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Optativa - Sociolinguística Aula 02: Variação Linguística Tópico 02: Português do Brasil: Variação Diacrônica VERSÃO TEXTUAL A Sociolinguística, como já vimos, estuda a diversidade linguística e a considera como da natureza da língua falada. Quer dizer: se propõe a analisar as duas ou mais formas que a língua dispõe para exprimir o mesmo significado referencial de uma palavra, ou sentença. Como vimos, as línguas naturais variam com o tempo, mudam. Os muitos "modos de falar" de uma língua dependem de muitos fatores que, em geral, estão correlacionados ao lugar de origem do falante, idade, sexo, nível de escolaridade, nível de escolaridade, classe social, etc. A Sociolinguística entende que a variação linguística consiste em "duas ou mais formas de dizer a mesma coisa". A variação linguística é uma consequência do conjunto de feixe de variedade existente nas línguas humanas naturais. Cada variedade tem suas características próprias. Por exemplo: nem todas as variedades linguísticas apresentam o "s chiado" em final de sílabas como em casai[∫] e e[∫]tas. Há comunidades de fala que não usam essa palatal em final de sílaba. Por exemplo, na fala de Recife é comum ouvirmos esse tipo de realização fonético-fonológica em final de palavras como mai[∫], doi[∫], contudo na fala de Fortaleza ouvimos casai[s], mai[s] e e[s]tas, doi[s] como fricativas. Eis aí um bom exemplo de variedade linguística, o português falado no Brasil há muitos casos de variação linguística. Observe que a alternância desses fonemas em casai[∫] ~ casai[s] e e[∫]tas ~ e[s]tas não alteram o significado dessas palavras. Outro exemplo, ainda com relação à variação que pode ocorrer no léxico. Veja palavras como, flertar, califon e petisqueiro. Você conhece essas palavras? CURIOSIDADE A palavra califon foi muito usada no Nordeste do Brasil e significa aquilo que hoje chamamos de sutiã. E pestiqueiro é uma palavra muito usada também na região Nordeste do Brasil que significa guarda-comida, ou armário nos dias mais atuais. Por mais óbvio que pareça, é bom lembrar: as línguas mudam com o tempo Os poucos exemplos acima demonstram isso. Embora poucas, essas ilustrações servem para você, com sua intuição de falante, verificar que essas palavras caíram em desuso no nosso cotidiano. A palavra flertar data, no dicionário de Houaiss, de 1846, registrado em Almeida Garret, em "Viagens de minha terra". Você conhece essa palavra? Pois é, ela significa "fazer a corte a; namoricar", "namoro rápido", paquerar nas palavras de hoje. Ou será que ainda se usa paquerar na linguagem de adolescentes e jovens? Não será esse um dos significados do "ficar" na linguagem de jovens e adolescentes? "as línguas mudam com o tempo" 11
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