Literatura_Portuguesa_II_Impresso-135

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Literatura Portuguesa II 
Aula 04: A prosa realista 
Tópico 01: A Literatura engajada
Fonte [1]
DESCRIÇÃO DA IMAGEM
O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento; o Realismo é a anatomia do caráter. 
É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos – para condenar o que houve de mau na nossa sociedade. 
A frase acima, retirada da conferência “A Literatura Nova. O Realismo como nova 
expressão da arte", proferida em 12 de junho de 1971, por Eça de Queirós no Casino 
Lisbonense ressalta a nova preocupação do artista em sua arte: o olhar crítico sobre o 
homem em seu cotidiano, sem idealizações. Conforme discutido na Aula 3 A Poesia 
Realista, sob a perspectiva cultural, o século XIX, especialmente a partir da segunda metade, 
distinguiu-se pelo caráter cientificista e pragmático. Predomina, no meio intelectual e letrado 
europeu, um entusiasmo com a ciência e sua capacidade de resolver os problemas da 
sociedade. Em Portugal, escritores e intelectuais, nomeados "Geração de 70", foram muito 
influenciados pelo cientificismo proveniente, sobretudo, da França, como o Socialismo, de 
Proudhon, o Positivismo, de Comte; o Determinismo, de Taine; o Evolucionismo, proposto 
por Darwin e o anticlericalismo, de Renan. Muito resumidamente, o quadro a seguir esclarece 
algumas dessas ideias:
Positivismo de Auguste Comte: o conhecimento científico deve ser reconhecido 
como o único conhecimento verdadeiro, porque está baseado somente em análises e 
observações científicas, positivas. A realidade é o que se pode ver concretamente, 
materialmente, ou comprovado empiricamente.
Determinismo de Taine: considera que o comportamento humano é determinado 
por três fatores: o meio, a raça e o momento histórico.
Evolucionismo de Darwin: teoria científica sobre o processo de evolução das 
espécies a partir da seleção natural, ou seja, os seres que se adaptam às adversidades 
sobrevivem e transmitem suas características aos descentes. As sucessivas 
modificações, ao longo de milhares de anos, formam o processo evolutivo.
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