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Introdução à Defesa 
da Concorrência
Sistema Brasileiro de 
Defesa da Concorrência - 
SBDC2
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2Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Enap, 2021
Enap Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Educação Continuada
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente 
Diogo Godinho Ramos Costa
Diretor de Educação Continuada
Paulo Marques
Coordenador-Geral de Educação a Distância 
Carlos Eduardo dos Santos
Conteudista/s 
Waleska de Fátima Monteiro (Conteudista, 2020).
Equipe responsável:
Ana Paula Medeiros Araújo (Direção de arte, 2021).
Isaac Silva Martins (Implementador Moodle, 2021).
Ivan Lucas Alves Oliveira (Coordenador de produção web, 2021).
Lavínia Cavalcanti Martini T. dos Santos (Coordenadora de desenvolvimento, 2020).
Vanessa Mubarak Albim (Diagramadora, 2021).
Curso produzido em Brasília 2021.
Desenvolvimento do curso realizado no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB / CDT / 
Laboratório Latitude e Enap.
3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 1: Aspectos históricos do Sistema Brasileiro de Defesa da 
Concorrência (SBDC) ......................................................................... 5
1.1. Primórdios .......................................................................................................5
1.2. Lei 8.884/94 .....................................................................................................7
1.3. Lei 12.529/11 .................................................................................................11
1.4. O Cade e a cooperação internacional ............................................................14
Referências ..................................................................................... 21
Sumário
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Unidade 1: Aspectos históricos do Sistema Brasileiro de 
Defesa da Concorrência (SBDC)
1.1. Primórdios
Ao finalizar a unidade, você será capaz de listar aspectos históricos do SBDC, as entidades que 
o compõem e suas funções.
Ao consultar os detalhes históricos da defesa da concorrência no Brasil, no livro “Defesa da 
Concorrência no Brasil: 50 anos”, elaborado pelo Cade, verifica-se que desde a colonização até 
meados do século XX, o Brasil sofreu uma forte influência de intervenção do Estado na economia. 
A cultura de livre concorrência era algo distante do dia a dia da sociedade, principalmente no 
período da grande depressão, por causa dos efeitos da crise de 1929.
Contudo, a Constituição de 1937 trouxe, em seu artigo 141, o princípio da proteção da economia 
popular, iniciando a mudança intervencionista. Esse dispositivo constitucional, em uma de suas 
vertentes, foi regulamentado pelo Decreto-lei 869, de 18 de novembro de 1938, e seu principal 
objetivo era definir as leis contra a ordem econômica na época. Em 1942, o Decreto nº 4.407/42 
substituiu o 869/38, e com ele outros objetivos surgiram, uma vez que os crimes para coibir 
conduta abusiva das empresas passariam para esfera criminal, com punição de multa e prisão, 
sem direito a fiança.
Ainda na década de 40, o Brasil promulgou o Decreto nº 7.666/45, também conhecido como Lei 
Malaia que, diferenciando-se do Decreto de 1942, tinha um caráter mais administrativo do que 
criminal. O decreto criou a “Comissão Administrativa de Defesa Econômica” que tinha poderes 
para autorizar ou impedir fusões, agrupamentos ou transformações de empresas nos diversos 
setores da economia nacional.
Destaque h, h, h, h, 
A Lei Malaia foi inspirada na legislação antitruste norte-americana. No 
entanto, provocou revolta nas empresas estrangeiras instaladas no Brasil, 
que não queriam aqui nenhum dos controles que aceitavam lá (nos EUA). A 
norma sofreu forte oposição, sendo acusada, na época, de intervencionista e 
de dificultar o desenvolvimento econômico do país.
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o Sistema Brasileiro de Defesa da 
Concorrência - SBDC2
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Com a destituição do presidente Getúlio Vargas, os decretos mencionados foram revogados. 
Entretanto, todo debate causado pelo último decreto não foi em vão. Pelo contrário, ele foi 
responsável pelo auxílio e aprimoramento da legislação antitruste, que estaria prevista, pela 
primeira vez, em uma Constituição Federal. Logo, em 1946, a Constituição Federal do Brasil 
trazia, em seu artigo 148, a regra de repressão contra o abuso de poder econômico, uniões ou 
agrupamentos que visavam apenas dominar o mercado e eliminar a concorrência, aumentando 
assim o lucro das empresas.
O projeto de lei que regulamentou esse dispositivo constitucional tramitou por 14 anos no 
Congresso. Entre várias idas e vindas, mudanças e ampliações do texto, só em 1962 o artigo foi 
regulamentado e a Lei 4.137/62 foi sancionada. A Comissão Administrativa de Defesa Econômica 
deu lugar ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica e, assim, criou-se o Cade.
A justificativa dos parlamentares sobre a alteração do termo “Comissão” para “Conselho” era 
a de que os integrantes do Cade formariam uma categoria especial, inclusive com garantias e 
incompatibilidades características de membros do Poder Judiciário. Nessa composição inicial 
do Conselho, haveria um presidente e quatro conselheiros, todos nomeados pelo Presidente 
da República, após a aprovação dos nomes pelo Senado Federal. Os pré-requisitos necessários 
para assumir os postos eram: ser brasileiro maior de 30 anos, com notório saber jurídico ou 
econômico e de reputação ilibada.
Destaque h, h, h, h, 
A atuação do Cade entre a década de 1960 e meados dos anos 1980 é 
frequentemente considerada pelos estudiosos como pouco expressiva. As 
razões apontadas para isso, por um lado, passam pelo ambiente econômico 
da época e pelo modelo de desenvolvimento do país. Havia uma política de 
controle de preços – algo incompatível com a livre concorrência, além de 
estímulo governamental à criação de grandes grupos econômicos nascidos, 
muitas vezes, de fusões e incorporações com aval do próprio governo.
Por outro lado, as decisões do Cade foram frequentemente reformuladas pelo Poder Judiciário, 
já que muitas das condenações de empresas por abusos, aplicadas no período, foram anuladas 
na Justiça. A legislação antitruste da época dava poderes ao Cade para analisar os registros 
contábeis das empresas e examinar os balanços e relatórios anuais, nos quais se podia detectar 
algum tipo de irregularidade e outro caminho eram as provas testemunhais. Mesmo assim, ainda 
havia dificuldade na produção de provas irrefutáveis das práticas anticompetitivas. Logo, o Cade 
enfrentava limitações decorrentes das políticas adotadas pelos governos militares por serem 
incompatíveis com o espírito da livre concorrência.
O antitruste nos Estados Unidos
A legislação antitruste americana foi a primeira no mundo a tratar de aspectos da defesa da 
concorrência, tal como se conhece hoje. A primeira lei antitruste americana – conhecida como 
Lei Sherman – data de 1890, em resposta às mudanças industriais nos EUA que levaram à criação 
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de grandes monopólios e cartéis. Proibia restrições ao comércio e combinação de preços. A lei 
buscou consolidar e sistematizar questões que já eram discutidas anteriormente pelo Judiciário 
sob o prisma privado.
A inovação mais importante da Lei Sherman foi permitir a contestação de contratos, acordos ou 
práticas comerciais por iniciativa do Estado ou de terceiros (tratando a concorrência como bem 
jurídico de interesse da sociedade em geral, não apenas das firmas eventualmente prejudicadas 
por práticas anticompetitivas). Contudo, a lei não falava nada sobre fusões, então, as empresas 
que não podiam combinar preços podiam se fundir e escapar das punições.
A Lei Clayton, de 1914, estendeu a legislação antitruste para coibir fusões capazes de reduzira 
concorrência. Essa lei proíbe práticas como: discriminação de preços com efeitos anticompetitivos; 
práticas de venda casada (tie-ins) e de acordos de exclusividade, quando gerem prejuízos à 
concorrência; e as fusões que possam prejudicar a concorrência.
Também, em 1914, foi criada por lei a Federal Trade Comission (F.T.C.), responsável – ao lado 
do Departamento de Justiça (Dept. of Justice – D.o.J.) – pela aplicação das leis antitruste e pela 
promoção de ações de defesa da concorrência junto ao Judiciário.
1.2. Lei 8.884/94
Na história econômica do Brasil, marcada pelo protecionismo e defesa da produção nacional na 
década de 70, passando por crises hiperinflacionárias na década de 80, pouco espaço havia para 
a cultura da concorrência. Com o fim do governo militar, a abertura comercial, a liberalização 
econômica na década de 90 e a entrada de produtos importados estimularam a competição, 
exigindo assim mais eficiência na política de defesa da concorrência.
Destaque h, h, h, h, 
O contexto da luta contra a inflação é uma das marcas fundamentais nessa 
evolução: em uma economia aberta e com liberdade de preços, a política de 
defesa da concorrência é uma das responsáveis por garantir e estimular a 
competição entre as empresas pela preferência dos consumidores.
Durante o lançamento do Plano Real, em 30 de junho de 1994, uma legislação antitruste mais 
ampla já havia tramitado no Congresso Nacional. A Lei nº 8.884/94 era vista como um suporte 
eficaz do plano de estabilização de preços. Seu lançamento surgiu após um longo período 
intervencionista e instável e, por isso, sofreu bastante resistência por parte dos empresários. 
Parte desse receio se justificava pela instabilidade política vivida na época, além do medo de que 
a legislação fizesse retornar o controle de preço.
Apesar da resistência, e em meio ao cenário de abertura econômica, a Lei 8.884/94 foi promulgada 
em 11 de junho de 1994. Ela transformou o Cade em autarquia, com autonomia administrativa e 
orçamento próprio. Os mandatos dos conselheiros foram fixados em dois anos, sendo permitida 
8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
a recondução por igual período, porém a nomeação pelo Presidente da República ocorreria 
apenas após a aprovação prévia do Senado Federal.
O plenário do Conselho, composto por seis conselheiros – e não quatro como previa a Lei 
4.137/62, passou a ter a palavra final nos julgamentos de atos de concentração e de condutas 
anticompetitivas.
A lei deu origem ao que é conhecido hoje como Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência – 
SBDC – composta pelo Cade, pela Secretaria de Direito Econômico (SDE), vinculada ao Ministério 
da Justiça, e pela Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE), vinculada ao antigo 
Ministério da Fazenda. A SDE ficou responsável por instruir a análise concorrencial dos atos de 
concentração e por investigar infrações à ordem econômica, a SEAE pela assistência e pareceres 
econômicos nos casos a serem julgados pelo Cade.
A Lei 8.884/94 tornou obrigatória a notificação ao SBDC de operações entre empresas que 
poderiam “limitar ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência”. Esse marco legal 
estabeleceu um filtro objetivo, tornando obrigatória a notificação ao sistema de operações que 
envolvessem empresas ou grupos empresariais com faturamento igual ou superior a R$ 400 
milhões ou que resultassem em uma concentração de mercado de 20% ou mais. A partir de 1994 
até o início dos anos 2000, houve a consolidação institucional do SBDC, especialmente por causa 
da maior publicidade que ganharam as decisões do Cade.
Destaque h, h, h, h, 
Para os especialistas, a lei concorrencial de 1994 deu especial ênfase à eficiência 
econômica e reforçou as competências do SBDC no tocante ao controle de atos 
de concentração.
Sob a vigência da Lei 8.884/94, o Cade prosseguiu suas análises, inclusive com a imposição de 
vetos totais, como, por exemplo, na tentativa de criação de uma joint venture entre a Brasilit S/A 
e a Eternit S/A.
Conheça como foi a atuação do Cade na tentativa de fusão entre as empresas Brasilit e Eternit:
Brasilit S/A e a Eternit S/A
Em novembro de 1994, ao julgar o Ato de Concentração 6/94, o plenário do Conselho 
rejeitou totalmente a criação da empresa Eterbrás Sul Ltda., que nasceria da associação 
entre Brasilit e Eternit. No processo do ato, o plenário do Cade entendeu que a união 
das empresas afetaria todo o território nacional, restringindo ainda mais a oferta de 
matérias-primas como o amianto para os demais concorrentes naquele mercado, já 
considerado bastante concentrado.
De acordo com as informações de que dispunha o Cade naquele momento, indiretamente, 
as duas empresas controlavam a exploração dos produtos de fibrocimento – nome 
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genérico de um material de construção feito de pasta de cimento reforçada por fios ou 
filamentos de origem natural ou sintética. A concentração que surgiria nesse mercado, 
caso a operação se realizasse, seria superior a 50%, segundo os pareceres técnicos da 
SDE, SEAE e da Procuradoria do Cade. Em consequência, o ato de concentração não foi 
autorizado.
No campo da prevenção e repressão às condutas anticompetitivas, a Lei 8.884/94 foi fundamental 
para o desenvolvimento da política de defesa da concorrência. Quando essa norma entrou em 
vigor, a cultura empresarial brasileira era fortemente marcada pelos mecanismos de controle de 
preços, e a presença do Estado como ator principal era solicitada por vários setores.
O episódio, de 1999, em que usinas siderúrgicas foram condenadas por formação de cartel retrata 
bem esse cenário, já que a denúncia contra as empresas partiu da SEAE, após ter sido alertada 
pelos próprios empresários de que haveria um reajuste de preços dos produtos. Conheça os 
detalhes desse episódio:
Cartel do aço
Esse episódio, de 1999, foi o primeiro caso de condenação, pelo Cade, de empresas por 
formação de cartel, a partir de denúncia apresentada pela SEAE em 1997.
Tudo começou em fins de julho de 1996, quando dirigentes do Instituto Brasileiro de 
Siderurgia – IBS e de indústrias produtoras de aço foram a Brasília comunicar à SEAE a 
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intenção de reajustar o preço do aço no percentual uniforme de 8%, a partir de agosto 
daquele ano. Após a reunião, a SEAE alertou as usinas siderúrgicas de que essa ação 
conjunta poderia ser enquadrada em crime contra ordem econômica.
SEAE e SDE conseguiram provas (como tabelas de preços apresentadas aos clientes) de 
que realmente tinha sido feito o reajuste em percentual idêntico.
No julgamento do Processo Administrativo 08000.015337/1997- 48, que ficou 
conhecido como Cartel do Aço, o Cade condenou a Usiminas – Usinas Siderúrgicas 
de Minas Gerais; a CSN – Companhia Siderúrgica Nacional; e a Cosipa – Companhia 
Siderúrgica Paulista. O plenário impôs multa equivalente a 1% do faturamento bruto de 
cada empresa. Em valores da época, a CSN foi multada em R$ 22,1 milhões; a Usiminas 
em R$ 16,1 milhões; e a Cosipa em R$ 13,1 milhões.
Além das questões institucionais colocadas pela existência de uma tríplice organização para a 
defesa da concorrência, a Lei 8.884/94 era amplamente criticada pela análise a posteriori dos 
atos de concentração, considerada uma anomalia – ou seja, o julgamento de fusões e aquisições 
era feito depois que esses casos já estavam consolidados no mercado.
Mesmo com as medidas cautelares em que o Cade exigia a preservação das estruturas de negócio 
até a conclusão do julgamento, com assinatura de Acordos de Preservação de Reversibilidade da 
Operação – Apro, em que as partes tentavam manter as condições de mercado antes do ato de 
concentração, ainda sim havia muita dificuldade de colocar em prática a política de defesa da 
concorrência.
As partes envolvidas nos processos relacionados à defesa da concorrência recorriam das decisões 
do SBDC junto aos tribunais com grande frequência,seja em busca de medidas liminares 
(enquanto uma investigação ou processo estava em curso), ou interpondo recursos contra a 
decisão final do Cade (o caso do Cartel do Aço é um exemplo disso).
Fonte: BRASIL (2013)
11Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Para finalizar seu estudo sobre a Lei 8.884/94, escute na plataforma do curso, o podcast em que 
Ricardo Medeiros de Castro, Coordenador de Estudos de Conduta do Cade, faz uma breve análise 
do contexto e dos efeitos dessa legislação.
1.3. Lei 12.529/11
Após 10 anos de tramitação no Congresso, a promulgação da Lei 12.529/11 trouxe mudanças 
mais radicais no campo das análises de atos de concentração, as quais passaram a ser submetidas 
ao Cade previamente à consumação dos negócios e não mais a posteriori, como permitia a 
legislação anterior.
O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, antes baseado no tripé Cade - SDE - SEAE, foi 
reorganizado. A SDE foi extinta, tendo suas atribuições de defesa da concorrência absorvidas 
pelo Cade e, com isso, o Conselho teve suas competências ampliadas. As atribuições do antigo 
Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor foram para a Secretaria Nacional do 
Consumidor – Senacon, permanecendo vinculada ao Ministério da Justiça. A SEAE passou a ser o 
órgão de advocacia da concorrência.
Veja, aqui, um resumo do conceito de “advocacia da concorrência”:
Advocacia da concorrência
Todas as atividades conduzidas pela autoridade concorrencial, relacionadas à promoção 
de um ambiente competitivo por meio de mecanismos de non-enforcement, sobretudo 
mediante relações com outros órgãos governamentais e pela maior conscientização da 
sociedade para os benefícios da concorrência.
O novo arranjo institucional previsto pela Lei 12.529/11 confere mais agilidade e segurança 
jurídica à análise de operações empresariais e melhora as condições para a defesa dos direitos 
econômicos.
Entre os avanços trazidos pela nova lei destacam-se:
1. A unificação da estrutura de instrução e julgamento, acabando com o que antes era 
chamada de “três guichês”, que eram o Cade, a SDE e a SEAE.
 
2. A previsão de ampliação do quadro de servidores do Cade.
 
3. A instituição da análise prévia dos atos de concentração.
Vale ressaltar a importância dos itens 1 e 3, pois a nova estruturação permitiu que o Cade 
concentrasse as funções de investigação e julgamento, e isso implicou no desenvolvimento de 
uma nova cultura organizacional, não alcançada no antigo formato. Antes, o Cade e a SDE tinham 
políticas de acordo diferentes e, portanto, uma estrutura de incentivo de cooperação entre as 
partes muito particular.
12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Destaque h, h, h, h, 
Com a unificação da investigação e do julgamento em um mesmo órgão, a 
política de acordo passou a ser coordenada, tornando o processo mais coerente. 
Além disso, a lei tornou a análise dos atos de concentração mais eficientes, 
pois além de serem analisados previamente, também passou a exigir um prazo 
máximo de até 240 dias para análise de um ato de concentração.
Com a Lei 12.529/11, o Cade continuou sendo uma autarquia federal vinculada ao Ministério 
da Justiça. O presidente e os conselheiros, antes com mandatos de dois anos e possibilidade 
de recondução por igual período, passaram a ter mandatos de quatro anos sem recondução ao 
cargo e precisam cumprir quarentena remunerada de 120 dias após deixarem o Conselho, antes 
de exercerem qualquer atividade de advocacia ou consultoria junto ao SBDC. Já os mandatos do 
superintendente-geral e do procurador-chefe são de dois anos, com possibilidade de recondução 
por mais dois. Todos os cargos do Cade com mandatos são ocupados por brasileiros com mais 
de 30 anos de idade, indicados pelo presidente da República e aprovados pelo Senado Federal.
Saiba mais 
Segue link para assistir ao vídeo no qual você conhecerá um pouco da 
estrutura e dos objetivos do Conselho Administrativo de Defesa Econômica 
(Cade) nos dias de hoje (https://cdn.evg.gov.br/cursos/154_EVG/videos/
modulo01video01.mp4).
A SEAE, do Ministério da Economia, não tem mais a função de emitir pareceres nos processos, 
sendo responsável pelo exercício da advocacia da concorrência no âmbito das políticas públicas 
para, por exemplo, setores econômicos regulados pelos governos. A Superintendência Geral do 
Cade, criada pela nova lei, tem o poder de analisar e decidir sobre as operações em que não há 
necessidade de aplicação de restrições concorrenciais. Tem ainda as funções de investigação 
e instrução das condutas anticompetitivas a serem submetidas a julgamento pelo Tribunal do 
Cade. A Superintendência, portanto, é agora a responsável pelo monitoramento dos mercados, 
identificação das possíveis infrações e condução de investigações. Para ajudar nos trabalhos da 
Superintendência e do Tribunal, o Cade dispõe ainda do Departamento de Estudos Econômicos 
– DEE. Entre suas atribuições estão auxiliar no desenvolvimento da inteligência econômica do 
Conselho, seguindo a tendência mundial de aliar análises econômicas às decisões administrativas 
do órgão antitruste e elaborar estudos e pareceres que subsidiem os conselheiros nos julgamentos.
Mudanças na SEAE em 2018 e 2019
A SEAE, sigla utilizada para a Secretaria de Acompanhamento Econômico, como trata 
a Lei 12.529/11, passou por duas transformações recentes: em 2018, o Decreto 9.266 
reestruturou o Ministério da Fazenda e criou a Secretaria de Advocacia da Concorrência 
e Competitividade (Seprac), como sucessora da SEAE. Em 2019, com a criação do 
Ministério da Economia, os Decretos 9.745 e 10.072 definiram a Secretaria de Advocacia 
13Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
da Concorrência e Competitividade, mantendo a sigla SEAE, porém as atribuições da 
SEAE são realizadas pela Subsecretaria da Advocacia da Concorrência (SAC). Para fins 
didáticos, continuaremos a utilizar a sigla SEAE para tratar dessa instituição.
Além dos benefícios já expostos, a nova lei fixou a obrigação da submissão somente aos atos 
de concentração que envolvessem, de um lado, pelo menos um grupo com faturamento igual 
ou superior a R$ 400 milhões no Brasil e, de outro, com faturamento superior a R$ 30 milhões. 
Também está prevista, na Lei 12.529/11, a possibilidade de adequação dos critérios por indicação 
do plenário do Cade, seguida de portaria conjunta dos Ministros da Economia e da Justiça. Desse 
modo, a Portaria Interministerial 994, de 30 de maio de 2012, elevou esses valores mínimos para 
R$ 750 milhões e R$ 75 milhões, respectivamente.
Destaque h, h, h, h, 
A Lei 12.529/11 trouxe muitos benefícios para a defesa da concorrência no 
Brasil. O SBDC ficou mais sólido e passou mais confiança na realização das 
condutas de seus órgãos. O Cade se consolidou como agência atuante na defesa 
da concorrência e isso permitiu e ainda permite acordos entre instituições 
nacionais e internacionais no sentido colaborativo de coibir práticas abusivas 
contra a liberdade econômica.
Toda essa transformação se consolidou na inclusão do Cade na Lei Geral das Agências Reguladoras, 
Lei nº 13.848/2019, a qual permitiu ao Conselho ter autonomia administrativa, orçamentária e 
financeira.
Art. 3º - A natureza especial conferida à agência reguladora é 
caracterizada pela ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, 
pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e 
pela investidura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os 
mandatos, bem como pelas demais disposições constantes desta Lei 
ou de leis específicas voltadas à sua implementação. (BRASIL, 2019)
Como você pode perceber, a Lei 8.884/94 assegurava ao Cade apenas autonomia administrativa 
e orçamento próprio. E somente em 2019, 25 anos depois, foi conferido ao Cade autonomia 
administrativa, orçamentária e financeira.
A referida lei aborda ainda os mecanismos de compliance e estabelece que o Cade deve adotar 
práticas de gestão de riscos e de controle interno e elaborare divulgar programa de integridade, 
com o objetivo de prevenir, detectar, punir e remediar fraudes e atos de concentração.
Para finalizar seus estudos sobre esse tópico, você tem dois podcasts, que estão disponíveis na 
plataforma do curso, com Ricardo Medeiros de Castro, Coordenador de Estudos de Conduta do 
Cade: o primeiro apresenta uma visão geral das mudanças trazidas pela Lei 12.529/11; e o segundo 
trata especificamente do impacto da nova legislação na análise dos atos de concentração.
14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
1.4. O Cade e a cooperação internacional
O objetivo da defesa da concorrência é evitar que o processo competitivo seja restringido por 
agentes com poder suficiente para fazê-lo. E, com a globalização, essa é uma preocupação de 
vários países. Esse cenário traz uma nova perspectiva quanto à defesa da concorrência, pois 
quanto maior for a interação e cooperação entre as agências antitrustes pelo mundo, melhor 
será o combate contra atos ilícitos que obstruam a liberdade econômica.
A tendência de maior internacionalização do direito da concorrência parece inevitável. As 
companhias passaram a prestar serviços e vender produtos fora das fronteiras dos países em 
que se localizam suas sedes, usualmente atuando como uma única empresa, com um controle 
centralizado, apesar de uma estratégia de negócio globalizada. Na mesma linha, um fenômeno 
parecido de internacionalização de práticas econômicas se verifica quando analisado sob a ótica 
de controle de condutas – cartéis e condutas unilaterais. Apesar da globalização das questões 
econômicas, instrumentos legais para controlar fusões e práticas anticompetitivas ainda tem 
abrangência restrita às esferas nacionais ou regionais.
Destaque h, h, h, h, 
A aplicação transnacional do direito concorrencial pode ser explicada pela 
adoção, no Brasil e em diversos países do mundo, da chamada Teoria dos 
Efeitos, que permite a reivindicação e exercício de competência jurisdicional, 
simultaneamente, por parte de diversas autoridades de concorrência.
Entenda melhor essa teoria:
Teoria dos Efeitos
A Teoria dos Efeitos surgiu nos Estados Unidos em 1945. De acordo com essa 
teoria, as regras de concorrências nacionais são aplicáveis a qualquer empresa, 
independentemente da sua localização geográfica, quando seu comportamento ou suas 
operações produzem um efeito interno no território desse país. No caso, Estados Unidos 
vs. Alcoa, a sociedade de Alcoa, que detinha o monopólio do mercado de alumínio, 
celebrou - através de sua subsidiária canadense - um acordo com exportadores globais 
de alumínio para impedir a exportação deste produto para o mercado americano. 
O acordo foi, portanto, planejado para reforçar o monopólio da Alcoa no mercado 
americano. O Juiz Hand da Suprema Corte dos Estados Unidos utilizou a Teoria dos 
Efeitos para aplicar um acordo realizado totalmente no exterior à legislação americana.
O direito da concorrência brasileiro também incorporou, em seu dispositivo, a Teoria dos Efeitos. 
O capítulo “Da Territorialidade”, da Lei 12.529/11, a torna especificamente aplicável a qualquer 
ato suscetível de causar efeitos na concorrência em território brasileiro:
15Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Art. 2º Aplica-se esta lei, sem prejuízo de convenções e tratados de que 
seja signatário o Brasil, às práticas cometidas no todo ou em parte no 
território nacional ou que nele produzam ou possam produzir efeitos. 
(BRASIL, 2011)
A International Competition Network (ICN)
Em 2001, nesse cenário de globalização do direito da concorrência, a ICN surgiu para suprir a 
ausência de uniformidade dos instrumentos legais, permitindo que as autoridades da concorrência 
dialoguem com maior frequência para desenvolver uma verdadeira rede que tenha capacidade 
para melhor coordenar o controle de fusões transnacionais, combater cartéis internacionais, 
bem como práticas anticompetitivas em geral.
De acordo com a própria ICN, a missão da organização consiste em encorajar a disseminação de 
quatro principais objetivos:
• Promover a disseminação da experiência da concorrência e melhores práticas.
 
• Formular propostas para convergência de procedimentos por meio de uma estrutura 
e agenda voltada a resultados.
 
• Apoiar advocacia pela concorrência.
 
• Facilitar a cooperação internacional. 
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) foi criada em 1960 
e, hoje, conta com aproximadamente 30 membros da Europa, Américas, Ásia e Oceania. Além 
disso, mantém relações com mais de 70 países não membros. Entre seus objetivos estão o de 
fomentar a boa governança estatal e empresarial, o desenvolvimento social e o crescimento 
econômico por meio de cooperação institucional e política.
O órgão responsável pela concorrência é o Diretório para Assuntos Financeiros e Empresariais, 
sob o qual funciona o Comitê de Concorrência - COMP. O Comitê conta com dois Grupos de 
Trabalho: o Grupo de Trabalho nº 2 sobre Concorrência e Regulação; e o Grupo de Trabalho nº 
3, sobre cooperação e implementação. Há também o Fórum Mundial de Concorrência, que se 
reúne uma vez ao ano durante o mês de fevereiro.
Desde a década de 90, o Brasil acompanha o Comitê de Concorrência como observador, tendo 
como objetivo assistir ao desenvolvimento de políticas e legislação de concorrência nos demais 
países, promover a cooperação entre membros, aumentar a efetiva cooperação na revisão de 
fusões transnacionais e nas investigações de cartéis. Em 2019, a OCDE aceitou o pedido de adesão 
do Brasil como membro associado do Comitê de Concorrência, representando uma espécie de 
“selo internacional” de qualidade acerca das políticas públicas de defesa da concorrência.
16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
A cooperação internacional do Cade no controle de estruturas
A adoção da análise prévia dos atos de concentração criou uma oportunidade à cooperação 
internacional nesta área, considerando o fato do Cade analisar as operações no mesmo 
momento que outras jurisdições envolvidas. Acredita-se que o fluxo de cooperação aumentou 
a troca de informações (confidenciais e não confidenciais), impressões, técnicas investigativas, 
teorias aplicáveis, mercados afetados, bem como coordenação de eventuais remédios e timing 
do julgamento.
Saiba mais 
Remédios antitrustes são restrições aprovadas por autoridades de defesa da 
concorrência para corrigir efeitos deletérios à concorrência, sejam oriundos 
de um ato de concentração, sejam em casos de infração à ordem econômica 
advindas de condutas. Clique aqui para acessar a publicação “Remédios 
antitruste no Cade: uma análise de jurispridência” (https://cdn.cade.gov.br/
Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/estudos-economicos/documentos-
de-trabalho/2020/documento-de-trabalho-n02-2020-remedios-antitruste-no-
cade-uma-analise-da-jurisprudencia.pdf).
Elaborou-se um Modelo de Termo de Renúncia à Confidencialidade, com base em modelos de 
“waivers of confidentiality” da OCDE/ICN, para formalmente efetivar as trocas de informações 
mencionadas e discutir remédios para as transações de maneira coordenada com outras 
autoridades da concorrência. Para ilustrar as vantagens da cooperação internacionais neste 
campo, vamos apresentar dois casos de fusões internacionais nos quais a cooperação internacional 
foi usada com a autoridade da concorrência da União Europeia, o DG-Competition (DG-Comp).
• O caso Mach - Syniverse
O primeiro caso refere-se à aquisição da empresa Mach, com sede em Luxemburgo, 
pela Syniverse, com base nos Estados Unidos. As empresas atuavam nos mercados de 
GSM data clearing e Near Real Time Roaming Data Exchange (NRTRDE), serviços de 
tecnologia prestados a empresas de telecomunicação móvel. O GSM data clearing é 
utilizado pelas operadoras para realizar a cobrança de roaming, que ocorre quando um 
usuário de um aparelho móvel se conecta auma rede diferente de sua rede doméstica. 
Já o NRTRDE é um serviço que permite detecção de fraudes de roaming que possam 
gerar prejuízos às operadoras ou aos seus clientes.
Para a Superintendência Geral do Cade, a operação, notificada em outubro de 2012, 
resultaria em concentração elevada nos mercados de GSM data clearing e NRTRDE. 
Durante a primeira fase da análise, a Superintendência recomendou ao Tribunal do Cade 
a aprovação da aquisição da empresa Mach pela Syniverse - AC nº 08700.006437/2012-
13 – condicionada à assinatura de um Acordo em Controle de Concentração (ACC).
17Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Os processos administrativos no Cade são identificados por uma sequência de 11 
dígitos, ano e número do processo. A pesquisa pública sobre os processos pode 
ser feita no Serviço Eletrônico de Informações – SEI (https://sei.cade.gov.br/sei/
modulos/pesquisa/md_pesq_processo_pesquisar.php?acao_externa=protocolo_
pesquisar&acao_origem_externa=protocolo_pesquisar&id_orgao_acesso_
externo=0).
Para sanar as preocupações concorrenciais averiguadas, as empresas estrangeiras 
Syniverse e Mach propuseram ao Cade a assinatura do ACC em que se comprometem com 
determinadas obrigações para afastar eventuais efeitos anticompetitivos da operação. 
As empresas assinaram o termo de renúncia à confidencialidade para o propósito 
específico de cooperação entre o Cade e DG-Comp. Na sequência de intenso diálogo 
entre Cade e DG-Comp, a posição da Superintendência foi confirmada pelo Tribunal do 
Cade em 22 de maio de 2013; a decisão europeia sobre esta mesma transação ocorreu 
no dia 29 de maio de 2013.
• O caso Munksjö - Ahlstrom
O segundo caso se refere à proposta de fusão das empresas sueca Munksjö AB e 
finlandesa Ahlstrom Corporation. Ambas atuavam no mercado de papel decorativo pré-
impregnado – PRIP (aplicado em móveis de ambientes internos como cozinhas, quartos 
e escritórios), e no de bases para abrasivos de papel pesado (usadas para a fabricação 
de produtos de revestimento abrasivo, os quais são usados para desgastar ou polir 
materiais em operações em muitos setores industriais). Não havendo perspectivas de 
novas firmas entrantes no setor ou concorrentes capazes de rivalizar em nível suficiente 
nesses mercados, houve preocupação quanto à elevada concentração que resultaria 
apos a fusão.
Para sanar tais preocupações concorrenciais, Munksjö e Ahlstrom propuseram ao Cade, 
na forma de um ACC, a venda, a uma terceira empresa, da empresa pertencente à 
Ahlstrom utilizada na produção de PRIP e bases para abrasivos. Este caso foi igualmente 
objeto de importante cooperação entre Cade e DG-Comp, possível através da concessão 
de termo de renúncia à confidencialidade, assinado pelas empresas. Ao total, ocorreram 
cinco conferências telefônicas para discussões gerais sobre o caso, atualizações e 
alinhamentos de etapas.
Em seu parecer, a Superintendência Geral recomendou a aprovação de tal Acordo em 
Controle de Concentração, o que foi também confirmado pelo Tribunal do Cade na 
mesma sessão de julgamento do caso anterior, no dia 22 de maio de 2013. A decisão 
europeia ocorreu dois dias depois da decisão brasileira, no dia 24 de maio de 2013.
• O caso Bayer - Monsanto
Outro caso que gerou benefícios de colaboração internacional enfoca os mercados 
de insumos agrícolas, mais especificamente os mercados de sementes, defensivos 
18Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
agrícolas, fertilizantes e máquinas e implementos agrícolas. Tais mercados são de 
extrema importância para a economia brasileira e apresentam características que 
exigem da autoridade antitruste uma constante atenção, tanto pelo volume de fusões e 
aquisições, quanto pelo aprimoramento de metodologias de análise, em função da sua 
complexidade e da sua trajetória de evolução tecnológica.
A aquisição da empresa Monsanto pela Bayer foi bastante emblemática, pois foram 
necessárias análises do ato de concentração não apenas do Cade, mas também de 
órgãos de defesa da concorrência dos Estados Unidos e da Europa.
A Bayer fez oferta para adquirir a Monsanto e, com essa aquisição, a Bayer se tornaria 
dominante em elos fundamentais da cadeia de sementes de soja e algodão, fortalecendo, 
de forma preocupante, a posição da empresa junto aos canais de distribuição.
O ato de concentração entre as duas empresas geraria:
 9 Dificuldade de novos entrantes, dado o poder de mercado que a Bayer passaria a 
ter. Isso poderia ocorrer, pois dois dos principais players capazes de inovar em 
melhoramento genético de sementes e defensivos agrícolas se tornariam uma 
única empresa.
 9 Problemas relacionados a efeitos conglomerados decorrentes da operação em 
mercados correlatos, gerando com isso, assimetria de informação e poder de 
mercado.
Nesse processo, a atuação do Cade logrou êxito pela atuação colaborativa entre agências 
antitrustes internacionais, uma vez que houve grande intercâmbio de informações e 
conhecimento com a autoridade antitruste americana e europeia. Isso ocorreu, pois 
a semelhança das questões gerou uma solução negociada entre diferentes países do 
modo a atender as diferentes exigências.
19Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
20Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Para finalizar seus estudos sobre esse tópico, escute na plataforma do curso, o podcast em que 
Gerson Carvalho Bênia, Coordenador de Estudos de Mercado e Advocacia da Concorrência do 
Cade, faz uma breve análise sobre casos concretos que evidenciam os benefícios da cooperação 
entre o Cade e as agências americana e europeia para a defesa da concorrência.
Saiba mais 
Veja mais sobre os convênios e acordos de cooperação firmados pelo Cade:
• Acordos nacionais (Link: http://antigo.cade.gov.br/acesso-a-
informacao/convenios-e-transferencias/acordos-nacionais)
• Cooperação bilateral (Link: http://antigo.cade.gov.br/assuntos/
internacional/cooperacao-bilateral-1)
• Convênios (Link: http://antigo.cade.gov.br/acesso-a-informacao/
convenios-e-transferencias/convenios)
21Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Referências
BRASIL. Anuário do Cade 2018. Brasília: Cade, 2018. Disponível em:<http://www.cade.gov.br/
acesso-a-informacao/publicacoes-institucionais/anuario.pdf>. Acesso em 13 ago. 2020.
 
BRASIL. Anuário do Cade 2019. Brasília: Cade, 2019. Disponível em: <http://www.cade.gov.br/
acesso-a-informacao/publicacoes-institucionais/anuario-Cade-2019.pdf>. Acesso em 13 ago. 
2020.
 
BRASIL. Decreto 9.745, de 8 de abril de 2019. Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro 
Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança do Ministério da Economia, 
remaneja cargos em comissão e funções de confiança, transforma cargos em comissão e funções 
de confiança e substitui cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores 
- DAS por Funções Comissionadas do Poder Executivo - FCPE. Diário Oficial da União: seção 1, 
Brasília, DF, 9 de abril de 2019. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2019/decreto/D9745.htm>. Acesso em: 10 fev. 2020.
 
BRASIL, Decreto 10.072, de 18 de outubro de 2019. Altera o Decreto nº 9.745/2019, que aprova 
a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de 
Confiança do Ministério da Economia, remaneja e transforma cargos em comissão e funções de 
confiança e substitui cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS 
por Funções Comissionadas do Poder Executivo - FCPE. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, 
DF, 18 de outubro de 2019. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2019/decreto/D10072.htm>. Acesso em: 10 fev. 2020.
 
BRASIL. Lei nº 8.884, de 11 de junho de 1994. Estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da 
Concorrência. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 13 de junho de 1994. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8884.htm>. Acesso em: 06 fev. 2020.BRASIL. Lei nº 12.529, de 30 de novembro de 2011. Estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da 
Concorrência; dispõe sobre a prevenção e repressão às infrações contra a ordem econômica; 
altera a Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, o Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 
1941 - Código de Processo Penal, e a Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985; revoga dispositivos 
da Lei nº 8.884, de 11 de junho de 1994, e a Lei nº 9.781, de 19 de janeiro de 1999; e dá outras 
providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 1º de dezembro de 2011. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12529.htm>. Acesso em: 
10 fev. 2020.
 
BRASIL, Lei nº 13.848 de 25 de junho de 2019. Dispõe sobre a gestão, a organização, o processo 
decisório e o controle social das agências reguladoras, altera a Lei nº 9.427, de 26 de dezembro 
de 1996, a Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997, a Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997, a Lei nº 
9.782, de 26 de janeiro de 1999, a Lei nº 9.961, de 28 de janeiro de 2000, a Lei nº 9.984, de 17 de 
julho de 2000, a Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000, a Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001, a 
Medida Provisória nº 2.228-1, de 6 de setembro de 2001, a Lei nº 11.182, de 27 de setembro de 
2005, e a Lei nº 10.180, de 6 de fevereiro de 2001. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 26 
de junho de 2019. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/
lei/L13848.htm>. Acesso em: 10 fev. 2020.
22Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
BRASIL. Vinícius Marques de Carvalho e Carlos Emmanuel Joppert Ragazzo. Conselho 
Administrativo de Defesa Econômica (Org.). Defesa da concorrência no Brasil: 50 anos. Brasília: 
Cade, 2013. Disponível em: <http://www.cade.gov.br/acesso-a-informacao/publicacoes-
institucionais/cade_-_defesa_da_concorrencia_no_brasil_50_anos-1.pdf/view>. Acesso em: 06 
fev. 2020.
 
CARVALHO, Vinicius Marques de e SILVEIRA, Paulo Burnier da. A cooperação internacional na 
defesa da concorrência, Revista de Direito Internacional, Brasília, v. 10, n. 1, p. 97-103, 2013.

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