Buscar

revegetacao e fitoremediação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 219 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 219 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 219 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

2011
Revegetação e 
FitoRRemediação
Prof.a Sheila Mafra Ghoddosi
Copyright © UNIASSELVI 2011
Elaboração:
Prof.ª Sheila Mafra Ghoddosi
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 577
 G578r Ghoddosi, Sheila Mafra
 Revegetação e fitorremediação / Sheila Mafra Goddosi. 2ª ed.
Indaial : Uniasselvi, 2011. 209 p. : il.
 
 Inclui bibliografia.
 ISBN 978-85-7830-479-9
1. Ecologia – Revegetação e fitorremediação I. Centro 
Universitário Leonardo da Vinci
Impresso por:
III
apResentação
Caro acadêmico,
Ao escrever este Caderno de Estudos, espero compartilhar com cada 
um de vocês o prazer de estudar. Sendo assim, estamos iniciando o estudo da 
disciplina Revegetação e Fitorremediação. Esta disciplina tem como principal 
objetivo proporcionar uma aprendizagem autônoma sobre a recuperação de 
áreas degradadas. 
Este caderno está dividido em três unidades de estudo. Iniciamos 
com a Unidade 1, que tem o propósito de conceituar inúmeros termos que 
são utilizados em literaturas técnicas sobre o processo de recuperação. Essa 
unidade ainda aborda aspectos importantes da sustentabilidade dos sistemas 
humanos e naturais. A Unidade 2 trata sistematicamente dos benefícios 
ecológicos e econômicos da floresta, os fatores condicionantes para o seu 
estabelecimento da vegetação e a importância desses para o processo de 
recuperação. No entanto, no primeiro momento será conceituado o que é a 
água, o solo e a planta e depois a relação entre os três elementos, já que eles 
são partes integrantes do sistema da floresta ciliar. Por fim, na Unidade 3, 
estudaremos as práticas de restauração mais utilizadas atualmente, além dos 
processos de monitoramento e manutenção. 
Alguns aspectos pedagógicos foram inseridos para ajudá-lo no 
estudo das unidades: cada uma delas começa com um conjunto de conceitos 
primordiais que você precisa compreender. São notas que fornecem 
guias para aprofundamento, ou ainda, para indicação de outros trabalhos 
significativos; autoatividades para desafiar seu aprendizado e, ao final de 
cada unidade, nós teremos uma Leitura Complementar que enfatiza pontos 
importantes que foram tratados. Bom estudo!
Prof.ª Sheila Mafra Ghoddosi
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
VII
UNIDADE 1 – DEGRADAÇÃO AMBIENTAL .................................................................................. 1
TÓPICO 1 – CONCEITOS BÁSICOS E NOÇÕES DE ECOLOGIA .............................................. 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 BIODIVERSIDADE .............................................................................................................................. 4
3 DEGRADAÇÃO ................................................................................................................................... 5
4 ÁREA PERTURBADA ........................................................................................................................ 7
5 RESILIÊNCIA ........................................................................................................................................ 7
6 ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ................................................................................... 8
7 RESTAURAÇÃO .................................................................................................................................. 9
8 RECUPERAÇÃO ................................................................................................................................... 10
9 REABILITAÇÃO .................................................................................................................................. 11
10 REFLORESTAMENTO ..................................................................................................................... 11
11 REVEGETAÇÃO ................................................................................................................................ 12
12 FITORREMEDIAÇÃO ...................................................................................................................... 12
13 PRINCÍPIOS DE SUCESSÃO ECOLÓGICA ................................................................................ 14
14 BACIA HIDROGRÁFICA ................................................................................................................. 17
15 INTEGRAÇÃO E EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS ................................................................... 18
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 20
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 22
TÓPICO 2 – SUSTENTABILIDADE .................................................................................................... 23
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 23
2 SISTEMA HUMANO .......................................................................................................................... 24
3 PRINCÍPIOS DE SUSTENTABILIDADE ........................................................................................ 26
4 IMPACTOS AMBIENTAIS ................................................................................................................. 31
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 34
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 37
TÓPICO 3 – TIPOS DE DEGRADAÇÃO .....................................................................................39
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 39
2 ATIVIDADES MINERADORAS ....................................................................................................... 40
3 AGRICULTURA E PECUÁRIA .......................................................................................................... 42
4 ÁREAS CONTAMINADAS POR RESÍDUOS OU REJEITOS PERIGOSOS ........................... 46
5 ÁREAS URBANIZADAS ................................................................................................................... 50
5.1 ESGOTO DOMÉSTICO ................................................................................................................... 52
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 54
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 56
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 59
sumáRio
VIII
UNIDADE 2 – A FLORESTA ................................................................................................................. 61
TÓPICO 1 – A FLORESTA ..................................................................................................................... 63
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 63
2 A FLORESTA ........................................................................................................................................ 64
2.1 FLORESTA CILIAR ......................................................................................................................... 64
2.2 EFEITOS DA PLANTA NA CONSERVAÇÃO DA ÁGUA E DO SOLO ................................. 71
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 75
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 77
TÓPICO 2 – A ÁGUA E A FLORESTA CILIAR
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 79
2 RIOS ....................................................................................................................................................... 79
2.1 VELOCIDADE DA CORRENTE ................................................................................................... 87
2.2 DISTRIBUIÇÃO E MOVIMENTO DA ÁGUA NO SUBSOLO ................................................. 88
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 91
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 93
TÓPICO 3 – SOLO: FATOR CONDICIONANTE PARA O DESENVOLVIMENTO 
 DA FLORESTA CILIAR ................................................................................................. 95
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 95
2 FATORES DE FORMAÇÃO DO SOLO .......................................................................................... 96
2.1 RELEVO ............................................................................................................................................ 97
2.2 CLIMA ............................................................................................................................................... 99
2.3 MATERIAL DE ORIGEM .............................................................................................................100
2.4 ORGANISMOS ...............................................................................................................................100
2.5 TEMPO ............................................................................................................................................102
3 HORIZONTES E CAMADAS DE SOLOS ....................................................................................103
4 SOLOS DE AMBIENTES CILIARES .............................................................................................104
4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS SOLOS DA FLORESTA CILIAR..................................................106
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................109
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................112
TÓPICO 4 – A PLANTA .......................................................................................................................113
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................113
2 A ÁGUA NA PLANTA .......................................................................................................................114
2.1 ESTRATÉGIAS DAS PLANTAS PARA EVITAR A PERDA DE ÁGUA ................................115
2.2 ESTRATÉGIAS DAS PLANTAS PARA O EXCESSO DE ÁGUA NO SOLO ........................117
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................119
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................121
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................123
UNIDADE 3 – PRÁTICAS DE RECUPERAÇÃO ............................................................................125
TÓPICO 1 – PLANEJAMENTO E ETAPAS DA RECUPERAÇÃO ..............................................127
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................127
2 PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS .....................................................128
3 ETAPAS DE PLANEJAMENTO DA RECUPERAÇÃO ...............................................................129
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA A SER RECUPERADA E
 DAS CONDIÇÕES OPERACIONAIS ........................................................................................129
3.2 TRATAMENTO DA PAISAGEM .................................................................................................130
3.3 MECANISMOS DE FORNECIMENTO DE PROPÁGULOS ...................................................131
IX
3.4 LEVANTAMENTO DA VEGETAÇÃO REGIONAL E
 SUAS ESPÉCIES CARACTERÍSTICAS .......................................................................................131
3.5 DEFINIÇÃO DO USO FUTURO DA ÁREA .............................................................................131
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................134
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................135
TÓPICO 2 – TRATAMENTO DA PAISAGEM ................................................................................137
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................137
2 TRATAMENTO DA PAISAGEM ...................................................................................................138
2.1 CONTROLEDA EROSÃO ...........................................................................................................139
2.2 RECOMPOSIÇÃO TOPOGRÁFICA ...........................................................................................139
2.3 CONSTRUÇÃO DE TERRAÇOS ................................................................................................140
3 TRATAMENTO DO SUBSTRATO .................................................................................................144
3.1 SUBSOLAGEM OU ESCARIFICAÇÃO DO SOLO ..................................................................144
3.2 ADUBAÇÃO ...................................................................................................................................145
3.3 ABERTURA DE COVAS ...............................................................................................................147
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................149
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................151
TÓPICO 3 – SELEÇÃO DO SISTEMA ..............................................................................................153
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................153
2 CONDUÇÃO DA REGENERAÇÃO NATURAL .........................................................................155
3 ENRIQUECIMENTO .........................................................................................................................156
4 ADENSAMENTO DE ESPÉCIES COM MUDAS OU SEMENTES ..........................................158
5 IMPLEMENTAÇÃO DE ESPÉCIES VEGETAIS NATIVAS .......................................................158
6 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DE PLANTIO ........................................................................160
6.1 ISOLAMENTO DA ÁREA ............................................................................................................160
6.2 ELIMINAÇÃO SELETIVA OU DESBASTE DE ESPÉCIES COMPETIDORAS ....................161
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................164
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................166
TÓPICO 4 – PLANTIO .........................................................................................................................167
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................167
2 PLANTIO ..............................................................................................................................................167
2.1 DISTRIBUIÇÃO DAS MUDAS ....................................................................................................168
2.2 CONTROLE DE FORMIGAS CORTADEIRAS .........................................................................168
2.3 O PLANTIO ....................................................................................................................................169
2.4 SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO FIXOS OU MÓVEIS ...................................................................176
2.5 REPLANTIO ...................................................................................................................................176
2.6 PODAS .............................................................................................................................................177
3 MONITORAMENTO DA ÁREA EM PROCESSO DE RECUPERAÇÃO ...............................177
3.1 CRONOGRAMA DE ACOMPANHAMENTO .........................................................................180
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................183
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................185
TÓPICO 5 – EXECUÇÃO DA RECUPERAÇÃO ..............................................................................187
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................187
2.1 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS POR MINERAÇÃO .....................................188
2.2 USO DOS SISTEMAS AGROFLORESTAIS PARA RECUPERAR ÁREAS
 DEGRADADAS POR ATIVIDADES AGROPECUÁRIAS .......................................................189
2.3 BIORREMEDIAÇÃO DE ÁREAS AFETADAS POR RESÍDUOS SÓLIDOS TÓXICOS ......191
2.4 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS URBANIZADAS ........................................................................193
X
2.5 RECUPERAÇÃO DA FLORESTA CILIAR ................................................................................194
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................196
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................198
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................200
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................201
1
UNIDADE 1
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade você será capaz de:
• conhecer alguns conceitos básicos sobre recuperação de áreas degradadas;
• diferenciar os conceitos fundamentais vinculados ao processo de recupera-
ção ambiental;
• diferenciar o sistema natural do sistema humano;
• caracterizar os princípios de sustentabilidade;
• caracterizar os tipos de áreas degradadas.
Esta unidade está dividida em três tópicos, sendo que ao final de cada 
um deles, você encontrará atividades que auxiliarão na apropriação dos 
conhecimentos.
TÓPICO 1 – CONCEITOS BÁSICOS E NOÇÕES DE ECOLOGIA
TÓPICO 2 – SUSTENTABILIDADE
TÓPICO 3 – TIPOS DE DEGRADAÇÃO
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
CONCEITOS BÁSICOS E NOÇÕES DE 
ECOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
No Tópico 1 encontram-se descritos os principais conceitos referentes à 
revegetação e fitorremediação. O entendimento dos conceitos é de fundamental 
importância para os próximos tópicos e unidades do caderno. Então, bons estudos! 
A degradação ambiental assume atualmente proporções alarmantes, 
de forma que aproximadamente 15% do solo mundial se encontra, de alguma 
forma, degradado (GUERRA, 1999), seja por atividades agrícolas, industriais 
ou remoção da vegetação natural. Estas atividades geram consequências dos 
mais variados graus, desde a compactação do solo (CAMARGO et al., 2002) à 
fragmentação, redução e extinção de um grande número de espécies (CHAPIN et 
al., 2000; WERNECK et al., 2000). Dentre as áreas impactadas pela degradação, as 
formações florestais são claramente as mais afetadas.
A degradação provocada pela ocupação humana pode ser entendida como 
um processo complexo, uma vez que a alteração de um determinado componente 
natural pode desencadear outros processos desestabilizadores do ecossistema. 
Por exemplo, a entrada do gado em uma floresta impede a sua regeneração 
natural. Se o gado não for retirado do ambiente, não haverá a entrada de novas 
espécies vegetais e nem o desenvolvimento de novos indivíduos. 
A degradação é considerada um dos mais importantes problemas 
ambientais da atualidade. O homem, ser inteligente em termos de produção 
de bens e produtos, tem sido incapaz de associar o desenvolvimento com a 
conservação ou recuperação dos ecossistemas. Como consequência, o processo 
de degradação inclui a reduçãoe o isolamento de populações da fauna e da flora, 
causando alterações muitas vezes irreversíveis, como a extinção de algumas 
espécies. Nestas áreas degradadas podem ocorrer mudanças na estrutura, 
na função e nas relações de interação existentes em um ecossistema, além da 
possibilidade de maximizar os efeitos das mudanças climáticas, em nível local 
e global. Os problemas decorrentes da degradação ambiental, portanto, afetam 
diretamente o homem.
UNIDADE 1 | DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
4
Por esses motivos existe atualmente uma crescente busca para minimizar ou 
impedir a realização de ações nocivas ao meio ambiente. Quando isto não é possível, 
o processo de recuperação se torna o caminho mais requerido para modificar o atual 
quadro de degradação ambiental. É importante ressaltar, porém, que a recuperação 
ambiental de uma área deve significar a reconstrução das complexas interações ali 
existentes e, para que isso ocorra, torna-se necessário entender essas interações e 
saber de que forma poderão interferir no processo de recuperação. Para isso, deve-
se então identificar quais foram os processos envolvidos na degradação de uma 
determinada área, bem como a sua situação antecedente e a atual. 
Em função disso, a recuperação não pode ser considerada como um 
evento que ocorre em uma época ou prazo determinado, devendo sempre ser 
considerada como um processo de planejamento contínuo, que se inicia antes 
de uma atividade degradadora e termina muito depois do encerramento da 
atividade (BITAR, 1997).
Uma boa sugestão de leitura para você aprofundar seus conhecimentos sobre 
o assunto é a tese intitulada “Desmatamento e recuperação de pastagens degradadas na 
região amazônica: uma abordagem através das análises de projetos”, disponível no endereço 
eletrônico: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-09022004-144609/>. A 
partir da leitura, comece a esboçar um rascunho com as formas de abordagem dos diferentes 
conceitos que serão abordados neste tópico.
2 BIODIVERSIDADE
A diversidade biológica ou biodiversidade, conforme a Convenção sobre 
Diversidade Biológica, aprovada na Rio-92, é definida, em seu artigo 2º, como “a 
variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, entre 
outros, os ecossistemas terrestres e marinhos, outros ecossistemas aquáticos e 
os complexos ecológicos de que fazem parte, envolvendo ainda a diversidade 
dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas” (GASTON, 2000). 
Para você aprofundar seus conhecimentos, leia o livro Biodiversidade/E. O. 
Wilson, editor; Frances M. Peter. Subeditor; Carlos Gabaglia Penna, coordenador da edição 
brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. 
UNI
UNI
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS E NOÇÕES DE ECOLOGIA
5
A biodiversidade é um dos recursos renováveis essenciais, sendo 
formada por quatro componentes: energia (produtores – plantas), consumidores 
(herbívoros e carnívoros), decompositores (bactérias e fungos) e compostos 
químicos abióticos.
A biodiversidade na Terra é um capital natural, já que fornece recursos 
para o desenvolvimento do homem e auxilia na preservação da qualidade do ar 
e da água, na manutenção da fertilidade do solo, decomposição de resíduos e 
controle de pragas. Portanto, compreender, proteger e manter a biodiversidade é 
um dos objetivos de práticas de recuperação. 
Conforme Townsend, Begon e Harper (2010), os ecossistemas têm sido 
ameaçados por um conjunto de influências humanas, principalmente por nosso 
crescimento populacional explosivo. Em decorrência deste fato, a taxa de extinção 
de espécies é alta. 
Mas, afinal, qual o valor das espécies, ou melhor, qual o valor da 
biodiversidade? Algumas espécies têm um valor direto e muitas espécies têm 
valor potencial que permanece desconhecido. Aproximadamente 40% dos 
medicamentos prescritos e não prescritos em todo o mundo têm princípios 
ativos extraídos de plantas e animais. Um exemplo clássico dessa utilização é a 
aspirina, que tem origem nas folhas do salgueiro branco (Salix alba). Já a rosa de 
Madagascar (Catharanthus roseus) produz dois componentes para medicamentos 
para leucemia. Portanto, estes são exemplos da importância da biodiversidade e 
seus serviços ecológicos prestados. 
3 DEGRADAÇÃO 
Os ecossistemas terrestres dependem do solo, mas o conceito de solo 
varia conforme a ciência que o estuda e a função que lhe é dada. Para a ecologia, 
o solo é o local em que se processam parte dos ciclos naturais, principalmente 
o da matéria, o de nutrientes e o do ciclo hidrológico. As ações de retirada da 
floresta natural acarretam em perda de nutrientes, que são essenciais para o 
equilíbrio ecológico do ecossistema. Qualquer alteração do meio natural pode ser 
considerada uma forma de degradação. 
Ecossistema degradado, segundo Carpanezzi et al. (1990) apud Jesus 
(1994), é aquele que após distúrbios teve eliminados, juntamente com a cobertura 
florestal nativa, os seus meios bióticos de regeneração, como o banco de sementes 
e de plântulas. Essas áreas, muitas vezes, exigem intervenção com plantio de 
mudas associado a práticas de engenharia civil. As áreas em que a estrutura 
do solo for profundamente afetada pelos agentes de degradação precisarão de 
tratamento especial. As técnicas de plantio de mudas não bastam para refazer 
sequer a estrutura florestal nessas condições.
UNIDADE 1 | DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
6
A figura anterior ilustra, ainda, o processo erosivo causado pela energia 
da precipitação, pois cada gota de chuva que chega ao solo tem a capacidade 
de desagregar as partículas de solo. Após este processo, que é conhecido como 
“splash”, inicia-se o transporte das partículas de solo por meio do escoamento 
superficial. No primeiro momento, a água escoa em toda a superfície do terreno, 
depois por meio de fluxos lineares, ocorre a formação de escoamento concentrado 
formando ravinas e voçorocas.
Para você entender melhor como ocorre o processo de degradação, considere 
a seguinte situação:
Situação 1: faça um monte de areia e simule chuva por meio de um borrifador. Anote as 
alterações, e depois simule uma chuva torrencial com um copo de água no mesmo monte. 
Você vai perceber a diferença da força de cada gota de água conforme a intensidade da 
chuva em um solo sem cobertura vegetal. 
ATENCAO
FIGURA 1 – ÁREA DEGRADADA COM REVOLVIMENTO DO SOLO
FONTE: A autora.
Para analisar o grau de intensidade de restrições que impedem a regeneração 
natural é necessário realizar levantamentos em campo. Portanto, para o diagnóstico 
prévio consideram-se degradadas as áreas que apresentam indícios de intervenções, 
como as de mineração, de ausência total da cobertura vegetal, de superfície espalhada, 
de movimentação de máquinas pesadas na área, de deposição de lixo ou de material 
de bota-fora, de processos erosivos acentuados e seus efeitos relacionados, entre 
outros. A figura a seguir ilustra áreas degradadas. Assim, você poderá compreender 
o processo de degradação em duas diferentes situações, sendo que na situação A 
encontramos uma área degradada para implantação de lagoas de piscicultura, 
enquanto que na situação B é a retirada da cobertura florestal para produção agrícola.
A B
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS E NOÇÕES DE ECOLOGIA
7
4 ÁREA PERTURBADA 
Uma área perturbada é aquela que sofreu distúrbios, mas manteve seus meios 
bióticos de regeneração. A ação humana, neste caso, não é obrigatória para a recuperação, 
pois a própria natureza se encarregará de tal tarefa (figura a seguir). Portanto, se a área 
mantém a sua capacidade de regeneração, denominada “resiliência”, ela é considerada 
perturbada, e a intervenção humana apenas acelera o processo de recuperação.
Você verá, mais tarde, que reconhecer os mecanismos de resiliência de um 
ecossistema, para distinguir áreas perturbadas de áreas degradadas, são aspectos importantes 
para eficiência da estratégia e dos custos de um projeto de recuperação.
DICAS
FIGURA 2 – AMBIENTE PERTURBADO. (A): espécie jovem de Aspidosperma 
camporum(piquiá) em área de pastagem. (B): plântulas e jovens de Cupania 
vernalis (camboatá vermelho) em pastagem abandonada.
FONTE: A autora.
5 RESILIÊNCIA
Resiliência é o termo utilizado para expressar a capacidade de uma área 
retornar rapidamente a uma situação semelhante à sua estrutura original, após 
ter sido alterada (TOWNSEND, BEGON E HARPER, 2006). A intensidade e a 
longevidade das perturbações são os fatores determinantes da resiliência de 
um ecossistema. Por exemplo, uma área degradada que teve seus meios de 
regeneração natural eliminados apresenta baixa resiliência, contrastando com o 
conceito de área perturbada que possui de média a alta resiliência. 
UNIDADE 1 | DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
8
6 ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
O conceito de Áreas de Preservação Permanente (APP) foi instituído 
nos artigos 2º e 3º do Código Florestal (Lei no 4.771/65 apud MEDAUAR, 2003). 
As formas de vegetação natural descritas nos incisos do artigo 3º só podem ser 
consideradas de preservação permanente se o poder público assim a declarar. 
Consideram-se áreas de preservação permanente as florestas e demais 
formas de vegetação natural situadas:
• ao longo de rios e outros cursos d´água;
• ao redor de lagoas, lagos ou reservatórios naturais ou artificiais;
• ao redor de nascentes ou olho d´água;
• no topo de morros, montes, montanhas e serras;
• nas encostas ou partes destas com declividade superior a 45°;
• nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
• nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, 
em faixa nunca inferior a 100 metros em projeções horizontais;
• em altitudes superiores a 1.800 metros. 
Nesse sentido, a vegetação e as áreas ao longo dos cursos d’água, ao redor 
de nascentes e topos de morro são sempre lembradas como áreas prioritárias para 
a recuperação florestal (figura a seguir).
FIGURA 3 – ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. (A): nascente; (B): rio com até 
5 metros de largura; (C): rio com mais de 10 metros de largura; (D): topos de morro.
FONTE: A autora.
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS E NOÇÕES DE ECOLOGIA
9
Caro acadêmico! Para aprofundar os conteúdos, leia o texto: Área de Preservação 
Permanente. Disponível em: <http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./
snuc/index.html&conteudo=./snuc/artigos/preservacao.html>.
UNI
7 RESTAURAÇÃO 
A definição de restauração ecológica não se apresenta óbvia como se 
mostra no primeiro momento, já que a Sociedade de Restauração Ecológica (SER) 
vem alterando essa definição nos últimos anos. O termo restauração é definido 
atualmente como sendo a reposição das exatas condições ecológicas da área 
degradada. A restauração de um ecossistema é complexa e com altos custos. A 
restauração é improvável quando o ambiente apresenta alto nível de degradação, 
como em áreas mineradas. Além disso, os projetos de restauração produzem 
comunidades florestais simplificadas, em relação às originais, ou comunidades 
que não podem se manter ao longo do tempo, ou seja, não atingindo o objetivo 
proposto pela restauração.
NOTA
Você já ouviu falar em restauração de construções antigas ou de obras de 
arte? Você sabe o que isso significa? Esse tipo de restauração deve estar voltado ao 
restabelecimento das características intrínsecas das construções históricas ou das obras 
de arte, de modo que não gerem falsificações históricas e temporais. Muitas pessoas, 
erroneamente, ainda associam a restauração com o conceito de renovação ou de 
reconstrução. E, nesse sentido, o conceito de restauração serve tanto para construções 
antigas ou obras de arte como para o ambiente natural, ou seja, buscando a restituição 
mais próxima possível da sua condição original!
Para que a restauração consiga atingir o seu objetivo, é importante que 
envolva uma direção sequencial de metas, como, por exemplo, a restauração da 
riqueza das espécies da flora e da fauna, o monitoramento do desenvolvimento da 
estrutura da comunidade florestal e a verificação das ligações estabelecidas entre 
a estrutura e a função da comunidade em questão. Sendo assim, para restaurar 
um ecossistema torna-se necessária uma abordagem científica, implicando 
conhecimento e compreensão da complexidade inerente dos ecossistemas a 
serem restaurados. 
UNIDADE 1 | DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
10
Nos próximos tópicos, vamos analisar as estratégias que podem ser adotadas 
para garantir que a matéria e a energia continuem na área e não se dissipem. 
8 RECUPERAÇÃO
O termo recuperação pode ser definido como o processo que visa 
à obtenção de uma nova utilização para uma área degradada. Rodrigues e 
Gandolfi (2000) adotam o termo recuperação como uma designação genérica de 
qualquer ação que possibilite a reversão de uma área degradada, para a condição 
não degradada. Conforme IBAMA (1990), recuperar significa retornar a área 
degradada às suas formas de utilização, mediante um plano definido para o uso 
do solo. Já Jackson et al. (1995) adotam uma terminologia diferenciada, definindo 
a recuperação como uma resultante num ecossistema estável e autossustentável, 
que pode ou não incluir algumas espécies exóticas e que inclui uma estrutura e 
função similares, mas não idênticas, às da formação original.
A Lei no 9.985/2000 (MEDAUAR, 2003), que institui o Sistema Nacional 
de Unidades de Conservação (SNUC), define recuperação como a “restituição de 
um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não 
degradada, que pode ser diferente de sua condição original”.
UNI
Na restauração de um ambiente degradado, além da abordagem científica, 
é necessária a adequação dos objetivos com as características do ambiente. Os 
projetos de restauração, conforme Aumond (2003), necessitam de uma nova 
abordagem sistêmica integradora, considerando a teia complexa de fatores 
internos e externos dos ecossistemas. Deste modo, o autor considera que uma 
área degradada é como um sistema aberto com uma estrutura dissipativa, em que 
flui matéria (principalmente sedimentos e sementes) e energia (água), devendo 
levar a área ao fechamento de sua organização. 
As análises dos fluxos de matéria e energia são de fundamental 
importância para que se possa dar seguimento às atividades, procurando 
aumentar o nível organizacional do sistema. Essa organização, porém, provém 
do próprio ecossistema, cabendo ao homem apenas otimizar as forças de entropia 
presentes no sistema, convertendo-as a seu favor. Assim, os fatores ecológicos 
necessários à restauração ambiental podem ser restabelecidos, iniciando novos 
processos naturais em uma área sem grandes chances de recuperação natural, 
sem o auxílio humano. 
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS E NOÇÕES DE ECOLOGIA
11
NOTA
É importante que você saiba que na literatura técnica, recuperação não é sinônimo 
de reabilitação nem de restauração. O seu significado é de reparação das principais características 
e também das funções degradadas, sem o necessário retorno às condições preexistentes.
Na prática, o conceito de recuperação prevê atividades que permitem o 
desenvolvimento da vegetação nativa na área degradada ou a reutilização do 
que foi degradado para outros fins. O resultado desses processos dependerá 
do objetivo pretendido e da capacidade da área de suportá-lo. Essa afirmação 
é proposta pelo IBAMA desde 1990, que coloca ainda que a recuperação deva 
estar em conformidade com os valores ambientais, culturais e sociais locais. 
Desse modo, a recuperação encontra base conceitual e técnica para que se adotem 
diversas estratégias. Entretanto, o grande problema é que as áreas degradadas 
são ambientes que surgem por ação humana e os processos ecológicos para a 
recuperação são ainda pouco conhecidos, podendo gerar inúmeros projetos de 
recuperação sem sustentabilidade ambiental.
9 REABILITAÇÃO 
O conceito de reabilitação compreende a possibilidade de retorno das 
principais características inerentes da área. Ou seja, a reabilitação é o retorno 
da área degradada a uma situação alternativa estável.Isso ocorre mediante 
uma forte intervenção antrópica, sem que o ecossistema permaneça em 
condição irreversível de degradação. Conforme Primack e Rodrigues (2002), 
é a reabilitação de pelo menos algumas funções do ecossistema e de algumas 
espécies originais. Aplicando-se a estratégia de escarificação do solo de 
uma área minerada, por exemplo, é possível aumentar a taxa de infiltração, 
devolvendo a área à função hidrológica.
10 REFLORESTAMENTO 
Refere-se ao plantio de florestas em áreas consideradas florestais, porém 
temporariamente não florestadas, ou o processo contrário ao desflorestamento, 
que consiste na supressão de florestas. Difere, também, de florestamento, que 
é plantio de florestas em áreas não classificadas como florestais. Isso implica 
transformação da paisagem de não florestal para florestal. 
UNIDADE 1 | DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
12
12 FITORREMEDIAÇÃO 
A fitorremediação é uma estratégia utilizada em situações onde ocorreu 
a contaminação do solo, envolvendo a utilização de espécies vegetais, além de 
práticas de agronomia que, se aplicadas em conjunto, removem, imobilizam 
ou tornam os contaminantes inofensivos para o meio ambiente. O processo de 
fitorremediação pode ser dividido conforme a técnica a ser utilizada, ou ainda, 
das propriedades químicas, biológicas e físicas do poluente a ser removido, 
imobilizado ou neutralizado. 
O processo de fitoextração, por exemplo, representa a absorção de 
contaminantes pelo sistema radicular. Os poluentes são transportados até a parte 
aérea da planta (folhas) e, depois, ficam ali acumulados. É utilizado para metais 
(Cádmio (Cd), Níquel (Ni), Cobre (Cu), Zinco (Zn), Chumbo (Pb)), podendo ser 
usado também para outros compostos inorgânicos e compostos orgânicos. 
Na fitoestabilização, os contaminantes, tanto os orgânicos quanto os 
inorgânicos, são incorporados à parede vegetal ou à matéria orgânica do solo. 
Essa técnica evita o movimento do contaminante, limitando sua difusão no solo, 
a partir da cobertura vegetal. 
11 REVEGETAÇÃO 
Refere-se como revegetação a técnica que possibilita a criação de 
condições para que uma determinada área degradada recupere um número 
mínimo de características existentes no ecossistema original. Portanto, o objetivo 
fundamental é criar um ambiente florestal com características estruturais e 
funcionais próximas ao do ambiente florestal original.
No entanto, para que ocorra um processo adequado de revegetação é 
preciso que haja diferentes espécies de cada grupo ecológico sucessional. Você 
verá mais adiante o significado de sucessão. 
Em projetos de revegetação, algumas etapas precisam ser seguidas, tais como:
 
•	implantação somente de espécies nativas com ocorrência regional;
•	utilização de espécies com informações sobre a sua produção em viveiro;
•	a implantação de um grande número de espécies; 
•	levantamento histórico da área (utilização, solo, tipo de degradação);
•	caracterização de clima, solo (fertilidade, textura, permeabilidade, drenagem e 
profundidade), topografia, inundações periódicas;
•	caracterização do tipo de formação florestal existente;
•	escolha de espécies nativas regionais que sejam adaptadas ao local a ser 
revegetado.
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS E NOÇÕES DE ECOLOGIA
13
A fitoestimulação abrange as raízes em processo de crescimento, que 
promovem a proliferação de microrganismos que degradam os metabólitos 
(contaminantes) da planta como fonte de carbono e energia. No entanto, a utilização 
da fitoestimulação é realizada somente para os contaminantes orgânicos. 
Na fitovolatilização, o mercúrio (Hg), o selênio (Se) e o arsênio (As) são 
absorvidos pelas raízes, convertidos em formas não tóxicas e depois liberados na 
atmosfera, sendo uma técnica utilizada apenas para os compostos orgânicos. 
No processo de fitodegradação, os contaminantes orgânicos são 
degradados ou mineralizados dentro das células vegetais por enzimas específicas. 
A rizofiltração é a técnica que emprega plantas terrestres para absorver, 
concentrar e/ou precipitar os contaminantes de um meio aquoso, particularmente 
metais pesados ou elementos radiativos, através do seu sistema radicular. 
Existem também as chamadas barreiras hidráulicas, que são árvores de 
grande porte que possuem a função de remover quantidades satisfatórias de água 
do subsolo ou dos lençóis subterrâneos, evaporando-a através de suas folhas. Os 
contaminantes presentes nessa água são vaporizados junto com a água ou são 
retidos nos tecidos vegetais.
As copas vegetativas, também utilizadas, são coberturas vegetais 
(gramíneas, árvores) implantadas sobre aterros sanitários, possuindo a função 
de minimizar a infiltração de água da chuva e conter a disseminação dos 
resíduos poluentes. 
Os açudes artificiais são ecossistemas formados por solos orgânicos, 
microrganismos, algas e plantas aquáticas vasculares que trabalham em conjunto 
para promover o tratamento dos efluentes, através das ações combinadas de 
filtração, troca iônica, adsorção e precipitação. 
Caro acadêmico! Para aprofundar os conteúdos, leia o artigo: “Fitoestimulação 
por Stizolobium aterrimum como processo de remediação de solo contaminado com 
trifloxysulfuronsodium”. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pd/v25n2/a04v25n2.
pdf>. Após a leitura, faça um organograma com as ideias principais do texto.
ESTUDOS FU
TUROS
UNIDADE 1 | DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
14
13 PRINCÍPIOS DE SUCESSÃO ECOLÓGICA
A sucessão ecológica é um processo de modificação do ambiente pelas 
espécies que compõem a comunidade do entorno. Ela se inicia com a colonização 
de uma área por espécies da flora com características ecológicas específicas. Você 
já deve ter percebido que um jardim sem cuidados, com o passar do tempo, tem 
inúmeras espécies germinando e estas espécies são dispersas por diferentes 
agentes, como aves, morcegos ou o próprio vento. Estas espécies são denominadas 
pioneiras, já que são as primeiras a colonizarem uma determinada área. 
Sucessão ecológica é um processo de modificação progressiva de 
uma comunidade vegetal, tanto na estrutura quanto na composição de seus 
indivíduos, até que atinja um estado de equilíbrio dinâmico com o ambiente. 
As modificações são causadas por alterações das condições abióticas e bióticas 
decorrentes de atividades dos próprios componentes da comunidade ou devido 
a fatores externos, com consequências na probabilidade de estabelecimento e 
sobrevivência de cada espécie (RICKLEFS, 2003).
Agora, você deve pensar o que é necessário, na prática, para ocorrer um 
processo de sucessão. Então vamos analisar alguns pontos primordiais, tais como: 
a existência de uma área aberta onde espécies da flora possam se desenvolver, a 
entrada de novas espécies ao longo do tempo, e que as espécies que vão ocupando 
a área tenham um comportamento ecológico distinto.
NOTA
Mas afinal, o que é um comportamento ecológico distinto? 
Quando ocorre a sucessão, geralmente, há um aumento da complexidade e substituição de 
grupos de espécies vegetais. Esses grupos são a base do processo de sucessão e apresentam 
diferentes modos de adaptação ao ambiente e estratégias de desenvolvimento, especialmente 
em relação à quantidade de luz. Sendo assim, as espécies arbustivo-arbóreas podem ser 
classificadas em:
• Pioneiras: espécies dependentes de luz. 
• Secundárias iniciais: essas espécies ocorrem em condições de sombreamento médio.
• Secundárias tardias ou clímax: espécies que se desenvolvem em condições de sombra em 
nível leve ou denso, onde podem permanecer toda a vida, ou podem crescer até alcançar o 
dossel, ou seja, a copa de outras árvores de grande porte.
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS E NOÇÕES DE ECOLOGIA
15
As espécies pioneiras ocupam lentamente um sítio disponível à colonização 
e facilitam o estabelecimento de outras espécies, pois agem como abrigo para os 
vetores de dispersão, melhoram as condições de fertilidade do solo e formam 
habitats adequados ao recrutamento. Dessa forma, espécies de ervas, arbustos, 
árvores pioneirasde ciclo de vida curto e longo constituem grupos ecológicos com 
funções distintas na regeneração da floresta (figura a seguir).
FIGURA 4 – PROCESSOS FUNDAMENTAIS DA SUCESSÃO ECOLÓGICA 
FONTE: A autora.
Climax
Secundárias
Colonizadoras
Local disponível e adequado
Disponibilidade de muitas espécies
Espécies com comportamentos diferentes
Pioneiras
A sucessão ecológica pode ocorrer em solos nunca antes colonizados 
por espécies vegetais (por exemplo, o solo formado por lava de um vulcão em 
erupção), sendo este processo denominado sucessão primária. Quando um solo 
já colonizado sofre perda da sua cobertura florestal, o processo de retorno da 
vegetação é denominado sucessão secundária.
A sucessão secundária é o meio pelos quais as florestas tropicais conseguem 
se renovar. A renovação ocorre a partir da cicatrização de áreas perturbadas 
que existem em diferentes momentos na floresta. Por exemplo, a queda natural 
ou provocada de uma ou mais árvores resulta em uma abertura no dossel da 
floresta, sendo que esta abertura é denominada de clareira. Nestas áreas, iniciará 
o processo de sucessão com as espécies pioneiras. 
UNIDADE 1 | DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
16
O que é um propágulo? Um propágulo pode ser uma semente, um fruto ou 
qualquer outra parte de uma planta da qual se desenvolva outro indivíduo adulto.
Então, podemos ver o processo de sucessão como um item importante 
para o planejamento de recuperação de uma área degradada. Mas, precisamos 
considerar que alguns estudiosos possuem uma visão diferenciada sobre 
esse processo, suas características e as suas consequências. Em uma visão 
tradicionalista, esse processo teria apenas um caminho para a comunidade 
clímax (figura anterior). No entanto, outros estudiosos consideram que não há 
apenas um caminho e não há apenas um único tipo de comunidade final estável 
e permanente (figura a seguir). A situação A mostra a sucessão seguindo uma 
direção unidimensional e a situação B, a sucessão ocorre em vários sentidos. 
Um exemplo prático da situação B é a presença de regeneração de espécies 
secundárias tardias em áreas recém-expostas e a presença de espécies pioneiras 
em uma comunidade composta principalmente de espécies secundárias tardias. 
FIGURA 5 – INTERPRETAÇÕES DIFERENTES SOBRE O PROCESSO DE 
SUCESSÃO 
SUCESSÃO ECOLÓGICA
FONTE: A autora.
Os componentes naturais que agem na sucessão e que respondem às 
perturbações do meio são as fontes de propágulos, os agentes responsáveis da 
dispersão, as condições microclimáticas e o substrato para o estabelecimento dos 
ingressos vegetativos. Quando um ou mais desses fatores não se mostram em 
condições de reagir prontamente, a resposta do ambiente como um todo pode falhar.
UNI
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS E NOÇÕES DE ECOLOGIA
17
Agora chegamos a um ponto em que você deve se perguntar qual 
a importância dessa mudança de visão para o processo de recuperação. A 
resposta é simples, não podemos desejar a reprodução em todas as áreas de uma 
comunidade única. Mas precisamos concentrar todos os esforços para garantir 
que os processos fundamentais da sucessão ocorram. 
NOTA
Em 27 de agosto de 1883, a Ilha de Cracatoa, no Estreito de Sunda, na atual 
Indonésia, explodiu após meses de atividade vulcânica. A maior parte da ilha foi atirada 
para longe e toda a vida foi apagada. Quantidades imensas de cinzas cobriram a atmosfera, 
encobrindo o Sol e resultando em temperaturas frias por anos. No entanto, na década de 
1920, as florestas fechadas já tinham se desenvolvido na maior parte de Cracatoa, e algumas 
espécies pioneiras foram expulsas. Você já sabe o que aconteceu na Ilha? O processo que 
ocorreu para o estabelecimento da floresta foi o que chamamos de sucessão ecológica.
14 BACIA HIDROGRÁFICA
Define-se bacia hidrográfica como toda a área de captação natural de água 
da chuva que escoa pela superfície para determinado rio. Os limites são definidos 
pelo relevo compreendido entre o fundo do vale e os divisores de água (figura 
a seguir). Dependendo do relevo, a bacia hidrográfica apresenta diferentes 
tamanhos e formas. 
O rio principal, que dá nome à bacia, recebe a contribuição de seus 
afluentes. Cada um deles tem inúmeros tributários menores, alimentados por 
inúmeras nascentes. Assim, numa bacia hidrográfica há várias sub-bacias e 
muitas microbacias que são unidades fundamentais para a conservação, o manejo 
e a recuperação ambiental.
UNIDADE 1 | DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
18
FIGURA 6 – EXEMPLIFICAÇÃO DE UMA BACIA HIDROGRÁFICA
Nascente
Rio principal
Foz
FONTE: A autora.
Portanto, a bacia hidrográfica é uma área natural de captação da água 
precipitada que faz convergir os escoamentos para um único ponto de saída, seu 
exutório. A bacia compõe-se de um conjunto de superfícies vertentes e de uma 
rede de drenagem formada por cursos de água que confluem até resultar um leito 
único, o exutório (TUCCI, 2000).
A precipitação que cai sobre o solo infiltra-se lentamente, dependendo 
das condições do solo e da vegetação, até ocorrer a saturação completa. Após 
a saturação ocorre a formação do escoamento superficial, caso a precipitação 
persista. O escoamento superficial que ocorre em uma bacia hidrográfica pode 
ser considerado como a sua produção. Toda a água produzida tem como destino 
único o curso da água, que é o responsável em transportá-la até a saída da bacia. 
Nas áreas de inundação o comportamento é ambíguo, pois ocorre produção, no 
momento em que os rios estão com nível baixo, e o transporte quando os rios estão 
acima do nível normal. Sendo assim, a bacia hidrográfica pode ser considerada 
como um sistema físico em que a entrada de água é o volume precipitado e a 
saída é o volume de água escoado pela saída.
15 INTEGRAÇÃO E EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS 
Os conceitos de degradação e recuperação são considerados de maneira 
integrada.De acordo com a abordagem da UICN (União Mundial para Natureza) 
(1991 apud MEDAUAR), os sistemas naturais são os “ecossistemas onde, desde a 
Revolução Industrial, o impacto do homem não foi maior do que o de quaisquer 
outras espécies nativas, e não afetou a estrutura do ecossistema”.
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS E NOÇÕES DE ECOLOGIA
19
FIGURA 7 – RELAÇÃO ENTRE OS CONCEITOS DE RECUPERAÇÃO E 
RESTAURAÇÃO
Degradação
Restauração
Reabilitação
Redefinição
Evolução do
conceito
FONTE: A autora.
Outro aspecto bastante relevante para que você consiga perceber a 
evolução dos conceitos está ligado ao termo de sistemas degradados, que são 
considerados pela UICN (1991, p. 35) como “ecossistemas cuja diversidade, 
produtividade e condição para habitação foram enormemente reduzidas. A 
degradação dos ecossistemas da Terra é caracterizada por perda de vegetação 
e de solo”. Desse modo, com esse conceito, você pode perceber que as áreas 
degradadas são reconhecidas como insustentáveis, onde apenas a sua recuperação 
ou reabilitação poderá permitir que retorne a uma condição sustentável.
O conceito de recuperação passou nas últimas décadas por um processo 
de evolução (figura a seguir), visto que houve uma ampla difusão sobre o 
restabelecimento das condições originais da área degradada, para a busca de 
uma determinada situação em que a estabilidade do ambiente fosse garantida. 
Além disso, é muito perceptível que a recuperação ambiental, como um 
processo complexo, necessita de realização por meio de um plano previamente 
elaborado e com objetivos bem estabelecidos e explicitados. Considerar 
ainda a importância de uma abordagem compatível com o desenvolvimento 
de atividades agropecuárias e de extrativismo mineral é fundamental para o 
sucesso das ações de recuperação.
20
Caro acadêmico! Neste primeiro tópico você estudou os seguintes 
aspectos que revisaremos agora:
• A degradação ambiental assume atualmente proporções alarmantes, de forma 
que aproximadamente 15% do solo mundial se encontra de alguma forma 
degradado (GUERRA, 1999). 
• A degradação provocada pela ocupação humana pode ser entendida como um 
processo complexo, umavez que a alteração de um determinado componente 
natural pode desencadear outros processos desestabilizadores do ecossistema. 
• Biodiversidade é a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, 
compreendendo, entre outros, os ecossistemas terrestres e marinhos, outros 
ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte, 
envolvendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de 
ecossistemas (GASTON, 2000).
• Aproximadamente 40% dos medicamentos prescritos e não prescritos em todo 
o mundo têm princípios ativos extraídos de plantas e animais. Um exemplo 
clássico dessa utilização é a aspirina, que tem origem nas folhas do salgueiro 
branco (Salix alba). Já a rosa de Madagascar (Catharanthus roseus) tem produzido 
dois componentes para medicamentos para leucemia. 
• Ecossistema degradado é aquele que após distúrbios teve eliminados, juntamente 
com a cobertura florestal nativa, os seus meios bióticos de regeneração, como o 
banco de sementes e de plântulas. 
• Área perturbada é aquela que sofreu distúrbios, mas manteve seus meios 
bióticos de regeneração. 
• A intensidade e a longevidade das perturbações são os fatores determinantes 
da resiliência de um ecossistema. 
• Área de Preservação Permanente são áreas de proteção legal, instituídas no ano 
de 1965, através do Código Florestal (Lei Federal 4.771).
• Restauração é a reposição das exatas condições ecológicas da área degradada. 
• Recuperação é o processo que visa à obtenção de uma nova utilização para a 
área degradada. 
• Reabilitação compreende a possibilidade de retorno das principais características 
inerentes da área. Ou seja, a reabilitação é o retorno da área degradada a uma 
situação alternativa estável. 
RESUMO DO TÓPICO 1
21
• Reflorestamento é o plantio de florestas em áreas consideradas florestais, porém 
temporariamente não florestadas, ou o processo contrário ao desflorestamento, 
que consiste na supressão de florestas. 
• Revegetação é a técnica que possibilita a criação de condições para que uma 
determinada área degradada recupere um número mínimo de características 
existentes no ecossistema original. 
• Fitorremediação é uma estratégia utilizada em situações em que ocorreu a 
contaminação do solo. Envolve a utilização de espécies vegetais, além de 
práticas de agronomia que, se aplicadas em conjunto, removem, imobilizam ou 
tornam os contaminantes inofensivos para o meio ambiente. 
• A sucessão ecológica é um processo de modificação do ambiente pelas espécies 
que compõem a comunidade do entorno. Ela se inicia com a colonização de 
uma área por espécies da flora com características ecológicas específicas. 
• As espécies pioneiras ocupam lentamente um sítio disponível à colonização e 
facilitam o estabelecimento de outras espécies, pois agem como abrigo para os 
vetores de dispersão, melhoram as condições de fertilidade do solo e formam 
habitats adequados ao recrutamento. 
• A sucessão secundária é o meio pelo qual as florestas tropicais conseguem se 
renovar. A renovação ocorre a partir da cicatrização de áreas perturbadas que 
existem em diferentes momentos na floresta. 
• Bacia Hidrográfica é toda a área de captação natural de água da chuva que 
escoa pela superfície para determinado rio. Os limites são definidos pelo relevo 
compreendido entre o fundo do vale e os divisores de água. 
• A precipitação que cai sobre o solo infiltra-se lentamente, dependendo das 
condições do solo e da vegetação, até ocorrer a saturação completa. 
• A bacia hidrográfica pode ser considerada como um sistema físico em que a 
entrada de água é o volume precipitado e a saída é o volume de água escoado 
pela saída.
22
Olá, acadêmico! Agora é só você resolver as questões a seguir e estará 
reforçando seu aprendizado. Boa atividade!
1 Elabore uma tabela comparativa com os conceitos de área degradada e área 
perturbada.
2 Estabeleça diferenças e semelhanças entre os conceitos de recuperação, 
restauração e reabilitação.
3 Analise a figura a seguir para definir a sucessão ecológica.
AUTOATIVIDADE
FIGURA 8 – AMBIENTE EM PROCESSO DE SUCESSÃO ECOLÓGICA
No caso de um rochedo sem nada, os primeiros seres que se instalam são:
os líquens ervasbr ióf i tas arbustos árvores (clímax)→ → → →
FONTE: Disponível em: <http://www.infoescola.com/ecologia/comunidade-climax/>. Acesso 
em: 26 maio 2011.
23
TÓPICO 2
SUSTENTABILIDADE
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico você vai estudar as alterações causadas pela atividade 
humana nos ecossistemas naturais, ou seja, os impactos humanos. Além disso, 
será abordada a sustentabilidade das atividades humanas e a distribuição da 
população como um dos grandes problemas da atualidade. 
A busca por um modelo de desenvolvimento sustentável e a sua 
implantação já vêm sendo discutidas e apoiadas pela sociedade humana, 
impulsionadas pelos diversos problemas, tais como: contaminação dos recursos 
naturais, desastres naturais, existência de grandes populações vivendo na miséria, 
efeitos do aquecimento global e a má distribuição da riqueza natural e humana. 
Diante disto, o modelo de desenvolvimento sustentável deve ser capaz de 
contribuir para a superação dos atuais problemas, bem como garantir a proteção 
e recuperação dos sistemas naturais. A implantação de uma estratégia de 
desenvolvimento deve estar baseada em um paradigma que englobe dimensões 
políticas, econômicas, sociais, tecnológicas e ambientais, mas que sirva, ainda, 
como base para a procura de soluções de caráter amplo para o desenvolvimento 
das populações mundiais. Você pode observar que a base deste paradigma é a 
visão sistêmica do caminho percorrido pelo homem. 
Quando uma atividade é denominada de sustentável, significa que pode 
ser contínua e repetida ao longo do tempo. A população mundial cresce de maneira 
insustentável, já que não podemos mais produzir alimentos em solos que não têm 
reposição de nutrientes. Por isso, a sustentabilidade é um dos conceitos centrais 
e a grande preocupação sobre o destino do planeta Terra e dos sistemas naturais. 
O reconhecimento da importância da sustentabilidade como uma preocupação 
crescente é partilhado pelos cientistas. 
Dentro desta visão, um sistema de desenvolvimento baseado no uso 
racional de recursos naturais; na redução, reutilização e reciclagem de resíduos; 
na distribuição justa dos recursos naturais e no respeito por todas as formas de 
vida oferece uma solução com equilíbrio dinâmico e, possivelmente, harmônico 
entre o homem e o meio natural.
UNIDADE 1 | DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
24
NOTA
O conceito de desenvolvimento sustentável estabelece a possibilidade de 
desenvolvimento econômico efetivo alicerçado no tripé “Eficiência Econômica, Ecologia e 
Equidade, intra e entre gerações” (ROMEIRO, 2003).
2 SISTEMA HUMANO 
Os efeitos do crescimento da população humana são a raiz de muitos 
problemas ambientais, já que este aumento de pessoas significa maior procura por 
recursos; maior demanda de recursos energéticos, geralmente, não renováveis; 
maior produção de alimentos pela agricultura, entre outras demandas. O 
grande ponto é, com certeza, o da sustentabilidade, pois não podemos continuar 
utilizando o capital natural desta maneira.
O crescimento populacional é o ponto central da discussão. A população 
cresce a uma taxa de aceleração e com aumento na taxa por indivíduo. Para 
você entender o que significa este crescimento, analise a seguinte afirmação: A 
taxa atual de crescimento da população humana mundial é insustentavelmente 
alta. Antes da muito difundida revolução agrícola do século XVIII, a 
população humana levou aproximadamente mil anos para dobrar de tamanho. 
Recentemente, o total tem duplicado mais ou menos a cada 43 anos (TOWNSEND; 
BEGON; HARPER, 2006).
Por meio desta afirmação, você pode perceber que estamos em crescimento 
insustentável, embora agora seja menor do que já foi. Entretanto, precisamos 
considerar que em um espaço limitado e com recursos limitados não poderíamos 
crescer continuamente.Então, uma pergunta é importante. Qual é a capacidade 
suporte do planeta Terra?
Esta resposta não é fácil, já que existem inúmeras estimativas. De qualquer 
forma, todas admitem que a população humana é limitada “de baixo” pelos seus 
recursos, em vez de “de cima” por seus inimigos naturais. A doença infecciosa é 
a principal ameaça ao bem-estar humano, já que muitas doenças se disseminam 
em populações mais densas. 
O principal limite imposto ao número de pessoas na Terra é a capacidade 
de produção de alimentos. No entanto, entre 1961 e 1996, o suprimento de 
alimento per capita em países desenvolvidos aumentou 32%, e a proporção 
da população mundial subnutrida caiu 10%. Porém, 840 milhões de pessoas 
passam fome no mundo e a taxa de crescimento na produção de alimento per 
capita está caindo.
TÓPICO 2 | SUSTENTABILIDADE
25
A maioria dos alimentos é cultivada de maneira extensiva em 
monoculturas, que maximizam a produção. Isso acontece porque o agricultor 
controla e otimiza a densidade da população, quantidade e a qualidade de 
seus recursos e, muitas vezes, controla as condições climáticas (temperatura e 
umidade). A desvantagem da monocultura é a facilidade de disseminação de 
doenças devido à homogeneidade de espécies e características genéticas. Uma 
área com monoculturas perde sua biodiversidade e, com isso, um recurso vital 
com grande variedade de genes, espécies, ecossistemas e processos biológicos.
Para produzir alimento ou exercer qualquer outra atividade, o homem 
utiliza a tecnologia para alterar o meio natural e atender às suas necessidades e 
desejos, de modo que ameaça a sobrevivência de muitas outras espécies e pode, 
por fim, reduzir a qualidade de vida da população em sociedade.
A sobrevivência humana depende de modificações, construções ou 
degradações de porções cada vez maiores dos sistemas naturais da Terra. As 
atividades antrópicas afetam aproximadamente 83% da superfície terrestre. Você 
pode perceber, por meio da análise da tabela a seguir, algumas características dos 
sistemas naturais e dos sistemas humanos.
TABELA 1 – ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS NATURAIS E DOS SISTEMAS HUMANOS
FONTE: Adaptado de: Miller (2007).
As atividades humanas têm contribuído para o crescimento de impactos 
ambientais negativos, já que utilizam a tecnologia para alterar boa parte da 
natureza para atender às suas crescentes necessidades. Os impactos ocasionam:
• Redução da biodiversidade ao destruir, fragmentar, degradar ou simplificar os 
habitats naturais, acarretando na perda acelerada do capital natural. 
• Utilização e destruição de um percentual cada vez maior da produtividade da 
Terra. 
• Proliferação de espécies nocivas e bactérias causadoras de doenças. O uso 
excessivo de agroquímicos e antibióticos acelerou a seleção natural entre as 
populações de bactérias e pragas de reprodução rápida e levou à resistência 
genética a esses produtos químicos.
• Eliminação de predadores, simplificando e prejudicando as cadeias alimentares 
e os ecossistemas naturais.
Propriedade Sistemas naturais Sistemas humanos
Complexidade Alta complexibilidade biológica Biologicamente simples.
Fonte de energia Energia solar (renovável). Energia não renovável (combustíveis fósseis) .
Produção de resíduos Alta geração (matéria orgânica) e alta taxa de decomposição.
Alta geração de resíduos não 
decompostos.
Nutrientes Alta geração e reciclagem. Baixa geração e perda. 
UNIDADE 1 | DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
26
• Introdução de espécies exóticas competidoras que prejudicam o desenvolvimento 
de espécies nativas.
• Utilização de recursos renováveis em taxas maiores do que a reposição, por 
exemplo: em determinadas áreas, a taxa de bombeamento da água doce de 
aquíferos subterrâneos é maior do que a taxa de recarga.
• Interferência na ciclagem química e nos fluxos de energia nos ecossistemas. Um 
exemplo desta interferência é o aumento de dióxido de carbono na atmosfera 
devido, principalmente, à queima de combustíveis fósseis.
• Utilização de energia não renovável. Os sistemas de combustíveis fósseis 
normalmente geram poluição e desperdiçam energia.
Portanto, para a sobrevivência da população humana é preciso explorar 
e modificar o ambiente natural. Mas, finalmente, estamos começando a 
entender que qualquer introdução do homem na natureza provoca inúmeros 
efeitos. O desenvolvimento da sociedade humana enfrenta dois grandes 
desafios, sendo:
• Precisamos manter o equilíbrio entre as comunidades alteradas pelo homem e 
as comunidades naturais, das quais a nossa espécie depende. 
• Precisamos diminuir a velocidade em que estamos simplificando e degradando 
a natureza para os nossos fins. 
Estes desafios podem ser superados quando aprendermos como a Terra 
funciona, e ao trabalhar em conjunto com os seus processos naturais podemos 
sustentar a qualidade de vida para a espécie humana e evitar a extinção prematura 
de metade das espécies dos biomas prevista para este século, como resultado dos 
oito fatores que vimos acima.
3 PRINCÍPIOS DE SUSTENTABILIDADE
Podemos desenvolver economias e sociedades mais sustentáveis se 
imitarmos os princípios que a natureza usa para se adaptar e se sustentar há 
vários bilhões de anos. A tabela a seguir apresenta uma descrição dos princípios 
e algumas formas de como o homem pode ser mais sustentável. Esses princípios 
operacionais da natureza estão relacionados um ao outro. A falha de qualquer 
um dos princípios pode levar à insustentabilidade temporária ou de longo prazo 
e à modificação de ecossistemas, economias e sociedades humanas.
TABELA 2 – IMPLICAÇÕES DOS PRINCÍPIOS DE SUSTENTABILIDADE (ESQUERDA), OBTIDOS COM A 
OBSERVAÇÃO DA NATUREZA, PARA A SUSTENTABILIDADE DO HOMEM (DIREITA) A LONGO PRAZO
Como a natureza funciona Lições para a sustentabilidade
Utilização de energia solar renovável. Depender em grande parte de energia solar renovável.
Reciclagem contínua de nutrientes e resíduos. Prevenir e reduzir a poluição, reciclar e reaproveitar os recursos.
TÓPICO 2 | SUSTENTABILIDADE
27
FONTE: Adaptado de: Miller (2007).
Utilização de recursos de uma espécie por 
interações com seu ambiente e outras espécies.
Reduzir a natalidade humana e evitar desperdício 
de recursos para impedir a sobrecarga ambiental.
Reduzir a degradação de seus recursos.
Outro princípio importante é a biodiversidade, mas evidências indicam 
que os seres humanos estão acelerando o fim de um crescente número de espécies. 
Dados indicam que antes do aparecimento do homem na Terra, a taxa de extinção 
era de aproximadamente uma espécie por ano para cada milhão de espécies na 
Terra. Isso representa aproximadamente 0,0001% ao ano. A taxa atual é de pelo 
menos 1.000 a 10.000 mil vezes maior que a taxa anterior à presença humana, ou 
seja, de pelo menos 0,1 a 1% ao ano.
UNI
Para você entender quantas espécies estes dados representam, vamos supor 
que a taxa de extinção seja de 0,1%. Perdem-se 5.000 mil espécies por ano, se houver 5 
milhões de espécies na Terra.
Atualmente, 1,8 milhão de espécies foi descrita pelos cientistas (figura a 
seguir), mas o número de espécies com certeza é maior. Algumas estimativas 
apontam uma riqueza global de 3 a 30 milhões de espécies (GASTON, 1998). Você 
pode perceber como sabemos pouco sobre as espécies que habitam a Terra. Muitas 
espécies foram extintas sem serem descobertas e muitas encontram-se sob algum 
grau de ameaça de extinção. Estas podem ser classificadas da seguinte forma: 
• Vulnerável: quando existe a probabilidade de 10% de que ela será extinta nos 
próximos cem anos.
• Em perigo: quando a probabilidade é de 20% nos próximos 20 anos e/ou em 10 
gerações.
• Criticamente em perigo: se o risco de extinção for igual ou superior a 50% nos 
próximos cinco anos ou nas duas próximas gerações.
UNI
Para você entender a importância desta classificação, 43% das espécies de 
vertebrados têm sido classificadas como estando em perigo. 
UNIDADE 1 | DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
28
FIGURA 9 – LISTA DE ESPÉCIES DESCRITAS PELOSCIENTISTAS
960.000 espécies de
insetos, sendo 600.000
de besouros
270.000 espécies
de plantas
12.000 espécies de
anfíbios e répteis
4.500 espécies
de mamíferos
9.000 espécies de
bactérias e vírus
10.000 espécies
de aves
70.000 espécies
de fungos
400.000 espécies
de invertebrados
FONTE: Adaptado de: Townsend; Begon e Harper (2006).
A grande preocupação da extinção prematura das espécies nativas é o 
impacto sobre o ambiente natural e humano. A extinção deve ser evitada, já que 
há um valor instrumental que se baseia na sua utilidade na forma de serviços 
ecossistêmicos. Para você entender o que é um serviço prestado pelo ambiente 
natural, observe um rio protegido pela floresta e um rio sem proteção de suas 
margens. Você notará que em um dia de chuva a transparência da água é afetada, 
então a vegetação realiza um serviço que é a filtragem da água que chega ao rio. 
Outro valor instrumental são as informações genéticas presentes nas 
espécies, que lhes permitem se adaptarem a diferentes condições ambientais. 
As informações genéticas são importantes para a agronomia, já que novos tipos 
de safras são produzidos com estas informações. Além disso, são elaboradas 
vacinas, por exemplo, contra a hepatite B. As ações antrópicas devem proteger as 
espécies contra a extinção prematura e evitar a degradação dos ecossistemas e de 
sua biodiversidade. 
A maior ameaça para uma espécie é a perda e a degradação do seu habitat, 
ou seja, do local onde vive. A figura a seguir ilustra as causas básicas e secundárias 
da ameaça e extinção prematura das espécies nativas.
TÓPICO 2 | SUSTENTABILIDADE
29
FIGURA 10 – DEGRADAÇÃO DO CAPITAL NATURAL: CAUSAS BÁSICAS E SECUNDÁRIAS 
DO ESGOTAMENTO E EXTINÇÃO PREMATURA DAS ESPÉCIES NATIVAS
• Perda de habitat
• Degradação e fragmentação
do habitat
• Introdução de
espécies exóticas
• Mudança climática
• Poluição
• Crescimento populacional
• Crescimento utilização de recurso
• Ausência de responsabilidade 
ambiental
• Desigualdade social
FONTE: A autora.
A degradação e a fragmentação do habitat são fatores importantes na 
extinção prematura das espécies. A fragmentação do habitat ocorre quando uma 
área florestal é reduzida em tamanho e dividida em pequenas porções isoladas. 
Esse processo divide populações da flora e da fauna em grupos menores, que se 
tornam vulneráveis a predadores, espécies competidoras, patógenos e mudanças 
do clima. Além disso, a fragmentação cria barreiras reprodutivas.
Você pode observar que o desmatamento é a causa mais comum da 
fragmentação ou da destruição do habitat. A maior parte das florestas temperadas 
nativas dos países desenvolvidos foi degradada e nos trópicos a taxa de 
desmatamento é de 1% ou mais por ano. Como consequência, mais da metade do 
habitat dos animais nativos foi destruída.
Causas secundárias
Causas básicas
UNIDADE 1 | DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
30
NOTA
A área de floresta devastada na Amazônia Legal entre agosto de 2009 e julho 
de 2010 foi de 6.451 quilômetros quadrados, o que representa a menor taxa anual de 
desmatamento registrada desde 1988, quando teve início a série de medições feitas pelo 
INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). (<http://www.bbc.co.uk>). Os estados que 
apresentaram a maior taxa de desmatamento foram: Minas Gerais (909 km2), Paraná (545 
km2), Bahia (462 km2) e Santa Catarina (329 km2) (<http://www.institutocarbonobrasil.org.br/>).
A invasão de espécies exóticas em novas áreas geográficas pode ocorrer de 
maneira natural ou por meio da interferência humana. As espécies introduzidas 
afetam as comunidades naturais. Uma das principais geradoras de biodiversidade 
é a ocorrência de espécies exclusivas daquela região, fazendo com que habitats 
diferentes sejam diferentes em função das espécies presentes. O principal efeito 
da introdução de espécies exóticas é a redução da biodiversidade, tornando 
ambientes homogêneos. 
A figura a seguir mostra as ameaças às espécies que vivem em fragmentos 
ou em ambientes homogêneos. Você vai perceber que esta figura é o somatório 
de tudo o que já foi discutido. Os espirais de extinção podem diminuir 
progressivamente o tamanho das populações naturais, conduzindo-as de forma 
irreversível à extinção. Atualmente, temos algumas espécies que podem entrar 
no espiral da extinção, tais como: Ocotea catharinensis (canela preta) e Chrysocyon 
brachyurus (lobo-guará), que apresentam suas populações subdivididas e com 
menor capacidade de adaptação devido à redução de variabilidade genética.
FIGURA 11 – ESPIRAIS DE EXTINÇÃO
Menor capacidade
de adaptação
(variabilidade
genética)
Maior variação
demográfica
Variação
ambiental ou
catástrofes
Extinção
• Destruição do hábitat
• Degradação ambiental
• Fragmentação do hábitat
• Sobre exploração
• Influência de espécies 
 exóticas
População
subdividida
Menor tamanho
populacional
FONTE: Adaptado de: Primack (1993).
TÓPICO 2 | SUSTENTABILIDADE
31
Portanto, você pode perceber que a chave de tudo é o planejamento 
ambiental para minimizar a ocorrência de impactos ambientais decorrentes da 
atividade humana exploratória. A ocupação precisa ser orientada para conservar 
e proteger o capital natural e garantir a qualidade dos serviços ecossistêmicos. Isso 
é possível por meio da conciliação do crescimento econômico e da preservação 
ambiental, para alcançar o desenvolvimento sustentável.
ESTUDOS FU
TUROS
Você vai estudar, na Unidade 3, que quando uma comunidade foi alterada ou 
degradada, a recuperação é uma medida necessária para permitir a sustentabilidade do ambiente.
4 IMPACTOS AMBIENTAIS
Estudamos no item anterior o sistema humano e seus efeitos sobre o 
sistema natural. Portanto, qualquer atividade que o homem exerce sobre o meio 
natural resulta em impactos. Então, vamos definir o que é impacto ambiental 
considerando a legislação brasileira. 
Conforme consta na Resolução CONAMA no 01/86 (MEDAUAR, 2003), 
pode-se considerar impacto ambiental como “qualquer alteração das propriedades 
físicas, químicas e biológicas do meio ambiente causada por qualquer forma de 
matéria ou energia resultante das atividades humanas que direta ou indiretamente, 
afetam: I – a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II – as atividades 
sociais e econômicas; III – a biota; IV – as condições estéticas e sanitárias do meio 
ambiente; e V – a qualidade dos recursos ambientais”. 
Uma importante ferramenta para alcançar o desenvolvimento sustentável 
é a elaboração de Estudos de Impacto Ambiental (EIA). Este pode ser considerado 
um instrumento técnico-científico de caráter multidisciplinar que é capaz de 
definir, mensurar, monitorar, mitigar e corrigir os possíveis efeitos de uma 
determinada atividade sobre determinado ambiente. A análise adequada destes 
estudos possibilita uma adoção de postura preventiva antepondo-se e sobrepondo-
se à postura curativa, que gera mais custos e prejuízos para o desenvolvimento. 
A postura curativa, geralmente, é ineficiente ao combate à ocorrência de impactos 
ambientais, mas é adotada pelos governantes devido ao baixo custo de planejamento. 
Para que este estudo seja um instrumento orientativo é necessária a adoção de uma 
linguagem clara e acessível para a sociedade, por isso, o documento é apresentado 
sob a forma de Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (RIMA).
UNIDADE 1 | DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
32
A Resolução CONAMA no 01/86 (MEDAUAR, 2003) define quais os 
empreendimentos possuem obrigatoriedade de elaboração de EIA e de seu 
respectivo RIMA. O Decreto no 750/93 (MEDAUAR, 2003), criado com base no art. 
14 da Lei no 4.771/65 (MEDAUAR, 2003), impõe obrigatoriedade na elaboração 
desse instrumento quando se tratar de supressão da flora nativa de floresta atlântica 
primária e secundária, em atividades de utilidade pública e/ou interesse social.
A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA – Lei no 6.938/81) coloca 
o alicerce dos instrumentos de licenciamento ambiental, e, ainda, define sua 
obrigatoriedade, discorrendo sobre suas etapas. No mesmo

Continue navegando