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Exportação É a remessa, venda de um produto além da fronteira tributária brasileira ainda que o produto fisicamente não abandone o território nacional. Existem situações nas quais o produto, de acordo com a legislação brasileira, é enviado ao exterior para posteriormente retornar (operações definidas como exportação a título não definitivo). As variáveis que tornam o planejamento de exportação complexo, e que por isso devem ser analisadas cuidadosamente antes do começo da atuação da empresa nos mercados internacionais, são: • Impacto e influência da variação cambial da formação do preço de exportação • Legislação dos países importadores • Qualidade de produto • Diversas estratégias de entrada Barreiras à exportação As barreiras à exportação têm a sua origem em diversos fatores, são eles: NA PRÓPRIA EMPRESA EXPORTADORA • Falta de cultura exportadora; • Falta de uma equipe qualificada. NO PAÍS EXPORTADOR • Infraestrutura pouco adequada; • Variabilidade excessiva da taxa de câmbio; • Sistema tributário complexo; • Regulamentação exagerada; • Imagem internacional distorcida; • Falta de financiamento. EMPRESA IMPORTADORA • Baixa qualificação; • Falta de estrutura. PAÍS IMPORTADOR • Tarifas de importação elevadas; • Excesso de normas; • Subjetividade na interpretação das normas; • Protecionismo exagerado; • Localização geográfica; • Diferenças culturais. Acordos comerciais internacionais Os processos de integração econômica permitem que países se unam para ter uma posição mais sólida no comércio internacional e para aumentar o intercâmbio comercial entre eles. Existem diversas opções de integração econômica, como: • Área de livre comércio; • União aduaneira; • Mercado comum; • União econômica; • Integração econômica plena. Nos anexos dos acordos comerciais internacionais se encontra a informação de qual é o produto que tem direito à margem de preferência ou preferência tarifária, o que significa que o importador localizado no país importador tem direito à redução do Imposto de Importação sempre que o produto cumpra com as regras de origem e apresente o Certificado de Origem correspondente. Ao se aplicar o conceito de margem de preferência ou de preferência percentual, o produto se torna mais econômico e reduz-se o custo da importação e o montante de recursos financeiros que o importador utiliza na nacionalização do bem. 1 O Brasil participa de alguns acordos internacionais, veja a seguir a relação desses acordos: • Preferência Tarifária Regional entre países da ALADI (PTR-04) • Acordo de Sementes entre países da ALADI (AG-02) • Acordo de Bens Culturais entre países da ALADI (AR-07) • Brasil - Uruguai (ACE-02) • Brasil - Argentina (ACE-14) • Mercosul (ACE-18) • Mercosul - Chile (ACE-35) • Mercosul - Bolívia (ACE-36) • Brasil - México (ACE-53) • Mercosul - México (ACE-54) • Automotivo Mercosul - México (ACE-55) • Mercosul - Peru (ACE-58) • Mercosul - Colômbia, Equador e Venezuela (ACE-59) • Brasil/Guiana/São Cristóvão e Névis (AAP.A25TM 38) • Brasil - Suriname (ACE-41) • Brasil - Venezuela (ACE-69) • Mercosul - Colômbia (ACE-72) • Mercosul - Cuba (ACE-62) • Mercosul/ Índia • Mercosul/ Israel • Mercosul/ SACU • Mercosul/Egito • Mercosul/Palestina - AINDA SEM VIGÊNCIA • Acordo de Ampliação Econômico-Comercial Brasil – Peru (AINDA SEM VIGÊNCIA) • Brasil - Paraguai (ACE-74) • Sistema Geral de Preferências • Sistema Geral de Preferências Comerciais 2 Situação A: Sem a aplicação da margem de preferência ou preferencial percentual • Valor CIF do produto brasileiro: US$10.000,00 • Percentual do imposto de importação: 10% • Valor do imposto de importação: US$10.000,00 x 10% = US$1.000,00 • Valor CIF do produto brasileiro + imposto de importação: US$11.000,00 • Valor CIF do produto estrangeiro concorrente: US$10.000,00 • Percentual do imposto de importação: 10% • Valor do imposto de importação: US$10.000,00 x 10% = US$1.000,00 • Valor CIF do produto estrangeiro + imposto de importação: US$11.000,00 Nesta situação os custos de importação são iguais Situação B: Com aplicação da margem de preferência ou preferência percentual • Valor CIF do produto brasileiro: US$10.000,00 • Percentual do imposto de importação: 10% • Valor do imposto de importação: US$10.000,00 x 10% = US$1.000,00 • Margem de preferência: 90% • Calculo da margem de preferência = (US$1.000,00 – (US$1.000,00 x 90%)) = US$100,00 (imposto de importação reduzido) • Valor CIF do produto brasileiro + imposto de importação reduzido: US$10.100. Documentos na Exportação RESPONSABILIDADE DO EXPORTADOR Existem três documentos que não possuem um modelo padrão, o que significa que cada exportador deve criar seu próprio modelo levando em consideração quais as informações obrigatórias que cada documento deve conter, visto que em todos os três é obrigatória a assinatura do exportador. Veja a seguir os três documentos na Responsabilidade do exportador que não possuem um modelo padrão: • Fatura Proforma (Proforma Invoice) • Fatura Comercial (Commercial Invoice) • Romaneio (Packing List) Existem, ainda, sobre a Responsabilidade do exportador, outros documentos, mas esses contêm um modelo padrão. Veja cada um deles detalhadamente a seguir: • Nota Fiscal Eletrônica de Exportação (NFE) • Declaração Única de Exportação (DU-E) • Saque ou Draft • Fatura Consular RESPONSABILIDADE DO IMPORTADOR Ordem de Compra Internacional (International Purchase Order) É possível que este documento não exista, sendo substituído pelo envio da Ordem de Pagamento, no caso de pagamento antecipado, ou pelo envio da carta de crédito, na qual o importador menciona todas as exigências que o exportador deve cumprir para ter direito a receber o pagamento das mercadorias efetivamente exportadas. RESPONSABILIDADE DE OUTRAS INSTITUIÇÕES OU EMPRESAS Certificado de Origem Comum Documento destinado a atestar, quando assim exigido pela legislação do país importador ou pelo próprio importador, a origem da mercadoria e emitido por instituição expressamente autorizada pelo governo brasileiro. Certificado de Origem Específico Trata-se de documentos que, além de atestar a origem do produto, permitem que seja aplicada a Preferência Percentual mencionada nos documentos que integram um Acordo Comercial Internacional específico. Na prática, isso significa que o importador é beneficiado pela redução do Imposto de Importação pela origem da mercadoria. Certificados Especiais São emitidos outros certificados para determinadas mercadorias, em função das suas particularidades, por exigência das normas do país importador, do importador ou por comum acordo entre as partes. Entre os quais, destacam-se: 1. Certificado de Análise Emitido por um laboratório reconhecido internacionalmente de acordo com as instruções transmitidas pelo exportador. 2. Certificado de Inspeção Pré-Embarque Emitido por uma empresa especializada em controle de qualidade 3. Certificado de Seguro Documento utilizado nas operações em que o valor do seguro internacional irá compor o preço da mercadoria a ser exportada. A sua emissão é efetuada por uma companhia seguradora de acordo com as cópias da documentação correspondentes à mercadoria que está sendo segurada: Fatura Comercial, Romaneio e Conhecimento de Embarque, devendo o exportador informar quais são os riscos que devem ser cobertos bem como quem é o beneficiário do seguro. 4. Certificado de Fumigação 3 Exigido quando a madeira, utilizada pelo exportador para a confecção das caixas, não for madeira tratada, e serve para evitar a presença de insetos no interior da madeira. Se esse procedimento não for efetuado, a carga quando da chegada ao país de destino irá ficar em quarentena. RESPONSABILIDADE DA EMPRESA DE TRANSPORTE INTERNACIONAL O documento emitido pela empresa de transporte internacional é conhecido como Conhecimento de Carga ou Embarque. As instruções relacionadas com a emissão do conhecimentode embarque são de responsabilidade do exportador, e quando o pagamento for garantido por uma carta de crédito, devem ser atendidas as instruções nela mencionadas para evitar que um erro impeça o pagamento da exportação. Transporte Marítimo Carga não consolidada: Bill of Lading (B/L) Carga consolidada: Master Bill of Lading (M B/L) e House Bill of Lading (H B/L) Transporte Aéreo Carga não consolidada: Air Way Bill (AWB) Carga consolidada: Master Air Way e House Air Way Bill Via Rodoviária Carga cujo destino seja um país membro do Mercosul: Manifesto Internacional de Carga/ Declaração de Trânsito Aduaneiro (MICT/DTA) Carga destinada a outros países: Conhecimento Rodoviário Internacional de Cargas (CRT) Via Ferroviária Carga cujo destino seja um país membro do Mercosul: Conhecimento Internacional de Transporte Ferroviário/ Declaração de Trânsito Aduaneiro (CITF/DTA) Carga destinada a outros países: Conhecimento de Embarque por Transporte Ferroviário (CETF) RESPONSABILIDADE DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA Operação de Exportação A primeira fase é a pré-operacional, que é concluída no momento em que o exportador envia, como resultado final da negociação, a Fatura Proforma, Orçamento ou Cotação ao potencial comprador. A segunda etapa é subdividida em duas fases, a que se inicia com a emissão de Ordem de compra internacional e a que se finaliza com o arquivamento dos documentos. FASE PRÉ-OPERACIONAL 1. Avaliar a capacidade exportadora 2. Pesquisa de mercado 3. Habilitar a empresa no radar 4. Elaborar cadastro de terceirizados 5. Negociação de linhas de crédito 6. Elaborar a lista de preços 7. Contato com potenciais importadores 8. Recepção das consultas de novos fornecedores 9. Negociação 10. Envio da fatura Proforma 4 FASE OPERACIONAL 1. Recepcão da Ordem de Compra Internacional 2. Análise da carta de crédito 3. Produção ou compra do produto a exportar 4. Reserva de praça 5. Inspeção de carga 6. Elaboração dos documentos de exportação 7. Emissão da Declaração Única de Exportação (DU-E) 8. Contratação do seguro internacional 9. Desembaraço aduaneiro 10. Embarque da mercadoria 11. Entrega dos documentos ao banco e fechamento do contrato de câmbio 12. Pós-venda 13. Arquivamento da documentação Estratégias de Preços Determinar o preço do produto a ser comercializado nos mercados internacionais obriga a empresa exportadora a realizar uma meticulosa pesquisa em relação aos custos e despesas exclusivas da gestão do setor de exportação e da exportação propriamente dita. Fora o custo de produção, devem ser considerados outros custos e despesas vinculadas à operação. CONTABILIDADE DE CUSTOS Para determinar o custo de produção, o exportador pode utilizar as ferramentas disponibilizadas pela contabilidade de custos: Custeio por Absorção Trata-se de um método obrigatório para atender às exigências fiscais das empresas industriais. Seu objetivo é determinar o resultado da empresa, e os custos históricos das matérias-primas e dos bens consumidos durante o processo produtivo são utilizados. Para apuração do custo, utiliza-se o custo médio ponderado ou o PEPS (Primeiro item que Entra é o Primeiro Item que Sai). Os custos indiretos que não possam ser identificados são rateados de acordo com a quantidade de unidades produzidas de cada item. Ao custo de produção, são acrescidos os custos efetivamente incorridos e todos os gastos diretos e indiretos relativos à produção do bem a exportar. Custeio Variável ou Direto Este método é utilizado exclusivamente para fins gerenciais, visto que sua utilização em termos fiscais está proibida, uma vez que considera somente os custos variáveis, ou seja, aqueles vinculados diretamente aos produtos vendidos. O custo de produção é composto por todos os custos variáveis, diretos e indiretos. Os custos fixos são separados para serem considerados como despesas do período e serão contabilizados diretamente no resultado da operação. O conceito de margem de contribuição surge a partir dos custos variáveis. Ele permite determinar a sobra da receita, os custos e as despesas que cada setor traz para empresa. A partir da margem de contribuição dos produtos exportados, todos os custos e despesas a eles relacionados podem ser alocados corretamente e, dessa forma, ficam separados dos custos e despesas dos produtos vendidos no mercado interno. Na prática, a Margem de Contribuição (MC) em valores absolutos é igual ao Preço de Venda subtraído dos Custos Variáveis. A Margem de Contribuição em termos percentuais é calculada dividindo-se MC pelo preço de venda. Custo por Encomenda ou por Ordem de Produção Método ideal quando for necessário conhecer o valor de mercadoria produzida para atender a encomendas a partir de especificações técnicas fornecidas pelo importador. Para determinar o custeio final, entre outros fatores, deve-se considerar a mão de obra direta, os insumos utilizados diretamente na produção e os custos indiretos de fabricação. 5 Custo Por Processo Definido o processo de produção e quais os departamentos ou setores da empresa envolvidos, o custeio é calculado ao se atribuir a cada setor envolvido um centro de custo. Sistema A B C Este sistema mistura dois aspectos diferentes. É uma apropriação de custos e, ainda, uma ferramenta de administração avançada na medida em que possibilita tomar decisões em diferentes aspectos, tais como linha de produtos a serem fabricados, segmento de atuação e relacionamento com os clientes e consumidores. Basicamente, consiste em definir uma tarefa e determinar seus custos ao longo do período de execução. Todavia, para evitar erros, é fundamental conhecer como a empresa funciona e contar com o apoio de todos os colaboradores. Método do Preço Incremental Doméstico Retira os custos e despesas fixas do mercado interno do preço, assumindo unicamente os custos e despesas variáveis da exportação. Ocorre como se os custos e despesas de mercado interno fossem absorvidos pela empresa acontecendo a exportação ou não. Sem dúvida nenhuma, os aspectos financeiros são pontos fundamentais na hora de se fixar o preço de exportação, seja para produto ou serviço. Entretanto, a realidade internacional demonstra que existem produtos e serviços similares que são vendidos a preços diferentes e em alguns casos muito diferentes. Ou seja, existem outras variáveis a serem consideradas, por exemplo, qualidade do produto, valor percebido pelo consumidor e concorrência. Ao longo do tempo, outros fatores podem vir a determinar a fixação do preço, tais como: • Modificação da estrutura do custo de produção; • Modificação dos custos e despesas exclusivas da exportação; • Necessidade de financiamento; • Forma e prazo de pagamento; • Posicionamento dos clientes e consumidores em relação à variação do preço; • Incorporação de novas tecnologias de gestão e produção. Métodos Operacionais e Mercadológicos Inicialmente, as opções que o exportador possui para determinar o preço de exportação são: • A partir do custo de produção (bottom-up); • A partir do preço de venda no mercado-alvo (bottom-down); • Baseado nos preços dos concorrentes internacionais presentes no mercado-alvo; • Baseada nas características do mercado-alvo. Em relação à fixação de preços, as alternativas a avaliar são: Liderança em custos Aplicável pelo fabricante ou exportador de bens de consumo padronizados. Reduzir os custos de produção e grande parte das despesas exclusivas da exportação faz parte da busca da liderança de custos. Diferenciação Específico quando o produto a exportar for customizado, quando a marca for reconhecida como símbolo de diferenciação e/ou quando a imagem da empresa exportadora possibilita que se diferencie de seus concorrentes, sem deixar de mencionar que inclusive o canal de distribuição pode ser diferenciado. Clique nas setas para ver o conteúdo. Foco Quando se pretende atender a um segmento específico de clientes e consumidores do mercado. O alvopode ser baseado na diferenciação do produto/serviço ou nos custos. 6 javascript:void(0) Tributos, Benefícios Fiscais na Exportação e Imposto de Exportação Uma empresa deve considerar os diversos tributos (federais e estaduais) ao determinar o preço de venda de um produto no mercado interno. Para o produto exportado, alguns desses tributos não são considerados e, por causa desse benefício fiscal, o resultado é um menor preço em moeda nacional. Esfera federal SIMPLES NACIONAL Sistema Integrado de Pagamento de Impostos de Contribuições de Microempresários de Pequeno Porte (Simples Nacional) Neste caso, a empresa paga uma alíquota única em função do tipo de empresa e faixa de faturamento. Essa alíquota engloba cargas sociais, tributos federais e estaduais. Ao exportar a mercadoria, a empresa pode descontar os percentuais correspondentes ao IPI, ICMS, PIS e COFINS que integram a alíquota única. IPI Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Este tributo, no mercado interno, é cobrado em função do valor agregado da mercadoria, porém a exportação de produtos industrializados é imune ao IPI e ainda é permitida a manutenção do crédito relativo à compra de insumos no mercado interno utilizados na produção do bem a exportar. COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) As receitas vinculadas às operações de exportação estão isentas de COFINS, considerando-se como operação de exportação a venda de mercadorias ao exterior, serviços prestados às pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior, fornecimento para uso e consumo a bordo sempre que o pagamento seja em moeda estrangeira e outras situações mencionadas no artigo 45 do Decreto nº 4.524/2002. PIS Programa de Integração Social (PIS) A receita obtida das exportações deve ser retirada da base de cálculo desta contribuição, o que resulta na isenção do tributo. Esfera estadual ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte Interestadual e Internacional de Mercadorias (ICMS) Nas operações de exportação, seja de produtos manufaturados, semi-industrializados e primários, o benefício concedido é o da imunidade, além de permitir a apropriação dos créditos relacionados às compras de mercado interno dos insumos que serão incorporados na produção do bem a exportar. IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO (IE) Existe ainda outro tributo que incide exclusivamente nas operações de exportação, o Imposto de Exportação (IE), que de acordo com a legislação incide na exportação de produtos nacionais ou nacionalizados sendo recolhido aos cofres do governo brasileiro. O tributo será cobrado no momento em que se comprove a saída da mercadoria do território brasileiro, e os produtos que são tributados pelo IE serão informados por norma especifica da Câmara de Comércio Exterior. O preço utilizado como base de cálculo é o preço normal do mercado internacional, em condições de livre concorrência, e sobre ele será aplicado o percentual da alíquota correspondente resultando no valor a recolher. 7 De acordo com o Código Tributário Nacional, o percentual é de 30%. Entretanto, seu aumento ou diminuição é atribuição do Governo Federal, que possui flexibilidade para tal: atualmente, os produtos que tributam IE são descritos nos artigos 10 e 18 do Anexo XVII da Portaria Secex 23/2011, alterados pela Portaria SECEX nº 36, de 2011. A título de exemplo, no artigo 10 desse anexo se informa sobre cigarros contendo fumo-tabaco: Art. 10. A exportação está sujeita ao pagamento de 150% (cento e cinquenta por cento) de imposto de exportação, quando destinada à América do Sul e América Central, inclusive Caribe, ressalvadas as hipóteses de isenção previstas em lei. Drawback Trata-se um regime aduaneiro especial que possibilita a importação de insumos com a suspensão, isenção ou restituição dos tributos pagos normalmente nas importações de produtos para serem utilizados direta ou indiretamente na produção de um bem a exportar. Os incentivos do drawback incidem sobre o Imposto de Importação (II), Imposto sobre Produtos de Importação (IPI), PIS/COFINS, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte e Comunicação (ICMS) e Adicional ao Frete para a Renovação (AFRMM). O II e AFRMM são normalmente recolhidos nas operações de importação e, os demais, nas de compras no mercado interno. Os tipos de operação para os quais o incentivo é concedido são: • Transformação. • Beneficiamento. • Montagem. • Renovação. • Acondicionamento ou reacondicionamento. Existem três modalidades de drawback. Suspensão e isenção São analisadas e autorizadas pela Secretaria de Comércio Exterior. Restituição A atribuição de análise é da Receita Federal do Brasil. Para o drawback suspensão os critérios são: • Compatibilidade entre o insumo e o produto final • Relação de consumo: Verificação se a quantidade de insumos solicitada é necessária para fabricar a quantidade de produtos a exportar. • Laudo técnico (não obrigatório): O laudo técnico não é obrigatório, mas, quando solicitado, deve caracterizar a operação, descrever o processo produtivo (como, por exemplo, transformação ou beneficiamento), informar a relação de consumo entre o insumo adquirido e o produto a exportar, e se ao final do processo existem perdas ou subprodutos. • Saldo cambial, a diferença entre o valor do produto a exportar e osinsumos adquiridos. Para o drawback isenção, além dos critérios mencionados para o drawback suspensão, será analisado se o insumo a adquirir para repor o estoque é idêntico ou equivalente, ou seja, da mesma espécie, qualidade e quantidade, e se possui a mesma classificação fiscal, tecnologia similar, sendo que o preço pode ser superior em até 5 %. A seguir, veremos os três drawbacks com mais detalhes: DRAWBACK INTEGRADO SUSPENSÃO A exportação do bem é posterior à importação (suspensão) ou à compra de mercado interno. Exportadas as quantidades compromissadas, acontece a extinção do regime. Todavia, caso o exportador não cumpra a quantidade compromissada, estará sujeito a multas se não transferir parte dos insumos não utilizados para outro drawback integrado suspensão. O prazo concedido é de até um ano, prorrogável por mais um ano. Há exceção: na importação de insumos destinados à fabricação de bens de capital com longo ciclo de produção, o prazo pode ser ampliado até cinco anos. 8 DRAWBACK INTEGRADO ISENÇÃO Nesta modalidade, a isenção de tributos será outorgada quando houver a reposição dos bens já exportados. Ou seja, originalmente, houve uma importação e compra dos insumos sem nenhum tipo de incentivo; a seguir, acontece a exportação de um bem no qual foi incorporado o insumo importado ou comprado no mercado interno; posteriormente, o exportador solicita que na reposição do estoque seja concedida a isenção. Só serão isentos os tributos da esfera federal e o AFRMM (Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante). O ICMS não é isento, porque o benefício é outorgado após a realização da exportação. O prazo para dar a solicitação do benefício é de até dois anos contados a partir da data de registro da primeira Declaração de Importação apresentada para comprovar a importação dos insumos. 9 DRAWBACK RESTITUIÇÃO Diz respeito à restituição total ou parcial dos tributos pagos na importação de insumos que posteriormente foram incorporados na exportação de um produto, mas, nesse caso, não existe interesse em fazer a reposição de estoque. Concluída a análise por parte da Receita Federal do Brasil (RFB), é emitido um Certificado de Crédito Fiscal equivalente ao valor dos tributos federais recolhidos quando da importação normal, e esse crédito poder usado em qualquer importação futura. Incentivos Financeiros ADIANTAMENTO SOBRE CONTRATO DE CÂMBIO (ACC) É uma das formas mais conhecidas e utilizadas para que o exportador possa financiar as suas operações. Seu objetivo é financiar a fase de produção ou pré-embarque. Paraa contratação de um ACC, o exportador deve procurar um banco autorizado a operar em cambio pelo Banco Central do Brasil. Se o exportador tiver uma linha de crédito com o banco, será celebrado um contrato de câmbio tendo como base o valor em moeda estrangeira convertido em moeda nacional, utilizando a taxa de câmbio de compra do dia do fechamento do ACC. O contrato é celebrado antes do embarque da mercadoria exportada, sendo anterior ao pagamento por parte do importador. ADIANTAMENTO SOBRE CAMBIAIS ENTREGUES (ACE) Operação semelhante ao ACC, porém o contrato é fechado após o embarque da mercadoria e sem que o importador tenha pago a mercadoria. Desta forma, a fase da comercialização ou pós- venda é que está sendo financiada. Assim que o embarque for concluído, o exportador entrega os documentos e o saque ao banco. O banco deposita na conta-corrente do exportador o valor em moeda nacional equivalente à transformação da moeda pela taxa de câmbio de compra comercial do dia do fechamento. Pagamento no fechamento Se o exportador optar por pagar os juros no fechamento, o valor em moeda nacional depositado pelo banco é o valor em moeda nacional descontado o valor dos juros. Pagamento na liquidação Se o exportador optar por pagar os juros na liquidação, o valor depositado não sofre nenhum tipo de desconto, porém o valor dos juros pode sofrer aumento pela variação cambial positiva. 10 PROGRAMA DE FINANCIAMENTO ÀS EXPORTAÇÕES (PROEX) O Programa de Financiamento às Exportações (PROEX) é um financiamento utilizado nas operações de bens e serviços semelhantes ao praticados no mundo inteiro, sendo dividido em duas modalidades: financiamento e equalização. PROEX FINANCIAMENTO Financia em forma direta as exportações brasileiras utilizando recursos do Tesouro Nacional administrados pelo Banco do Brasil S.A. É o programa de financiamento direto às exportações ou às importações brasileiras com utilização de recursos do Tesouro Nacional. Só podem solicitar o PROEX empresas que faturem até R$600 milhões por ano. Seu objetivo principal é financiar as micro e pequenas empresas. Ao obter o financiamento, o banco exige que o exportador apresente garantias como, por exemplo, carta de crédito, aval, fiança ou Seguro de Crédito à Exportação. O prazo do financiamento é de no mínimo sessenta dias e no máximo dez anos, e o prazo se relaciona com as características do produto, ou seja, produtos com maior valor agregado ou conteúdo tecnológico mais sofisticado são financiados a prazos mais longos: se o prazo do financiamento não ultrapassar os dois anos, é possível obter um financiamento dos 100 % do valor exportado; acima desse prazo, só será financiado até no máximo 85% do valor da exportação. Por ser um financiamento com recursos públicos, o exportador não pode estar inscrito na dívida pública da União e deve estar com situação regular junto aos órgãos do Governo Federal, como o INSS e Receita Federal. Entre outras, as vantagens do PROEX são: a) Aumenta a capacidade de negociação do exportador; b) Pode ser utilizado qualquer Incoterms; c) Se o financiamento for aprovado, porém não for efetivado, o exportador não arca com nenhum ônus; d) Podem ser contratadas tantas exportações quanto o exportador quiser. PROEX EQUALIZAÇÃO Nesta opção, as exportações são subsidiadas por instituições financeiras nacionais ou internacionais, e o governo federal assume uma parte da taxa de juros. O exportador deve oferecer garantias e as características da operação, tais como, prazo, valor financiado, taxa de juros etc. Os recursos são Notas do Tesouro Nacional e quem está sendo financiada é a instituição financeira. O prazo do financiamento em função das características do produto pode variar sessenta dias a quinze anos e o valor financiado pode chegar a 100%. BNDES EXIM As linhas de financiamento oferecidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), conhecidas como Exim, destinam-se ao financiamento pré-embarque e pós- embarque. No financiamento pré-embarque, é financiada a produção do bem a ser exportado. O BNDES repassa o valor financiado por intermédio de um agente financeiro credenciado, geralmente, o banco comercial com o qual o exportador já opera. Os bancos assumem o risco perante o exportador. Veja as opções de financiamento que o BNDES oferece: Financiamento pré-embarque 1) BNDES Exim Pré-embarque; 2) BNDES Exim Pré-embarque Empresa Âncora; 3) BNDES Exim Pré-embarque Empresa Inovadora. Financiamento pós-embarque 1) BNDES Exim Pós-embarque Bens; 2) BNDES Exim Pós-embarque Serviços; 3) BNDES Exim Pós-embarque Aeronaves; 4) BNDES Exim Automático. O objetivo do financiamento é a comercialização de bens e serviços nacionais, mas o BNDES antecipará ao exportador o valor dos produtos ou serviços ainda não pagos pelo importador. O valor é adiantado em moeda nacional e o importador estrangeiro passa a ser devedor do BNDES. O pagamento deve ser enviado a um banco indicado pelo BNDES que, após receber o valor em moeda estrangeira, fecha o câmbio e repassa o valor em moeda nacional ao BNDES. São duas modalidades de financiamento: SUPPLIER CREDIT 11 O exportador é financiado por meio de desconto de títulos, por exemplo, uma carta de crédito, letra de câmbio ou nota promissória. BUYER CREDIT O importador é financiado e, para tal fim, o importador deve assinar um contrato com o BNDES com intervenção do exportador. Esta opção é mais complexa. No buyer credit o financiamento ocorre após a comercialização do bem fabricado no país através da abertura de uma linha de crédito para instituições financeiras localizadas no exterior. Assim, o importador tem acesso à linha de crédito num banco localizado no seu próprio país. PROGRAMA DE GERAÇÃO DE RENDA EXPORTAÇÃO (PROGER EXPORTAÇÃO) O PROGER Exportação se destina a micro e pequenas empresas, cooperativas e associações de produção, alem de focar no financiamento de bens e atividades promocionais da empresa exportadora. Exemplo Gastos com passagens aéreas, hospedagem, translado etc. para participar em missões comerciais, locação do espaço físico, montagem e decoração do estande que possibilite a exibição de produtos em feiras internacionais, bem como a confecção do material promocional a ser entregue durante o evento. ENTIDADES DE APOIO • AGÊNCIA DE PROMOÇÃO ÀS EXPORTAÇÕES E INVESTIMENTOS (APEX) • SETORES DE PROMOÇÃO COMERCIAL NO EXTERIOR / MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES • SERVIÇO DE APOIO À MICRO E PEQUENA EMPRESA (SEBRAE) • CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS INDÚSTRIAS – CENTRO INTERNACIONAL DE NEGÓCIOS Formação de Preços BAIXO PARA CIMA OU BOTTOM-UP • A partir do custo total de produção se acrescentam as despesas exclusivas da exportação. • A partir do preço de venda no mercado interno, retiram-se as despesas de mercado interno e posteriormente acrescentam-se as despesas exclusivas da exportação. CIMA PARA BAIXO OU BOTTOM-DOWN A partir do preço de venda no mercado-alvo, desconta-se margens de comercialização do canal de distribuição, custos de nacionalização, seguro internacional, frete internacional, despesas exclusivas da exportação e se chega ao custo de produção. Esse número deve ser comparado com o custo de produção verdadeiro e, se este for superior, será imprescindível rever a estrutura de custos. Além dos custos de produção para determinar o preço de exportação, existem despesas exclusivas vinculadas à operação de exportação. Por esse motivo, não é possível propor uma única fórmula para o preço, pois cada operação apresenta características específicas. A seguir, temos algumas delas: • Despesas de emissão de diversos certificados; • Valor pago a despachante aduaneiro; • Comissão de representante localizado no exterior; • Margem de lucro; • Fechamento do contrato de câmbio; • Despesas bancárias; • Embalagem especial de exportação; • Transporte até o local de embarque; • Despesas com armazém e capatazia no local de embarque.Também o importador do setor público ou privado pode exigir uma garantia de desempenho (performance bond) e uma garantia de manutenção (maintenance bond), cujas características são: 12 GARANTIA DE DESEMPENHO (PERFORMANCE BOND) Antes da assinatura de um contrato, a empresa importadora exige que seja feita uma caução junto a um banco do seu país, visando a se assegurar o cumprimento ou execução do contrato. O valor da caução pode ser um valor fixo ou percentual, cuja base de cálculo é o montante em moeda estrangeira do contrato a ser assinado. Essa garantia não significa que o exportador irá cumprir o contrato. Na realidade, ela é uma indenização paga ao contratante. GARANTIA DE MANUTENÇÃO (MAINTENANCE BOND) Ao exportar produtos, como, por exemplo, uma máquina, equipamentos, produtos eletroeletrônicos, é imprescindível que o exportador ofereça ao importador uma garantia de manutenção, assistência técnica e inclusive de reparo. Se o exportador não cumprir o acordado, o importador tem direito a receber uma indenização, sempre que o bem tenha sido utilizado dentro das condições estipuladas na garantia. 13 Esfera federal Esfera estadual
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