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Literatura Portuguesa IV Aula 05: Contemporaneidade. A obra de José Saramago Tópico 01: O Poeta Fonte [1] Poeta, dramaturgo, jornalista, tradutor e romancista, Saramago é a voz mais respeitada para além dos limites dos países lusófonos. Soube recuperar o romance histórico, a exemplo do Memorial do Convento (1982), dando-lhe uma revisão crítica que põe em dúvida o valor dos que aparecem nos livros oficiais, e soube desmontar as armadilhas ideológicas de nosso tempo, em obras como Ensaio sobre a cegueira (1995). José Saramago (1922-2010) é autor de três livros de poemas: Os poemas possíveis (1966), Provavelmente alegria (1970) e O ano de 1993 (1975). Há em sua poesia desde a herança clássica camoniana, a poética modernista e a experimentação surrealista. No primeiro livro, o poeta se mostra ligado a essas tradições e mesmo conserva em muitos poemas a metrificação decassilábica (ver "Retrato do poeta quando jovem"), havendo abrangência temática desde a poesia de crítica social à lírica erótica. O segundo livro amplia a experimentação formal, que culminaria na prosa poética de O ano de 1993, de feição marcadamente surrealista. O mais importante pintor surrealista é citado logo no primeiro fragmento do livro: "As pessoas estão sentadas num paisagem de Dali". A gradativa prosificação talvez explique o abandono da poesia, já que em seus romances, sem as restrições da métrica, ele atingiria a maturidade estilística. O fato de não ter voltado a fazer versos não significa dizer que o autor negue essa experiência. Prova disso é que, na reedição de Os poemas possíveis, feita dezesseis anos depois, o autor adverte que seus poemas constituem "a coluna vertebral, estruturalmente invariável, de um corpo literário em mudança". LIVRO 49 impresso_parcial.pdf LiteraturaPortuguesaIV_aula_05.pdf
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