuravam expandir suas 
criações de gado. Vaqueiros, vindos principalmente da Bahia, chegaram procurando pastos e 
passaram a ocupar as terras ao lado do rio Gurgueia. Ainda no século XVII, muitos nobres 
portugueses empobrecidos e padres jesuítas, bem como escravos negros se estabeleceram no 
Piauí. A primeira pecuária em grande escala também chegou com esses colonos. Em 1718, o 
território, até então sob a jurisdição da Bahia, passou para a do Maranhão. O capitão português 
Domingos Afonso Mafrense, ou capitão Domingos Sertão, como era conhecido, foi um dos 
sesmeiros que ocuparam essas terras; possuía trinta fazendas de gado e foi o mais alto 
colonizador da região, doando suas fazendas — após sua morte — aos padres jesuítas da 
Companhia de Jesus. 
 
4 
 
A contribuição dos padres jesuítas foi decisiva, principalmente no desenvolvimento da pecuária, 
que, em meados do século XVIII, atingiu seu auge. A região Nordeste, o Maranhão e as 
províncias do sul eram abastecidas pelos rebanhos originários do Piauí até a expulsão dos jesuítas 
(período pombalino), 
5 
 
quando as fazendas foram incorporadas à Coroa portuguesa e entraram em declínio. Quanto à 
colonização, esta se deu do interior para o litoral. 
 
Após a independência do Brasil em 1822, algumas províncias continuaram sobre o poder de 
Portugal (entre essas, o Piauí). Portugal, com medo de perder essa província, mandou, de Oeiras 
à cidade de Parnaíba, tropas portuguesas; o grupo recebeu adesões, mas acabou derrotado em 
1823, por ocasião da Batalha do Jenipapo, onde piauienses lutaram contra os portugueses com 
armas brancas em Campo Maior. A tropa de Fidié, capitão da tropa portuguesa, saiu enfraquecida 
e este acabou por ser preso em Caxias, no Maranhão. Alguns anos depois, movimentos revoltosos, 
como a Confederação do Equador e a Balaiada, atingiram também o Piauí. 
 
Em 1852, a capital foi transferida de Oeiras para Teresina, tendo início um período de 
crescimento econômico. A partir da proclamação da república brasileira (1889), o estado 
apresentou tranquilidade no terreno político, mas grandes dificuldades na área econômico-social. 
 
Além da colonização portuguesa e da presença de outros grupos de origem europeia no Piauí, a 
cidade de Floriano recebeu, a partir de 1889 um influxo migratório da Síria que durou mais de cem 
anos, de modo que essa etnia se faz assaz presente naquela cidade. Destaca-se a migraçãode 
Sírios e Libaneses no século XX. 
 
A população branca, é quase exclusivamente composta de descendentes de portugueses, dada a 
pequena migração de outros europeus para a região. No início, a maioria dos colonos eram 
etnicamente portugueses, mas alguns dos primeiros colonos eram na verdade, cristãos-novos, 
judeus portugueses convertidos que tinham sido condenados a ser exilados do Reino de Portugal. 
Por determinação da Coroa portuguesa esses colonos oriundos de Portugal e dos Açores se 
estabeleceram no Piauí. 
 
Em 1880, em troca do município de Crateús, a então Província do Ceará cedeu ao Piauí a cidade de 
Luís Correa, possibilitando ao estado a tão almejada saída para o mar. 
 
A transferência da capital 
A ideia da transferência da capital do Piauí de Oeiras remonta aos períodos coloniais. Já no século 
XVIII, quando a capitania do Piauí adquiriu a sua independência do Maranhão, Fernando Antônio 
de Noronha, então governador da capitania do Piauí, propôs ao rei de Portugal a transferência da 
capital, alegando que Oeiras era uma terra seca e estéril, imprópria para a agricultura e de difícil 
comunicação com as outras partes da colônia. 
 
Durante anos, sempre foram citadas as povoações de Parnaíba, vila ao litoral de intenso 
comércio e a vila do Poti, às margens do rio Parnaíba, que convivia problemas com as cheias dos 
rios, mas que, por localizar-se no interior, poderia integrar o estado através da navegação pelo rio 
Parnaíba. 
 
No governo de José Idelfonso de Sousa Ramos, foi votada e sancionada a lei nº174, de 27 de agosto 
de 1844, que autorizava a mudança da capital, não para a vila de Parnaíba ou para a vila do Poti, 
localidades sempre lembradas, mas para a margem do rio Parnaíba na foz do rio Mulato, devendo 
a nova cidade receber o nome de Regeneração. 
 
Quando, em 23 de julho de 1850, José Antônio Saraiva, fundador de Teresina, fora nomeado 
6 
 
governador da Província do Piauí, o assunto da transferência da capital estava em plena 
efervescência. Logo após assumir, Saraiva recebeu uma delegação das vilas de Parnaíba, 
Piracuruca e Campo Maior 
7 
 
com um grande número de assinaturas reivindicando a mudança da capital para Parnaíba. Diante 
dessa situação, o novo governador procurou estudar o assunto com profundidade. Nas suas 
pesquisas, constatou que muitas eram as sugestões para se edificar uma nova capital às margens do 
rio Parnaíba. 
 
Em manobra audaciosa, Antônio Saraiva, em 1852, decidiu pela transferência para a vila do Poti 
com a condição de que uma nova sede fosse construída em local a salvo das enchentes que 
assolavam a vila. Graças ao empenho da população local, o projeto pôde se concretizar e, em 16 
de agosto de 1852, foi instituída a nova capital da Província do Piauí, com o nome de Teresina 
em homenagem à imperatriz Teresa Cristina de Bourbon. Rapidamente, todo o império foi 
informado da nova capital. 
 
Litígio de limites entre Ceará e Piauí 
O litígio de limites entre Ceará e Piauí compreende um território de aproximadamente 3.000 
km², localizado na Serra da Ibiapaba, nos limites entre os estados brasileiros do Ceará e do Piauí. 
As regiões reivindicadas passaram a ser popularmente conhecidas como Cerapió e Piocerá. 
 
O litígio tem origem no governo colonial de Manuel Inácio de Sampaio e Pina Freire, do Ceará, 
quando o engenheiro Silva Paulet apresentou um mapa da província que mostrava o limite oeste 
do litoral até a foz do rio Igaraçu. Dessa forma, a localidade de Amarração, atual cidade piauiense 
de Luís Correia faria parte do território do Ceará. Durante o século XIX a localidade teve 
assistência da cidade cearense vizinha, Granja, até que em 1874 os parlamentares estaduais 
decidiram elevar a localidade à categoria de vila. Tal atitude chamou a atenção dos políticos do 
Piauí que reivindicaram o território. A solução para o impasse ocorreu com o Decreto Geral nº 
3.012, de 22 de novembro de 1880, determinando que haveria uma troca, na qual o Piauí 
restabeleceria a totalidade de seu litoral e o Ceará incorporaria os municípios de Crateús e 
Independência. 
 
Desde essa época, portanto, que nos limites entre o Ceará e o Piauí persistem vários pontos com 
indefinições e ambas as unidades da federação continuam disputando o controle de tais locais. 
Segundo o deputado estadual Neto Nunes (PMDB-CE), a indefinição permanece porque «o Piauí 
quer uma parte de serra, fértil, bom clima, com pousadas, uma região turística do estado», 
enquanto o pedaço trocado pelo litoral seria de sertão. 
 
Após a Constituição de 1988, foi proposto que em 1991 seria resolvida a questão do litígio de 
limites entre os estados, mas só em 2008 foi apresentado um acordo sobre a questão, com o Piauí 
ficando com 
1.500 hectares e o Ceará com 1.000. Em outubro de 2011, no entanto, o diálogo entre os dois 
estados foi abalado pela decisão do governo do Piauí de entrar com uma ação civil ordinária no 
Supremo Tribunal Federal (STF), reivindicando uma área total de 2.821 quilômetros quadrados 
que hoje pertence ao Ceará. 
 
Se acatado o pedido do governo piauiense, o estado do Ceará perderia 66% do município de 
Poranga, 32% de Croatá, 21% de Guaraciaba do Norte, 18% de Carnaubal, 8% de Crateús, além de 
7% de Ipaporanga. 
 
O espaço piauiense: população, economia, urbanização. 
 
8 
 
O Piauí possui uma população de 3 264 531 habitantes segundo o IBGE sendo majoritariamente 
cristã. 
Segundo o IBGE, é o estado com a menor proporção de protestantes, e maior 
proporção de católicos do país. 
9 
 
Há uma grande diversidade de manifestações religiosas no Piauí, expressando a identidade 
multicultural do povo piauiense. Segundo levantamento realizado por aplicativo desenvolvido pela 
Prefeitura Municipal de Teresina, existem mais de 800 terreiros de matriz afro-brasileira na capital. 
 
Tendo em vista que são 800 mil habitantes no município, existe praticamente um terreiro para cada 
mil habitantes. Além das religiões cristãs e monoteístas, no Piauí também se encontram seguidores 
de espiritualidades politeístas, como o Piaganismo, considerado a primeira religião neopagã 
brasileira. 
1. Católicos Apostólicos Romanos - 85,1% 
2. Protestantes - 9,7% 
3.Não Religiosos - 
3,4% 4.Espíritas - 0,3% 
5.Outros - 1,4% 
Composição étnica 
 
Cor/Raça Porcentagem 
Pardos 69% 
Brancos 24% 
Pretos 7% 
Amarelos 2,3% 
Fonte: PNAD (dados obtidos por meio de pesquisa de autodeclaração). 
A economia do estado é baseada no setor de serviços (comércio), na indústria (química, têxtil, de 
bebidas), na agricultura (soja, algodão, arroz, cana-de-açúcar, mandioca) e na pecuária extensiva. 
 
Ainda merecem destaque a produção de mel, o caju e o setor terciário em Picos e produção de 
biodiesel através da mamona em Floriano. Sua pauta de exportação se baseou, em 2012, em Soja 
(64,55%), Ceras (20,82%), Algodão Cru (4,73%), Mel (2,00%) e Alcaloides Vegetais (1,82%). 
 
Urbanização 
De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais 2013, do Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE), o Piauí tem a segunda menor taxa de urbanização do país (67%), perdendo 
apenas para o Maranhão que registrou apenas 58,9% da população residente em áreas urbanas. 
No Brasil o índice ficou em 84,8%, sendo a região Nordeste quem apresentou menor taxa 
(73,4%). 
 
Já no outro extremo, Rio de Janeiro (97,3%) e São Paulo (96,4%) concentraram quase a totalidade 
de sua população em áreas urbanas. Ainda sobre a população, no Piauí a maior proporção de 
pessoas (52,1%) encontra-se entre crianças, adolescentes e jovens de 0 a 29 anos de idade, sendo 
que 15,6% estão na faixa etária dos 6 a 14 anos, seguida dos jovens entre 18 e 24, que ocupam 
12% dos piauienses. 
 
Outro dado preocupante refere-se a taxa de mortalidade infantil, que no Brasil atinge o 
percentual de 15,7%. Das regiões, o Nordeste aparece em primeiro lugar com número de casos, 
20,5% dos registros, no qual o Piauí é o quarto do país com maior taxa, 21,8%. O estado fica atrás 
somente do Maranhão(26,1%), Amapá (24,1%), Alagoas (25,9%). 
 
10 
 
A principal fonte de informação para a construção dos indicadores foi a Pesquisa Nacional por 
Amostra de Domicílios (PNAD) 2012. A análise de indicadores sociais levaram em consideração os 
aspectos populacionais de uma sociedade, incluindo a análise das componentes demográficas, 
tamanho da 
11 
 
população, alterações no tempo, sua distribuição espacial e a composição segundo 
diferentes características, são essenciais em uma análise de indicadores sociais. 
 
O espaço agrário piauiense 
O espaço agrário do estado do Piauí, mais especificamente o sudoeste desse estado, tem passado 
por constantes transformações espaciais decorrentes da territorialização do capital à luz do 
agronegócio da commodity soja, conformando e consolidando regiões. Tal situação é resultante de 
um conjunto de ações de gestores públicos, agroindústrias, produtores e empresas que prestam 
serviços à cadeia produtiva do agronegócio para garantir a materialidade da produção, circulação e 
venda da commodity soja. 
 
A ocupação dos cerrados piauienses pela atividade do agronegócio iniciou-se nas últimas décadas, 
mais precisamente a partir da década de 1970. Seu ponto de partida foi a criação de incentivos com 
base em linhas de crédito do programa Polo Nordeste voltado para médios e grandes pro-
prietários para que estes melhorassem a capacidade produtiva das fazen-das, aumentando a 
produção, viabilizando as exportações e garantindo a demanda nacional por alimentos. 
 
Posteriormente, várias empresas e produtores buscaram adquirir terras no estado do Piauí, 
movidos pelo seu baixo preço e pela atratividade dos financiamentos do governo federal com 
recursos da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), como, por exemplo, o 
Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor), e do Fundo de Investimentos Seto-riais (Fiset). 
 
O principal objetivo desses programas e financiamentos que chegaram ao Piauí foi o 
melhoramento da capacidade produtiva das fazendas tradicionais de gado e a formação de 
áreas de extrativismo, bem como a realização de projetos de reflorestamento, como, por 
exemplo, a plantação de mudas de caju. 
 
Historicamente, a pecuária foi a primeira atividade econômica desenvolvida no estado, fazendo 
parte de sua tradição histórica. O folclore e os costumes regionais derivam em grande parte da 
atividade pastoril. Entre os rebanhos, destacam-se os caprinos, bovinos, suínos,ovinos e asininos. A 
caprinocultura, por sua capacidade de adaptação a condições climáticas inóspitas, tem sido 
incentivada pelo Governo, proporcionando meio de vida a significantes parcelas da população 
carente, principalmente nas regiões de Campo Maior e Alto Piauí. No Sul do estado algumas 
fazendas estão investindo bastante na qualidade genética do rebanho. Podemos citar a cidade de 
Corrente no sul do estado que possui fazendas com um rebanho de alta qualidade genética, e em 
São Raimundo Nonato onde a família Paes Ribeiro tem a maior criação de gado. 
 
A agricultura no Piauí desenvolveu-se paralelamente à pecuária, como atividade quase que 
exclusivamente de subsistência. Posteriormente, adquiriu maior caráter comercial, embora de 
forma lenta e insuficiente para abastecer o crescente mercado interno do Estado. Em 2018 o 
estado era o 3º maior produtor de grãos do Nordeste. 
 
Entre as culturas tradicionais temporárias sobressaem-se a soja (2,4 milhões de toneladas em 
2018, 3º maior produtor do Nordeste), o milho (1,5 milhão de toneladas em 2018, 2º maior 
produtor do Nordeste), a cana-de-açúcar (839 mil toneladas em 2018), a mandioca (365 mil 
toneladas em 2019) , o arroz (109 mil toneladas em 2019), o feijão (93 mil toneladas em 2019), o 
algodão herbáceo (24 mil toneladas em 2019) e o sorgo (23 mil toneladas em 2019). Entre as 
culturas permanentes, destacam-se a manga, a laranja, castanha-de-caju (2º maior produtor no 
12 
 
Brasil, com 24.855 toneladas em 2018) e o algodão. A agricultura é forte em Altos (manga) e União 
(cana-de-açúcar). 
13 
 
 
Estudos de laboratório sobre a carnaúba demonstraram ser possível a elevado do nível 
tecnológico de seu aproveitamento, sendo a celulose o derivado de maior potencial para viabilizar 
a exploração dessa imensa riqueza natural do Estado. A castanha de caju deixou de ser um 
produto extrativo para se constituir numa cultura desenvolvida em grande escala. 
 
O Piauí tem intensificado investimentos em sua agricultura que está se mecanizando. No sul do 
estado cidades como Uruçuí, Bom Jesus e Ribeiro Gonçalves produzem soja, sorgo, milho e algodão 
para exportação. O estado é o terceiro maior produtor de grãos do nordeste, devido aos seus 
cerrados. 
 
Aspectos naturais do Piauí: relevo, clima, vegetação e hidrografia. 
O relevo piauiense abrange planícies litorâneas e aluvionares, nas faixas das margens do rio 
Parnaíba e de seus afluentes, que permeiam a parte central e norte do estado. Ao longo das 
fronteiras com o Ceará, Pernambuco e Bahia, nas chapadas de Ibiapaba e do Araripe, a leste e 
da Tabatinga e das Mangabeiras, ao sul, encontram-se as maiores altitudes da região, situadas 
em torno de novecentos metros de altitude. Entre essas zonas elevadas e o curso dos rios que 
permeiam o estado, como, por exemplo, o Gurgueia, o Fidalgo, o Uruçuí Preto e o Parnaíba, 
encontram-se formações tabulares, contornadas por escarpas íngremes, resultantes da áreas 
erosivas das águas. 
 
Clima 
Duas tipologias climáticas ocorrem no estado: 
A primeira, classificada por Köppen como tropical de savana (Aw); domina a maior parte do 
território variando entre 25 e 27 °C. As chuvas na área de ocorrência deste clima também são 
variáveis. Ao sul, indicam cerca de 700mm anuais, mais ao norte a pluviosidade aumenta, 
atingindo índices próximos a 1.200mm/ano. 
 
O segundo tipo de clima predomina na porção sudeste do estado, sendo classificado como 
semiárido quente (BSh). As chuvas ocorrem durante o verão, distribuindo-se irregularmente, 
alcançando índices de 600mm/ano; pela baixa pluviosidade, a estação seca é prolongada (oito 
meses mais ou menos) sendo mais drástica no centro da Serra da Ibiapaba. As temperaturas giram 
na casa dos 24 a 40 °C, tendo seus invernos secos. 
 
Vegetação 
Predominam quatro classes de vegetação: caatinga, cerrado, floresta estacional semidecidual e a 
mata 
de cocais. 
 
Caatinga: tem sua ocorrência em ambientes de clima tropical semiárido. Os vegetais da caatinga 
apresentam adaptações a esse ambiente. Têm folhas grossas e pequenas, muitas delas com forma 
de espinhos, que perdem pouca água pela transpiração. Registrada principalmente no sul e 
sudeste do estado; é composta por cactáceas, bromélias, arbustos e árvores de pequeno até 
grande porte em áreas brejosas. 
 
Cerrado: estende-se nas porções sudoeste e norte do estado; apresenta arbustos, árvores e 
14 
 
galhos retorcidas, folhas grandes, casca grossa, raízes profundas e algumas gramíneas, cactos, 
bromélias e ervas cobrindo o solo. Encontra-se no sul, sudoeste e da região central ao leste. 
15 
 
 
Floresta estacional semidecidual: ocorre da foz do rio Canindé no médio Parnaíba até o baixo 
Parnaíba, além de outra extensão no vale do rio Gurgueia, é mista com a floresta de palmáceas 
principalmente acompanhado o rio Parnaíba; espécies ocorrentes carnaúba, babaçu, buriti, 
macaúba, tucum, pati e outras. Essas palmeiras podem ser encontradas no cerrado. Quanto aos 
vegetais lenhosos a variedade é impressionante desde pequenas ervas e arbustos de alguns 
centímetros á árvores de grande porte com mais de 20 a 30 metros, no período seco algumas 
plantas perdem as folhas e outras se mantém verdes o ano todo; espécies ocorrentes angico 
branco, jatobá, cedro, ipê-roxo, pau-d'arco-amarelo, ipê- amarelo, tamboril, gonçalo alves, 
violeta, sapucaia, sapucarana, louro-pardo, aroeira, cajazeira, guaianã, oiti, caneleiro, burra-
leiteira, chichá, açoita cavalos, moreira, azeitona, jenipapo, algodão bravo, podoí, pau derato, 
juazeiro, tuturubá, mutambá, goiaba, quabiraba entre outras. 
 
Mata de cocais: vegetação predominante entre a Amazônia e a caatinga, onde predominam as 
palmeiras ora mescladas pela floresta estacional semidecidual ora em agrupamentos quase puros, 
ocorrem preferencialmente em baixadas onde o lençol freático e mais raso , mantêm-se sempre 
verdes todo o ano e produzem muitos frutos tanto para o extrativismo das populações locais como 
para fauna silvestre. predomina nos estados do Maranhão, Piauí, ceará e norte do Tocantins. No 
Piauí, predominam as palmeiras babaçu, carnaúba, buriti, tucum, macaúba, patizeiro além de 
muitas outras. 
 
Hidrografia 
Enquanto quase todos os estados do Nordeste oriental contam com apenas um rio perene, o rio 
São Francisco, com aproximadamente 1 800 quilômetros dentro de seus territórios, o Piauí conta 
com o rio Parnaíba e com alguns de seus afluentes, entre eles o Uruçuí Preto e o Gurgueia, que, 
somando-se seus cursos permanentes, ultrapassam 2 600 km de extensão. O estado conta ainda 
com lagoas de notável expressão, tais como a de Parnaguá, Buriti e Cajueiro, que vêm sendo 
aproveitadas em projetos de irrigação e abastecimento de água na região. 
 
A perenidade dos rios piauienses, entretanto, encontra-se ameaçada. Os rios sofrem intenso 
processo de assoreamento, sempre crescente, em decorrência do desmatamento acentuado que 
ocorre no estado, principalmente nas nascentes e nas margens dos rios. O estado encontra-se 
com 82,5% de seu território dentro do polígono das secas, segundo dados da Organização das 
Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). 
 
Exploração e usos dos recursos naturais no Piauí 
Um estudo sistêmico realizado no estado confirmou a existência de gás natural em 34 
municípios: Alvorada do Gurgueia, Amarante, Antônio Almeida, Arraial, Baixa Grande do Ribeiro, 
Bertolínia, Cajazeiras do Piauí, Canavieira, Canto do Buriti, Colônia do Gurgueia, Currais, Eliseu 
Martins, Flores do Piauí, Floriano, Francisco Ayres, Guadalupe, Itaueira, Jerumenha, Landri Sales, 
Manuel Emídio, Marcos Parente, Nazaré do Piauí, Oeiras, Pajeú do Piauí, Palmeira do Piauí, 
Pavussu, Porto Alegre do Piauí, Regeneração, Ribeiro Gonçalves, Rio Grande do Piauí, São 
Francisco do Piauí, São José do Peixe, Sebastião Leal e Uruçuí. 
 
Há previsão da construção de um porto seco em Teresina e, também, da construção de oito 
novas usinas hidrelétricas no Piauí, para tornar possível a navegação do Rio Parnaíba e gerar 
mais energia elétrica. Ocorre principalmente nos vales úmidos, onde predominam as matas de 
babaçu e carnaúba. 
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O Piauí tem uma matriz energética diversificada, composta pela Usina Hidrelétrica de Boa 
Esperança, localizada no rio Parnaíba, o Parque Solar Nova Olinda, além da geração eólica em usinas 
como Delta 1 
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e 2, Padra do Sal, Araripe I, Araripe II, Araripe III e Chapada do Piauí. Em 2018, o estado foi o 3º 
maior produtor de energia eólica no Brasil, sendo essa a principal fonte energética do estado, 
com 1.443,10 MW de capacidade instalada. 
 
No setor de mineração, a Vale S.A. está em operação no município de Capitão Gervásio Oliveira, 
onde foi encontrada a segunda maior reserva de níquel do maior reserva de níquel do de pesquisa 
para verificar a viabilidade de exploração de petróleo e gás natural ao longo do Rio Parnaíba, 
provavelmente, em Floriano. 
 
No tocante à industrialização, ressalta-se a multinacional Bunge, instalada em Uruçuí para 
exploração da soja e da empresa de cimento Nassau, em Fronteiras, onde se obtém matéria-
prima para sua produção. 
 
Diversos estudos geológicos demonstram a existência de potencial bastante promissor de 
exploração mineral. Entre as ocorrências de maior interesse econômico, encontram-se o 
Mármore, o amianto, as gemas, a ardósia, o níquel, o talco e a vermiculita. 
 
Vale ressaltar que o Piauí á dotado de grandes reservas de águas subterrâneas artesianas e possui 
a segunda maior jazida de níquel do Brasil, localizada no município de São João do Piauí. Ainda em 
2009 foi anunciada a descoberta de uma grande jazida de ferro no município de Paulistana, sendo 
esta a segunda maior jazida de ferro do mundo. Ferro este que a companhia siderúrgica brasileira 
tem muito interesse. 
 
Questão ambiental no Piauí: problemas ambientais, degradação e conservação. 
As atividades desenvolvidas pelo homem nos diversos ecossistemas piauienses (cerrado, 
caatinga, transição com a floresta amazônica e manguezais na pequena costa de 66 Km) aparecem 
como fatores determinantes de transformação e problemas sócio-ambientais, tais como: 
processo de desertificação no sul do Estado; ocupação do cerrado por grandes latifúndios; tráfico 
de animais silvestres; assoreamento e poluição dos rios; desmatamentos; queimadas 
indiscriminadas; destruição dos mangues; lixo; processo de favelização em Teresina etc. 
 
O Núcleo de Educação Ambiental do IBAMA no Piauí desenvolve trabalhos educativos em 
diversos municípios do Estado. 
 
Os projetos desenvolvidos buscam equacionar esses problemas, suscitando reflexões acerca da 
condução de políticas públicas e do comportamento individual e coletivo dos envolvidos. 
 
O NEA tem como objetivo propor discussões acerca desses problemas ambientais, de forma mais 
ampla possível, assegurando a participação democrática. Os projetos em desenvolvimento vão 
desde a realização de seminários, que visam promover o diálogo e a troca de informações entre 
O.G’s e ONG’s, lideranças populares, dirigentes, profissionais de comunicação e pesquisadores, 
passando pelo apoio à projetos desenvolvidos por outras instituições, até àqueles que se 
caracterizam como educação no processo de gestão ambiental, a exemplo do projeto de Gestão 
Participativa de Conservação dos Recursos Naturais do Delta do Rio Parnaíba, que tem como 
objetivo geral desenvolver ações de Educação Ambiental, visando melhorar as condições de vida 
da população residente no Delta, sobretudo dos catadores de caranguejo. 
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Outro projeto com grande demanda é o de Capacitação de Professores em Educação Ambiental, 
dirigido aos docentes oriundos da rede oficial de ensino. Ações em conjunto com a DITEC e DICOF 
também são comuns, privilegiando-se áreas de entorno das Unidades de Conservação. 
 
Campanhas Educativas desenvolvidas com recursos financeiros de empresas privadas têm surtido 
efeito, 
despertando atenção da mídia e atingindo grande número de pessoas.

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