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Arquitetura_Legislação - parte I

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Universidade de Pernambuco
Departamento de Engenharia Civil
2020.2
Universidade de Pernambuco
Departamento de Engenharia Civil
Disciplina: ArquiteturaLEGISLAÇÃO APLICADA AO PROJETO DE 
ARQUITETURA (PARTE I)
Profª. Drª. Bianca Vasconcelos
2021.1
Universidade de Pernambuco
Departamento de Engenharia Civil
2020.2
▪ Introdução;
▪ Código de Urbanismo e Obras - Lei 
n.7427/1961;
▪ Lei de Uso e Ocupação do Solo - Lei n. 14.511 
de 1983 / Lei n. 16.176 de 1996; 
▪ Lei de Reestruturação Urbana (ARU) - Lei nº 
16.719/2001; 
Conteúdo Programático
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Introdução
Antes de apresentar os instrumentos reguladores do uso e ocupação solo, é 
necessário entender a origem da necessidade desses instrumentos e 
consequentemente, compreender o que é Especulação Imobiliária?
Campos Filho (2001, p. 48) define especulação imobiliária, em termos gerais, 
como [...] uma forma pela qual os proprietários de terra recebem uma 
renda transferida dos outros setores produtivos da economia, especialmente 
através de investimentos públicos na infra-estrutura e serviços urbanos[...]. 
A especulação imobiliária, portanto, caracteriza-se pela distribuição coletiva 
dos custos de melhoria das localizações, ao mesmo tempo em que há 
uma apropriação privada dos lucros provenientes dessas melhorias 
(SABOYA, 2008).
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Introdução
Essas melhorias que acabam valorizando os terrenos podem dar-se de muitas 
formas; as mais comuns referem-se à provisão de infra-estrutura (água, 
esgoto, energia), serviços urbanos (creches, escolas, grandes equipamentos 
urbanos) e às melhorias realizadas nas condições de acessibilidade (abertura 
de vias, pavimentação, sistema de transporte, etc.).
Outra forma de melhoria da localização acontece pelo simples acréscimo de 
novas edificações no seu entorno, o que por si só torna sua acessibilidade 
melhor em relação ao conjunto da cidade. 
(SABOYA, 2008)
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Introdução
Essas melhorias provocam um desequilíbrio, com o aumento da densidade 
em alguns locais e o ‘abandono’ em outros locais, gerando custos 
financeiros e sociais, como por exemplo:
▪ Aumento das distâncias percorridas;
▪ Aumento da subutilização da infra-estrutura urbana;
▪ Aumento do preço artificial da terra.
Solução? Instrumentos urbanísticos que regulem e coibam tais 
problemas, postos em prática pelo poder público (poder 
municipal).
(SABOYA, 2008)
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Código de Urbanismo e Obras
LEI Nº 7427/1961 – ‘O Código de Obras’
O Código de Urbanismo e Obras, Lei nº7427/1961, em vigência a partir de 1º 
de janeiro de 1962, foi um relevante instrumento de implantação das 
normas municipais. 
O crescimento do Recife apontava para a necessidade de parâmetros e 
regras para as edificações, as quais iriam subsidiar a atuação de 
profissionais liberais e técnicos municipais.
É uma referência enquanto lei urbanística pelo seu conteúdo, 
aprimoramento e modernidade para época. Trata do zoneamento da cidade, 
dos terrenos, das construções, dos diversos usos, da arborização e dos 
equipamentos públicos. 
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Código de Urbanismo e Obras
A divisão territorial do município estabelecia três setores: 
▪ Urbano
▪ Suburbano 
▪ Rural. 
Na zona sul, o setor urbano era formado pela faixa entre a beira-mar e a 
Avenida Conselheiro Aguiar e o canal Setúbal. Dali em diante, era 
considerado o setor suburbano.
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Código de Urbanismo e Obras
Até hoje está parcialmente em vigor, visto que 
a Lei de Edificações e Instalações na Cidade 
do Recife nº16.292/1997 não abrangeu 
todo o seu conteúdo e, portanto, não o 
revogou por completo. 
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LEI Nº 14.511 de 1983 / LEI Nº 16.176/1996
A partir de 1980, a complexidade das atividades urbanas e a integração do 
Recife na RMR induzem para a necessidade de organizar a utilização do 
solo, objetivando melhor qualidade de vida. 
A Lei de Uso e Ocupação do Solo, nº14.511 de 1983, estabelece o 
zoneamento da cidade e enfatiza a diversidade de usos e 
atividades, classificando-as de forma bastante minuciosa. Foram 
criadas 6 zonas destinadas à habitação, denominadas Zonas 
Residenciais (ZRs), e as zonas destinadas às demais atividades de 
comércio e serviços, Zonas de Atividades Múltiplas.
Lei de Uso e Ocupação do Solo 
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Já a lei de 1996 divide o território com base nas unidades urbanas
SEÇÃO I - Do Zoneamento
Art. 6º - Para efeito do zoneamento, a divisão territorial do Município tem como 
base as suas 33 (trinta e três) Unidades Urbanas, discriminadas no 
Anexo 2a desta Lei.
Art. 7º - O Território Municipal compreende as seguintes zonas:
I - Zonas de Urbanização Preferencial – ZUP;
II - Zonas de Urbanização de Morros – ZUM;
III - Zona de Urbanização Restrita – ZUR;
IV - Zonas de Diretrizes Específicas – ZDE.
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SEÇÃO I - Da Definição Dos Parâmetros Urbanísticos 
Art. 64 - São parâmetros urbanísticos reguladores da ocupação do solo:
I - Taxa de Solo Natural do Terreno - TSN; 
II - Coeficiente de Utilização do Terreno - µ;
III - Afastamentos das Divisas do Terreno - Af. 
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Lei de Uso e Ocupação do Solo 
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Art. 76 - Não será computado , no coeficiente de utilização de cada zona e indicado 
no Anexo 10, o índice resultante da área destinada às vagas de estacionamento 
de veículos, desde que atenda ao disposto no Anexo 8 e aos seguintes critérios: 
I - será estimada uma área de 25 m² (vinte e cinco metros quadrados), 
destinada à guarda do veículo, circulação e manobra; 
II - as vagas deverão ser numeradas e atender às dimensões mínimas explicitadas 
na tabela constante do inciso III , sendo permitidas vagas duplas enfileiradas 
desde que vinculadas a uma mesma unidade ; 
III - o sistema de circulação adotado deverá ser dimensionado de forma a permitir 
as manobras necessárias, garantindo o acesso à vaga, conforme os seguintes 
parâmetros: 
Lei de Uso e Ocupação do Solo 
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http://www.recife.pe.gov.br/pr/leis/luos/solountitled00000054.html
http://www.recife.pe.gov.br/pr/leis/luos/soloRequisitos_de_Estacionamento_par.html
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Lei de Uso e Ocupação do Solo 
TIPO DO ESTACIONAMENTO
paralelo
a 90 
graus
a 60 
graus
a 45 
graus
a 30 
graus
LARGURA DA VAGA 
2,20 m 2,20 m 2,20 m 2,20 m 2,20 m 
COMPRIMENTO DA VAGA 
5,50 m 5,00 m 5,00 m 5,00 m 5,00 m 
LARGURA DA 
CIRCULAÇÃO 
sentido único 3,50 m 4,50 m 4,00 m 3,50 m 2,50 m 
sentido duplo 5,40 m 5,40 m 5,40 m 5,40 m 5,40 m
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Lei de Uso e Ocupação do Solo 
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Lei de Uso e Ocupação do Solo 
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Área de Reestruturação Urbana
LEI Nº 16.719 /2001
Ementa: Cria a Área de Reestruturação Urbana - ARU, composta pelos bairros 
Derby, Espinheiro, Graças, Aflitos, Jaqueira, Parnamirim, Santana, Casa 
Forte, Poço da Panela, Monteiro, Apipucos e parte do bairro Tamarineira, 
estabelece as condiçõesde uso e ocupação do solo nessa Área.
Art. 5º - A Área de Reestruturação Urbana está dividida em duas zonas:
I – Zona de Reestruturação Urbana – ZRU;
II – Zonas de Diretrizes Específicas - ZDE.
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Área de Reestruturação Urbana
Seção I
Da Zona de Reestruturação Urbana
Art. 6º - A Zona de Reestruturação Urbana é composta por setores cujo 
adensamento deve ser compatível com as características físicas e 
ambientais, sendo classificadas em:
I - Setor de Reestruturação Urbana 1 - SRU1;
II - Setor de Reestruturação Urbana 2 - SRU2;
III - Setor de Reestruturação Urbana 3 - SRU3; 
Adensamento Diversidade de uso Objetiva o equilíbrio
Processo de transformação Objetiva evitar o desequilíbrio/conservação
Objetiva a conservação
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Área de Reestruturação Urbana
S
N
EW 0.6 0 0.6 1.2 Kilometers
SRU1
SRU2
SRU3 
PRAÇA/PARQUES
ZEPA
IPAVs
AREAS VERDES
ZEIS
ZEPH-SPA
ZEPH-SPR
LEGENDA
PERÍMETRO DOS BAIRROS DERBY, ESPINHEIRO, GRAÇAS, AFLITOS, JAQUEIRA,
PARNAMIRIM, SANTANA, CASA FORTE, POÇO DA PANELA, MONTEIRO, APIPUCOS E PARTE DA TAMARINEIRA
ÁREA DE REESTRUTURAÇÃO URBANA (ARU)
ANEXO 1
▪ Derby
▪ Espinheiro
▪ Graças
▪ Aflitos
▪ Jaqueira
▪ Parnamirim
▪ Santana
▪ Casa Forte
▪ Poço da Panela
▪ Monteiro
▪ Apipucos
▪ Tamarineira (parte)
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Área de Reestruturação Urbana
CAPÍTULO V
DA OCUPAÇÃO DO SOLO
Seção I
Dos Parâmetros Urbanísticos
Art. 29º
§ 2º - Para efeito desta lei, o gabarito máximo permitido segundo as categorias de
dimensionamento das vias, está definido no Anexo 6, salvo no que se refere às Zonas de
Proteção do Patrimônio Histórico-Cultural que obedecerão ao que estabelece o Anexo 8 
desta lei.
§ 3º - Poderá exceder ao gabarito máximo definido no Anexo 6 desta lei , o pavimento de 
casa de máquinas, cuja ocupação seja restrita apenas à(s) casa(s) de máquina(s) e 
reservatório(s) superior(es).
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Área de Reestruturação Urbana
Categoria de 
dimensio-
namento das 
vias
Gabarito 
(metros 
lineares)
Afastamentos iniciais mínimos 
(Af)*
SRU1 SRU2 SRU3**
Frontal***
Lateral e fundos TSN
µ
TSN
µ
TSN
µ
Ed.  2 
pavtos.
Ed. > 2 
pavtos.
(%) (%) (%)
A  60 7,00 nulo/1,50 3,00 30 3,50 50 3,00 60 2,00
B  48 7,00 nulo/1,50 3,00 30 3,00 50 2,50 60 2,00
C  24 7,00 nulo/1,50 3,00 30 2,50 50 1,50 60 2,00
* O afastamento frontal inicial para as edificações com até dois pavimentos é de 5 (cinco) metros, independente da 
Categoria de dimensionamento da via.
** No SRU3, independentemente da Categoria de dimensionamento da via, só serão permitidas edificações com até 
24m (vinte e quatro metros) de gabarito máximo.
*** Na Avenida Beira Rio (projetada), Conselheiro Rosa e Silva, Rui Barbosa, Parnamirim, 17 de Agosto, Estrada do 
Encanamento e estrada do Arraial, o afastamento frontal não poderá ser inferior a 8 (oito) metros.
ANEXO 6
PARÂMETROS URBANÍSTICOS
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Área de Reestruturação Urbana
Parágrafo Único - Os Corredores de Transporte contidos na ARU estão discriminados no 
Anexo 3 desta Lei, que modifica, quanto a esta Área, o disposto no Anexo 7 da Lei n°
16.176/96.
Art. 18º - Além da classificação prevista no Artigo 34 da Lei n° 16.176/96, as vias 
urbanas situadas na ARU são categorizadas em função do dimensionamento médio de sua 
seção transversal, considerado a sua malha viária conforme segue:
I - nível A: aquelas com as maiores dimensões de seção transversal;
II - nível B: aquelas pertencentes ao intervalo de dimensões médias de seção transversal;
III - nível C: aquelas no intervalo das menores seções transversais.
§ 1º - A listagem das vias e sua categoria de dimensionamento previstas neste artigo
encontram-se no Anexo 4 desta Lei. 
Art. 21º - As exigências de vagas de estacionamento para as vias componentes da ARU 
estão especificadas no Anexo 5 desta lei, modificando para esta Área o disposto no Anexo 
8 da Lei n° 16.176/96.
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Área de Reestruturação Urbana
Art. 30º
§ 2º - Será permitida uma parte tratada com revestimento permeável, desde que não 
ultrapasse 5% (cinco por cento) da área total do terreno.
Art. 31º
As taxas de solo natural, definidas de acordo com as categorias de dimensionamento das 
vias, estão discriminadas no Anexo 6, salvo aquelas pertinentes às Zonas de Diretrizes 
Específicas, que obedecerão ao estabelecido na seção II, deste capítulo.
Art. 33º - Os coeficientes de utilização estabelecidos nesta lei estão discriminados no 
Anexo 6, salvo aqueles pertinentes às Zonas de Diretrizes Específicas, que obedecerão ao 
estabelecido na seção II deste capítulo.
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Referências
CAMPOS FILHO, Candido Malta. Cidades brasileiras: seu controle ou o caos. 4 ed. São Paulo: Studio 
Nobel, 2001.
PREFEITURA DA CIDADE DO RECIFE. http://www2.recife.pe.gov.br/.
SABOYA, Renato (2008). O que é Especulação Imobiliária? Disponível em: 
http://urbanidades.arq.br/2008/09/o-que-e-especulacao-imobiliaria/. Acesso em: Jan. 2012.
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http://www2.recife.pe.gov.br/
http://urbanidades.arq.br/2008/09/o-que-e-especulacao-imobiliaria/

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