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Armado para o corfmbate Rick Renner (1)

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Sumário
 
Capa
Ficha Técnica
Dedicatória
Agradecimentos
Capítulo 1 - Mania de Batalha Espiritual
Reféns Espirituais
Despojando os Principados e as Potestades
Um Comportamento Ridículo e Antibíblico
Por Que Tanta Preocupação com a Batalha Espiritual?
Não é Nenhuma Novidade
E Quanto aos Feiticeiros?
A Batalha Espiritual Bíblica
Como a Verdadeira Batalha Espiritual Tem Início
Lidando com o Vento e as Ondas em Sua Vida
Batalha Espiritual: Um Estado Mental
Uma Advertência Sobre Batalha Espiritual
Capítulo 2 - Armas Carnais VERSUS Armas Espirituais
Homens de Guerra com Sede de Sangue, Ousados e Comprometidos
Armas e Estratégias Espirituais
A Futilidade da Carne
As Fracas e Tolas Armas da Carne
O Que a Bíblia Diz Sobre o Propósito das Línguas?
Não Toque, Não Prove, Não Manuseie
Capítulo 3 - Descansando na Nossa Redenção
O Mercado de Escravos de Satanás
Dominados pela “Maldição deste Mundo”
Quem Está Trabalhando nos Bastidores?
Usados por Demônios
Comprados “do” Cativeiro
Pagando o Preço Exigido
Restaurados à Condição Plena
Transportados para Fora do Reino de Satanás
Capítulo 4 - Por que a Batalha Ainda Está Sendo Travada?
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Batalha Espiritual e Renovação da Mente
Um Compromisso para Toda a Vida
Capítulo 5 - Uma Ameaça do Céu
Um Momento Oportuno para o Diabo Atacar
Ataques Demoníacos Que Não Prosperam!
Uma Porta Fechada Não Significa Fracasso
Se Você Tem Conquistado Novos Territórios, Prepare-se para Ser
Desafiado!
Ataques Contra Igrejas e Ministérios
Um Padrão de Contenda e Discórdia
Matadores Treinados e Fortemente Armados
Capítulo 6 - Uma Mensagem Importante a Lembrar
Cristãos Espiritualmente Desequilibrados
Companheiros de Luta
Soldados Que São Dignos de se Associar a Você
Capítulo 7 - Fortaleça-se no Senhor
Poder Sobre-humano para uma Tarefa Sobre-humana
Onde Encontrar Esse Poder
Está à Sua Disposição
A Evidência do Poder do Espírito Santo
O Poder Kratos
O Braço Forte de Deus!
Capítulo 8 - As Ciladas, os Desígnios e o Engano do Diabo
Roupas Novas
Como Revestir-se de Toda a Armadura de Deus?
Mantendo uma Posição Estratégica no Campo de Batalha de Sua Vida e
de Sua Mente
Um Confronto Olho no Olho!
Posicionando-se Contra as Ciladas do Diabo
Os Desígnios do Diabo
O Engano do Diabo
Um Exemplo de Intimidação Demoníaca
Fatos Incontestáveis sobre a Batalha Espiritual
A Carne para Nada Presta
Indo Além da Carne
Prevalecendo Sobre os Filisteus em Sua Vida
O Modo de Ação do Diabo
Capítulo 9 - Lutando Contra Principados e Potestades
A Sobrevivência dos Mais Fortes
Principados e Potestades
As Forças Militares do Diabo
Revelando Nomes, Símbolos e Tipos do Diabo na Bíblia
A Tendência Destrutiva de Satanás
A Natureza Pervertida de Satanás
O Desejo Controlador de Satanás
Satanás, o Manipulador da Mente
Um Pré-requisito para a Batalha Espiritual
Capítulo 10 - O Cinturão da Verdade
A Versão Expandida de Paulo da Armadura Espiritual
Para Revisão
A Arma Mais Importante
Uma Peça Visível da Armadura
A Diferença Entre Logos e Rhema
A Única Maneira de Vencer Espiritualmente
Como Andar em Justiça
Como Andar em Paz
Como Andar em uma Fé Forte
O Capacete e a Espada
Vencer ou Perder É Escolha Sua
A Capacidade Reprodutora de Deus
O Maior Erro Que os Cristãos Cometem
O Salmista Que Entendia a Centralidade da Palavra
A Chave para a Vitória e o Sucesso
O Melhor Conselho do Mundo
O Caminho para Vencer
Capítulo 11 - A Couraça da Justiça
A Beleza da Couraça
Alguém Quer Ferir Você
A Atitude Correta para a Batalha
Passagens Bíblicas sobre Justiça
Uma Nova Fonte de Confiança
Religião Sem Poder VERSUS Religião Poderosa
Justiça: Uma Arma de Defesa
Justiça: Uma Arma de Ataque
Capítulo 12 - As Sandálias da Paz
Dois Tipos de Paz
A Paz Dominante
Paz: Uma Arma de Defesa
Como a Paz Protege Você
Proteção Contra os Ataques do Diabo
Como Montar Guarda ao Redor do Seu Coração
Estacas para Ficar Firme
Como Ter uma Fé Inabalável
Paz: Uma Arma de Ataque
É Hora de Andar um Pouco!
O Que Significa “Em Breve”?
Capítulo 13 - O Escudo da Fé
O Escudo da Fé
Como Cuidar do Seu Escudo da Fé
O Que Significa “Acima de Tudo”?
O Propósito do Escudo da Fé
Os Dardos Inflamados do Maligno
Um Fogo que Inflama as Paixões Mais Vis
Quem É Responsável pelo Fracasso?
Fé Que Apaga, Extingue e Ricocheteia
Fé Coletiva na Igreja Local
Há Rachaduras em Seu Escudo?
Se Sua Fé Precisa de Uma Unção
Conclusão
Capítulo 14 - O Capacete da Salvação
O Capacete da Salvação
O Maior Dom de Deus
Armado e Perigoso
Jogando Jogos Mentais com o Diabo
O Que é uma Fortaleza?
Dois Tipos de Fortalezas
O Que é Opressão?
A Salvação Protege Sua Mente
O Que é uma Mente Moderada?
O Que Significa a Palavra “Salvação”?
Uma Mente Transformada
Capítulo 15 - A Espada do Espírito
As Espadas do Soldado Romano
O Que é uma Palavra Rhema?
A Espada e o Cinturão
O Que é uma Espada de Dois Gumes?
Meditação e Confissão
Como Ouvir de Deus
Quando Jesus Precisou de uma Espada
Uma Garantia de Vitória!
Capítulo 16 - A Lança da Oração e da Súplica
Vários Tipos de Lanças
Vários Tipos de Oração
Com que Frequência Devemos Orar?
Seis Tipos de Oração para o Cristão
Uma Palavra Final
Referências
Rhema Brasil Publicações
Rua Izabel Silveira Guimarães, 172
58.410-841 - Campina Grande - PB
Fone: 83.3065 4506
www.rhemabrasilpublicacoes.org.br
editora@rhemabrasilpublicacoes.org.br
Publicado no Brasil por Rhema Brasil Publicações com a devida autorização
de Teach All Nations, P.O. Box 702040, Tulsa, OK, uma divisão do Rick
Renner Ministries.
Todos os direitos em língua portuguesa reservados por Rhema Brasil
Publicações.
Direção: Samir Ferreira de Souza
Supervisão: Ministério Verbo da Vida
Tradução: Claudio Chagas
Revisão: Idiomas & Cia
Capa: Bárbara Giselle
Diagramação versão digital: DIAG Editorial
Copyright © 1991 por Rick Renner.
© 2019 Rhema Brasil Publicações
Esta é uma tradução da 1a edição do título original e a 1a edição em língua
portuguesa.
Título original: In Dressed to Kill.
As citações bíblicas, exceto quando indicadas em contrário, são extraídas da
Bíblia Sagrada Nova Versão Internacional (NVI), 2000, Editora Vida. Outras
versões utilizadas: AA (Almeida Atualizada, SBB), ABV (A Bíblia Viva,
Mundo Cristão), ACF (Almeida Corrigida Fiel, Sociedade Bíblia Trinitariana
do Brasil) e ARA (Almeida Revista e Atualizada, SBB). Todos os grifos,
sejam em itálico ou caixa alta, são do próprio autor.
Proibida a reprodução, de quaisquer formas ou meios, eletrônicos ou
mecânicos, sem a permissão da editora, salvo em breve citações, com
indicação da fonte.
1a Edição
 
 
 
DEDICATÓRIA
 
Dedico esta nova versão de Armado para o Combate aos pastores, igrejas,
organizações, homens e mulheres de negócios, bem como aos parceiros em
todas as áreas que dão apoio financeiro ao nosso ministério. Denise e eu,
juntamente com nossa família e com nossa equipe chamada por Deus, fomos
convocados para fazer a obra do ministério nas fronteiras do campo
missionário. Mas é a graça de Deus e o apoio financeiro fiel de todos os
nossos parceiros que nos capacitam a permanecer aqui e cumprir a missão
que recebemos do céu, de transformar uma nação. Amamos a cada um e
agradecemos a Deus por nos unir a vocês na obra do Reino!
 
Rick Renner
 
 
 
AGRADECIMENTOS
 
Gostaria de expressar minha profunda gratidão ao saudoso Rev. Kenneth
E. Hagin por seu apoio público a este livro e por me encorajar na obra do
Senhor. No Seminário Bíblico de Inverno, em 1991, o irmão Hagin usou este
livro e fez referência a ele muitas vezes enquanto ensinava sobre a batalha
espiritual bíblica. Isso foi um grande incentivo para mim. Não existem
palavras suficientes para expressar minha gratidão por suas palavras de apoio
e pelas muitas verdades transmitidas à minha vida por intermédio de seu
ministério.
Também quero agradecer a Tony Cooke por ser usado por Deus para
passar o manuscrito original deste livro ao irmão Hagin. Sou muito grato,
Tony. Você é um amigo querido e um companheiro de lutas. Agradeço a
Deus por termos sido amigos por todos esses anos. Tenho-o em grande
estima.
Também gostaria de agradecera Cindy Hansen por seu trabalho de reeditar
esta nova edição de Armado para o Combate. Você está entre as melhores
editoras que conheço. O que a torna mais valiosa como editora não são
apenas suas habilidades editoriais, mas também suas percepções e
comentários espirituais, aos quais dou grande valor.
E, mais importante que tudo, quero agradecer à minha preciosa esposa
Denise, por acreditar em mim e no meu ministério e por liberar fielmente a
doce fragrância de Jesus Cristo em nosso lar e em nossas vidas. Você é um
grande tesouro em minha vida. Obrigado por ser o exemplo de esposa, mãe e
avó temente a Deus que você é. Eu a amo profundamente, Denise. Meu
coração bate com gratidão por Jesus ter chamado você para ser minha esposa.
 
Rick Renner
CAPÍTULO 1
 
 
De tempos em tempos, o assunto da batalha espiritual torna-se um foco
popular, quase uma obsessão para o Corpo de Cristo. Quando isso acontece,
ela é ensinada com tamanho entusiasmo que um recém-chegado a Cristo
poderia supor que a batalha espiritual é uma revelação totalmente nova,
embora não seja assim. Houve muitos momentos na História em que este
assunto se tornou a paixão do setor carismático do Corpo de Cristo. Qualquer
pessoa que esteve em contato com a história da Igreja concordaria
rapidamente que, às vezes, o Corpo de Cristo passa pelo que chamamos de
uma “mania de batalha espiritual”.
Essa ênfase na batalha espiritual é boa no sentido em que nos torna mais
familiarizados com nosso adversário — o diabo — e com a maneira como ele
age. A partir do momento em que entendemos seu modo de ação, podemos
então frustrar seus ataques contra nós. Esse é exatamente o motivo pelo qual
Paulo disse aos coríntios com relação ao diabo e ao seu modo de operação:
“... não ignoramos as suas [de Satanás] intenções” (2 Coríntios 2:11).
No entanto, uma ênfase exagerada na batalha espiritual tem o potencial de
exercer um efeito muito negativo sobre a Igreja. Se a batalha espiritual não
for ensinada da maneira adequada, ela pode ser devastadora, pois esse
assunto tem um modo peculiar de cativar a atenção das pessoas tão
completamente que elas acabam por não pensar em mais nada, exceto em
guerra espiritual. Esse é um dos artifícios favoritos do diabo para levar os
cristãos a exaltarem o poder dele, colocando o diabo em um nível mais alto
do que ele merece. Quando essa armadilha funciona, esses crentes
desequilibrados e com a mente voltada para o inimigo começam a imaginar
que o diabo está por trás de tudo o que acontece, ficando assim paralisados e
incapazes de atuar normalmente em qualquer área da vida. Com essa
estratégia, o inimigo elimina a futura utilidade dessas pessoas no Reino de
Deus. Infelizmente, esse foi o resultado na vida de muitas pessoas que deram
um foco exagerado ao tema da batalha espiritual no passado.
Não entenda mal o que estou dizendo: eu não me oponho à batalha
espiritual. A batalha espiritual é real! Temos ordens na Bíblia de lidar com
as forças invisíveis que se organizam contra nós. Temos ordens para
“expulsar demônios” (Marcos 16:17) e “destruir as fortalezas” da mente (2
Coríntios 10:3-5). Isso faz parte da nossa responsabilidade cristã para com os
perdidos, os oprimidos e os endemoninhados.
Em meu próprio ministério, tive de lidar com manifestações demoníacas
em algumas ocasiões. Por exemplo, lembro-me de uma vez anos atrás em que
um jovem adolescente satanista aproximou-se de mim no fim de uma de
minhas reuniões em uma grande igreja. Durante a reunião, ele percebeu que
os poderes de Satanás tinham tornado sua mente cativa, então ele foi à frente
para receber oração.
Enquanto eu continuava orando pelas pessoas que estavam em fila, pude
perceber claramente, mesmo à distância, que aquele jovem evidenciava sinais
espirituais de uma presença maligna muito forte. Quando me aproximei dele,
senti que ele esteve envolvido em algum tipo de atividade ocultista.
Quando finalmente cheguei até o jovem, ele olhou para cima com olhos
muito apertados, como pequenas fendas em sua cabeça. Olhei-o nos olhos, e
foi como se um demônio estivesse olhando para mim por trás do rosto dele.
Quando vi isso, soube que aquele jovem falava sério quando pediu ajuda. Foi
preciso muita determinação para ele lutar contra aquela força manipuladora e
abrir caminho até a frente do auditório da igreja.
Quando impus minhas mãos sobre o jovem naquela noite, seu corpo
começou a reagir violentamente ao poder de Deus. Tremendo sob o peso do
poder de Deus, ele desabou ao chão, caindo junto aos meus pés. Deitado ali,
envolvido no poder eletrizante de Deus que percorria seu corpo de cima a
baixo, o jovem gemeu baixinho: “Tenho medo de deixá-los [o grupo satânico
com o qual ele estava envolvido]. Eles disseram que me matariam se eu
saísse do grupo!”.
Debrucei-me para orar por ele pela segunda vez, e quando fiz isso, a
influência demoníaca terrível que mantinha sua mente cativa imediatamente
soltou-o e deixou a cena. Ah, sim, eu definitivamente creio na batalha
espiritual genuína!
 
REFÉNS ESPIRITUAIS
Há multidões no mundo hoje sendo mantidas reféns pelo diabo em suas
mentes. A Primeira Epístola de João 3:8 diz: “... para isso o Filho de Deus se
manifestou: para destruir as obras do Diabo”.
A palavra “destruir” foi extraída da palavra grega luo, e se refere ao ato de
amarrar ou desamarrar alguma coisa. É a palavra exata que usamos para
retratar uma pessoa que está desamarrando os sapatos. Na verdade, a palavra
luo é usada dessa maneira exata em Lucas 3:16, quando João Batista diz:
“Mas virá alguém mais poderoso do que eu... tanto que não sou digno nem de
desamarrar...”.
Assim, Jesus Cristo veio ao mundo para desamarrar e desatar os poderes
de direito que Satanás tinha sobre nós. Na cruz, Jesus desatou o poder de
Satanás até que Sua obra redentora foi finalmente concluída e nossa liberdade
plenamente comprada.
Além do mais, Pedro disse à família de Cornélio: “Como Deus ungiu a
Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e poder, e como ele andou por toda
parte fazendo o bem e curando todos os oprimidos pelo Diabo, porque Deus
estava com ele” (Atos 10:38).
Sabemos a partir dos dois versículos citados que libertar as pessoas do
poder de Satanás é uma preocupação primordial de Jesus Cristo. E se essa é a
preocupação dele, também deve ser a nossa.
Para libertar as pessoas da opressão demoníaca, precisamos aprender a
reconhecer a obra do inimigo e a vencer os ataques dele contra a mente, pois
a mente é a principal área que ele procura atacar. O objetivo de Satanás é
plantar uma fortaleza de engano em alguma área da mente de um indivíduo.
Se ele tiver êxito, poderá então começar a controlar e a manipular a pessoa a
partir dessa posição de supremacia.
O Espírito Santo está nos transmitindo claramente uma mensagem forte
sobre a batalha espiritual nestes dias. Os líderes cristãos e as igrejas em toda a
nação estão despertando para essa realidade. Diante desse fato, precisamos
dar ouvidos ao que o Espírito está dizendo à Igreja e seguir em frente, tendo a
Palavra de Deus como nosso guia e fundamento.
À medida que procuramos nos envolver na batalha espiritual, precisamos
tomar muito cuidado para ter equilíbrio. Primeiro, precisamos entender que
esse assunto envolve mais do que apenas lidar com o diabo. Outros elementos
importantes da batalha espiritual têm a ver com assumir o controle da nossa
mente e crucificar a carne. Não devemos esquecer que esses últimos
elementos da batalha espiritual são tão vitais quanto o primeiro.
A verdade é que os ataques do diabo contra a nossa vida não funcionariam
se a nossa carne não cooperasse. Se estivéssemos realmente mortificando a
carne diariamente (ver Colossenses 3:5), vivendo vidas que estão “mortas
para o pecado” (ver Romanos 6:2) como a Bíblia nos ordena fazer, não
aceitaríamos as sugestões demoníacas e não cederíamos à tentação da carne.
Homens mortos são incapazes de reagir a qualquer coisa. Esse é o poder de
uma vida crucificada!
Viver uma vida crucificada é uma parte crucial da batalha espiritual. Se
eu escrevesseum livro sobre batalha espiritual sem mencionar essa verdade,
cometeria uma grande injustiça contra os meus fiéis leitores, dando a eles
uma visão pouco realista do assunto.
Uma pessoa pode gritar com o diabo o dia inteiro, mas se ela permitiu
voluntariamente que alguma área de sua mente ficasse sem ser verificada e
protegida — se ela está ciente de uma área de pecado, mas não se dispôs a
lidar com ela — ela abriu a porta para um ataque sobre si mesma. Nesse caso,
todas as suas orações contra o diabo de nada valerão, porque o verdadeiro
inimigo dela não é o diabo. Ao contrário, são a sua própria mente carnal e a
sua carne que precisam se submeter ao controle do Espírito Santo a fim de
erradicar esses ataques.
O ponto principal é este: se as pessoas focarem apenas no diabo ao se
dedicarem ao tema da batalha espiritual e deixarem de considerar outras áreas
igualmente importantes, essa ênfase na batalha espiritual pode ser e será
muito prejudicial a elas.
 
DESPOJANDO OS PRINCIPADOS E AS POTESTADES
Embora a batalha espiritual seja real e não possamos ignorá-la, precisamos
tomar cuidado para lembrar que a verdadeira batalha contra Satanás foi
vencida na cruz e na ressurreição. Agora, esse mesmo Cristo vitorioso que
sozinho derrotou o diabo vive em nós, na Pessoa do Espírito Santo! É por
isso que o apóstolo João nos diz: “... Aquele que está em vocês é maior do
que aquele que está no mundo” (1 João 4:4).
Nossa visão da batalha espiritual deve começar com a compreensão básica
de que Jesus já alcançou a vitória sobre Satanás. Se esse não for o nosso
fundamento, eventualmente seremos levados a tirar conclusões espirituais
totalmente ridículas. A vitória já foi conquistada; não há nada que possamos
acrescentar à obra que Jesus realizou destruindo o domínio de Satanás
quando Ele ressuscitou dos mortos.
Em Colossenses 2:15, Paulo retrata a vitória de Jesus e a derrota de
Satanás de forma clara. Ele diz: “E, tendo despojado os poderes e as
autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz”.
Observe especialmente a palavra “despojado”. Essa palavra foi extraída da
palavra grega apekdusamenos, e se refere ao ato de retirar as vestes de
alguém a ponto de deixá-lo totalmente nu.
Ao usar a palavra “despojado”, o Espírito Santo nos diz que quando Jesus
ressuscitou dos mortos, Ele saqueou completamente o inimigo. Ele
literalmente “despojou os principados e potestades”. Uma tradução ainda
melhor poderia ser: “Ele despiu completamente os principados e potestades e
deixou-os completamente nus, sem nada à disposição para retaliarem”.
Além do mais, Paulo continua nos dizendo que Jesus não parou quando
Sua missão foi realizada e o saque e o despojo dos poderes do inferno foram
concluídos. Em vez disso, Jesus esfregou essa derrota na cara do diabo,
dando a maior festa que o universo já viu!
Colossenses 2:15 continua: “... e, despojando os principados e as
potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz”. A
palavra “expôs” foi extraída da palavra deigmatidzo, e significa literalmente
exibir ou apresentar alguma coisa. Ela era usada nos escritos gregos clássicos
para falar da exibição de prisioneiros, armamentos e troféus apreendidos
durante as guerras travadas em solo estrangeiro.
Quando a guerra terminava e a batalha era vencida, o imperador dominante
voltava para casa e exibia e expunha vitoriosamente os tesouros, troféus,
armamentos e prisioneiros que apreendera durante sua conquista militar. Esse
era um grande momento de celebração para o vencedor — e uma experiência
muito humilhante para o inimigo derrotado!
Ora, o Espírito Santo escolheu cuidadosamente usar essa mesma palavra
(deigmatidzo) para que soubéssemos o que Jesus fez depois de ter terminado
de saquear o inimigo. Quando Sua ressurreição estava concluída e o inimigo
foi despojado completamente, Jesus então passou a exibir e expor
publicamente esse inimigo espiritual e todos os seus armamentos defeituosos
aos exércitos do Céu!
Mas espere — ainda há mais em Colossenses 2:15 que precisamos
entender. Paulo prossegue dizendo que “... publicamente os expôs ao
desprezo...”.
Preste atenção especialmente na palavra “publicamente”. A palavra
“publicamente” foi extraída da palavra parresia, que é usada ao longo dos
livros do Novo Testamento para denotar ousadia ou confiança.
Usando a palavra parresia, Paulo declara que quando essa festa celestial de
celebração da vitória de Jesus começou, ela não foi nada silenciosa. Muito ao
contrário! Jesus expôs e exibiu ousadamente, confiantemente e em alta voz
esse inimigo agora vencido aos exércitos do céu!
Não se engane! Quando Jesus “publicamente os expôs ao desprezo”, esse
não foi um momento de silêncio no céu. Jesus fez uma exibição desses
inimigos derrotados e de seus armamentos abertamente, ousadamente,
confiantemente — e sim, em alta voz! Em outras palavras, foi um show e
tanto!
Então o versículo continua: “... publicamente os expôs ao desprezo,
triunfando deles na cruz”. A palavra “triunfando” foi extraída da palavra
grega triambeuo, que é uma palavra técnica usada para descrever um general
ou um imperador que voltava para casa após uma grande vitória em
território inimigo. A palavra “triunfo” (triambeuo) era uma palavra usada
para descrever especificamente o desfile triunfal do imperador quando ele
voltava para casa. (Para saber mais sobre isso, veja o capítulo 9 de meu livro
Living in the Combat Zone [Vivendo na Zona de Combate]).
Colossenses 2:15 ensina explicitamente que quando a obra de Jesus na cruz
estava terminada, Ele desceu aos lugares mais inferiores a fim de despojar o
inimigo pedaço por pedaço. Jesus “despojou os principados e potestades”
completamente por meio de Sua morte e ressurreição. Eles foram saqueados
tão completamente que foram “despidos até a nudez completa” e deixados
sem nada na mão para retaliar!
Se nosso entendimento da batalha espiritual não começar com esse
fundamento, eventualmente passaremos a esferas de ensino e experiências
que não são saudáveis do ponto de vista doutrinário. Portanto, precisamos
abordar a guerra espiritual a partir dessa perspectiva.
 
UM COMPORTAMENTO RIDÍCULO E ANTIBÍBLICO
A expressão “batalha espiritual” gera toda espécie de imagens em nossas
mentes. Com razão ela nos faz pensar corretamente sobre o nosso constante
conflito com os poderes demoníacos invisíveis, pois é realmente disso que se
trata a batalha espiritual. Como Efésios 6:12 nos diz, “porque a nossa luta não
é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra
os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal,
nas regiões celestes”.
Mas a mente também tem a capacidade de inventar algumas ideias
fabulosas, infundadas e antibíblicas sobre o diabo e a nossa guerra contra ele.
Se não tivermos um entendimento sólido e bíblico do diabo, da nossa
autoridade sobre ele conferida por Cristo e dos nossos armamentos
divinamente revestidos de poder a serem usados contra ele, ficaremos
totalmente abertos a toda espécie de pensamento errado, imaginação vã,
temores e métodos infundados de oposição ao nosso inimigo.
Essa é exatamente a razão pela qual afirmei que a ênfase na batalha
espiritual é tanto boa quanto má. Ela é boa porque nos ensina como o nosso
adversário opera.
De modo algum pretendo transmitir a ideia de que todos os ensinamentos
sobre batalha espiritual são maus; na verdade, alguns são excepcionalmente
bons! Mas quando abordamos esse tópico, precisamos nos proteger contra as
prescrições caseiras e supersticiosas a respeito da batalha espiritual. É nossa
responsabilidade alicerçar firmemente nossos ensinamentos e atos no que a
Palavra de Deus tem a dizer, em vez de fundamentá-los “no exagero”
empolgante que desperta emoções ou imaginações desenfreadas que
temporariamente agitam uma multidão frenética de novos crentes.
Por exemplo, há alguns anos, alguns supostos especialistas em batalha
espiritual ensinavam que pelo fato de os espíritos demoníacos viverem nas
“regiões celestiais”no Antigo Testamento e Satanás ser chamado de
“príncipe da potestade do ar” (Efésios 2:2), os cristãos deveriam encontrar
uma maneira de subir o mais alto possível a fim de causar sérios danos ao
diabo. Alguns desses “especialistas” em guerra espiritual chegaram a sugerir
que o quadragésimo, o quinquagésimo ou sexagésimo andares dos altos
arranha-céus eram os melhores lugares para se fazer reuniões de oração e
travar a batalha espiritual!
Caso alguém não tivesse vitória mesmo depois de haver subido a esses
“lugares altos” específicos para lutar contra o inimigo, esses mesmos
“especialistas” costumavam oferecer uma sugestão adicional: talvez essa
pessoa precisasse alugar um avião ou um helicóptero para subir ainda mais
alto — direto até os “lugares altos” onde os demônios habitam — para que
pudesse travar a batalha espiritual com maior eficácia!
Quando ouvi esse ensinamento, anos atrás, fiquei perplexo com a estupidez
do mesmo. Eu queria perguntar a esses supostos especialistas como o Senhor
Jesus Cristo conseguiu assumir a autoridade sobre as forças malignas. Afinal,
Ele não tinha prédios de 60 andares para fazer as Suas reuniões, nem aviões
ou helicópteros estavam disponíveis para Ele subir alto o bastante para fazer
dano ao inimigo. Mas, de algum modo, de alguma forma milagrosa, Jesus
ainda foi capaz de executar plenamente Seu ministério terreno de acordo
com a vontade de Seu Pai!
Esse tipo de ensinamento empolga um grande número de pessoas e vende
livros, mas ele não se fundamenta na Bíblia. A ignorância da Palavra de Deus
sempre deixa o Corpo de Cristo em uma posição vulnerável. É por isso que
Oséias 4:6 diz: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o
conhecimento...”. Onde há ignorância desenfreada com relação à Palavra —
principalmente com relação ao diabo e à nossa autoridade sobre ele — a
superstição quase sempre prevalece. Isso resulta em todo tipo de
“abracadabra espiritual” a fim de enxotar o diabo.
Infelizmente, muito do que é chamado de batalha espiritual geralmente se
encaixa nessa categoria constrangedora de comportamento ridículo e
antibíblico. No entanto, a batalha espiritual é real, e não devemos ignorar essa
verdade. Em vez disso, devemos avançar no estudo desse tema, sempre tendo
a Palavra de Deus como nosso guia.
 
POR QUE TANTA PREOCUPAÇÃO COM A BATALHA
ESPIRITUAL?
Alguém me escreveu recentemente e perguntou: “Por que parece que as
pessoas de tempos em tempos ficam tão preocupadas com o assunto da
batalha espiritual? Por que, periodicamente, ele se torna o tema da moda,
sobre o qual todos comentam?”.
Em resposta a essa pergunta, comecei a fazer algumas pesquisas. Falei com
muitos líderes cristãos nacionais acerca do assunto da batalha espiritual,
perguntando a eles especificamente: “Por que você acredita que a batalha
espiritual muitas vezes se torna uma questão de interesse comum?”.
As respostas que recebi se encaixam em três categorias diferentes. O
primeiro grupo de líderes com quem falei sugeriu que Satanás está desatando
novas hordas de espíritos demoníacos contra a Igreja nestes últimos dias —
talvez mais espíritos demoníacos do que nunca. Portanto, eles acreditam que
esse ímpeto sobre a guerra espiritual é a forma de Deus nos ensinar a vencer
essa quantidade inumerável de perturbações não convidadas que foram
liberadas para destruir a Igreja nestes últimos dias.
O segundo grupo de líderes sugeriu que tem havido uma nova infiltração
de demônios na Igreja nestes últimos dias. Esses demônios foram designados
especificamente para destruir igrejas e ministérios individuais de dentro para
fora. Na verdade, alguns líderes expressaram sua firme convicção de que esse
foi o motivo pelo qual tantos ministros fracassaram moralmente e caíram na
imoralidade ultimamente.
Esses líderes cristãos acreditam que os espíritos demoníacos estão
trabalhando o tempo todo para gerar o caos dentro da liderança da Igreja de
uma maneira geral, por isso afirmam que precisamos aprender agora mesmo
— neste exato momento extremamente crucial — a combater essas criaturas
asquerosas das trevas que vieram para planejar cuidadosamente a destruição
de grandes homens e mulheres de Deus.
O terceiro grupo de líderes acredita que o motivo para essa nova ênfase na
batalha espiritual é que os feiticeiros e satanistas estão se unindo em oração
satânica para lançar maldições sobre a Igreja de Jesus Cristo. Esses líderes
acreditam que, para combater essas maldições, o Espírito Santo está trazendo
ao Corpo de Cristo uma nova consciência sobre a necessidade da guerra
espiritual.
Independentemente de qualquer desses três cenários estarem certos ou
errados, ainda é verdade que a batalha espiritual recentemente tem ocupado a
vanguarda do Corpo de Cristo. Não importa o motivo pelo qual essa forte
ênfase tem ocorrido, pois, seja ele qual for, permanece o fato de que
precisamos saber o que a Palavra de Deus tem a dizer sobre essas questões de
batalha espiritual e da armadura de Deus.
 
NÃO É NENHUMA NOVIDADE
Está claro, com base na História, que inumeráveis massas de espíritos
demoníacos foram liberadas para atacar e vitimar a Igreja de Jesus Cristo
desde o seu nascimento, durante o primeiro, o segundo e o terceiro século.
Pelo fato de que vivemos nos tempos contemporâneos, é natural pensarmos
que o nosso problema é muito pior que o de qualquer geração anterior. Mas
mesmo com todos esses problemas atuais e as dificuldades que ainda estão
por vir, os problemas que enfrentamos hoje realmente não são maiores que os
das gerações de cristãos que nos precederam.
Quando a Igreja de Jesus Cristo entrou em cena no Dia de Pentecostes, ela
nasceu em um mundo muito semelhante ao nosso. As nações estavam em
revolta; as fronteiras nacionais estavam desaparecendo; a violência como
entretenimento era muito popular; e a moral relacionada a Deus era
praticamente inexistente no mundo romano.
O exército romano estava rapidamente conquistando todo o mundo
civilizado daqueles dias. As terras eram tomadas, saqueadas e ocupadas por
esse exército invasor da Itália. O mundo estava sendo unido tanto política
quanto economicamente pelo governo romano em ascensão. Enquanto isso, o
paganismo ocultista daquela época era muito pior do que qualquer historiador
poderia afirmar.
Satanás usou todos esses fatores como parte de seu plano de destruir a
Igreja de Jesus Cristo antes que ela pudesse destruí-lo. Não obstante, seu
plano de destruir a Igreja fracassou miseravelmente, pois Deus tinha outro
plano! Em vez de ser destruída, a Igreja Primitiva levantou-se no poder do
Espírito para enfrentar o desafio — assim como nós nos levantaremos em
nossos dias para enfrentar qualquer desafio que o inimigo tente colocar diante
de nós!
Equipados com “toda a armadura de Deus” (Efésios 6:10-18), esses
primeiros crentes viviam vitoriosamente para o Senhor em meio às piores
dificuldades — dificuldades muito piores que qualquer pessoa que está lendo
este livro jamais conheceu. Satanás açoitou a Igreja Primitiva com torturas e
perseguições externas inimagináveis, mas ele não conseguiu destruí-la!
“Toda a armadura de Deus” que funcionou de modo tão eficaz para
aqueles primeiros cristãos é exatamente o mesmo conjunto de elementos que
compõem a armadura espiritual usada pela Igreja de Jesus Cristo hoje. Assim
como aqueles primeiros cristãos estavam plenamente equipados com toda a
armadura de Deus para os problemas do seu tempo, nós também temos toda a
armadura de Deus para vivermos vitoriosamente para Jesus Cristo em nossos
dias. E essa armadura ainda funciona tão eficazmente quanto funcionava
naquela época!
Cada elemento da armadura espiritual de Deus — o cinturão da verdade, a
couraça da justiça, as sandálias da paz, o escudo da fé, o capacete da
salvação, a espada do Espírito e a lança da oração e da súplica — ainda
constitui um conjunto de armas cruciais, eficazes e poderosas para o Corpo
de Cristo hoje.
Em 2 Coríntios 10:4, a Bíblia fala sobre essas armas espirituais: “As armas
com as quais lutamos não são humanas; ao contrário,são poderosas em Deus
para destruir fortalezas”. Com essas “armas com as quais lutamos” nas mãos,
somos mais do que capazes de derrotar qualquer inimigo ou fortaleza
demoníaca que desafie a nossa fé!
As “fortalezas” que esses primeiros cristãos enfrentaram eram muito reais.
Eles realmente sabiam o que significavam as fortalezas! Os cristãos da Igreja
Primitiva viviam em um ambiente de paganismo, demonismo e adoração a
ídolos em uma medida que não podemos imaginar. Eles eram forçados a
conviver com a oposição religiosa, social e até política.
A oposição da sociedade romana pagã era tão furiosa que os cristãos eram
regularmente e fisicamente atacados por feiticeiros, astrólogos e médiuns. Na
verdade, foi nesse tipo de circunstância que Timóteo, discípulo de Paulo e
pastor da igreja de Éfeso, foi brutalmente assassinado.
Um ódio intenso contra os cristãos cresceu rapidamente sob o reinado de
Nero. Eles eram queimados até a morte no Circus Maximus em Roma; eram
comidos vivos por feras selvagens no Coliseu; e eram mutilados
publicamente por gladiadores nos anfiteatros até morrerem diante da plateia.
Na verdade, a morte terrível, atroz e grotesca dos cristãos oferecia aos
romanos a forma mais popular de entretenimento daquela época.
As mortes violentas dos cristãos se tornaram tão populares entre os
romanos que a capacidade de assentos do Coliseu foi ampliada. Essa
expansão foi necessária a fim de acomodar as enormes multidões que se
reuniam para assistir a uma tarde inteira de martírio de cristãos. Animais
selvagens eram liberados em uma série de passagens semelhantes a túneis.
Então os cristãos eram colocados nessas mesmas passagens para serem
caçados por animais selvagens ferozes. Eles eram perseguidos por essas feras
famintas até serem apanhados; então eram comidos vivos diante de dezenas
de milhares de pessoas que aplaudiam e gritavam.
Em princípio, esses eventos sanguinários só ocorriam uma vez ao ano,
geralmente durante o mês de janeiro, como dedicação aos deuses. Entretanto,
durante o terrível reinado de Nero, o número dessas tardes de entretenimento
no Coliseu aumentou enormemente.
Nero usava praticamente todas as desculpas que podia inventar para ver
mais cristãos serem mortos no Coliseu: por ocasião de seu aniversário, o
aniversário da data de sua posse como imperador, o aniversário do
nascimento de seus antecessores, o aniversário de sua mãe, um dia religioso
especial ou simplesmente um feriado romano normal. Qualquer dessas datas
era razão suficiente para Nero encher o Coliseu ao limite máximo com
espectadores que se sentavam na beira de seus assentos para presenciarem os
cristãos sendo mortos.
Os cristãos eram considerados de tão pouco valor no mundo romano que
quando a construção da Via Ápia (uma estrada que ia de Roma ao sul da
Itália) necessitou de trabalhadores para trabalhar à noite, os corpos mortos
dos cristãos martirizados foram pendurados em postes ao longo da estrada e
incendiados para servirem como enormes “lanternas”, que permitiam que os
trabalhadores continuassem trabalhando e construindo!
A atividade demoníaca em Roma era avassaladora! Todos os imperadores
romanos daquele período consultavam os astrólogos e os sacerdotes ocultistas
para tomarem decisões importantes. Esses médiuns de alto escalão eram
considerados tão vitais para a realização dos assuntos governamentais que
ocupavam posições oficiais na administração e eram altamente considerados
pelo imperador governante.
Além desses espiritualistas ocultistas de alto escalão que detinham
posições de proeminência especial no governo, centenas de outros sacerdotes
ocultistas de classe inferior estavam na folha de pagamento de Roma e
serviam como sacerdotes da religião oficial de Roma. Não há dúvida de que
esses feiticeiros, astrólogos, adivinhos e médiuns oficiais do governo devem
ter influenciado os sentimentos de Nero acerca dos crentes tementes a Deus.
Também havia outras espécies de religião além da religião oficial de
Roma. A cidade de Pérgamo, a mais famosa de todas as cidades da Ásia e
sede oficial do procônsul de Roma, era uma cidade cheia de idolatria e
paganismo.
No alto de uma montanha acima da cidade de Pérgamo, havia um grande
altar à deusa Atena. Diretamente diante desse templo dedicado a Atena, havia
ainda outra estátua idólatra. Um enorme altar de mármore polido construído
na forma de um trono gigante, que sobressaía em uma prateleira visível a
toda a cidade embaixo e brilhava sob a luz do sol todas as tardes. Esse era o
altar de Zeus.
De cada lugar de Pérgamo, os cidadãos poderiam olhar para cima e ver a
fumaça do incenso queimado subindo do altar demoníaco em direção ao céu.
Essa é a razão pela qual Jesus disse aos cristãos de Pérgamo: “Você tem
perseverado e suportado sofrimentos por causa do meu nome, e não tem
desfalecido” (Apocalipse 2:13).
Mas espere — ainda há mais! Além dessa adoração idólatra a Atena e a
Zeus, a cidade de Pérgamo também era a fortaleza do culto de Asclépio, um
espírito demoníaco que assumia a forma externa de uma grande serpente.
Esse culto em particular se gabava de que Asclépio, o espírito da serpente,
tinha o poder de curar os enfermos. As manifestações sobrenaturais desse
espírito da serpente finalmente se tornaram tão conhecidas que as pessoas
viajavam de todo o mundo para se consultarem com os sacerdotes de
Asclépio e serem curadas. Enormes altares a Asclépio foram erguidos em
toda a cidade. Literalmente, centenas de médiuns foram empregados como
sacerdotes desse culto tenebroso e demoníaco.
Quanto à moralidade de Roma — não havia nenhuma! Até os historiadores
e estudiosos não cristãos concordam que Nero mantinha um relacionamento
homossexual ativo com muitos dos homens que eram próximos ao trono
imperial. A bissexualidade era completamente aceitável pelos padrões da
época. Nero era, ele próprio, um homem casado quando estava se
relacionando com homens.
Assim como a indústria do entretenimento atual, o teatro era
grosseiramente sensual e sexual, cheio de vulgaridades e grosserias. Era até
comum haver cenas sexuais sendo totalmente encenadas no palco diante de
uma audiência romana carnal. As mulheres cristãs que caíam nas mãos do
governo de Nero e se recusavam a renunciar à sua fé em Jesus Cristo muitas
vezes eram forçadas a trabalhar nas comédias burlescas pervertidas de Roma
como uma forma de perseguição mental e espiritual.
Satanás tentou destruir a Igreja de Jesus Cristo desde sua concepção — e é
certo que ele tentará atacar e vitimar a Igreja à medida que nos aproximamos
da vinda do Senhor. O diabo sabe que se ele quiser danificar o plano de Deus,
esta é sua última oportunidade e ele precisa fazer o seu trabalho depressa.
Está enfaticamente claro que a Igreja Primitiva, assim como a Igreja atual,
teve de contender contra muitos ataques demoníacos. Mas, assim como a
Igreja Primitiva se levantou no poder do Espírito para enfrentar o desafio, nós
também venceremos o mundo que nos cerca, à medida que prosseguirmos,
equipados com toda a armadura de Deus, para vivermos vitoriosamente para
Jesus Cristo nestes últimos dias. Como o apóstolo João nos disse: “O que é
nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a
nossa fé” (1 João 5:4).
O estado espiritual do mundo não pode ficar pior do que era naquele
tempo. Algum de seus amigos foi queimado em um poste recentemente?
Você viu algum de seus amigos cristãos ser comido vivo por animais
selvagens famintos? Você foi aprisionado pela sua fé?
Embora a oposição espiritual seja tão real hoje quanto era durante os dias
da Igreja Primitiva, ela definitivamente não está pior. Este é o mesmo mundo
perdido que sempre foi; o sistema deste mundo ainda é governado pelo
mesmo “príncipe da potestade do ar”, que sempre procurou dominá-lo; e as
nossas batalhas são as mesmas batalhas que a Igreja tem lutado desde os seus
primeiros anos. Satanás sempre procurou destruir a Igreja por meio do seu
exército de espíritos corruptos, invisíveis e malignos. Esse absolutamente não
é um fenômeno novo!
Pelofato de que o diabo fez isso no passado, não deve ser nenhuma grande
surpresa que ele tente fazer o mesmo novamente nestes últimos dias. Mas
lembre-se de que o primeiro ataque dele sobre a Igreja fracassou
miseravelmente. Quanto mais o diabo atacava a Igreja Primitiva, mais
depressa a Igreja de Jesus Cristo crescia e se multiplicava. Se o diabo
realmente enviar um novo exército de inumeráveis espíritos malignos contra
a Igreja nestes últimos dias, como alguns sugeriram, a Igreja mais uma vez
crescerá, florescerá, se multiplicará e vencerá!
 
E QUANTO AOS FEITICEIROS?
A ideia dos feiticeiros e satanistas unindo-se coletivamente para lançar
maldições sobre o povo de Deus também não é uma ideia nova. Em 1 Reis
18:17-40, a Bíblia nos diz que quatrocentos profetas de Baal se reuniram
coletivamente para liberar seu poder demoníaco contra o profeta Elias.
Embora Elias estivesse fisicamente só no Monte Carmelo naquele dia, ele
confrontou os profetas de Baal com o poder de Deus e testemunhou a
destruição total dos mesmos. Aqueles adoradores de Baal do Antigo
Testamento eram o equivalente aos feiticeiros e satanistas de hoje. No
entanto, aqueles adoradores do diabo do Antigo Testamento, que possuíam
genuinamente fortes poderes satânicos, não prevaleceram contra o poder de
Deus.
Com base nesse fato, podemos declarar alegremente que o resultado seria o
mesmo se os feiticeiros e satanistas dos dias atuais tentassem repetir esse
mesmo cenário novamente. Independentemente de quantos deles
aparecessem para lançar maldições sobre uma igreja local específica, um
ministério específico ou sobre o Corpo de Cristo de um modo geral, eles
fracassariam miseravelmente, assim como os profetas de Baal do Antigo
Testamento fracassaram.
Mesmo com todos os esquemas e planos dos homens maus — até com a
ajuda diabólica incontestável de Satanás — nenhuma força maligna jamais
prevaleceu contra o poder de Deus ou o povo de Deus, e nenhuma jamais o
fará! Todo líder mundial que tentou destruir a Igreja de Jesus Cristo foi
destruído. Todo período de trevas dos últimos dois mil anos da História
finalmente sucumbiu e deu lugar à luz avassaladora e vencedora de Jesus
Cristo e de Sua Igreja.
Satanás tem rugido alto como um animal feroz em muitas ocasiões, mas
ele nunca devorou a Igreja — e de acordo com o Senhor Jesus Cristo, ele
nunca o fará. Em Mateus 16:18, Jesus disse com relação à Igreja: “... e as
portas do Hades não poderão vencê-la”.
Com relação ao lançamento de maldições sobre os crentes, Provérbios 26:2
declara: “Como o pardal que voa em fuga, e a andorinha que esvoaça veloz,
assim a maldição sem motivo justo não pega”. O que significa esse versículo?
Assim como um pardal pode voar, mas não encontrar um lugar para construir
um ninho, assim uma maldição pode se agitar em torno de um cristão, mas
não encontrará um lugar de descanso na vida dessa pessoa. E assim como a
andorinha migra para outro lugar quando a estação muda, assim a maldição
finalmente voltará para aqueles que a enviaram.
Os feiticeiros e satanistas podem lançar maldições, usar poções e recitar
encantamentos e feitiços mágicos até ficarem roxos. Mas independentemente
de quanto eles tentem, o poder deles jamais prevalecerá contra o povo ou o
poder de Deus!
 
A BATALHA ESPIRITUAL BÍBLICA
O Antigo Testamento está repleto de ilustrações de batalha espiritual,
como a batalha de Jericó, Josafá e seus cantores, e Davi e Golias. Ainda
assim, as palavras “guerra” ou “batalha” só ocorrem cinco vezes em todo o
Novo Testamento. Isso nos chama bastante a atenção quando consideramos o
quanto se fala hoje sobre batalha espiritual.
Essas histórias verídicas do Antigo Testamento que nos dizem como Israel,
o exército de Deus, derrotou os adversários tanto naturais quanto espirituais,
foram escritas para a nossa instrução e advertência. Esta é a mensagem de
Paulo em 1 Coríntios 10:11: “Essas coisas aconteceram a eles como
exemplos e foram escritas como advertência para nós, sobre quem tem
chegado o fim dos tempos”.
Certamente é verdade que estudando as batalhas da Israel do Antigo
Testamento, podemos ter uma revelação muito necessária sobre como
conquistar os inimigos invisíveis que atacam e tentam destruir a Igreja de
Jesus Cristo. Entretanto, considerando que os termos “combater” e “combate”
são usados com tanta frequência hoje no Corpo de Cristo, é imperativo
construirmos um entendimento doutrinário sobre como essas palavras eram
usadas no Novo Testamento.
É importante observar que entre as cinco vezes em que as palavras
“militar” e “milícia” (na versão ARA) (extraídas da palavra grega stratos) são
usadas no Novo Testamento, elas nem uma vez são usadas com relação ao
diabo. Por exemplo, ambas as palavras são usadas em 2 Coríntios 10:3-5 para
denotar cativeiros mentais que precisam ser “destruídos”.
É verdade que esses cativeiros e fortalezas na mente podem ter
primeiramente se ligado a nós no passado quando ainda estávamos sob o
controle de Satanás. Entretanto, precisamos manter esses versículos no seu
contexto próprio. No contexto, esses versículos estão se referindo a uma
pessoa que toma a decisão imutável de assumir o controle da sua mente e de
levar os pensamentos de sua mente cativos!
A palavra “combate” é usada em 1 Timóteo 1:18 com relação a um
pronunciamento profético que foi feito sobre a vida de Timóteo. Paulo
ordenou que Timóteo se lembrasse das profecias que foram proferidas sobre
ele para que por meio dessas profecias, ele “combata o bom combate”.
Usando as palavras “combata” e “combate” nesse versículo, Paulo
pretendia advertir Timóteo a permanecer no combate da fé e a ser fiel ao
chamado de Deus sobre sua vida. Mais uma vez, as palavras “combata” e
“combate” neste versículo não têm nada a ver com o diabo!
Em 2 Timóteo 2:4, Paulo usa a palavra “milita” mais uma vez, dizendo:
“Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar
àquele que o alistou para a guerra” (ACF).
A palavra “milita” nesse versículo não tem nada a ver com o diabo
também! Em vez disso, Paulo está exortando Timóteo a manter sua vida livre
de entulhos; a ser determinado e a permanecer comprometido com o
chamado de Deus sobre sua vida, independentemente do preço.
Então, em Tiago 4:1, a palavra “guerras” é usada novamente — desta vez
para descrever a carne, e não o diabo. De acordo com Tiago, a “guerra
espiritual” diz respeito primordialmente a lutar contra os desejos da carne que
vêm para destruir o crescimento e o desenvolvimento espiritual.
Pedro usa o verbo guerrear da mesma forma para descrever claramente “os
desejos carnais que guerreiam contra a alma” (1 Pedro 2:11). Mais uma vez a
forma verbal “guerreiam” é usada não para descrever a atividade do diabo,
mas sim para descrever a tentativa da carne de conquistar e subjugar a
mente.
Diante disso, está abundantemente claro que o uso das palavras “guerrear”
e “guerra” no Novo Testamento tem a ver primordialmente com vencer a
carne e assumir o controle da nossa mente. Sim, o diabo pode atacar a mente,
e ele pode tentar dar poder à carne para trabalhar contra nós. Entretanto, se
mantivermos a nossa mente e a nossa carne sob o controle do Espírito Santo,
grande parte da batalha espiritual que encontraremos na vida já terá sido
decidida!
 
COMO A VERDADEIRA BATALHA ESPIRITUAL TEM INÍCIO
A maioria dos cristãos que caíram em tempos recentes não teria caído se
não tivesse dado ao diabo alguma espécie de ponto de apoio em suas mentes.
Essas pessoas seriam as primeiras a lhe dizer que deixaram a porta aberta
para o ataque demoníaco em algum ponto do caminho por não lidarem com
alguma área invisível e particular de suas vidas.
Os espíritos demoníacos absolutamente não têm poder para gerar
destruição a não ser que eles possam encontrar uma porta aberta na mente
de uma pessoa. Mas se eles conseguirem localizar essa entrada para a mente,
eles podem então, a partir dessa posição elevada, começar a introduzir
influências malignas e lançar os seus ataques sobre o indivíduo.
O Espírito Santo é fiel para nos convencerde quaisquer áreas em nossas
vidas que nos deixem vulneráveis ao ataque. Ele nos estimulará a nos
arrependermos e a mudarmos antes que o diabo construa fortalezas em nosso
pensamento. Entretanto, ainda cabe a nós garantir que essas portas abertas
sejam fechadas com força e de uma vez por todas.
Mas o que acontece se ignorarmos os apelos do Espírito Santo? E se
permitirmos que o pecado, a tentação permitida voluntariamente ou as
atitudes erradas persistam em nossas vidas, sem serem confessadas e
transformadas? Nesse caso, estamos deixando brechas totalmente abertas por
meio das quais o inimigo tentará nos sabotar. A verdade é que grande parte
da destruição espiritual é evitável, mas somente se quisermos ouvir
reverentemente aos apelos do Espírito Santo e obedecermos às Suas
advertências.
Mais uma vez, os espíritos demoníacos não podem destruir sem que haja
uma porta aberta para a alma de uma pessoa — e essa entrada só pode ser
dada com a nossa permissão.
As forças malignas tentam nos esmurrar e nos impedir, como tentaram
esmurrar e impedir o apóstolo Paulo (2 Coríntios 12:7; 1 Tessalonicenses
2:18), mas elas não podem destruir você ou a mim a não ser que já haja algo
errado em nós ao qual elas possam se agarrar e usar para a nossa destruição.
A tendência da carne sempre foi colocar a culpa do fracasso pessoal em
outra pessoa ou em alguma circunstância externa que está além do nosso
controle. Na verdade, pôr a culpa em outro é algo tão antigo quanto o Jardim
do Éden. Lembre-se de que foi Adão (o pai natural de todos nós) que colocou
a culpa do seu próprio fracasso moral em Eva. Em vez de reconhecer que ele
havia cometido pecado quando comeu livremente do fruto proibido no
Jardim, Adão disse a Deus: “... foi a mulher que me deste por companheira
que me deu do fruto da árvore, e eu comi” (Gênesis 3:12).
Do mesmo modo, um cristão está colocando no diabo a culpa que lhe
pertence por direito quando diz: “O diabo me fez fazer isso”, ou “Eu falhei
porque os feiticeiros estão orando contra mim”. Independentemente de
quantos espíritos demoníacos tenham sido designados para destruir um
crente, ele precisa cooperar com as sugestões do inimigo antes que a tentação
possa dominá-lo e arruinar seu testemunho.
Isso significa que, no fim das contas, você é responsável pelo seu próprio
fracasso ou sucesso em obedecer a Deus nesta vida. Você não pode colocar
em outro a culpa pelo seu fracasso contra o ataque demoníaco. Para que esse
ataque demoníaco tenha sucesso, você teve de cooperar de alguma forma,
seja pela ignorância, seja pela cooperação deliberada ou pela negligência ao
recusar-se a lidar com alguma área invisível e particular de sua vida. Por
exemplo:
 
•Você pode gritar que o diabo está atrás do seu dinheiro até ficar roxo.
Mas se deixou de controlar seu talão de cheques ou foi irresponsável no
pagamento das suas contas, você abriu a porta para esse ataque
financeiro.
•Você pode declarar que o inimigo está tentando afligir você com
doenças. Mas se você abusa do seu corpo comendo mal, trabalhando
demais e levando seu corpo além de sua capacidade, você abriu a porta
para que seu corpo seja atacado.
•Você pode gritar que seu casamento está debaixo de ataque. Mas se
você costuma falar de forma áspera com seu cônjuge, nunca passa
tempo nenhum com ele/ela ou não fez do seu casamento uma prioridade
em sua vida, você escancarou a porta para que o inimigo entre e destrua
seu casamento.
 
E a lista continua incessantemente.
Com certeza, há ataques-surpresa genuínos da esfera demoníaca que
pegam os cristãos inadvertidamente. Às vezes, o diabo realmente ataca as
finanças deles — principalmente se eles estiverem usando as suas finanças
para o Reino de Deus. É absolutamente verdade que, às vezes, o inimigo vem
para roubar, matar e destruir a saúde de uma pessoa. E também é verdade que
o inimigo pode tentar orquestrar o fracasso em um casamento.
Em meu próprio ministério, o inimigo tem atacado cruelmente de tempos
em tempos para destruí-lo. Conheço a realidade de um ataque demoníaco
genuíno. Esses ataques geralmente ocorreram em pontos críticos do nosso
ministério quando estávamos prestes a fazer alguma coisa importante no
Reino de Deus. Cada um deles foi uma tentativa clara de frustrar o plano de
Deus.
Há muitos anos, quando meu livro Living in the Combat Zone (Vivendo na
Zona de Combate) estava prestes a ser publicado, meu próprio ministério foi
lançado em uma zona de combate financeiro. Por algum estranho motivo que
não conseguíamos explicar, não entrava nenhuma oferta para o ministério, e
nossos parceiros pararam de escrever. Em questão de dias, toda a nossa renda
secou.
O inimigo sabia que Deus iria usar aquele livro de uma maneira grandiosa.
Portanto, ele quis impedi-lo antes mesmo que pudesse chegar às mãos dos
nossos leitores. Obviamente, o ataque do diabo fracassou e o poder da Cruz
prevaleceu!
 
LIDANDO COM O VENTO E AS ONDAS EM SUA VIDA
Toda vez que você estiver na frente de uma batalha fazendo algo
significativo para o Reino de Deus, os ataques do inimigo contra sua vida
aumentarão. Até Jesus ficou sob esse ataque quando estava preparando-se
para expulsar uma legião de demônios do endemoninhado de Gadara (Marcos
4:35-41).
Ventos violentos e destrutivos pareciam vir do nada para virar o barco de
Jesus e afogá-lo e aos Seus discípulos no meio do lago. O versículo 37 diz:
“Levantou-se um forte vendaval, e as ondas se lançavam sobre o barco, de
forma que este ia se enchendo de água”.
Observe que o versículo diz: “Levantou-se...”. A expressão “levantou-se”
foi extraída da palavra grega ginomai. A palavra ginomai é usada mais de
duzentas vezes no Novo Testamento; por conseguinte, seu significado
principal está bem documentado. A palavra ginomai normalmente descreve
algo que acontece inesperadamente ou algo que nos pega de surpresa.
Por exemplo, a palavra ginomai é usada em Atos 10:9, 10 para descrever
como Pedro recebeu sua visão revelando que a salvação se tornara disponível
aos gentios.
 
No dia seguinte, por volta do meio-dia, enquanto eles viajavam e se
aproximavam da cidade, Pedro subiu ao terraço para orar. Tendo fome,
queria comer; enquanto a refeição estava sendo preparada, CAIU EM
êxtase.
 
Observe especialmente as palavras “caiu em”. Essa expressão é derivada
da palavra grega ginomai. Pelo fato de Lucas usar a palavra ginomai,
sabemos que Pedro não esperava que aquela visitação ocorresse naquela
tarde. Ele estava esperando para jantar quando de repente, inesperadamente,
“caiu em” um êxtase. Aquele foi um encontro com Deus que o pegou de
surpresa.
Quando João nos diz como ele recebeu o livro de Apocalipse em
Apocalipse 1:10, ele também usa a palavra ginomai: “No dia do Senhor
achei-me no Espírito...”. A expressão “achei-me” também foi extraída da
palavra ginomai. Portanto, sabemos, a partir do uso dessa palavra, que João
não estava esperando ter uma visitação naquele dia. A visão veio
inesperadamente, pegando-o completamente desprevenido quando ele olhou
para cima e se encontrou na dimensão do Espírito.
Ora, essa mesma palavra, que contém um elemento de surpresa, é usada
em Marcos 4:37 para nos dizer claramente que Jesus e Seus discípulos não
esperavam ter mau tempo naquela noite. Aqueles ventos os atacaram
inesperadamente.
Muitos dos discípulos de Jesus eram pescadores antes de serem chamados
ao ministério, de modo que eles conheciam o tempo do mar. Se uma
tempestade natural estivesse se formando naquela noite, aqueles homens
jamais teriam levado seu pequeno barco para o meio daquele mar. Portanto,
você pode ter certeza de que quando eles iniciaram sua jornada naquela noite,
aquela era uma noite perfeita para velejar.
Mas de repente e inesperadamente, “levantou-se” uma grande tempestade
de vento. Observe que Marcos nos diz que era “uma grande tempestade de
vento”. A palavra “grande” foi extraída da palavra mega, que denota algo de
proporções magníficas. É de onde obtemos a ideia de “megalópole”,
“megalomaníaco” e “megafone”. Por usarmos essa palavra, sabemos que
aquela foiuma megatempestade!
E observe que tipo de tempestade era aquela. Marcos não diz que era um
temporal com trovões ou uma pancada de chuva; ele nos diz que era uma
“grande tempestade de vento”.
A palavra “vento” foi extraída da palavra lalaipsi, e descreve uma
turbulência ou um vento terrivelmente violento. Portanto, a tempestade que
atacou Jesus naquela noite era uma tempestade invisível. Uma pessoa não
podia ver essa tempestade, mas podia sentir os efeitos dela.
Essa foi uma tentativa do inimigo de destruir Jesus e Sua tripulação antes
que eles chegassem ao outro lado. Do outro lado, na terra dos gadarenos,
Satanás tinha um bem de valor: o endemoninhado de Gadara. O diabo sabia
que se o barco de Jesus chegasse ao outro lado, ele perderia seu bem valioso
e Jesus realizaria um dos maiores milagres de Seu ministério.
Assim, quando Jesus estava no limiar da remoção de uma barreira, esse
ataque inesperado de uma turbulência violenta e destrutiva veio sobre Ele e
os Seus discípulos para matar e destruir. O diabo não queria que Jesus
chegasse à terra dos gadarenos. Esse foi um golpe preventivo do diabo para
desfazer a obra de Deus.
Essa também foi uma grande oportunidade para os discípulos aprenderem
que Jesus Cristo é o Senhor do vento e das ondas! Depois que Ele exerceu a
autoridade sobre essa turbulência invisível e falou às ondas do mar, a Palavra
diz que “... O vento se aquietou, e fez-se completa bonança” (Marcos 4:39).
O fato de o ataque ter ocorrido exatamente quando Jesus estava no limiar
de um grande milagre não é raro. Na verdade, esse é normalmente o
momento em que os ataques demoníacos genuínos ocorrem. Se esses ataques
se levantaram contra Jesus, podemos ter certeza de que o inimigo tentará
fazer o mesmo conosco também. Portanto, precisamos nos preparar mental e
espiritualmente para lidar com os ataques demoníacos. Precisamos vestir
“toda a armadura de Deus” e assumir a autoridade sobre o vento e as ondas
que se levantarem contra as nossas vidas, as nossas famílias, os nossos
negócios e os nossos corpos — assim como Jesus assumiu a autoridade sobre
o vento e as ondas que se levantaram contra Ele.
Então, o que fazer se você estiver sob um ataque demoníaco?
Primeiramente, certifique-se de ser diligente para avaliar todas as suas bases
obedecendo aos apelos do Espírito Santo nas diversas áreas da sua vida.
Certifique-se também, da melhor maneira possível, de que você não deixou
nenhuma porta aberta para o ataque. Então, exatamente como o Senhor Jesus
Cristo, você precisa se levantar para assumir a autoridade sobre o vento e as
ondas. Esta é a sua oportunidade de ouro de ver uma demonstração do poder
de Deus em sua vida!
Deixe-me também enfatizar outro ponto importante: quando o vento e as
ondas cessaram naquela noite, a Palavra diz que “... fez-se completa
bonança” (v. 39). O versículo 37 anteriormente nos disse que essa tempestade
havia sido uma grande tempestade. Assim, quando tudo se resolveu, Jesus
equiparou uma grande tempestade com uma grande calmaria!
Se o inimigo criou um grande problema financeiro na sua vida, Jesus
Cristo quer equipará-lo com uma grande bênção financeira. Se o adversário
criou uma grande enfermidade no seu corpo, Jesus Cristo quer equipará-la
com uma grande cura. Se o diabo criou um terrível caos matrimonial na sua
vida, o Senhor Jesus Cristo quer equiparar essa crise matrimonial com uma
grande bênção matrimonial. O que quer que o diabo faça, Jesus Cristo quer
equiparar esse ataque com uma bênção ainda maior em sua vida!
Entretanto, precisamos ser honestos com nós mesmos no que se refere a
esses ataques. A maioria das batalhas que lutamos na vida não se encaixa
nesta categoria de “ataques surpresa”. A maioria das batalhas que lutamos
acontece porque fomos infiéis em dar ouvidos às advertências do Espírito
Santo para lidarmos com algumas áreas das nossas vidas antes que elas
saíssem do controle.
 
BATALHA ESPIRITUAL: UM ESTADO MENTAL
A batalha espiritual não é uma rajada de emoção momentânea para
afugentar o diabo temporariamente. Muito pelo contrário! A verdadeira
batalha espiritual é um estado específico da mente que envolve um
compromisso para toda a vida. É muito mais uma atitude determinada e
comprometida da mente do que uma ação propriamente dita.
O apóstolo Paulo entendia essa verdade sobre a batalha espiritual. Depois
de ser exteriormente esbofeteado pelas forças demoníacas que haviam se
levantado contra seu ministério, Paulo orou três vezes e pediu ao Senhor que
removesse o mensageiro de Satanás que fora enviado para “esbofeteá-lo” (2
Coríntios 12:7) e para impedi-lo de ter acesso a níveis mais altos de
revelação.
Mas esse mensageiro nunca foi removido. Em resposta ao pedido de Paulo
de que Deus o livrasse desse tormento, o Senhor respondeu: “... Minha graça
é suficiente para você...” (2 Coríntios 12:9).
Por que Deus respondeu a Paulo desse modo? Porque Paulo fez um pedido
que não era realista. Enquanto Paulo estivesse sendo eficaz para Deus,
enquanto ele estivesse causando danos à dimensão das trevas, ele sofreria
oposição das forças demoníacas. Em vez de oferecer a Paulo falsas
promessas de que ele poderia alcançar uma vida livre de oposição, o Senhor
prometeu em vez disso dar a ele a graça e o poder de que ele precisava para
vencer cada um desses ataques quando eles viessem.
As circunstâncias externas de Paulo eram um desafio constante. A
oposição espiritual invisível atiçava um terrível ódio na comunidade contra
ele em todo lugar aonde ele ia. O governo da época se colocava no seu
caminho e procurava bloquear a mensagem do Evangelho. Mas apesar de
toda a oposição que ele suportou, Paulo nunca era destruído por nenhum
desses ataques externos. Como ele próprio disse em 2 Coríntios 4:8- 9: “De
todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos,
mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos,
mas não destruídos”.
De acordo com o testemunho pessoal do próprio Paulo, em 2 Coríntios
11:24-28, sabemos que essa oposição externa era extremamente intensa. Por
exemplo, no versículo 24, ele nos diz: “Cinco vezes recebi dos judeus trinta e
nove açoites”.
Como se isso não bastasse para Paulo suportar, ele continua no versículo
25: “Três vezes fui golpeado com varas, uma vez apedrejado, três vezes sofri
naufrágio, passei uma noite e um dia exposto à fúria do mar”.
Sem entrar em maiores detalhes sobre todos os métodos de perseguição
que Paulo sofreu, podemos resumir rapidamente o que a Palavra nos diz.
Sabemos que seus pés foram espancados com varas em três ocasiões
diferentes; sua cabeça foi esmagada pelo menos uma vez; ele suportou três
naufrágios diferentes; e em algum momento do seu ministério, ele passou
uma noite e um dia no mar — 24 horas inteiras pisando na água para
permanecer vivo! (Para maiores detalhes sobre os métodos de perseguição e
as aflições que Paulo sofreu, veja as páginas 60 a 95 de meu livro If You
Were God, Would You Choose You? [Se Você Fosse Deus, Escolheria
Você?]).
Depois de mencionar essas aflições extremamente duras, Paulo continua
falando de maneira mais geral sobre outras aflições menores que ele
suportou.
 
Estive continuamente viajando de uma parte a outra, enfrentei perigos
nos rios, perigos de assaltantes, perigos dos meus compatriotas, perigos
dos gentios; perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, e
perigos dos falsos irmãos. Trabalhei arduamente; muitas vezes fiquei
sem dormir, passei fome e sede, e muitas vezes fiquei em jejum; suportei
frio e nudez.
— 2 Coríntios 11:26-27
 
No entanto, mesmo com todos esses desafios e formas de oposição — e
com toda sua fadiga mental e exaustão física — Paulo nunca caiu em nenhum
tipo de imoralidade ou em nenhum tipo de falha moral. Ele nunca
racionalizou o fracasso dizendo:
 
•“Fracassei porque demônios foram designados para me destruir.”
•“Falhei porque feiticeiros estavam se reunindo em congressos de
bruxos e lançando maldições sobre mim.”
•“O diabo me armou uma armadilha e me fez fazer isto!”
 
É verdadeque a maioria dos ataques demoníacos e tragédias ocorrem por
causa de alguma omissão por parte do cristão. Por exemplo, muitas tragédias
ocorrem nas vidas dos cristãos por causa de portas que são deixadas abertas
para o inimigo por meio da ira, da amargura, do ódio ou da preguiça. Ainda
assim, também é verdade que o diabo pode atingir um crente que está
andando em fé e no Espírito. Esses “ataques sorrateiros” são reais.
Como afirmei, enquanto um cristão procura fazer a vontade de Deus e
obedecer à Sua Palavra, o diabo tentará frustrar o plano que Deus deseja
realizar por intermédio daquele cristão. Entretanto, os ataques surpresa da
esfera demoníaca não terão sucesso se o escudo da fé do cristão estiver no
lugar para protegê-lo e para fazer com que esses ataques ricocheteiem de
volta para o lugar de onde se originaram. Os espíritos demoníacos não podem
destruir uma pessoa exceto que já haja uma área de pecado na vida dela à
qual eles possam se apegar e usar para destruí-la.
Não havia tais áreas vulneráveis na vida de Paulo — nada que o diabo
pudesse usar para destruí-lo. Portanto, a consagração pessoal de Paulo ao
Senhor era sua maior defesa contra o inimigo.
Embora Paulo fosse esbofeteado exteriormente, ele nunca foi atacado a
ponto de sofrer um fracasso pessoal. Ele viveu uma vida crucificada e assim
estava morto para o pecado. Nada nele cooperava com os artifícios e
tentações do diabo. Assim, a santidade pessoal de Paulo paralisava a
capacidade do diabo de fazê-lo cair moralmente.
Assim podemos concluir a partir de um estudo da vida de Paulo que é
muito difícil, se não inteiramente impossível, o diabo destruir completamente
uma pessoa que vive uma vida santificada e consagrada. A maioria dos
ataques seriam totalmente evitados se o pecado e as atitudes erradas não
tivessem lugar na vida do crente.
 
UMA ADVERTÊNCIA SOBRE BATALHA ESPIRITUAL
Por causa da abordagem antibíblica à batalha espiritual que algumas
pessoas adotaram no passado, muitos líderes cristãos maduros, respeitados e
cheios do Espírito se sentiram compelidos a incentivar o Corpo de Cristo a
voltar a um equilíbrio adequado no tocante a esse assunto de batalha
espiritual. Esses são homens e mulheres de Deus que entendem que existe um
adversário espiritual real que precisa ser confrontado com armas espirituais
genuínas.
A batalha espiritual é definitivamente uma realidade que todos precisamos
aprender a enfrentar em algum ponto de nossas vidas. Entretanto, também
devemos entender que o diabo, ele próprio um estrategista muito perspicaz,
adoraria nos desviar e nos impedir de lhe causar qualquer dano real. Uma
maneira pela qual ele tenta fazer isso é nos colocando fora do caminho ao nos
levar a usar táticas espirituais tolas: fazer barulhos estranhos, gritar
violentamente com o diabo ou nos envolver em outras tolices extremamente
infundadas e antibíblicas da suposta “batalha espiritual”.
As pessoas tendem a procurar soluções que resolvam todos os problemas
de uma vez e que não as façam olhar para suas próprias falhas ou lidar com
sua própria carne. Essa geralmente é a razão pela qual elas se aglomeram em
busca de ensinamentos e métodos que oferecem soluções relativamente
simples para problemas difíceis de toda uma vida. Agarrar-se firme à Palavra
de Deus e aplicar os seus princípios às suas vidas parece demorar demais e
ser mais difícil de fazer. Afinal, a Palavra de Deus exige que a pessoa viva
uma vida crucificada. Ela exige que haja arrependimento de uma vida mental
errada. E insiste que ela procure se conformar à imagem de Jesus Cristo.
Portanto, a ideia de uma cura instantânea é muito atraente para os não
comprometidos e para os espiritualmente imaturos, que estão em busca de um
paliativo para transformar os seus problemas profundamente arraigados,
habituais e muitas vezes provocados por eles mesmos.
Mais uma vez, ninguém — inclusive este autor — duvidará da realidade da
batalha espiritual genuína. Todos nós já ficamos face a face com o inimigo
em algum momento de nossas vidas, e podemos estar certos de que o
enfrentaremos novamente em algum momento no futuro. Na época da
impressão deste livro, vivo em uma parte do mundo que geralmente é muito
hostil à obra do Evangelho. Sei, por experiência própria, que a batalha
espiritual é uma força muito real que com frequência ataca o povo de Deus!
O fato é que enquanto procurarmos viver dentro da vontade de Deus e
obedecer à Sua Palavra para as nossas vidas — enquanto quisermos expulsar
as forças das trevas e fazer resplandecer a luz do Evangelho onde ela não
resplandeceu antes — o diabo fará tudo o que puder para se opor e frustrar o
plano que Deus deseja realizar por intermédio de nós. É por essa causa que
Deus nos deu um conjunto completo de elementos de uma armadura
espiritual. (Nos capítulos 10 a 16, estudaremos o que a Bíblia diz sobre essa
armadura espiritual, versículo por versículo e palavra por palavra).
Quando o poderoso conjunto de peças dessa armadura invisível estiver em
posição em nossas vidas, estaremos prontos para a luta. Com esse armamento
à nossa disposição, estamos ARMADOS PARA O COMBATE!
PERGUNTAS PARA CRESCIMENTO PESSOAL OU DEBATE EM
GRUPO
 
1.De que maneiras a ênfase na batalha espiritual pode ser tanto boa
quanto má para a Igreja? O que você pode fazer para evitar as ciladas
que alguns cristãos sofreram ao estudar o tema da batalha espiritual?
2.Qual é o alvo principal do inimigo quando ele planeja atacar alguém?
Como esse conhecimento ajuda você a lidar com os ataques do diabo em
sua própria vida?
3.Por que crucificar a carne é uma parte tão crucial da verdadeira batalha
espiritual? O que acontece se você não der esse passo vital ao tentar
vencer as estratégias do inimigo contra a sua vida?
4.Qual é o ponto de partida fundamental para desenvolver uma visão
correta da batalha espiritual?
5.O que podemos aprender estudando a reação dos primeiros cristãos à
intensa perseguição e aos ataques demoníacos? Como podemos aplicar
essas lições à nossa caminhada diária com Deus?
CAPÍTULO 2
 
 
Deixe-me dizer desde o início que algumas pessoas adorarão este capítulo e
outras o desprezarão. Mas por causa dos vários tipos de ensinamentos sobre
batalha espiritual que circulam periodicamente pela comunidade cristã, sou
compelido pelo Espírito Santo a incluir este capítulo neste livro.
Em vez de magnificar a obra vitoriosa de Jesus Cristo sobre Satanás e a
nossa libertação do poder dele, muito do que é ensinado hoje sugere que a
obra da cruz está inacabada — que o sangue de Jesus nos salvou, mas na
verdade não nos libertou completamente do poder de Satanás. Embora essa
talvez não seja a intenção de alguns daqueles que ensinam a respeito de
batalha espiritual, em geral essa é a mensagem transmitida.
O fruto desse ensinamento é uma nova forma de legalismo espiritualizado.
Em outras palavras, o que Jesus Cristo fez não foi suficiente; portanto, você
agora precisa fazer algumas coisas “a mais” a fim de adquirir a libertação
adicional do controle do diabo. Na verdade, isso é o equivalente a trocar uma
forma de cativeiro por outra — e o segundo cativeiro é muito mais perigoso.
Ele vem na aparência de espiritualidade e, pelo menos em princípio, é muito
difícil de discernir.
Com relação a essas armas carnais e técnicas carnais feitas pelo homem,
Paulo tinha o seguinte a dizer: “Porque, embora andando na carne, não
militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais,
e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas” (2 Coríntios 10:3-4,
ARA).
Observe como Paulo começa: “Pois embora andando na carne...”. A
palavra “andar” foi extraída da palavra peripateo e é um composto de duas
palavras peri e pateo. A palavra peri significa ao redor e a palavra pateo
significa andar. Quando as duas palavras são unidas (peripateo) a nova
palavra significa andar por aí ou viver habitualmente e continuar em uma
vizinhança geral.
Usando a palavra peripateo, Paulo está transmitindo uma mensagem muito
forte sobre a sua humanidade. A palavra transmiteesta ideia: “Praticamente
tudo o que faço, faço nesta dimensão da carne; como na carne; divirto-me na
carne; durmo na carne; penso na carne; estudo na carne. Minha vida
consiste principalmente nesta dimensão terrena”.
Na verdade, o tempo grego aqui usado é a esfera de influência locativa.
Isso é extremamente importante! Em um sentido literal, significava que Paulo
sabia que ele estava “trancado” no seu corpo carnal e não podia sair dele,
nem podia trocá-lo por outro! Ele estava “preso ao corpo”. Esse estado de
estar “preso ao corpo” não mudaria até a morte, quando esse corpo carnal e
natural seria gloriosamente transformado em um corpo espiritual.
O próprio fato de Paulo dizer: “... não militamos segundo a carne [ou de
acordo com a carne]” nos diz que ele estava ciente da fraqueza e futilidade do
seu próprio homem natural. Paulo sabia que não havia esperança de realizar
nada de bom por intermédio do seu homem carnal; portanto, ele se voltou
para a dimensão do espírito onde a ajuda sobrenatural estava disponível.
 
HOMENS DE GUERRA COM SEDE DE SANGUE, OUSADOS E
COMPROMETIDOS
Paulo continua nos dizendo que há uma coisa que ele não faz com seu
corpo carnal e natural: “... não militamos segundo a carne”. A palavra
“militar” foi extraída da palavra strateomenos, e se refere à atitude militante
de um soldado treinado. Ela era usada particularmente para denotar a atitude
comprometida de um soldado romano pesadamente armado, treinado para
matar.
Não há dúvida de que os soldados romanos eram as melhores máquinas
militares de seu tempo e estavam entre os soldados mais habilidosos da
história do mundo. Aqueles homens eram matadores treinados. Na verdade,
eles eram tão completamente treinados nas artes do assassinato e da
mutilação que esses atos de guerra haviam se tornado instintivos para eles.
Profissionais nas armas de guerra, os soldados romanos sabiam como usar
essas armas contra os adversários com muita eficácia. Poderia se dizer que
esses soldados em particular tinham sede de sangue.
Além do mais, especialmente os bons soldados pediam para ser colocados
na frente de batalha. Seu desejo insaciável de tirar sangue dos adversários
estava tão impregnado na disposição deles que eles não se contentavam em
guerrear atrás das linhas, onde apenas uma ação mínima estava ocorrendo.
Esses soldados pediam para ser colocados na frente de batalha para que
pudessem ver o inimigo primeiro e ter a primeira oportunidade de atacar.
Além disso, os soldados extremamente audazes com frequência se
ofereciam como voluntários para partirem em missões perigosas que outros
não queriam empreender. A ideia de penetrar em um campo inimigo e invadir
solo estrangeiro perigoso eram possibilidades eletrizantes para esse tipo
especial de soldado. Eles eram homens de guerra ousados, comprometidos e
com sede de sangue.
Todas essas imagens gráficas são transmitidas na palavra “militamos”, que
Paulo agora usa em 2 Coríntios 10:3. Portanto, quando Paulo diz: “... não
militamos segundo a carne”, ele está fazendo várias afirmações poderosas à
Igreja.
Primeiramente, Paulo nos diz que, espiritualmente falando, a sua própria
atitude mental é muito semelhante a de um soldado romano: ele está tão
comprometido em ter vitória que quer tirar sangue do inimigo ele mesmo.
Além do mais, ele quer ser colocado na frente de batalha para ter a
oportunidade de atacar primeiro. E ele é tão corajoso espiritualmente que está
disposto a ir aonde nenhum outro soldado quer ir!
Essa era a atitude mental de Paulo, e essa foi uma das razões pelas quais
ele declarou que queria “... anunciar o evangelho para além das vossas
fronteiras...” (2 Coríntios 10:16). O desejo de Paulo era ir e ministrar em
lugares onde nenhum outro homem queria ir! Esse é o motivo pelo qual ele
estava disposto a ir a cidades como Éfeso e Corinto, que eram fortalezas de
sensualidade e de atividade demoníaca. Paulo era um soldado da linha de
frente do Senhor!
Mas Paulo nos diz outra coisa que também é muito importante neste
versículo. Além de possuir essa atitude mental comprometida e determinada,
ele diz: “... não militamos segundo a carne”.
Lembre-se de que Paulo era um homem instruído e influente, naturalmente
falando. Mas no que se referia a dar um golpe no inimigo, ele sabia que sua
inteligência e instrução não contavam. A carne de Paulo, independentemente
do quanto ela parecia impressionante ou do quanto ela pudesse rugir alto,
não seria páreo para um inimigo espiritual. As armas carnais simplesmente
não estão aptas a combater adversários espirituais, e nunca estarão!
 
ARMAS E ESTRATÉGIAS ESPIRITUAIS
Paulo continua no versículo 4: “Porque as armas da nossa milícia não são
carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas”. Preste atenção
especial às palavras “armas”, “milícia” e “carnais”, nesse versículo
importante sobre batalha espiritual.
Em primeiro lugar, Paulo nos diz que temos armas à nossa disposição —
mas elas são armas espirituais. Essas armas, tanto ofensivas quanto
defensivas, podem ser encontradas em Efésios 6:13-18. (Abordaremos essas
armas amplamente nos capítulos 10 a 16.)
Em segundo lugar, observe que Paulo continua dizendo: “Porque as armas
da nossa milícia...”. A palavra “milícia” oferece outra chave importante para
derrotar os ataques do inimigo. Ela foi extraída da palavra stratos, e é de
onde retiramos a palavra “estratégia”. Ao escolher usar essa palavra, o
Espírito Santo nos diz algumas coisas muito importantes sobre batalha
espiritual.
Em primeiro lugar, a palavra stratos nos diz que para as armas espirituais
funcionarem com eficácia, elas precisam estar acompanhadas de uma
estratégia divina sobre como usá-las. Se tivermos armas, mas não tivermos
um plano de batalha, nossa derrota será certa.
Essa, na verdade, é a principal razão pela qual a maioria dos cristãos não
tem vitória em sua vida pessoal. Não é que lhes falte o armamento adequado
— Deus lhes deu tudo o que eles precisam! Entretanto, eles não têm uma
estratégia que lhes diga como atacar. Por conseguinte, as armas deles de nada
adiantam.
Armas sem uma estratégia sempre se traduz em fracasso. Imagine um
exército que está plenamente equipado com armas de guerra, mas não tem
estratégia para usar essas armas contra o inimigo! Mesmo com todas essas
armas e artilharia à disposição, esse tipo de exército fracassará
completamente.
Do mesmo modo, muitos crentes se gabam de ter “toda a armadura de
Deus”, mas não fazem ideia de como essa armadura espiritual deveria ser
usada na prática nas experiências de suas vidas. Até que Deus dê a esses
crentes uma direção clara e um plano de batalha seja concebido em seus
corações, essas armas pouco farão para repelir as forças do inferno que se
levantam contra eles.
Assim como Deus graciosamente o vestiu com uma armadura espiritual
quando você nasceu de novo, Ele agora quer graciosamente lhe dar uma
estratégia de como destruir as mentiras e enganos do diabo que têm
dominado a sua mente para que eles não possam mais controlá-lo.
Para receber essa estratégia divina, você precisa ouvir o Espírito de Deus.
Isso requer que você passe tempo orando no Espírito, lendo a Palavra e
buscando a mente de Deus. Por si mesmo, você nunca conceberá um plano
que o liberte.
Quando as fortalezas se tornam profundamente arraigadas na mente,
somente o Espírito Santo pode lhe dar uma estratégia de como destruí-las. Ele
lhe mostrará como usar as armas que Deus lhe deu, e Ele o instruirá sobre
quando e o que atacar!
 
A FUTILIDADE DA CARNE
Agora chegamos ao ponto seguinte desse versículo. Paulo continua:
“Porque as armas da nossa milícia não são carnais...”.
A palavra “carnal” foi extraída da palavra sarkos, que é a palavra grega
para “carne”. Escolhendo usar essa palavra, Paulo nos diz que as verdadeiras
armas espirituais não vêm da esfera da carne. Na verdade, Paulo toma uma
posição difícil neste assunto. Ele declara enfaticamente que as armas
espirituais não têm absolutamente nada a ver com a carne ou com a
atividade da carne.
Embora Paulo vivesse, agisse

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