Buscar

O Temor do Senhor

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 156 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 156 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 156 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

John Bevere 
O Temor do Senhor 
 
Traduzido do original em inglês: The Fear of The Lord 
Copyright © 1996 by John Bevere Publicado originalmente por Creation House 
Tradução: Eliseu e Irene Pereira 
Revisão: Audrey Paixão 
Projeto gráfico: Roberta Vital Braga 
Capa: Marcelo Silva 
Segunda edição: Julho de 2002 
 
EDITORA ATOS LTDA. 
Caixa Postal 402 
30161 -970 - Belo Horizonte - MG 
Televendas: 0800-31-5580 
 
 
 
 
Tenha a decência e reconhecimento de não apagar os créditos 
 
-E.G.- 
 
 
 
 
_______________ 
 
Este livro foi digitalizado com o 
intuito de disponibilizar literaturas 
edificantes à todos aqueles que não 
tem condições financeiras ou não 
tem boas literaturas ao seu alcance. 
 
Muitos se perdem por falta de 
conhecimento como diz a Bíblia, e às 
vezes por que muitos cobram muito 
caro para compartilhar este 
conhecimento. 
 
Estou disponibilizando esta obra na 
rede para que você através de um 
meio de comunicação tão versátil 
tenha acesso ao mesmo. 
 
Espero que esta obra lhe traga 
edificação para sua vida espiritual. 
 
Se você gostar deste livro e for 
abençoado por ele, eu lhe recomendo 
comprar esta obra impressa para 
abençoar o autor. 
 
Esta é uma obra voluntária, e 
caso encontre alguns erros ortográficos 
e queira nos ajudar nesta obra, faça 
a correção e nos envie. 
Grato 
_______________ 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
 
Introdução 
Capítulo 1 - Vento do Céu 
Capítulo 2 - Glória Transformada 
Capítulo 3 - O Sermão do Universo 
Capítulo 4 - Ordem, Glória, Julgamento: Parte 1 
Capítulo 5 - Ordem, Glória, Julgamento: Parte 2 
Capítulo 6 - Um Santuário Novo 
Capítulo 7 - Uma Oferta Irreverente 
Capítulo 8 - Julgamento Adiado 
Capítulo 9 - A Glória Vindoura 
Capítulo 10 - A Restauração da Glória de Deus 
Capítulo 11 - A Habilidade para Ver 
Capítulo 12 - De Glória em Glória 
Capítulo 13 - Amizade com Deus 
Capítulo 14 - As Bênçãos do Santo Temor 
Epílogo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Eu gostaria de dedicar este livro a minha esposa, Lisa. Sou 
um homem privilegiado por ser casado com esta mulher. 
Precisaria de outro livro para falar sobre suas virtudes e seu 
caráter piedoso, mas se fosse resumir sua vida em uma frase, 
seria: ela é uma mulher que teme ao Senhor. 
 
Fala com sabedoria, e a instrução da bondade está na sua 
língua. Atende ao bom andamento da sua casa e não come o pão 
da preguiça. Levantam-se os seus filhos e lhe chamam ditosa, seu 
marido a louva, dizendo: Muitas mulheres procedem virtuosamente, 
mas tu a todas sobrepujas. Enganosa é a graça, e vã, a formosura, 
mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada (Pv 31:26-
30). 
 
Eu agradeço a ti, Pai, por tua filha, Lisa Bevere. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha gratidão mais profunda a 
 
Minha esposa, Lisa. Depois do Senhor, você é meu maior 
amor e tesouro. Obrigado pelas horas de trabalho com as quais 
você contribuiu para a preparação deste livro. Eu amo você, 
querida! 
Aos nossos quatro filhos: todos vocês têm trazido grande ale-
gria a minha vida. Obrigado por compartilharem do chamado de 
Deus e por me encorajarem a viajar e a escrever. 
Aos meus pais, John e Kay Bevere: obrigado por me ensina-
rem, desde o início, o temor do Senhor, e pelo estilo de vida 
piedoso exemplificado por vocês. 
Aqueles que tomaram de seu tempo e deram uma porção de 
suas vidas para ensinar-me e mostrar-me os caminhos do reino. 
Eu tenho visto diferentes aspectos de Jesus em cada um de vocês. 
Obrigado a equipe do Ministério John Bevere pelo apoio cons-
tante e fidelidade. Lisa e eu amamos cada um de vocês, com 
carinho. 
Obrigado à equipe da Creation House, que tem trabalhado 
conosco e tem apoiado tanto nosso ministério. É uma alegria 
trabalhar com vocês. 
Acima de tudo, minha sincera gratidão ao meu Senhor. 
Como poderiam as palavras reconhecer adequadamente tudo que 
tu tens feito por mim e pelo teu povo? Eu jamais poderei expressar 
o quanto eu te amo. Eu te amarei sempre! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O santo temor é a chave para 
o firme fundamento de Deus, que revela 
os tesouros da salvação, da sabedoria 
e do conhecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
No verão de 1994, fui convidado a ministrar em uma igreja 
no sul dos Estados Unidos. Aquela experiência acabou se 
transformando em uma das mais desagradáveis que já havia tido 
no meu ministério. Mas, apesar disso, uma busca ardente nasceu 
no meu coração, uma busca para conhecer e compreender o temor 
do Senhor. 
Dois anos antes, aquela igreja havia experimentado um 
poderoso mover de Deus. Um evangelista esteve ali por um período 
de quatro semanas, e o Senhor reavivou aquela igreja com sua 
presença. Eles estavam experimentando uma plenitude do que 
muitos chamam de "riso santo". Isso foi tão renovador que o 
pastor e muitas de suas ovelhas fizeram o que tão frequentemente 
acontece: permaneceram acampados no lugar de refrigério, ao 
invés de continuarem à busca de Deus. Eles desenvolveram mais 
interesse pelas manifestações de refrigério do que por conhecer ao 
Senhor que refrigera. 
Na segunda noite de nossas reuniões, o Espírito de Deus me 
conduziu a pregar sobre o temor do Senhor. Nessa época, minha 
compreensão a respeito do temor do Senhor ainda estava se 
formando, mas Deus conduziu-me a pregar sobre o que já havia 
me ensinado por meio das Escrituras. 
Na noite seguinte, fui para o culto totalmente despreparado 
para o que estava prestes a acontecer. Sem qualquer discussão 
prévia, o pastor da igreja se colocou de pé, após o período de 
louvor e adoração, e passou um espaço de tempo considerável 
corrigindo o que eu havia pregado na noite anterior. Eu estava 
sentado na primeira fila, um tanto chocado. A base da sua 
correção eram os crentes do Novo Testamento que não tinham 
medo de Deus. Ele se baseou em I João 4:18: 
 
No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o 
medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é 
aperfeiçoado no amor. 
 
Ele havia confundido um espírito de medo com o temor do 
Senhor. 
Na manhã seguinte, encontrei um local reservado fora do ho-
tel, onde passei um bom tempo orando. Cheguei diante do Senhor 
com o coração aberto e me submeti a qualquer correção que Ele 
desejasse me aplicar. Tenho aprendido que a correção de Deus 
visa sempre o meu bem. Ele nos corrige para que possamos nos 
tornar participantes da sua santidade (Hb 12:7-11). 
Então, naquele momento, senti o imenso amor de Deus. Não 
percebi Deus desapontado comigo pelo que eu havia pregado, mas 
será o seu prazer. Lágrimas escorreram pelo meu rosto diante da 
sua maravilhosa presença. 
Eu continuei em oração e, depois de algum tempo, me vi 
clamando do fundo do meu espírito pelo conhecimento do temor 
do Senhor. Elevei minha voz e, reunindo toda a força que havia 
dentro de mim, clamei: "Pai, eu quero conhecer e quero andar no 
temor do Senhor!" 
Quando terminei de orar, não me preocupei com o que 
poderia enfrentar no futuro. Tudo o que queria era conhecer o 
coração de Deus. Sentia que minha busca para aprender esse 
aspecto da sua natureza santa o havia agradado profundamente. 
Desde aquele dia, Deus tem sido fiel em me revelar a importância 
do temor do Senhor. Ele tem revelado seu desejo para que todos 
os cristãos também reconheçam a importância do temor. 
Embora sempre soubesse que o temor do Senhor era 
importante, não compreendia muito bem como ele era essencial, 
até que Deus abriu meus olhos em resposta àquela oração. 
Sempre via o amorde Deus como o fundamento para o 
relacionamento com o Senhor. Descobri rapidamente que o temor 
do Senhor era igualmente fundamental. Isaías diz: 
 
O Senhor é sublime, pois habita nas alturas; encheu a Sião de 
direito e de justiça. Haverá, ó Sião, estabilidade nos teus tempos, 
abundância de salvação, sabedoria e conhecimento; o temor do 
Senhor será o teu tesouro (Is 33:5-6). 
 
O santo temor é a chave para o firme fundamento de Deus, 
que revela os tesouros da salvação, da sabedoria e do 
conhecimento. Juntamente com o amor de Deus, o temor constitui 
o próprio fundamento da vida! Nós aprenderemos que não 
poderemos amar a Deus verdadeiramente a menos que o 
temamos, nem poderemos temê-lo corretamente a menos que o 
amemos. 
Enquanto escrevia este livro, nossa família estava 
construindo uma nova casa. Visitei a obra muitas vezes, e Deus 
usou esses momentos para ensinar-me lições a partir de alguns 
princípios básicos de construção. A verdadeira construção começa 
com o alicerce e o madeira-mento da casa. É isso que vai 
sustentar todos os componentes finais, tais como os azulejos, o 
carpete, as janelas, os armários e a pintura. Uma vez que a casa 
está completa, você já não vê qualquer parte do alicerce e da 
estrutura, embora sustentem e protejam todas as belas mobílias e 
o acabamento interior. Sem essa estrutura, você não teria nada 
mais do que uma pilha de materiais. 
O mesmo é verdade em relação à elaboração deste livro. Nós 
vamos delinear claramente o temor de Deus e seu julgamento; daí 
vamos prosseguir para um conhecimento íntimo de Deus. Vamos 
esboçar a proteção do julgamento providenciado por este temor e 
concluir com o papel do temor na nossa intimidade com Deus. 
Cada capítulo contém verdades que tanto informam quanto 
transformam. 
Os primeiros capítulos proverão a estrutura para o restante 
do livro. Eles vão desenvolver em nosso espírito a força para 
sustentar o que Deus nos revelará. 
Leia este livro como se ele fosse uma casa em construção. 
Não salte da estrutura para a colocação do carpete. Sem um 
telhado, o carpete precisará ser substituído antes que a 
construção esteja terminada. A construção é progressiva. 
Tire um tempo para ler em oração e compreender cada 
capítulo antes de seguir para o próximo. Peça ao Espírito Santo 
para lhe revelar a Palavra de Deus por meio deste livro, porque a 
letra mata, mas o Espírito vivifica (2Co 3:6). 
O temor do Senhor não é compreendido com a mente, mas 
gravado em nossos corações. Ele é revelado pelo Espírito Santo 
quando nós lemos a sua Palavra. É uma das manifestações do 
Espírito de Deus (Is 11:1, 2). Deus o dará aos corações daqueles 
que sinceramente o buscam (Jr 32:40). 
Vamos orar antes de começar: 
 
"Pai, em nome de Jesus, eu abri este livro porque desejo 
conhecer e entender o santo temor do Senhor. Sei que isso é im-
possível sem a ajuda do Espírito Santo. Peço que o Senhor me unja 
com seu Espírito. Abre meus olhos para ver, meus ouvidos para 
ouvir, e meu coração para que eu possa conhecer e compreender o 
que tu estás a me dizer. 
Enquanto eu leio, faze-me ouvir tua voz nas palavras deste 
livro. Transforma-me, elevando-me de um nível de glória para outro. 
Então, eleva-me novamente com o alvo de, finalmente, verte face a 
face. Permita que minha vida seja transformada, de modo que eu 
nunca mais seja o mesmo. 
Por isto, dou a ti todo o louvor, a glória e a honra, agora e 
para sempre. Amém." 
 
John Beyere Orlando, Flórida 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Você acha que o Rei dos reis e Senhor 
dos senhores vai entrar em um lugar 
onde Ele não recebe a honra e a 
reverência que merece? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 1 
 
VENTO DO CÉU 
 
Mostrarei a minha santidade naqueles que se cheguem a 
mim, e serei glorificado diante de todo o povo (Lv 10:3). 
 
Era apenas o décimo dia do ano de 1997. Naqueles poucos 
dias já havia estado na Europa e na Ásia para ministrar. Estava 
muito empolgado, quando novamente tomei um avião, dessa vez 
para a América do Sul. Eu nunca estivera no Brasil e sentia-me 
honrado por ter sido convidado para falar em uma conferência 
nacional, que seria realizada em três das maiores cidades do país. 
Depois de viajar a noite toda, fui recebido no aeroporto por alguns 
líderes muito ansiosos e cheios de expectativa. Eles haviam 
esperado muito por aquelas reuniões, e o entusiasmo deles me 
reavivou. 
O primeiro culto seria realizado naquela mesma noite em 
Brasília, capital do país. Depois de algumas poucas horas de 
descanso, eu e o pr. Gary Haynes, meu intérprete, fomos 
apanhados no nosso hotel e levados à reunião. Havia uma grande 
aglomeração de carros no estacionamento e nas imediações, e eu 
pude ver que a reunião teria muitas pessoas. Quando nos 
aproximamos do edifício, pude ouvir a música que vinha através 
das janelas de ventilação, entre o alto da parede e o teto. Minha 
própria ansiedade e expectativa aumentaram quando ouvi as 
canções de louvor familiares, cantadas em português. 
Uma vez dentro do auditório, fui conduzido diretamente à 
plataforma. O local, que comportava cerca de quatro mil pessoas, 
estava repleto. A plataforma parecia balançar com músicas de 
louvor de alta intensidade e de qualidade muito boa, pois os 
músicos eram qualificados e tocavam com harmonia. As canções 
também eram excelentes, e os líderes eram dotados de vozes 
muito boas. Apesar de tudo, percebi rapidamente uma completa 
ausência da presença de Deus. Quando corri os olhos pela 
multidão e pelos músicos, pensei: "Onde está Deus?" 
Imediatamente perguntei: "Senhor, onde está tua presença?" 
Enquanto esperava pela resposta do Senhor, prestei atenção 
ao que estava acontecendo no edifício. Pelas luzes brilhantes da 
plataforma, eu podia ver as pessoas se movendo para todos os 
lados. Muitos em pé e de olhos abertos procuravam alguma coisa 
ou alguém no auditório. Outros pareciam estar desinteressados, 
de mãos nos bolsos ou simplesmente inertes. Toda a postura das 
pessoas e seus semblantes davam a impressão de uma multidão 
indiferente, esperando pacientemente pelo início de um show. 
Alguns conversavam e outros perambulavam pelos corredores, 
entrando e saindo do auditório. Eu comecei a me entristecer. 
Aquilo não era um culto evangelístico, mas uma conferência 
para crentes. Sabia que podia haver alguns entre os presentes que 
não eram crentes; contudo, também sabia que a maioria deles, 
naquela multidão desinteressada, era "cristã". Aguardei alguns 
momentos na esperança de que as pessoas entrariam em 
verdadeira reverência ao Senhor. Eu pensei: "certamente este 
clima vai mudar". Mas não mudou. Depois de vinte ou trinta 
minutos, o ritmo das músicas tornou-se mais lento, o que 
chamamos de "canções de adoração". Porém, o que eu presenciava 
estava longe de uma verdadeira adoração. Aquele mesmo 
comportamento desinteressado que havia observado quando 
entrei no auditório, havia permanecido durante o culto. 
Quando o período de louvor terminou, parecia ter passado 
mais de uma hora, mas, de fato, foram menos de quarenta 
minutos. 
Os presentes foram convidados a se assentar, mas o ruído 
subjacente da conversação descuidada continuou. Um dos líderes 
pegou o microfone para exortar as pessoas, porém, elas 
continuaram a conversar. O líder leu a Bíblia e ensinou. O tempo 
todo eu ouvi o ruído surdo de muitas vozes falando ao mesmo 
tempo e muitas pessoas se movendo dentro da congregação. 
Também notei que muitos não prestavam atenção ao pregador. 
Mal podia acreditar no que estava presenciando. Frustrado, me 
voltei para o pr. Gary Haynes e perguntei-lhe se aquele 
comportamento era normal nos seus cultos. 
Ele compartilhou do meu desagrado. "Às vezes, eu tenho que 
me dirigir às pessoase pedir-lhes que, por favor, prestem 
atenção", ele sussurrou. Naquele momento, eu estava ficando 
irado. Eu já havia estado em outras reuniões onde as pessoas se 
comportaram daquele modo, mas nunca a tal ponto. Em cada 
uma dessas reuniões eu tinha encontrado uma atmosfera 
espiritual semelhante - opressão e vazio da presença de Deus. 
Agora, sabia que minha pergunta "Senhor, onde está sua 
presença?" havia sido respondida. Certamente a presença de Deus 
não estava ali. 
Então, o Espírito de Deus me disse: "Eu quero que você con-
fronte isto diretamente". 
Quando finalmente fui apresentado, o murmúrio havia 
diminuído, mas ainda estava presente. Caminhei até o púlpito e 
fiquei ali, encarando a multidão. Estava determinado a não dizer 
nada até que obtivesse a atenção deles. Sentia uma ira santa 
queimando dentro do meu peito. Depois de um minuto, todos se 
calaram percebendo que algo estava acontecendo na plataforma. 
Não me apresentei nem cumprimentei a multidão. Ao invés 
disso, iniciei com esta pergunta: "Como você se sentiria se, 
enquanto você fala com uma pessoa, ela o ignora o tempo todo ou 
continua conversando com outra pessoa ao lado? Ou se a outra 
pessoa desviasse os olhos com desinteresse e desrespeito?" 
Fiz uma pausa e, então, respondi minha própria pergunta: 
"Você não iria gostar disto, iria?" 
Eu continuei a sondagem: "E se cada vez que tocasse a cam-
painha para visitar a casa de um vizinho, você fosse recebido com 
uma atitude desinteressada e um suspiro de monotonia: oh, é 
você novamente; entre?" 
Parei novamente, e então acrescentei: "Você não o visitaria 
mais, visitaria?" 
Então, declarei firmemente: "Você acha que o Rei dos reis e 
Senhor dos senhores vai entrar em um lugar onde não recebe a 
devida honra e reverência? Você acha que o Mestre de toda a 
criação irá falar quando a sua Palavra não é respeitada o bastante 
para ser ouvida atentamente? Se você acha que sim, você está 
enganado!" 
Continuei: "Hoje à noite, quando entrei neste lugar, não 
senti a presença de Deus em nada. Nem no louvor, nem na 
adoração, nem na exortação e nem durante a oferta. Há uma 
razão: o Senhor nunca está onde não é reverenciado. Até o 
presidente do país receberia todas as honras se estivesse nesta 
plataforma esta noite, por simples respeito ao seu cargo. Se eu 
estivesse aqui com um dos seus jogadores de futebol favoritos, 
muitos de você estariam sentados à beira dos seus assentos, 
prestando toda atenção. Vocês estariam cheios de expectativa e 
ouviriam cada palavra que ele falasse. Contudo, quando a Palavra 
de Deus foi lida alguns momentos atrás, vocês mal a ouviram, 
porque a avaliaram levianamente". 
Eu continuei, fazendo uma leitura sobre o que Deus requer 
daqueles que se aproximam dele: 
 
Mostrarei a minha santidade naqueles que se cheguem a 
mim, e serei glorificado diante de todo o povo (Lv 10:3). 
 
Durante uma hora e meia, preguei a mensagem que Deus 
fazia arder no meu coração. As palavras vinham com coragem e 
autoridade, sem medo do que as pessoas pensariam nem como 
elas reagiriam. 
"Se eles me mandarem embora deste país amanhã, eu não 
me importo; prefiro obedecer a Deus", disse a mim mesmo - e 
estava falando sério. 
Você poderia ouvir um alfinete caindo nos momentos de 
silêncio entre cada uma das minhas afirmações. Durante uma 
hora e meia não houve nenhum ruído na multidão. Não havia 
mais desrespeito. O Espírito de Deus havia prendido a atenção 
das pessoas pela sua Palavra. A atmosfera estava mudando a cada 
instante. Podia sentir a Palavra de Deus batendo nos corações 
endurecidos. 
No final da minha mensagem, pedi a todos os presentes para 
fecharem os olhos. O chamado para arrependimento foi claro e 
breve: "Se você tem tratado como comum o que Deus chama 
santo, se tem vivido com urna atitude irreverente para com as 
coisas de Deus, e se hoje à noite você foi convencido pelo Espírito 
Santo, por meio da sua Palavra, você está pronto a se arrepender 
diante do Senhor? Se está, fique em pé". Sem hesitar, 75% dos 
que estavam presentes se colocaram de pé. 
Curvei minha cabeça e fiz esta oração simples e sincera em 
voz alta: "Senhor, confirma a tua Palavra pregada hoje, à noite, a 
estas pessoas". 
Imediatamente, a presença do Senhor encheu aquele auditó-
rio. Embora não tivesse conduzido a congregação em oração, 
podia ouvir a multidão caindo em choro e soluço. Era como se 
uma onda da presença de Deus tivesse varrido o auditório, 
trazendo limpeza e refrigério. Não era possível que todos os 
presentes viessem ao altar; assim, dirigi uma oração de 
arrependimento que poderia ser repetida de onde estavam. Via as 
pessoas enxugando as lágrimas que escorriam. A maravilhosa 
presença de Deus permanecia ali. 
Depois de alguns minutos, a sensação da presença de Deus 
diminuiu. Eu encorajei as pessoas a não perderem a atenção no 
seu Mestre. Chegai-vos a Deus e ele se chegará a vós outros (Tg 
4:8). 
Alguns momentos se passaram, e outra onda da presença de 
Deus inundou o auditório. Havia mais lágrimas, pois o pranto se 
intensificou. A presença de Deus era ainda mais abrangente dessa 
vez, e mais pessoas foram tocadas pelo Mestre. Isso durou alguns 
minutos e, então, novamente diminuiu. Eu exortei as pessoas a 
não se distraírem entre as ondas de manifestação, mas a 
manterem seus corações atentos. 
Alguns minutos depois, ouvi o Espírito de Deus sussurrar no 
meu coração: "Eu estou voltando mais uma vez". Imediatamente 
senti isso e disse: "O Espírito de Deus está voltando novamente!" 
O que escrevo agora de modo algum pode representar, com 
precisão, o que aconteceu logo depois. Minhas palavras são tão 
limitadas, e Deus é tão tremendo! Também não vou exagerar, pois 
isso seria irreverente. Consultei três outros líderes que estavam 
presentes para esclarecer e confirmar o que descrevo a seguir. 
No mesmo instante em que pronunciei a palavra "novamen-
te", aconteceu o seguinte: a única maneira que poderia descrever 
isso é comparando como se eu estivesse a uns cem metros do fim 
de uma pista, com um enorme jato vindo em minha direção. Isso 
descreve o rugido do vento que soprou imediatamente sobre 
aquele auditório. Quase simultaneamente, as pessoas irromperam 
em fervorosa e intensa oração, com suas vozes elevando-se e 
reunindo-se num clamor uníssono. 
Quando ouvi o rugir do vento pela primeira vez, pensei que 
um jato estivesse passando bem em cima do edifício. De maneira 
alguma queria atribuir a Deus algo que Ele realmente não 
estivesse fazendo. Minha mente rapidamente tentou se lembrar da 
distância do aeroporto. Mas não ficava perto daquele edifício, e 
durante duas horas não houve nenhum som de avião sobrevoando 
aquele local. 
Eu me voltei para o Espírito e percebi que podia sentir a pre-
sença de Deus de uma maneira tremenda, e que as pessoas 
estavam explodindo em orações. Certamente isso não era uma 
reação ao som de um avião passando por cima do prédio. 
Se fosse um avião, teria que estar voando numa altitude de 
não mais do que cem metros sobre o edifício para provocar um 
barulho tão forte como aquele. E além disso, não poderia ouvir um 
ruído tão forte, acima do estrondo de três mil pessoas orando 
ruidosamente. 
O som que eu ouvi era muito mais alto e claramente 
superava todas as vozes. Mesmo com isso resolvido em minha 
mente - que o vento era o vento do Espírito Santo - não disse 
nada. 
Não queria transmitir uma informação inexata ou tentar 
seduzir as pessoas com afirmações fervorosas de manifestação 
espiritual. O rugido desse vento durou aproximadamente dois 
minutos. Quando diminuiu, deixou no seu rastro pessoas que 
oravam e choravam. A atmosfera ficou impregnada de reverência 
santa. A presença do Senhor era muito real e poderosa. 
O resultado tremendo da sua presença ainda perdurou por 
quinze ou vinte minutos. Passeio púlpito para o líder e pedi para 
ser levado embora imediatamente. Muitas vezes, permaneço no 
local e converso com as pessoas depois de um culto, mas, naquele 
momento, qualquer conversa casual parecia imprópria. Os líderes 
me pediram que me reunisse com eles para o jantar, mas recusei. 
Ainda trêmulo pela presença de Deus, respondi: "Não, eu apenas 
quero voltar para o meu quarto no hotel". 
Eles me levaram até o carro. Voltei para o hotel 
acompanhado pelo pr. Gary Haynes, Ludmila Ferber e seu marido, 
que eram os líderes. Aquela mulher era uma cantora que já havia 
gravado e sua música era popular no país. 
Ela entrou no carro chorando: "Vocês ouviram o vento?" 
Eu respondi depressa: "Aquilo era um avião". (Embora 
sentisse no meu coração que não era, queria a confirmação e 
estava determinado a não ser o primeiro a dizer alguma coisa). 
"Não", ela declarou e balançou a cabeça, "era o Espírito do 
Senhor". 
Então, seu marido, um homem que achei ser muito quieto e 
reservado, firmemente afirmou: "Não havia nenhum avião em 
qualquer lugar perto do edifício". 
"Realmente!"- eu exclamei. 
Ele continuou: "Além disso, o som daquele vento não passou 
pela caixa de ressonância, não houve nenhuma leitura na caixa, 
nem registro de qualquer ruído". Permaneci calado, em profunda 
reverência. 
Mais tarde, descobri a razão daquele homem ter tanta 
certeza de que o vento que nós ouvimos não tinha sido causado 
por uma aeronave. 
Havia seguranças e policiais fora do prédio, que informaram 
ter ouvido um som poderoso que vinha lá de dentro. Do lado de 
fora, não houve vento, mas apenas outra tranquila noite 
brasileira. 
Sua esposa continuou, com lágrimas rolando pela face: "Eu 
vi ondas de fogo que caíam pelo edifício e anjos em todos os 
lugares!" 
Mal podia acreditar no que escutava. Tinha ouvido essa mes-
ma descrição feita por um ministro dois meses antes, durante as 
reuniões na Carolina do Norte. Havia pregado sobre o temor do 
Senhor, e a presença de Deus caiu poderosamente sobre aquela 
reunião - mais de cem crianças choraram copiosamente durante 
uma hora. Uma ministra visitante falou para o pastor que ela 
havia visto ondas de bolas de fogo caindo sobre o edifício. Isso 
também havia sido confirmado por três membros do coral. 
Naquele momento, só queria estar a sós com o Senhor. Uma 
vez na privacidade do meu quarto do hotel, tudo que queria fazer 
era adorar e orar. 
Estava programado para eu ministrar em mais um culto 
antes de partir para o Rio de Janeiro. Dessa vez, quando entrei no 
auditório, a atmosfera estava totalmente diferente. Podia sentir 
que o respeito pelo Senhor havia sido restaurado. A música não 
era meramente boa e sem a presença de Deus; era maravilhosa, 
ungida, e a presença do Senhor era doce. 
 
Davi diz: Entrarei na tua casa e me prostrarei diante do teu 
santo templo, no teu temor (SI 5:7). Toda verdadeira adoração é 
ancorada em uma reverência da sua presença, pois Deus diz: [...] 
e reverenciareis o meu santuário: Eu sou o Senhor (Lv 19:30). 
 
Naquele segundo culto, muitos receberam libertação e cura. 
Outros que estavam aprisionados pela amargura e tinham 
abrigado ofensas foram libertos. Onde o Senhor é reverenciado, 
sua presença se manifesta - e onde a sua presença se manifesta, 
as necessidades são supridas. 
Agora nós podemos entender a insistência de Davi: Temei o 
Senhor, vós os seus santos, pois nada falta aos que o temem (Sl 
34:9). 
Esta é a mensagem que você tem em suas mãos hoje - o 
temor do Senhor, nestas páginas, nós vamos procurar, com ajuda 
do Espírito Santo, não somente o significado do temor do Senhor, 
mas o que é caminhar nos tesouros da sua verdade. Nós vamos 
aprender sobre o julgamento que recai sobre nós quando há falta 
do santo temor, como também sobre os benefícios gloriosos 
encontrados no temor de Deus. 
 
Há pessoas que são rápidas para reconhecei Jesus como 
salvador, curador e libertador. Contudo, reduzem a sua glória ao 
nível dos homens corruptíveis por meio das suas açoes atitudes do 
coração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 2 
 
GLÓRIA TRANSFORMADA 
 
Pois quem nos céus é comparável ao Senhor? Entre os seres 
celestiais, quem é semelhante ao Senhor? Deus é sobremodo 
tremendo na assembléia dos santos e temível sobre todos que o 
rodeiam (Sl 89:6-7). 
 
Antes de discutirmos o temor do Senhor, temos que ter uma 
idéia da grandeza e da glória do Deus que servimos. 
O salmista, primeiramente, declara as tremendas maravilhas 
de Deus c depois faz a exortação para temê-lo. O que ele disse, 
numa linguagem moderna, poderia ser: "Quem no universo pode 
se comparar ao Senhor?" Ele quer que nós meditemos na glória 
insondável de Deus, pois, como podemos respeitá-lo e honrá-lo 
devidamente se nós permanecemos inconscientes da sua grandeza 
ou do motivo pelo qual Ele merece isto? 
 
FAMOSO, CONTUDO, DESCONHECIDO 
Para explicar isso, vamos imaginar alguém que é famoso no 
país mais poderoso da Terra. Ele é um homem talentoso e culto. 
Todas as pessoas no seu país conhecem sua grandeza e fama.É 
um inventor com as mais excelentes e significativas contribuições 
científicas e descobertas conhecidas pelo homem. É o atleta mais 
excelente desse país. De fato, ninguém pode competir com ele em 
qualquer área da vida. Além de tudo isso, é o rei e um governante 
muito sábio. 
Em todos os níveis e em todos os lugares do país, recebe um 
tremendo respeito e honra. Grandes desfiles e gloriosas recepções 
são oferecidas em sua honra. 
Agora, o que aconteceria se esse rei viajasse para outro país, 
onde sua posição e grandeza fossem desconhecidas? Que tipo de 
recepção ele teria num país estranho, inferior, em todos os 
sentidos, ao seu grande país? 
Embora os maiores homens daquele país estejam abaixo do 
nível desse governador, ainda assim esse nobre rei decide visitar 
aquele lugar, como um homem comum, sem vestes reais, sem sua 
comitiva de nobreza, força de segurança, conselheiros ou criados. 
Ele vai sozinho. Como será tratado? 
Para simplificar, não será tratado de maneira diferente do 
que seria qualquer outro estrangeiro. Embora esse homem seja 
muito maior do que o mais poderoso homem da nação, receberá 
pouco ou nenhum respeito. Ele até mesmo poderá, ser tratado 
com desprezo, simplesmente porque é um estrangeiro. Suas 
invenções e descobertas científicas têm beneficiado grandemente 
aquela nação; contudo, as pessoas ainda não o conhecem e, 
consequentemente, não lhe darão o respeito e a honra que ele 
merece. 
Agora, veja o relato de João a respeito de Jesus, Emanuel, 
Deus manifestado em carne: 
 
O "Verbo estava no mundo e o mundo foi feito por intermédio 
dele, mas o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os 
seus não o receberam (Jo 1:10-11). 
 
É muito triste que Aquele que criou o universo e o próprio 
mundo em que vivemos não tenha recebido as boas-vindas e a 
honra que merece. Ainda mais trágico, veio para os que eram , 
aqueles que o esperaram e conheciam sua aliança, aqueles a 
quem Ele havia libertado várias vezes pelo seu poder; contudo, 
não recebeu honra. Embora as pessoas falassem sobre sua vinda, 
frequentassem o templo regularmente com essa expectativa da e 
orassem pelas bênçãos que acompanhavam seus mandamentos, 
eles não o reconheceram quando Ele veio. 
Seu próprio povo não reconheceu a grandeza daquele que 
professavam servir fielmente. Os israelitas não apenas eram 
ignorantes da grandeza do poder de Deus, mas também eram 
igualmente ignorantes da grandeza da sua sabedoria. Portanto, 
não é de se admirar que não tenham dado a Ele o temor ou a 
reverência que merecia. Deus explicou: 
 
...Visto que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca e 
com os seus lábios me honram, mas o seu coração está longe de 
mim, e oseu temor para comigo consiste só em mandamentos de 
homens... (Is 29:13) 
Ele disse: Seu temor para comigo consiste só em 
mandamentos de homens. Ele está dizendo que as pessoas tinham 
reduzido a glória do Senhor à glória do homem corruptível. 
Serviram a Deus na imagem que haviam criado, não segundo a 
verdadeira imagem de Deus, mas segundo seus próprios padrões. 
 
TRANSFORMANDO A GLÓRIA DO DEUS INCORRUPTÍVEL 
Isso não se limitou à geração de Jesus, embora se tenha 
estendido por todo o tempo durante a época dele. O mesmo erro se 
repetiu ao longo das gerações daqueles a quem foram entregues e 
supostamente confiados os oráculos de Deus. 
Nós vemos essa irreverência demonstrada até mesmo na 
transgressão de Adão. Ele deu ouvidos à sabedoria da serpente: 
Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão 
os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal (Gn 
3:5). 
... O Deus, quem, é semelhante a ti? - o salmista pergunta no 
Salmo 71:19. Assim, era inútil Adão pensar que ele ainda poderia 
ser como Deus, mesmo estando separado dele. Na vaidade da sua 
mente, Adão reduziu Deus ao nível de um mero homem. 
Se você olhar o pecado dos filhos de Israel no deserto, você 
descobrirá a mesma raiz como a causa da sua rebelião. Seu temor 
de Deus foi amoldado pela própria imagem errônea da sua glória. 
Moisés subiu ao Monte Sinai para receber a Palavra de 
Deus. Vários dias se passaram, então o povo[...] acercou-se de Arão 
(Êx 32:1). Sempre surgem problemas quando as pessoas se 
reúnem em sua própria sabedoria, apartadas do poder e da 
presença de Deus. Em vez de esperar que Ele dê as ordens, as 
pessoas se reúnem e tentam fazer algo para satisfazerem a si 
mesmas. O que apenas Deus pode prover é substituído por uma 
imitação temporária. 
Eles tinham visto o poder de Deus se manifestar várias 
vezes; contudo, fizeram um bezerro de ouro. Hoje, isso pode 
parecer ridículo, mas não era tão ridículo para os israelitas. Por 
mais de quatrocentos anos, eles tinham visto objetos semelhantes 
no Egito. Era um aspecto familiar da cultura egípcia e, portanto, 
comum. 
Uma vez feito, o bezerro de ouro foi trazido diante das 
pessoas que, de comum acordo, disseram: ...São estes, ó Israel, os 
teus deuses, que te tiraram da terra do Egito! (Êx 32:4) Então, uma 
proclamação foi feita pelo seu líder: ...Amanhã será festa ao 
Senhor(Êx 32:5). Para compreender o que estavam dizendo, temos 
de olhar a palavra hebraica para "Senhor", no versículo 5. E a 
palavra Yehovah, também conhecida como Jeová ou Yahweh. Esta 
palavra é definida como "Aquele que existe", o nome próprio do 
Deus verdadeiro. 
Eles usaram o nome do único Deus verdadeiro. Este era o 
nome daquele sobre quem Moisés pregou, o nome daquele com 
quem Abraão tinha uma aliança, o nome daquele a quem nós 
servimos. Jeová não é usado para descrever nenhum dos falsos 
deuses na Bíblia. Este nome, Jeová ou Yahweh, era tão sagrado 
que mais tarde não foi permitido aos escribas hebreus escreverem 
a palavra por completo; eles omitiam as vogais intencionalmente 
em reverência à santidade do nome. 
Assim, as pessoas, como também os líderes, apontaram para 
aquele bezerro dourado e o chamaram de Jeová, o Deus 
verdadeiro que libertara do Egito! Não disseram: "Este é Baal, 
aquele que libertou vocês do Egito", nem usaram o nome de 
qualquer outro falso deus. Deram àquele bezerro o nome do 
Senhor, reduzindo, assim, a grandeza do Senhor a termos comuns 
e imagens finitas, com os quais eles estavam tão familiarizados. 
É interessante notar que os israelitas ainda reconheceram 
que Jeová os libertara de sua escravidão. Não negaram o que Deus 
fez; apenas reduziram a grandeza a um nível com o qual estavam 
mais acostumados a lidar. A saída do Egito, no Velho Testamento, 
é um tipo que representa o sair do mundo e ser salvo, como 
ensina o Novo Testamento. Os acontecimentos naturais do Velho 
Testamento são tipos e figuras do que haveria de vir no Novo 
Testamento. 
 
SERVINDO A DEUS NAS IMAGENS QUE NÓS FIZEMOS 
Agora veja o que Paulo escreve para nós, no Novo 
Testamento: 
 
Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno 
poder, como também a sua própria divindade, claramente se 
reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por 
meio das coisas que foram criadas. Tais homens são por isso 
indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o 
glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram 
nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração 
insensato (Rm 1:20,21). 
 
Note que eles não o glorificaram como Deus. Os filhos de Is-
rael reconheceram a libertação de Jeová, mas não deram a Ele a 
honra, a reverência ou a glória que merecia. Bem, isso não mudou 
muito. Basta olhar para o que Paulo diz sobre as pessoas que 
viviam nos tempos do Novo Testamento, que não davam a Deus a 
reverência merecida: 
 
e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da 
imagem do homem corruptível (Rm 1:23). 
 
Novamente nós vemos reduzida a imagem gloriosa do Deus 
verdadeiro. Desta vez não é reduzida a um bezerro, mas à imagem 
do homem corruptível. Israel estava rodeado por uma sociedade 
que adorava imagens de ouro à semelhança de animais e insetos. 
A igreja de hoje está rodeada por uma cultura que adora o 
homem. 
Durante os últimos anos, esta declaração tem, 
constantemente, percorrido minha mente: "Nós servimos a Deus 
na imagem que nós temos feito". 
Em minhas viagens a centenas de igrejas, tenho encontrado 
uma linha de pensamento que reduz a imagem e a glória de Deus 
à imagem de mero homem corruptível. Esta mentalidade permeia 
a igreja. 
Há pessoas que são rápidas para reconhecer Jesus como 
salvador, curador e libertador. Com aboca, reconhecem o senhorio 
de Jesus; contudo, reduzem sua glória ao nível de homem 
corruptível por meio das suas ações e atitudes do coração. 
Elas dizem: "Deus é meu amigo, compreende o meu 
coração". É verdade que Deus compreende os nossos corações do 
modo mais completo do que nós mesmos podemos entender. Mas, 
normalmente, este comentário é emitido com o objetivo de 
justificar as ações que contradizem sua aliança. O fato é que estão 
em desobediência à Palavra de Deus. Nas Escrituras, as únicas 
pessoas que eu vejo Deus chama de amigos são aqueles que 
tremem com a sua Palavra, a Sua presença e são rápidos para 
obedecer, não importa o preço. 
Portanto, Ele não recebe a honra e a reverência que merece, 
senão eles o obedeceriam imediatamente. Com seus lábios honram 
a Deus, mas seu temor para com Ele é ensinado por 
mandamentos de homens. Filtraram a Palavra de Deus e seus 
mandamentos por meio do seu próprio pensamento influenciado 
pela cultura. A imagem que eles têm da glória de Deus é formada 
por suas percepções limitadas, ao invés de ser formada pela sua 
verdadeira imagem, revelada por meio da sua Palavra viva. 
Isso predispõe esses homens e mulheres a serem rápidos 
para criticarem a autoridade, como nossa sociedade é tão rápida 
em fazer. Nós temos programas de televisão, desde humor até 
programas de entrevistas, que constantemente criticam a 
autoridade. A mídia zomba da autoridade constituída e exalta o 
desobediente e o rebelde. Mas, e se a liderança é realmente 
corrupta? O que Deus diz a respeito disto? Ele diz: Não falará mal 
de uma autoridade do teu povo (At 23:5). Contudo, nós 
presumimos que Deus aprova a crítica à liderança corrupta 
porque nós reduzimos sua resposta ao nível da nossa sociedade, 
reduzindo-o à imagem de homem corruptível, até mesmo em 
nossas igrejas. 
Eu tenho ouvido líderes de igreja justificarem um divórcio 
com: "Deus quer que eu seja feliz". Eles, na verdade, crêem que 
sua felicidade tem primazia sobre sua obediência à Palavra de 
Deus e sobre a aliança que fizeram com Deus. 
Um líder me falou:"John, eu decidi me divorciar da minha 
mulher porque nós não nos demos bem por dezoito anos. Nós não 
assistimos a filmes juntos nem fazemos coisas divertidas. Você 
sabe que eu amo Jesus, e se eu não estiver fazendo a coisa certa, 
Ele me mostrará". Por que Deus nos concederia uma audiência 
particular com , quando nós ignoramos o que já declarou? 
De alguma maneira, esses indivíduos têm distorcido as pala-
vras de Jesus para justificarem uma exceção para eles mesmos. É 
como se Jesus dissesse: "Quando disse na minha Palavra que 
odiava o divórcio, isto não se aplica a você. Eu quero que você seja 
feliz e tenha um cônjuge com quem você possa se divertir. Vá em 
frente e consiga o divórcio. Se for errado, você pode se arrepender 
mais tarde". 
Este é o modo como a nossa sociedade pensa. Nossas pala-
vras não ditas declaram: "O preto e branco existem para os outros, 
mas para mim, é cinza. É errado para os outros porque isto não 
me afeta, mas se obedecer torna minha vida desconfortável, então 
estou isento de obedecer!" 
Quando isto é feito individualmente, também será feito 
coletividade. Assim, não é surpreendente que na igreja a glória de 
Deus seja reduzida ao grau de homem corruptível, da vida de 
pessoas que constituem a liderança da igreja às mensagens 
pregadas no púlpito. 
Que tipo de mensagem esta redução da glória de Deus trans-
mite à congregação? Ela diz: "Deus não quer dizer isso ou fazer o 
que Ele diz". Então, nós nos perguntamos por que o pecado corre 
solto entre nós e por que o temor de Deus foi perdido. Não é de se 
admirar que os pecadores se assentem passivamente em nossos 
bancos e não se arrependam com nossa pregação. Não é de se 
admirar que a frieza prevalece em nossas "igrejas baseadas na 
Bíblia". Também não é de se admirar que as viúvas, os órfãos, os 
homens e as mulheres encarcerados e os doentes sejam 
neglicenciados pelos crentes. 
Frequentemente, as mensagens que nós pregamos durante 
os últimos vinte anos nos púlpitos e nas rádios têm dado a Deus a 
aparência de "Papai Noel do céu", cujo desejo é nos dar tudo o que 
queremos e quando queremos. Isto gera uma obediência de vida 
curta por motivos egoístas. Pais que criam seus filhos desta 
maneira acabam tendo crianças mimadas. Crianças mimadas não 
têm o verdadeiro respeito à autoridade, especialmente quando não 
conseguem o que querem e quando querem. Sua falta de 
reverência pela autoridade as leva a ficarem facilmente ofendidas 
com Deus. 
Como podemos ver a reverência ser restaurada, quando 
temos nos afastado tanto da sua glória? Como a obediência pode 
prevalecer quando a desobediência e a rebelião são consideradas 
normais? Deus vai restaurar seu santo temor no seu povo e os 
trará de volta para si, para que possam lhe dar a verdadeira glória 
e honra que é digno de receber. Ele prometeu: Porém, tão certo 
como eu vivo e como toda a terra se encherá da glória do Senhor 
(Nm 14:21). 
 
Quanto maior for a nossa compreensão da grandeza de Deus, 
maior será a nossa capacidade para temê-lo ou reverenciá-lo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 5 
 
O SERMÃO DO UNIVERSO 
 
...A minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja [...] para 
ver a tua força e a tua glória (Sl 63:1, 2). 
 
Para darmos a Deus a devida reverência, nós temos que bus-
car o conhecimento da grandeza da sua glória. Este foi o clamor 
do coração de Moisés quando corajosamente declarou: ...Rogo-te 
que me mostres a tua glória (Êx 33:18). 
Quanto maior for a nossa compreensão da grandeza de Deus 
(embora em si mesma ela seja incompreensível), maior será a 
nossa capacidade para temê-lo ou reverenciá-lo. Esta é a razão 
porque o salmista nos encoraja: Deus é o Rei de toda a terra; 
salmodiai com harmonioso cântico (SI 47:7). Nós somos convidados 
a contemplar a sua grandeza. 
O salmista ainda nos diz: Grande é o Senhor e mui digno de 
ser louvado; a sua grandeza é insondável (SI 145:3). Isto me leva a 
recordar a história da morte de Santo Agostinho. Agostinho foi um 
dos maiores líderes da sua época. Seus escritos expunham as 
tremendas maravilhas do nosso Deus. Por mais de mil anos faz-se 
referência aos seus escritos. Um dos seus grandes trabalhos é 
intitulado "A Cidade de Deus". 
Em seu leito de morte, cercado por seus amigos mais 
íntimos, quando Agostinho se foi para estar com o Senhor, sua 
respiração cessou, seu coração parou, e uma sensação 
maravilhosa de paz encheu o quarto. De repente, seus olhos se 
reabriram, e com as faces brilhando, declarou aos que estavam 
presentes: "Eu vi o Senhor. Tudo o que eu escrevi é apenas palha". 
Então partiu para o seu lar eterno. 
 
SANTO, SANTO, SANTO... 
Isaías teve uma visão da insondável glória de Deus. Viu o 
Senhor na sala do seu trono, alto e elevado, e a sua glória enchia a 
sala. Ao seu redor estavam grandes anjos chamados serafins que, 
por causa da magnífica glória de Deus, cobriam suas faces com as 
asas e clamavam: 
 
...Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra 
está cheia da sua glória (Is 6:3). 
 
Nós cantamos estas mesmas palavras em nossas igrejas em 
forma de hinos. Porém, na maioria das vezes, nossos louvores 
soam sem a paixão que encontramos nesses anjos. Você 
provavelmente verá as pessoas bocejarem ou olharem para os 
lados enquanto cantam as palavras do hino. Oh, como é diferente 
a atmosfera na sala do trono de Deus! 
Esses poderosos e tremendos anjos não estão aborrecidos ou 
inquietos; não estão apenas cantando canções agradáveis. Não 
dizem: "Deus, eu tenho cantado esta canção diante do Teu trono 
por milhões de anos. Tu não achas que poderia ser feita uma 
substituição? Eu gostaria de explorar outras partes do céu". De 
modo algum! Eles não desejariam estar em nenhum outro lugar, a 
não ser clamar e cantar louvores diante do trono de Deus. 
Esses anjos espetaculares não estão apenas cantando uma 
canção. Estão respondendo àquilo que vêem. A cada momento, 
através dos olhos fechados, vêem brevemente uma outra faceta e 
uma dimensão maior da glória de Deus sendo revelada. 
Impressionados, clamam: "Santo, santo, santo!" De fato, seu 
harmonioso clamor é tão alto que os batentes da porta são 
abalados por suas vozes e toda a sala se enche de fumaça. Uau! 
Algo que faria as ondas de som sacudirem um edifício aqui na 
Terra, mas tremer os batentes da arquitetura celestial é uma outra 
questão! Esses anjos estão ao redor do trono de Deus por tempos 
incontáveis, por tempos imensuráveis. Porém, experimentam uma 
revelação perpétua do poder de Deus e da sua sabedoria. A 
grandeza de Deus é verdadeiramente insondável. 
 
SUAS OBRAS FALAM SOBRE SUA GLÓRIA 
No capítulo anterior, nós falamos sobre a grande loucura do 
homem: reduzir a glória do Senhor à nossa imagem e à medida do 
homem corruptível. Nós comprovamos isto num grau alarmante 
na igreja. No restante deste capítulo, nós nos dedicaremos a tentar 
compreender apenas um pedacinho da glória de Deus e de como é 
revelada em sua criação. Vamos olhar além do natural e meditar 
na maravilha do que é descrito, pois sua criação prega um 
verdadeiro sermão e nos fornece pontos para ponderar. 
O Salmo 145:10-11 diz: Todas as tuas obras te renderão 
graças, Senhor; [...]falarão da glória do teu reino, e confessarão o 
teu poder. 
Eu tenho quatro filhos. Houve um período em que eles eram 
interessados demais em um certo jogador de basquete 
profissional. Ele é um dos atletas mais populares nos Estados 
Unidos e idolatrado por muitos nesta nação. Estavam acontecendo 
os jogos da Liga Americana de Basquete, e eu ouvia o nome desse 
jogador continuamente através da imprensa, dos meus filhos e dos 
seus amigos. 
Estava com minha família ministrando na costa Atlântica. 
Nós havíamos acabado de chegar dapraia, onde os meninos 
tinham caído na água e pulado as ondas. Depois de nadarmos, 
enquanto nos secávamos, eu me sentei com meus três filhos mais 
velhos para um bate-papo. 
Apontando a janela, eu perguntei: "Meninos, que grande 
oceano lá fora, hein?" 
Em uníssono, eles responderam: "É, papai". 
Eu continuei: "A gente só pode avistar cerca de dois ou três 
quilômetros mas o oceano, na verdade, tem milhares de 
quilômetros". 
Enrolados no calor e no conforto das toalhas, os meninos 
falaram com olhos arregalados. "Uau!" 
"E este aqui ainda não é o maior oceano; há outro maior 
chamado Oceano Pacífico. Depois, há mais dois além destes." 
Os meninos balançaram a cabeça, em silêncio, 
maravilhados, enquanto ouviam o poder das ondas da maré alta 
que se quebravam lá fora. 
Sabendo, até certo ponto, que meus filhos haviam 
compreendido a vasta imensidão de água que havia descrito, 
perguntei: "Meninos, vocês sabem que Deus pesou toda a água 
que vocês vêem, e tudo aquilo que eu há pouco descrevi, na palma 
da sua mão?" (Is 40:12) 
O rosto deles demonstrou uma verdadeira admiração. Antes, 
eles ficavam impressionados porque aquela famosa figura do 
esporte podia segurar uma bola de basquete com uma mão! 
Segurar uma bola de basquete em uma mão parecia insignificante 
agora. 
"Vocês sabem o que mais a Bíblia diz sobre como Deus é 
grande?"- perguntei. 
"O quê, papai?" 
"A Bíblia declara que Deus pode medir o Universo com a pal-
ma da sua mão"(Is 40:12). Espalmando minha própria mão diante 
deles, demonstrei que um palmo era a distância da extremidade 
do meu dedo polegar à extremidade do meu dedo mínimo. "Deus 
pode medir o universo com a distância do seu dedo polegar à 
extremidade do seu dedo mínimo!" 
 
O SERMÃO SEM FIM 
O próprio Universo anuncia a glória do Senhor. Leia as pa-
lavras inspiradas de Davi: 
 
Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia 
as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite 
revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há 
palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a 
terra se faz. ouvir a sua voz, e a suas palavras, até aos confins do 
mundo (Sl 19:1-4). 
 
Pare por um momento e pondere sobre a amplitude ilimitada 
do Universo. Faça isso e você terá uma vaga idéia da glória 
ilimitada de Deus! Nas palavras de Davi: "O universo proclama a 
glória de Deus". A criação de Deus não é limitada à Terra, ela 
abrange até mesmo o universo desconhecido. Ele organizou as 
estrelas nos céus com seus dedos (SI 8:3). Para a maioria de nós, é 
difícil compreender a imensidão do universo. 
Além do nosso Sol, a estrela mais próxima está a 4,3 anos-
luz de distância. Vamos explicar o seguinte: a luz viaja à 
velocidade de 299.727 quilômetros por segundo, não por hora, 
mas por segundo. Isto é, aproximadamente 1.078.030.000 
quilômetros por hora. Nossos aviões voam a aproximadamente 
800 quilômetros por hora. 
A órbita da Lua está a aproximadamente 384.551 
quilômetros da Terra. Se nós viajássemos de avião à Lua, isso 
levaria dezenove dias. Mas a luz consegue chegar lá em 1,3 
segundos! 
Vamos continuar. O Sol está a 149.637.000 quilômetros da 
Terra. Se você tomar um avião a jato hoje e viajar rumo ao Sol, 
sua jornada levaria mais de vinte e um anos! E isso sem parar! 
Onde você estava há vinte e um anos atrás? Isso é muito tempo. 
Você pode imaginar voar esse longo tempo, sem um momento de 
intervalo, para chegar ao Sol? Para aqueles que preferem dirigir... 
bem, essa façanha não poderia ser feita em toda a vida. Levaria 
aproximadamente duzentos anos, não incluindo qualquer parada 
para abastecer o carro ou descansar! Porém, a luz viaja essa dis-
tância em meros oito minutos e vinte segundos! 
Vamos deixar o Sol e passar para a estrela mais próxima. 
Nós já sabemos que ela está a 4,3 anos-luz da Terra. Se nós 
construíssemos um modelo em escala da Terra, do Sol e da estrela 
mais próxima, o resultado seria o seguinte: em proporção, a Terra 
se reduziria ao tamanho de um grão de pimenta, e o Sol seria do 
tamanho de uma bola de oito polegadas de diâmetro. De acordo 
com essa escala de medidas, a distância da Terra ao Sol seria de 
quase vinte e quatro metros, que é apenas um quarto da largura 
de um campo de futebol. Mas, lembre-se de que para medir essa 
distância de vinte e quatro metros, um avião levaria mais de vinte 
e um anos! 
Assim, se essa é a proporção da Terra em relação ao Sol, 
você consegue imaginar a que distância a estrela mais próxima 
estaria da nossa Terra de grão de pimenta? Você pensaria em mil 
metros, dois mil ou talvez três mil metros? Nem sequer chega 
perto disso. Nossa estrela mais próxima seria colocada a 6,4 mil 
quilômetros distante do grão de pimenta! Isso significa que se você 
colocar a Terra grão de pimenta em San Diego, Califórnia, a 
estrela mais próxima em nosso modelo em escala seria 
posicionada para lá da cidade de Nova Iorque, no Oceano Atlân-
tico, mais de mil e quinhentos quilômetros dentro do mar! 
Para alcançar essa estrela mais próxima através de avião, 
levaria aproximadamente uns cinqüenta e um bilhões de anos, 
sem parar! Isto é, 51.000.000.000 de anos! Contudo, a luz dessa 
estrela viaja para a Terra em apenas 4,3 anos! 
Vamos ampliai- este pensamento. As estrelas que você vê à 
noite, a olho nu, estão de cem a mil anos-luz de distância. Porém, 
há algumas estrelas que você pode ver a olho nu, que estão a 
quatro mil anos luz. Eu nem mesmo poderia tentar calcular a 
quantidade de tempo que levaria para um avião alcançar apenas 
uma dessas estrelas. Mas, pense nisto: a luz viaja a uma 
velocidade de 299.727 quilômetros por segundo, e ainda leva 
quatro mil anos para chegar a Terra. Isso significa que a luz 
dessas estrelas foi lançada antes de Moisés dividir as águas do 
Mar Vermelho e viajou uma distância de um bilhão, setenta e oito 
milhões e trinta mil quilômetros por hora, sem reduzir a 
velocidade ou sem parar desde então, e está chegando na Terra 
neste exato momento! 
Mas essas são apenas as estrelas na nossa galáxia, que é 
um ajuntamento vasto de normalmente bilhões de estrelas. A 
galáxia na qual moramos é chamada Via Láctea. Assim, vamos 
continuar. 
A galáxia mais próxima da nossa é a de Andrômeda. Sua 
distância da nossa galáxia é de aproximadamente 2,31 milhões de 
anos-luz! Imagine, mais de dois milhões de anos-luz de distância! 
Nós já chegamos ao limite da nossa compreensão? 
Os cientistas calculam a existência de bilhões de galáxias, 
cada uma delas contendo bilhões de estrelas. Elas tendem a se 
agrupar. A galáxia de Andrômeda e a nossa Via Láctea são parte 
de um agrupamento de, pelo menos, trinta galáxias. Outros 
agrupamentos podem conter outro tanto de milhares de galáxias. 
O The Guinness Book of World Records (o livro de recordes 
mundiais) afirma que, em junho de 1994, foi descoberto um novo 
grupo de galáxias em forma de casulo. O comprimento desse 
grupo de galáxias foi calculado em seiscentos e cinquenta milhões 
de anos-luz! Você pode imaginar quanto tempo levaria para 
atravessar uma distância tão vasta, de avião? 
O The Guinness Book of World Records também afirma que o 
mais remoto objeto já visto pelo homem parece estar a mais de 
13,2 bilhões de anos-luz de distância. Nossas mentes finitas nem 
mesmo podem começar a compreender a distância dessa 
imensidão. Nós mal conseguimos ver as extremidades dos grupos 
de galáxias, quanto mais as extremidades do universo. E Deus 
pode medir tudo isso com a palma da sua mão! Para completar, o 
salmista nos diz: Conta o número das estrelas, chamando-as todas 
pelo seu nome. Grande é o Senhor nosso, e mui poderoso; o seu 
entendimento não se pode medir (SI 147:4, 5). Ele não somente 
pode contar os bilhões e bilhões de estrelas, mas sabe o nome de 
cada uma delas! Não é de se admirar que osalmista exclame: Seu 
entendimento não se pode medir. 
Salomão disse: Mas, de fato habitaria Deus na terra? Eis que 
os céus e até os céu dos céus, não te podem conter... (1 Rs 8:27) 
Você está conseguindo compreender melhor a glória da Deus? 
 
A GLORIOSA SABEDORIA DE DEUS É REVELADA NA 
CRIAÇÃO 
 
O Senhor fez. a terra pelo seu poder; estabeleceu o mundo por 
sua sabedoria... (Jr 10:12) 
 
Não somente a grandeza e o poder da glória de Deus são vis-
tos na criação, mas também a sua grande sabedoria e 
conhecimento. A ciência tem gasto anos e enormes quantias em 
dinheiro para estudar o funcionamento deste mundo natural. Os 
desígnios de Deus e os blocos de construção permanecem uma 
maravilha. 
Todas as formas de vida criada têm por base as células. As 
células são os blocos de construção do corpo humano, das 
plantas, dos animais e de tudo o que vive. O corpo humano, que 
em si mesmo é uma maravilha de engenharia, contém cerca de 
100.000.000.000.000 células - (você consegue ler este número?) - 
dentre as quais há uma variedade imensa. Em sua sabedoria, 
Deus designou estas células para desempenharem tarefas 
específicas. Elas crescem, se multiplicam e afinal morrem na hora 
certa. 
Embora invisíveis a olho nu, as células não são as menores 
partículas conhecidas pelo homem. Elas são constituídas por um 
grande número de estruturas menores ainda, chamadas 
moléculas, e as moléculas são compostas de estruturas menores 
ainda - chamadas elementos - e dentro dos elementos ainda 
podem ser encontradas estruturas ainda mais minúsculas, 
chamadas átomos. 
Os átomos são tão pequenos, que o ponto no final desta sen-
tença contém mais de um bilhão deles. Um átomo é tão 
minúsculo, que é composto quase completamente de espaço vazio. 
O restante do átomo é composto de prótons, nêutrons e elétrons. 
Os prótons e os nêutrons estão agrupados a um núcleo minúsculo 
e extremamente denso, bem no centro do átomo. Um pequeno 
feixe de energia chamado elétrons vibram ao redor desse núcleo à 
velocidade da luz. Eles são o núcleo dos blocos de construção que 
mantêm todas as coisas unidas. 
Assim, onde o átomo adquire sua energia? E que força man-
tém unidas suas partículas de energia? Os cientistas chamam isso 
de energia atômica. Este é apenas um termo científico para 
descrever o que eles não conseguem explicar, pois Deus já disse 
que Ele está sustentando todas as coisas pela palavra do seu 
poder (Hb l:3). Colossenses 1:17 diz: Nele, tudo subsiste. 
Pare e pondere sobre isto por apenas um momento. Aí está o 
glorioso Criador a quem nem sequer o universo pode conter. O 
universo é medido pela palma da sua mão; contudo, Ele é tão 
minucioso nos seus desígnios em relação à pequenina Terra e 
suas criaturas, que deixa a ciência moderna confusa após anos de 
estudo. 
Agora, você pode entender mais claramente o salmista 
quando ele declara: Graças te dou, visto que por modo 
assombrosamente maravilhoso me formaste... (SI 139:14). Você 
também pode ver, especialmente nesta dispensação, com todo o 
conhecimento científico que nós acumulamos até agora, o motivo 
pelo qual a Palavra diz: Diz o insensato no seu coração: Não há 
Deus... (SI 14:1) 
É claro que muitos livros podem ser escritos sobre as 
maravilhas e a sabedoria da criação de Deus. Este não é meu 
objetivo aqui. Meu propósito é despertar espanto e admiração 
pelas obras das mãos de Deus, porque elas proclamam a sua 
magnífica glória! 
 
"NÓS VEMOS ISTO, PAPAI" 
Voltando ao caso dos meus filhos, depois de relatar todas 
estas informações científicas em termos que eles pudessem 
entender, eu concluí: "Então vocês estão impressionados com um 
homem que pode saltar de uma linha de quatro metros e meio em 
uma quadra de basquete e pode colocar uma bola cheia de ar 
dentro de um pequeno aro?" 
Eles disseram: "Nós vemos isto, papai!" 
"O que este jogador de basquete tem, que Deus não tenha 
dado a ele?", questionei. 
de basquete agora são chamados "cartões de oração". Eles 
estão orando pela salvação daqueles homens que os outros vêem 
como heróis. Agora, você pode entender um pouco melhor o que 
Deus realmente estava querendo dizer, quando perguntou a Jó: 
Quem primeiro me deu a mim, para que eu haja de retribuir-lhe ? 
Pois o que está debaixo de todos os céus é meu (Jó 41:11). 
 
O QUE É O HOMEM? 
Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua 
e as estrelas que estabeleceste, que é o homem para que dele te 
lembres? E o filho do homem, para que o visites? (Sl 8:3, 4) 
 
Eu creio, embora eu não possa provar, que o Salmo 8 
registra a reação de um anjo à criação de um dos poderosos anjos 
serafins, que estão ao redor do trono de Deus. Pare e pense nisto e 
tente ver através dos olhos desse anjo. Este tremendo e poderoso 
Deus, que criou o Universo e pôs as estrelas no lugar com os seus 
dedos, agora vem para um pontinho de um planeta chamado 
Terra e transforma o que parece ser um pequenino e insignificante 
pontinho de pó, no corpo de um homem. 
Mas o que realmente impressiona esse anjo é o enfoque total 
da atenção de Deus. Ela está completamente fixa neste ser 
chamado homem. O salmista nos diz que os pensamentos dele a 
respeito de nós são preciosos, e que a soma deles é tão grande que 
se fossem contados excederiam os grãos de areia na Terra (SI 
139:17, 18). Vendo isto, eu creio que esse anjo clamou: "O que é 
isto em que o Senhor está tão interessado e dispensando tanto 
afeto? O que é aquela pequena coisa que está constantemente na 
sua mente - o enfoque total dos seus planos?" 
Tire um tempo, fique quieto e considere as obras das mãos 
de Deus. Nós somos chamados a fazer isto. Quando você o fizer, a 
criação vai pregar um sermão para você. Ela vai proclamar a sua 
glória! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Possivelmente faltando página 54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porque Deus que disse: Das trevas resplandecerá luz, ele 
mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do 
conhecimento da glória de Deus na face de Cristo (2 Co 4:6). 
 
Nos próximos capítulos, nós vamos estabelecer um 
importante padrão que se encontra em toda a Bíblia. Ele vai se 
tornar uma estrutura histórica que apóia as questões pertinentes 
aos dias de hoje. 
 
O PADRÃO DE DEUS 
Era a primeira noite de quatro reuniões marcadas em 
Saskatchewan, Canadá. O pastor estava me apresentando e eu 
iria assumir a plataforma dentro de três minutos. 
De repente, o Espírito de Deus começou a me conduzir rapi-
damente através da Bíblia, revelando um padrão que se encontra 
ao longo de todo o Antigo e Novo Testamentos. O padrão é este: 
1. Ordem divina 
2. Glória de Deus 
3. Julgamento 
Antes de Deus manifestar a sua glória, deve haver ordem 
divina. Uma vez que a sua glória é revelada, há uma grande 
bênção. Mas, por outro lado, uma vez que a sua glória é revelada, 
qualquer irreverência, desordem ou desobediência é recebida com 
julgamento imediato. 
Deus abriu os meus olhos para este padrão em menos de 
dois minutos e me fez saber que eu deveria pregar isso para a 
congregação de canadenses, sequiosa diante de mim. Naquela 
noite, houve um dos cultos mais poderosos de que eu já havia 
participado, e eu quero compartilhar esta verdade com você. 
 
DESDE O PRINCÍPIO 
Para estabelecer uma base, vamos para o princípio de tudo, 
quando Deus criou os céus e a Terra: 
 
A terra, porém, era sem forma e vazia; havia trevas sobre a 
face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas 
(Gn 1:2). 
 
As palavras "sem forma" são uma combinação das duas 
palavras hebraicas, hayah e tohuw. Juntas, estas duas palavras 
apresentam um relato mais descritivo: "A terra se tornou sem 
forma e caótica". Não havia ordem, mas desordem. 
Embora oEspírito de Deus pairasse ou chocasse sobre esse 
caos, Ele não se moveu até que a Palavra de Deus foi liberada. 
Através das palavras faladas de Deus, a ordem divina foi colocada 
em operação neste planeta. Deus preparou a Terra durante seis 
dias antes de liberar a sua glória sobre ela. Ele tomou um cuidado 
especial com o jardim que tinha plantado para si mesmo. Aí, 
então, Deus criou o homem para si - o centro da criação. 
Uma vez que o jardim estava preparado, Deus formou o 
homem do pó da terra (Gn 2:7). A ciência tem encontrado muitos 
elementos químicos do corpo humano que existem na crosta 
terrestre. Deus projetou ambos com técnica e maravilha científica. 
 
A ORDEM DIVINA TRAZ A GLÓRIA DE DEUS 
Deus passou seis dias trazendo ordem divina à Terra, e só 
então introduziu ordem ao corpo do homem. Uma vez que a ordem 
divina foi alcançada, Deus lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, 
e o homem passou a ser alma vivente (Gn 2:7). Deus literalmente 
soprou o seu Espírito no corpo humano. 
O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, e 
depois a mulher foi tirada da costela do homem. Nenhum dos dois 
estavam vestidos nem cobertos. Ora, um e outro, o homem e sua 
mulher, estavam nus e não se envergonhavam (Gn 2:25). Todas as 
outras criaturas receberam algo com que se cobrir. Os animais 
têm pelo, os pássaros têm penas e os peixes têm escamas ou 
conchas. Mas o homem não precisava de uma cobertura externa, 
pois o salmista nos diz que Deus o coroou com glória e honra (SI 
8:5). A palavra hebraica para "coroou" é atar. Ela significa "fazer 
um círculo ao redor ou cercar". Em essência, o homem e a mulher 
foram vestidos com a glória do Senhor e não precisaram de roupa 
artificial. 
As bênçãos que esse primeiro casal experimentou são 
indescritíveis. O jardim produzia sua força sem ter de ser 
cultivado. Os animais estavam em harmonia com o homem. Não 
havia nenhuma enfermidade, doenças ou pobreza. Mas, o melhor 
de tudo é que esse casal teve o privilégio de andar com Deus em 
sua glória! 
 
JULGAMENTO 
Primeiro Deus trouxe a ordem divina por meio da sua 
Palavra e do seu Espírito e Sua glória foi revelada. Houve bênçãos 
abundantes, mas aí veio a queda. O Senhor Deus ordenou ao 
homem que não comesse do fruto da árvore do conhecimento do 
bem e do mal, pois a desobediência resultaria em morte espiritual 
imediata. 
Zombando do Criador, Satanás desafiou a Palavra de Deus 
com palavras distorcidas: Então a serpente disse à mulher: É certo 
que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele 
comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores 
do bem e do mal (Gn 3:4-5). Então Adão, em pleno conhecimento 
das suas ações, escolheu desobedecer a Deus. Sua irreverência 
nada mais era do que uma alta traição. Quando isso aconteceu, 
seguiu-se o julgamento. 
Imediatamente Adão e Eva descobriram que estavam nus. 
Sem a glória de Deus, estavam descobertos e separados dele, num 
estado de morte espiritual. Numa tentativa vã de cobrirem sua 
nudez, eles prepararam apressadamente algumas folhas e cintas e 
se vestiram com o que suas próprias mãos fizeram. Deus viu o que 
eles tinham feito, pronunciou o julgamento sobre eles e os vestiu 
com túnicas de peles, provavelmente de um cordeiro, prefigurando 
o Cordeiro de Deus que viria e restauraria o relacionamento do 
homem com Deus. Então, o casal caído foi expulso do jardim, 
onde havia vida eterna. O julgamento foi severo - resultado da 
desobediência irreverente de Adão na presença da glória de Deus. 
 
O TABERNÁCULO DA SUA GLÓRIA 
Vários anos se passaram e Deus finalmente encontra um 
amigo em Abrão. Deus faz uma aliança de promessa com Abrão e 
muda seu nome para Abraão. Por meio da obediência desse 
homem, as promessas de Deus são asseguradas novamente às 
gerações futuras. Os descendentes de Abraão foram parar no 
Egito, como escravos, por mais de quatrocentos anos. Em seu 
sofrimento, Deus levanta um profeta e libertador, chamado 
Moisés. 
Uma vez que os descendentes de Abraão foram libertos da 
escravidão, Deus os leva para o deserto. É no deserto do Monte 
Sinai que Deus apresenta seu plano de habitar com o seu povo. 
Deus diz para Moisés: ...Eu sou o Senhor, seu Deus, que os tirou da 
terra do Egito, para habitar no meio deles... (Êx 29:46) 
Mais uma vez Deus deseja caminhar com o homem, pois 
esse sempre foi o seu desejo. Contudo, por causa do estado caído 
do homem, Deus não pôde habitar nele. Assim, ele instrui Moisés: 
E me farão um santuário para que eu possa habitar no meio deles 
(Êxodo 25:8). Esse santuário foi chamado de tabernáculo. 
Antes que venha a glória de Deus, primeiro deve haver a or-
dem divina. Assim, Deus instruiu Moisés cuidadosamente acerca 
de como construir o tabernáculo. Ele é muito específico em todos 
os pontos relativos a quem deve construir e quem deve servir no 
tabernáculo. Essas instruções são detalhadas no que se refere aos 
materiais, medidas, mobílias e ofertas. De fato, as instruções 
específicas tomam muitos capítulos do livro de Êxodo. 
Esse santuário feito pelo homem refletia o celestial (Hebreus 
9:23, 24). Deus advertiu Moisés: Vê que faças todas as cousas de 
acordo com o modelo que te foi mostrado no monte (Hb 8:5 e Êx 
25:40). Era de extrema importância que tudo fosse feito 
exatamente como mostrado. Isso proveria a ordem divina 
necessária, antes da glória do Rei ser manifesta na presença deles. 
Foi recebida uma oferta da congregação que supriu todos os 
materiais de que eles precisavam: ouro, prata, bronze, linhas 
azuis, purpúreas e escarlates, linho fino, peles, pelicas, madeira 
de acácia, óleos, especiarias e pedras preciosas. 
O Senhor havia dito a Moisés: 
 
Eis que chamei pelo nome a Bezalel [...], da tribo de Judá. E o 
enchi do Espírito de Deus, de habilidade, de inteligência, e de 
conhecimento, em todo o artifício [...] Eis que lhe dei por 
companheiro a Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã; e dei 
habilidade a todos os homens hábeis, para que me façam tudo o 
que tenho ordenado (Éx 3:2, 3, 6). 
 
O Espírito de Deus estava sobre aqueles homens para trazer 
a ordem divina. O Espírito de Deus, trabalhando por intermédio 
daqueles homens, unidos e em harmonia com a Palavra de Deus, 
traria a ordem divina mais uma vez. 
Então, todos aqueles homens qualificados começaram a 
trabalhar no tabernáculo. Eles fizeram as cortinas, o véu e as 
colunas. Depois, construíram a arca do testemunho, o 
propiciatório, o candelabro de ouro, o altar do incenso, o altar do 
holocausto e a bacia de bronze, as vestes sacerdotais e o óleo da 
unção. 
Tudo segundo o Senhor ordenara a Moisés, as sim fizeram os 
filhos de Israel toda a obra. Viu, pois, Moisés toda a obra, e eis que 
a tinham feito, segundo o Senhor havia ordenado; assim afizeram e 
Moisés os abençoou. Depois disse o Senhor a Moisés: No primeiro 
dia do primeiro mês, levantarás o tabernáculo da tenda da 
congregação (Êx 39:42,43; 40:1,2). 
As instruções de Deus eram tão específicas que o 
tabernáculo teve de ser erigido naquele dia exato. 
O primeiro dia do primeiro mês chegou, e Moisés e os 
artesãos qualificados levantaram o tabernáculo. Então nós lemos: 
 
...Assim Moisés acabou a obra (Êx 40:33). 
 
Agora, tudo estava pronto. A ordem divina estava 
estabelecida pela Palavra de Deus e as pessoas estavam 
submissas à liderança do Espírito Santo. Note o que aconteceu: 
Então a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do 
Senhor encheu o tabernáculo. Moisés não podia entrar na tenda da 
congregação, porque a nuvem permanecia sobre ela, e a glória do 
Senhor enchia o tabernáculo (Êx 40:34-35). 
Uma vez que a ordem divina foi estabelecida, Deus revelou a 
sua glória. A maioria de nós, na igreja, não tem uma compreensão 
da glória do Senhor. Eu tenho assistido a muitas reuniões em que 
os ministrosdeclaram, ou por ignorância ou por exagero: "A glória 
do Senhor está aqui". Antes de continuarmos, vamos discutir o 
que é a glória do Senhor. 
 
A GLÓRIA DO SENHOR 
Em primeiro lugar, a glória do Senhor não é uma nuvem. 
Alguns podem perguntar: "Então, por que uma nuvem é 
mencionada quase toda vez que a glória de Deus se manifesta nas 
Escrituras?" A razão: Deus se oculta na nuvem. Ele é muito 
magnificente para ser contemplado pelo ser humano. Se a nuvem 
não encobrir seu semblante, todos ao redor dele são consumidos e 
imediatamente mortos. 
Então ele (Moisés) disse: rogo-te que me mostres a tua glória. 
Respondeu-lhe (Deus): Não me poderás ver a face, porquanto 
homem nenhum verá a minha face, e viverá (Êx 33:18,20). 
(Parênteses acrescido pelo autor). 
A carne mortal não pode estar na presença do Santo Senhor 
em sua glória. Paulo diz: 
A qual, em suas épocas determinadas, há de ser revelada 
pelo bendito e único Soberano, o Rei dos Reis e Senhor dos 
Senhores; o único que possui imortalidade, que habita em luz 
inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem ê capaz de ver. 
A ele honra e poder eternamente. Amém (l Tm 6:15,16). 
Hebreus 12:29 nos diz que Deus é um fogo consumidor. 
Agora, quando você pensar nisto, não pense numa fogueira. Um 
fogo consumidor não pode ser contido no interior da sua lareira. 
Deus é luz e não há nele treva nenhuma (1 Jo 1:5). O tipo de fogo 
que queima na sua lareira não produz luz perfeita. Ele contém 
escuridão. É acessível e você pode olhar para ele. 
Então, passemos para uma luz mais intensa. Vamos 
considerar o raio laser. É uma luz muito concentrada e intensa, 
mas ainda não é uma luz perfeita. Embora seja uma luz muito 
brilhante e forte, ainda há escuridão no raio laser. 
Vamos considerar o Sol. O Sol é enorme e inacessível, 
luminoso e poderoso, mas ainda contém escuridão nos raios da 
sua luz. 
Paulo diz em Timóteo que a glória de Deus é "luz inacessível, 
a qual nenhum homem já viu ou pode ver". 
Paulo podia muito facilmente escrever isso, porque ele 
experimentou uma dimensão dessa luz na estrada para Damasco. 
Ele relatou esse acontecimento desta maneira ao Rei Agripa: 
 
Ao meio-dia, ó rei, indo eu caminho fora, vi uma luz no céu, 
mais resplandecente que o sol, que brilhou ao redor de mim e dos 
que iam comigo (At 26:13). 
 
Paulo disse que essa luz era mais brilhante do que o Sol do 
meio-dia! Pare por um momento e tente olhar diretamente ao 
meio-dia. É difícil olhar, a menos que ele esteja encoberto por uma 
nuvem. Deus, em sua glória, excede este brilho muitas vezes mais. 
Paulo não viu a face do Senhor; só viu a luz que emanava 
dele, e teve de perguntar: Quem és tu, Senhor? Ele não pôde ver a 
forma dele ou as características da sua face e ficou completamente 
cego pela luz que emanava da sua glória, que era mais forte do 
que o brilho do Sol do Oriente Médio! 
Talvez isso explique porque os profetas Joel e Isaías, 
declararam que nos últimos dias, quando a glória do Senhor for 
revelada, o Sol será transformado em trevas. Eis que vem o Dia do 
Senhor [...] porque as estrelas e constelação do céu não darão a sua 
luz; o sol, logo ao nascer, se escurecerá, e a lua não fará 
resplandecer a sua luz (Is 13:9-10). 
A glória de Deus supera qualquer outra luz. Ele é a luz 
perfeita e a única luz que consome. Então os homens se meterão 
nas cavernas das rochas e nos buracos da terra, ante o terror do 
Senhor e a glória da sua majestade, quando Ele se levantar para 
espantar a terra (Is 2:19). 
A glória de Deus é tão esmagadora, que quando Ele se 
colocou diante dos filhos de Israel, no meio da nuvem escura no 
Sinai, o povo clamou de terror e se afastou. Moisés descreve isto: 
 
Estas palavras falou o Senhor a toda a vossa congregação no 
monte, do meio do fogo, da nuvem e da escuridade, com grande voz 
[...] Sucedeu que, ouvindo a voz do meio das trevas, enquanto ardia 
o monte em fogo, vos achegastes a mim, todos os cabeças das 
vossas tribos, e vossos anciãos e dissestes: Eis aqui o Senhor, 
nosso Deus, nos fez ver a sua glória e a sua grandeza, e ouvimos a 
sua voz do meio do fogo; hoje, vimos que Deus fala com o homem, e 
este permanece vivo. Agora, pois, por que morreríamos? Pois este 
grande fogo nos consumiria; se ainda mais ouvíssemos a voz do 
Senhor nosso Deus, morreríamos (Dt 5:22-25). 
 
Embora eles o vissem oculto pela escuridão espessa de uma 
nuvem, ela não pôde esconder o brilho da sua glória. 
 
TUDO QUE FAZ DEUS SER DEUS 
Então, façamos a pergunta: O que é a glória do Senhor? 
Em resposta, vamos voltar ao pedido de Moisés no monte de 
Deus. Moisés pediu: 
Rogo-te que me mostres a tua glória (Ex 33:18). 
A palavra hebraica para glória usada por Moisés naquela 
situação era "kabowd". Ela é definida pelo Dicionário Bíblico Strong 
como "o peso de algo, mas apenas figurativamente no bom 
sentido". A sua definição também fala de explendor, abundância e 
honra. Moisés estava pedindo: "Mostra-me a ti mesmo em todo o 
teu esplendor." Veja cuidadosamente a resposta de Deus: 
 
...Farei passar toda a minha bondade diante de ti, e te 
proclamarei o nome do Senhor...(Ex 33:19) 
 
Moisés pediu toda a sua glória, e Deus se referiu a isto 
como: toda minha bondade... A palavra hebraica para bondade é 
"tuwb". Ela significa "bom" no sentido mais amplo. Em outras 
palavras, nada é retido. 
Então, Deus diz: Eu te proclamarei o nome do Senhor. Antes 
de um rei terreno entrar na sala do trono, seu nome é sempre 
anunciado por proclamação. Então, ele entra com seu esplendor. 
A grandeza do rei é revelada, e em sua corte não há dúvida sobre 
quem é o rei. Se esse monarca saísse à rua de uma das cidades do 
seu país, trajado com roupas comuns, sem nenhum 
acompanhante, poderia passar por aqueles que estão ao seu redor 
sem que percebessem sua verdadeira identidade. Assim, isso foi 
exatamente o que Deus fez com Moisés. Ele está dizendo: "Eu 
proclamarei meu próprio nome e passarei por você com todo o 
meu esplendor". 
Nós vemos, então, que a glória do Senhor é tudo o que faz 
Deus ser Deus. Todas as suas características, a autoridade, o 
poder, a sabedoria - o peso imensurável e a magnitude de Deus - 
estão contidos na sua glória. Nada está escondido ou retido! 
 
A GLÓRIA DE DEUS É REVELADA EM CRISTO 
Está escrito que a glória do Senhor é revelada na face de 
Jesus Cristo (2Co 4:6). Muitos alegam ter tido uma visão de Jesus 
e terem visto sua face. Isso é bem possível. Paulo descreveu isto: 
Porque agora vemos como em espelho, obscuramente, então 
veremos face a face... (1 Co 13:12). A sua glória é encoberta por 
um espelho escuro, pois nenhum homem pode ver sua glória 
completamente revelada e permanecer vivo. 
Alguém pode questionar: "Mas os discípulos viram a face de 
Jesus depois que Ele ressuscitou dos mortos!" O que também está 
correio. A razão pela qual isso é verdadeiro, é porque Ele não 
exibiu abertamente a sua glória. Alguns homens viram o Senhor, 
mesmo no Velho Testamento, mas Ele não foi revelado na sua 
glória. O Senhor apareceu a Abraão nos carvalhais de Manre (Gn 
18:1,2). Josué viu a face do Senhor antes de invadir Jericó (Js 
5:13,14). O Senhor disse a ele: Descalça as sandálias de teus pés, 
porque o lugar em que estás é santo (v. 15). 
O mesmo é verdadeiro após a Ressurreição. Os discípulos 
comeram peixe no café da manhã, com Jesus, no Mar de 
Tiberíades (Jo 21:9-12). Dois discípulos caminharam com Jesus 
na estrada para Emaús: Os seus olhos, porém, estavam como que 
impedidos de o reconhecer (Lc 24:16). Todos eles viram a sua face 
porque Ele não exibiu a sua glória abertamente. 
Em contraste, João, o apóstolo, viu o Senhor em Espírito e 
teve um encontro totalmente diferente do que no café da manhã 
com Ele no mar, pois João o viu em sua glória: 
Achei-me em Espírito, no Dia do Senhor, e ouvi,

Continue navegando