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Flávio José Souza Silva Leandro Rocha da Silva Manuela Soares Silveira Marcone Costa Cerqueira FUNDAMENTOS DO SERVIÇO SOCIAL: ASPECTOS HISTÓRICOS DA PROFISSÃO © Universidade Positivo 2019 Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido Curitiba-PR – CEP 81280-330 *Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Imagens de ícones/capa: © Thinkstock / © Shutterstock. Presidente da Divisão de Ensino Reitor Pró-Reitor Coordenação Geral de EAD Coordenação de Metodologia e Tecnologia Autoria Parecer Técnico Supervisão Editorial Projeto Gráfico e Capa Prof. Paulo Arns da Cunha Prof. José Pio Martins Prof. Carlos Longo Prof. Everton Renaud Profa. Roberta Galon Silva Prof. Flávio José Souza Silva Prof. Leandro Rocha da Silva Profa. Manuela Soares Silveira Prof. Marcone Costa Cerqueira Profa. Solange Fernandes Felipe Guedes Antunes Regiane Rosa Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca da Universidade Positivo – Curitiba – PR DTCOM – DIRECT TO COMPANY S/A Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão. Sumário CAPÍTULO 1 - A SOCIEDADE CAPITALISTA E AS BASES QUE FUNDAMENTAM AS ORIGENS DO SERVIÇO SOCIAL 11 Objetivos do capítulo 18 Tópicos de estudo 18 Contextualizando o cenário 19 1.1 A revolução industrial e a construção das bases para a sociedade capitalista 19 1.1.1 As revoluções burguesas e industrial e a construção de uma sociedade moderna 20 1.1.2 Origens do capitalismo 22 1.1.3 O liberalismo como fundamento econômico-filosófico 22 1.1.4 Fases do capitalismo 23 1.2 O capitalismo como relação social 24 1.2.1 A produção de mercadoria 24 1.2.2 O processo de trabalho 25 1.2.3 As relações mistificadas em capital e trabalho 26 1.2.4 Reprodução do capital por processos ideológicos e de alienação 26 1.3 O modo de produção capitalista: a exploração do trabalho 27 1.3.1 A produção da mais-valia 28 1.3.2 Trabalho concreto e abstrato 28 1.3.3 Trabalho produtivo e improdutivo 29 1.3.4 Exploração do trabalho 30 1.4 O Serviço Social no processo de reprodução das relações sociais 30 1.4.1 Relações sociais: bases conceituais 31 1.4.2 Relações sociais e Serviço Social 32 1.4.3 A produção capitalista e a reprodução das relações sociais 33 Proposta de atividade 33 Recapitulando 33 Referências 34 CAPÍTULO 2 – QUESTÃO SOCIAL: O QUE É AFINAL? 35 Objetivos do capítulo 36 Tópicos de estudo 36 Contextualizando o cenário 36 2.1 A origem da Questão Social 37 2.1.1 Primeiros debates conceituais sobre a questão social 37 2.1.2 A questão social como resultado de relações contraditórias 40 2.1.3 A questão social como expressão da contradição entre capital e trabalho 43 2.1.4 Identificação da contradição e construção das primeiras reflexões 44 2.2 Questão Social X pauperismo 46 2.2.1 Desígnio divino 46 2.2.2 Pobreza extrema 47 2.2.3 Problemas sociais 48 2.3 Questão social – polêmicas em torno de seus conceitos 49 2.3.1 Questão social ou questões sociais? 50 2.3.2 Existiria uma nova questão social? 50 2.3.3 Os autores franceses e as polêmicas 51 2.4 Questão social: principais pensadores 53 2.4.1 Questão social segundo Cerqueira filho 53 2.4.2 Questão Social segundo Jose Paulo Netto 53 2.4.3 Questão social segundo Marilda Iamamotto 54 Proposta de atividade 54 Recapitulando 54 Referências 55 CAPÍTULO 3 – A ORIGEM E O SERVIÇO SOCIAL NO MUNDO 56 Objetivos do capítulo 57 Tópicos de estudo 57 Contextualizando o cenário 57 3.1 Bases teóricas e metodológicas 58 3.1.1 As primeiras escolas de Serviço Social 58 3.1.2 Caridade e assistencialismo vinculados à igreja 59 3.1.3 A origem do Serviço Social como profissão 61 3.2 Tomismo e Serviço Social Europeu 62 3.2.1 São Thomas de Aquino e a busca do bem-estar comum 62 3.2.2 O Serviço Social e a influência da filosofia Tomista 63 3.2.3 A doutrina social da igreja e a formação profissional 64 3.3 Os precursores do Serviço Social 65 3.3.1 Juan Luiz Vivés (Espanha) 65 3.3.2 Vicente de Paula (França) 65 3.3.3 Canon Barnett (Inglaterra) 66 3.3.4 Jane Adams (Inglaterra) 66 3.4 A influência norte-americana 67 3.4.1 Mary Richmond 68 3.4.2 Mary Parker Follet 69 3.4.3 Caridade organizada (COS) 70 3.4.4 O método case social work 70 Proposta de atividade 72 Recapitulando 72 Referências 73 CAPÍTULO 4 – O SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL 74 Objetivos do capítulo 75 Tópicos de estudo 75 Contextualizando o cenário 75 4.1 O contexto brasileiro e a configuração da Questão Sociala 76 4.1.1 O Pós-Primeira Guerra Mundial e o contexto brasileiro 77 4.1.2 A crise econômica de 1929 – a quebra da bolsa de valores 79 4.1.3 A economia cafeeira do Brasil e a quebra da bolsa de Nova York 80 4.1.4 Questão social como uma questão moral ou de polícia 81 4.2 A reação católica e o Estado Brasileiro 82 4.2.1 A primeira fase da reação católica no Brasil 83 4.2.2 O Estado Novo e a implantação do corporativismo 83 4.2.3 Relações entre Estado Brasileiro e Igreja Católica 85 4.2.4 A questão social e a Rerum Novarum 86 4.3 As protoformas do Serviço Social 87 4.3.1 Instituições sociais e suas histórias com as bases do Serviço Social 88 4.3.2 Associação das Senhoras Brasileiras e Liga das Senhoras Católicas (1920 -1923) 89 4.3.3 Centro de Estudos e Ação Social de São Paulo (CEAS) 90 4.4 A natureza do Serviço Social 90 4.4.1 A perspectiva endogenista 91 4.4.2 Perspectiva histórico-crítica 91 4.4.3 Em busca da “especificidade” prometida 92 4.4.4 Fatores determinantes da imagem social da profissão 92 Proposta de atividade 93 Recapitulando 93 Referências 93 CAPÍTULO 5 - A CONSOLIDAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL E O ENFRENTAMENTO DA QUESTÃO SOCIAL 94 Objetivos do capítulo 95 Tópicos de estudo 95 Contextualizando o cenário 95 5.1 Primeiras Escolas de Serviço Social no Brasil 96 5.1.1 Características das primeiras escolas de Serviço Social 96 5.1.2 Perfil dos primeiros profissionais 98 5.1.3 Primeiros locais de trabalho do assistente social 100 5.2 O trato da questão social no Brasil em 1930 101 5.2.1 Binômio: repressão e assistência 102 5.2.2 A moralidade como base para manutenção da ordem social 103 5.2.3 Manifestações e greves de trabalhadores 104 5.2.4 Estado Brasileiro e controle sobre a questão social 106 5.3 O Serviço Social na década de 1940 106 5.3.1 Congressos de Serviço Social e sua influência no perfil profissional 107 5.3.2 Congressos pan-americanos – Chile e Brasil 108 5.3.3 A inserção dos profissionais nas primeiras instituições 108 5.3.4 Fim da Segunda Guerra Mundial 109 5.4 1950: período democrático-popular 110 5.4.1 A chegada do Desenvolvimento de comunidade no Brasil 110 5.4.2 A ideologia do Desenvolvimento de comunidade 110 5.4.3 Propostas e equipes de Desenvolvimento de comunidade no campo e na cidade 111 Proposta de atividade 111 Recapitulando 112 Referências 112 CAPÍTULO 6 - O PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL 114 Objetivos do capítulo 115 Tópicos de estudo 115 Contextualizando o cenário 115 6.1 O Estado Novo e o desenvolvimento das grandes Instituições 116 6.1.1 Legião Brasileira de Assistência (LBA) 117 6.1.2 Proteção do Estado: desvalidos, maternidade e infância 117 6.1.3 Ministério do Trabalho e o direito a carteira assinada 119 6.2 Instituições de apoio ao atendimento da população 119 6.2.1 Obra assistencial – Leão XIII 120 6.2.2 SENAI e SESI como espaços profissionais 121 6.2.3 As Santas Casas de Misericórdia e o atendimento aos desvalidos 123 6.3 A previdência social e o Serviço Social 124 6.3.1 Lei Eloy Chaves 125 6.3.2 Caixas de aposentadorias e pensões 125 6.3.3O Assistente Social como esclarecedor do Seguro Social 126 6.4 Década de 1950 e início dos anos 1960: contexto histórico, político e econômico 127 6.4.1 Processo de crescimento econômico 128 6.4.2 Controle da inflação e o presidente Getúlio Vargas 128 6.4.3 O desenvolvimentismo de Juscelino Kubitschek 129 6.4.4 Jânio Quadros e João Goulart 130 Proposta de atividade 130 Recapitulando 131 Referências 131 CAPÍTULO 7 - O SERVIÇO SOCIAL: ATUAÇÃO E A CONSTRUÇÃO DO OBJETO PROFISSIONAL 132 Objetivos do capítulo 133 Tópicos de estudo 133 Contextualizando o cenário 133 7.1 A teoria estadunidense e a prática do assistente social brasileiro 134 7.1.1 O Serviço Social de caso 134 7.1.2 O Serviço Social de grupo 136 7.1.3 O Serviço Social de comunidade 136 7.2 A metodologia americana nas obras de profissionais brasileiros e latino-americanos 138 7.2.1 Balbina Ottoni Vieira 138 7.2.2 Tecla Machado Soeiro 139 7.2.3 Suely Gomes Costa 139 7.3 A perspectiva teórico-prática de Serviço Social para integração social 140 7.3.1 A carência como objeto profissional 140 7.3.2 A disfunção social como objeto 142 7.3.3 Indivíduo e sociedade como foco de problemas sociais 143 7.4 A construção do objeto: o debate teórico por diferentes autores 144 7.4.1 José Lucena Dantas 144 7.4.2 Helena Iraci Junqueira 145 7.4.3 Natálio Kisnerman 146 Proposta de atividade 147 Recapitulando 147 Referências 148 CAPÍTULO 8 – AS TEORIAS DE ADAPTAÇÃO E AJUSTAMENTO DO SERVIÇO SOCIAL 149 Objetivos do capítulo 150 Tópicos de estudo 150 Contextualizando o cenário 150 8.1 Positivismo 151 8.1.1 Serviço Social e positivismo 151 8.1.2 A sociedade sob a perspectiva positivista 152 8.1.3 A concepção de homem segundo Augusto Comte 153 8.1.4 A lei dos Três Estados 154 8.2 Funcionalismo 156 8.2.1 A sociologia de Durkheim 156 8.2.2 O fato social 157 8.2.3 Anomia 158 8.2.4 Serviço Social e funcionalismo 160 8.3 O estrutural funcionalismo 160 8.3.1 Principais características 160 8.3.2 Talcott Parsons: o principal representante 161 8.3.3 Sistemas e subsistemas 162 8.4 Preocupação profissional com critérios técnicos e científicos 163 8.4.1 Teorias próprias com foco na eficácia da ação 163 8.4.2 Assistente social a serviço das instituições 163 8.4.3 Orientação funcionalista 165 Proposta de atividade 165 Recapitulando 165 Referências 166 FUNDAMENTOS DO SERVIÇO SOCIAL: ASPECTOS HISTÓRICOS DA PROFISSÃO CAPÍTULO 1 - A SOCIEDADE CAPITALISTA E AS BASES QUE FUNDAMENTAM AS ORIGENS DO SERVIÇO SOCIAL Flávio José Souza Silva 11 Compreenda seu livro: Metodologia Caro aluno, A metodologia da Universidade Positivo apresenta materiais e tecnologias apropriadas que permitem o desenvolvimento e a interação entre alunos, docentes e recursos didáticos e tem por objetivo a comunicação bidirecional entre os atores educacionais. O seu livro, que faz parte dessa metodologia, está inserido em um percurso de aprendizagem que busca direcionar a construção de seu conhecimento por meio da leitura, da contextualização teórica-prática e das atividades individuais e colaborativas; e fundamentado nos seguintes propósitos: • valorizar suas experiências; • incentivar a construção e a reconstrução do conhecimento; • estimular a pesquisa; • oportunizar a reflexão teórica e aplicação consciente dos temas abordados. Compreenda seu livro: Percurso Com base nessa metodologia, o livro apresenta os itens descritos abaixo. Navegue no recurso para conhecê-los. 1. Objetivos do capítulo Indicam o que se espera que você aprenda ao final do estudo do capítulo, baseados nas necessidades de aprendizagem do seu curso. 2. Tópicos que serão estudados Descrição dos conteúdos que serão estudados no capítulo. 3. Contextualizando o cenário Contextualização do tema que será estudado no capítulo, como um cenário que o oriente a respeito do assunto, relacionando teoria e prática. 4. Pergunta norteadora Ao final do Contextualizando o cenário, consta uma pergunta que estimulará sua reflexão sobre o cenário apresentado, com foco no desenvolvimento da sua capacidade de análise crítica. 5. Pausa para refletir São perguntas que o instigam a refletir sobre algum ponto estudado no capítulo. 6. Boxes São caixas em destaque que podem apresentar uma citação, indicações de leitura, de filme, apresentação de um contexto, dicas, curiosidades etc. 7. Proposta de atividade Sugestão de atividade para que você desenvolva sua autonomia e sistematize o que aprendeu no capítulo. 8. Recapitulando É o fechamento do capítulo. Visa sintetizar o que foi abordado, retomando os objetivos do capítulo, a pergunta norteadora e fornecendo um direcionamento sobre os questionamentos feitos no decorrer do conteúdo. • • • • 12 9. Referências bibliográficas São todas as fontes utilizadas no capítulo, incluindo as fontes mencionadas nos boxes, adequadas ao Projeto Pedagógico do curso. Boxes Navegue no recurso abaixo para conhecer os boxes de conteúdo utilizados. Afirmação Citações e afirmativas pronunciadas por teóricos de relevância na área de estudo. Assista Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações complementares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado. Biografia Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa relevante para o estudo do conteúdo abordado. Contexto Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato; demonstram a situação histórica, social e cultural do assunto. Curiosidade Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto tratado. 13 Dica Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado. Esclarecimento Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da área de conhecimento trabalhada. Exemplo Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto abordando a relação teoria-prática. Apresentação da disciplina Bem-vindo(a) à nossa disciplina de Fundamentos do Serviço Social: aspectos históricos da profissão. O Serviço Social é uma profissão inserida na divisão sócio e técnica do trabalho, que surge em um momento específico da sociabilidade capitalista, na era do monopólios, no momento em que o Capital e o Estado devem dá respostas para o agravamento das expressões da “questão social”, apreendidas através da entrada do proletariado na arena política, denunciando as arbitrariedades das relações de produção capitalista, agravadas na ordem monopólica. Partir do momento histórico em que a profissão surge, nos coloca uma apreensão sobre a profissão como um produto histórico, inserida e dando primazia ao movimento da história. Neste sentido, o texto que segue, a preocupação não está em analisar “a história do Serviço Social”, mas sim, a inserção do Serviço Social no movimento da história. Para tanto, devemos nos preocupar em apreender os Fundamentos Históricos-Teóricos-Metodológicos, sendo esses responsáveis por permitirem que a profissão modifique a autoimagem do Serviço Social, como sinalizamos, marcada em seu surgimento por caráter pragmático, conservador e reacionário, mas que pelo movimento próprio da história, como dos sujeitos que constroem a categoria profissional, podem reorientar a profissão para um perfil crítico e vinculado às demandas da classe trabalhadora, abandonando, assim, as bases conservadoras do seu surgimento. Neste primeiro, portanto, iremos analisar as bases do surgimento da profissão, particularizado a sociabilidade capitalista tentando, assim, desvendar aspectos políticos, teóricos e econômicos. A autoria Flávio José Souza Silva O professor Flávio José Souza Silva é Assistente Social graduado pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), no ano de 2015. Ministra aulas na graduação e na pós-graduação em Serviço Social, nas disciplinas vinculadas ao debate dos Fundamentos Teórico-Histórico-Metodológico, desde 2017. Currículo Lattes: < >.lattes.cnpq.br/4767941845483534 14 http://lattes.cnpq.br/4767941845483534 À literaturade Clarice Lispector, à poesia erótica de Hilda Hilst, às canções de Chico Buarque de Holanda e Caetano Veloso e às interpretações de Elis Regina e Maria Bethânia. Leandro Rocha da Silva O professor Leandro Rocha da Silva possui mestrado em História das Ciências e da Saúde pela Fiocruz (2016). E é especialista em Gestão de emergências do SUS pelo Instituto Sírio-Libanês (2014) e em Psicologia Jurídica pela UCAM (2006). Graduado em Serviço Social pela UFRJ (2004), atua como Assistente Social na área da saúde. Currículo Lattes: < >.lattes.cnpq.br/1344358632474170 15 http://lattes.cnpq.br/1344358632474170 Este capítulo é dedicado àqueles que me fazem lutar por um mundo melhor e àqueles que, assim como eu, não desanimam quando a luta se torna mais acirrada. Dedico especialmente ao Nicolas, a melhor parte de mim! Manuela Soares Silveira A Professora Manuela Soares Silveira é mestre em sociologia pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (PPGCS/UFU). Graduada em Serviço Social pela Faculdade de Ciências Integradas do Pontal da Universidade Federal de Uberlândia (FACIP/UFU). Atua como Assistente Social da Secretaria de Políticas Públicas para Crianças, Adolescentes e Juventude do Distrito Federal. Currículo Lattes: < >.lattes.cnpq.br/0131274289867350 16 http://lattes.cnpq.br/0131274289867350 Aos estudantes de Serviço Social e futuros profissionais assistentes sociais, dedico esse trabalho. Que o conhecimento e a aproximação da realidade social os instiguem a buscar cada vez mais a transformação e construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Marcone Costa Cerqueira O professor Marcone Costa Cerqueira foi pesquisador visitante na Radboud University – Holanda (2017). É mestre em Filosofia na área de Ética e Política pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (2012), licenciado em Filosofia pela Universidade Vale do Rio Doce (2007). Lecionou em cursos de graduação presenciais e à distância, sendo autor de diversos materiais didáticos. É autor dos livros: “Política, Movimentos e Classes Sociais”, “Práticas em Serviço Social II”, “Práticas em Serviço Social III”, “Práticas em Serviço Social IV”, “Desenvolvimento Humano e Social” e “Ética e profissionalismo”, publicados por Editora Laureate International Universities e Editora Anhembi Morumbi. Também publicou inúmeros artigos em revistas científicas nacionais. Currículo Lattes: < >.lattes.cnpq.br/8669846807783868 17 http://lattes.cnpq.br/8669846807783868 Dedico esta breve obra a todas as pessoas que enxergam no próximo a extensão de si mesmas e a profundidade de um ser especial, individual; sem individualismos, sem cor, sem raça nem sexo, sem medo nem reservas. Objetivos do capítulo Ao final deste capítulo, você será capaz de: • Compreender os processos sociais, políticos, econômicos e filosóficos que levaram ao desenvolvimento da sociedade capitalista, reconhecendo as características inerentes a esta forma de organização social; • Entender o processo de produção/reprodução das relações sociais presentes na sociedade capitalista, desvendando as aparências dos fenômenos, procurando perceber a natureza das relações sociais; • Analisar como o Serviço Social se insere no processo de reprodução das relações sociais, identificando o significado da profissão na sociedade capitalista; Tópicos de estudo • A revolução industrial e a construção das bases para a sociedade capitalista. • As revoluções burguesas e industrial e a construção de uma sociedade moderna • Origens do capitalismo • O liberalismo como fundamento econômico-filosófico • Fases do capitalismo • O capitalismo como relação social • A produção de mercadoria • O processo de trabalho • As relações mistificadas entre capital e trabalho • Reprodução do capital por processos ideológicos e de alienação • • • • • • • • • • • • • 18 • O modo de produção capitalista: a exploração do trabalho • A produção da mais-valia • Trabalho concreto e abstrato • Trabalho produtivo e improdutivo • Exploração do trabalho • O Serviço Social no processo de reprodução das relações sociais • Relações sociais: base conceitual • Relações sociais e Serviço Social • A produção capitalista e a reprodução das relações sociais Contextualizando o cenário As relações sociais são históricas, fruto da organização social em torno do modo de produção capitalista e, consequentemente, orientam a reprodução social. Neste sentido, é imprescindível buscar a origem das relações sociais capitalistas, partindo da compreensão que elas emergem através do movimento da história e das relações materiais de produção, que irão expressar-se na política, na economia, nas políticas sociais, na cultura e em todas as demais dimensões da vida social, pois estamos considerando a totalidade histórica. A sociabilidade capitalista nasce como resultado do esgotamento das relações feudais de produção, que gradativamente substituíram trabalho do “servo” e do “senhor feudal”, para relações “livres”, entre os detentores do meios de produção (os burgueses) e dos não possuidores dos meios de produção, que apenas lhe restam a sua força de trabalho para ser vendida (os trabalhadores). Assim, as relações capitalistas de produção expressam novos patamares de sociabilidade, estruturando, neste sentido, uma nova estrutura social, completamente diferente daquela vivenciadas pela humanidade até então. Desta forma, neste capítulo, iremos nos apropriar de algumas mediações em torno dessa nova estrutura social, a fim de apreendermos a inserção do Serviço Social nessas relações sociais. Neste sentido, emerge uma questão: Quais as mediações que essa nova estrutura social expressa para o conjunto da sociedade? 1.1 A revolução industrial e a construção das bases para a sociedade capitalista As relações sociais as quais estamos habituados, que partem da exploração dos homens pelos próprios homens, nem sempre foram as relações sociais capitalistas. A constituição dessa nova estrutura social, em termos históricos, data do século XVIII, ou seja, são apenas 300 anos de história do capitalismo (BRAZ; NETTO, 2011). Em comparação ao período medieval, quando a humanidade vivenciou um milênio sobre um modelo de produção alicerçado pela lógica artesanal da produção à subsistência, se considerarmos a totalidade da história humana, o modo de produção capitalista é relativamente novo, mas que expressa profundas modificações para o conjunto da sociedade. Historicamente, as mudanças operadas nos séculos XVIII e XIX, no que se refere à substituição do trabalho artesanal pelo trabalho assalariado, marcam a superação do período medieval e o nascimento da modernidade e do modo de produção capitalista, em particular, no continente europeu. Essas mudanças foram proporcionadas em partes pela Revolução Industrial, que impactou as relações de produção medievais, instaurando uma nova forma de produzir, onde não mais o artesão dominaria todo o processo produtivo, mas o trabalhador especializado e técnico assumiria e controlaria o processo produtivo. • • • • • • • • • 19 Fonte: © Everett Historical / / Shutterstock Neste sentido, no continente Europeu, mais especificamente a Inglaterra, foi a percussora dessa Revolução. Isso aconteceu por diversos fatores, entre eles sua localização privilegiada no continente, possuir uma rica burguesia e contar com a mais importante zona de livre mercado da Europa. Porém, o movimento da história não é linear, mas sim contraditório, e as modificações operadas pela Revolução industrial irão expressar-se de forma particular em cada país (NETTO; BRAZ, 2011). A Revolução Industrial trouxe consigo a constituição de um novo modo de organizar as relações em sociedade, que foi efetivado por meio de uma outra revolução, marcando o período moderno da humanidade. Neste sentido, iremos analisar tais mediações no próximo subtópico. 1.1.1 As revoluções burguesas e industrial e a construção de uma sociedade moderna A Revolução Industrial, como sinalizamos anteriormente, expressa à humanidadenovas mediações e modificações nas formas de produzir, instaurando novas relações sociais. No entanto, com o nascimento da sociedade moderna, a partir da constituição do capitalismo, a burguesia pôde desenvolver-se, conquistar prestígio e dinheiro. Porém, o período medieval deixou marcas nas estruturas sociais, como, por exemplo, os governos de monarquias absolutistas que reconheciam e referendavam o poder da Igreja sobre as terras, impedindo, assim, a expansão das fábricas e da produção capitalista. As “amarras medievais” precisaram ser superadas para que o fosse efetivado. Isso foi feitoprojeto da burguesia por meio de processos que expressavam os novos ideais dessa classe para toda a sociedade. Neste sentido, as revoluções burguesas foram importantes à construção da sociedade capitalista, que marcou, portanto, o início da Era Moderna. 20 A Era Moderna, marcada pelo início do capitalismo, expressou revoluções em diversas dimensões da vida social, na tecnologia, na política e, sobretudo, na primazia da ciência sobre a mitologia (ou a religiosidade), uma das principais marcas do período medieval. Pausa para refletir: No atual modelo de sociedade, ainda há espaços para grandes revoluções sociais, tecnológicas, políticas ou científicas? As Revoluções Burguesas, assim, foram marcadas pelas inspirações, desejos e intencionalidades da classe burguesa, para o conjunto da sociedade. Na imagem a seguir, podemos ver quais foram as principais revoluções comandadas pela classe burguesa. Revoluções Burguesas Essas três revoluções (ainda que não as únicas), foram responsáveis por publicitar os ideais da burguesia para o conjunto da sociedade, oferecendo condições objetivas para o nascimento de um novo modo de organizar a sociedade, com caraterísticas liberais, sistema de produção centrado na acumulação de riquezas que convencionamos chamar de capitalismo. Assim, iremos trabalhar, no próximo subtópico, as origens desse novo modelo de produção. DICA Um projeto é sempre uma ideação que se pretende alcançar. Neste sentido, o projeto da burguesia é uma proposta elaborada pela classe burguesa como direção para o conjunto da sociedade. 21 1.1.2 Origens do capitalismo Diante do contexto apresentado até aqui, a revolução industrial possibilitou a construção de novas relações sociais, que vão complexificando e expressando-se nas revoluções burguesas. As origens do capitalismo, assim, estão enlaçadas às concepções fundadas no direito a todos de possuir propriedade privada, do trabalho “livre” e da substituição do trabalho servil e ou artesanal pelo trabalho das máquinas. Fonte: © Image Studio / / Shutterstock No cenário da modernidade onde o capitalismo é o marco histórico, a inovação tecnológica será a expressão mais objetiva das mudanças sociais e econômicas ocorridas naquele momento. Os donos dos meios de produção (os burgueses), ou seja, do maquinário necessário para se produzir, podiam acumular mais capital, riqueza, valendo-se da força de trabalho dos que não possuíam tais recursos. O capitalismo, assim, baseia-se na lógica de buscar mais lucros e acumular mais capital, para poder sobreviver. Como afirma Marx (1985), nos anais da história, o capitalismo é inscrito em sague e ferro, uma alusão à como o processo de destruição do período medieval foi feito por de muito sangue e, sobretudo, trabalho vital dos trabalhadores. No próximo subtópico, iremos trabalhar o fundamento econômico-político do capitalismo, o liberalismo. 1.1.3 O liberalismo como fundamento econômico-filosófico Para que o capitalismo seja referendado, foi preciso criar as bases de sustentação que fundamentasse a concepção de mundo, em sintonia com os interesses da burguesia. Assim, nasceu a ideia de que os todos os indivíduos possuem o direito à propriedade privada, à liberdade, para exercerem suas escolhas, e à igualdade perante todos, sendo esses os fundamentos do liberalismo econômico, que deram norte à Revolução Francesa no século XVIII (CARDOSO, 2013). O liberalismo surgiu como uma visão filosófica, humanista e econômica, onde a igualdade, a liberdade e a fraternidade seriam seu norte. Um dos autores, expoentes destes ideais, é o inglês John Locke (1632-1704), que desenvolveu sua filosofia como um meio de combater uma visão absolutista do poder monárquico. O autor inglês faz parte de uma corrente de pensadores conhecida como .pré-contratualistas 22 O liberalismo, assim, alicerça-se nas teorias dos pré-contratualistas, já que essas foram as principais formulações que se opuseram teórico-cultural-politicamente aos costumes e aos hábitos do período medieval, postulando, principalmente, críticas ao regime absolutista e ao poderio da Igreja Católica. Assim, o capitalismo nascente elaborou a sua expressão teórica, política e econômica expressa nos ideais do liberalismo. Autores como Adam Smith (1723-1790) e David Ricardo (1777-1823) ficaram a cargo de aprofundar tais ideais à economia. Nesse sentido, o liberalismo corresponde à fase inicial do capitalismo nascente, onde seria necessário despertar ideais libertários para o conjunto da sociedade. No próximo subtópico, iremos demostrar as três fases do capitalismo. 1.1.4 Fases do capitalismo O capitalismo é um sistema econômico-político-cultural e está dividido em fases. Essas fases são caracterizadas por particularidades no desenvolvimento expressas na complexificação das relações de produção desse sistema econômico. Nesse sentido, para melhor exposição dessas fases, observe o esquema a figura a seguir: Fases do Capitalismo CURIOSIDADE Assim como Locke, outros autores compõem as principais elaborações teóricas em torno da necessidade da construção de uma nova ordem social, como,, por exemplo Thomas Hobbes (1588-1679) e Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). 23 Como já citado, cada nova fase do capitalismo expressa uma nova forma de organização da produção para o conjunto da sociedade que é referendada pela reprodução social. Nossa apreensão teórica-metodológica não desvincula materialidade e subjetividade, tendo em vista que uma complementa a outra de forma dialética e contraditória no real. O capitalismo, assim, instaura novas relações sociais, as quais serão vista no próximo subtópico, onde iremos aprofundar a apreensão do capitalismo enquanto uma relação social. 1.2 O capitalismo como relação social As relações sociais, segundo Cardoso (2013), são construídas a partir da organização social que os homens e mulheres estabelecem entre si para produzir em sociedade. Neste sentido, como já fora sinalizado, ao passo que os homens e mulheres se organizam e constroem um modo de produzir e reproduzir a vida, nascem relações sociais que referendam esse modo de produção. Assim, desvelar o modo de produção capitalista é, sobretudo, apreender as .relações sociais capitalistas Dessa forma, as relações sociais estão vinculadas aos processos produtivos que sustentam e constituem os modelos de sociedade ao longo de toda a história da humanidade. Partindo dessa concepção, as relações sociais nasceram a partir dos processos produtivos, ou seja, do “chão da fábrica”, que gestam especificas e históricas relações sociais (GRAMSCI, 2015). Pausa para refletir: Em nosso tempo presente, as relações sociais capitalistas têm expressado quais particularidades? Nesse cenário, as relações sociais capitalistas estruturaram um nova forma de relacionamento entre os homens, onde a mercadoria é imperante e vem perpassando e sobrepondo-se às necessidades tipicamente humanas. Ao passo que o norte desse modelo de produção gesta-se na produção de mercadorias, pensamos que seja necessário trazermos algumas reflexões, as quais faremos no seguinte subtópico. 1.2.1 A produção de mercadoria O processo de transformação da natureza, que autotransforma o ser animalesco em ser social, é uma característica tipicamente humana, ao passo que o ser social sente necessidade em modificar a natureza, para possibilitar a superação das necessidades de primeiro estágio (como alimentar-se, vestir-se e reproduzir-se)(MARX, 1985). Neste sentido, a mercadoria só pode existir após saciadas as necessidades de primeiro estágio. Para Konder (1999), a produção de mercadorias existia muito antes do capitalismo, basta se ter em mente que no período medieval havia produção, mesmo sendo limitada aos processos agrícolas, sem grandes avanços tecnológicos e voltada à produção de subsistência. Porém, com a instauração dos avanços tecnológico do capitalismo, sobretudo com o advento das máquinas a vapor, a mercadoria que antes agregava apenas valor de uso, começa a se sobrecarregar de valor de troca (MARX, 1985). ASSISTA Veja o filme “Vidas Secas” (1963), baseado na obra de Graciliano Ramos, do diretor Nelson Pereira dos Santos. Produção importantíssima para apreendermos, na contemporaneidade, as expressões das relações sociais capitalistas: fome, miséria, pobreza e exploração. 24 Toda a mercadoria carrega consigo o valor de uso, ou seja, a necessidade de atender às necessidades humanas (como vestir-se, alimentar-se e reproduzir-se). Ao mesmo tempo, ela também carrega o seu valor de troca, ou seja, o valor que é atribuído a sua compra. O capitalismo é responsável por expandir a lógica da mercadoria para todas as dimensões que compõem a vida social, mercantilizando, assim, as relações sociais (KONDER, 1999). Fonte: © nuvolanevicata / / Shutterstock Desse modo, o modelo de produção capitalista instaurou uma nova forma de produzir as mercadorias em sociedade, sobrepondo as necessidades de mercado sobre as necessidades humanas, gestando, inclusive, um novo processo de trabalho, como veremos a seguir. 1.2.2 O processo de trabalho O trabalho é uma atividade propriamente humana, sua constituição está diretamente ligada à transformação da natureza, que permite a construção do ser social. Neste sentido, o trabalho é o que constitui o ser social, e esse ser, a partir das mediações estabelecidas com a natureza, precisa se relacionar em sociedade. Esse cenário culmina em uma finalidade coletiva para o trabalho em sociedade, ou seja, constrói processos de trabalho. Clique no termo abaixo para compreender. Processo de trabalho O processo de trabalho seria uma orientação para o processo produtivo, servindo na construção de etapas para o trabalho do ser social em sociedade. Vale mencionar que o processo de trabalho é também histórico, partindo da materialidade das relações de produção e que expressa-se sobre essa forma de organização do trabalho num determinado momento sócio histórico (MARX, 1985). O processo de trabalho na sociabilidade capitalista carrega consigo uma alarmante contradição, inerente para este modelo de produção, focada na produção cada vez mais socializada, já os lucros dessa produção são cada vez mais são privados para uma pequena parcela da produção (os capitalistas). 25 Fonte: © nuvolanevicata / / Shutterstock Ao passo que essa contradição é expressiva no capitalismo, as relações sociais devem mistificar tais contradições entre as classes que compõem esse sistema econômico (a classe burguesia e a classe trabalhadora), como veremos a seguir. 1.2.3 As relações mistificadas em capital e trabalho Ao passo que o capitalismo propicia a socialização da produção, os frutos da riqueza socialmente produzida são cada vez mais concentrados nas mãos de poucos. Os elementos trazidos pelas revoluções burguesas, sobretudo, na Revolução Francesa, com o discurso da liberdade, da igualdade e da fraternidade, caem por terra a partir das relações de exploração que se estabelecendo do modo de produção capitalista sobre o proletariado. Pausa para refletir: A mistificação do real corresponde, de algum modo, na contemporaneidade, ao projeto da burguesia? Dessa forma, as relações capitalistas trazem elementos que mistificam a contradição que se expressa na realidade e na historicidade deste sistema econômico. A exploração das relações de trabalho, por exemplo, são escondidas pela lógica do consumo e o pagamento dos salários coroam essa mistificação dessas relações. Assim, a mistificação das relações capitalistas têm uma função social: a naturalização das relações sociais capitalistas. A reprodução do capital carrega consigo processos ideológicos, que resultam da materialidade deste sistema de produção. Iremos analisar, no próximo subtópico, tais elementos, particularizando a categoria da alienação. 1.2.4 Reprodução do capital por processos ideológicos e de alienação A produção capitalista é produção e a reprodução das relações sociais de produção do capitalismo (IAMAMOTO; CARVALHO, 2011). Ambas estão vinculadas, uma realimentando e reafirmando a outra (GRAMSCI, 2015). O capitalismo precisa se afirmar na subjetividade dos , por meio da ideologia, da política e da religião,trabalhadores construindo processos ideológicos que compõem uma determinada cultura. A apreensão sobre esses processos ideológicos parte das contribuições de Marx e Engels (2009), em “A Ideologia Alemã”, onde os autores opõem-se as interpretações idealistas em torno dessa categoria. Para os autores, esses processos são constituídos a partir da materialidade da vida social. 26 Assim, a alienação é um processo ideológico ampliado na sociabilidade capitalista, possuindo a função social da negação do reconhecimento do trabalhador ao processo produtivo. Todos nós, na sociedade capitalista, em menor ou maior grau, somos alienados em relação ao processo produtivo. Obviamente, os processos de alienação são vários. Optamos, neste momento, em trabalhar com o mais universal, e a sua vinculação com o processo produtivo capitalista. No próximo subtópico iremos trabalhar com o sustentáculo essencial do modo de produção capitalista. 1.3 O modo de produção capitalista: a exploração do trabalho O ponto de partida do processo de produção capitalista é a separação entre a força de trabalho (representada pelo proletariado) e os meios de produção (que pertencem aos capitalistas). Assim, o proletariado, ao passo que aceita o “contrato de trabalho”, ingressa no processo produtivo apenas com a sua força de trabalho, e, ao findar esse processo, a riqueza produzida pelo seu trabalho, fica retida pelos capitalistas (IAMAMOTO; CARVALHO, 2011). Clique nos termos a seguir e acompanhe como ocorreu esse processo. • Riqueza Tem-se a falsa impressão que a riqueza surge pela valorização do próprio capital, negando a exploração da força de trabalho. O sustentáculo do modelo de produção capitalista é a extração da mais-valia, por meio da exploração do trabalho, ou seja, das horas não pagas ao proletariado. • Exploração da força de trabalho Concretamente, como pontuam Iamamoto e Carvalho (2011), a exploração da força de trabalho inaugurada pelo capitalismo, mostra que o trabalhador ingressa no processo produtivo apenas com a sua força de trabalho. Porém, ao deixar o processo produtivo (num momento de aposentaria ou morte) ele sai desse processo do mesmo jeito que entrou: apenas possuindo a sua força de trabalho. • Classe social A apropriação das riquezas socialmente produzidas é, sem dúvidas, entre essas duas classes sociais, bem diferentes. Enquanto uma classe social é obrigada a vender a sua força vital para o processo produtivo como condição para sua sobrevivência, a riqueza gerada por esse processo, é acumulada e“sine qua non” concentrada por outra classe, que representa uma pequena parcela da população. A exploração da força de trabalho, como já citamos anteriormente, gera a produção de mais-valia, uma categoria inaugurada pela tradição de pensamento marxiano e que iremos trabalhar a seguir. ASSISTA O filme “O Preço do Amanhã” (2011), retrata de forma futurista a relação de trabalho entre capitalistas e os trabalhadores, estes recebem horas de vida, como pagamento por seu trabalho, o que pode ser trocado por qualquer mercadoria. • • • 27 1.3.1 A produção da mais-valia Ao pensarmos na produção capitalista, tendemos a acreditar que o dinheiro seria o capital. Na verdade, o dinheiro (seja o dólar, o euro, o real e etc.) nada mais é do que uma mercadoria que servepara trocar por outras mercadorias. O dinheiro só converte-se em capital quando a troca das mercadorias é efetivada por meio da venda. Assim, apesar do capitalismo se apresentar para o conjunto da sociedade em sua forma abstrata, ele é, sobretudo, uma relação social (NETTO; BRAZ, 2011). O processo de produção de mais-valia acontece, portanto, durante o processo produtivo, no momento em que o trabalhador é contratado para uma carga horária de 8 horas diárias de trabalho, mas o seu salário é pago apenas com 5 horas de trabalho; as outras 3 horas de trabalho, são a mais-valia, ou seja, as horas não pagas de trabalho, que gestam grandes riquezas dos capitalistas. As explicações sobre a origem da riqueza da humanidade, via de regra, resulta de reflexão entre autores, principalmente, os modernos da Economia Clássica e da Política. Para tais autores, como David Ricardo (1982) e Adam Smith (1999), a riqueza seria fruto do ardo trabalho de um sujeito que, durante uma vida inteira de trabalho, construiu seu grande império. Para a Crítica da Economia Política, fundada por (1818-1883), os grandesKarl Marx impérios capitalistas foram fundados por meio da extração de mais-valia, ou seja, através da exploração de uma classe sobre a outra (NETTO; BRAZ, 2011). Neste sentido, o pagamento efetuado ao trabalhador pelo capitalista é equivalente ao valor de troca da sua força de trabalho e não em relação ao valor criado pelo trabalho. Segundo Neto e Braz (2011), o valor criado pelo trabalho é muito maior do que é pago pelo valor da troca da força de trabalho. É, portanto, nessa relação de exploração que é fundado o capitalismo. Pausa para refletir: Se tivéssemos mais tempo livre, ou seja, se o processo produtivo nos permitisse mais tempo livre, o que poderíamos fazer? A seguir, iremos trabalhar outras duas categorias, o salário concreto e abstrato, que compõem esse processo produtivo. 1.3.2 Trabalho concreto e abstrato Como vimos anteriormente, o trabalho é responsável pela construção do ser social, ou seja, a ruptura com estado animalesco deste ser, que ao relacionar-se com outros seres sociais, desenvolvem a linguagem, os costumes, as diferenças e as sociedades. A vida social, assim, parte da organização que esse ser social estabelece entre outros seres sociais para produzir (LESSA; TONET, 2011). A partir dessa organização social para produzir, o trabalho é dividido em duas categorias que compõem, de modo geral, o processo produtivo: chamados de trabalho concreto, ou seja, aquele que cria valor de uso, sendo “(...) uma condição necessária à existência de qualquer sociedade” (NETTO; BRAZ, 2011, p. 115) e o trabalho abstrato, enquanto uma redução do trabalho às condições objetivas em que o trabalho se encontra. BIOGRAFIA Karl Marx nasceu na Prússia, antiga região da Alemanha, viveu entre 1818 e 1883, foi um dos maiores teóricos da humanidade, responsável por construir um projeto societário antagônico ao capitalismo, o comunismo. 28 A força de trabalho, assim, empregada no processo produtivo, sendo este responsável por gerar valores de uso, é o trabalho concreto. Porém, o trabalho aparece sob uma forma mistificada, reduzida ao preço que é pago ao trabalhador por determinadas horas que este está inserido no processo produtivo, a esta redução, chamamos de trabalho abstrato. Fonte: © Mix3r / / Shutterstock No próximo subtópico, iremos debater outras duas categorias pertencentes à tradição de pensamento marxiana, o trabalho produtivo e improdutivo. 1.3.3 Trabalho produtivo e improdutivo Ao tratarmos do que seria o trabalho produtivo e o improdutivo, antes de tudo, devemos deixar claro que não estaremos partindo de uma interpretação moralizante sobre o trabalho, limitando-se à esfera do que seria um “bom trabalho” e um “mau trabalho”. Nossa análise centra-se na apreensão de Netto e Braz (2011), que asseveram que a essa distinção é característica em economias fundadas na produção de mercadorias. O trabalho produtivo e improdutivo, assim, estaria associado ao processo produtivo. Em um exemplo clássico trazido por Mandel (1998, apud NETTO; BRAZ, 2011), um médico é indispensável para qualquer sociedade, sendo seu trabalho útil para sobrevivência da população. Porém, o seu trabalho, em relação ao processo produtivo, não gera novo valor, sendo, portanto, trabalho improdutivo. Em contraponto, nas mais inúteis ferramentas, encontra- se na lógica do consumo a efetivação da mais-valia, propiciada no momento da compra, sendo, assim, trabalho produtivo, como podemos ver no esquema a seguir: Exemplo clássico de Mendel 29 Exemplo clássico de Mendel Neste sentindo, como expresso no parágrafo anterior, o que delimita o que seria trabalho produtivo ou improdutivo numa sociabilidade marcada pela produção de mercadorias seria, portanto, a sua relação direita com o processo produtivo. No modo de produção capitalista, o marco desse processo é a exploração, como veremos a seguir. 1.3.4 Exploração do trabalho A nossa apreensão sobre o processo produtivo, parte das relações efetivas reais do capitalismo, não tem nada de moral. O capitalista não explora o trabalhador por maldade e nem o trabalhador deixa ser explorado por bondade, mas as estruturas sociais deste modo de produzir é baseado na exploração de uma classe pela outra. Fonte: © Marzolino / / Shutterstock Ao passo que fomos apreendendo o processo constitutivo do capitalismo e suas expressões na reprodução social, seja na política, na teoria, na cultura e nas demais dimensões da vida social, estamos tentando desvelar as determinações reais do capitalismo para o conjunto da sociedade, assim como as barreiras ideológicas que impedem que os trabalhadores percebam tal exploração. Como já nos referimos anteriormente, o capitalismo tem como uma de suas bases de sustentação a exploração da força de trabalho, origem de toda produção de riqueza e reprodução de modo de produzir a vida. Dessa forma, o capitalismo não é uma abstração; algo que nasceu e não se expressa em nossas vias reais, mas sim uma relação social hegemônica socialmente que referenda a exploração dos seres humanos por próprios seres humanos. No próximo subtópico, iremos a inserção do Serviço Social nessas complexas relações sociais. 1.4 O Serviço Social no processo de reprodução das relações sociais O esforço teórico, expresso na obra de Marilda Vilella Iamamoto e Raul de Carvalho, “Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológico”, marca uma perspectiva revolucionária e crítica sobre o “[...] significado social dessa profissão na sociabilidade capitalista” (IAMAMOTO; CARVALHO, 2011, p. 77, partindo de uma apreensão que considera e situa essa profissão nas complexas, contraditórias e históricas relações sociais capitalistas). Neste sentido, nessa obra em específico, temos uma apreensão sobre a profissão que parte do entendimento de uma especialização do trabalho coletivo e que está inserida dentro da divisão social e técnica do trabalho em um 30 momento histórico específico da sociedade capitalista, a era dos monopólios. Portanto, os autores consideram a profissão sobre dois ângulos de análise: “[...] como realidade vivida e representada na e pela consciência dos seus agentes profissionais expressa pelo discurso teórico-ideológico sobre o exercício profissional; a atuação profissional como atividade socialmente determinadas” (IAMAMOTO; CARVALHO, 2011, p. 79-80). Dessa forma, a profissão é apreendida enquanto um processo histórico, que é impactado pelas determinações construídas socialmente, mas que, a partir do acúmulos dos agentes profissionais, constrói respostas para estas determinações, incorporando-as ou refutando-as. A seguir, iremos apreender as bases conceituais dos autores, Iamamoto e Carvalho (2011), sobre as relações sociais. 1.4.1 Relações sociais: bases conceituais Nesse texto, estamos optando por um caminho analítico e específico à apreensão em torno das relações sociais. Como afirmam Iamamoto e Carvalho (2011), essa noção parte daapreensão que as relações sociais não se restringem apenas à produção de mercadorias na sociedade capitalista, mas também aos elementos da sua reprodução, em um sentido amplo. Assim, o consumo, a distribuição e a troca de mercadorias, são referendadas na reprodução da produção espiritual que se expressa na construção de formas de consciência social: como a jurídica, religiosa, artísticas etc., sendo esses fatores específicos desta sociabilidade. Diante disso, ao passo que desvelamos as relações sociais, estamos nos debruçando sobre os processos sociais específico de um determinado momento histórico, em nosso caso, o da sociabilidade capitalista. Por fim, a reprodução das relações sociais é a reprodução da totalidade de um determinado processo social, ou seja, a reprodução de uma determinada forma de vida social, que é datada historicamente (IAMAMOTO; CARVALHO, 2011). Essa totalidade, no entanto, não deve ser apreendida como um bloco estanque, mas sim em seu movimento e contradição. Confira no esquema a seguir. 31 Relações Sociais A produção capitalista, assim, predispõe de uma reprodução social que, em seguida, irá orientar relações sociais capitalistas, expressando-se sobre a totalidade da vida social, mas que correspondem, para um determinado momento histórico, ou seja, o da ordem social capitalista. No próximo momento, iremos analisar como essa apreensão sobre as relações sociais estabelece vínculos com o Serviço Social. 1.4.2 Relações sociais e Serviço Social Ao passo que estamos preocupados em desvelar o processo histórico social que marca o início, o desenvolvimento e a constituição do capitalismo, a apreensão em torno das relações sociais e o Serviço Social, também precisamos entender como essa profissão está inserida em um processo social, histórico e contraditório (IAMAMOTO; CARVALHO, 2011). Clique nos termos abaixo e confira detalhes importantes a respeito das relações sociais. Processo social Defendemos, assim como na obra dos autores citados, não parte de qualquer tipo de unilateralidade que considera apenas o caráter inicial da profissão, alicerçado em um bloco conversador; ou àquele que considera apenas os processos de ruptura, mas a profissão inserida em um processo social contraditório, histórico e em disputa. Exercício profissional O exercício profissional do Serviço Social é polarizado entre interesses de classes antagônicas. Ao mesmo tempo em que um profissional do serviço social é requisitado para atender e dar respostas ao ditames do Estado, ele 32 também está em contato direto com as expressões concretas da exploração da força de trabalho. Nesse cenário, apesar de termos construído uma opção política pela classe trabalhadora, contraditoriamente, essas relações de dominação também se expressam sobre o exercício profissional. Apreender sobre o modo de produção capitalista e a sua reprodução de suas relações sociais, como veremos a seguir, mostra-se de suma importância para apreendemos o Serviço Social como, também, um produto histórico. 1.4.3 A produção capitalista e a reprodução das relações sociais Quando se esclarece um determinado modo de produção social, também se desvela a sua reprodução, que e expressa nas relações sociais. Essa compreensão só é possível graças ao pioneiro esforço intelectual, político e físico de Marx, que elaborou um método de análise de materialidade, histórico e que parte da análise da totalidade dos fenômenos sociais. Neste sentido, é a partir deste método de análise que pudemos apreender os vínculos entre produção e reprodução, na construção de relações sociais que são históricas e são passíveis de modificação, a partir da forma em que os seres humanos organizam-se a vida social em torno da produção. Por fim, ao passo que cresce a valorização do mundo das coisas, a humanidade tem procurado o “sentido da vida”. Proposta de atividade Agora é a hora de recapitular tudo o que você aprendeu nesse capítulo! Elabore um pequeno resumo, de duas páginas, focando em conceitos e categorias mais importantes. Ao produzir seu resumo, considere as leituras básicas e complementares realizadas. Tente exercitar a escrita e também a sistematização de ideias, conceitos e categorias trabalhados ao longo do nosso texto base. grife as partes mais importantes do seu texto, para facilitar, em outro momento, o processo de estudo. Dica: Recapitulando Neste capitulo, apreendemos os processos sociais, políticos, econômicos e filosóficos que possibilitaram o desenvolvimento e a constituição da sociabilidade capitalista. Ao mesmo tempo, fomos construindo mediações, tentando desvelar as particularidades deste modo de produção, que é fundado, sobretudo, na exploração dos da força de trabalho de um classe sobre a outra. Partirmos de uma perspectiva de totalidade, que vincula produção e reprodução, como processos sociais que são distintos, mas que representam um determinado momento histórico específico da humanidade. Por fim, refletimos o Serviço Social e a sua inserção neste complexo processo social, dando primazia às relações sociais, procurando identificar o significado social da profissão na sociabilidade capitalista. O capitalismo, assim, constrói novas mediações para o conjunto da sociedade, modificando completamente todas as estruturas sociais e as colocando ao seu serviço. Em nossa contemporaneidade, como expressão de mais uma crise desse sistema, o capitalismo mostra seu desgastes e as impossibilidades frente ao projeto civilizatório, impossibilitando, portanto, novas revoluções seja na área social, da tecnologia, na política e científica. Em nossa contemporaneidade, as relações capitalistas têm expressado particularidades cada vez mais preocupantes. Ao passo que a tecnologia tem nos aproximado cada vez mais de cada um de nós, estamos trocando as relações sociais físicas pelo contato via redes sociais. Assim, ideologicamente, a sociedade capitalista tem mistificado tais relações sociais, expressando a atualidade do projeto burguês para o conjunto da sociedade. Uma 33 sociabilidade onde tivéssemos mais tempo livre poderia nos permitir a nossa efetivação completa enquanto ser social, ao passo que poderíamos, para além de trabalhar no processo produtivo, estimular outras dimensões pessoais: como as artes, o canto, a pintura, a leitura e outras tantas possibilidades de construímos a felicidade. Referências AMANHÃ, O Preço do. . Estados Unidos da América: New Regency Pictures, 2011. 1 DVDDireção de Andrew Niccol (101 min). CARDOSO, P. F. G. : os diferentes caminhos do Serviço Social no Brasil. 01. ed.Ética e Projetos Profissionais Campinas, SP: Papel Social, 2013. GRAMSCI, A. . (trad. Carlos Nelson Coutinho). 5. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.Cadernos do Cárcere IAMAMOTO, M. CARVALHO, R. de. : esboço de uma interpretaçãoRelações sociais e serviço social no Brasil histórico-metodológica. 35. ed. São Paulo: Cortez, 2011. KONDER, L. "Mercadoria". : – vida e obra. São Paulo: Paz e Terra, 1999, p.121-122.In Marx LESSA, S.; TONET, I. . 2. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2011.Introdução à Filosofia de Marx MARX, K. crítica da economia política. (Trad. Regis Barbosa e Flávio R. Kothe). São Paulo: Abril Cultural,O Capital: 1985. Livro 1, v.1, t.1. (Os economistas). NETTO, J. P.; BRAZ, M. : uma introdução crítica. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2011. (biblioteca básicaEconomia Política do Serviço Social). RICARDO, D. . São Paulo: Abril Cultural, 1982.Princípios de Economia Política e Tributação SMITH, A. . Lisboa: Gulbenkian, 1999.Inquérito Sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações SECAS, V. (adap. Livro: Graciliano Ramos). Brasil: Globo Filmes, 1963. 1 DVD (103 min).Nelson Pereira dos Santos 34 FSSHP_C00 FSSHP_C01 Compreenda seu livro: Metodologia Compreenda seu livro: Percurso Boxes Apresentação da disciplina A autoria Flávio José Souza Silva Leandro Rocha da Silva Manuela Soares Silveira Marcone Costa Cerqueira Objetivos do capítulo Tópicos de estudo Contextualizando o cenário 1.1 A revoluçãoindustrial e a construção das bases para a sociedade capitalista 1.1.1 As revoluções burguesas e industrial e a construção de uma sociedade moderna 1.1.2 Origens do capitalismo 1.1.3 O liberalismo como fundamento econômico-filosófico 1.1.4 Fases do capitalismo 1.2 O capitalismo como relação social 1.2.1 A produção de mercadoria 1.2.2 O processo de trabalho 1.2.3 As relações mistificadas em capital e trabalho 1.2.4 Reprodução do capital por processos ideológicos e de alienação 1.3 O modo de produção capitalista: a exploração do trabalho Riqueza Exploração da força de trabalho Classe social 1.3.1 A produção da mais-valia 1.3.2 Trabalho concreto e abstrato 1.3.3 Trabalho produtivo e improdutivo 1.3.4 Exploração do trabalho 1.4 O Serviço Social no processo de reprodução das relações sociais 1.4.1 Relações sociais: bases conceituais 1.4.2 Relações sociais e Serviço Social 1.4.3 A produção capitalista e a reprodução das relações sociais Proposta de atividade Recapitulando Referências FSSHP_C02 Objetivos do capítulo Tópicos de estudo Contextualizando o cenário e pergunta norteadora 2.1 A origem da Questão Social 2.1.1 Primeiros debates conceituais sobre a questão social 2.1.2 A questão social como resultado de relações contraditórias 2.1.3 A questão social como expressão da contradição entre capital e trabalho 2.1.4 Identificação da contradição e construção das primeiras reflexões 2.2 Questão Social X pauperismo 2.2.1 Desígnio divino 2.2.2 Pobreza extrema 2.2.3 Problemas sociais 2.3 Questão social – polêmicas em torno de seus conceitos 2.3.1 Questão social ou questões sociais? 2.3.2 Existiria uma nova questão social? 2.3.3 Os autores franceses e as polêmicas 2.4 Questão social: principais pensadores 2.4.1 Questão social segundo Cerqueira filho 2.4.2 Questão Social segundo Jose Paulo Netto 2.4.3 Questão social segundo Marilda Iamamotto Proposta de atividade Recapitulando Referências FSSHP_C03 Objetivos do capítulo Tópicos de estudo Contextualizando o cenário e Pergunta norteadora 3.1 Bases teóricas e metodológicas 3.1.1 As primeiras escolas de Serviço Social 3.1.2 Caridade e assistencialismo vinculados à igreja Ordem dos Frades Menores Ordem das Clarissas Ordem Terceira 3.1.3 A origem do Serviço Social como profissão 3.2 Tomismo e Serviço Social Europeu 3.2.1 São Thomas de Aquino e a busca do bem-estar comum O sensível O intelectivo 3.2.2 O Serviço Social e a influência da filosofia Tomista 3.2.3 A doutrina social da igreja e a formação profissional 3.3 Os precursores do Serviço Social 3.3.1 Juan Luiz Vivés (Espanha) 3.3.2 Vicente de Paula (França) 3.3.3 Canon Barnett (Inglaterra) 3.3.4 Jane Adams (Inglaterra) 3.4 A influência norte-americana 3.4.1 Mary Richmond 3.4.2 Mary Parker Follet 3.4.3 Caridade organizada (COS) 3.4.4 O método case social work Proposta de atividade Recapitulando Referências FSSHP_C04 Objetivos do capítulo Tópicos de estudo Contextualizando o cenário e Pergunta norteadora 4.1 O contexto brasileiro e a configuração da Questão Social 4.1.1 O Pós-Primeira Guerra Mundial e o contexto brasileiro 4.1.2 A crise econômica de 1929 – a quebra da bolsa de valores 4.1.3 A economia cafeeira do Brasil e a quebra da bolsa de Nova York 4.1.4 Questão social como uma questão moral ou de polícia 4.2 A reação católica e o Estado Brasileiro 4.2.1 A primeira fase da reação católica no Brasil 4.2.2 O Estado Novo e a implantação do corporativismo 4.2.3 Relações entre Estado Brasileiro e Igreja Católica 4.2.4 A questão social e a Rerum Novarum 4.3 As protoformas do Serviço Social 4.3.1 Instituições sociais e suas histórias com as bases do Serviço Social 4.3.2 Associação das Senhoras Brasileiras e Liga das Senhoras Católicas (1920 - 1923) 4.3.3 Centro de Estudos e Ação Social de São Paulo (CEAS) 4.4 A natureza do Serviço Social 4.4.1 A perspectiva endogenista 4.4.2 Perspectiva histórico-crítica 4.4.3 Em busca da “especificidade” prometida 4.4.4 Fatores determinantes da imagem social da profissão Proposta de atividade Recapitulando Referências FSSHP_C05 Objetivos do capítulo Tópicos de estudo Contextualizando o cenário e pergunta norteadora 5.1 Primeiras Escolas de Serviço Social no Brasil 5.1.1 Características das primeiras escolas de Serviço Social 5.1.2 Perfil dos primeiros profissionais 5.1.3 Primeiros locais de trabalho do assistente social 5.2 O trato da questão social no Brasil em 1930 5.2.1 Binômio: repressão e assistência 5.2.2 A moralidade como base para manutenção da ordem social 5.2.3 Manifestações e greves de trabalhadores 5.2.4 Estado Brasileiro e controle sobre a questão social 5.3 O Serviço Social na década de 1940 5.3.1 Congressos de Serviço Social e sua influência no perfil profissional 5.3.2 Congressos pan-americanos – Chile e Brasil Linha 1 Linha 2 Linha 3 5.3.3 A inserção dos profissionais nas primeiras instituições 5.3.4 Fim da Segunda Guerra Mundial 5.4 1950: período democrático-popular 5.4.1 A chegada do Desenvolvimento de comunidade no Brasil 5.4.2 A ideologia do Desenvolvimento de comunidade 5.4.3 Propostas e equipes de Desenvolvimento de comunidade no campo e na cidade Proposta de atividade Recapitulando Referências FSSHP_C06 Objetivos do capítulo Tópicos de estudo Contextualizando o cenário e pergunta norteadora 6.1 O Estado Novo e o desenvolvimento das grandes Instituições 6.1.1 Legião Brasileira de Assistência (LBA) 6.1.2 Proteção do Estado: desvalidos, maternidade e infância 6.1.3 Ministério do Trabalho e o direito a carteira assinada 6.2 Instituições de apoio ao atendimento da população 6.2.1 Obra assistencial – Leão XIII 6.2.2 SENAI e SESI como espaços profissionais 6.2.3 As Santas Casas de Misericórdia e o atendimento aos desvalidos 6.3 A previdência social e o Serviço Social 6.3.1 Lei Eloy Chaves 6.3.2 Caixas de aposentadorias e pensões 6.3.3 O Assistente Social como esclarecedor do Seguro Social 6.4 Década de 1950 e início dos anos 1960: contexto histórico, político e econômico 6.4.1 Processo de crescimento econômico 6.4.2 Controle da inflação e o presidente Getúlio Vargas 6.4.3 O desenvolvimentismo de Juscelino Kubitschek 6.4.4 Jânio Quadros e João Goulart Proposta de Atividade Recapitulando Referências FSSHP_C07 Objetivos do capítulo Tópicos de estudo Contextualizando o cenário 7.1 A teoria estadunidense e a prática do assistente social brasileiro 7.1.1 O Serviço Social de caso 7.1.2 O Serviço Social de grupo 7.1.3 O Serviço Social de comunidade 7.2 A metodologia americana nas obras de profissionais brasileiros e latino-americanos 7.2.1 Balbina Ottoni Vieira 7.2.2 Tecla Machado Soeiro 7.2.3 Suely Gomes Costa 7.3 A perspectiva teórico-prática de Serviço Social para integração social 7.3.1 A carência como objeto profissional 7.3.2 A disfunção social como objeto 7.3.3 Indivíduo e sociedade como foco de problemas sociais 7.4 A construção do objeto: o debate teórico por diferentes autores 7.4.1 José Lucena Dantas 7.4.2 Helena Iraci Junqueira 7.4.3 Natálio Kisnerman Proposta de atividade Recapitulando Referências FSSHP_C08 Objetivos do capítulo Tópicos de estudo Contextualizando o cenário 8.1 Positivismo 8.1.1 Serviço Social e positivismo 8.1.2 A sociedade sob a perspectiva positivista 8.1.3 A concepção de homem segundo Augusto Comte 8.1.4 A lei dos Três Estados 8.2 Funcionalismo 8.2.1 A sociologia de Durkheim 8.2.2 O fato social 8.2.3 Anomia 8.2.4 Serviço Social e funcionalismo 8.3 O estrutural funcionalismo 8.3.1 Principais características 8.3.2 Talcott Parsons: o principal representante 8.3.3 Sistemas e subsistemas 8.4 Preocupação profissional com critérios técnicos e científicos 8.4.1 Teorias próprias com foco na eficácia da ação 8.4.2 Assistente social a serviço das instituições 8.4.3 Orientação funcionalista Proposta de atividade Recapitulando Referências Blank Page Blank Page Blank Page Blank Page Blank Page BlankPage Blank Page Blank Page
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